Chapter 1: avisos.
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olá, galera do ao3! estou postando essa fanfic que originalmente é postada no wattpad, para o fandom de vbsa. quem quiser ler essa obra no wattpad, o meu user é pilwts.
as atts serão com calma, pois estou passando por um momento turbulento na minha vida. espero que gostem de desejo!!
• essa fanfic é de minha autora, e é originalmente joshler (josh e tyler) e eu estou adaptando-a para alexhenry também.
• acredito que não terá gatilhos ao longo dos capítulos, mas se houver algum, avisarei antes.
• nessa fanfic, o henry tem 37 anos, e o alex 34.
• terá smut (claro), se você não se sente confortável lendo, não leia! passa reto.
e aquele mesmo papo de sempre: se acharem algum erro na escrita, ou palavras repetidas, podem me avisar! eu costumo revisar somente quando é tradução, quando é de minha autoria eu só faço e posto. então, seria de uma grande ajuda.
é isso. boa leitura!
e me sigam no twitter: danmsqt
Chapter 2: 0.1
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Respirei fundo observando todo o local, que agora, seria visitado diariamente por mim. O presídio era assustador por fora, mas pouco, comparado com o inferno que deveria ser lá dentro.
Suspirei, sentindo minha ansiedade palpitar a mil dentro de mim. Antes que pudesse descer, virei-me para agradecer ao meu marido, Anthony, pela carona com um simples beijo de despedida. Sorri, fechando a porta atrás de mim e caminhei em direção ao meu novo trabalho.
Como ainda era o meu primeiro dia, precisei fazer toda a identificação antes para que pudesse adentrar. A penitenciária era dividida em três grandes prédios, com enormes janelas separando cada cela em três andares. Um calafrio percorreu a minha espinha, um misto de sentimentos passavam pela minha cabeça agora.
Agradecendo ao porteiro, concluí o meu acesso e pude adentrar a minha nova segunda casa. Ri baixinho pelo meu pensamento sem humor, quando um das dezenas de carcereiros, que estavam espalhados pelo que parecia ser um projeto de jardim, aproximou-se de mim, com uma grande arma pendurada em seu ombro.
Levantando meu olhar para o homem, ele proferiu: — Bom dia, Sr. Fox. Estávamos à sua espera. — ele deu uma pausa, olhando para os lados. — Sou o tenente Sanchz, e a partir de hoje serei o seu homem de confiança e o seu segurança particular.
Torci o nariz, não muito feliz com a ideia de ter alguém o tempo todo grudado em mim. Mas apenas respondi com um sorriso, sem muitas palavras. Ele me guiou até a grande porta de entrada, onde mais alguns carcereiros guardavam o lugar.
O tenente Sanchz era um homem de aproximadamente trinta e poucos anos. Corpo forte, como um carcereiro deveria ser. Suas olheiras e rugas indicavam o quão cansativo deve ser o trabalho em um lugar como esse. Felizmente, não deixei que isso abalasse o meu desempenho.
— E o relatório da semana? — perguntei, passando por algumas salas fechadas, curioso para saber o que havia por trás. Pelos meus estudos com a divisão da prisão, o segundo prédio, que localizava-se no centro, entre o prédio prédio Um e prédio Três, era exclusivamente para descanso de funcionários e, claro, as salas de reunião, treinamento e a sala do diretor, que a partir de hoje, seria a minha sala particular.
Com um pigarreio, o tenente Sanchz começou a falar. — Está um caos. Estamos tentando apaziguar, mas as brigas de facções estão fora de controle.
— Separe-os novamente. — respondi, como se fosse óbvio demais.
— Essa semana também tivemos uma tentativa de fuga, mas sem sucesso. Ao total foram cinco homens, que criaram uma rebelião como forma de distração, se beneficiando das brigas das facções, enquanto tentavam sair por um buraco na parede, que dava acesso aos esgotos. Felizmente, alguns presos da facção rival nos alertaram, e nós conseguimos resgatá-los a tempo. — ele contou.
— Quero todos os nomes desses fugitivos. — ele assentiu. — Ou melhor, traga-me todas as fichas, com fotos e o motivo de estarem aqui. Quero ficar de olho nesses cinco. — concluí, meu tom de voz soando áspero.
As coisas mudariam daqui pra frente, se o antigo diretor não foi capaz de fazê-los entrar na linha, eu seria. Durante a minha direção, as coisas seriam bem diferentes por aqui. Não vim para ser amigo de detento, vim para ordená-los, e acabar por vez essa briga de facções que corria pelos corredores do prédio. Esse lugar precisava de alguém com pulso firme, e eu os entregarei.
Girei a maçaneta, abrindo a porta da minha mais nova sala, me deparando com uma bela vista de uma grande janela, que eu esperava que fosse à prova de bala. Um sofá, bem ao canto, ao lado de um jarro com flores que pareciam não sentir o contato de uma água há um bom tempo, uma porta ao lado da porta de entrada, que eu deduzi que fosse o banheiro, e, por fim, uma grande e resistente mesa de madeira, com uma confortável poltrona atrás. Era mais do que o suficiente.
Fechando a porta, deixei a minha bolsa desajeitadamente no sofá enquanto me sentava no mesmo. Apoiei meus cotovelos no meu joelho, levando minha cabeça em direção as minhas mãos, fitando o tapete que cobria o chão, por baixo de uma mesa de centro.
Temia que fosse falhar, e estragar a única oportunidade que eu tinha de ter algum mísero respeito do meu pai. Eu já não o agradava desde que me decidi casar com um homem, para o seu grande desgosto. Desde o dia em que me assumi, as coisas nunca mais voltaram a ser como antes. De filho único favorito, me tornei um filho morto, e hoje, um adulto rejeitado. Mas eu não tinha o que temer, certo? Minha homossexualidade nunca foi motivo para diminuir a minha masculinidade. Puxei o melhor traço que poderia ter do meu pai: a braveza, a coragem. E é isso que é necessário para um trabalho tão duro como esse.
Interrompendo meus pensamentos, uma batida na porta ecoou pela sala e eu rapidamente me recompus, respondendo com um singelo ''Entre'', para quem eu já sabia que deveria ser Sanchz. Mal tive tempo para me energizar com o lugar e já havia trabalho para ser feito. Sendo sincero, acho que estou ganhando pouco para isso.
Como de esperado, Sanchz entrou na sala, com um envelope marrom em suas mãos.
— São as fichas? — perguntei, recebendo o envelope em mãos quando ele os estendeu para mim.
— Sim. Aí estão todos os fugitivos desta semana, com fotos e relatório psiquiátrico também. — ele respondeu e eu sorri agradecido, não havia nem pedido pelos relatórios psiquiátricos, mas seria de bom uso para saber com que tipo de gente eu estava lidando.
Fiz um aceno com a cabeça. — Obrigado, Sanchz. Agora você já pode ir.
— À disposição, Dir. Fox. — ele acenou de volta, saindo da sala em segundos.
Afrouxei os botões da minha camisa social, dando um último suspiro antes de retirar o conteúdo do envelope. Folheando pacientemente, mordi o canto do lábio enquanto olhava cada ficha com atenção. As folhas destacavam os vícios, as substâncias químicas, familiares, relacionamento com os mesmos... Até que uma ficha instigou minha atenção.
Alex Claremont-Diaz.
A foto impressa na folha, consistia em um homem, muito bonito. Seu olhar era gélido e seu maxilar estava trincado. Os detalhes de seu rosto me deixaram exposto, nu e tentado. Dedilhei sua imagem lentamente, intrigado com os motivos que o arrastara até essa prisão.
''Alex Claremont-Diaz, trinta e quatro anos, de origem Estadunidense. Cabelos castanhos, com leves cachos, em média 1.77 de altura. Foi preso há quatro anos, detido por posse e venda de drogas ilícitas, tais quais como; cocaína, maconha, LSD, heroína e outros, enquanto fazia parte de uma espécie de racha, onde o mesmo vendia seus 'pacotes' para os usuários. Em uma revista em sua casa, a polícia encontrou a fonte do problema; mais de 30kg de drogas ilícitas foram apreendidas em posse de Claremont-Diaz, que foi preso imediatamente e encaminhado à Penitenciária de Columbus.
''O relatório psiquiátrico indica um homem calculista, narcisista e sem escrúpulos. Claremont-Diaz diz não se arrepender do que fez. Vive em constante conflito com seus companheiros de cela, o que lhe ocasiona algumas lesões no rosto e no seu corpo. Foi sentenciado a vinte e um anos de prisão.''
Minhas mãos estremeceram por um instante e de repente a minha respiração se tornou mais pesada e ofegante. Era normal sentir-se atraído por uma foto? Ou melhor, a foto de um detento problemático que viria a ser uma futura dor de cabeça durante a minha direção?
Por um momento, deixei que o sentimento de compaixão me tomasse por completo. Por que um homem tão bonito se deixaria levar pelo lado errado?
As batidas na porta me fizeram soltar a ficha rapidamente, como se estivessem queimando minhas mãos e empilhei-a junto das demais.
— Entre. — ofeguei, me recompondo.
— Dir. Fox? — uma voz desconhecida ecoou pelo ambiente, e logo uma figura fez-se presente na sala. Um homem belo e esguio apareceu por detrás da porta e apontou para as fichas que eu havia deixado na mesa de centro. — Sou o psiquiatra do presídio. Você já leu todas as fichas? — ele adentrou, ficando em minha frente.
— É... Sim. Dei uma rápida olhada. — respondi, ainda tenso.
— Boa sorte com eles, todos são do pavilhão 3, o prédio mais descontrolado que temos. E esses cinco, em específico, vivem armando fugas sem sucesso por aqui. — ele relatou, logo ajeitando o óculos que insistia em cair pelo seu nariz.
— E você sabe se eles... — comecei, mas fui interrompido pela porta sendo abruptamente aberta.
Sanchz apareceu logo em seguida, com uma expressão apavorante no rosto. Por trás dele, alguns outros agentes o acompanhavam.
— Sanchz, que ideia é essa de entrar na minha sala sem bater? — perguntei, com um tom de voz autoritário. Não podia transparecer insegurança logo no meu primeiro dia.
— Desculpe, Dir. Fox. — ele se recompôs, ajeitando o capacete que estava na sua cabeça. — Precisamos que venha conosco. Vamos te escoltar até o pavilhão três, onde está havendo um novo conflito entre os detentos. Felizmente, conseguimos controlá-los, mas eles insistem em falar com o novo diretor da penitenciária. Algo sobre uma negociação de paz.
Fiquei surpreso com o quão rápido a minha chegada se espalhou pelos corredores, mas caminhei junto ao tenente Sanchz até o pavilhão três, onde estavam alojados os piores detentos, de acordo com as palavras do psiquiatra.
— O conflito foi sobre a separação? — perguntei, enquanto adentrava o prédio Três, acompanhado por mais quatro policiais.
Sanchz fez um som imediato, como se estivesse lembrando de alguma coisa. — Não, senhor. Ainda não tivemos tempo de separá-los. Mas, se permita-me dizer, não acho que seja boa ideia separá-los.
— Faça o que eu estou mandando. Não quero conselhos, quero trabalho. — respondi ríspido, logo sentindo a mudança de clima ao adentrar nos corredores. Lá fora era um pouco frio, um clima agradável, mas dentro dos pavilhões era quente, como se uma chama estivesse presa ao meu corpo a cada passo que caminhava. Logo me lembrei das janelas, que eram minúsculas, dificultando a ventilação do ar no ambiente.
— Mas é que o antigo diretor os separava de acordo com cada crime que o detento cometeu. Assim, separávamos os mais perigosos dos mais fracos, e cada um ficava em seu devido canto.
Revirei os olhos, impaciente. — Não tá vendo que isso não está funcionando? Cada vez mais os detentos estão criando problemas aqui dentro. Separe-os por facção, e quem não tiver uma, junta e coloca numa cela com quem também não tem.
Ele ia contestar novamente, mas lancei-lhe um olhar autoritário, que o fez balançar a cabeça em concordância. Pelo menos isso já estava esclarecido.
Quando passamos pelo primeiro corredor, parecia como se eu fosse uma atração, uma carne nova no pedaço. Ouvi gritos, barulhos de detentos batendo nas grades, palavrões e muito, muito calor. Como eles conseguiam viver aqui dentro?
As celas não eram muito grandes, mas pelo menos tinha uma boa distribuição de detentos. Isso era bom.
O segundo corredor não foi muito diferente, a histeria tomou conta daquele lugar em segundos. Ignorando-os, fui conduzido até a última cela, onde cinco detentos estavam ajoelhados, com armas apontadas para as suas cabeças, de cabeça baixa.
— Quem é o chefe de vocês aqui? — perguntei em voz alta, aos poucos os gritos foram cessando, na maneira em que percebiam que eu não os daria atenção.
Cabeças viraram para o lado, indicando que o último deles era o comandante daquela pequena organização. O homem levantou a cabeça, e eu imediatamente senti o meu corpo ferver por dentro. Decorrente disso, a tensão instalou-se pelo meu corpo mais uma vez, fazendo-me sentir um arrepio na espinha.
Era ele. O homem que me deixou intrigado há minutos atrás, o homem da foto.
Ele. Alex Claremont-Diaz.
Não sabia por quê o meu corpo havia reagido daquela maneira. De repente, eu havia entrado em uma espécie de êxtase, como se ainda tivesse dezesseis anos e acabara de dar o primeiro beijo. Sentia-me, novamente, exposto, nu, aos seus olhos que me fitavam como se ele pudesse ler a minha mente.
Respirei fundo, me recompondo em segundos.
— Liberem os outros, e tragam o chefe para a minha sala. Quero conversar com ele. — ordenei, dando-lhe um olhar pela última vez antes de me retirar do pavilhão.
Chapter 3: 0.2
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Não demorou muito para que Sanchz e sua equipe trouxessem Alex Claremont-Diaz até a minha sala. Algemado, ele adentrou com uma expressão de poucos amigos. Pela forma que ele me encarou quando estávamos em sua cela, já imaginava que não seria nada fácil arrancar alguma informação dele.
— Não me empurra, porra. — ele falou autoritário, ganhando um aperto no braço de Sanchz, que estava impaciente.
— Pode deixá-lo aqui. — apontei para o sofá. — E pode se retirar também.
Sanchz me observou na minha última frase, um pouco relutante.
— Não prefere que eu fique aqui para garantir sua segurança, senhor? — ele perguntou, incerto sobre me deixar aqui sozinho com o detento.
— Não, eu tenho o controle da situação. Se eu precisar, sei que posso chamá-lo. — acenei com a cabeça para que ele saísse. — Se preferir, pode ficar no corredor mesmo. A conversa não será tão longa.
Ainda relutante, ele saiu, deixando-nos a sós. Eu estava sentado diante da mesa, encarando o homem, que agora estava em pé em frente ao sofá.
— Você não vai sentar? — perguntei, encarando-o
— E por que você não levanta? — respondeu sarcástico.
Ignorando o seu humor, fui direto ao ponto. — Então, Alex, o que tem para me dizer?
Ele me encarou. — Não me oferece nem uma água antes? — perguntou divertido, um sorriso ladino brincando em seus lábios.
— Não estou aqui pra fazer média com bandido. — respondi entre dentes, começando a ficar impaciente com o seu joguinho. — Vamos, diga-me, o que vocês querem?
— Mas senhor, a minha garganta está seca. — ele me fitava com uma falsa inocência brincando em sua voz e no seu olhar, o que acabou me deixando com os nervos à flor da pele.
Respirei fundo e contei até dez, tentando recuperar a minha paciência. Tudo bem, eu fui ensinado para lidar com isso.
Caminhei até o filtro, pegando um copo descartável e enchendo-o. Mesmo de costas, conseguia sentir seu olhar penetrante me encarando de longe.
Levei o copo até ele, quando o mesmo ergueu as mãos algemadas, dando de ombros. — Desculpe, estou preso. — seu tom divertido e carregado de falsa ingenuidade faziam o meu corpo ferver por dentro. Eu seria demitido se jogasse aquele copo de água na cara dele?
— Eu não vou te soltar. — falei firme.
— Então traga o copo até a minha boca. — ele sorriu, esperando que eu fizesse.
Ainda relutante, guiei o copo até sua boca, observando-o beber pouco. Por alguns instantes, passou-se na minha cabeça a possibilidade de fazê-lo engasgar com aquela água.
— Você me pediu água!
— É, eu não estava com tanta sede assim. — ele sorriu presunçoso, praticamente rindo de mim.
— Você vai me dizer qual é a sua proposta?
— Pensei melhor. Prefiro não dizer agora. — ele brincou, o sorriso sarcástico ainda beirando seus lábios. Aquilo me tirava do sério de uma maneira inexplicável.
— Você está blefando! — repliquei, curto e grosso.
Ele deu de ombros novamente, ainda mantendo seu olhar em mim.
Suspirando devagar, me virei de costas, procurando os papéis com o seu relatório psiquiátrico na mesa. Assim como antes, conseguia sentir o peso do seu olhar em minhas costas. Incrivelmente, aquela sala parecia muito quente, mesmo sendo um ambiente muito bem arejado.
As folhas caíram no chão e eu praguejei baixinho, me abaixando para pegá-las espalhadas pelo tapete.
Ainda de costas, organizei-as na mesa, pegando apenas a que continha o nome de Alex.
— O seu relatório psiquiátrico diz que você...
— Fox, devo lhe dizer que a sua bunda durante essa agachada foi a melhor visão que eu já tive aqui em anos. — ele sibilou em uma voz firme, me fazendo gelar por dentro. Seu olhar estava preso em mim, enquanto sua língua percorria seus lábios avermelhados em uma simples carícia, abrangendo o momento erótico.
De repente, minha sala tornou-se um pouco abafada. Aquele homem exalava uma terrível e deliciosa tensão sexual em cada expressão do seu corpo e voz, fazendo-me ofegar baixinho, tão inaudível que ele não pôde sequer ouvir. Eu esperava que, pelo menos, a minha reação fosse apenas pela minha abstinência, e não porque me sentia atraído por ele de alguma forma.
Recuperando a minha profissionalidade, não deixei que aquilo me abalasse, embora seu olhar sugestivo já dissesse por si só. Ele estava flertando comigo?
Antes que pudesse abrir a boca para pedir respeito, ele continuou:
— Desde que entrei nessa sala, não consegui prestar atenção em mais nada que não seja só a sua bela bunda nessa calça apertada.
Um calafrio percorreu a minha espinha, me desmontando por inteiro. Tudo bem, eu estava em abstinência, mas não rebaixaria o meu nível me deixando levar por um detento, certo? Embora ele fosse tão... másculo, tão forte, um peitoral vultuoso por trás daquela camisa apertada, um cheiro de homem que invadia as minhas narinas e me fazia arfar com o momentâneo desejo de entregar-me.
Me recompus, embora meus dedos estivessem vacilando ao tremerem por trás das minhas costas, imperceptíveis para ele. Qualquer um conseguia perceber o meu nervosismo naquele instante, a forma como suas palavras me tocaram e se espalhavam como veneno pelo meu corpo, e ele percebeu.
— Vamos ver se você vai achar o mesmo quando eu te mandar para uma noite na solitária. — arqueei as sobrancelhas, exibindo um sorriso ladino em meus lábios.
— Eu encaro uma noite na solitária tranquilamente, se isso me permitisse comer você agora.
O seu olhar quente, mais uma vez, me deixou exposto. Sentia-me como se estivesse caindo em um abismo; o abismo da minha própria indecência, sentindo suas palavras provocantes percorrerem cada centímetro do meu corpo como um rasgo profundo. Era impossível não fechar os olhos e imaginar aquele homem fazendo coisas perversas.
Tão rápido quanto esses pensamentos passaram pela minha cabeça, me recuperei em instantes, com uma carranca no rosto. Eu conseguia disfarçar devidamente quando necessário.
Sorri sem mostrar os dentes, apoiando meus braços a cada lado da mesa, enquanto estava apoiado sobre ela.
— Mais uma dessas suas gracinhas e você passa a noite lá, e sem o que quer.
— Assim não vale a pena, Henry. Por que eu ficaria de graça na solitária sem ter um motivo muito bom? — ele rebateu.
O motivo muito bom era eu?
Afastando esses pensamentos, continuei: — Como sabe o meu primeiro nome?
— Eu sei de tudo sobre você. — ele falou distraidamente. — Meus informantes fizeram o trabalho direitinho.
Acenei com a cabeça, surpreso. — Então você admite que tá passando celular aqui? — perguntei, vendo-o soltar uma risadinha. — Acho que teremos que aumentar a segurança e fazer uma varredura pelas celas... e farei questão de agradecer ao meu parceiro Alex Claremont-Diaz pela dica de ouro que ele me deu. O que acha disso?
Ele balançou a cabeça. — Mas, senhor, eu não disse nada sobre celulares. Pode ser através de cartas. — o cinismo em suas palavras faziam com que a minha enxaqueca chegasse ao limite.
— Não chegaria tão rápido, estou no meu primeiro dia de trabalho. É impossível.
— E se estivéssemos sabendo da sua chegada na semana passada? — ele indagou. — Eu sei de tudo que acontece aqui, Fox. Nada passa batido sem antes passar por mim.
— Você é uma espécie de chefe da sua cela, então? — perguntei.
Ele torceu o nariz. — É, digamos que sim.
— Isso vai acabar. As coisas estão para mudar aqui.
Ele mordeu o canto do lábio, olhando fixo demais para a minha boca.
— É? E o que você vai fazer? — perguntou com uma voz sacana, exalando tesão. — Eu estou louco para saber o que o novo diretor pretende fazer. Por que não senta aqui no meu colo e me conta tudo?
Por Deus. Aquele homem não sabia conduzir um diálogo sem levá-lo para o lado sexual?
Meus dedos apertaram a borda da mesa, e meu coração disparava como se a qualquer momento pudesse explodir ali mesmo. Como um homem problemático conseguia me fazer repensar sobre a minha fidelidade nesses meus dez anos de casamento? Sempre fui fiel a Anthony, e não o trocaria por nenhum outro, muito menos um prisioneiro, embora suas palavras carregadas de excitação me afetassem como se eu fosse um adolescente descobrindo sobre sexo. A sua masculinidade me tocava, o seu cheiro... me fascinava de uma forma atraente, deixando cada parte do meu corpo à mercê da falta de um toque, que já não sentia há algumas semanas.
— Por favor, pare. — pedi, já não me importando mais em não demonstrar o quanto aquilo me deslumbrava.
— Eu consigo ver no seu rosto o quão afligido você está com a minha proposta. Não precisei de muito para encontrar o seu ponto fraco.
Levantando minha cabeça, semicerrei meus olhos. — Você está jogando comigo, não é? Isso faz parte do seu plano? Me confundir para vocês ganharem vantagem sobre mim.
Ele riu. — Longe disso. Minha proposta foi séria. O que eu vim falar com você foi descartado a partir do momento em que entrei nessa sala. Acho que você morrerá sem saber. — ele disse, impassível.
— Você está brincando comigo.
— Talvez eu esteja, mas a minha proposta está de pé. Consigo perceber de longe o quão frustrado sexualmente você é. Uma aliança tão bonita no dedo, mas tão carente.
Olhei para a minha aliança de ouro no meu dedo, que brilhava refletindo sob a luz do dia que entrava através da janela.
— Seu marido não sabe a sorte que tem, mas se deixar, eu posso...
— Chega! — o interrompi, batendo com a mão na mesa. Ele apenas se calou, mas não parecia nada intimidado pela minha autoridade.
Assobiei, chamando por Sanchz que estava esperando no corredor, desejando nos meus mais profundos pensamentos que ele não tivesse escutado a nossa conversa e soubesse das cantadas baratas que Alex havia lançado para mim.
Sanchz entrou pela porta, encaminhando-se até Alex.
— Pode levá-lo. Ele não vai falar. — eu disse, transbordando firmeza em minha fala.
— Posso fazê-lo falar em instantes, senhor. É só me autorizar. — Sanchz respondeu.
— Uma proposta tentadora devido aos absurdos que escutei, mas não precisa. Leve-o, e se houver mais alguma bagunça na cela, jogue-o na solitária por três dias. Somente ele. Ele será o responsável pela sua cela agora. — sorri satisfeito, observando Alex me olhar incrédulo pela primeira vez.
Esse olhar não durou muito, já que sua expressão de repente transformou-se em um olhar com segundas intenções. Então, ele falou, em bom e alto som: — Pense na minha proposta, Fox. — olhou para trás enquanto era empurrado algemado por Sanchz.
Quando a porta se fechou, eu pude cair na poltrona por trás da mesa, completamente submerso na sua proposta indecente. Algo dentro de mim pensava no quão excitante seria entregar-me em seus braços fortes, sentir o calor de sua pele em contato com a minha, ou senti-lo dentro de mim, cada vez mais profundo, com perversidade, sedento pelo meu corpo, sentindo seu cheiro que exalava masculinidade na ponta do meu nariz... o proibido me atraía, me deixando tentado e excitado só por imaginar o peso do corpo de Alex no meu, me agarrando com brutalidade, deixando-me desnorteado.
Afastei esses pensamentos rapidamente, dando-me espaço para pensar no meu casamento com Anthony. Eu tinha tudo isso com ele. Ele não era tão forte, mas tinha boa aparência. Moreno, cabelos com leves cachos, uma boca carnuda, e uma pegada que me desmontava por inteiro. O decepcionante era que há algumas semanas ele não me tocava, o que eu compreendia pela razão dos seus plantões exaustivos no hospital, mas aquilo, aquela abstinência, que não ajudava em nada na minha ninfomania, abria uma deixa para que eu ficasse estremecido pelas palavras de Alex, que me afetaram em cheio. Bem no meu ponto mais sensível.
Bebi o líquido que ainda estava no copo, imaginando que antes aquele recipiente fora tocado pelos lábios do meu prisioneiro, que estava sedento para tocar-me. Ri baixinho com o pensamento, mordendo meu lábio em seguida.
— Não é que é uma proposta tentadora? — murmurei para mim mesmo, enquanto apoiava meus pés sobre a mesa, completamente pensativo.

paradiseloey on Chapter 3 Thu 16 Nov 2023 09:38AM UTC
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Carol (Guest) on Chapter 3 Thu 25 Apr 2024 01:40AM UTC
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