Chapter 1: Capítulo I - Trinta e Dois(Alicization Integriting)
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Após Kirito ser envenenado no mundo real por um dos últimos membros de uma guilda de assassinos do extinto jogo Sword Art Online conhecida como a Caixão Sorridente, ele acabou sendo obrigado contra sua vontade a ficar num tratamento rigoroso no dispositivo de STL(Soul Translation), um dispositivo semelhante ao Medicubuloid, que foi usado para tratar a jovem falecida Yuuki Konno que levaria pelo menos dias, meses ou até mesmo anos para que ele se recuperasse da doença causada na rede neural. Para evitar que Kirito morresse, um certo conhecido dele mandou que ele fosse tratado enquanto sua mente se recuperasse em um novo sistema de vida artificial baseada nos jogos de VRMMO batizado de “Underworld”, enquanto o espadachim estivesse com o seu corpo e mente estavam sendo tratados no STL.
No meio do mar, estava fazendo uma forte tempestade que fazia o oceano liberar ondas de mais ou menos 3 ou 4 metros de altura. Não havia nada ali, com excessão de uma forte luz branca semelhante a um triângulo ou uma pirâmide, especificadamente. Pela visão turva de Kirito, ele olhava diretamente para uma espécie de... Tartaruga-porco gigante? Uma tartaruga-porco feita pelo homem especialmente como uma sede móvel pelo mar do Japão.
Só agora que com os sentidos perturbados, o espadachim notou que estava em um helicóptero. Com um relance, ele olhou para a esquerda aonde se lembrou de duas raspas de vidro brilhando em um branco devido aos raios da tempestade.
Quando o transporte aterrissou na sede, o homem de óculos rapidamente ordenou que levassem Kirito para dentro em uma maca.
Alguma coisa deve ter dado errado pelo visto.
- Onde... Onde eu estou?
- Kirito-kun, eu não sei se você consegue me ouvir. - Uma voz se aproximou do rapaz de cabelos negros. - Mas quero que saiba que... A cura desse veneno não é só apenas física, e sim mental. Para que você possa sobreviver a doença mentalmente, terá que recuperar mais força na sua mente enquanto o seu corpo se recupera na máquina do STL, que vai acelerar o processo de cura. Enquanto isso, você deve resistir a doença dentro de Underworld e evitar a futura guerra que a Pontífice está preparando contra o Deus das Trevas Vecta. E o único jeito de você começar seus passos vai ser encontrando duas certas pessoas primeiramente. Depois disso, eu explicarei mais detalhadamente. E quando você chegar no Underworld e acordar lá, a primeira coisa que você vai fazer é encontrar dois jovens como você. Lembra das nossas últimas sessões no STL? Durante cinco anos aperfeiçoando essa inteligência, conseguimos um FluctLight em especial nesse mundo. - Kikouka explicou detalhadamente as partes importantes sobre o possível A.L.I.C.E. em potencial para ser ejetado.
- Q-quem... é? - O homem de óculos se surpreendeu com o ato. Kirito não deveria estar falando, pelo fato do veneno ter feito ele ficar sem respirar por cinco minutos seguidos e perder uma grande parte da sua rede neural.
“A força de vontade desse garoto me surpreende.”
- O nome dela é Alice. É ela quem você deve procurar lá dentro e depois levá-los ao Altar do Fim do Mundo. Quando você chegar ao último andar da Igreja de Axioma e tentar se lembrar de tudo que eu falei, lá vai ter um console de comunicação. Quando ativar, você me liga e eu te conto todos os detalhes com calma.
- P-pode ter certeza de que q-quando eu v-voltar, a p-primeira c-coisa que eu vou fazer vai s-ser...
- Vai ser o quê, Kirito-kun?
- Enfiar... Enfiar... - O veneno já estava em sua língua, e praticamente mexendo com a coordenação motora e sua rede neural. Mas Kirito tinha força de vontade o bastante para encerrar a frase. - Vai ser enfiar a porrada em você, seu desgraçado!
O mais velho sorriu. Realmente o que ele estava fazendo com Kirito era completamente errado, mas era necessário para que ele sobreviva a doença e preserve o maior tesouro de Underworld.
- Eu vou esperar isso, Kirito-kun. Mas continue forte e lutando até conseguir me bater. - O mais velho falava brincalhão, enquanto apertava alguns botões na máquina de imersão total. Com ajuda do pessoal da equipe dele, finalmente terminaram os preparativos.
- Higa, já começou o procedimento? - Kikouka perguntou, enquanto adaptava o Soul Translator de Kirito para o Underworld.
- Já, chefe. O Kirito-kun tá pronto pra entrar em Imersão Total no STL. - Higa respondeu, esperando as ordens de Kikouka.
- Muito bem, então. - O espadachim acabou sendo imposto ao coma induzido com as injeções exageradas de morfina para que a dor parasse de se sobrepujar pelo corpo do Espadachim. - Ativando o FluctLight... Agora!
Após algum tempo, Kikouka e Higa encontraram Kirito despertando em uma floresta pelas câmeras de segurança. Depois disso, perderiam o contato e a visualização dele até que o Espadachim Negro encontrasse um outro servidor de console.
- Não acha que seria melhor se a gente tivesse dito a verdade pra ele? - Higa perguntou. - Tipo, aquele garoto é muito esperto. E se ele souber que o Eugeo é de verdade, talvez ele po...
- Ele não iria aceitar isso logo de cara. E afinal... Quando mais tempo o Kirito-kun for procurar pela Alice e o Eugeo, mais difícil ele vai descobrir. Agora a gente precisa evitar que a Asuna-kun e a família do Kirito-kun desconfie que ele não tá no hospital.
- Mas você falou que a Asuna-san é teimosa. Não desconfia que ela e os amigos dela possam achar a gente?
O homem de óculos riu.
- Aquela garota sempre foi de botar medo em todo mundo. - Ele olhou agora para a capital do Território Humano, Centória. - Kirito-kun, ache eles dois.
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Dois Anos Depois... (Em Underworld)
Após o atentado as pajens de Eugeo e Kirito, eles foram levados para a uma prisão temporária da Academia de Espadachins. A diretora Azurica os soltou da cela, curou o olho de Eugeo e guiou a dupla até uma área ampla aonde um Cavaleiro da Integridade os aguardava.
- Eugeo, Kirito. Eu só posso ir até aqui. Apesar de vocês terem agido contra o Índice de Tabu, eu digo que vocês tem todo o orgulho de serem humanos. Principalmente você, Eugeo. - A mais velha tocou o ombro do loiro. - Você alcançou um nível que eu jamais pude superar. Sinto que Underworld precisa de você.
- Muito obrigado, Senhora Azurica. - A dupla agradeceu a ela e foram logo abrindo a porta para o local amplo aonde eles iriam ver o Cavaleiro da Integridade que os levaria para a Igreja de Axioma.
- Eu sinto que já vi essas cores de azul e dourado em algum lugar... - Eugeo disse pensativo ao ver a armadura da cavaleira. Pelo longo cabelo loiro e as curvas finas e delicadas, se tratava de uma jovem mulher. Provavelmente da mesma idade que eles.
- Você a conhece? - Kirito perguntou, e ao moreno notar a loira virando o rosto em direção a eles, Eugeo rapidamente se surpreendeu com os olhos arregalados.
- Alice? - Não, seus olhos não conseguiram se enganar. Aquela beldade divina em sua frente, aqueles olhos, aqueles cabelos, as feições delicadas e femininas que ela tinha. O coração do loiro até falhou uma batida, só de ver a sua amada depois de anos bem na sua frente.
- O quê?! - Kirito ficou surpreso pelo fato de que a amiga de Eugeo estava na frente dele.
- Alice... Alice, é você mesma? - O loiro se aproximava aos poucos dela, cautelosamente para que sua mente não estivesse lhe causando nenhuma peça ao ver a bela loira na sua frente. Um sorriso se estendia pelo seu rosto enquanto chegava mais perto. Quando ele ia se aproximar mais, estendendo seu braço, rapidamente levou um golpe de bainha da espada da loira sendo jogado no chão como um boneco de pano, sem dó e nem pena.
- Eugeo! - Kirito foi até ele, que ainda se recuperava do golpe. - Por quê fez isso?!
- Cala a sua boca. E é melhor tomarem bastante cuidado com o que dizem e fazem a partir daqui. Eu estou autorizada a reduzir a vida de vocês dois em 70%, se for preciso. - A voz robótica e sem emoções da loira falava a eles dois, e agora se referindo a Eugeo com uma certa imponência. - E da proxima vez que você me tocar sem permissão, não vai ser só mais um golpe. Eu vou cortar a sua mão.
- Alice... - O loiro olhava para ela, aterrorizado. Essa não era a Alice que ele conhecia. O que foi que aconteceu com ela?
- Então essa Cavaleira da Integridade é a Alice que você veio procurar? Parece até que ela não te reconheceu. - Kirito questionou ao loiro, que acentiu um pouco nervoso devido a imponência de Alice.
- Eu sei que é ela. - O loiro respondeu com convicção em seu coração. - Mas ela parece... Diferente.
- Então vamos fazer o que ela diz. - O Espadachim Negro explicou a ele. - Se a gente entrar como criminosos na Catedral Central, vamos entender melhor a situação do que vai acontecer.
- Meu nome é Alice. Eu sou a Cavaleira da Integridade Alice Synthesis Trinta, e sou a cavaleira responsável por cuidar de Centória. Discípulos de Elite Eugeo e Kirito. Por violarem o Índice de Tabu, eu vou prender vocês, interrogá-los e depois disso, serão executados conforme a gravidade de seus atos. - Ela os fitou com um olhar frio, quase robótico como uma máquina.
- O quê?
Kirito e Eugeo foram levados sob custódia de Alice, agora vista como uma Cavaleira da Integridade. Pelo visto, a garota que Eugeo tanto procurava parecia uma outra pessoa. Estava tão fria e cruel, como uma mulher que jamais teve amizade com ninguém. Só que mesmo com a insistência das Pajens Ronye Arabel e Tiese Sctolienen, Alice acabou dando um tempo para elas se despedirem dos seus mestres e depois os levou para a Igreja.
Após dois dias presos na Catedral Central, os dois foram levados até o escritório da loira para serem avisados de seu proximo passo.
- O que você disse?
- Quantas vezes eu precisarei repetir? - A voz feminina da cavaleira dizia de maneira brusca a ele. - Discípulo de Elite Eugeo, a sua execução será ao anoitecer desta noite. E amanhã será a sua, Discípulo de Elite Kirito.
- M-mas aquilo foi necessário, Alice! O Eugeo precisava proteger a pajem dele! - Kirito tentava apelar a favor de seu amigo, mas pelo olhar inexpressivo da loira de armadura dourada, falar e relatar os fatos não resolveria nada.
- Pra mim, isso não importa. O que está feito está feito, Discípulo de Elite Kirito. São as leis da Igreja e da Pontífice. - Alice falou, mecanicamente como se não houvesse nenhuma emoção. - Eugeo, a sua execução será hoje ao anoitecer. Se pretende dizer algo antes de tudo acabar, seja breve até lá.
Eugeo estava ali, sentado do lado de Kirito e estava pensando em como a garota que ele tanto admirava se tornou esse ser humano tão insensível e cruel? É verdade que ele cometeu um tabu? Sim, mas ele não deixaria a Ronye e Tiese serem estupradas por dois discípulos nobres da academia. Mas aos olhos de Alice e dos superiores a ela, ele não passava de um assassino que matou duas pessoas que não mereciam viver, a sangue frio. A velha Alice jamais aceitaria algo que prejudicaria um amigo, mesmo tendo feito algo errado pelos motivos corretos.
- Alice... Quem é você? Você não se lembra mais de mim? Sou eu, Eugeo. O garoto que sempre te ajudava com as tortas, que andava com você pelo lago, que sempre ficava ao seu lado... Porquê você não se lembra de mim?
- Eu nunca conheci você na vida, Discípulo de Elite Eugeo. - A loira falou, rispidamente. - E se eu conhecesse você, jamais teria amizade contigo. Assassino.
Essa última frase rachou completamente o coração do loiro. Kirito olhava para ela, que realmente não demonstrava nenhuma emoção. Se ela era realmente a garota por quem Eugeo se apaixonou, então ela já havia morrido há muito tempo.
- A-Alice, não precisava falar isso! - Kirito se exaltou. - Não se lembra? Ele é o seu...
- É Cavaleira Alice para você, Discípulo de Elite Kirito. Não se esqueça de que ainda estamos com o protocolo militar ativo por aqui. - Ela o interrompeu bruscamente, dando um olhar bem frio e desconfortável para o Espadachim Negro enquanto pegava uma papelada de pergaminho e uma pena com tinta para começar a escrever algo. Ela terminou e entregou o documento para Eugeo. - Aqui está o seu formulário de morte, ex-Discípulo Eugeo. A última vez que nós nos veremos novamente será na sua execução. - A loira se levantou e saiu em passos largos indo rapidamente para fora do escritório. Mas antes de sair, ela parou. - Ah, e só para deixar bem claro. Os guardas estão aguardando vocês para levá-los de volta a cela. Se tentarem sair desse andar ou fizerem alguma gracinha, morrem. - Ela saiu com o semblante frio, deixando os dois aprendizes sozinhos. Eugeo estava começando a marejar seus olhos, enquanto Kirito tocava seu ombro.
- Quem é essa Alice? O que aconteceu com ela? - O loiro ficava cada vez mais cabisbaixo só de pensar nisso.
- Eugeo, vai ficar tudo bem. A gente não vai desistir assim tão fácil. - Kirito disse, determinado. - A gente vai fugir da torre.
- Não, Kirito. Não precisa fazer isso. É culpa minha, e é o meu dever concertar isso. - O loiro sorriu para Kirito, abraçando ele que ainda estava de olhos arregalados, o soltou e saiu do escritório calmamente deixando o moreno tristonho e boquiaberto.
- Eugeo...
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Ao anoitecer na Torre da Igreja de Axioma, diversos cavaleiros e aprendizes estavam sentados aguardando o desfecho da execução de Eugeo. O loiro estava sendo escoltado por oito cavaleiros rasos, com correntes em suas mãos e pés. Ele transmitia apenas um olhar triste, e de coração partido. Parecia até que toda luz havia se extinguido dos seus olhos.
- Alice...
Kirito olhava seu parceiro bem ali, escoltado para a sua morte e vendo que ele não podia fazer nada a respeito. Em todos os seus casos, viagens a outros mundos virtuais e fazendo amigos lá, como ele não podia salvar Eugeo disso? Mesmo que todos eles não saibam que são realidades virtuais, porquê não poderiam ver a razão? Seria o porquê deles não verem a realidade sobre os Índices de Tabu?
- Isso não é certo também, Kirito. - Uma voz ao lado dele falava, também com um semblante tristonho.
- Liena-senpai... Você também veio. - O rapaz dos cabelos pretos sorriu fraco ao ver sua ex-mestra. Sortiliena Serlut foi uma das campeãs de Discípulas de Elite que conseguiu uma vaga para o maior torneio que o Império Humano tinha, conhecido como o Torneio das Quatro Unidades. Em Centória, os quatro impérios conectados faziam esse torneio sempre que haviam guerreiros fortes entre os Discípulos de Elite, membros de guarda ou lutadores de qualquer lugar para duelar em uma luta de espadas livre de restrições aonde podiam matar se necessário, para se tornarem membros da poderosa e lendária ordem militar que havia há centenas de anos em Underworld. A Ordem dos Cavaleiros da Integridade, que haviam a finalidade de monitorar Underworld, vigiar o Território e manter a paz e a ordem no Império Humano, além de servirem a Pontífice.
Os Cavaleiros da Integridade eram seres modificados genética e místicamente, com um treinamento completamente avançado e eram produzidos através da escolha dos deuses. E nessas centenas de anos no Império Humano haviam poucos guerreiros capazes de chegarem ao nível de um Cavaleiro da Integridade. Por isso a escolha era bem pouca, e só o melhor do melhor seria membro da Ordem.
O que não aconteceu para Sortiliena, que perdeu a luta final contra o atual a Cavaleiro da Integridade Eldrie Synthesis Trinta e Um. Agora como membra da guarda especial do império de Norlangarth, ela estava ali responsável por garantir a segurança de seus superiores ali na execução.
- Sim. - Sortiliena acentiu com a cabeça. - Apesar de eu sendo contra isso tudo, não há nada que eu possa fazer. Mesmo não tendo ganhado o Torneio das Quatro Unidades, ainda é a minha função era proteger a Rainha Quinella e o povo de Underworld. Mesmo tendo que obedecer qualquer regra que me dêem. Mas se o meu Propósito deixasse, eu com certeza iria fazer algo contra tudo isso.
- Eu entendo, senpai. - Kirito concordou com a morena. Ele olhou para a mochila que estava segurando e se levantou, saindo dali rapidamente. - E o meu Propósito vai libertar o Eugeo e trazer a Alice de volta.
Os soldados rasos haviam terminado de colocar Eugeo para fora da locomoção dele, e o prenderam em uma corda amarrada em seu pescoço.
- Caro Eugeo, ex-Discipulo de Elite da Academia de Espadachins. Você deve estar ciente de que ultrapassou um nível de Tabu do qual não poderia passar, não é? - Um padre providenciado pelos membros da Igreja perguntou ao loiro.
- Sim... - Eugeo respondeu fracamente, mas em um tom que todos pudessem ouvir. - Sim, eu estou ciente disso.
- E com qual objetivo você fez isso? Qual foi o seu motivo, meu jovem?
- O meu motivo... O meu motivo? - O loiro se perguntou apesar de saber muito bem do quê e como responder. - Desde que eu era criança, eu desejava proteger a minha amiga e faria tudo por ela. Mas quando eu vi um Cavaleiro da Integridade enviado pela Igreja de Axioma levando a minha amiga, não pude fazer nada. Mas quando conheci o Kirito, a minha promessa se reergueu. E jurei que me tornaria um Cavaleiro da Integridade pra trazer a Alice de volta. Eu matei aqueles homens, porquê não havia nada neles além de malícia e falta de escrúpulos ao quererem maltratar a minha Pajem! - Ele começou a levantar seu tom aos poucos. - E se vocês não entendem o que é compaixão ou o porquê de todas essas leis e o Tabu, então não sabem o que é ser humano!
- Controle esse seu tom!
- Matem ele logo!
- Esse plebeu não tem nenhum modo!
- Decapitem esse herege de uma vez!
Haviam diversas vozes negativas por todo o local. Apenas essas vozes chegaram perto de pelo menos uns dois ou quatro Cavaleiros da Integridade, ao contrário das centenas de soldados rasos, e lordes que eram muito ignorantes com eles.
- Esse garoto é valente demais. - Um certo cavaleiro de cabelos azuis-cinzentos sorriu impressionado.
- Ele não passa de uma criança, Bercouli. - A mulher ao seu lado falou rispidamente. - E quando se trata da lei, é lei e ponto final.
- Ah, não seja tão má assim, Fanatio. Aquele garoto treinou tanto só pra chegar aqui e poder se tornar um de nós. - O mais velho sorriu. - Talvez ele seja melhor do que qualquer um que esteja aqui.
- Pois eu discordo. - A mulher dos cabelos roxos respondeu de forma rude.
- Pois bem então, ex-Discípulo de Elite Eugeo. Suas palavras que você nos transmitiu foi algo bem inspirador. Espero que quando chegar lá em cima com as Deusas Stacia, Solus, Lunaria e Terraria, que elas lhe transmitam a mesma cordialidade que lhe daremos agora. MATEM ELE!!!
Quando a lâmina descia vagarosamente em câmera lenta, toda a vida de Eugeo se passava num piscar de olhos.
- Então é isso... Eu sou tão fraco. Pensei que pelo menos se eu fosse me tornar um Cavaleiro da Integridade, poderia salvar a Alice daqueles que tiraram ela da gente. Mas agora...
Faltavam dezenas de centímetros até que o aço frio daquela lâmina chegasse ao pescoço do loiro. Quando tudo que ele esperava era a morte tranquila que ele aguardava, uma lâmina negra havia destruído a guilhotina de forma completamente calma e brutal ao mesmo tempo.
- Enquanto eu continuar respirando... Enquanto eu não achar a saída desse mundo, eu não vou desistir de te ajudar, Eugeo.
O loiro olhou para cima dele, e não conseguia ver nada mais do que um sorriso tranquilo e calmo de Kirito. Ele viu uma pequena luz azul em sua mão e lá estava sua Espada da Rosa Azul, nas mãos do Espadachim Negro. Após alguns segundos, o loiro encontrou força em seu interior e pegou a lâmina.
Lá em cima nos acentos, todos no local olhavam perplexos com exceção do Cavaleiro Comandante que continuava com seu ar sorridente.
- Uau, não é mesmo que eles iam aprontar alguma coisa? - Bercouli sorria com um ar de surpresa.
- Para de falar besteira e vê se levanta logo, seu idiota preguiçoso! - Fanatio esbravejou enquanto colocava o seu elmo na cabeça, se preparando pra matar o outro discípulo. - Eles vão fugir!
- Não precisa agredir também, Fana. - O mais velho falou com um tom humorado de tristeza. - E eu aínda tô cansado da minha viagem montado no dragão.
Do outro lado da escadaria dos acentos, uma outra dupla de Cavaleiros da Integridade olhava para o ocorrido, estupefatos pelo ato inesperado do jovem de cabelos pretos.
- Eldrie, vamos lá. - Alice chamou seu aprendiz, descendo a escadaria.
- Tá bem, Alice-sama. - Eldrie acentiu e seguiu a loira, que estava atrás dos fugitivos. - Bem que a Eydis podia estar aqui ajudando, aquela pervertida relaxada.
Lá em baixo, Kirito notou alguns soldados rasos vindo em sua direção e começou a lutar com eles, desarmando alguns deles com alguns golpes e tentando fugir ao mesmo tempo.
Eugeo notou que um deles estava vindo por trás de Kirito, mas rapidamente usou o poder da Rosa Azul para congelar rapidamente o soldado pelas pernas, com as suas raízes de gelo.
- Essa foi por pouco. Valeu, Eugeo. - Kirito agradeceu.
- Isso não foi nada. - Ele sorriu um pouco tímido, mas voltando a olhar sério para os lados. - Mas ainda assim, eles não param de vir.
- Vamos sair do prédio. Se a gente continuar aqui, os Cavaleiros da Integridade vão chegar e matar logo a gente. - O moreno notou o Comandante Bercouli e a Vice-Comandante Fanatio descendo, com a mulher discutindo na cara dele e o azulado só rindo de tudo que ela falava. - Isso é, se é que ela não vai matar ele primeiro.
- Acho que eles não se dão muito bem... - Eugeo riu nervoso, com uma gota de suor na testa.
A dupla espadachim começou a correr fora da sacada e saíram dos jardins suspensos, adentrando novamente o prédio.
- Cadê o elevador? - Eugeo olhava ao redor do largo andar, no intuito de procurar uma saída daquela torre.
- A gente não pode ir pelo elevador, ou então a guarda da Igreja vai pegar a gente. Já deve tá tudo cercado lá em baixo. - O Espadachim Negro explicou, lembrando-se do protocolo de fuga da Igreja. - E as escadas já devem estar lotadas de guardas da torre da igreja.
- Vamos pra aquele jardim! - Eugeo apontou para um jardim de rosas. - Ele liga a uma passagem pra algum lugar da torre. Talvez lá possa ser a saída.
Kirito e Eugeo foram para o jardim, mas acabaram se separando com o Cavaleiro da Integridade Eldrie.
- Olha só, não esperava que fossem vir até aqui. - O rapaz de cabelos roxo-prateados falava de forma orgulhosa.
- Isso não é nada bom.
Após um breve combate, o loiro acabou se recordando da verdadeira identidade do cavaleiro na sua frente, o que facilitou a luta contra ele. Mas por algum motivo, um tipo de prisma estava saíndo pela testa dele fazendo com que a luta fosse interrompida.
- Corre, Eugeo! Aproveita que ele tá parado e vamos! - Kirito puxou o loiro e saíram correndo pela outra saída do jardim e adentrando um longo corredor. Os dois começaram a correr.
- Esse corredor não acaba. - Eugeo falou, um pouco ofegante. - Kirito. Depois disso, o que a gente vai fazer? Até acharmos a Alice, esse lugar é muito grande.
- Quando a gente encontrar algum lugar seguro na torre, vamos esperar a poeira baixar. E daí a gente planeja.
- Vocês dois podem vir comigo. - O loiro e o asiático se surpreenderam ao ver uma voz infantil ao lado deles. Instintivamente, Eugeo estendeu a Rosa Azul para o pescoço da garotinha. Ela vestia uma túnica roxa de estilo antigo, boina de estudante, óculos pequenos de leitura, um cajado com um punhado de anéis em mãos, e um olhar sonolento e quase tristonho. Pela aparência se tratava de uma garotinha de aproximadamente dez anos de idade.
- Quem... Quem é você?
- Podem me chamar de Cardinal. - A garotinha respondeu, enquanto olhava para um Cavaleiro da Integridade armado com arco e flecha. - Que coisa. Me fizeram sair logo quando eu ia ler o meu livro favorito.
- É o Cavaleiro da Integridade Deulsobert! - Eugeo se lembrou da identidade do cavaleiro.
- Vocês três, parados aí! - Deusolbert os chamou começando a correr atrás dos três com seu arco em mãos, pronto para atirar neles.
- Vamos logo! - Ela criou um portal com o seu cajado e atravessou para o outro lado. - Venham logo pra cá antes que ele nos pegue!
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Após a luta contra a Pontífice...
- Até mais, garoto idiota. - A mulher dos longos cabelos roxo-prateados sorria maléfica, enquanto terminava de digitar no console usando os seus cabelos e uma luz a cercou, fazendo-a flutuar. - A proxima vez que nos encontramos de novo... Vai ser no seu mundo.
- Quinella... Espera!!
- Vossa Eminência, não vá sem mim! Me leve junto com a senhora! - O corpo semi-morto de Chudelkin chamava pela sua alteza. A aura dele se tornou em um fogo que começou a cercar a mulher.
- Não! NÃO! ME SOLTA, SEU PORCO NOJENTO! - Quinella começou a sentir o calor do fogo circulando toda a pele dela.
- Finalmente eu poderei ser um só com a Vossa Eminência!
- Mas o quê que... - Kirito notou que com a intromissão de Chudelkin, o escape de Quinella para o mundo real estava sendo abordado. Em pouco tempo, as chamas se alastraram com uma explosão por todo o teto do 100º Andar. O espadachim dos cabelos negros suspirou exausto. - Acabou.
Ele se virou para onde estava Eugeo. O gelo da Rosa Vermelha quebrou e deixou de estancar o sangramento, e o loiro ainda estava com um pouco de vida que estava diminuindo a cada segundo. Kirito foi primeiramente até Alice que estava desmaiada, pegou a loira em seus braços e a levou até Eugeo para ficar ao lado dele.
- Eugeo... - Kirito começou a lacrimejar e usou seu braço esquerdo para usar uma Arte Sagrada, a fim de tentar salvar seu amigo. - Que droga, por quê não tá funcionando?! Volta, Eugeo! A Alice tá aqui! A gente tá aqui!
- Kirito... Fique calmo. - O loiro abriu seus olhos, e com o pouco das suas forças se esvaindo segurou o braço esquerdo. - Tá tudo bem desse jeito.
- Como assim "tudo bem", seu idiota?! Eu não vou te deixar morrer! - O moreno esbravejou.
- Se eu não estivesse assim desse jeito, a gente não teria lutado tanto pelas duas Alices. - Ele levou seu olhar para a loira, acariciando as suas madeixas douradas. - Não queria que isso acontecesse. Com certeza eu queria ter a oportunidade de poder lutar ao seu lado, viver juntos como antes lá em casa.
- Então seja forte! Você tem que ser forte pra continuar lutando por ela. Você... Você é mais forte que eu! Você é a pessoa mais poderosa que eu já conheci, Eugeo. - As lágrimas de Kirito caíam no rosto do loiro. - Em nome das duas Alices, lute contra mim. A gente ainda não teve uma luta total.
- A minha espada está quebrada. E além disso, eu fui fraco. Acabei vendendo a minha alma para o diabo só pra me tornar um Cavaleiro da Integridade. E por causa do meu egoísmo, eu me tornei ainda mais poderoso e acabei virando a minha espada contra a Alice e você. Eu tenho que pagar por esse pecado. - Eugeo levou o prisma cristalizado em suas mãos e levou uma memória do passado dos três para Kirito e para uma Alice ainda desmaiada. Mesmo que Alice não soubesse do seu passado e Eugeo não pudesse mais ajudá-la com a faca, o loiro poderia confortá-la com esse pequeno presente. Talvez ela poderia recuperar um pouco do que perdeu no passado. Quando Kirito voltou das memórias da infância do trio, Eugeo sorriu tranquilo. - A gente ia dar um nome pra sua espada juntos. Então eu acho que eu tive uma ideia... Ela é preta como o Elemento Umbra e sempre ficou mais forte de noite. Que tal... A Espada do Céu Noturno?
- A Espada do Céu Noturno... - O Espadachim Negro sorriu choroso com o nome que Eugeo escolheu. - É um nome perfeito pra ela. Obrigado, Eugeo. Obrigado por tudo.
- Stay cool... Kiri... to.
O pulso do loiro finalmente acabou sumindo aos poucos, e a mão que segurava o rosto de Alice finalmente acabou caindo chão, perdendo a sua vitalidade. Os olhos sem vida de Eugeo acabaram deixando Kirito com sua esperança toda esvaziada. Depois de continuar chorando por algum tempo, Kirito fechou os olhos de Eugeo, se levantou e acabou notando que o corpo de Alice acabou levando a sua mão quente e confortável ao rosto do loiro.
- Eugeo... - A voz de Alice tocou o coração do moreno. O que aconteceria quando ela acordasse e visse que o seu amigo de infância todo dilacerado e morto na frente dela, mesmo sem as lembranças dele? Eugeo pode não ter conseguido fazer ela se lembrar, mas deu algo importante a ela. A esperança de levá-la para conhecer a família dela em Rulid.
- Isso não vai ficar assim... - O moreno olhou para o mesmo console aonde Quinella tentou usar para fugir e começou a andar em passos duros. - Não vai ser como aquela vez. O que aconteceu com a Asuna e com a Yuuki... Dessa vez eu vou salvar você, Eugeo. E você vai levar a Alice Synthesis Trinta de volta pra Rulid. Você vai levá-la até a Selka e a família dela. Ainda dá tempo... Vocês dois vão voltar juntos, eu prometo.
Após começar a digitar no console que por algum motivo lembrava um computador, Kirito começou a digitar por algum menu. Até que ele encontrou alguma coisa peculiar.
- “Isso definirá a taxa de operação de FluctLight como 1.0. Aceitar? °Sim° - °Não°.” Claro que sim! - Kirito leu o que estava escrito na tela e apertou o botão. Com algum pulso em seu cérebro, Kirito sentiu que algo aconteceu. Era uma chamada do mundo real.
- KIKOUKA! VOCÊ TÁ ME OUVINDO, SEU DESGRAÇADO?! ME TIRA DESSA PORRA AGORA! KIKOUKA!!!
- Já certificou que a vida de Eugeo esteja preservada?!
- Já, a Espada da Rosa Azul e a Espada da Rosa Vermelha já estão programadas pra trazer o FluctLight dele de novo! Daqui a pouco ele vai acordar!
- Ótimo!
- Eugeo... - Kirito sentiu uma pontada de felicidade. Não sabia do que estava acontecendo, mas soube de algo sobre o Eugeo. Algo que possa trazer ele de volta a vida.
- Tenente-coronel Kikouka, a porta foi derrubada! - Kirito começou a ouvir outras vozes. - Não podemos mais segurar por muito tempo.
- Mas o quê que...
- Higa, já trancou tudo? - Kirito ouviu a voz de Kikouka dessa vez. Por algum motivo, o Espadachim sentiu que ele parecia estar com pressa.
- Faltam mais 70 segundos e... - Agora Kirito ouviu a voz de Higa do outro lado. - Puta merda! Chefe Kikouka, a gente tá recebendo uma ligação lá de Underworld! É... É ele, o Kirigaya!
- O quê?! Kirito-kun, é você?! Você tá bem?! - A voz de Kikouha apareceu finalmente no console.
- Quê bem o quê, caralho?! - Rapidamente a voz do mais velho saiu do áudio. - Kikouka?! Cadê você?! Não adianta me dar gelo agora depois de dois anos, seu merda! Você tem ideia... Você tem ideia do que fez comigo?! Me prendeu na porra desse mundo por dois anos!
O Espadachim estava ouvindo tiros do outro lado, e estava tentando entender o que tá acontecendo.
Após finalmente descobrir pela boca da Cardinal e da Quinella sobre a futura Guerra de Underworld envolvendo as raças e territórios, o Território Negro já estava vindo e era só apenas uma questão de tempo para que chegassem no Território Humano.
Kirito e Eugeo finalmente alcançaram Alice, convenceram ela a lutar ao lado deles e com um sacrifício muito grande, eles conseguiram derrotar a Quinella. Após colocar o as mãos no console, Kirito já mostrou com sua raiva e luto, que já não havia mais tempo para os segredos e joguinhos de Kikouka.
- Kirito, pode brigar comigo o quanto quiser depois, mas agora me escuta! - O homem de óculos tentou parar a discussão.
- O quê?! O que tá acontecendo aí? Cadê o Higa-san?! - Kirito perguntou, com seu tom de raiva.
- Eu tô aqui, Kirigaya! - Higa respondeu do outro lado.
- Desculpa, Kirito. Mas a gente não tem tempo pra isso! - Kikouka os interrompeu. - Encontre uma garota chamada Alice Schuberg e um rapaz chamado Eugeo Vecta e então...
- “Vecta? O sobrenome do Eugeo é esse? É o nome do tal daquele deus que comanda o Território Negro.” - O moreno pensou, mesmo com tudo aquilo que acontecia tão rápido na cabeça dele. - Eu não preciso mais procurar! Eu tô com eles aqui, mas o Eugeo... - Ele olhou para a Alice que estava desmaiada segurando a Espada da Rosa Azul em seus braços, que por algum motivo começara a brilhar fracamente com um imenso tom azulado em direção ao corpo mutilado ao meio do loiro. O sangue misturado com uma pequena partícula de gelo remanescente do poder da Rosa Vermelha tornava-se azul aos poucos, continuando a brilhar. - Eugeo? Ele está...
- Kirito, quando essa ligação acabar, a taxa de FLA vai voltar a 1000. Você deve pegar a Alice e o Eugeo e vão logo para o Altar do Fim do Mundo!
- Como assim, pra quê eu tenho que levar eles?!
- Escuta, Kirito! Saiam pelo Portão Leste ao sul. O Altar fica ao hemisfério sul de Underworld, então vocês tem menos de um ano até... - A voz de Kikouka parou de falar, quando Higa começou a dizer.
- Chefe, ferrou. Eles tão invadindo a rede elétrica! Se eles cortarem o cabo geral, vamos ter um curto-circuito! O Lightclube Cluster está protegido, mas... O curto vai afetar o STL do Kirigaya. O FluctLight dele vai queimar!
- Droga! Ok, escuta só! Eu vou trancar as escotilhas e dar cobertura pra você. Leva a doutora Rinko e a Asuna-kun e vão para os andares superior, que eu já vou até vocês! Proteja o Kirito e certifique-se de que a câmara aonde os corpos da Alice e do Eugeo estão fique lacrada! - A única coisa que Kirito quis ouvir agora depois de tanto tempo estava bem ali.
- Asuna... - O moreno começou a se preocupar com a namorada. - Ela também tá aqui na Rath? Por quê?! O que tá acontecendo lá fora?! Asu...
Antes que Kikouka pudesse continuar falando com Kirito, uma extrema carga elétrica de raios caiu no céu de Underworld descendo e atravessando intangivelmente a torre da Igreja, percorrendo pelo cérebro do espadachim. Foi como se uma potente força de pressão da água tivesse esmagado sua mente. A pressão o fez cair no meio do chão, que ainda convulsionava e fazia sua boca espumar devido a baba da saliva.
A única coisa que o espadachim pode ver era a imagem de uma bela ruiva aparecendo na frente dele.
- Kirito-kun!!!
- Asuna...
- Controle de Comando Primário: Retransferir Durabilidade Humana. Release Recollection: Primeira Pétala - Florescência das Rosas Azuis. Pétala Final - Geada Florescente das Rosas Vermelhas. ID NND7-6361 Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Dispersar.
A Espada da Rosa Azul antes quebrada, agora se reconstruia com magia e continuava a brilhar fortemente, iluminando o andar inteiro. Após o brilho da lâmina azulada colar novamente o corpo e o FluctLight recém-deletado de Eugeo brilhar como novo, o loiro misteriosamente recuperou seu corpo e a sua vida. Após recuperar um pouco de ar, rapidamente tossiu com uma dor forte em sua garganta como se tivesse engolido vários cacos de vidro.
Ele havia ouvido algo sobre o Altar do Fim do Mundo e o Portão Leste, mas não entendeu direito do que se tratava. Ao abrir seus olhos, ele olhou para a bela decoração no teto aonde estavam as memórias perdidas dos Cavaleiros da Integridade. Sem perceber, ele estava sendo abraçado pelo corpo desmaiado de Alice. Quando olhou para o rosto sereno dela, ele percebeu que já havia acabado a sua missão de tentar salvar ela, e ele conseguiu. A Alice da qual Eugeo tanto lutou para salvar, conseguiu cumprir com o seu objetivo.
- Alice... - Ele se sentou e apoiou a sua perna para que ela pudesse usar como travesseiro para dar-lhe conforto. - Você tá bem?
Com o seu olho direito ainda enfaixado, ela abriu o esquerdo aos poucos. Apesar da exaustão de ter enfrentado o Golem de Espadas criado pela Alta Sacerdotisa Quinella, ela rapidamente se surpreendeu pelo fato inexplicável que rodeava em sua cabeça.
Eugeo estava vivo... Eugeo estava vivo! E ela estava bem em seus braços! Em uma rápida reação, ela deu um tapa no rosto do loiro, deixando-o tombar para trás e infelizmente puxar ela por acidente.
- M-Me desculpa, não foi a minha intenção! - Ele falou, tentando consertar os seus gestos enquanto massageava o seu rosto dolorido pelo tapa. - Só queria saber se você tá bem e por isso eu...
- Seu pervertido... - Ela corou, enquanto deixava cair algumas lágrimas no rosto dele. - Você está vivo! Como?! - As madeixas loiras dela roçavam na pele de Eugeo, como se faíscas percorressem cada veia de seu corpo. - Por quê você fez aquilo?! Porquê você morreu pra nos salvar, seu burro?!
- Porquê... Eu fiz uma promessa que nunca mais a deixaria. Eu era fraco quando te levaram do vilarejo. Mas agora... Eu tô aqui. Agora eu sou Eugeo, Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Apesar de eu ser um traidor, ainda faço parte da Igreja. - Ele respondeu a ela, de forma gentil enquanto limpava as lágrimas dela.
- Idiota. Para de falar, ou pode abrir ainda mais as suas feridas. - Ela o lembrou de seus machucados, tocando na região do abdômen do loiro fazendo-o urrar de dor.
- Ái... Isso doeu. - Eugeo sentiu a dor do seu corpo recém dilacerado. - Aínda tá sangrando.
- Então não se mexa muito. - A loira levou sua mão até o abdómen cortado dele e começou a focar poder mágico para o ferimento fatal de Eugeo. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. - O poder de cura dela tocou o ferimento de Eugeo, fazendo-o se curar. Mas como era uma ferida profunda e Alice usou quase todos os seus poderes contra a Alta Sacerdotisa, ela não poderia fazer muito por ele agora. - Só uma Arte Sagrada como essa não vai ser o bastante para tratar esse ferimento e eu tô muito cansada, além de quê também está de noite e o sol de Solus não vai nascer tão cedo. A gente vai precisar de um médico. Deixa eu te levar para a enfermaria da torre.
- Sinto muito por te dar tanto trabalho. - O loiro se sentiu um pouco incomodado por ter que faze-la ajudá-lo.
- Não sinta por isso, idiota. - Ela começou a enfaixá-lo com um pedaço de tecido rasgado do seu vestido. - Como foi que você voltou a vida? Você tinha morrido, a Administradora te cortou ao meio.
- Eu não sei o que aconteceu. Eu já tinha me despedido do Kirito, mas só que...
Quando o loiro ia continuar a falar, ele notou um borrão preto em suas lágrimas. A dupla da Integridade olhou para frente do painel e estava o Espadachim Negro com um semblante completamente imóvel e sem emoções.
- Kirito!! - A dupla falou em uníssono, levantando. Como Eugeo ainda não estava em condições de se mover sozinho, Alice o ajudou a levá-lo até o moreno. - O que houve com ele? Por quê ele não tá se mexendo?
- Espera ai... ele tá respirando, mas não está mostrando nenhuma feição. - Alice olhou para o seu rosto e seus olhos. - Acho que a alma dele... Está imóvel.
- Kirito... - O loiro sentiu uma grande exaustão em seu corpo, que quase estava tombando no chão.
- Eugeo! - Alice pegou o corpo do loiro, que praticamente estava desmaiado devido ao fato de ter passado praticamente dois ou três dias inteiros tentando subir nessa torre. - Ei, Eugeo! Eugeo!
- É melhor deixá-lo descansar, carneirinha. Parece que ele ralou muito para chegar até aqui em cima. - Rapidamente, Alice se recordou dessa voz rouca bem familiar.
- Tio Bercouli! - Ela olhou para ele, que estava sendo segurado pela Fanatio, que já estava irritada em ter que levar ele. - Senhora Fanatio.
- Pelo amor de Stacia... O que foi que aconteceu aqui? - Fanatio perguntou, enquanto olhava para uma imensa estátua ou algo semelhante com dezenas de lâminas parecidas como um corpo mecânico completamente destruída com lâminas e espadas por toda parte. A Vice-Comandante olhou para Kirito que estava imóvel no chão, sem contar com Eugeo nos braços da loira. A mulher dos cabelos roxos abriu sua Janela Stacia com o sinal do "S" com o dedo indicador e médio, e vendo que ainda havia vida em Eugeo e Kirito. - E por quê esses dois ainda não estão mortos, Alice?
A respiração de Alice falhou um pouco no começo, mas ela recuperou rapidamente sua compostura.
- Eles... Eles dois abriram os meus olhos e me mostraram algo terrível. A Administradora era uma tirana cruel que secretamente usou toda a Ordem dos Cavaleiros da Integridade como peões há centenas de anos e iriam usá-los como um experimento dela para dizimar o Território Negro. - Alice explicou com a melhor calma que poderia dizer, de uma forma que pelo menos os dois superiores pudessem compreender. - A Administradora e o Ancião Mestre Chudelkin planejaram isso por anos, e eles dois descobriram esse segredo.
- Então era verdade... - Bercouli disse pensativo.
- Como assim "verdade"? Você sabe do que ela tá falando? - A mulher dos cabelos roxos perguntou, irritada para o homem das mechas cinza-azuladas. - Bercouli!
- Eu não tinha certeza do que a nossa Administradora tava escondendo, mas acho que lá no fundo eu sabia que havia algo errado. - Ele respondeu a ela, enquanto sua parceira o deixava sentado no chão e indo até a direção de Alice.
- Senhora Fanatio, o que está fazendo? - Alice perguntou, confusa com o que a sua Vice-Comandante estava para fazer. Ela olhou para Eugeo e começou a desembainhar sua lâmina prateada da Espada Perfuradora dos Céus.
- Não é óbvio? Estou dando um fim para essas pragas que acabaram sujando a honra da nossa Ordem. - Ela ia perfurar a pele de Eugeo e antes que Alice pudesse pegar sua Espada da Oliva Perfumada para bloquear o golpe da arroxeada, Bercouli parou sua parceira apenas segurando os ombros dela. - Bercouli, me solta. Está me atrapalhando.
- Não estou te atrapalhando, Fana. Só estou tentando salvar a honra da nossa Ordem evitando que você mate esse garoto. Mesmo que não faça parte do Índice de Tabu, as regras da Igreja de Axioma citam que ele deve pelo menos estar em bons estados para que seja justo em confrontá-lo. - Bercouli falou em uma voz relaxada e fria ao mesmo tempo, deixando Fanatio irritada e suspirando em derrota. Apesar do que ela ia fazer, Bercouli tinha razão. Não havia honra alguma em matar um inimigo indefeso. - E pelo que o Deusolbert e o resto do pessoal lá em baixo falou, ele e o outro de roupa preta te salvaram. Então é justo você dar essa chance a eles.
Após ele dizer o resto da frase, a arroxeada fechou seus olhos e se recordou do momento em que Kirito havia usado aquela faca misteriosa para salvar ela livrando-a do seu passado sem memórias. Apesar deles terem guardado aquelas lâminas para Alice, Kirito e Eugeo pensaram também no bem maior de uma pessoa que havia perdido sua família. Como Eugeo não havia parentes de sangue, ele havia feito algo que ninguém teria feito. Ajudou Kirito a recuperar as memórias do FluctLight dela e deixar a Cardinal curá-la.
- Está bem. Mas só que eu quero saber aonde a Administradora está. - Os dois superiores olhavam para a garota. - Quando esses garotos acordarem, eu vou querer saber de toda essa história a limpo.
- Ela... Ela está morta. O ex-Discipulo de Elite Kirito e o Cavaleiro da Integridade Eugeo derrotaram ela. - Eles arregalaram os olhos com o que Alice citou sobre o loiro. - Eu não entendi muito bem sobre isso, mas eles dois tiveram um bom motivo para trair a igreja.
- Ele... A Administradora fez ele se tornar um de nós? - Bercouli olhou para Eugeo, que apesar de estar inconsciente, estava com alguns ferimentos iriam cicatrizar com o tempo. O mais velho ainda estava surpreso pois ele havia sido derrotado pelo mesmo, e sentia que o loiro escondia algo a mais. - Esse garoto... Mas como ele tem tanto poder assim?
- Uma coisa é certa. O que a gente vai fazer, Bercouli? - Fanatio perguntou ao azulado. - Com esse garoto apagado, precisamos descobrir o que fazer com a Ordem.
- O que a gente vai fazer, né Fana? - O homem de cabelos azuis levou sua mão até o queixo e fechou os olhos pensativo, falando com um tom sério e manhoso. Após algum tempo ele semicerrou seus olhos, levou o seu olhar para Eugeo e Alice com um sorrisinho bobo e brincalhão de lado, e assim ele finalmente chegou a uma conclusão. - Já sei. Quando esses garotos se recuperarem, vamos convocar todos os Cavaleiros da Integridade disponíveis para uma reunião de emergência, incluindo a Eydis, Sheyta e Renly. Pelo menos até amanhã de tarde, o loirinho ali já vai poder se mexer para participar. - Alice teve um conforto no coração, que seus amigos poderiam ter um pouco de segurança depois de lutarem tanto pra proteger Underworld.
- Tio Bercouli, será que tem como eu ir...
Antes que Alice ia continuar, o corpo de Kirito começou a convulsionar e ele começou a fazer diversos barulhos inteligíveis com a boca.
- Ah... A-Ah..
Os dois mais velhos olhavam ele, que estava com um rosto completamente inexpressivo e sério, com um olhar sem alma. O que quer que tenha acontecido ali, não acabou bem para o Espadachim Negro. Apesar de estar inconsciente depois de tanta correria, lutas, fogo, flechadas e uma subida infernal de escadas, a mente cansada de Eugeo chamava pelo nome de seus amigos apesar de tudo que houve ali dentro.
- Kirito...
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Seis meses depois...
08 de Novembro de 380 - Altar do Fim do Mundo... Hemisfério Sul de Underworld.
Em uma atmosfera sombria do Território Negro e com uma espada avermelhada na mão direita e uma dourada em sua esquerda, um loiro de armadura prateada e capa azul estava ofegante e com alguns ferimentos no corpo e na armadura.
Uma parte do deserto estava completamente rasgada ao meio e até mesmo às grandes paredes do Fim do Mundo estavam destruídas por alguma coisa extremamente poderosa que deve ter sido disparada.
Aparentemente, o Imperador Vecta, o Deus das Trevas havia conseguido chegar perto do Altar do Fim do Mundo e atraído o prateado até a fase final. Mesmo deixando Asuna, Sinon, Leafa, Renly, Eydis, Eldrie, Ronye, Tiese, Yuuki, Sheyta e o resto de seus companheiros para trás lá no norte, era crucial para que ele e Alice fossem para o mundo real.
Encorajado pelo apoio de seus amigos e com a orientação e os conselhos presentes do espírito da Deusa Lunaria, a Deusa da Lua em seus movimentos desde Centória, um jovem Cavaleiro da Integridade empunhando uma espada de gelo colorida com sangue finalmente havia chegado naquele lugar.
Após horas lutando nessa guerra, já havia tanto sangue derramado, tantas mortes e tantas perdas... Tudo aquilo por troco de nada. Apenas por pura ganância para roubar a alma de Alice que ele tanto ansiava. Mas não mais. Aquilo tudo acabaria ali e agora.
- Nunca pensei que você fosse tão cheio de força como é agora. - O loiro de olhos azuis-esverdeados vestindo uma armadura negra e uma coroa avermelhada na testa, levando um fuzil de alta precisão nas costas chamou a atenção do cavaleiro de azul. - Eugeo, deixa disso. Eu não quero matar você. Nós poderemos voltar pro mundo real juntos e ser felizes, como éramos antes. Apesar de você e a Alice serem especiais, eu só preciso de apenas um de vocês. - O loiro de armadura negra falou, sorrindo de uma forma quase psicótica e ativando seu olhar demoníaco. - E eu quero ver a alma dela até a concha. Quando eu terminar com ela, eu vou usar o que sobrar da mente dela pra trazer a sua mãe de volta. Imagina como nós três estaremos felizes juntos de novo.
- Pai... Não, você não é mais ele. Gabriel! Eu não vou perdoar o que você fez e não vou deixar você pegar a Alice. Não importa o que aconteça, eu vou matar você aqui e no mundo real também. - Eugeo olhava firmemente para o alto, enquanto Alice estava correndo em direção ao Altar do Fim do Mundo com um ferimento no abdómen, mas com manchas de sangue por baixo do vestido branco, ainda escorrendo pelas pernas. - ALICE, CONTINUA CORRENDO! VAI PRO ALTAR, QUE JÁ VOU ESTAR LOGO ATRÁS DE VOCÊ!
- EUGEO! - A voz da cavaleira dourada ecoava por todo o deserto, com um tom choroso que se assemelhava a uma despedida. Apesar dela ter perdido vários entes queridos naquela guerra, o pequeno ser que estava em seu ventre era o mais amado por ela que agora teve a vida ceifada pelo Imperador Vecta agora revelado como Subtilizer, ou melhor, Gabriel Miller.
- Desde o começo você mentiu pra gente, seu desgraçado. Eu confiei em você, achei que fosse nosso amigo. Eu pensei que você fosse diferente.
- Foi preciso, Eugeo. Afinal de contas, eu precisava conhecer vocês antes de capturá-los.
- Nunca mais terá outra chance como aquela. Você vai pagar por todas as vidas que matou nessa guerra, Gabriel. - O loiro de prata botou mais força no punho, e ativando os mesmos olhos demoníacos de Vecta. - Começando agora!
O loiro mais velho se surpreendeu com o feito da transformação ocular de Eugeo.
Com a Espada da Oliva Perfumada de Alice e a sua Espada da Rosa Vermelha em mãos, Eugeo se preparou em posição de combate com uma das técnicas de Dupla Empunhadura ensinadas por Kirito.
- Então você finalmente acabou dominando o seu Modo Vecta. Pra dizer a verdade, eu nunca fui muito bom de lutar esgrima. Mas como eu comecei a jogar ALO já tem algum tempo, eu consegui melhorar aos poucos. - O mais velho na sua frente, pegou sua espada negra e entrou em posição de combate. - E quer saber de uma coisa, filho? Você deve ter visto com o meu poder o momento exato em que eu matei o seu dragão e feri os dragões da Alice. E nem se fala do belo bebê de vocês. Era incrível vendo ele se mexendo dentro do ventre da Alice implorando para viver, pedindo ajuda do pai... E da mãe. - Com a última frase dita, todo o ódio causado pelo luto subiu para a cabeça do loiro. Gabriel apenas riu de lado e ambos finalmente começaram a correr até suas espadas se encontrarem e se chocarem, resultando em uma forte explosão ocorrendo pelo deserto do altar.
- Alice... Me perdoa por não cumprir a nossa promessa
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Chapter 2: Capítulo II - Novas Cicatrizes
Chapter Text
24 de Maio de 380, Império Humano. Mundo de Underworld...
Ponto de Vista(Alice)
Depois de eu ter conseguido convencer o tio Bercouli e a senhora Fanatio de não matarem o Eugeo e o Kirito, eles me ajudaram a levar os garotos pra enfermaria no 81º andar da torre. Mesmo que eles não tenham atacado os garotos, eu sei que o tio Bercouli não os mataria. Pelo menos, eu acho.
Como haviam médicos e usuários de Arte Sagrada fazendo plantão naquela noite, eles foram chamados pelo tio Bercouli.
- Com licença, enfermeira. - O tio chamou uma enfermeira que andava pelo corredor. - Esses garotos precisam de ajuda. É uma emergência.
- Sim senhor. - A enfermeira chamou o resto da equipe de plantão e os levou rapidamente para uma sala de cirurgia. Eu ia entrar na sala junto, mas eu fui parada com um toque no meu ombro.
- Garotinha, é melhor deixar eles tomarem conta dos garotos. - O tio Bercouli falou, calmo. - E eles não são os únicos que precisam de ajuda.
- É claro que eu preciso ir! O Eugeo tá com um ferimento muito sério e o Kirito perdeu o braço. Eu preciso ajudar eles!
- E é por isso que a gente precisa deixar os médicos da torre cuidando deles. - O homem de cabelos azuis tentou me controlar. - E no seu caso, você não tem nenhum ferimento sério, mas precisa resolver esse machucado no olho. Não parece estar muito legal.
- Não precisa. Está tudo bem. - Expliquei a ele, enquanto tocava no pano que o Kirito me deu para cobrir esse ferimento. - Esse olho que eu arranquei fazia parte do amor falso da nossa Administradora. Por isso, eu não quero ser mais controlada por ela.
- Ah, que coisa. - Ele suspirou, vendo que a loira realmente havia passado por tanta coisa nas últimas horas ao lado de Kirito e Eugeo. - Teimosa como sempre. Alice, pelo menos tire a armadura e descanse um pouco. Você está há quanto tempo sem descansar direito? Dois dias?
- Bom... Já tem algum tempo, mas estou bem. - Eu falei, um pouco sonolenta e sentia que as minhas pernas estavam moles como manteiga. Quando pensei que ia cair no chão por causa da exaustão, o Tio Bercouli me pegou e começou a me levar até o elevador. Eu queria poder ter dito que estava bem, mas o meu orgulho dessa vez me venceu. A moça usou um feitiço de Elemento Aéreo e desceu para a área dos alojamentos onde estava o meu quarto. Nem mesmo estava olhando direito pois já estava quase apagada de sono.
- Descansa um pouco, menininha. Depois nós vamos ver os seus amigos pra saber melhor como eles vão ficar. - Ele sempre vive achando que eu sou uma garotinha fraca. Eu não gosto quando ele age assim. Chegamos na porta do meu quarto, e ele me largou no chão. Não queria abandonar o Kirito e o Eugeo, mas já que era o único jeito já fui adentrando o meu quarto. - Tenta pelo menos descansar um pouco.
- Tá bem. Obrigada, tio Bercouli.
Ele saiu e acabei fechando a porta do meu quarto. Realmente, eu tava muito esgotada. Antes que eu acabasse caindo dura na cama, eu tirei a minha armadura dourada, a minha longa saia branca e meu sobretudo azul e comecei a desfazer a minha trança. Vesti algo mais confortável e deitei finalmente na cama, pegando no sono em seguida.
De fato... Apesar de eu estar preocupada com o Kirito e o Eugeo, o meu corpo não aguentou e finalmente adormeci.
Eu abri os meus olhos e quando dei por mim mesma, estava em uma imensa floresta, seja lá aonde fosse. Era de dia e o sol de Solus estava muito forte.
- Mas que lugar... Que lugar é esse? - Olhei para o lado, e vi que haviam dois garotinhos sentados numa árvore gigantesca com sinais de corte ali perto. Um deles tinha cabelos pretos como a noite, enquanto o outro tinha cabelos loiros que beiravam a cor de linho, tão bonito e delicado.
- Isso é... - Os dois estavam com um machado feito de ossos. Eles devem ser lenhadores, provavelmente. Decidi perguntar a eles. - Me desculpem atrapalhar, mas eu estou perdida. Poderiam me dizer quem são vocês dois?
- Acha que ela vai gostar do presente? - O loiro perguntou com um tom meio temeroso, e sem notar a minha presença. Ele segurava uma caixa embrulhada com algum presente. - Eu não sei se ficou bom.
- Ai, garotos. Não conseguem me ver aqui não? - Comecei a me irritar, esses moleques são surdos por acaso ou o quê?!
- É claro que ela vai. - O moreno respondeu, com um tom de otimismo irritantemente familiar. - Afinal, no meio do verão ela vai gostar de usar isso. E é melhor esconder o presente direito, se não ela vai desconfiar.
Tô sendo completamente ignorada aqui, mas de boa. Tô de boa... Tomara que morram, molecada burra.
- Eugeo! Kirito! - Ouvi para onde estava vindo a voz. Quando olhei, era uma garotinha de cabelos loiros trançados e olhos azuis como safiras perfeitamente lapidadas. Ela estava trazendo uma cestinha na mão. - Vocês estão parados de novo, gente?
Espera, esses dois... São o Eugeo e o Kirito mais novos?! Mas como assim? E qual é a dessa menina que chegou agora?
- Nada disso. - O moreno respondeu. - A gente já terminou o nosso trabalho com o Cedro Gigas já tem uma hora. Por isso chegamos uma hora antes.
- Terminaram mais cedo hoje, é? Que milagre de vocês. Geralmente vocês sempre demoram. - Ela sorriu com um tom de deboche. Gostei do jeito que menina pensa, sinceridade nunca é demais.
- Só se for por causa do Eugeo. A machadada dele com o Cedro ainda não tá no ponto. - O moreno debochou do loiro.
- Kirito! - Vi que o pequeno Eugeo pareceu um pouco envergonhado, e a menina loira estava rindo dos dois.
- Tô só brincando, cara. Ah, é mesmo. O Eugeo quer te dar uma coisa. - O loiro corou. Até que é interessante ver o pequeno Eugeo corado. Ele pegou o presente em suas costas e deu para a loira.
- É pra você, Alice. - O quê?
- O quê?! Essa garotinha... Sou eu? - Não, isso é impossível. Aquela garotinha então... É a verdadeira Alice?
- Alice...
O quê? Após ouvir essa voz estranha, o lugar que eu estava naquela floresta sumiu. E agora estava no meio de uma escuridão. Provavelmente eu estava dormindo de novo.
- Alice...
Quem está me chamando?!
- Alice, eu estou aqui.
- Quem é você? Por quê me chama?
- Por quê eu tô te chamando? É por quê eu...
Abri os meus olhos e lá estava um homem de cabelos loiros penteados para tras num formato meio ondulado com duas franjas que chegavam na altura do nariz. Os olhos estranhos dele eram verdes-água, quase azuis num formato demoníaco como os de um gato e ele tinha o queixo cortadinho. Ele vestia uma armadura negra da mais alta qualidade com capa cor de vinho bem elegante e tinha uma coroa fina de metal preto com um rubi no meio, que ficava na testa. A idade dele era provavelmente mais ou menos no final da casa dos trinta anos de idade, apesar de aparentar ter menos que isso, e ele também era alto. Vendo assim de perto ele me lembra um pouco com...
- Eugeo... É você mesmo?
- Alice... Eu quero a sua ajuda.
- O que precisa? - Perguntei a ele.
- Eu preciso... - O olhar esverdeado dele fez os globos oculares dele parecerem as de um demônio, incluindo a voz. Ele tocou o meu braço com força, me fazendo sentir dor pelo toque dele. Ele tava dando um sorriso sádico, parecendo um psicopata como os assassinos do Território Negro. - Eu preciso da sua alma, Alice! Eu quero ela todinha pra mim!
- Não, me solta agora! - Tentava me soltar, mas ele era bem mais forte do que eu. - Me solta!!! ME SOLTA!!!
- Fique tranquila, Alice. Não vai doer nada.
As pupilas esverdeadas dele me davam tanto medo. Com certeza não é o Eugeo! Esse maluco estava me arrastando pelo chão a cada debatida que o meu corpo fazia. Meu coração acelerava muito rápido e as palpitações eram tão fortes que o medo que esse cara me dava, não sabia o que fazer. Eu não estava com a minha espada.
- SOCORRO! POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA!
Ele me levava para uma escuridão tão tenebrosa, e não dava pra saber o que ele queria comigo. Quando ele ia me levar para a escuridão dele, eu senti um toque na minha mão. Alguém me segurou. Quando eu vi, se aparentava ser alguém de azul.
- Tio Bercouli!
Ele conseguiu me levar de volta para a luz, me salvando daquele homem. A princípio eu agradeci a ele por me salvar, abraçando-o.
- Alice... Você está bem? - O quê? Que voz é essa? Ela me parecia muito familiar, sua melodia me deixava mais segura. Não conseguia ver quem era, mas com certeza não era o tio Bercouli. A silhueta azulada se revelou com um rapaz com cabelos loiros ondulados com um tom linho. Ele estava usando uma armadura dos Cavaleiros da Integridade, mas só que em um tom de prata e azul bem diferente. Nunca vi uma armadura dessas. Quem... Quem era aquele garoto. Não conseguia ver o seu rosto.
- Cavaleiro Safira...
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Na manhã seguinte...
Ponto de Vista(Eugeo)
- Alice! - Rapidamente despertei do meu pesadelo. Me senti aliviado que era só um sonho ruim.
Olhei para o lado, e lá estava o meu sobretudo azul e a minha armadura prateada de Cavaleiro da Integridade, junto com a capa. Como foi que essa armadura veio parar aqui? Eu havia deixado ela no 99º Andar.
- Você tá bem, garoto? Tô vendo que acabou de acordar de um pesadelo. - Ouvi uma voz grave e calma do meu lado. Quando levei o meu olhar, pude olhar para uma cabeleira azul da figura vestindo um kimono confortável. Ele estava sentado em uma cadeira tomando alguma bebida com álcool.
- S-Senhor Bercouli! - Me assustei com a presença do Cavaleiro da Integridade mais poderoso, apesar de eu ter conseguido derrotar ele. Quando notei a presença dele, eu procurava pelo quarto inteiro a minha espada para me proteger, mas não encontrei.
- Pode relaxar, Trinta e Dois. - O azulado falou em um tom calmo. - Eu não vou te machucar.
- Trinta e Dois... - Ele me chamou pelo sobrenome de Cavaleiro da Integridade. Isso quer dizer que... - Por quê você me chamou por esse nome? Você me considera como um de vocês?
- Sinceramente, eu achei muita coragem em ver você fugindo da guilhotina e subido até aqui. Me admirei em ver a Alice confiando em você. - Ele respondeu, tomando um gole da pinga que ele tava tomando. Acho que ele é meio pinguço. Espera um pouco...
- Espera, aonde eu estou? - Perguntei a ele, com o intuito de manter a minha calma o melhor possível.
- Está na enfermaria da Torre. Não se preocupe, Eugeo. Não vamos atacar você.
- Ainda bem... Obrigado por me curarem. Eu sei que não mereço, já que eu fui um dos que derrotaram a Pontífice.
- Não precisa se desculpar por nada, Eugeo. Se não fosse por você e o seu amigo, nunca iríamos descobrir a verdade. - Ele se levantou e me apontou até um ferimento meu que estava com um grande enfaixe. - Com um corte desses, era pra você ter ido pra vala. Como foi que você sobreviveu a isso?
- Eu... Ainda não sei. - Respondi ainda tentando entender o porquê da minha vida não ter ido junto com a pequena Alice. - Mas isso é meio pessoal e tem a ver com as memórias da Alice, eu acho.
- Então o verdadeiro objetivo de você e do seu amigo não era só apenas derrotar a Alta Sacerdotisa, não é?
- Não. Era também para trazer as memórias da Alice antes dela se tornar a Alice Synthesis Trinta. - Expliquei a ele.
- E conseguiu trazer as memórias dela de volta? - Ele me questionou e eu neguei com a cabeça.
- Só o que eu pude fazer foi dar a ela um pedaço da memória dela. Pelo menos só o que eu pude encontrar. Não sei se algum dia ela vai poder se lembrar do seu passado, mas só espero que isso tenha contribuído com alguma coisa.
- Ah, vocês jovens são tão complicados de se entender. - Ele suspirou.
- Hã? Como assim?
- Se queria dizer que gosta dela, era só ter dito. - Com o que ele acabou de falar, eu acabei ficando com o rosto todo quente.
- O-o quê?! Não, claro que não! - Corei com o que o comandante falou.
- Relaxa, Eugeo. Eu tô só brincando você. - O mais velho deu uma risada nasal, e tomando mais um gole da bebida, e logo nessa hora o meu estômago roncou. Parece que isso não passou despercebido por ele. - Ah, é mesmo. Você deve estar com fome, não é? Não comeu nada há um bom tempo.
- É...
- Fica de boa então, que a Alice já está vindo com um lanche pra você e pro seu amigo de preto.
- Ainda bem... - O loiro deu uma risada tímida, mas se lembrou de algo importante que o fez ficar um pouco mais sério. - Kirito... Sabe onde está o Kirito?
- Está do seu lado, atrás dessa cortina. - O comandante puxou a cortina, da onde vi o Kirito dormindo e sem o seu braço.
- Kirito... - Olhei incrédulo para o corpo dele, e pelo que parece alguma coisa aconteceu com ele pra ficar assim. - Sabe de algo que possa ter acontecido com ele?
- Ainda não. Seja lá o que tenha acontecido, ele não consegue se levantar e nem mesmo se movimentar como antes. Tentamos usar Artes Sagradas, poções, tudo. Mas ele continua desse jeito.
- Kirito... O que foi que aconteceu com você?
Quando eu ia continuar, uma porta se abriu naquele quarto e apareceu uma loira usando seu sobretudo azul casual de Cavaleiro da Integridade igual ao que eu uso e uma saia branca por baixo que chegava em seus calcanhares, sem usar a sua armadura e trazendo um carrinho com uma bandeja de comida para dois. Era a primeira vez que eu vejo a Alice sem sua armadura e isso me fez cotar um pouco em ver a Alice Synthesis Trinta desse jeito.
- Bom, criançada... Eu já tô de saída. - O comandante se levantou. - Tenho que ver se os outros já chegaram. E lembre-se, Alice. Você é uma bela rosa com raízes se desenvolvendo. Não concorda comigo, Eugeo?
- Para de falar besteira, velho maluco! - A loira corou com o que o azulado havia dito. E eu também. Ele saiu do quarto, deixando nós três sozinhos.
- Ele é assim mesmo?
- Todo dia. Mas você ainda não viu nada ainda, e tem alguém aqui que é ainda pior do que ele. - Alice se contorceu um pouco, provavelmente se lembrando de alguma coisa que aconteceu com ela. Quem seria pior do que o comandante pra deixar ela de sem palavras? - E então... Você tá bem?
- Acho que estou. - Me recuperei dessa cena estranha, e ao me lembrar de onde estava o paradeiro de minha espada, perguntei para a Alice. - Alice, você sabe aonde tá a minha espada?
- Ela está no meu quarto. Quando terminar de comer, te dou ela de volta depois. Então para de ficar enrolando e vê se come. - Ela apontou para o carrinho com comida na minha frente.
- Mas...
- Não discuta comigo, idiota. - Ela me fitou. - Precisa se alimentar pra recuperar sua energia. Esse lanche possui feitiços com reagentes de cura, então coma para se recuperar.
Acho que não vai dar pra contrariá-la, até porquê eu tô com muita fome. Peguei um sanduíche e dei uma mordida, mastigando até sentir algo que fazia o sabor da comida da Academia de Espadachins parecer coisa de criança. Terminei de lanchar e o meu ânimo levantou ainda mais.
- Tá tão gostoso! - Falei com as bochechas ruborizadas, se lembrando de quando a Alice fazia sanduíches pra mim e pro Kirito quando morávamos em Rulid.
- Fico agradecida por ter gostado. Eu não sou muito de cozinhar, então contanto que você goste, eu estou bem. - Ela falou, enquanto dava comida pro Kirito que acabou de acordar.
- Ele não consegue voltar ao normal, não é? - Falei cabisbaixo.
- Por enquanto. - Ela falou um pouco calma, mas senti alguma coisa que fazia ela se conflitar. - Mas eu estudo Artes Sagradas desde que cheguei nessa torre, então eu posso descobrir um jeito de trazer o Kirito de volta.
- Eu também estudava Artes Sagradas quando eu tava na academia, e aprendi algumas coisas com a Cardinal e a Pontífice. - Falei um pouco irritado por dizer o nome daquela mulher. - Talvez o que elas me ensinaram pode nos ajudar a trazer o Kirito pra voltar a ser como era.
- Espero que sim. - A loira se esperançou um pouco. - Você se lembra de alguma coisa que ouviu lá no 100º Andar?
- Sim... O Kirito parecia falar com alguém de outro lugar, e ouvi vozes falando pra ele atravessar o Portão Leste e ir pro Altar do Fim do Mundo. - Lembrei um pouco do que havia me lembrado daquela vez. - Será que se a gente levar o Kirito pra lá, a gente pode trazer ele de volta?
- Provavelmente não. Se lembra de quando o Kirito se transformou na nossa frente? - Ela me perguntou e eu acenti. O Kirito parecia um guerreiro do Território Negro, tão forte e parecia demonstrar muita imponência. - Se o Kirito não é do Território Negro e nem do Território Humano, de onde ele deve ser? Não podemos confiar nessa pessoa com quem o Kirito estava falando.
- A Administradora e a Cardinal falaram alguma coisa de um outro mundo além desse, de Underworld. Será que o Kirito pode ser de lá? - Perguntei a Alice, que também sabia tanto quanto eu. - Ah, e eu me lembrei de dois nomes. Kikouka e Asuna... Pelo menos é assim que se pronuncia. Acha que isso pode ser importante pro Kirito?
- Até a gente descobrir mais sobre esse outro mundo, é melhor deixarmos isso só entre nós dois, por enquanto. - A loira decidiu e eu acenti. De fato, seria melhor pois nem todo mundo deve saber que o Kirito tá na torre. - Mas enfim, já que você já pode se levantar, vista a sua roupa e armadura.
- Mas por quê? - Perguntei, tentando entender o que ela queria.
- Daqui a pouco vai começar uma reunião de Cavaleiros da Integridade. Todos que estão disponíveis vão chegar, ou já chegaram. - Alice me explicou.
- É sobre a Pontífice, não é? - Advinhei o que ela quis dizer, e ela acentiu.
- Você, eu e o Kirito somos as únicas testemunhas do plano maluco da Administradora contra o Território Negro e com um avanço deles perto das nossas fronteiras, a gente precisa discutir sobre como podemos evitar isso.
- Entendi... - Me levantei aos poucos e comecei a tirar a faixa no meu abdômen, aonde havia uma imensa cicatriz. Não imaginei que pra salvar esse mundo, a consequência seria tão dolorosa. Mesmo que esteja fechado esse ferimento, ainda sinto a dor de ser cortado naquela vez. - Acha que ficou ruim? - Olhei para a Alice, que parecia meio avermelhada com o que estava olhando. Quando percebi que estava só com a minha calça, ela virou-se para o outro lado e fiquei meio envergonhado com isso. - Me desculpa, eu devia ter pedido para você se virar.
- N-não, tudo bem.
Me vesti com o sobretudo azul, a armadura prateada e a capa azul por trás e deixamos Kirito no quarto da Alice. De lá, ela saiu com a sua armadura prateada e fomos até o 99º andar quando de repente, senti alguma mão boba me apalpando.
- Mas o quê...
- Você tem músculos bem firmes, novato. Eu fiquei sabendo pela vice-Comandante, que chegou um Cavaleiro da Integridade bem forte. - Ouvi a voz de uma garota atrás de mim. Ela tinha um longo cabelo cinza-acastanhado preso em um rabo de cavalo amarrado por um laço, olhos vermelhos e usava uma armadura branca com capa cinza e sobretudo preto. - Você até que é gostoso.
- Q-quem é você? - Perguntei, um pouco envergonhado com o que essa esquisita tava fazendo.
- Eydis, desgruda dele sua pervertida maluca! - Alice começou a puxar ela de mim. Ainda bem que a Alice tava aqui.
- Ah, Alice! - A maluca começou a apalpar a loira, sorrindo maliciosa e tentando beijar a Alice nos lábios. - Você voltou.
- Me solta de uma vez, porra! - Finalmente ela saiu da Alice depois de um chute, fazendo a acinzentada bater na parede. - Onde já se viu. Sabia que quando eu vou tomar banho, essa pervertida maluca vive invadindo o meu banheiro e roubando a minha toalha?
- Agora eu tô vendo o por quê... - Dei uma risada nasal, pela cena cômica que acabei de ver. - É a tal pessoa que é pior que o comandante que deixa você meio envergonhada?
- Ah, é mesmo. Eu me esqueci de me apresentar para o novato. - Ela se levantou e limpou sua roupa, em seguida me estendendo a mão. - Meu nome é Eydis. Eydis Synthesis Dez. E qual é o seu nome, novato?
- Meu nome é Eugeo. Eugeo Synthesis Trinta e Dois. É um prazer conhecê-la, Eydis-san. - Respondi gentil, dando o meu nome novo a ela, aceitando o aperto de mãos. Mas ela começou a olhar agressiva pra mim, do nada. - P-Por quê tá olhando pra mim desse jeito?
- Já que você é novato, é bom que já saiba cedo. A Alicezinha aqui é só minha! Só eu que posso apalpar os peitos dela, e não você. - A Eydis começou a fazer biquinho, tocando os seios da Alice por baixo da armadura. Essa cena me deixou corado em tons de vermelho que nem eu sei mais.
- EYDIS!
Depois dessa cena cômica, nós três continuamos a andar.
- E então, desde quando você chegou? - Alice perguntou a acinzentada.
- Eu cheguei de manhã mais cedo. Quando fui perguntar pro Comandante, ele só me deu suspense e foi logo falar pra eu esperar. - Eydis suspirou em um tom manhoso. - O que será que deve ser além de apresentarem o novato?
Também quero saber. Talvez isso pode decidir o que pode acontecer comigo, com a Alice e o Kirito. Seja lá, da onde ele for.
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Todos os Cavaleiros da Integridade que estavam disponíveis para retornar a Torre da Igreja de Axioma estavam reunidos. Eugeo e Alice, assim como Bercouli, Fanatio e sua guarda pessoal das Quatro Lâminas Giratórias, Deusolbert, as garotas assassinas Linel e Fizel e alguns outros estavam se apresentando ao Eugeo, sendo que o loiro já conhecia alguns deles pelo fato de ter lutado contra eles junto com Kirito. E estavam um pouco irritados com ele por esse feito, e com razão. Apesar deles serem fortes e Eugeo ter derrotado o líder deles, eles ainda eram o grupo militar mais poderoso de todo o Território Humano e não era só pelos títulos, e sim pelas suas habilidades mortais.
- É-É um prazer conhecê-lo, Eugeo. O meu nome é Renly Synthesis Vinte e Sete. - O rapaz tímido de cabelos verdes vestindo uma armadura prateada com capa e sobretudo verde o cumprimentou.
- Igualmente, Renly. - Eugeo sorriu de volta e agora foi a uma mulher magra e alta de cabelos pretos vestindo uma armadura cinza-prata com capa roxa e um sobretudo preto. - E você... Quem é a senhora, moça?
- Quem sou eu... - Ela murmurou um pouco pensativa. Pelo que o loiro pensou, ela parecia uma pessoa um com dificuldades de se expressar. - Sou Sheyta Synthesis Doze.
- É um prazer conhecê-la também, Sheyta. - O loiro tentou cumprimentar ela, mas ela negou o aperto de mãos.
- Não sou acostumada com esses tipos de coisa. - Sheyta explicou, fazendo o loiro entender e dar um olhar de dúvida para ela.
Enquanto os outros membros da Integridade olhavam para Eugeo, Fanatio olhava para Bercouli que estava olhando para o loiro com o mesmo olhar que tem para Alice.
- O que você tá vendo nele, Bercouli? - A mulher dos cabelos roxos perguntou.
- Ele já era treinado antes do Ritual de Síntese e é o primeiro Cavaleiro da Integridade que conseguiu recuperar a memória de seu passado. Parece que temos um garoto prodígio, desde que a Alice chegou. - Bercouli explicou com um sorriso interessado em Eugeo e Alice. Com excessão de Linel e Fizel que não eram cavaleiras de verdade, Eugeo, Alice, Eydis, Eldrie e Renly eram os Cavaleiros da Integridade mais jovens da Ordem e haviam habilidades excepcionais. - E além disso, o garoto conhece a Alice e tem algum laço profundo com ela, apesar da garotinha não saber disso.
- Quer fazer o quê com eles dois? - Fanatio perguntou.
- Vamos esperar o Eldrie chegar pra todo mundo debater sobre isso. A Eydis foi buscar ele no quarto. - O azulado explicou.
- Puta merda... - Fanatio suspirou, já vendo aonde isso ia levar. Já sabia muito bem das palhaçadas que Eydis era responsável na torre. E ela era conhecida como a Cavaleira da Integridade mais relaxada e pervertida de todas. - Eles só vão sair de lá se pegando na mão ou com cheiro de sexo. Sabe disso, né?
- Conhecendo aquela garota, não tenha dúvidas, Fana. - Bercouli deu uma risada nasal e começou a ouvir gritos do elevador ali perto, que chegava nesse andar. - E falando neles...
- Lá vem bomba. - Alice estava perto de Eugeo, tentando ficar perto dele para o loiro não ficar desconfortável com Fizel olhando para ele e começou a ouvir os gritos.
- Já falei pra não ficar me vendo tomar banho, porra! Tá achando que eu sou o quê, por acaso?! Eu não sou um bebê pra você dar banho em mim não! - A voz do rapaz de cabelos lilás esbravejou nos ouvidos da acinzentada.
- Você ainda é novato, Eldrie. Cadê seus interclasse? Cadê o seu mundial? Você só sabe chutar a bola pro gol, e vive só batendo direto na trave. - A acinzentada fez tirar risadas de Linel e Fizel. - É por isso que eu tenho que apalpar você.
- Esses dois só brigam direto. Só falta ela arrancar a orelha dele. - Fizel riu.
- Para com isso, Fizel. - Linel bateu de leve nela, mas continuando a rir.
Deusolbert suspirou e viu que teria que parar com essa briguinha deles. O ruivo pegou os dois e os puxou pela orelha.
- Ái, ái, ái, ái, ái! - Os dois lacrimejavam de dor ao sentir o puxão nas orelhas de seu superior.
- Por favor, vocês dois. Se comportem para recebermos o nosso membro novo. - Deusolbert os repreendeu. Assim como Bercouli e Fanatio, o ruivo era um dos membros fundadores mais antigos da Integridade.
Eugeo olhava para todos eles e o loiro conseguiu resumir todo mundo em apenas uma frase e sussurrou para Alice que estava em sua frente.
- Aqui é uma casa de maluco, não é? - Ele perguntou e ela acentiu com uma pequena risada. - Todo mundo aqui parece ser um pouco excêntrico.
- É só o primeiro dia. E além disso, é a primeira vez em vinte anos que todos os disponíveis se reunem, apesar de sermos só nós quinze. - A loira dos cabelos trançados explicou. Apesar de eu ter começado há oito anos, ainda é a primeira vez que eu vejo uma reunião grande dessas também.
- Então isso te faz ser uma novata como eu também, por você ser a Trinta. - Ele deduziu, mas levou um olhar repreensivo da loira. - Ou não, né.
Enquanto Eldrie e Eydis eram repreendidos pelo ruivo de armadura vermelha, o rapaz de cabelos lilás olhou para Eugeo e se lembrou do criminoso que fugiu da execução.
- Ei, você é o Discípulo de Elite fugitivo! - Eldrie segurou Eugeo pelo colarinho do sobretudo, que se lembrou do cavaleiro que usava um chicote como arma. - O que tá fazendo aqui?! O que ele tá fazendo aqui, Comandante?!
- Deixa eu explicar primeiro. - O loiro segurou os braços do lilás.
- E lá vamos nós... - O azulado suspirou. - Esse é o novato, Eldrie. É melhor deixá-lo em paz ou ele pode te ferir.
- Pode me soltar, por favor? - Eugeo pediu com educação, primeiramente. Ele poderia dar uma chave de braço em Eldrie e quebrar seu braço, mas não queria se rebaixar em um momento desses. Não era impulsivo, diferente de Kirito.
- Que soltar o quê?! Você me deixou de cama por uma noite inteira por causa daquilo, filho da puta! - O lilás esbravejou.
- Ah, então foi o novato que te deu porrada. - Eydis deduziu, batendo seu punho cerrado na palma esquerda de sua mão e começou a rir. - Que otário.
- Cala a boca, sua pervertida!
- Eldrie, solte o Eugeo. - Alice se referiu ao seu aluno com um olhar repreensivo.
- Mas..
- Agora. - Ele ficou meio assustado com o olhar e a voz de Alice, mas teve que aceitar pelo fato que Alice era sua mestra e não poderia se rebaixar. Ele soltou Eugeo, que agradeceu primeiramente.
- Que climão. - Renly sussurrou para Eydis. - Não se preocupa que o Eldrie possa se machucar não?
- Pra quê eu ia se preocupar com esse merda? Ele tem mesmo é que apanhar pra aprender. - Eydis falou indiferente, e Renly sorriu com um olhar de "sei...".
- Bom, como todos os Cavaleiros da Integridade disponíveis estão aqui, vou apresentar nosso novo irmão. Talvez alguns de vocês já conheçam ele.
- Bom dia para todos vocês. Sou o Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - O loiro se apresentou a eles. - É um prazer conhecer todos vocês, dessa vez em um momento mais agradável.
- Igualmente. - Deusolbert acentiu. Mesmo tendo um pé atrás com o rapaz de azul, o loiro já havia perdoado ele. Afinal, não foi culpa dele ter levado a Alice embora de casa.
- Mas fala aí, chefia. - Eydis levantou a mão, como uma aluna de colégio. - Por quê chamou a gente pra vir até aqui, além de conhecer um membro novo?
- Por um motivo muito importante. - Bercouli deu um olhar sério para todos eles. - Essa é a maior emergência desde a criação da Igreja de Axioma. A Pontífice foi derrotada por dois Discípulos de Elite e deixou o mundo de Underworld.
Todos ali presentes, com excessão de Eugeo, Alice e Fanatio ficaram completamente boquiabertos com a surpresa da rainha deles ter morrido.
- Isso... - Eldrie levou seu olhar para Eugeo, que se sentiu desconfortável com ele. - Isso não é possível.
- E isso não é tudo, tem mais. - Bercouli continuou. - O Ancião Chefe Chudelkin também morreu junto com a Pontífice, fazendo o Senado parar de funcionar.
Essas surpresas só alimentavam o mistério de todo mundo que tentava entender.
- Por quê esses dois Discípulos fariam isso, causando fúria aos deuses? - Eldrie perguntou.
- Porquê a Pontífice tinha um plano terrível de usar a metade da população para transformá-los em armas feitas com forma de espada. - Bercouli explicou, fazendo Eugeo se lembrar de quando se fundiu com a Espada da Rosa Azul e transformou em um ser semelhante ao protótipo da Pontífice.
- A Vossa Eminência... - Eydis olhava aterrorizada para Eldrie e ambos voltaram a olhar para frente. - Ela estava armando uma coisa dessas?
- Isso é inacreditável... - Deusolbert também estava surpreso.
- Impossível... - Sheyta falou o mesmo, surpresa. E olha que a morena raramente se surpreende.
- Senhor Bercouli, quem são esses dois que assassinaram a Vossa Eminência? Ele tem a ver com isso, não é? - Eldrie apontou para Eugeo, que estava desconfortável com a conversa.
- Eugeo... - Eydis e Renly olhavam surpresos para o loiro, que acentiu.
- Não temos tempo pra perder com isso agora, Eldrie. - Bercouli o fitou. - O que você acha que vai acontecer quando o Território Negro descobrir que a Pontífice morreu? Sem contar que perdemos metade dos Cavaleiros da Integridade nas batalhas com esses dois espadachins e o Território Negro.
Todos olhavam com atenção a conversa. Eugeo não conseguiu deixar de se sentir responsável por ter causado um enfraquecimento na torre, mas teve que superar isso. Alice o confortou apoiando sua mão nos ombros dele.
- Se nós formos atacados pelo Território Negro no estado em que nós estamos agora, não conseguiríamos nos defender sozinhos. - O mais velho explicou.
- Então o que faremos, Comandante? - Scheta perguntou.
- Primeiramente, nós vamos restaurar a Ordem dos Cavaleiros da Integridade e em seguida, vamos reconstruir os Cavaleiros Imperiais dos quatro impérios. Eles vão ter que ser retreinados, pois não temos Cavaleiros da Integridade o bastante para cobrir tanto território. Sei que muitos de vocês podem não gostar disso, mas no momento, salvar a população e os civis é a nossa prioridade. Peço que me ajudem com a força de vocês.
- Sim! - Todos acentiram em uníssono.
- E mais uma coisa. Para termos mais vantagem nessa guerra, teremos que treinar esse garoto. - Ele apontou para Eugeo. - Ele conseguiu me derrotar em batalha, e isso faz ele ser automaticamente o mais poderoso dos Cavaleiros da Integridade, mas isso não é o bastante. Ele precisa ser treinado como nós fomos.
Todos olhavam para Eugeo surpresos, com excessão de Alice e Fanatio.
- Caralho, o novato é brabo. - Renly e Eydis falaram da boca pra fora, ficando envergonhados com isso. - Desculpa.
- Opa, opa, opa. Cartão vermelho na parada, juiz. - Eldrie parou o debate. - Como assim, esse novato te derrotou?
- Antes que a Pontífice fizesse o Ritual de Síntese nele, nós lutamos no 90º Andar e ele descobriu a fraqueza da minha Espada Perfuradora de Tempo. - Bercouli pegou Eugeo e o apoiou ele com o braço.
- Não foi bem assim, eu só deduzi como o seu estilo de luta funcionava. - Eugeo riu envergonhado, levando seu dedo indicador ao rosto e coçando ele.
Após todos conversarem sobre como iriam ser as coisas, Eugeo concordou em assumir sua responsabilidade como um Cavaleiro da Integridade e ajudar a treinar os outros com o seu Estilo Aincrad. Antes de resolver as coisas sobre a papelada, Eugeo lembrou de uma coisa e disse que teria que resolver algo na Academia de Espadachins.
Todos eles saíram e Eugeo foi junto com Alice adentrando o elevador.
- Eu fiquei com medo deles. - O loiro suspirou aliviado. - Achei que eles não iriam me aceitar.
- Você não tem culpa por isso, Eugeo. Todos nós somos vítimas da Pontífice. Até os que não quebraram o Tabu como o Eldrie e o Renly também levaram lavagem cerebral. - A loira o confortou, e se lembrou um pouco do seu sonho hoje mais cedo. - Você tem sorte que conseguiu recuperar as suas memórias.
- Obrigado por ficar do meu lado, Alice. - O loiro agradeceu.
- Segura a porta aí! - Eydis gritou e além dela, estavam vindo Eldrie e Renly. Eugeo segurou a porta rápido, deixando os três entrarem. - Valeu, Eugeo. Eu não ia aguentar usar a escada.
- Você é muito preguiçosa, Eydis. - Eldrie debochou dela. - Não consegue fazer nada além de se queixar.
- Cala a boca, ô do chicote! - Eydis jogou de volta. - Até parece que você conseguiria andar mais de dois andares só de escada.
- Gente, vamos se acalmando. - Eugeo e Renly tentavam separar eles.
- Por quê vocês estão aqui? - Alice foi direto ao ponto, perguntando aos três.
- O Comandante pediu que fossemos ajudar o Eugeo a pegar os bens dele com a mudança lá na Academia de Espadachins. - Eydis explicou.
- Ah, tá. Muito obrigado. - Eugeo agradeceu. Eldrie estava meio irritado por notar a proximidade do loiro com a sua mestra.
Todos os cinco foram até o andar aonde estava o quarto de Alice, e os outros três estavam meio confusos.
- O que a gente veio fazer aqui? - Eydis perguntou, e não pode deixar de pensar em besteira. - A gente vai fazer uma brincadeira a cinco?
- Claro que não, sua pervertida. - Alice deu um tapão na nuca da acinzentada.
- Não tinha necessidade disso, sua violenta. - Eydis se queixou.
Alice adentrou o quarto e de lá, estava Kirito em seus braços. Ela deu ele para Eugeo, que ficou mais confortável com seu amigo sendo segurado por ele.
- Quem é esse cara? - Renly perguntou, curioso.
- Esse é o outro Discípulo de Elite que matou a Pontífice junto com o Eugeo. - Eldrie se irritou.
Ignorando esse outro fato irrefutável, Eugeo decidiu ficar na paz e deixando Alice responder.
- O nome dele é Kirito. - Alice explicou.
- Mas o quê houve com ele? - Eydis perguntou, enquanto olhava para ele e tocando o moreno. - Ele não tem braço, e parece até que tá hipnotizado.
- A gente não sabe direito o que aconteceu com ele. - Alice respondeu, omitindo em partes essa conversa como havia conversado com Eugeo mais cedo.
Todos os seis saíram da torre e foram andando pelas ruas de Centória. Como a torre era perto da academia, seria bem rápido. O loiro estava feliz que poderia rever sua pajem. Eles entraram na academia, mas viu que estava sendo observado por todos eles.
- São os Cavaleiros da Integridade...
- É a Cavaleira Alice e o Cavaleiro Renly...
- E quem é aquele de azul?
- Deve ser novo...
- Não pode ser, é o Eugeo?
- Era aqui que você e o Kirito estudavam, não é Eugeo? - Renly perguntou, enquanto ouvia os sussurros e o loiro acentiu.
- Vocês são famosos, hein. - Eydis falou.
- Nós estávamos aqui há dois anos. Depois dos nossos Discípulos de Elite terem se formado, eles foram para Norlangarth para a guarda do reino de lá. - Eugeo explicou a eles, e encontraram a responsável pela academia. Ele deixou Kirito nos braços de Alice e foi até a diretora.
- Senhora Azurica, eu voltei. - Eugeo chamou a mulher, que se surpreendeu ao ver cinco Cavaleiros da Integridade na sua frente e seu ex-aluno ter se tornado um deles.
- Fico aliviada por saber que você e Kirito foram libertados de sua pena. - A mais velha acenou com a cabeça - E me orgulho em saber que você se tornou um Cavaleiro da Integridade. - Mas por quê veio até aqui?
- Eu vim pegar as minhas coisas e as do Kirito. Como deixaram ele ficar lá comigo, vamos levar nossas coisas para lá. - Eugeo explicou.
- Ficará feliz em saber que já providenciamos em arrumar todas as suas coisas. - Azurica explicou, apontando para uma porta. - Estão bem aqui.
- Muito obrigado, Senhora Azurica. - Ele abraçou a mais velha, que se surpreendeu com o toque mas retornou o abraço. - Sabe aonde está a minha pajem? Onde tá a Tiese e a Ronye?
- Depois do atentado causado pelos ex-discípulos Humbert e Raios, elas foram escolhidas por dois Discípulos novos. E eles já estão treinando elas em nas Montanhas do Leste. - A mais velha explicou.
- Entendo... - Eugeo ficou um pouco chateado ao saber que Tiese e Ronye estavam fora de Centória, mas estava feliz que elas estavam seguras por causa dele e de Kirito. - Mas mesmo assim, muito obrigado. Por tudo.
- Não, eu que agradeço. Você também, Kirito. - Ela sorriu para eles dois, algo extremamente raro para todos na academia. E enfim, foram embora com Eugeo, Renly e Eldrie levando as coisas deles pelo pátio da academia, quando todos os estudantes pararam na frente deles.
- O que tá acontecendo? - Renly ficou confuso, tentando entender do porquê todos estarem na frente deles.
- OBRIGADO POR TER SE TORNADO UM CAVALEIRO DA INTEGRIDADE, EUGEO! - Todos os estudantes o cumprimentaram emocionados, se curvando a ele. O loiro ficou um pouco emocionado com o feito.
- Gente... - Eugeo começou a lacrimejar e foi até eles com Kirito em suas costas dessa vez para saudá-los. - Obrigado por tudo.
Dessa vez, nas ruas de Centória. Como Alice estava levando Kirito nas costas, não poderia ajudar.
- Por quê você não ajuda, Eydis? - Eldrie perguntou, irritado com isso?
- “Por quê você não ajuda, Eydis?” - A acinzentada imitou a voz dele, em um tom fino e humorado e apalpou a pele do lilás. - Eu sou linda! Não preciso ajudar um cara forte e bem preparado pra isso.
- Cai fora!
- E então, Eugeo? - Alice perguntou ao loiro, tirando ele de seus pensamentos. - Já se decidiu?
- Do quê? - O loiro perguntou.
- Sobre quem você vai aceitar como mentor. - Alice explicou. - Todos nós quando chegamos na academia como novatos, somos guiados, educados e treinados por um Cavaleiro da Integridade mais experiente. Todos estão disponíveis, menos eu que já estou treinando o Eldrie.
- E mesmo que você seja bom em combate, precisa pelo menos entender as técnicas dos Cavaleiros. - Eldrie continuou, completando a explicação.
- Até amanha, você vai ter que escolher um de nós pra ser o seu mentor ou mentora. - Renly terminou.
- E então... Quem você vai escolher? - Alice perguntou a ele novamente.
- Tem que ser um de nós. - Eydis falou.
Eugeo estava bem pensativo. Ele ainda tinha um pé atrás com Deusolbert, então não dava para ser ele. A Vice-Comandante Fanatio ainda não confiava o bastante em Eugeo e Kirito, então estava fora de questão. Eldrie também era um novato e não parece ter ido com a cara do loiro, Renly apesar de parecer habilidoso não levava muita fé nos olhos. Eugeo notou isso. Só o que restava então era...
- Poderia ser você, Eydis. - Eugeo a escolheu.
- O QUÊ?!
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O dia havia se passado e eram mais ou menos umas 17:00 da tarde. Eldrie havia treinado com Alice hoje, e reservou um horário marcado para poder descansar na bela sala de banho do 90º Andar. O lilás suspirou ao sentir o ar quente daquela poça escaldante e despiu sua armadura e o seu sobretudo lilás, revelando seu corpo másculo. Ele terminou de se despir e entrou na água quente, suspirando fundo naquela sala cheia de janelas sendo pintadas pelo pôr do sol.
- Eu precisava disso... - O lilás falou, aliviado fechando os seus olhos. Ele estava irritado em saber que Eugeo era o novo cavaleiro escolhido e que era um prodígio. Ele estava irritado com isso, além de notar a proximidade perturbante entre ele e sua mestra.
- Eu também. - Uma voz feminina concordou com ele, no meio daquela água quente. A jovem mulher de cabelos castanhos estava sentada ao lado dele, adorando a água e começando a apalpar o corpo do Trinta e Um. Ele a trouxe mais perto de seu corpo, até que...
- Espera um pouco...
Ele abriu seus olhos e notou que havia uma certa pervertida ao lado dele.
- Ah, mas não é possível! - Ele se irritou, corado e tentando não olhar para o belo corpo curvilíneo dela e se afastou da acinzentada. - O que você tá fazendo aqui, porra? Vaza daqui, Eydis! Eu já marquei hora.
- Eu sei. Eu também marquei um horário depois de você. Então podemos ficar juntos por duas horas aqui. - A acinzentada falou.
- Não com você. - Eldrie pode até ser novo como Eugeo, mas sabia muito bem do que Eydis era capaz naquela torre. No seu primeiro dia, Bercouli e Fanatio já explicaram muito bem do que ela já fez na torre, aloprando direto como uma adolescente rebelde. Ela até aprontou quando Eldrie chegou.
- Eu não quero fazer nada com você. - Eydis explicou a ele. - Não dessa vez.
Eldrie suspirou e decidiu aceitar o que ela queria.
- Tá bom. Mas se tocar aonde não deve, eu te dou um sacode. Tô nem aí se é mulher. - Ele cedeu o pedido dela. Ele notou lágrimas dela caindo pelo rosto e ficou um pouco desconfortável. - Ei, tá chorando? Não era sério, tá bom? Eu não vou te bater de verdade.
- Não é isso, idiota. Tô pensando na Pontífice. - Ela se aconchegou no corpo musculoso de Eldrie, tentando encontrar um pouco de segurança. - Eu sei que ela era má e tentou manipular a gente, mas só que eu não consigo odiá-la.
Ele suspirou. Apesar de não se lembrar de nada desde ter se tornado um Cavaleiro da Integridade, não era idiota. Claro que com Eugeo tentando explicar seu passado, o lilás sabia que tinha alguma coisa errada com os Cavaleiros da Integridade. Havia uma mulher mais velha que ele em suas visões, com um cabelo semelhante ao dele.
- Eu também não consigo odiar ela também. - Ele abraçou a acinzentada, tentando não pensar nos seios fartos dela. Ela ruborizou com o toque, mas se confortou com o ato inocente do lilás. - Mas agora que nós estamos livres, temos o direito de escolher a nossa vida agora com quem a gente quiser.
- Assim como você quer ficar com a Alice? - Ela questionou como se tivesse arrancado o curativo de um machucado ainda fresco, ardendo forte. - Sabe que ela não tem interesse por você. Vocês são só aluno e mestra.
- Não precisa me lembrar disso, Eydis. - Ele suspirou. - Ela me falou isso semana passada, quando eu tentei me declarar pra ela.
- Sabe que ela é só minha. - Ela sorriu, tentando parar com o choro. - Só minha.
- Só porquê vocês são amigas, não quer dizer que eu não posso ficar com ela. - Ele riu também.
Algo forte no coração do lilás começou a palpitar, em relação a acinzentada em seus braços. Algo tão puro e único. Sem ter controle dessa sensação, ele decidiu se desgrudar dela para evitar ficar ali mais tempo que o necessário.
- Por quê levantou? - Eydis se queixou ao ver Eldrie se levantando e pegando a toalha na borda da banheira. - Eli.
- Eu me lembrei de uma coisa. - Ele se secou e vestiu o seu uniforme. - Pode ficar com o meu tempo de banho.
Ele saiu do andar, deixando a acinzentada curiosa. Quando ela tentou entender o motivo, ela ficou praticamente do jeito que ele a deixava assim. Tão... Solta.
- Idiota.
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Eugeo e Alice estavam no quarto da loira, cuidando de Kirito e alimentando ele aos poucos. Eles já foram no refeitório para jantar, e como não podiam levar Kirito para levantar suspeitas, tiveram que levar comida pra ele no quarto.
- Eu nunca vi ele desse jeito. - Eugeo falou, enquanto dava comida para Kirito mastigar de pouco a pouco.
- Provavelmente essas pessoas com quem Kirito tava conversando fizeram isso com ele. - Alice deduziu, enquanto fazia um relatório.
- O que está escrevendo? - O loiro perguntou, interessado no que ela estava escrevendo.
- É um relatório sobre você. Os comandantes querem que eu veja você de perto durante o treinamento, e em troca vão deixar essa coisa do Kirito só entre nós e os Cavaleiros da Integridade. - A loira explicou. - Ah, e como você agora vai ser um de nós, você vai ter acesso aos benefícios, um bom salário, 13º no final do ano e também um dragão como uso de transporte.
- Espera, eu vou ganhar um dragão também? - Eugeo se animou, pensando como seria sua primeira vez com um dragão ao seu lado.
- Vai sim. - A loira sorriu. - Como a minha dragõa Amayori, você poderá escolher um dragão pra ficar ao seu lado até que o Propósito dele acabe, ou se você quiser libertá-lo. - Alice viu a lua de Lunaria, e se levantou. - É melhor irmos dormir. Amanhã cedo, você vai começar o treinamento com a Eydis.
- Ah, é verdade.
- Bom... - Alice se ruborizou num pouco. - Você poderia virar o Kirito e olharem para outro lado?
- Por quê?
- É que... Eu preciso tirar esse sobretudo e trocar de roupa. - Dessa vez foi a hora de Eugeo ficar ruborizado.
- C-claro, me desculpa! - Eugeo se virou junto com Kirito e esperaram Alice se trocar. Alice se despiu de suas roupas que usavam antes, trocando por uma camisola branca mais confortável.
- Já pode se virar. - Alice o avisou e ele se virou. - Então... Como nós vamos dormir?
- Eu posso dormir no chão e você dorme com o Kirito.
- Não, é melhor nós três dormirmos juntos. Essa cama é grande e dá pra nós três. - Alice falou, praticamente exigindo. - E não adianta dizer não!
- Acho que ela é igualzinha a outra Alice... - Eugeo pensou com essa cena e sorriu nervoso, tendo que aceitar a exigência da loira.
Os três se deitaram juntos com Alice a esquerda, Kirito no meio e Eugeo a direita. O Trio de Rulid estava unido de novo, como nos velhos tempos. Se fosse em tempos mais pacíficos.
- Isso é um pouco desconfortável... - Alice ficou um pouco nervosa.
- Eu já tô acostumado a dormir assim com a minha pajem Tiese. - Eugeo falou.
- A garota de cabelo vermelho, é ela que é a sua Pajem? - Alice se lembrou da garota que trazia a Espada da Rosa Azul para ele.
- Sim. Mas agora depois da tentativa de estupro do Raios e do Humbert, elas agora estão seguras e com outros Discípulos de Elite. - Eugeo respondeu com um tom meio tristonho.
Alice sabia disso e estava meio arrependida de ter chamado Eugeo de assassino no dia em que se conheceram, sem querer saber da verdade.
- Eugeo... - Ela o chamou, mas o loiro acabou dormindo assim como Kirito. Ela estava feliz que seus amigos estavam junto com ela dessa vez.
Quem sabe algo poderia melhorar. Com um sorriso fraco, ela fechou os olhos e adormeceu junto com os dois.
- Boa noite, Eugeo e Kirito.
Chapter 3: Capítulo III - Treinamento Básico
Summary:
Eydis decidiu aceitar em ser a mentora de Eugeo, porém ela percebe que ele não é exatamente tão inexperiente como ele achava. Eugeo começa a se ambientalizar como um Cavaleiro da Integridade e ao mesmo tempo, essa nova relação dele com Alice.
Chapter Text
26 de Maio de 380, Império Humano. Mundo de Underworld...
Ponto de Vista(Eugeo)
Eu já acordei cedo hoje comendo o meu café, deixando o Kirito já alimentado, dando banho nele e deixando ele ficar no quarto da Alice para eu ir lá treinar com a Eydis no Jardim Cloudtop, no 80º Andar.
Agora que ela seria a minha mentora, eu teria que aprender alguma coisa com ela e com os Cavaleiros da Integridade. Era igual quando o Discípulo que me treinou era o Mestre Golgorosso. Tomara que um dia eu possa ver ele de novo.
- Bom dia, Eugeo. - Ouvi a voz de Renly atrás de mim.
- Bom dia, Renly. - O saudei. - Já acordou cedo?
- Pois é. Daqui a pouco os cavaleiros rasos vão aparecer e eu vou ajudar o Senhor Deusolbert e a Sheyta a treinar eles. - O esverdeado me explicou. - Tá animado pra começar o treinamento?
- Sim. - Respondi a ele. - Mas sobre a Eydis, ela é difícil de se lidar em combate.
- Mais ou menos. - Renly abanou a sua mão direita. - Ela pode até ser meio avoada e esquisita, mas quando é necessário, ela é muito forte. Ela quase chegou perto de derrotar a Alice uma vez. Por isso, você tem que ficar alerta com a Eydis.
- Então isso pode ser meio complicado... - Apertei firme o meu punho cerrado. Seja lá qual e como for a técnica da Eydis, é melhor eu ficar preparado pra tudo. Me separei de Renly e subi as escadas até o Jardim Cloudtop.
Chegando lá, estava a Eydis sentada no meio da grama e meditando de olhos fechados.
- Eydis? - A chamei, vendo se ela parava com sua meditação. - Eydis, já cheguei. Sou eu, Eugeo. - Ela não se mexe. Mas como pode?
- Eydis? - A toquei, vendo se havia alguma reação.
Quando eu a toquei, ela caiu de lado como se quisesse dormir.
- Não, Mary... Só mais cinco minutinhos e depois eu vou te levar pra escola... - A acastanhada sussurrou e continuou dormindo.
Um pouco de raiva passou pela minha cabeça e decidi expulsar ela pelos meus lábios.
- EYDIS!
- Não tô dormindo, Vice-Comandante! Só tô descansando os olhos! - Ela pulou como um gato, arregalando os olhos. Ela é igualzinha ao Kirito, só de olhar pra isso. - Ah, é você Eugeo. Me mata do coração não, menino.
- Ah... Tá tudo bem aí com você? - Perguntei a ela, enquanto notava que a loira estava com uma garrafa térmica com café ali na grama. - Você tava falando dormindo.
- Claro, eu tô bem sim. Devo ter esquecido que ia começar a te treinar hoje, foi mal. - Ela se levantou, enquanto amarrava seus cabelos e dava um bocejo.
- Você chamou alguém com o nome de "Mary". Isso significa alguma coisa?
- Não deve significar nada. - Ela falou, como se tivesse escondendo alguma coisa. - Bem, então... Podemos começar agora?
- Claro, mestra. - Falei formalmente, fazendo um gesto de respeito dos Cavaleiros da Integridade.
(N/A: É aquele gesto militar brabo do anime Attack on Titan/Shingeki no Kyojin)
- Que isso, só me chama pelo nome mesmo. - Ela avisou, erguendo as palmas das mãos. - E a gente só faz esse gesto quando todo mundo tá reunido.
- Tá bem, Eydis. - Consertei dessa vez.
Nós nos separamos um pouco e ficamos em posição de combate. Eu alterei minha postura, com a minha espada apoiada no ombro.
- Que técnica é essa? Nunca vi isso. - Ela falou, em um tom de surpresa.
- É o Estilo Aincrad do Kirito. - Expliquei a ela, enquanto olhava para sua postura. - Ele me ensinou sobre como usar as minhas habilidades, usando todos os meus sentidos além da visão.
- Se acha que a técnica do Kirito vai te ajudar, então você não perde por esperar. - Eu preciso ficar focado, até porquê ainda não sei do que a Eydis é capaz de fazer. Com um movimento dela, ela pulou pra cima de mim rapidamente e pegou sua espada semelhante a um tipo de espada oriental e nos chocamos com o golpe. - Você nunca viu o poder da minha Espada do Corte Sombrio, então vai adorar a técnica dela. - A espada dela atravessou a minha Rosa Azul, como se um fantasma tivesse passado pela minha espada. Antes que a lâmina tocasse em mim, eu pulei bem rápido pra trás.
A Eydis dava diversos golpes de sequência, e ela era muito rápida. Não conseguia acompanhar ela. Para me defender, usei o Ataque Vorpal e o Ataque Quádruplo pra tentar quebrar a defesa dela.
- Se não consegue me seguir, então você vai gostar disso. - Ela deu um mortal pra trás e começou a ativar as habilidades de sua espada, criando um círculo cibernético roxo no chão. - Enhance Armamento! Multi Clones da Sombras!
- Isso só pode ser brincadeira... - Tenho certeza de que a Alice já deve ter dito isso. Mas uma Eydis já é demais, imagina um monte delas?!
Ela criou cinco clones das sombras usando o poder da sua Espada do Corte Sombrio. Então ela tem o poder da clonagem.
- E aí, gostoso?
- Tranquileba aí?
- Tá fudido agora, lek.
- Vai virar picanha fatiada.
- Invadiu o morro, vai levar o coro.
- Então esse é o seu verdadeiro poder na Arte do Controle Total de Armas. - Dei um sorriso nervoso, e ainda olhando para as clones dela. - Por isso que você quase derrotou a Alice.
- E não é só isso não, loirinho. - As clones da Eydis foram pra cima de mim, só que ainda mais rápidas do que antes. Não consegui bloquear os golpes com força o bastante, e acabei sendo jogado contra a árvore ali perto, sentindo a dor da madeira se chocando com as minhas costas.
- Caramba... - Me levantei aos poucos, ainda bem que essa armadura ajuda com a proteção ou seria pior. - Por essa eu não esperava.
- Os Multi Clones das Sombras fazem com que a minha velocidade aumente três vezes mais e também, potencializa o meu poder envolvendo o Elemento Umbra e Elemento Luminoso. Eu posso fazer até uns cem clones, mas só que gasta muito mais energia. - Ela falou, enquanto sua espada brilhava com o Elemento Umbra. - E é por esse motivo que ela absorve vida, me fazendo criar isso!
De sua espada, ela fez uma névoa negra extremamente densa fazendo com que eu perdesse a verdadeira Eydis e as outras clones de vista. Estava andando aos poucos pela névoa, com os meus sentidos em alerta. Mas era complicado de ver.
Senti uma dor no meu corpo, ao ser chutado e levado até o chão. Depois do chute, senti o metal sombrio dela chegando perto de mim. Consegui bloquear, mas só que duas clones me chutaram de ambos os lados e uma pulou da lâmina chutando o meu rosto, fazendo eu ser levado até o riacho do jardim.
- Com certeza você não esperava por essa. - As clones falavam, enquanto notei a névoa negra sumindo e retornando a espada.
- Então é assim que funciona sua habilidade... - Falei a ela todo molhado, enquanto limpava um filete de sangue que saiu da minha boca e cuspindo na correnteza do riacho. - Você combina Artes Sagradas e a Arte do Controle Total de Armas que vem da sua espada, convertendo magia umbra e luminosa pra absorver energia vital.
- Entendeu bem rápido, loirinho. Diferente da Vice-Comandante, que usa uma espada de sol que pode cortar e queimar qualquer coisa, a minha é bem mais versátil trocando velocidade pra absorver vida das sombras. - Elas deram de um sorriso convencido, falando ao mesmo tempo. - Essa que a Pontífice me deu foi especialmente projetada pra mim, criada no fundo do lago mais fundo de Underworld. Mesmo que a sua espada não seja de metal, não tem muita vantagem contra muitos oponentes.
- Então você vai ficar surpresa com o que a minha Espada da Rosa Azul consegue fazer. - Disse focado pra ela, enquanto ativava o poder da minha espada e criando um círculo cibernético azulado na lâmina. - Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas!
Usei uma habilidade igual ao que a Alice usa com a sua Oliva Perfumada, criando uma chuva de pétalas de flores feitas de gelo que podiam cortar e congelar tudo que fizesse contato com elas, e assim joguei elas para as clones da Eydis. Elas estavam na defensiva, tentando focar energias de Elemento Umbra e Luminoso, mas existe mais um segredo da minha Rosa Azul.
- O Fortalecimento da Rosa Azul tem duas habilidades de encarnação. Eu posso usar ela para manipular primeiramente por terra, criando gelo com as minhas raizes. A minha segunda é que eu posso usar ela pra manipular gelo pelo ar e absorvendo os recursos naturais do vento, pois existem partículas de água no ar. - Expliquei a ela, enquanto jogava as clones dela até a parede do jardim e pegava a verdadeira com uma das minhas raízes de gelo. - Eu aprendi isso estudando o poder da Alice.
- Por essa... Eu não esperava. - As clones de Eydis sumiram como fumaça, enquanto a verdadeira saiu da minha raiz de gelo. - Você me derrotou e isso era só treino. Agora eu vou ter que pagar a Scheta depois disso! - Ela ficou com uma cara emburrada, bufando as bochechas e cruzando os braços.
- Me desculpa por ter saído um pouco do controle. - Tentei me desculpar com ela, enquanto a ajudava a se levantar. - Eu acho que acabei pegando esse gosto maluco por batalhas que o Kirito tem.
- Não, tá de boa. - Ela abanou sua mão direita. - Testar as suas habilidades durante o treino é padrão da gente. E além disso, agora eu vi o poder do Cavaleiro bonitão que derrotou o Comandante e botou o Eldrie pra mamar literalmente.
- Não foi bem assim, só tive sorte. - Disse com sinceridade.
- Sorte, uma vírgula. Você e a Alice são os únicos Cavaleiros da Integridade que tem o poder de manipular os recursos naturais como fonte de energia. - A acinzentada bateu nas minhas costas, me fazendo dar um pulo. - Eu já gostei de você, só que ainda não considero você como namorado da Alice. Então se você magoar ela ou fazer ela chorar, eu te esfolo com as minhas clones.
- Ela... Ela não é minha namorada! - Eu ainda não entendi. Por quê todo mundo quer me matar nessa torre?!
- Então por quê eu vi vocês dois dormindo juntos com o Kirito ontem?
- Porquê nós somos amigos e a gente tá cuidando do nosso amigo. - Me expliquei. - E como assim você viu a gente dormindo junto?!
- Blá, bla, bla. Perguntei primeiro! E por sinal isso é pura conversa, Eugeo. Me fala a verdade. - Ela deu a língua e chegou mais perto. Dessa vez, com um semblante mais sério. - Você a ama de verdade, não é mesmo? Você é apaixonado pela Alice?
- Aquela Alice não é a mesma de antes do Ritual. - Desviei o olhar, focando a minha visão para o solo. Não seria certo eu ter esses sentimentos pela Alice Synthesis Trinta.
Ela deu um suspiro longo e falou.
- Durante mais de 100 anos servindo a Administradora, eu tentei me apaixonar por vários homens e mulheres só pra esconder a minha dor. A dor de não ter nenhum família além dessa: os Cavaleiros da Integridade. - Ela se sentou na grama. - As vezes eu tenho visões sobre uma garota igual a mim, só que menor.
- Acha que pode ser alguém da sua antiga família? - Perguntei interessado nas visões.
- Eu não tenho certeza, mas quem sabe. Também tenho visões sobre um cara de cabelos lilás. Eu não sei quem é esse cara de lilás, mas quando eu penso nele, o meu coração bate tão forte... Sinto que devo protegê-los com a minha espada, mesmo que eu não saiba quem eles são.
- A vontade de proteger quem mais ama. - Disse, me lembrando na hora em que eu quebrei o Índice de Tabu. Foi isso que o Kirito me ensinou durante as aulas dele de esgrima. - Tenho certeza que você vai descobrir o que tem por trás das suas visões. Se eu consegui recuperar minhas memórias e as memórias da Alice... - Mostrei a ela o prisma da pequena Alice, que uso como um cordão para me lembrar delas duas. - ...eu tenho certeza de que você consegue se lembrar dessa tal Mary.
Ela deu um sorriso e se virou bruscamente, limpando o seu rosto. Acho que ela deve estar chorando. Ela voltou pra minha frente com seus olhos avermelhados agora mais secos de lágrimas e começou a me apalpar por inteiro.
- Vamos pro refeitório almoçar, que eu tô morrendo de fome! Me leva pra lá, novato. - Ela pulou nas minhas costas, manhosa.
- Pode pelo menos parar de fazer isso?
- Faz parte do treinamento. - Ela fez biquinho e apontou para a escada. - Vamo logo, tô com fome! Quero comer batata!
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Alice estava no refeitório da torre esperando por Eydis. A loira geralmente esperava por um comportamento irritante dela, mas era um milagre que a acinzentada tenha se esquecido disso.
Eldrie estava na frente da loira, com um comportamento emburrado.
- Você tá bem? Tá assim desde hoje de manhã, nem se concentrou direito no treino. - A loira percebeu que havia algo de errado com seu aluno.
- Eu estou bem. Só pensativo sobre aquele seu amigo.
- E o que te incomoda? - Ela perguntou, talvez já sabendo aonde isso levaria.
- Alice-sama, por quê você confia nele? Sabe muito bem do que ele fez com a nossa ordem. - Ele se irritou. - Acha que é bom eu ter que viver uma mentira pra todos os estudantes nessa torre?
- Você ainda não entendeu, Eldrie? Ele salvou a nossa Ordem das garras da Administradora. Ela que era a verdadeira mentira desse mundo. - A loira o repreendeu. - Já está na hora de você aceitar isso e focar no seu treinamento.
- Não dá pra focar com ele aprendendo com aquela pervertida relaxada treinando ele. Se nós temos que fazer ele se tornar uma arma viva superior a todos nós, com certeza ela não é a mais indicada pra treinar o Trinta e Dois. - Ele falou, desviando o olhar para a esquerda. Pelo tom de voz, Alice percebeu algo.
- Eldrie, sentimentos pessoais são difíceis de se controlar, sei disso. Mas o Eugeo e a Eydis não vão te separar do que você sente por ela.
- Eu não sinto nada por aquela pervertida.
- Então tá bem. - A loira notou um certo espadachim de armadura azul-prateada carregando nas costas uma garota de cabelos cinza e mandando nele. - Se não sente nada por ela, aquilo te diz respeito em alguma coisa?
O lilás ficou completamente vermelho de ciúme ao ver aquela cena, que quase estava liberando o seu Chicote da Escama de Gelo. Já Alice, estava rindo do ciúme vindo de seu aluno.
- Trinta e Dois, solta essa pervertida de cima de você! - Eldrie se levantou indo até eles dois, puxando ela das costas de Eugeo e praticamente se agarrando na capa azul dele.
- Ela não quer sair de mim! Socorro, gente!
- O Eugeo parece ser um guerreiro bem interessante. - A voz indecifrável de Sheyta apareceu atrás de Alice, fazendo a loira pular do banco.
- Aí, Sheyta! Não me assusta desse jeito. Sua cara de poucos amigos já bota medo. - O medo da loira foi até às alturas depois disso.
- Só tenho essa cara. Quer que eu faça o quê? - A mais velha deu uma patada não-proposital sem saber. A falta de emoções nela meio que deixava todo mundo naquela torre com curiosidades sobre ela.
- Ah, deixa pra lá. - Alice suspirou em derrota, e decidindo saber o que a Doze queria. - O que você quer?
- Saber sobre aquela missão do Comandante que ele atribuiu pra você, Eldrie, Eydis, o Renly e o Eugeo. - Sheyta a lembrou. - Até quarta, ele precisa que vocês façam logo o reconhecimento na cidade dos Cavaleiros Negros.
- Hoje a tarde eu vou levar o Eugeo pra escolher o dragão dele. Amanhã cedo eu vou avisar o pessoal sobre a missão e já vamos para lá. - A loira avisou, fazendo com que a morena acentisse com a cabeça e saísse de lá com seu comportamento imprevisível de costume.
A loira estava vendo Eydis botando uma coxa de frango na goela abaixo de Eldrie, fazendo o lilás se engasgar enquanto Eugeo tentava salvar ele. Alice viu que apesar dos três serem completamente diferentes, são como um grupo de amigos bem especial pra ela.
“Eugeo já está se acostumando com essa casa de maluco. Eu estou feliz que ele e o Kirito estejam aqui comigo. Será que você também tá feliz... Alice Schuberg?”
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Ponto de Vista(Alice)
Estávamos descendo as escadas para o 35º Andar, em direção ao hangar em que os dragões estavam. O Eugeo estava ao meu lado, e parecia estar muito ansioso.
Ele é igual a um garotinho que esperava por um presente.
- Vejo que está animado pra ganhar um dragão. - Sorri com o entusiasmo dele.
- É que eu sempre sonhei em ver um de perto, e agora eu vou ganhar um. Não esperava ter isso com esse privilégio de Cavaleiro da Integridade. - Ele falou, sorrindo enquanto desciamos os últimos degraus.
- Então segura o coração, Trinta e Dois. - Abri o portão aonde levava a um hangar cheio de dragões que se aproximavam do loiro.
- Ah, Alice... - Ele falou com um pouco de medo, enquanto os dragões cheiravam o Eugeo.
- Relaxa, Eugeo. Eles são dóceis e só estão analisando o seu cheiro pra se acostumarem com você. - Expliquei a ele.
- Menos mal. - Ele falou, mais acalmado enquanto os dragões se afastavam e voltavam as suas divisórias.
Levei ele para conhecer a minha dragonete, e abri a divisória dela.
- Essa aqui é a Amayori. - Disse, enquanto ela saía da divisória dela e indo até mim. Eu acariciei o rosto escamoso dela, enquanto ela dava um grunhido satisfeito. - Acho que você se lembra dela.
- Do dia em que você veio buscar eu e o Kirito. - Ele falou, um pouco cabisbaixo mas levantando o olhar novamente. - Mas ela não vai se sentir com raiva de mim?
- Só se você for um frouxo com medo de uma dragonete linda como ela. - Falei orgulhosa e com um sorriso convencido. É impossível alguém ter medo de uma bichinha bonitinha como a Amayori.
- Eu li em um livro que a personalidade de um dragão é sempre a mesma do dono. Então eu tô com medo da Amayori ser igual a você. - Ele falou, em um tom de deboche e me deixando com raiva. Com um assobio meu, a Amayori foi pra cima do loiro fazendo ele ser "esmagado" pela minha bichinha.
- O que dizia? - Levei minha mão até minha orelha direita, querendo ouvir as palavrinhas mágicas desse idiota.
- ...sculpa... - O fôlego dele tava quase nas últimas. Mas ainda não é o suficiente pra mim.
- O quê? Me perdoa, mas eu não ouvi direito. - Adoro quando faço as pessoas repetirem nessa parte.
- Me... desculpa...
- É, eu acho que ele já aprendeu. Amayori, sai de cima dele. - Ordenei a ela, que já estava praticamente melando ele de baba de dragão.
- Aí, pensei que fosse morrer. - O loiro falou ofegante, enquanto se levantava. - Por quê fez isso?
- Para de ser criancinha, já passou. - Sorri orgulhosa e dando um peixe pra Amayori, que grunhiu satisfeita e me seguiu até uma divisória aonde estavam três dragões. Um cinzento fêmea, outro meio avermelhado macho e outro branco-azulado macho também. - Agora vem cá, Eugeo. Esses dragões aqui ainda não se acostumaram com os outros Cavaleiros, e é por isso que você vai ter que escolher um deles ou eles que vão escolhê-lo. Quando você encontrar o dragão certo, você deve criar um ritual de vínculo entre vocês.
- Escolher um deles... - Eugeo olhava para cada um atentamente. - Eles tem alguma habilidade específica?
- Os outros dois primeiros soltam fogo e plasma. - Apontei para eles. - Já o outro branco também solta fogo, plasma e pode se camuflar em qualquer ambiente. Mas só que ele é meio agressivo. Vários Cavaleiros da Integridade tentaram chegar perto dele, mas ele nunca os obedeceu. Eu sugiro você pegar o avermelhado, já que ele parece ser mais dócil e... Eugeo?
Vi Eugeo andando calmamente até o dragão branco, que começou a rosnar de fúria.
- Idiota, sai de perto dele! - Sussurrei gritando, pois esse dragão é de ficar irritado bem fácil.
- Pode ficar tranquila, Alice. Eu sei o que eu estou fazendo. - Ele disse, enquanto tirava sua Espada da Rosa Azul junto com a bainha branco-azulada e deixava no chão junto com uma sela para colocar no dragão. - Olá, o meu nome é Eugeo. Sou o Cavaleiro da Integridade Synthesis Trinta e Dois. Soube que você é muito bravo, e por uma razão especial eu decidi que você pode ser o meu dragão.
- Mas o quê...
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Criogênico. Estrela Polar. - Das mãos dele, nasceu uma estrela feita de gelo por Arte Sagrada. - Essa estrela é feita de um gelo especial, que só vai derreter se eu morrer de novo. É um presente meu pra você.
O dragão estava se aproximando dele, e peguei a minha Oliva Perfumada por precaução, pois não sei se esse dragão vai fritar ele ou comer.
Quando ele chegou mais perto do Eugeo, pensei que aconteceria o pior. Por isso fechei meus olhos, e não ouvi mais nada. Então a Amayori me cutucou no ombro e então abri os olhos só pra ver uma cena surpreendente.
O dragão branco tava é lambendo o rosto do loiro, que gargalhava divertido.
- Mas... O quê?
- Ele é muito tímido, por isso que não conseguiam domar ele. - Ele me explicou, como se não fosse nada e começou a montar a sela nele. - Acho que o seu nome pode ser... Hanayuki. Posso te chamar assim?
O dragão branco acentiu com um grunhido positivo.
- Hanayuki... É uma história sobre uma pétala que foi criada no meio de um deserto feito de neve. - Lembrei de um livro antigo que li na biblioteca da torre.
- Sabe sobre essa história? - Ele ficou surpreso com isso.
- Claro, a história de um homem conhecido na Língua Sagrada como o Azure Chevalier, que também significa na nossa língua como o "Cavaleiro Safira". - Expliquei a ele, e por algum motivo isso me lembra do nome do homem que eu vi no meu sonho noite passada. - Ele ia levar uma flor escondido para a sua amante chamada Sacerdotisa da Luz. Mas aí a Deusa Lunaria descobriu que o Cavaleiro Safira descobriu que o seu filho saía escondido com a Sacerdotisa, e por isso o proibiu de ficar com ela pra sempre.
- Mas eu fiquei chocado com a parte em que o Cavaleiro Safira era o filho do Vecta com a Lunaria. - Como é que é?
- Como é que é? Aonde você leu isso? - Perguntei curioso sobre como ele sabia disso. Nunca soube dessa parte da história.
- Em uma parte proibida da Grande Biblioteca dela. - Ele falou se recordando de algo e se tocando com uma coisa. - Espera, a Cardeal... Ela me disse alguma coisa.
- E o que isso tem a ver com essa história? E que biblioteca é essa?
- É uma biblioteca secreta que a Cardinal e a amiga dela Charlotte morava. Foi de lá que elas saíram, quando a Quinella atraiu elas... - Ele olhou cabisbaixo, provavelmente se lembrando do 100° andar.
- Não fica assim, Eugeo. Não deve se esquecer o porquê delas terem salvado a gente. - Me lembrei de quando estávamos nós três. Eu, ele e o Kirito juntos de novo e pra lutar contra aquela aberração. - Vamos continuar em frente por elas.
Começamos a voar por toda Centoria e rodeando a cidade ensinando algumas acrobacias ao Eugeo para ele usar com o Hanayuki. Ele sorria bastante enquanto voava, e pude perceber sua capa passando junto com o vento e os seus cabelos balançavam tanto que por algum motivo, me fez ficar hipnotizada.
Decidi não querer saber disso, e daí dessa ilusão notando que o sol de Solus estava se pondo.
- Eugeo, o sol tá se pondo! Vamos voltar!
- Está bem! Hanayuki, vamos lá com a Alice e a Amayori. - O dragão acentiu. O Eugeo ficou todo bobo por esse dragão. Chegamos na torre e aterrissei de primeira. Mas como esse era o primeiro vôo do Eugeo e do Hanayuki juntos, eles acabaram se espatifando no chão do hangar. - Acho que a gente precisa melhorar um pouco na aterrissagem.
O dragão bateu sua cauda de leve na cabeça do loiro, igual aos tapas que eu costumo dar na Eydis. Dei até uma risadinha nasal, vendo como ele conseguiu domar o dragão mais bravo da torre.
Nós fomos jantar dessa vez junto com o Kirito no quarto, como uma festa do pijama. Como sempre, ele comendo primeiro. Essa era a vez do Eugeo dar comida pra ele.
- Come de pouco em pouco, Kirito. - Eugeo falou, enquanto colocava a colher na boca do moreno.
- Até que pro seu primeiro vôo, você foi bem. - O elogiei pelo ato.
- O vôo até que sim, mas a aterrissagem nem tanto. Eu caí igualzinho a uma banana se espatifando no chão. - Ele riu meio envergonhado com isso, enquanto Kirito terminava de comer.
- É assim mesmo. Com o tempo você se acostuma. Com o Eldrie e o irmão da Amayori, Takiguri eles levaram uma semana até aterrissarem melhor. - Expliquei a ele, me lembrando das vezes em que o Eldrie caía de cara no chão, e até rimos disso.
- Então... Eu ouvi alguma coisa com você e a Scheta conversando no refeitório. O que era?
- Ela quis me lembrar de uma missão. Amanhã você, eu, Eydis, Eldrie e Renly vamos nos infiltrar por dois dias lá na capital dos Cavaleiros Negros, sem a nossa identidade como Cavaleiros da Integridade pra não chamarmos atenção. - Falei logo para ele, já que mais cedo ou mais tarde ele saberia.
- Mas... Eu comecei a ser um Cavaleiro da Integridade não tem nem dois dias. Não acha que isso é meio arriscado? - Ele me perguntou, um pouco nervoso.
- Eu também acho sim, mas com certeza o tio Bercouli quer testar suas habilidades em campo. - Ainda acho que alguma hora aquele velho pinguço vai querer matar ele. Mas de fato, é por outro motivo. - Até porquê o Território Negro tá em expansão pelas nossas fronteiras e precisamos ficar em alerta.
- Mas quem vai cuidar do Kirito enquanto estivermos fora? - Ele me perguntou, enquanto terminava de mastigar a comida do prato dele.
- O tio Bercouli e a senhora Fanatio vão cuidar dele. Já que só os Cavaleiros da Integridade e alguns funcionários de confiança sabem que o Kirito tá aqui, vai ser mais seguro se o Kirito ficar com eles dois. - Disse ao loiro, enquanto olhava para a lua no horizonte. Eventualmente fomos tomar banho(separados, óbvio), e deitamos juntos com o Kirito de novo.
Ainda estava pensativa com esse lado estranho da historia que o Eugeo contou. Seja o que for, eu preciso saber mais sobre isso. Decidi dormir para tentar não pensar muito sobre isso.
No outro dia, nós acordamos dessa vez antes do amanhecer com todo mundo do grupo reunido. Com nossas mochilas e tudo, já que vai ser uma missão rápida. Assim espero.
Como eu era a 3ª cavaleira no comando, eu expliquei o plano ao pessoal.
- A nossa missão é fazer um reconhecimento de um ou dois dias na terra dos Cavaleiros Negros. Lá nós vamos investigar o que o Lorde Shasta e a Vice-Comandante Lipia estão planejando em relação a Ordem dos Dez Lordes. E pra missão dar certo, não podemos usar as nossas armaduras ou vão nos descobrir.
- Por isso a gente não trouxe as armaduras, e sim só os sobretudos e capas brancas. - Eugeo falou, percebendo o plano e acenti com a cabeça.
- E o que acontece se eles nos descobrirem? - Renly perguntou, praticamente com o cu na mão.
- Aí nesse caso, reza! Reza de verdade pra Deusa Stacia salvar a gente! - Nessa hora, o menino ficou apavorado e quase pulou no Eugeo devido a palhaçada que a Eydis falou.
- Sua relaxada, não é pra apavorar o moleque. - Eldrie falou irritado para ela.
Eydis deu a língua e o dedo do meio pra ele, enquanto se desculpava com o Renly.
- Se eles nos descobrirem, vamos chamar os nossos dragões e vamos sair rápido de lá. - Expliquei, dando um olhar mortal pra aquela desmiolada enquanto continuava falando o plano. - Então vamos nos separar por lá.
- E quais vão ser os grupos? - Eldrie me perguntou.
- O primeiro vai ser você, a Eydis e o Renly. O outro será o Eugeo e eu.
- Mas nem por um caralho! - A acinzentada e o lilás falaram ao mesmo tempo. - Esse loirinho aí não vai ficar com você!
- Mas que coisa... - Eugeo suspirou em derrota. - E se eu for com o Renly então? Assim vai ficar equilibrado e não vai dar problema pra ninguém.
- Não, nada disso. Eles três vão juntos. E você vem comigo. Você ainda é novo na Ordem, e nós separados temos um nível equilibrado de poder. - Olhei repreensiva para os dois que estavam se queixando. - E vocês dois, nada de ficarem reclamando. Renly, fique de olho no Eldrie e na Eydis pra eles não se matarem.
- Pode deixar, Alice. - O esverdeado acentiu, com uma risada nervosa de lado. Apesar de eu saber que esses dois iriam encher o Renly, só eu confio nele pra botar uma coleira naqueles dois.
Com um assobio meu, a Amayori, Takiguri, Kirimai(o dragão da Eydis), Hanayuki e o Kazenui(o dragão do Renly) chegaram. Nós subimos neles e levantamos vôo, saíndo da Torre da Igreja.
- Tomara que essa seja uma missão tranquila.
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No Mundo Real...
5 de Outubro de 2022... San Diego, Califórnia.
Ponto de Vista(Gabriel)
Estava vindo após mais um dia de trabalho na GDS - Glowgen Defese Systems e indo pra casa no meu Audi A8, chegando em uma casa luxuosa não muito grande e nem tão pequena. Era o suficiente para duas pessoas.
Havia chegado em casa, e enfim estacionei o carro na garagem.
- Já estou em casa. - Avisei enquanto abria a porta e já sentindo um cheiro bom de algum cômodo da casa.
- Já chegou, pai? - Ouvi uma voz vindo da cozinha. - Pensei que ia chegar mais tarde.
- Eu decidi tirar uma folga essa noite, e além disso eu tenho uma coisa especial pra te contar hoje. - Sorri, enquanto segurava um envelope com alguns documentos.
- O que é, pai? - Da cozinha, saiu de lá um adolescente loiro com os mesmos cabelos e olhos como os meus, em um semblante sorridente. - É o jogo novo do Call of Duty?
- Não, mas é uma coisa ainda mais legal. Você vai gostar, vai descobrir depois do jantar. - Abri a geladeira pegando um refrigerante de Coca-Cola e botando em um copo.
- Se tomar todo o refri, vai perder a fome. - O adolescente me repreendeu. Ele é igual a mãe.
- Relaxa, filho. Só uma vez não é ruim.
- Deixa um pouco pra mim.
Agora...
06 de Julho de 2026 - Ocean Turtle, Base Móvel da Rath... Em algum lugar do Mar do Japão...
- Chefe, já estamos terminando de hackear o sistema de Underworld. - Ouvi a voz de Critter mexendo no computador, me tirando dos meus pensamentos.
- Então vai rápido, nerd! - A voz apressada de Vassago o irritava. E me irritava também. - Se fosse eu, já tinha até conseguido entrar.
- Quer tentar mexer aqui então? Fica a vontade, Vassago.
- Chega disso, vocês dois. - Chamei a atenção deles. As vezes ser chefe deles cansa. - Critter, quanto tempo falta pra entrar no sistema?
- Em dois minutos. - Ele falou, enquanto continuava digitando.
- Ótimo. - Falei enquanto olhava para uma câmera aonde estavam os corpos de dois jovens loiros, em uma câmara selada pelo lado de dentro. Estranhamente olhei para o rapaz, e por algum motivo ele me parecia familiar. Mas sem querer pensar muito nisso, eu dei um sorriso meio psicótico só de olhar para a garota de longos cabelos loiros com aquele rosto sereno. Mal posso esperar pra ver a alma dela. - Alice... Eu tenho certeza que a sua alma vai ser muito doce. - Disse em inglês, passando minha língua pelos lábios.
- Isso não é bom. - Ouvi a voz de Vassago ali atrás vendo algo no celular.
- O que foi, Vassago? - Perguntei a ele. - A Força Naval Japonesa vai atacar a Ocean Turtle?
- Pior! Um filho da mãe atacou a minha vila no Coin Master Online! - Ele se emputeceu, batendo a mão na parede com força. É hoje...
- Deixa eu ver se entendi. - Coloquei minha mão no rosto e suspirei fundo, tentando entender a estupidez dele. - Trouxe o seu Amusphere conectado com o seu celular pra jogar o jogo no meio de uma missão? - Perguntei para ele, em um tom repreensivo.
- É claro! Se alguém destrói a minha vila no Coin Master, a coisa fica pessoal pra mim!
- Eu posso até não gostar dele, mas é verdade chefe. - Critter falou, enquanto digitava no computador central. - É muita vacilação atacar a vila dos outros.
- Só voltem a trabalhar!
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Em Underworld...
27 de Maio de 380 - Áreas Desertas do Território Negro...
Os cinco Cavaleiros já estavam em uma boa distância do Território Humano, e já entraram no Território Negro há algumas horas atrás. A atmosfera daquele local era tão avermelhada assim como as terras. Árida e sem nenhum contato com uma chuva milagrosa.
Era a primeira vez em que Eugeo estava em território inimigo, e além disso esse era o lugar aonde a Alice original perdeu o seu direito de viver.
- Eugeo, você está bem? - A voz de Renly chamou o loiro ali atrás. O esverdeado notou a proximidade do dragão de Eugeo diminuindo.
- Ah, sim! Eu estou bem sim. - O loiro respondeu, dessa vez voando mais rápido e acompanhando os quatro. Alice percebeu que alguma coisa se passava na mente do loiro, e ela sabia do que era.
“___ ___ ___ ___ ___
- Pronto? - Alice perguntou a Eugeo, focada no corpo de Kirito.
- Pronto. - Ele respondeu, afirmando com a cabeça.
- Agora é só o que a Deusa Stacia quiser... - Os dois começaram a reunir um pouco de energia natural do sol, convertendo ela em magia para suas Artes Sagradas.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso! - Uma rajada luminosa de luz saiu de uma esfera amarela criada pelos dois loiros e tocando o corpo de Kirito, no intuito de curá-lo. Após um tempo com o feitiço, Alice percebeu que não estava tendo progresso com a cura. - Não está funcionando.
- Droga... - Os dois cessaram com o feitiço. - Por quê não funciona? Nós só temos alguns meses antes da guerra chegar aqui, e o Kirito ainda não conseguiu voltar ao normal.
- Eugeo, deve ter calma. Utilizar Artes Sagradas precisa de concentração e sabedoria para usá-las. - A loira levou sua mão até seu ombro, tentando confortá-lo. De fato, Alice também estava se sentindo muito ansiosa e impotente só de ver as chances de Kirito se recuperar diminuindo. - E também, precisamos estudar e treinar mais. Vamos trazer o Kirito de volta, eu sei disso.
___ ___ ___ ___ ___”
- Alice, ouviu o que eu disse?
- O quê?
- Olha. - Eydis apontou para frente, onde lá estava uma área populosa. - O distrito principal dos Cavaleiros Negros.
- Muito bem então. Todos se lembram do plano, não é? - A loira perguntou e todos acentiram.
- Só mais uma coisa. Como eu vou pular, se eu sou só um humano normal? - Eugeo perguntou, com receio de pular numa incursão aérea.
- Você não é mais normal, Eugeo. Se lembra do que a Administradora fez com você durante o Ritual de Síntese?
- É, eu me lembro. - O loiro se lembrou, um pouco incomodado com as lembranças horríveis da mulher quem ele deveria adorar.
- Se ela te fez se tornar o mais poderoso da Ordem, então vai saber o que fazer. - A loira respondeu.
- Sendo que ainda não foi confirmado mesmo se ele é o mais forte. - Uma tossida falsa de Eldrie não passou despercebido pelo resto do grupo.
- Mas eu...
- Gente, vamos pular logo! - Renly falou, enquanto apontava para a cidade. - Se a gente chegar muito perto e nos detectarem, vão atacar a gente.
- Pulem na clareira daquela floresta ao meu sinal! - Alice alertou aos outros.
- Quando? - Eydis olhava para a clareira, e já se soltando de Kirimai.
...
...
...
- AGORA!
Chapter 4: Capítulo IV - Eugeo vs Lipia
Summary:
O grupo de Alice se infiltra no Território Negro com a intenção de saber quais são os objetivos do lado inimigo, enquanto Lipia Zancale decide chamar Eugeo para um combate. Linel e Fizel aproveitam que Eugeo e Alice estão fora em missão e decidem fazer algumas travessuras com Kirito.
Notes:
Como na história canon do anime/mangá/novel são cinco deuses, só quatro personagens usam essas supercontas: Asuna(Stacia), Leafa(Terraria), Sinon(Solus) e Gabriel/Subtilizer(Vecta). Já a quinta deusa ainda não foi introduzida na história do SAO, e provavelmente ela deve aparecer só na Unital Ring. Então na minha fic, eu vou decidir quem vai usar a conta da deusa Lunaria.
Enfim, espero que gostem desse capítulo 👍⚔️
Chapter Text
Palácio de Obsidia, Capital dos Cavaleiros Negros - Área do Território Negro...
Uma jovem mulher de cabelos negro-azulados estava olhando para o horizonte da cidade que ficava bem abaixo de um enorme céu avermelhado que parecia fazer tudo ser como se fosse um verdadeiro submundo, assim como o próprio nome desse mundo.
Dizem que esse céu é amaldiçoado por Stacia, que destruiu a camada de ozônio que fazia parte do Território Negro e por isso, essa parte de Underworld era uma terra de ninguém. Outros dizem que isso é por causa de Vecta que causou a guerra contra as deusas. Mas como todos sabem, múltiplas histórias sendo faladas e ouvidas todos os dias sempre não são realmente verdadeiras.
Histórias verdadeiras são aquelas histórias que apenas os verdadeiros aventureiros vivenciaram.
- Oi, mestra. - A voz de uma adolescente de cabelos roxos a chamou do outro lado da sala. - Está pronta pra ver a sua aluna te superando hoje?
- Só se for o dia de são nunca, capitã. - A mulher de cabelos negro-azulados falou sorridente, soltando uma espada de sua bainha. - Agora venha.
A adolescente correu em direção a sua oponente, e ambas começaram a se enfrentar com alguns golpes. A mulher deu um chute na garota, tentando fazê-la desarmar sua espada, mas estava difícil.
- Tá difícil aí, mestra? Nem começou a passação de fome. - A jovem debochou dela, rindo de lado.
- De novo! - A adolescente gritou em direção a sua mestra de cabelos negro-azulados, que segurava a espada com uma outra postura de combate.
- Pirralha, não me subestime! - A mulher correu em direção a garota, que sorria orgulhosa. Com um mortal, a garota desviou do golpe da espada e ambas conseguiram se chocar. - Ainda te falta feijão pra ficar forte, capitã!
- Eu sei disso, Vice-Comandante. - A garota riu orgulhosa, e deu uma rasteira em suas pernas, fazendo a mulher cair no chão e apontou a lâmina para o pescoço dela. - E por isso que não existe compaixão em uma luta.
- Acho que já chega por hoje... - A azulada suspirou, largando a sua espada no chão. - Quase que você me derrotou dessa vez.
- Acho que eu te derrotei agora, Senhora Lipia. - A garota estendeu a mão, e a mais velha aceitou se levantando com o apoio.
- Só que não, capitã. Não se trata só ter técnicas de combate quando você está numa luta pela sua vida. - Lipia explicou a ela. - Há muito mais em batalha do que só lutar.
- Eu sei disso, Senhora Lipia. - A adolescente inflou suas bochechas. - E então? E como vão os preparativos pra guerra?
- Os arsenais já foram abertos, as forjas estão acesas novamente e os soldados estão sendo convocados para o combate. - Lipia respondeu a ela.
- Mas o Lorde Shasta não quer essa guerra, não é?
- Sabe que isso não é bom para Underworld, Yuuki. - Lipia explicou a ela, enquanto segurava sua espada de madeira. - Duzentos anos em sangue já bastaram demais. Agora uma guerra que envolverá toda Underworld já é uma chacina desenfreada.
- Mas os Cavaleiros Negros não devem mostrar fraqueza. Aquela líder vadia dos Magos Bruxos com certeza usaria qualquer um pra iniciar uma conquista igual a Administradora.
- E se nós fizessemos como ela seria igual? - A adolescente começou a raciocinar, enquanto sua Vice-Comandante saía daquele local de treinamento, deixando a jovem capitã irritada. - É por isso que uma guerra nunca é bom para ninguém, capitã.
- Eu sei disso... - A jovem bufou as bochechas. - Mas do que adianta lutar sem forças?
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Eydis estava andando pelo pequeno vale no distrito dos Cavaleiros Negros, sendo acompanhada por Eldrie e Renly. A acinzentada estava irritada por não estar acompanhada de sua melhor amiga, que também adorava chamá-la de futura noiva só pra irritá-la. Mas por desgosto, teria que aguentar Eldrie enquanto estivessem separados de Alice e Eugeo.
Como orientação de Eydis, o trio estava usando capas brancas com capuz como disfarce, por cima dos sobretudos elegantes. Afinal, nem todos no Território Negro eram amistosos.
- Ainda acho isso uma baita sacanagem. - O lilás falou ríspido, enquanto estava andando na frente do trio.
- O que foi agora, fadinha? - Eydis debochou. - Tá ruim de andar, é?
- Não é isso, relaxada. - Eldrie revirou os olhos. - Aquele novato do Trinta e Dois está com a minha mestra, enquanto eu tô aqui com você.
- Eu também estou aqui, gente. - Renly os lembrou, chamando a atenção deles.
- Sua companhia eu prefiro mil vezes mais do que a desse inútil, Renly. - Eydis deu a língua ao lilás, enquanto estava atrás do esverdeado.
- Você é uma puxadora de saco, só vive se escondendo atrás dos outros. - Eldrie alfinetou.
- Gente, não me bota nas brigas de vocês. - Renly falou suspirando, mas dessa vez em um tom mais sério. - E a Alice me deixou no comando desse grupo pra não acontecer nenhuma besteira. Então vamos tentar terminar essa missão o quanto antes.
- Tá... - Os dois murmuraram em derrota e decidiram seguir em frente. Eydis pegou uma maçã de sua bolsa e começou a comer. - Mas aonde vamos ficar?
- Já se esqueceu? - Renly suspirou. - Quando entrarmos na cidade, vamos chegar na pousada que você conhece e vamos dividir um quarto aonde a Alice e o Eugeo estão.
- E depois disso, sair pela cidade pra procurar por pistas. É, essa parte eu já sei. - Eydis suspirou exausta e manhosa. - Mas tô falando sobre... O que vai ter lá? Por quê a última vez em que eu estive aqui foi há uns dois meses atrás.
- Como você e a Lipia são conhecidas, você pode dar uma desenrolada com ela pra saber sobre o plano. - Eldrie a lembrou. - E falando nisso, você contou pro pessoal da guarda que a Alice e o Trinta e Dois estão vindo?
- Ah... - Ela olhou para o lado, um pouco pensativa e do nada começou a olhar para eles. - Claaaaaro. É claro que sim.
Para Eldrie e Renly, isso não foi nada convincente. E como eles conheciam ela muito bem...
- Você falou pra eles, não falou? - Os dois rapazes se entreolhavam irritados, e agora olhavam fixamente para a acinzentada. - EYDIS!
- Ai, vocês dois! Dava pra desligar esse Caps Lock ai? Pra quê toda essa ignorância comigo? Sou tão boa com vocês... - Ela choramingou falsamente.
- Eles dois podem morrer lá dentro, sua desmiolada! - A voz do esverdeado se elevou. Era bem raro de ver Renly irritado.
- Eles vão ficar bem, eu sei disso. O pessoal da guarda daqui me conhece, sou gente boa e sangue bom. - Ela abanou sua mão direita sorrindo toda despreocupada, mas uma gota de suor na sua testa significava ao contrário. - “Assim espero.”
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- Acha que eles estão bem? - A voz de um loiro perguntou a ela, enquanto se abrigavam de uma ventania em uma caverna próxima a cidade.
- Tenho fé neles três. O Eldrie pode ser meio arrogante e convencido com suas habilidades, mas eles vão ficar bem. - Alice respondeu calmamente. - Mas o que me preocupa mesmo é o Kirito.
- Os comandantes são confiáveis, não é?
- São sim. - Alice respondeu. - Mas se outros Cavaleiros da Integridade começarem a se revoltar e tentarem matar o Kirito, pode acontecer o pior.
- Ainda acho que isso pode ter sido uma péssima ideia. - Eugeo disse, pensativo com o que poderia acontecer com Kirito.
- Mas fica tranquilo, os outros não vão machucar ele. - A loira tentou tranquiliza-lo. - Pelo menos eu espero.
- Você não tem muito otimismo, né? - O espadachim de azul deu um sorriso nervoso.
- Eu sou realista, ô meu filho. Não sou igual a esse bando de gente aí que gosta de esperar pelo melhor. - Alice revirou seus olhos, falando planamente. - E então... O Kirito me disse que vocês iam no Festival de Centória que ocorre a cada duas vezes por ano. Como é lá?
- Hã? Você nunca foi no festival?
- O Ancião Chefe Chudelkin repreendia os cavaleiros e monges que ignoravam as ordens da Igreja. Por isso que não dava pra ir escondida. - Ela olhou para o lado oposto, irritada por se lembrar dessa época.
O loiro não sabe bem o que aconteceu com a Alice Synthesis Trinta e sobre o que ela passou naquela torre, durante a época do Ritual de Síntese. Como todos os Cavaleiros da Integridade já vivenciaram, eles sabem que o Ritual de Síntese é fruto de uma dor imensa que faz o tal Cavaleiro da Integridade ganhar mais poder, em troca de uma perda completa de memória fazendo a "verdadeira pessoa" sumir e aparecer outro ser naquele corpo.
Pelo menos é o que Alice acha.
Até o momento, Eugeo Synthesis Trinta e Dois é o único Cavaleiro da Integridade conhecido que conseguiu passar pelo Ritual de Síntese e recuperar suas memórias. Por esse motivo especial, ele entende e sabe da dor que cada cavaleiro sentiu. Ele não queria ver Alice desse jeito, triste e sem poder ser uma pessoa livre como qualquer outra. Seria melhor vê-la sorrindo e fazê-la se divertir.
- Olha... Semana que vem, o Festival de Centória vai começar. - Eugeo falou. - Eu sei... Que você me conhece não tem nem uns cinco dias e você ainda me considera como um estranho... Mas se por algum acaso você quiser ir comigo...
A loira se surpreendeu pelo que estava acontecendo. Eugeo estava querendo se aproximar dela?
- Você está... Me convidando pra ir com você? Tipo um encontro?
- Bom, não é bem um encontro. E sim, eu e você. Bom... Só se você quiser.
Alice começou a pensar no assunto, e finalmente respondeu.
- Tá bom, eu vou com você. - Ela aceitou. - Mas com uma condição.
- E qual é?
- Que você me conte mais sobre você e as suas aventuras com o Kirito, e também sobre a minha irmã Selka.
- Pode deixar. - Ele sorriu, acentindo com a cabeça.
Com a ventania se dissipando, os dois loiros saíram do abrigo na caverna e começaram a andar pela floresta morta em torno da região, em direção a cidade.
Após um tempo, os dois chegaram na entrada aonde havia uma guarita de Cavaleiros Negros.
- Droga... - Alice esbravejou, vendo que havia um pedágio com guardas pra passar. - Aquela pervertida não falou sobre isso.
- Isso é novo? - Eugeo perguntou, sussurrando para ela.
- É sim. Geralmente a Eydis está acostumada a vir pra cá sozinha, mas ela não me contou isso. Se prepara pra tudo. Pode ser que a gente tenha que sair do Território Negro bem mais cedo do que o esperado.
- Que coisa...
- Vocês dois aí. Um passo a frente. - Um dos guardas os chamou. Eles decidiram ir com calma e foram até o guarda. - Quem são vocês?
- Somos humanos que foram desertados do exército humano. Sou Alice e ele é o meu irmão Eugeo.
- Nunca vi muitos humanos vindo aqui. - O guarda olhou cuidadoso. - O que vieram fazer aqui?
- Nós somos amigos de uma garota chamada Eydis. - O loiro falou. - O senhor conhece ela?
- Ah, aquela menina agitada. Sim, conheço sim. - O guarda respondeu, dessa vez mais convencido. - Se vocês são amigos dela, não devem ter problema em entrar. Podem ir.
- Muito obrigado. - Eugeo agradeceu e a dupla seguiu em frente.
Eles estavam olhando em volta das ruas, e apesar de ser um local hostil parecia ser muito bonito e vasto. Cheio de construções, um pequeno grupo de crianças brincando na calçada e pessoas andando tranquilas pela cidade.
- Irmão? - Eugeo olhou para ela, com uma risada de lado.
- Cala a boca. - Ela suspirou. - Eu precisei improvisar. Além disso, nós somos loiros e não tem gente humana vagando pelo Território Negro. Pelo menos agora entra no personagem, por favor.
- Nunca entrei numa cidade do Território Negro, mas aqui é muito bonito. - Eugeo sorriu, vendo as crianças brincarem. De fato, isso fazia ele se lembrar de uma boa época. - Você já veio aqui na capital dos Cavaleiros Negros?
- Não, também é a primeira vez em que eu venho aqui. - Alice respondeu, enquanto olhava ao redor. - Mas mesmo assim, é bem provável que esse governo tranquilo dos Cavaleiros Negros seja por causa do Lorde Vixul eI Shasta.
- Eu já ouvi falar dele na academia. Ele é um dos mais poderosos na Ordem dos Dez Lordes. - O loiro falou.
- Pelo que parece, ele e o tio Bercouli se enfrentaram e ele quase derrotou ele. - A loira explicou. - Mas só que a Espada Perfuradora de Tempo deu mais vantagem e aí o tio Bercouli o venceu.
- Então o Senhor Bercouli deve ser bem mais forte do que eu. Mas só derrotei ele por quê tive sorte. Acabei tendo que usar a minha Liberação de Memória, e quase usei a Release Recollection.
- Isso só mostra que agora você é o mais poderoso da Ordem. E você derrotou ele antes de se tornar Cavaleiro da Integridade, sendo que nem eu consegui descobrir a fraqueza do Comandante. Com suas habilidades novas, você é tipo um prodígio como eu.
- E você tá tranquila com isso?
- Claro que sim. - Ela olhava para o outro lado, com um pouquinho de ciúme no coração.
- “Acho que ela não gosta da minha presença aínda.” - O loiro pensou, com um pouco de medo da garota de capa azul.
Os dois estavam chegando no local aonde ficava a pousada que Eydis falou. E pela visão inicial dos dois, as únicas palavras foram:
- Mas o quê que... - Eles olharam para a pequena pousada no beco que por algum motivo parecia muito suspeito.
- “Pousada do Cisne Negro”. - O casal leu a placa do estabelecimento ao mesmo tempo.
- Acho que talvez não seja seguro. - Eugeo falou, sentindo algo vigiando eles. - Eu sinto que tem alguma coisa errada por aqui.
- Se a Eydis deu esse endereço, vamos logo. As ruas podem não ser muito seguras depois que começar a anoitecer. - Alice falou, enquanto adentrava o local, sendo seguida pelo loiro logo atrás.
- Com licença. - Eugeo chamou pelo homem que estava no saguão do local, varrendo com a vassoura. O homem ouviu e foi até os dois loiros encapuzados.
- O que posso fazer pelos dois?
- Estamos aqui pra ficar em um quarto em nome de Eydis. - Alice falou, entregando ao mais velho um documento que Eydis deu a ela.
- Ah, sim! Aquela garota... - O mais velho começou a rir. - Ela chegou aqui já tem um tempo. Estava acompanhada com dois rapazes com ela.
- Pode nos dizer em que quarto estão? - Eugeo pediu.
- Sim, no quarto 12. Fica no segundo andar. - Ele apontou para as escadas. - Terceira porta a esquerda.
- Muito obrigado. - Os dois agradeceram e foram andando.
- A propósito, o meu nome é Blanchart. Sou o dono da Pousada do Cisne Negro.
Os dois agradeceram novamente e subiram as escadas, adentrando pelo corredor e chegando no quarto. Eles bateram na porta, mas só o que puderam ver após a porta se abrir e uma cabeleira cinza ir pra cima de Alice.
- Ai, Alicezinha! Você tá bem! - Eydis foi até ela, abraçando-a e começando a apalpa-la.
- Me solta, Eydis! - Alice tentou empurra-la, mas a acinzentada praticamente grudou nela. - Ah, é bom te ver também.
- Solta a minha mestra, sua pervertida! - Eldrie puxou Eydis, segurando-a pela cintura e finalmente conseguiu tirá-la de Alice e pegou ela nos braços.
- Me solta, seu pervertido. Me pegando assim nos braços sem o meu consentimento! - Ela falou manhosa, deixando o lilás ruborizado e começou a dar socos de leve no peito dele.
- Para com isso, sua pervertida. Vou te jogar no chão. - Eldrie ameaçou.
- Não, não me deixa cair no chão não! - Ela ficou com medo e para a infelicidade do lilás, ela agora grudou nele como cola e deixando-o irritado.
- Isso só pode ser brincadeira... - A loira suspirou ao ver os dois brincando de gato e rato. - Renly, não ia tomar conta deles?
- Me desculpa, Alice. Mas esses dois tavam fazendo o impossível. - O esverdeado sentado na janela se desculpou. De fato, a loira não pode culpá-lo. Aguentar duas pessoas extremamente complicadas era bem mais difícil do que ir dizer um bom dia para a Pontíficie.
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Alice e Eugeo se acomodaram com o apartamento. Apesar de ser pequeno, não era tão pequeno como eles esperavam. Era o bastante para os cinco. Havia uma cozinha, utensílios e dois quartos. Apesar de ter só uma cama em cada quarto, era possivelmente evidente que isso traria mais algum conflito entre os cinco.
Mas até lá, eles decidiram discutir um pouco sobre o local.
- Então, vocês perceberam alguma coisa estranha por aqui? - Alice perguntou para o outro grupo.
- As fronteiras estão mais armadas com guardas, houve um aumento de defesas na capital... - Eydis falou, contando nos dedos. - Seja lá o que o Lorde Shasta está fazendo, ainda não sabemos. Mas deve ser pra alguma coisa grande.
- Até perguntaram coisas sobre a gente quando chegamos. - Renly acrescentou.
- E seja o que for, é provável que os Cavaleiros Negros podem talvez estar preparando alguma coisa oculta no Território Negro. - Eldrie sugeriu.
- Agora que vocês falaram... - Eugeo se lembrou da entrada deles. - A gente passou por uma coisa estranha.
- Nós fomos questionados também além do necessário lá na entrada da capital. - A loira falou a eles e levou um olhar irritado para a acinzentada. - O guarda só liberou a gente porquê era o seu nome, Eydis. Nem pra avisar a gente sobre isso.
- Ué, eu não sabia disso. - A acinzentada se defendeu. - Eu faço ronda no leste, e não na área dos Cavaleiros Negros. Aqui sou só uma espiã.
- Uma péssima por sinal. - Eldrie e Renly falaram em uníssono, chibatando Eydis com uma patada.
- Caso vocês não saibam, eu ainda tô no alto escalão dos Cavaleiros da Integridade. É, eu posso encrencar muito a vida de vocês dois. - Ela apontou para eles dois, bufando as bochechas. - Incluindo você, Eugeo. Eu sou sua mestra agora.
- Mas eu nem tenho nada a ver com essa conversa! - O loiro se defendeu.
- Você tá acompanhado com a Alice. Isso é mais do que um motivo, loirinho! - Ela falou, com suas bochechas infladas.
- Esqueceu que eu sou a terceira no comando dos Cavaleiros da Integridade? - Alice olhou para a acinzentada, dessa vez em um tom repreensivo. - Sou "eu" aqui é quem posso encrencar muito a sua vida, se não treinar o Eugeo direito.
- Aí, não precisava ofender poxa. - Eydis falou derrotada. - Sabe nem brincar, meu. Osh...
- Mas sobre isso, gente... - Eugeo chamou a atenção deles. - Eydis, há quanto tempo você conhece a Comandante Lipia?
- Bom, deixa eu ver... A gente se conhece há uns cinco anos. Ela cuida de um orfanato aqui na capital. - A acinzentada explicou. - Depois de um desentendimento nosso, nós nos tornamos amigas.
- Mas que desentendimento foi esse? - Renly perguntou, curioso.
- Bom, era a minha segunda vez aqui espionando a cidade e teve uma hora em que eu fui comprar delicadamente uns ingredientes pra janta...
- “Janta... Se bobear, ela devia é estar torrando o dinheiro dela em chocolate, essa esfomeada.” - Eldrie pensou, debochando dela em sua mente. Mas por um motivo completamente doloroso, ele levou uma cotovelada bem na barriga, vindo da própria Eydis.
- Sua... - Ele gemeu de dor. - Pra quê fez isso, sua desmiolada da desgraça?
- Eu sei bem o que queria dizer. - Ela deu um carinho no rosto dele, mas com um olhar mortal.
- Eu te mato, sua...
- Gente, acabou a bagunça. - Alice chamou a atenção dos dois, batendo palma para ver se aquietava eles. - Agora precisamos conversar direito sobre amanhã. Já que você é amiga da Comandante Lipia, o que ela faz aqui no tempo livre, Eydis?
- Deixa eu ver, a gente vai comer, jogar cartas e apostando em jogos de 21, visitar a molecada no orfanato... - A Eydis Synthesis Dez falava, enquanto contava nos dedos. - Ah, é. Aqueles moleques são muito bons em fazer pegadinha.
- Você e a Comandante Lipia são bem amigas... - Eugeo deu uma risada nervosa.
- É, eu até fui pedir ela em namoro ano passado. Mas só que ela prefere o lorde dela. - A acinzentada falou para baixo, com um tom depressivo bem humorado. - Vou morrer sozinha cuidando de um monte de gato!
- Bom, se você parasse de agir feito uma pervertida com todo mundo, poderia encontrar alguém especial. - Renly apontou pra ela e desviando o seu olhar para Eldrie. - E falando em alguém especial, quem sabe essa pessoa esteja bem aqui.
- No caso a minha Alicezinha aqui. - A acinzentada a abraçou por trás, enquanto a loira teve que aturar ela para não decapitá-la ou pior.
- A sua "Alicezinha" aqui prefere ficar solteira. Portanto, para de me abraçar assim. Parece até que tá me dominando!
- Uma mulher tem que comer.
- Sua fome não mata nem a da sua Kirimai.
- Não mete o meu dragão nisso, seu cabelo de moça.
Eugeo e Alice riam nervosos ao ver o casal na frente deles quase se pegando no soco e Renly tentando apartar os dois.
- Acho que com certeza o Kirito deve tá é bem mais seguro do que a gente aqui. - Eugeo falou aos risos.
- Sou obrigada a concordar.
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- Linel, acha que tá faltando alguma coisa? - A pequena anciã levava uma caixinha de maquiagem que encontrou em um quarto aleatório da torre.
- Não... Ah, espera! - Fizel olhou a caixa, e viu que faltou algo. - O lápis de olho. Caramba... É cada coisa que a Vice-Comandante Fanatio esconde.
O que as duas assassinas estavam fazendo exatamente era o quê, exatamente?
Maquiar o Espadachim Negro, que estava completamente indefeso e com excelente facilidade para ser morto. Enquanto as duas saíram daquele andar, a mulher dos cabelos roxos subiu a escadaria do andar de seu quarto, e vendo que algo estava errado.
- Mas... Cadê a minha maquiagem? - Fanatio se irritou a ver que uma alma morta estava pra morrer hoje. - DAKIRA!
- S-sim, Senhora Fanatio! - A Líder das Quatro Lâminas Giratórias chegou correndo as pressas, temendo que sua mestra a castigasse ou algo do gênero.
- O que você fez com a minha maquiagem?
- A... A senhora usa maquiagem? - A acastanhada se surpreendeu com o segredo de sua Vice-Comandante. - A senhora não vive dizendo que isso é coisa de mulherzinha, que mulher de verdade não usa batom e também....
- Não muda de assunto! Cadê a minha maquiagem?!
- Eu não peguei. Nem sabia que a senhora tinha.
- Droga... - A mulher dos cabelos roxos se agachou no chão em posição fetal, com vontade de chorar. - Se encontrarem a minha maquiagem, eu vou perder a minha imagem de imponência.
- Olha... Se maquiar não é nada ruim. É bom as mulheres se sentirem livres e soltas de vez em quando. - Dakira explicou com calma.
- Mas com certeza eu não sou uma delas. - A Vice-Comandante saiu dali, com raiva nos olhos.
Enquanto isso, no quarto de Alice...
Linel Synthesis Vinte e Oito e Fizel Synthesis Vinte e Nove estavam maquiando Kirito e dando a ele um pouco de preenchimento para o seu estado catatônico.
- Ah... Ah... - Kirito sussurrou, enquanto segurava sua Espada do Céu Noturno e uma imitação de gelo da Espada da Rosa Azul que Eugeo fez para o moreno tomar conta. Kirito tentava tirar as garotas de seu rosto sem sucesso.
- Ele tá ficando "linda". - Linel deu uma risada nasal.
- Até que esperar a Alice e aquele loiro de farmácia retardado saírem valeu a pena. - Fizel passava um pouco de sombra nas pálpebras do Espadachim Negro, enquanto Linel passava um batom rosa-choque nele.
- E agora o toque final! - As duas fizeram algumas maria-chiquinhas no cabelo dele e começaram a gargalhar. - O Kirito-san tá incrível.
As duas começaram a ouvir barulhos pesados de botas que elas conheciam muito bem. Com um arrombamento de porta, a mulher de cabelos roxos adentrou o quarto e vendo as duas pestinhas.
- Vocês duas! - Fanatio esbravejou com ódio, e fazendo as suas pularem da cama e caindo no chão ficando com medo.
- V-Vice-Comandante... - Linel tentava falar, mas a ira da mulher era maior.
- Suas pestes... Vocês roubaram algo importante pra mim. E agora vão pagar. - Ela sorriu de forma psicótica e desembanhou sua espada. - Enhance Armamento!
- CORRE!
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28 de Maio de 380. Capital dos Cavaleiros Negros, Território Negro.
No dia seguinte, os cinco Cavaleiros acordaram com uma certa dificuldade por parte de Eydis e Eldrie pois os dois já acordaram brigando.
- É aqui. - Eydis apontou para uma grande mansão negra com diversas crianças com uniforme brincando pra lá e pra cá. - Aí, molecada! Olha só quem chegou!
- É a Eydis nee-chan! - Uma garotinha correu em direção a acinzentada.
- Oi, Faya. - Eydis abraçou a garotinha. - Você cresceu, hein.
- Você nunca cresce, Eydis nee-chan. - A garotinha bufou as bochechas e olhou para Eldrie, que estava ao lado de Renly, Alice e Eugeo. - Quem é aquele moço de cabelo rosa?
- O meu cabelo é lilás, e eu sou Eldrie Syn... - O lilás quase falou o sobrenome que iria arriscar a missão inteira, mas se lembrou do primeiro nome que recordou-se no seu consciente. - Eldrie Woolsburg.
- Você é o namorado da Eydis nee-chan? - A menininha perguntou a ele.
- Não, eu não sou namorado dela! - O lilás corou.
- Sério? Você é tão bonito e a nee-chan gosta de gente bonita. - A pequena estranhou.
- Ele é a excessão, Faya. Pra mim, ele é feio. - Eydis deu uma risada convencida, fazendo o lilás se irritar.
- Feia é você, sua cinzeira de cigarro!
- "Singaro da cãrse", seu jegue!
- Dizem que os opostos se atraem, mas isso também serve. - Renly deu uma risada nervosa, fazendo Eugeo rir junto. Já Alice estava irritada por estar demorando tanto.
- Eydis, o tempo tá passando. - Alice chamou a atenção da acinzentada. - Leva logo a gente até ela.
- Aí, tá bom. Faye, sabe aonde tá a tia Lipia?
- Ah, a titia tá lá no escritório dela. - Ela apontou para uma das janelas do lado de fora do orfanato.
- Muito obrigada, pirralhinha. Agora eu vou lá ver ela. - A garotinha acentiu e os cinco Cavaleiros da Integridade saíram andando para dentro do prédio.
- Aquela garota achou que o Eldrie fosse o namorado da Eydis? - Eugeo sussurrou para Alice, chocado com o momento ainda.
- Se não fosse, seria até mentira. Esses dois podem até não se entender, mas dá pra ver que tem uma química bem forte entre eles dois. - A loira respondeu, enquanto olhava para sua amiga que sem perceber estava com seu olhar no lilás.
- Eu conheço a Eydis tem uns dezessete anos. E isso é diferente de quando ela tá flertando com as pessoas. - Renly comentou, sussurrando. - E isso... Deve ser sinal de que ou ela deve ter batido a cabeça na pia, ou que ela esteja realmente gostando do Eldrie. Ela até chama ele de Eli.
- Eli... Quando não podia piorar... - Alice suspirou derrotada. - Se esses idiotas não sabem enxergar, isso é problema deles.
Quando eles adentraram o escritório, estava uma bela mulher morena de cabelos azuis e olhos cinzentos, e rapidamente percebeu a sua atenção para a visita na sua frente.
- Então você tem mesmo a cara de pau de vir aqui depois do que você fez, não é mesmo... Eydis Synthesis Dez. - Alice, Eugeo, Renly e Eldrie começaram a se preocupar em um nível de alto perigo que faria com que eles perdessem a vitalidade deles.
- Vice-Comandante Lipia. A cachorrinha de Vixul eI Shasta.
Ponto de Vista(Alice)
Agora isso é um problema. O que essa desmiolada não falou pra gente?! Agora a gente tá com a Lipia bem na nossa frente, e isso é um perigo.
Até Eugeo estava com algum pressentimento estranho. Renly estava é atrás de Eldrie, com medo do que poderia acontecer.
Eydis e Lipia estavam andando com calma, uma em direção a outra. Quando eu pensei que elas fossem se matar, percebi que me preocupei como uma idiota a toa. As duas estavam se abraçando.
- Amiga!
- Amiga!
- Por quê não falou que ia vir pra cá, garota?
- É que eu tava rondando o oeste por tanto tempo que precisava tirar um tempinho pra mim. - Eydis respondeu a ela. - E quero apresentar a você os meus amigos. - Alice, Renly, Eldrie e Eugeo.
- Muito prazer conhecê-los. Sou Lipia. - Ela nos cumprimentou um por um, e olhando pra mim e pro Eugeo de um jeito bem suspeito. - O que me trazem a meu orfanato?
- Aqui é um lugar bonito e calmo. - Eugeo comentou, enquanto olhava as crianças brincando no pátio.
- É sim. Eu cresci aqui e moro desde pequena. - Lipia falou, enquanto olhava para essa janela.
Após ficarmos a sós, nós seis estavamos conversando sobre o comportamento novo dos Cavaleiros Negros.
- Percebemos que houve um aumento no contingente militar dos Cavaleiros Negros nas fronteiras. - Já falei logo de cara, vendo qual seria a resposta da Lipia.
- Soubemos da nossa fonte que a Administradora está usando Minions do Território Negro e colocando eles nas terras dos humanos. Como ela não deu resposta alguma, a Ordem dos Dez Lordes decidiu agir em um ultimato.
- E que ultimato seria esse? - Eugeo perguntou.
- Uma grande guerra. Cavaleiros da Integridade são difíceis de matar, e pra reverter essa situação os Dez Lordes estão querendo fazer uma aliança para isso. Em seis meses, todos os exércitos estarão prontos para agir.
- Mas o que o Lorde Shasta acha disso? - Renly perguntou.
- O mesmo que eu. - A morena suspirou. - Uma guerra logo em um tempo como esse não ajudaria em nada, e unificando os Dez Lordes, seria um banho de sangue para os dois lados.
- Acha que ele estaria disposto a um acordo de paz? - Perguntei a ela.
- É claro. Mas ainda temos um grande problema. Enquanto a Administradora continuar viva, não tem como existir paz entre os dois povos. - Ela explicou, como se fosse simples falar do que fazer. E era verdade. A Administradora comandou esse mundo com punhos de aço há mais de trezentos anos, e cuidando da gente como se fossemos simples gados de fazenda. E agora com ela morta, ela traz mais problemas para todos nós. - Ela levou seu olhar para Eugeo. - Que estranho... Você se parece com alguém que eu já vi.
- E-Eu?! - O loiro gaguejou um pouco sorridente, com medo que seu disfarce fosse embora. E eu também! Eugeo, não estraga o disfarce! - Eu nunca vim aqui na capital dos Cavaleiros Negros, mas é bem difícil de eu ser igual a alguém, Lipia-sama.
- Suspeito... - A morena olhou desconfiada pra ele.
- Senhora Lipia, o meu irmão não é igual a ninguém daqui, eu lhe asseguro. - Falei a ela.
- Eu que asseguro se é ou não é. - A mais velha falou, ríspida para mim. Que vagabunda, tá achando que eu sou quem pra falar desse jeito? - Você é um espadachim, não é? Eu quero testá-lo em combate para ver se é digno de minha confiança.
- Lipia, eu não acho que é uma boa ideia você lutar com... - Eydis foi interrompida pela lâmina de Lipia, que quase chegou a dois centímetros de distância. - Se quiser cair na porrada com ele, então tá.
Nós fomos para o pátio do orfanato, onde haviam várias crianças olhando como espectadores, incluindo a Faya que estava junta de Eldrie, Eydis e Renly.
Talvez se eu ver esse duelo entre a Vice-Comandante dos Cavaleiros Negros e o Eugeo pode me ensinar alguma coisa pra saber qual é o segredo dele pra ficar mais forte. Como o tio Bercouli quer saber os limites dele, eu também quero.
Mas eu não quero que o Eugeo corra perigo desse jeito. Ele ainda tem muito o que aprender a como é se tornar um Cavaleiro da Integridade.
- Qual é o seu nome, garoto. Repita para todos ouvirem. - Lipia ordenou.
- Meu nome é Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Sou apenas um Espadachim. - Ele desembanhou a sua Espada da Rosa Azul.
- Será que ele vai conseguir aguentar dois segundos de pé com ela? - Eydis perguntou, mais pra ela do que para os outros.
- Como assim, aguentar dois segundos de pé? - Renly estranhou. - O que você ensinou pra ele até agora?
- Só o básico do básico. - A acinzentada falou. Nossa Stacia do céu, eu vou é escalpelar ela!
- Você não ensinou nada pra ele, sua cabeça de vento! - Me irritei com ela, esbravejando.
- Pode até falar que eu não ensinei nada... - Eydis decidiu não se desculpar. - Mas não foi só isso. Ele derrotou os Clones das Sombras com uma habilidade que ele mesmo desenvolveu na sua Arte do Controle Total de Armas.
- O que isso significa? - Eldrie perguntou.
- É melhor verem o que ele pode fazer.
Passaram-se alguns segundos, e Lipia decidiu dar o primeiro golpe em Eugeo. Mas ele bloqueou o ataque dela com uma técnica estranha do Kirito.
Eles começaram a se movimentar rapidamente, como se fosse um ataque sincronizado. Eu sei que o Eugeo é forte, mas a Comandante Lipia era muito rápida, e não dava pra saber se o Eugeo pudesse derrotar a mulher mais forte dos Cavaleiros Negros.
- Uau, você é poderoso, Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Não sabia que a Administradora sabia criar armas poderosas como você! - Ela se chocou com o Eugeo. Espera um pouco... Ela sabe sobre a gente?!
- Então você me descobriu, não é? - Ele deu uma risada de lado, ainda com a lâmina chocada com a dela. - Não podia esperar nada além da Comandante dos Cavaleiros Negros.
- Se não quiser morrer, é melhor lutar de verdade!
Os dois começaram a se movimentar mais rápido, e a luta parecia estar quase violenta. Vi que Eldrie e Renly estavam estupefatos com o rumo que esse combate estava indo. E eu também.
- Eydis, você ensinou isso pra ele? - Eldrie perguntou, sem desgrudar os olhos do combate.
- Não, eu não ensinei nenhuma técnica de espada pra ele. - Eydis explicou. - O que ele tá usando é esse Estilo Aincrad do Kirito, misturado com alguma coisa nova. Eu vi isso no treinamento.
- Me mostre o poder de um Cavaleiro da Integridade, Eugeo!
- Enhance Armamento! - Eugeo enfiou sua Espada da Rosa Azul no solo, e um círculo cibernético gigante percorreu por todo o campo de treinamento. Comecei a sentir muito frio, e estranhei com o que o Eugeo estava tentando fazer. Da lâmina estocada no chão, saiu uma imensa avalanche de gelo congelando as pernas da comandante.
- Nossa... - Olhei surpresa com o que o Eugeo podia fazer. E nem era a sua Liberação de Memória ou a Release Recollection.
A mulher estava derrotada, completamente imóvel no gelo, enquanto algumas raízes de gelo começavam a crescer ao redor dela.
- Droga...
- A senhora é muito forte, comandante. Muito obrigado por ter me deixado lutar com a senhora. - O loiro agradeceu a ela, enquanto descongelava o gelo.
- O prazer foi meu, Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - A mulher se recompôs, agradecendo ele.
- E sobre a gente? Você vai falar sobre nós pro Lorde Shasta? - Eydis perguntou, atrás de Eldrie devido ao fato dela ter mentido para a sua ex-crush.
- Eu devia é te bater por ter mentido pra mim e não ter contado que era uma Cavaleira da Integridade, mas eu vou fazer vista grossa. Afinal, a Comandante Lipia está no seu orfanato, e não no seu gabinete do exército. - A morena falou sorrindo para o quinteto, ignorando os fatos de se reportar para o seu superior. Mas não era nada errado em esconder algo para uma amiga.
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29 de Maio de 380. Igreja de Axioma. Capital de Centória, Território Humano.
Ponto de Vista(Eugeo)
Acabamos de voltar da missão, e até que foi bem legal. Apesar de achar que seria fácil, eu entendi que os Cavaleiros da Integridade tem um trabalho muito sério protegendo esse mundo. Antes eu os odiava por terem tirado a Alice da casa dela, mas eles não tem culpa. Nunca tiveram.
Aqui era a minha nova casa agora. Então teria que cuidar dela e do Kirito, mesmo que isso custe a minha vida.
Mas por alguma razão, desde que a gente saiu da capital dos Cavaleiros Negros, a Alice parecia estar com um semblante furioso pra cima de mim.
- Então... Por quê tá me olhando assim, desde que saímos? - Decidi quebrar o gelo, perguntando a ela.
- Você, seu idiota, quase se matou aceitando uma luta daquelas! - Ela se irritou. - A Eydis pode até ser a sua mentora, mas sou eu quem te supervisiono.
- Me desculpa. Eu não queria que se preocupasse. Achei que se enfrentasse a Lipia-sama, ela pudesse liberar a gente pra ir embora.
- Só... Toma mais cuidado. Apesar de não sermos escolhidos pelos deuses, somos apenas humanos. E você fez uma promessa, não fez? Me levaria de volta pra Selka.
- Eu sei, e eu prometo a você. Eu vou levar você de volta pra Rulid, quando a gente conseguir de acertar aqui. - Toquei sua mão em um gesto casto e gentil. - Olha... Eu quero te dar uma coisa.
- O que é?
Peguei o cordão de prisma da Alice que estava comigo e coloquei em seu pescoço.
- Que jóia é essa? - Ela me perguntou, tocando no cordão. Quando o prisma brilhou com o toque dela, ela arregalou os olhos. - Espera, isso aqui é o meu...
- É sim. É o seu Módulo Piety. As memórias da outra Alice estão gravadas nessa jóia. - Respondi a ela. - A pequena Alice me disse uma coisa quando eu morri, depois de me despedir do Kirito.
Se lembrando das memórias da minha morte, eu estava em um local com um dois caminhos que separavam a minha vida e o Kirito. Eu havia decidido aceitar o meu destino e fui com a pequena Alice, pois o meu objetivo era salvar ela. Estávamos andando até uma porta que mostrava um belo campo, mas só que...
“___ ___ ___ ___ ___
- Eugeo. - A pequena parou de andar.
- O que foi, Alice? - Perguntei a ela, estranhando o seu comportamento.
- O Kirito já voltou. E tá na hora de você voltar junto com ele.
- Mas como assim, Alice? A gente já se despediu dele. E agora estamos indo pro pós-vida, não é?
Ela balançou a cabeça em negação.
- Ainda não acabou. A Alice precisa de ajuda. - Ela começou a falar. - Eugeo, a verdade é que ainda estamos dentro do Módulo Piety da Alice. Eu sou só apenas as memórias da Alice Synthesis Trinta.
Mas isso... Isso é impossível.
- Não é, Eugeo.
- Você leu a minha mente?
- Não, eu li o seu coração. Você não pode morrer ainda. Precisa ficar com a Alice e o Kirito. - Ela se soltou de mim. - Eu preciso te afastar do passado.
- Mas como vocês duas vão poder recuperar a memória? Eu estraguei tudo.
- Não estragou. Você salvou nós duas, meu herói. - Ela me deu o Módulo Piety dela, fazendo um cordão e colocando no meu pescoço. - Vai chegar um dia em que a outra Alice e eu seremos uma só de novo. Só depende dela... Agora, vai embora. Meu amor.
- Retorne de volta pra ela.
___ ___ ___ ___ ___”
- Por quê não me contou antes?! Acha que eu deveria ficar de bem com você sem eu saber da verdade? - Ela começou a se irritar.
- Eu não queria que você se sobrecarregasse mais. - Disse, enquanto olhava para o tapa-olho dela. - Eu sei que você é muito forte, mas tem vezes em que força não é o suficiente.
- Só não minta mais pra mim. Eu não gosto quando você mente. Eu ainda quero te conhecer melhor, e pra isso, você tem que me contar as coisas.
- Me desculpe.
- Eu vou voltar pro quarto sozinha. - Ela foi indo na frente. - Quero ver como o Kirito tá depois desses dias.
- Parece que você deixou a Alice irritada. - Ouvi a voz do Comandante atrás de mim.
- Senhor Bercouli. - O cumprimentei de volta.
- Vejo que se saiu bem na sua primeira missão, e sobreviveu a Vice-Comandante Lipia. - Ele falou em um tom surpreso e impressionado. - Ela é treinada pelo próprio Shasta em pessoa, e você conseguiu vencer ela na sua primeira missão. Tô impressionado.
- Muito obrigado, senhor. - Agradeci a ele. - Ah, e sobre o relatório... Tem uma coisa que eu queria saber.
- Claro, Eugeo. Pode falar.
- O senhor já enfrentou o Lorde Shasta, não é? Então... Por quê ele acha que um acordo de paz pode ser feito, se ele descobrir que a Administradora está morta?
- Bom... Eu e o velho Shasta somos rivais há um bom tempo. Mas as nossas lutas sempre terminam com uma boa bebida. Ele é o primeiro amigo do Território Negro que eu tive, e acho que a nossa amizade pode ser um dos passos para a paz desse mundo, como a amizade da Eydis e da Lipia. - Ele me respondeu de forma pacífica. - Bom, eu já estou indo. Espero que possa descansar um pouco depois dessa missão. E também... - O azulado começou a dar um sorriso meio assustador e pegando a sua Espada Perfuradora de Tempo. - Se deixar a minha garotinha triste de novo, eu mato você.
- C-claro, senhor! Isso não vai se repetir! - Falei a ele, com medo da lâmina se encostando no meu pescoço. Ele me soltou, deu um cafuné nos meus cabelos e foi embora
Agora sim, que eu fiquei mais branco em um tom que nem sabia que existia. Decidi sair de lá, e ir de volta pro quarto.
- Como será que o Kirito está?
Quando cheguei no quarto, Alice estava tão boquiaberta que é bem raro de vê-la assim.
- Alice? - A chamei. - Você tá bem? Por quê você tá... - Ela apontou para a cama, aonde estava um Kirito completamente maquiado, com a cara toda borrada de batom. - Puta merda...
- É por isso que a gente devia é ter levado ele! - Ela gritou pra cima de mim.
- Mas a ideia foi sua.
- Tô nem aí!
Aí, aí... Essa torre com certeza vai me virar de cabeça pra baixo.
Chapter 5: Capítulo V - Teste de Poder e o Modo Vecta
Summary:
Bercouli e Fanatio decidem testar as habilidades do Eugeo para determinarem a extensão de seus poderes recém-despertados. Eydis tenta conseguir comer um pão de queijo.
Chapter Text
O
07 de Junho de 380, Igreja de Axioma. Cidade de Centória, Capital do Império Humano.
Alice despertou de seu sono, e vendo Kirito e Eugeo ao seu lado dormindo tranquilamente. Ela estava se acostumando com os dois espadachins dormindo com ela.
A loira se levantou, indo em direção a janela que de lá aparecia um belo raiar do sol. Ela olhou para baixo, e percebeu que todo o gelo da Espada da Rosa Azul já foi descongelado pelo calor de Solus. Ela foi até o loiro, que estava com algumas faixas e curativos pelo corpo.
Alice estava preocupada por ver como Eugeo estava se comportando de um jeito que nunca viu antes. E aqueles olhos de demônio que o loiro despertou... Com certeza significavam alguma coisa sobre aquele pesadelo que ela teve duas semanas atrás.
- Alice... - Ela ouviu a voz de um Eugeo sonolento despertando. - Bom dia.
- Bom dia, Eugeo. - Ela respondeu de volta e foi até o loiro, se sentando ao lado dele. - Você tá bem? Não se sente estranho desde ontem?
- Não... Já me sinto um pouco melhor. - Ele respondeu, tocando nos seus curativos e notando que a dor estava mínima. Mesmo assim, ele estava um pouco cabisbaixo. - Mas e o comandante, a senhora Fanatio e o Eldrie? Eles estão bem?
- Sim, a Eydis e o Renly fizeram os primeiros socorros. Eles já estão bem agora. - A loira respondeu, deixando Eugeo mais aliviado. Mas ainda assim, o loiro estava se sentindo culpado pelo que aconteceu.
Eugeo agora se lembrou do treinamento de ontem, aonde Bercouli explicou que Eugeo deveria testar seus poderes enfrentando os comandantes. Só que não esperava que daria tudo errado ao ouvir a voz da figura misteriosa que ele viu em uma alucinação.
Tudo começou ontem no café da manhã...
Ontem...
06 de Junho de 380...
Os dois cavaleiros de armadura dourada e prateada estavam saindo do quarto deixando Kirito descansar e foram no refeitório tomar café da manhã.
Com o seu estudo com os monges, Eugeo estava tendo um grande aprendizado com os livros de Artes Sacra, para utilizar Artes Sagradas e fazer seus feitiços se tornarem mais poderosos. E por incrível que pareça, ele também gostou desse benefício, já que o loiro sempre foi interessado por leitura e história da magia.
Tudo o que ele aprendia, tentava colocar em prática para se fortalecer e também para tentar trazer o Kirito a voltar a ser o que era.
Mas como ele ainda era "iniciante" e tanto poder deveria ser controlado e usado com cuidado, Alice ficava no pé dele para focar nos estudos, pois afinal ela era a sua supervisora. Pouco a pouco, o loiro se acostumava com a presença da Alice Synthesis Trinta, enquanto ela também se acostumava com a presença dele.
Lá na chegada do refeitório, eles encontraram Eydis, Eldrie e Renly na fila do café da manhã.
- Oi, Eugeo. - Renly saudou Eugeo, que respondeu de volta com uma saudação gentil.
- Bom dia, Alicezinha! - A acinzentada chegou, já apalpando a loira como de costume. - Querida, paixão, amor da minha vida, razão do meu viver. - Ela olhou para Eugeo, dando um olhar frio para Eugeo. - Fala aí, Eugeo.
- Fala, Eydis. - Eugeo deu um oi diferenciado para a acinzentada, rindo um pouco com isso.
- Bom dia pra você também, Eydis. - Alice deu uma cotovelada na cabeça da acinzentada, fazendo ela pular para trás, encostando-se em Eldrie.
- Vê se para quieta, sua avoada. - O lilás se estressou. - Eu tô com fome e você já vem logo gritando as sete da manhã.
- Tá achando ruim? - Eydis deu um peteleco na orelha de Eldrie, que se irritou com o gesto agressivo dela. - Reclama de volta, seu jegue!
- Sua baixinha! - Ele a levantou, segurando-a pela cintura.
- Ai, me põe no chão, seu cara de cavalo! - Ela gritou devido o seu pavor da altura, apesar de que voar de dragão com Kirimai era outra coisa misteriosa que ela não tinha medo. - Só você e essa sua cara de cavalo pra estragar o meu dia.
- Me peça desculpas primeiro, sua pintura de rodapé! - O lilás esbravejou.
- Nunca, sua girafa pescoçuda! - Eydis deu a língua e o dedo do meio.
- Seu micróbio de esgoto! - Ele fez o mesmo, jogando de volta para ela.
- Pé de feijão! - Eydis começou a beliscar as orelhas do lilás. - Você é tão grande que a sua cabeça bate lá na lua de Lunaria e dá a volta no Underworld inteiro!
- Você é tão baixinha que as formigas tem que se ajoelhar só pra te ver no chão e dizer oi! - Eldrie falou, tirando risadas de alguns estudantes ali perto e os dois já estavam soltando faíscas dos olhos um contra o outro.
- Esses dois... - Deusolbert suspirou em derrota ao ver a Dez e o Trinta e Um se comportando como crianças, apesar de já serem adultos de 20 anos.
- Eles vivem desse jeito. - Renly falava, um pouco incomodado como o resto dos Cavaleiros da Integridade.
- Gente, vocês dois deviam agir mais a sério. - Dakira Synthesis Vinte e Dois apareceu na fila. - Desde que o Eldrie chegou, vocês dois brigam feito gato e rato disputando pela Alice-sama.
- Eu tô agindo bem sério, Dakira. Mas o problema é que esse cabeção aqui me enche a paciência e só tá puxando a Alicezinha só pra ele! - Eydis respondeu a acastanhada, que estava sem previsão de que essa mulher de sobretudo preto iria parar.
- A Alice-sama não é só sua. Ela é a minha mestra. - Eldrie retrucou. - Sua anã de jardim da Branca de Neve.
- Mas o quê... - Eydis abriu a boca e deu um suspiro de surpresa, já que ela não esperava por essa patada nova dele. Já a Alice estava é meio desconfortável, já que o casal de cachorro e gato brigavam tanto e estavam disputando por ela, a ponto deles dois estarem se rolando no meio do chão, um beliscando a bochecha do outro. - Ah, vou te matar agora! Vou te beliscar também!
- Credo... - Alice olhou para Eydis em cima de Eldrie, beliscando o lilás, que tentava beliscá-la de volta tambem. - Santa Stacia do céu, tá parecendo até que eu sou só um objeto ou um pedaço de carne. - A loira suspirava em derrota, tentando evitar seu aluno e sua melhor amiga, enquanto os cozinheiros da torre arrumavam a comida para que todos pudessem se servir.
- E ninguém vai apartar essa briga, ou vocês já se acostumaram com isso? - Eugeo perguntou a eles.
- Não precisa. - A loira respondeu. - Vai por mim.
- Eles se resolvem depois. - Todo mundo no refeitório respondeu em uníssono, com excessão de Eydis e Eldrie que agora conseguiu ficar em cima dela e agora estava fazendo cócegas nela, fazendo a acinzentada rir.
- Há, há, há, há, há! Filho da pu... - Eydis começou a gargalhar. - Me solta!
- Agora você perdeu, sua baixinha. - O lilás falou em um tom orgulhoso e se levantou, retornando ao seu lugar na fila que foi preenchido por Fizel. - Mas o quê?
- O fim da fila é lá atrás, otário. - Fizel apontou para o final, que agora estava cheio de estudantes e monges.
- Sinto muito, Eldrie-sama. Mas regras são regras. - Linel apontou para o fim da fila também.
- Que inferno. - Eldrie acabou tendo que ir para o final da fila.
- Ah, se ferrou seu trouxa! - Eydis começou a rir da cara dele e voltou para seu lugar na fila, mas só que foi preenchido por Sheyta. - É o quê? Esse é o meu lugar, Sheyta.
- Não é mais. - A morena falou, e apontou para uma escritura feita em Língua Sagrada na parede do refeitório. Dizia: “Nada de furadores de fila. Vão para o final e aprendam a esperar.” - Não posso fazer nada, Eydis. Regras são regras. - A acinzentada estava irritada por ter esquecido desse detalhe que a Pontífice colocou recentemente desde que começou as brigas entre os dois. Ela acabou tendo que ir só para ficar atrás do lilás.
- Isso é culpa sua, seu idiota. Agora eu vou perder o meu pãozinho de queijo! - A acinzentada choramingou.
- Viu o que eu tenho que aguentar? É toda hora, 24 horas por dia isso. - Alice falou para Eugeo, enquanto pegava um prato.
- Eles apenas gostam de você, só isso. - Eugeo explicou a ela, enquanto pegava um prato também. - Não acho ruim quando você se preocupa com alguém.
- Se acha que eu ser stalkeada 24 horas por aqueles dois é coisa boa, pode esquecer. - Alice falou enquanto colocava pão, queijo, presunto, ovos, bacon e pegava um suco de maracujá.
- Tá bom, isso é meio exagerado sim. - Eugeo deu uma risada nervosa, enquanto preparava o seu prato com pães, queijo, suco, etc.
Alice e Eugeo estavam terminando de colocar a comida do café, e Eugeo ainda estava surpreso sobre como é que a Igreja de Axioma tinha mais comida do que o mercadinho da região oeste de Centória. Havia uma variedade de pães, bolos, frutas, bebidas e ainda mais coisa naquele refeitório.
Até mesmo o mingau era de chocolate, como é que pode?!
Já que o loiro ainda estava tentando se acostumando a viver na torre, e parecia que ele estava em casa ao ver todos esses Cavaleiros da Integridade. Seria bom, é claro, se Kirito estivesse em sã consciência para voltar a ser como era.
- E então, o que vai fazer amanhã? - Eydis perguntou a Renly, curiosa. - Já que a nossa folga é no dia de sábado, eu vou no Festival de Centoria.
- Bom, é a primeira vez que a gente agora está livre da Alta Sacerdotisa e nunca parei pra pensar nisso. - O esverdeado de tranças começou a pensar no assunto, enquanto comia um cereal de chocolate.
- Bom, eu vou chamar a Alice pra ir comigo no festival. Vai ser divertido! - A acinzentada falava com diversão, enquanto tomava o seu café.
- Não, quem vai chamar a Alice-sama pra ir no festival, serei eu. - Eldrie falava convencido, passando a mão nos seus cabelos lilás para trás com um estilo orgulhoso.
- Uma vírgula, seu poste humano!
- Ei, gente... - Renly começou a se preocupar aonde essa conversa estava tomando rumo.
- Quer saber? Que tal uma aposta?
- Qual a sua proposta?
- Se o Eugeo conseguir ganhar deles hoje, eu chamo a Alice pra sair. - Eydis sugeriu.
- Aceito então. Mas se o Eugeo perder, eu chamo ela.
- Fechado! - Os dois apertaram suas mãos com um sorriso e um olhar de fogo, fazendo um barulhinho metálico devido o encostar de suas manoplas das armaduras.
- Mas gente... Como vocês sabem se a Alice vai querer aceitar vocês pra irem no festival? - Renly ainda tentava perguntar, mas os dois ignoravam ele.
Após terminaram de degustar do café da manhã e estarem já alimentados, Alice falou que iria dar comida para Kirito e deixou ele ir junto com a Eydis treinar. O loiro disse que que também queria ver como Kirito estava, mas Alice falou que o seu treinamento no momento era mais importante e o convenceu de ir para o treinamento e ver Eydis.
Nessas duas semanas, Eugeo e Eydis haviam ido para a uma missão de observar as fronteiras do Território Negro sobrevoando o local junto com Hanayuki e Kirimai nas Montanhas do Fim, na região oeste do Império Humano. Apesar de alguns contratempos de sua mestra, Eugeo conseguiu completar sua missão com ela.
Eydis poderia até mesmo ter uma mentalidade meio avoada e pervertida, mas ela era muito habilidosa. Ela e Alice ensinaram a Eugeo algumas táticas de guerrilha em casos de combate grupal, pois como Eugeo agora era o 17º cavaleiro no comando e ainda estava em uma classe baixa dos Cavaleiros da Integridade como Eldrie, Dakira e as Quatro Lâminas Giratórias, sem contar também com Nelgius Synthesis Dezesseis e Entokia Synthesis Dezoito, que eram responsáveis em proteger e monitorar as Montanhas do Fim.
Era por isso que, como Eugeo começando a agir como um Cavaleiro da Integridade e se tornando mais forte, ele precisava aprender como agir em certos momentos como um líder de um batalhão em suas futuras missões.
- Então, Eydis. Qual vai ser o nosso treinamento de hoje? - Eugeo perguntou a ela, ansioso com os ensinamentos.
- Bom, meio que hoje não vai ser só um treino. E sim, um duelo prático.
- Espera, dessa vez eu vou lutar contra você no sério? - O loiro perguntou, confuso.
- Não comigo e sim contra eles. - Ela apontou para os dois Cavaleiros da Integridade parados na clareira de um campo afastado da Igreja. Já Eugeo, ele estava com seus olhos arregalados em surpresa disso.
- Como assim? - O loiro ainda estava fora de circulação, tentando entender que Bercouli e Fanatio estavam chamando ele para um combate... DE DOIS CONTRA UM? Ao invés de um x1 a dois, ele estava sendo chamado para um x1 a três!
- Trinta e Dois. - Fanatio fez o gesto militar de respeito dos Cavaleiros. Mas para a surpresa de Eugeo, foi ver o comandante usando calça preta, uma camisa de mangas longas, e por cima uma armadura azul simples e leve dos Cavaleiros da Integridade, menos chamativa e sem usar o corpo inteiro.
- S-Senhor Bercouli e a Senhora Fanatio?! Eu vou lutar contra vocês dois juntos? - Eugeo começou a ficar preocupado com o que estava para acontecer.
- Pode apostar. - Bercouli respondeu. - Se a Administradora fez você se tornar mais forte do que a mim depois de ter me derrotado, você deve ter ficado ainda mais forte.
- E além disso, o seu amigo Kirito não está aqui pra fazer parceria de combate com você. - Fanatio iniciou a conversa. - E ainda não vimos a sua Liberação de Memória e sua Release Recollection em força total. Então você irá lutar contra nós dois usando toda a sua força, como se fosse com intenção de matar.
- Intenção... Intenção de matar? - O loiro começou a se preocupar. - Mas e se alguém se machucar? Eu nunca usei muito a minha Release Recollection, só duas vezes.
- Pode relaxar, Eugeo. Isso é só apenas um treinamento especial para testar os seus limites, e podemos garantir que isso não chegará a tanto. - Bercouli explicou, com calma. - Nessas duas semanas, você conseguiu mostrar uma grande habilidade com o seu estudo de Artes Sagradas e a Arte do Controle Total de Armas. E como a sua Espada da Rosa Azul também é um objeto de poder divino criado naturalmente ao invés das mãos de um deus, deverá liberá-lo ao máximo quando a guerra começar. Ela pode ser de grande ajuda ao nosso lado.
- Muito bem então. - O loiro concordou e começou a se distanciar do casal, indo para alguns metros de distância. Eydis estava junto com Renly, Deusolbert, Dakira e Sheyta, olhando de espectadores para o combate.
- As habilidades do Eugeo aumentaram bastante, desde que ele se tornou um de nós. - Deusolbert comentou, recordando de quando viu o loiro treinar com a acinzentada da katana sombria. - Eydis, você ensinou a ele um pouco da sua técnica?
- É, eu ensinei a ele um pouco do meu estilo pessoal. Mas não deu nem pouco tempo e ele já se familiarizou com algumas das minhas habilidades em poucos dias. - A acinzentada respondeu ao ruivo, enquanto se refrescava numa sombra e deixava os outros boquiabertos.
- Será que isso o que a Eydis tá fazendo é algum milagre da Deusa Solus e da Deusa Terraria? - Renly olhava para o céu, tentando ver se caía alguma gota de chuva. - Vai chover?
- Tem certeza que você não tá bancando a preguiçosa como de costume, Eydis? - Dakira deu um olhar repreensivo para a acinzentada, tentando ver se o que Eydis falou era mesmo verdade. Até mesmo para os mais experientes, era um milagre verem Eydis treinar e fazer seu trabalho a sério.
- Eu só digo o que vejo. O Eugeo tem uma habilidade muito boa em aprender técnicas de luta e adaptá-las em seu estilo pessoal que o Kirito chamou de Estilo Aincrad. Seja lá o que o Eugeo tenha aprendido com ele, acho que ele pode ter superado até mesmo a gente de verdade. E também só pra te avisar, eu não sou preguiçosa não, Dakira! - Eydis bufou as bochechas. - Só quero mesmo é evitar a fadiga.
- Isso é um sinônimo de gente preguiçosa. - A voz rara de Sheyta apareceu na conversa. - Isso está no dicionário e no estudo de linguagem de sinais.
- Até a Sheyta que não se enturma com ninguém cortou a minha moral? - Eydis ficou cabisbaixa. - Aonde a minha vida foi parar, minha Stacia do céu? No meio da sarjeta.
- Eydis, também não exagera. - Renly suspirou. - E a propósito, cadê a Alice?
- Ela está cuidando do bandidinho de preto. - A voz do lilás chegou em um tom indiferente, sentando ao lado do esverdeado e notando um olhar agressivo de Eydis. - E então, cheguei na hora?
- Vai começar agora. - Sheyta falou para o lilás, enquanto continuava vidrada nos três Cavaleiros da Integridade.
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Alice estava no quarto e terminando de cuidar de Kirito. Ele estava segurando a sua Espada do Céu Noturno e a cópia da Espada da Rosa Azul. Apesar do seu FluctLight estar fritado, o seu sub-consciente mostra que ele tem um grande laço de fraternidade com Eugeo.
- Ah... Ah... su... Ah...
- Kirito... - Ele segurou as espadas, com mais força. Alice estranhou, e do nada ela percebeu que algo de errado estava para acontecer. Ontem, Bercouli foi até ela para dizer que chamaria Eugeo para um teste surpresa com os comandantes. Não dava para a loira prever o que estava para acontecer, então só o que podia ver é esperar pelo melhor. Mas até mesmo Kirito em estado catatônico percebia que havia alguma coisa vindo. - Está tudo bem. Você quer que eu vá lá ver se o Eugeo está bem?
- Ah... Ah...
- Muito bem então. - A loira se levantou e vestiu sua armadura dourada, suas manoplas e botas de metal. - Descanse um pouco. Depois eu trago o Eugeo de volta pra vir te ver, está bem? Até depois. - Ela deu um beijo na testa do rapaz de cabelos negros, e saiu do quarto.
Alice chegou no elevador e pediu para a mulher do local para descer até o térreo e ver como Eugeo estava treinando com Eydis. Ela não sabia sobre esse treinamento surpresa imposto pelos comandantes, e portanto, estava por fora disso. Foi quando Alice e a operadora do elevador sentiram uma explosão.
- O que foi isso? - A mulher do elevador perguntou, olhando para o feixe de luz da explosão.
- Isso... - Ela olhou para a janela, notando uma grande névoa vindo do feixe azulado. - Isso veio do lado de fora da torre! Desça mais rápido!
- Sim senhora. - A operadora fortaleceu sua encarnação do feitiço de vento, tentando fazer a máquina descer mais rápido.
No fundo da névoa, estava nascendo uma grande rosa feita de gelo, quase do tamanho de uma árvore. A flor estava se tornando vermelha, e só com esse ocorrido, um pressentimento ruim se passava no coração de Alice.
- Eugeo...
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Alguns momentos antes de isso acontecer lá em baixo, os espectadores estavam olhando Eugeo, Bercouli e Fanatio se preparando para lutar. Além dos Cavaleiros da Integridade, haviam alguns soldados rasos, alguns estudantes, monges e freiras que estavam observando o combate.
- Eugeo, espero que possa aguentar a nossa combinação fatal. - Bercouli falou, desembanhando sua espada.
- Combinação fatal? - Eugeo estranhou com o que o azulado falou. Mas também estava alerta. - Vocês tem um tipo de combinação especial por causa das suas espadas terem nomes semelhantes? - O casal negou, falando em uníssono.
- Acho que você ainda não viu a nossa Liberação de Memória em força total. - Fanatio tirou o seu capacete e jogando para o canto, deixando seus longos cabelos roxos livres. - Por isso que nós vamos com tudo pra cima de você.
Após alguns momentos, Eugeo estava respirando fundo. Era a primeira vez desde a que ele lutou a sério contra os outros Cavaleiros da Integridade, a Pontífice e o Kirito. Agora dessa vez, o loiro precisava aceitar que não havia ninguém ao seu lado como parceiro. São dois contra um.
E não era só uma armadilha com uma espada falsa que iria ajudar a vencer dessa vez.
- Espada da Rosa Azul, me dê forças pra lutar novamente contra os comandantes. - O loiro sussurrou para sua arma como uma súplica, enquanto fechava os olhos. Ele desembanhou a sua lâmina azul-embranquecida encostando a ponta da arma em sua testa, e decidiu agir em uma outra postura do Estilo Aincrad para múltiplos oponentes.
Como se tratava da Vice-Comandante Fanatio, ela era muito poderosa com a sua Espada Perfuradora dos Céus. Mas o Comandante Bercouli era ainda mais poderoso. Se ele estava escondendo mais alguma outra habilidade em especial, o loiro já estava tentando pensar em uma ótima estratégia para combater isso.
Os mais velhos estavam olhando fixamente para Eugeo, que estava agora olhando para os lados. Afinal, era provável que a Espada Perfuradora de Tempo do comandante já tenha sido ativada em algum momento.
Quando ele notou algumas folhas no chão sendo cortadas pelo vento e um sorriso de lado do comandante, o loiro rapidamente percebeu o movimento e já foi se defender com sua espada, dando vários mortais de defesa para trás.
- Enhance Armamento! Uragiri! - Bercouli ativou a Enhance Armamento da sua Perfuradora de Tempo, atacando direto Eugeo em longa distância, enquanto Fanatio começava a correr em direção a ele.
A mulher começou a combater o loiro em alguns golpes verticais da Perfuradora dos Céus. Por enquanto, ela não ativou suas habilidades.
Dessa vez, Bercouli foi junto de Fanatio para colocar Eugeo na defensiva. O loiro estava tentando sustentar sua espada para os dois líderes dos Cavaleiros da Integridade, e com uma grande desvantagem. Os ataques deles dois eram fortes e pesados, e olha que já tinham uma força monstruosa no corpo-a-corpo. Mas a Alta Sacerdotisa criou Eugeo para ser uma criatura superior a todos eles, apesar da desvantagem óbvia.
- Agora eu entendi essa coisa da combinação fatal de vocês dois.
- É melhor sair da defensiva, garoto! Se defender direto não vai ajudar em nada! - Fanatio falou, tentando dar um chute nas pernas do loiro, mas ele bloqueou chutando de volta. Agora os três estavam começando a correr para longe na mesma direção, com Bercouli e Fanatio cercando Eugeo pelos lados e atacando ele. O loiro tentava defender, mas seus bloqueios estavam sendo atravessados direto com a força bruta de Bercouli.
- Pode ter certeza que eu não pretendo me defender, senhora Fanatio! - O loiro conseguiu sair com uma boa distância, pulando em um mortal e ainda girando no ar. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo! Passo de Vento!
O loiro começou a correr no meio do ar, deixando os espectadores surpresos ao verem ele usar o elemento vento como uma forma de locomoção.
- Até que você ensinou bem pra ele, Eydis. - Eldrie falou, em um tom de surpresa para a acinzentada.
- Respeita a professora, que ela sim é braba. - A acinzentada fez uma pose de mito, sorrindo toda orgulhosa.
Eugeo começou a pular contra Bercouli, tendo que apelar para técnica do Salto Sônico. Como ele estava usando o feitiço Passo de Vento ensinado pela Cardinal, estava dando certo combinar essas técnicas.
- Eu não estava prevendo isso. - Fanatio o atacou com um golpe giratório, que acabou sendo bloqueado pelo loiro rapidamente.
- Nossa, essas técnicas de Artes Sacra muito são boas. Quem foi que te ensinou isso? - Bercouli perguntou sorridente, enquanto defendia os ataques de Eugeo com sua espada.
- A Pontífice e a Cardeal, a rival dela. Elas duas me ensinaram a usar feitiços avançados de Artes Sagradas, a ponto de eu poder lutar no ar. E agora - O loiro respondeu, dessa vez defendendo-se de Fanatio, que estava pulando no ar e atacando ele.
- E elas te ensinaram a desviar disso?! - Fanatio deu um pulo para trás e esticou sua Espada Perfuradora de Céus. - Enhance Armamento! Parte-Estrelas!
Fanatio começou a atirar rajadas solares de Solus em Eugeo, que tentava desviar com muita dificuldade. Uma dessas rajadas estavam tão rápidas, que atingiram a blindagem da manopla do loiro, rasgando a carne dele e fazendo ele se desconcentrar e cair no chão novamente.
- Droga... - Eugeo tentou se curar e consertar a blindagem da manopla, mas não tinha tempo para usar sua magia. Os comandantes também estavam atacando ele.
- Chamada de Sistema: Passo de Vento! - Bercouli usou o mesmo feitiço de Eugeo, começando a correr no ar. O loiro ficou perplexo, já começou a ficar alerta e começou a correr, desviando dos golpes de espada do azulado. - Não esperava que eu também poderia usar esse feitiço, não é? - O azulado riu e ativou novamente a habilidade de fortalecimento. - Uragiri!
Um corte feito pela espada de Bercouli atingiu a pele de Eugeo, deixando o loiro de prata surpreso. Mas não era hora de ficar surpreso, pois Fanatio estava se aproximando novamente do loiro.
- Liberação de Memória! Asas da Ensolarada! - A mulher dos cabelos roxos estendeu sua arma para Eugeo, e de lá, ela disparou algumas rajadas solares semelhantes a sua Parte-Estrelas, só que menores e mais velozes. O loiro não teve escolha a não ser desviar de algumas e rebater outras com feitiços.
- Eu não esperava que vocês iriam fazer ataques combinados... - Eugeo deu uma risada, enquanto limpava o corte de sangue em seu rosto feito pela Perfuradora de Tempo, que só ele notou agora. - Vocês dois juntos são muito fortes com essa combinação fatal.
- E ainda estamos só começando, garoto! - Bercouli guardou sua espada na bainha, esticou suas mãos para o ar e depois em direção ao loiro. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Umbra. Capa de Sombra.
A Arte Sagrada de Bercouli foi ativada, fazendo uma grande capa de sombras cegar os olhos de Eugeo completamente.
- Meus olhos... Eu não tô enxergando! - O loiro tentava encontrar alguém na sua frente, mas não encontrava. - Que feitiço é esse?
- Um feitiço avançado do Elemento Umbra, que faz você ficar cego por algum tempo. - Fanatio respondeu, reposicionando sua técnica. - Isso vai dar tempo o bastante para você ser acertado por nós.
- Caramba, o comandante pegou o Eugeo de jeito. - Renly olhava preocupado com o rumo dessa luta. - O que acha que ele vai poder fazer, agora que tá cego?
- Ele não é o mais poderoso, como todo mundo diz? Provavelmente ele vai cair bem antes de tudo isso acabar. - Eldrie falou, com uma certa arrogância. Já Eydis, decidiu ignorar o lilás e começou a gritar.
- Vai lá, Eugeo! - A acinzentada gritou para o loiro. - Não se atreva a perder, se não eu te faço de cavalo a semana inteira!
- Você disse que o seu Estilo Aincrad foi feito pra ultrapassar os sentidos, então você terá que lidar com isso sem eles. - Fanatio falou, mudando sua postura de combate. - O que você acha agora, Bercouli?
- Vamos usar as nossas habilidades mais poderosas. Mas sem machucar ele, Fana. - O azulado respondeu em um sussurro, para que Eugeo não pudesse ouvir. - E toma cuidado com a sua Release Recollection. Eu já vi o que ela faz com você e...
- Vai ficar tudo bem, Bercouli. - Ela o acalmou, tocando em seu ombro. - Temos que treinar aquele garoto, não importa o quão difícil ele tenha que aprender. E também, admita logo. Admite que você tá adorando lutar com ele de novo. - A mulher sussurrou, notando um sorriso empolgado do azulado.
- É a primeira vez que desde as antigas guerras e o velho Shasta, que eu não vejo um Espadachim tão poderoso e criativo. Dessa vez, é como se o Eugeo se adaptasse a qualquer tipo de técnica que ele aprende. E além disso, ele não está só lutando com habilidade. - O azulado agora deu um olhar sério para Eugeo. - Ele está lutando com o coração dele e pelo coração que ele quer conquistar.
Bercouli começou a girar sua Perfuradora de Tempo com uma grande velocidade, e ativando suas habilidades especiais.
- Liberação de Memória! - O homem de cabelos azuis começou a criar duas grandes serras de luz que representavam o tempo sendo diminuído com um círculo cibernético de relógio na lâmina. - Essa é a espada que corta o presente... Karagiri!
Ponto de Vista(Eugeo)
O Comandante já está começando a lutar a sério, e até agora eu ainda não vi todo o poder da Vice-Comandante. As Perfuradoras deles dois são muito fortes feitas para atacar de qualquer distância.
Se eu usar o Passo de Vento de novo e levar uma outra rajada de Solus, eu posso acabar sendo derrotado. Então preciso dar um jeito de sair dessa cegueira, antes que eles me derrotem. Kirito, o que você faria se estivesse cego?
Senti eles me dando socos e chutes no meu corpo. Estava tentando bloquear os ataques deles com a minha Rosa Azul. Ainda bem que essa armadura protege bem para ataques diretos.
- Se você quiser esperar a visão voltar, vai ser derrotado! - Ouvi a senhora Fanatio atirar alguma coisa, e rapidamente comecei a correr para sei lá onde, tentando desviar do possível ataque dela.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Terrestre! Gerar Elemento Criogênico! Barreira! - Usei a mudança de forma misturada com os elementos da natureza para criar uma barreira resistente contra os dois. Mas com certeza isso só me daria no máximo um minuto ou menos, até eles quebrarem a barreira. Mas será tempo o suficiente pra que eu possa planejar algo e reverter essa situação.
Estava ouvindo barulho de espadas batendo na barreira, e não dava para ver nada ao meu redor. Então seja como for... Preciso saber como lidar contra eles dois. O comandante é muito forte e rápido, já a Vice-Comandante, ela é muito rápida com a espada e ainda por cima ela agora estava atirando em mim com aquele poder do sol de Solus.
- Como eu posso usar isso ao meu favor?
(___ ___ ___ ___ ___
- Você está indo bem, Eugeo. - Uma voz familiar apareceu, meu lado.
- Mas não adianta, Kirito. Toda vez que você me ataca, eu baixo a minha guarda. Até mesmo com habilidades, você ainda consegue me superar. - Falei para Kirito, enquanto estocava minha espada no meio da terra.
- Eugeo, vai chegar uma hora em que os seus olhos não vão poder te ajudar e talvez eu não esteja por perto pra te dar apoio. - Kirito falava bebendo um cantil de água, enquanto eu respirava ofegante. - É por isso que você vai ter que se virar sem mim em algum momento.
- Mas como é que eu vou lutar sem ver? - Perguntei ao moreno, tentando entender a lógica dele.
- Você pode lutar sentindo a presença da pessoa. Pelos passos, seu movimento, a sua respiração, o barulho do vento e o seu estilo de luta. Quanto mais você for aprendendo a lutar no Estilo Aincrad, mais você vai chegar no meu nível e me superar.
- Como você sabe?
- Por quê eu sempre cumpro com a minha palavra. - O moreno sorriu com convicção. Aquele mesmo sorriso de quem sabe que quer vencer, pois precisa muito.
___ ___ ___ ___ ___)
- Se o jeito é lutar sem enxergar, então eu vou ter que lutar sentindo a presença deles dois. - Fechei meus olhos. Como não estava enxergando, não faria diferença nenhuma deixar aberto.
Isso... Sinta como aquela vez...
Aquela vez em no 60º e no 90º Andar... Aonde eu estava lutando para proteger o Kirito e salvar a Alice...
Os poderes dos comandantes estão vindo como um só para cima de mim. É, é isso mesmo! Eu posso usar isso de novo ao meu favor!
- Descarregar! - Liberei a barreira, jogando ela para todos os lados e pulei para fora.
- Então você finalmente decidiu sair de lá. - Ouvi a voz sorridente do comandante vindo... Em direção da esquerda. - Vai lutar agora?
- Agora como pretende sair dessa situação, Eugeo? - A senhora Fanatio me perguntou... Estando em alguns metros atrás de mim.
Percebi o barulho do vento mudando e haviam barulhos estridentes dos dois lados. Quando vi que estavam perto, dei um pulo para cima desviando do primeiro som. Do segundo, usei a minha Rosa Azul pra me proteger. Estava começando a ser empurrado pra longe.
- Release Recollection! - Ouvi a voz do Comandante ativando sua habilidade mais poderosa. Isso não é bom. O vento que estava me empurrando fazia um barulho de serra cortante, sentia que estava ficando ainda mais forte. Não dava mais pra eu aguentar!
- Liberação de Memória! Desabrochar, Rosa Azul! - Ativei a minha segunda habilidade da Rosa Azul, criando um campo com raízes de gelo por todos os lados e absorvendo também a encarnação de serras do comandante.
Ativei as minhas flores de rosas congeladas para absorver a energia natural de todos os lugares, em especial a do sol. Já que a minha Rosa Azul absorve nutrientes de energia vital, é mais fácil converter energia solar do que energia de gente viva. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Criogênico! Gerar Elemento Luminoso! Combinar! - Comecei a criar em minhas mãos uma fonte de energia feita do Elemento Gelo. Quando senti um clarão forte nos meus olhos, a minha visão voltou!
- Agora sim eu posso ter um ângulo melhor. - Disse aliviado, enquanto abria os meus olhos.
Notei que a Vice-Comandante estava com sua lâmina em chamas, prestes a disparar um golpe em mim. Não deixaria ela me atacar, então terminei o feitiço em direção a ela.
- Release Recollection! Fúria de Solus! - Ela atirou várias rajadas solares para todos os lugares, e começou a atirar o excesso do poder na minha direção. - Burst Elemento!
- Burst Elemento! Descarregar! - Usei a minha Rosa Azul como um para-raios e atirei uma forte rajada de luz e gelo contra a sua Fúria de Solus.
As duas técnicas começaram a se chocar num imenso empurrão de dois lados. Até que o gelo estava começando a fraquejar, já que eu estava usando uma mistura de gelo e luz. O poder de chama branca da Perfuradora dos Céus estava vaporizando todo o meu gelo.
Eu vi a técnica da Vice-Comandante chegar perto de mim e um tipo de imagem minha sendo atacada pelo Comandante Bercouli. Pensando bem, agora eu notei que já havia passado algum tempo desde que o treino começou e eu acho que ele deve estar fazendo alguma coisa com o poder da Release Recollection dele ainda ativa.
- Essa não!
A imagem minha que o senhor Bercouli estava quase esfaqueando deve ser parte da Release Recollection dele!
- Xeque-mate, garoto. - O senhor Bercouli falou, com um tom humorado e firme, enquanto começava a tocar minha imagem. Realmente, não esperava nada menos do que a força do maior e mais experiente espadachim do mundo. - Ainda pode desistir, se você quiser. É apenas um treinamento.
- Você perdeu, Eugeo. - A senhora Fanatio deu um daqueles sorrisos doidos que o Kirito fazia.
Provavelmente esse treinamento iria longe demais, e não tem nem como eu escapar desses golpes.
Mas na hora em que a rajada da senhora Fanatio me acertou e a minha imagem foi esfaqueada pelo comandante, eu ouvi uma voz estranha na minha cabeça.
Agora a minha visão da luta havia sumido. Estava no meio de uma escuridão completa.
- Que lugar é esse? - Estava procurando os comandantes, a Eydis, Eldrie e o resto dos Cavaleiros. Mas não havia ninguém.
Nem a Alice.
- Você quer matar eles, não quer? Quer matá-los. Foram eles que tiraram a sua amada de você. Você pode até não saber agora, mas tem todo o poder de manipular todo o gelo do mundo, Eugeo. Use a sua sede de sangue! Veja a alma deles, Eugeo. Sugue até o resto da concha.
- Você... Quem é você? - Olhei para a imagem distorcida, que aos poucos começava a ter mais foco.
Quando a imagem estava boa, se tratava de um homem alto com cabelo loiro ondulado para trás com duas franjas que chegavam na altura da boca vestindo uma armadura preta elegante, com uma capa cor de vinho e uma coroa-tiara com rubi na testa.
- Eu sou apenas um observador e um grande admirador seu, Eugeo. - O loiro falou, enquanto chegava perto de mim aos poucos.
- Como sabe o meu nome? - Perguntei a ele, enquanto continuava com a cautela e com a minha Espada da Rosa Azul.
- O seu nome? Bem, isso é uma boa pergunta. Eu sei tudo sobre você, Eugeo. E também sei o porquê de você ainda estar com raiva.
- Não vou te ouvir, você não é real.
- Então se não se agarrar a esse sentimento, nunca se tornará forte para vencer eles.
Lembrei do momento em que a Alice foi levada de Rulid, sem eu ter feito nada. Aquela sensação de impotência...
- Não... Isso de novo não. - Fechei meus olhos, tentando não olhar para ela indo embora presa no dragão.
- Não precisa acabar desse jeito. - Ele tocou meu ombro. - Ela não precisa ir embora novamente. Você pode evitar isso.
- Como eu faço isso?
- Abra sua alma pra mim. Sabe como fazer isso, não é? Faça isso para salvar a sua amiga.
- Chamada de Sistema: Liberar Modo Vecta. - Ativei o poder que esse homem me falou, e abri os meus olhos me sentindo com mais poder.
- Isso, Eugeo. Diga. Abra a sua alma para mim. Se expresse. - O loiro começou a falar, como se fosse uma cobra sem emoções. - Você vai...
- EU VOU PROTEGER ELA!
Chapter 6: Capítulo VI - O Festival de Centoria
Summary:
Eugeo perde o controle devido a uma transformação misteriosa, mas Alice consegue trazer ele de volta com a voz dela. Os garotos vão no Festival de Centoria e Renly encontra um rosto inesperado por lá. Alice encontra a passagem secreta para a biblioteca da Cardinal e encontra um livro misterioso falando sobre os cinco deuses de Underworld.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Todos os Cavaleiros ali no local estavam estupefatos com o que aconteceu. Uma poderosa onda de choque causada por Eugeo levou os dois Cavaleiros da Integridade mais experientes para longe.
- FANATIO! - O comandante olhou para Fanatio, já que ela era a que estava mais próxima de Eugeo ela acabou levando toda a rajada da onda de choque e foi jogada. O azulado rapidamente a pegou e colocou em seus braços no estilo de noiva.
- Mas o quê... - Deusolbert viu em uma silhueta da névoa de gelo, Bercouli no ar segurando Fanatio nos braços toda machucada, com sua armadura quebrada e seu vestido e sobretudo todos esfarrapados. - Comandantes!
- Não cheguem perto do Eugeo! - O azulado ordenou a todos, enquanto tentava tratar os primeiros socorros de sua amada.
Os espectadores no local voltaram seu olhar para Eugeo, fazendo uma imensa rosa feita com as raízes de sua Espada da Rosa Azul, que agora começava a se desbotar. A cor da espada ficou completamente vermelha, como se fosse a cor do sangue mais denso e vermelho possível. A lâmina antes cristalina linda agora se assemelhava a um rubi denso e sombrio.
- Mas como... Como foi que o Eugeo fez aquilo? - Eydis olhou para ele, estupefata. Renly, Sheyta, Dakira e Deusolbert se levantaram para ver o gelo da Rosa Azul se tornando em uma espécie de gelo vermelho. Já Dakira, começou a correr em direção da Vice-Comandante com preocupação a sua mentora, enquanto Eldrie ainda estava tentando compreender o que realmente havia acontecido.
- Mas isso... Isso é impossível... - O rapaz de cabelos lilás estava em choque, que nem mesmo conseguia falar nada.
- Eydis, você sabia que ele tinha isso? - Deusolbert perguntou a acinzentada.
- Não, ele nunca me contou! - A acinzentada respondeu, ainda em choque. - Eu acho que a Alice deve saber.
- Aquela rosa está completamente vermelha... Espada da Rosa Vermelha? - Sheyta começou a sentir alguma coisa da lâmina do loiro. - Até o perfume de flor da espada dele mudou. Parece até... o cheiro da morte.
Eugeo estava com os seus olhos fechados, dando um pouco de suspense em todos. Mas quando ele abriu seus olhos, o globo ocular de Eugeo estava completamente preto, enquanto as pupilas esverdeadas começaram a se assemelhar aos olhos de um demônio. A sua armadura estava cortada no peitoral e nos ombros, sangrando no ombro e provavelmente no peito. O seu corpo estava soltando um vapor frio e cheio de névoa congelante, respirando e soltando um bafo gelado.
- Eu vou matar todos... Todos os Cavaleiros da Integridade... - O loiro deu um sorriso mortal e começou a olhar para Renly. E como ele estava mais perto de Eugeo do que os outros, ele aproveitou a chance. Ele pulou da rosa gigante deixando uma cratera no chão preenchida de gelo e foi em direção ao esverdeado. - Vou começar pelo medroso primeiro.
- Eugeo... - Renly estava tentando se afastar aos poucos, com suas Adagas das Asas Gêmeas em mãos, com o seu medo de lutar já óbvio na sua cara. Ainda mais contra o seu colega de equipe. - O que você tá fazendo, cara? Para com isso!
- Vou sugar a sua alma, Renly. - O loiro falou em um tom maléfico. Antes que Eugeo se aproximasse do Vinte e Sete, ele ouviu um grito.
- Eugeo! - Eydis apareceu na frente do esverdeado, e puxando da bainha em sua cintura a sua Espada do Corte Sombrio e erguendo ao seu aprendiz. A Dez agora levava um olhar sério para o loiro. - O que você tá fazendo? Pare com isso agora. A sua mentora está ordenando.
- Eydis... - Renly falou gaguejando ao ver a garota de armadura branca e preta aparecendo na frente dele. Ela também sabia um pouco do seu misterioso trauma, apesar de muitos na torre não saberem disso.
- Me poupa, Eydis. Se não sair da frente, eu vou sugar a sua alma também! - O vapor frio de Eugeo deixava a acinzentada com receio do que estava para acontecer. Quando o loiro ia atacar os dois.
- Sai de perto dela, Trinta e Dois! Liberação de Memória! - O loiro viu Eldrie ativando a segunda encarnação do seu Chicote da Escama de Gelo, fazendo diversas cobras irem em direção ao Eugeo. E assim, eles iniciaram um combate.
- Eldrie...
- O que você acha que tá fazendo, seu maluco?! Não está vendo o que você tá fazendo em sua volta?! - Eldrie começou a dar golpes com sua espada, enquanto enrolava o loiro com seu chicote e fazendo as cobras o prenderem com suas presas. - Quase matou a Vice-Comandante, criou esse monte de gelo em volta do campo e ainda por cima tentou atacar a Eydis.
- E daí?
- Pra mim não importa se você é um Cavaleiro ou um demônio. Se você tentar machucar a Eydis outra vez, eu vou...
- Está atrapalhando, Eldrie. - A lâmina da Espada da Rosa Vermelha começou a brilhar em um tom de vermelho, fazendo cair neve do céu. A recém-formada Sword Skill misteriosa começou a brilhar por baixo do enrolado de cobras, fazendo a habilidade ser cancelada.
- Mas o quê... - Antes que o lilás pudesse falar mais outra coisa, a lâmina avermelhada acertou o chicote de Eldrie em uma sequência de golpes feitos de gelo e assim que derrubou a defesa, Eugeo deu um soco no lilás e acertou a espada no abdômen de Eldrie, atravessando a armadura e fazendo o lilás desmaiar no chão.
- Ah, é. Eu precisava de duas espadas pra usar essa habilidade de espada, além de eu ainda não ter dominado ela. - O loiro olhava para a sua Espada da Rosa Vermelha, se recordando de algo e retornando a sua atenção para Eldrie. - Foram golpes superficiais. Eu não acertei os seus pontos vitais. Mas agora que você está parado, vai ser util o suficiente para que eu te mate agor... - O loiro foi acertado por uma rajada potente de flores amarelas, e ele reconheceu o cheiro delas. - Mas o quê...
- Enhance Armamento! - Uma lâmina dourada começou a brilhar, fazendo agora várias rajadas de flores douradas se dispersarem. - Se expalhem novamente, minhas flores!
- Alice...
Eugeo começou a ser jogado para o ar, devido a habilidade de Alice. Os olhos demoníacos de Eugeo sumiram, quando ele foi atingido pela Enhance Armamento da loira de forma não-letal, e sim como um golpe de aviso. Sua Espada da Rosa Vermelha se tornou azul novamente, fazendo todo o sangue do gelo sumir e se tornando de volta aquele tom de azul-branco transparente e cristalino, mais uma vez.
As flores de Osmanthus que vinham da Oliva Perfumada levaram Eugeo até o chão, fazendo ele bater bruscamente e prendendo ele com as suas faíscas de flores douradas.
O loiro acabou despertando do transe ao abrir os olhos novamente, e notando que foi atacado pela Oliva Perfumada de Alice.
- Alice, o que foi que aconteceu? - O loiro perguntou confuso, enquanto começava a sentir dor em seu corpo e as flores da Oliva Perfumada presas ao seu lado. - E por quê você me atacou?
- Eugeo... - A loira o olhou com um semblante de medo. Pelo que parecia, Eugeo não sabia o porquê dela estar assim. Estava preocupada com o que havia acontecido. Mas vendo que o loiro agora parecia estar mais controlado, desativou a encarnação de sua Oliva Perfumada e o soltou. - Por quê você machucou o Eldrie, Eugeo? - Alice perguntou, ainda em seu muro criado pela sua rigidez de cavaleira.
- Espera... Eu machuquei o Eldrie? Por quê eu machucaria ele? E por quê tá tão frio aqui... - O loiro notou uma imensa destruição de gelo por todos os lados. Os monges e estudantes olhavam para Eugeo, como se tivessem medo dele. Ele olhou para Fanatio sendo curada por Bercouli e Eldrie inconsciente sendo curado por uma Eydis toda preocupada que gritava com ele e Renly, que estava tentando entender tudo aquilo e com medo no olhar. - Não... N-não... Não pode ser. E-Eu... Fui eu que fiz isso tudo?
O loiro foi até eles e estava aterrorizado ao ver que Eldrie e os comandantes estavam feridos. Como Bercouli era mais resistente que , não estava tão machucado como os outros. Mas quem sofreu mais era Eldrie.
- Por favor, me desculpem! - Eugeo se ajoelhou, pedindo desculpas a eles. O loiro não sabia nem o que falar. Aquela confusão foi causada por sua culpa, e ele nem sabia exatamente o que foi que aconteceu. Só o gelo de sua espada que estava espalhado por todo o campo de treinamento.
- Não precisa se desculpar, Eugeo. - Bercouli falou, enquanto curava Fanatio. - Nós acabamos exagerando. Eu que devo pedir desculpas.
- Não, a culpa foi minha. - Ele falou, cabisbaixo. - Por minha causa, vocês três...
- Eugeo, vem comigo pra dentro agora. - Alice chamou o loiro e o puxou para ir para dentro da torre. - Deixa eu tratar esse machucado seu.
- Mas Ali... - Alice acabou dando um forte tapa no rosto do loiro, fazendo ele ficar completamente surpreso e com um um pouco de dor ardente na sua face.
- Eu disse pra vir comigo agora! - Ela elevou sua voz para ele deixando o loiro com um certo medo, e sem falar nada, Eugeo simplesmente obedeceu Alice e deixou a loira levá-lo para dentro. Afinal, Alice era a sua supervisora e era o seu dever obedecê-la.
Enquanto eles dois saíam do local, Eugeo não pode deixar de notar os, soldados, monges e estudantes com pressentimento de medo. Parecia até que eles esperavam pelo pior só de olhar para ele.
- O que foi que eu fiz?
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Ao passar da tarde, os Cavaleiros da Integridade decidiram ter uma reunião sobre os poderes de Eugeo, e como ele foram utilizados.
- O que foi aquele poder que o Eugeo usou? - Fanatio se perguntava mais para ela do que para os outros Cavaleiros da Integridade ao seu redor. Ela agora estava ferida no corpo, mas não era mais tão grave. Ela agora estava vestindo um kimono roxo, já que sua armadura estava danificada e ficaria desconfortável usar seu sobretudo.
- Ainda não sabemos. Nunca vi nada parecido. - Bercouli falou, enquanto coçava a sua nuca. - Mas você viu quando ele ativou aquilo. Ele previu as nossas habilidades mais poderosas e ele acabou criando aquela rosa gigante dele no último segundo.
- E você acha que é seguro deixar ele junto com a Alice ou com qualquer um de nós? O Eugeo é um perigo pra Igreja. E não estou só falando da gente, e sim dele. - A mulher dos cabelos roxos se lembrou do olhar demoníaco dele, parecendo um ser desprovido de emoções com necessidade de matar e roubar almas. - Seja lá o que aquele garoto tem, não é um padre que vai conseguir exorcizar. E o pior é que ele nem mesmo ativou a Release Recollection dele.
- Eu sei disso. Também vi o olhar de todo mundo que estava lá. - O azulado suspirou.
- Eu sentia a morte vindo dele. - Sheyta, a Silenciosa abriu suas palavras para o resto deles. - Era tão bom. Me deu vontade de enfrentá-lo com a minha Espada do Lírio Negro.
- Ok... - Eydis estranhou o papo da morena, assim como todos ali.
- Parecia até mesmo que o Eugeo-sama ia matar todo mundo. - Dakira falou, um pouco chocada com o que havia acontecido. - Ele até tentou matar a Eydis e o Renly.
- Mas ele não matou. - A voz de Eydis percorreu por toda a sala de operações. - Vocês viram quando a Alice chegou, ela conseguiu parar ele.
- Mas seja como for, a Alice poderia ter morrido perto dele. Não sabemos mais o quê a Pontífice deve ter feito no Eugeo durante o Ritual de Síntese. - Deusolbert citou um assunto que todos ainda não colocaram em questão. - Ela fez muito mais do que só mudar ele por completo. Aqueles olhos já explicam isso.
- O que sugere então, Eydis? - Bercouli fez sua pergunta para a acinzentada. Todos os olhares agora se voltaram para ela, que ainda estava pensativa com o que houve com o loiro gentil que quase matou Eldrie, se não fosse pelo fato dele não ter só protegido Renly, e sim ela também. - Você é a mentora do Eugeo, e também é responsável por ele. A sua função também é explicar o que é melhor para o seu aluno.
- O olhar do Eugeo voltou ao normal quando ele viu a Alice. - Ela se recordou de quando Alice conseguiu neutralizar o loiro. - E o Eugeo tem um laço muito grande com a Alice. Eu acho que a presença dela pode acalmar ele se algo acontecer de novo.
- Então você está sugerindo mesmo... - Fanatio começou a falar, mas Eydis começou a sussurrar ao mesmo tempo.
- E lá vamos nós... - A acinzentada deu seu sussurro irônico.
- ...que a Alice fique com o Eugeo acalmando ele? É isso?
- Sim, Vice-Comandante. É exatamente o que eu estou sugerindo. - Ela notou o sol de Solus se pondo na janela e começou a sair da sala. - Eu não sei se o Eugeo tem, e também não sei porquê ele não me contou ou não contou pra ninguém. Mas tenho certeza que ele tinha seus motivos. E a Alice e o Kirito são as únicas pessoas nessa torre que entendem ele de verdade, Vice-Comandante. E se não se importam, eu preciso ir.
- Ei, Eydis! Eydis! - A acinzentada ignorou os chamados de Fanatio. - Droga.
A mais velha sabia muito bem o porquê de Eydis estar ignorando as ordens de sua superior, apesar da óbvia falta de responsabilidade. Não dava para culpar ela depois de saber que Eugeo escondia um poder que ninguém sabia que tinha.
E por causa disso, Eldrie quase foi morto pela Espada da Rosa Vermelha que Sheyta acabou tendo a liberdade de nomear oficialmente, mas Fanatio e Bercouli tiveram que considerar o poder bruto de encarnação daquela espada como um ODP - Objeto Divino Proibido, e os comandantes quase foram gravemente feridos, apesar dos danos leves.
- Espada da Rosa Vermelha... O que mais será que aquele garoto tem de escondido? - Bercouli perguntava mais para si mesmo do que para todos.
- Seja como for, aquela espada está classificada como um Objeto Divino Proibido até a segunda ordem. Com a Espada da Rosa Azul, os poderes de gelo da Liberação de Memória do Eugeo tem a ver com absorção de energia através dos recursos naturais e de energia vital. Na forma de Rosa Vermelha, não sabemos quais são os efeitos dela com a Release Recollection e por isso vamos ordenar a ele para não usar aquilo novamente, até controlar aquele poder.
- E sobre o Renly, Bercouli-sama? Ele não falou nada desde o incidente. - Dakira comentou, lembrando do esverdeado com medo lá no campo de treinamento.
- Eu dei a ele um dia de folga. - O azulado falou a eles. - Como ele não queria falar nada com ninguém, pedi para ele tirar um tempo para pensar. E a Alice não quer falar comigo, já que a gente não avisou a ela que o Eugeo ia lutar conosco.
O azulado se levantou e decidiu olhar para o sol de Solus, e com um semblante de preocupação, talvez os poderes ocultos de Eugeo e Alice eram as únicas coisas que poderiam mudar essa guerra. Mas a única coisa que depende mesmo é deles dois.
- Afinal, todos precisamos pensar um pouco também.
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Eldrie estava no jardim de rosas suspensas no 30º Andar, e estava regando as belas flores vermelhas. Sua mestra adorava ver as flores que cresciam nesse jardim e ele tentava cuidar do local.
Apesar dos ferimentos dele já terem sido curados em parte, ainda estava machucado mas não era sério o bastante para ficar em repouso. Ele estava usando um kimono roxo como sua cor do sobretudo.
- O que era aquilo que o Eugeo usou? Ele parecia um demônio. - Ele se irritou pelo fato do loiro ter quase matado ele e também ter tentado matar Eydis e Renly.
O lilás também estava querendo saber o porquê de Eydis ter entrado na frente de Renly para proteger o esverdeado. Por algum motivo em especial, o lilás não iria deixar ela agir como uma heroína na sua frente.
- Até que você sabe fazer alguma coisa que presta por aqui. - Ele ouviu a voz irritantemente famíliar perto dele.
- Tá me chamando de inútil, sua baixinha?
- Eu não sou baixinha! A minha altura é ainda maior do que a da Alice. - Eydis bufou suas bochechas. - E além disso, por quê você cuida daqui?
- Eu gosto daqui. É calmo e a Alice gosta de ver as minhas rosas. - Ele foi até uma garrafa de vinho bem caro que ele pegou na adega da torre, junto com duas taças de cristal. - E aqui eu posso tomar um vinho bom a vontade. Quer tomar também?
A acinzentada acentiu e pegou a taça. Eldrie encheu o vidro com o conteúdo alcoólico e tomaram.
- Você é idiota mesmo, não é? - A voz de Eydis finalmente saiu depois de um tempo com silêncio. - Por quê você entrou na minha frente? Tava tudo sob controle.
- Sob controle? Você nem mesmo estava em posição de combate e tentou proteger o Renly! A idiota aqui é você! - Ele deu um peteleco no nariz dela.
- Seu cara de cavalo! - A lilás fez um biquinho de dor. - Isso doeu!
- Tsc... - Ele a ignorou e encheu a taça com mais vinho e ingeriu a bebida tinta.
- Ei, Eldrie... Quando você ativou a sua Liberação de Memória contra o Eugeo, qual foi a primeira coisa que você pensou? - Agora Eydis decidiu cutucar na ferida de Eldrie, deixando o lilás um pouco receoso.
- Só uma professora desmiolada e um covarde sendo quase mortos por um loiro de farmácia com uma espada vermelha. Acho que não tem muita coisa pra eu falar, não é?
- Você mente muito mal. - Ela cochichou.
- O que você falou? - Ele a olhou com um semblante irritado.
- O que eu disse! - Ela agora falou em uma intencidade mais séria. - Você poderia ter morrido, Eldrie. Acha que a Alice precisa de um aluno a menos na lista dela? Mesmo você ainda sendo um novato, ainda é um dos mais poderosos da Ordem. - Os seus belos olhos vermelhos começaram a lacrimejar. - E eu não quero ver você se arriscando por minha causa... Você é importante pra mim, cara de cavalo.
O lilás corou. Não era toda hora em que Eydis ficava tão sentimental com ele. É claro que eles tinham seus momentos de conflito por causa das pegadinhas dela, as vezes tomando banho juntos na grande banheira do 90º Andar. É claro que apesar de Eldrie sentir uma grande afeição por Alice devido ao fato dela ser sua mestra, ele sentia algo ainda maior pela acinzentada. Apesar dele não dizer a ela por causa do seu orgulho de cavaleiro nobre.
Ela até mesmo cuidou dele de seus machucados, que agora estavam com alguns curativos e ataduras.
- Obrigado por me curar, Eydis.
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Agora...
07 de Junho de 380...
- Ainda me sinto mal por isso. - Eugeo falou, cabisbaixo. - Era só pra ser um treinamento e tudo saiu do controle. Foi minha culpa.
- Eugeo, a culpa não foi sua. - Alice foi até ele, tentando confortá-lo. - Era só um treino. É pra isso que serve, testar os seus limites. Eles já entenderam.
- Mas só que... Tinha uma parte de mim que queria tanto matar todos os Cavaleiros da Integridade. - Ele falou, com um semblante triste. - Queria matar até o último deles, só pra poder te salvar. Por causa daquela mulher ter tirado você da nossa vila. Senti a mesma coisa quando eu lutei contra aqueles goblins nas Montanhas do Norte e quando ataquei o Raios e Humbert. Eu sinto que tem alguma coisa dentro de mim, que quer sair. Sou apenas um monstro.
- Eugeo... - Alice falou, impondo uma seriedade no rosto. - Me escuta aqui! Aquela Alice está bem aqui, mesmo que não seja mais a mesma. Ela não iria gostar de ver você dizendo uma coisa dessas. Não deve se sentir culpa pelos erros do passado, e sim levar adiante as suas mudanças. A gente derrubou aquela mulher, e ela não vai fazer mal a gente nunca mais.
- Alice...
- E tem mais. Você não é um monstro e não tem culpa de ter feito o que fez. É uma falha humana, como dizem. Não é?
A loira conseguiu acalmar ele e decidiu abraçá-lo para ver se ele se sentia melhor, com um pouco de afeto.
- E o que você acha que eu sou? Depois do que a Administradora fez comigo, eu nem sei se o que ela fez causou aquilo no treinamento. Eu vi os olhos de todo mundo lá. Até os do Renly. - O loiro sussurrava de uma maneira tristonha. - Era o sinal de medo. Talvez... Seria melhor se eu tivesse ido embora.
Alice se recordou daquela noite a alguns dias quando ela foi obrigada a testemunhar aquela luta entre Kirito e Eugeo, e era completamente diferente de como era agora. Antes aos olhos dela, ele era apenas um criminoso. Mas agora, ele era exatamente o contrário disso.
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- Eugeo... você se lembrou da gente? - Kirito começou a se aproximar do loiro, que continuava a visa apenas para a cavaleira da armadura dourada em sua frente.
- Sim. Agora eu já me lembrei. Lembrei do que eu preciso fazer.
- Kirito! - Alice gritou para o Espadachim Negro, sentindo o que Eugeo estava para fazer.
- Release Recollection. Primeira Pétala... Florescência das Rosas Azuis. - Eugeo apenas estocou sua espada com força no chão e usou sua energia de encarnação, e guardando o restante para matar a Administradora. Através da espada do loiro, um grande dragão de gelo percorreu por todo aquele andar com um rugido, criando uma floresta de raízes de gelo através daquele chão, indo em direção a Kirito e Alice, que não podiam nem mesmo desviar de tamanho poder do Eugeo. O gelo eterno prendeu os dois, fazendo com que o loiro da armadura azul-prateada ativasse a função secundária de sua Encarnação Final, formando várias rosas de gelo que iniciaram o processo de absorção a vida deles na potência mais fraca possível para parecer que estivessem mortos. Ele agradeceu internamente por não matá-los e por destruir a torre inteira, já que ele ainda não conseguiu controlar por completo sua Release Recollection, devido ao descontrole da sua Espada da Rosa Azul. - Alice, Kirito. Me perdoem, mas eu não posso fazer isso com vocês dois me atrapalhando. Ninguém mais vai se machucar.
- Eugeo... - Kirito só pôde dizer isso, enquanto terminava de ser congelado em animação suspensa.
- Eugeo, seu idiota... Não faça isso sozinho. Você fez uma promessa pra mim, não? Me prometeu me levar pra casa. - Alice tentava gritar enquanto continuava a se querer se libertar das rosas de Eugeo, sem sucesso. - O Kirito... Ele precisa de você.
O loiro desativou a Encarnação Final e se aproximou dela, dessa vez com um sorriso tristonho mas com uma espécie de alívio naquele rosto. Essa foi a primeira vez em que Alice Synthesis Trinta se surpreendeu a ver o frio e calculista Eugeo Synthesis Trinta e Dois sorrir radiante apenas para ela.
- Eu não posso deixar você se machucar por minha causa outra vez. - Eugeo tocou no rosto frio de Alice em um gesto casto e depositou um beijo no rosto dela. - Eu entendo que você não saiba quem eu sou por causa do Ritual de Síntese. Mas eu não quero morrer sem antes de dizer uma coisa. Eu sou... - A boca de Eugeo se moveu sozinha enquanto Alice ouvia a declaração de amor dele ao ser completamente congelada pelo rapaz que a amava. - Quando o gelo descongelar, leve o Kirito embora. Vou ganhar tempo pra vocês.
- Eugeo... - Ela não pôde terminar de falar, pois foi exposta a animação suspensa. - “Você... Você me ama?”
- Adeus, Alice.
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Alice jamais se esqueceria daquela noite. A noite em que Eugeo morreu apenas para protegê-la, mesmo carregando toda a dor e ódio que os outros sentiam sobre ele. E Eugeo Synthesis Trinta e Dois era uma pessoa de bom coração pra ela.
- Me escuta de novo, seu idiota. Mesmo que aquela bruxa da Quinella tenha criado você pra ser uma arma viva, pra mim você não é uma arma e nem um objeto. Pra mim, você é um espadachim com um bom coração. Não, ainda mais do que um espadachim. Você é um humano. - Ela colocou seu dedo no peito de Eugeo, fazendo o loiro se sentir ainda melhor. - Seres humanos tem sentimentos, desejos, erros. Não somos perfeitos e nunca vamos ser. Só aprendemos com os nossos erros... Para a gente se tornar uma pessoa melhor.
Essa talvez seja a primeira vez em anos desde Rulid que Eugeo vê a loira agindo com mais afeto, e ela se preocupava muito com ele. Isso também o deixou com o ânimo levantado.
- Você é bem quente, sabia? A sua espada é de gelo, mas a sua pele é tão confortável. - Alice falou, em um sussurro.
- Tá chovendo canivete pra você falar desse jeito? - O loiro deu um sorriso. - Você nunca falou desse jeito com ninguém.
- Cala a sua boca. - Ela bufou as bochechas. - Ou eu te dou um soco. Ainda sou a sua supervisora.
- Agora essa é a Alice-sama tsundere que eu tava procurando. - Ele riu dela, fazendo a loira dar um beliscão na bochecha dele. Ambos notaram que estava começando a dar provavelmente umas dez ou onze da manhã. Era fim de semana, e também era o dia de descanso da dupla.
- Você quer ouvir as aventuras minhas com o Kirito? - O loiro sugeriu. Agora que ele estava com o seu ânimo levantado novamente, talvez seria bom também para o Kirito. - Faz parte do meu trato que fizemos.
- Tá falando sério? - Ela perguntou empolgada inicialmente, mas consertou o seu semblante de volta naquela Alice séria. - Quero dizer, é claro. Eu iria adorar.
- Então... Desde que a gente era criança, o Kirito sempre foi bem curioso e querendo explorar pela floresta. - O loiro começou a contar as suas histórias com o moreno. Alice se emocionava quando chegava algumas partes sobre sua irmã caçula Selka e também sobre quando Kirito havia retornado a esse mundo. Ela ouvia tudo o que ele contava. Incluindo até de quando a Selka foi levada pelos goblins. - ... e então algumas semanas depois de termos salvado a Selka, o Kirito que me ajudou a cortar o Cedro Gigas em poucas semanas com a ajuda do treinamento que ele me instruiu com o Estilo Aincrad. No começo, eu nunca conseguia vencer ele. Mas depois disso, eu consegui começar a empatar com ele.
- Você derrotou o Kirito lá no 99º Andar usando o poder da sua Release Recollection. Isso já não conta pra você?
- Ah... Ah... - Kirito deu um sussurro, que se assemelhava a uma possível pergunta.
- Bom, aquele não era eu por completo e usei a minha carga mais fraca pra prender vocês por pouco tempo. Da próxima vez, eu quero lutar com o Kirito com todas as minhas forças. - O loiro fortaleceu seu punho, sorrindo com foco.
- Então entra na fila, porquê eu quero lutar contra ele primeiro. Ele me chamou de idiota e ainda por cima teve a audácia de fazer com que eu desse miojo na boca dele. - Ela falou autoritária, mas com um tom de ciúme fazendo suas bochechas bufarem. Eugeo começou a rir disso e olhou para a janela do quarto.
- O festival vai começar daqui há algumas horas.
- Você vai me levar lá. - A loira exigiu. - Você me prometeu. E nem adianta dizer não, porquê você vai me levar ou vou te bater.
- Tá bom. - Ele acentiu, dando uma risada nervosa dessa Alice com o seu comportamento de tsundere. - Mas... Que tal se a gente levar o Kirito? Ele tá nesse quarto já faz dias. E com pouca gente na torre por causa do festival, não deve ser difícil levar ele pra cidade.
- Tá bom então. - Alice falou, enquanto pegava uma toalha. - Eu vou lá tomar um banho na grande banheira do 90º Andar. Já vai arrumando uma roupa bonita e bota uma roupa especial pro Kirito.
- Tá bem. - O loiro acentiu. É impressionante como Alice poderia fazê-lo se sentir melhor. Ela saiu do quarto, e o loiro se deitou para trás, suspirando. - Kirito, o que será que aconteceu comigo ontem?
Enquanto Eugeo estava indo tomar banho com Kirito, Alice estava indo tomar um banho sozinha no 90º Andar. Já que a loira marcou horário e Eydis não estava por perto para atazaná-la, Alice poderia relaxar um pouco sozinha.
A loira abriu a porta do belo andar com banheiras todas fervendo com a água quente, e com o vapor circulando todo o salão. Alice estava tirando seu sobretudo azul e a saia branca, terminando de despir o resto de sua roupa íntima, desembaralhou a sua trança, tirou a bandana na testa e finalmente adentrou na água quente. Ela deu um suspiro de alívio ao entrar.
Ela estava preocupada com o que houve com Eugeo há alguns dias atrás. Os olhos que ela viu eram verdes e pretos de um jeito que nunca haviam visto.
- Eugeo... Que olhos eram aqueles?
Após essas duas semanas conhecendo mais o loiro, Alice de certa forma, se apegou a ele como um amigo. Ele era uma boa pessoa e as pessoas da torre já estavam se acostumando com o último Cavaleiro da Integridade. Eles estavam cuidando de Kirito, e apesar da infelicidade pelo Espadachim Negro não poder voltar a ser como era antes, os três passavam o tempo juntos rindo e discutindo.
Mas por algum motivo...
Alice sentia algo tão forte no seu interior, que dava a ela um sinal de felicidade, mas não conseguia dizer o que era. Desde que Eugeo deu a ela o seu fragmento de memória como um cordão, ela andava sempre com o cristal em seu peito. O sonho que ela viu dela criança deixava a loira com muita curiosidade. E aquela aproximação deles abraçados no quarto e com Eugeo contando suas histórias com Kirito. O amor que o loiro sente por ela... Tudo isso dizia a Alice coisas em sua cabeça que ela não conseguia entender.
- Por quê eu estou tendo essas sensações? Ele não me ama. Ele ama a outra Alice.
Passado algum tempo pensativa, a loira saiu da banheira, se secou com a toalha, se vestiu novamente e foi de volta para o quarto para se arrumar para o festival.
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O entardecer chegava e Eydis estava trocando os curativos que ela fez em Eldrie. O lilás estava irritado com isso, já que a acinzentada não só estava apertando com mais força do que o necessário, como também ela estava apalpando ele.
- Isso é mesmo necessário? - Eldrie se irritou com os toques que ela fazia nele, enquanto passava uma pomada curativa. - Eu posso fazer isso sozinho. E além disso, eu poderia ficar pelo menos com uma camisa.
- Se quiser passar curativo no meio das costas, eu adoraria ver você tentar Eldrie. - Ela debochou dele. - E além disso, você ficar com camisa atrapalha muito.
- Atrapalha o quê, sua doida?
- Esse corpão aí, ué. - Ela deu um sorriso malicioso, enquanto terminava de enfaixar o abdômen dele e deixando o lilás corado com isso. - Nem guindaste pra tirar, dá vontade até de apalpar o dia inteiro.
- Sua maluca pervertida. - Ele olhava para a janela, tentando disfarçar o seu rosto. Ela terminou de cuidar dos seus machucados e foi pegar um enlatado de frutas.
- Mas então... Tem certeza que quer ir mesmo no festival? Ainda tá se recuperando. - Eydis comentou, enquanto a uma lata de frutas que estava na mesa.
- Eu não sou feito de vidro, já estou bem. - O lilás falou, inicialmente se irritando pelo fato da mulher dos cabelos cinza ter pego o lanche dele. - E além disso, eu só estou pagando uma dívida.
- Mas acabou que a luta terminou em empate, por causa do descontrole do Eugeo. E a Alice falou que não quer que a gente vá com ela. - A acinzentada bufou as bochechas, com o seu ciúme habitual.
- Eu sei disso. - Eldrie terminou de amarrar uma última atadura em seu corpo, e colocando sua camisa e seu sobretudo roxo por cima. - Mas só que como nenhum de nós dois vai acompanhado... - O lilás começou a ficar com seu rosto avermelhado. - Quer ir comigo?
- Oi? - Eydis não entendeu o que Eldrie havia acabado de perguntar.
- Como o duelo terminou em empate, não valeu. - Dessa vez ele foi mais direto. - E além disso, não quero ir sozinho.
Após alguns momentos, Eydis se decidiu e respondeu a ele.
- Muito bem então, cara de cavalo. - A acinzentada deu uma risada maliciosa. - Eu vou, mas só que você vai ter que me bancar em tudo que eu for pedir.
- Já vi que foi uma má ideia.
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Eydis estava vestindo um belo kimono branco com partes pretas de árvore estampadas e com um decote ousado na região do busto onde revelava um pouco dos seus seios fartos, semelhante as roupas que ela usa. Ela estava com chinelos de madeira, seus cabelos estavam soltos e usava uma maquiagem de leve. Já Eldrie estava com um elegante kimono azul-marinho, usava um chinelo de borracha normal e estava com sem o seu chicote em mãos.
- Você... Até que não tá mal. - O lilás deixou escapar a fala.
- Isso foi um elogio, é? - A acinzentada levantou a sombrancelha.
- Foi sim. - Ele falou, já indo na frente.
- Me espera, cara de cavalo! - Eydis chamou ele, tentando correr mas com dificuldade. Seus chinelos de madeira não colaboravam.
O festival anual de Centória estava começando. Como faltavam alguns meses para o início da grande guerra e o Teste de Carga Final programado pela Rath estava em estágio final nesse exato momento, os Cavaleiros da Integridade iriam aproveitar esse festival, já que provavelmente seria o último.
- Cadê eles dois? - Renly se perguntava, enquanto corria pelas ruas de Centória. Eles estava vestindo um kimono verde e chinelos de madeira. Ele estava sem suas tranças, deixando seus cabelos curtos soltos. O esverdeado procurava por Eldrie e Eydis, que acabaram saindo antes dele. - Eles nem quiseram me esperar!
Como consequência, ele acabou se esbarrando em uma garota de cabelos ruivos. Mas antes dela cair, ele a segurou.
- Me desculpa. - O esverdeado se desculpou. - Eu estava com pressa, e não vi você.
- Está tudo bem, não se preocupa. - A garota ruiva respondeu. - É que eu estava esperando a minha amiga, e não percebi você vindo.
- Entendi. - Renly falou. - E qual é o seu nome?
- Sou Tiese. - A ruiva se apresentou, meio tímida. - Foi um prazer conhecê-lo.
- Sou Renly. Foi um prazer conhecê-la também. - Ele começou a andar para o lado oposto. - Até mais!
Tiese olhava para o esverdeado. Apesar dele ter parecido ser tímido como ela, ele aparentava ser uma boa pessoa.
- Tiese, eu já cheguei. - A voz de outra garota apareceu ali perto. - O que houve?
- Nada não, Ronye. - A ruiva respondeu. - Agora vamos logo pro festival. A Frenica tá esperando a gente.
- Você parece meio avoada hoje. - A morena bufou as bochechas.
- Ronye, acha que deveríamos vir esse ano sem o Eugeo-senpai e o Kirito-senpai? Não devíamos estar aqui, enquanto eles estão sendo tratados como criminosos naquela torre por nossa culpa.
- Eu sei. - A morena falou cabisbaixa. - Mas eles não iriam querer que nós ficassemos tristes. O Kirito-senpai sempre me falou que quando você se sentir triste, sempre fique perto dos seus amigos que eles sim que te fazem feliz. E afinal, esse é o nosso desejo. Vamos ser Discípulas de Elite, completar o nosso treinamento pro Torneio das Quatro Unidades, e então nos tornaremos Cavaleiras da Integridade pra salvar eles.
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Em outro local do festival, Renly havia finalmente encontrado Eldrie e Eydis que estavam andando. Após o esverdeado ter reclamado deles não terem esperado ele, o trio agora estava esperando por Alice e Eugeo.
- Ei, Renly. - Eldrie chamou o esverdeado. - Você tá mesmo bem sobre ontem?
- Não precisa se preocupar. - Renly respondeu, tentando não preocupar a acinzentada. - Eu estou bem agora. O Eugeo conversou comigo hoje, não foi culpa dele.
- E falando nele, cadê aqueles dois? - Eydis bufou suas bochechas. - É bom que aquele loirinho de farmácia não esteja fazendo nada que eu não faria com a Alice.
- Para de falar besteira. Mas eu digo o mesmo. Se o Trinta e Dois estiver fazendo algo com a minha mestra, eu vou acabar com ele! - Eldrie também demonstrou o mesmo tom de ciúme de Eydis.
- Pessoal! - Os três ouviram a voz de Eugeo vindo. Eles estavam olhando para o casal de loiros vestidos com kimonos de yukata elegantes. Alice estava vestindo um belo kimono azul claro com flores amarelas, semelhantes a sua flor da árvore de Osmanthus, da Espada da Oliva Perfumada. Ela estava usando chinelos de madeira, estava usando uma maquiagem leve e seu longo cabelo loiro estava em um coque.
Já Eugeo, estava vestindo um kimono azul-marinho com flores de rosas azuis, um cachecol azul e também usava chinelos de borracha. Já nas suas costas, ele trazia Kirito vestido com um kimono preto com faixas brancas de estilo emo dark que ele gostava de usar.
Só de Eldrie ver, ele já deu um olhar torto e ciumento para Eugeo e Kirito em relação a Alice.
- Vocês três tão muito bonitos. Me senti feia agora. - Eydis dramatizou, enquanto apalpava os seios de Alice deixando-a envergonhada com as pessoas passando por ali e olhando. - Não tanto quando o Eldrie, que tá parecendo um tribufú.
- Como é?! - O lilás esbravejou.
- Para de fazer besteira, sua cabeça de vento! - Alice a empurrou, corada com o ato. - Você tá bonita sim, Eydis. E vocês também, rapazes.
- Obrigado pelo elogio, Alice. - Renly agradeceu.
- Mas e aí, Eugeo... - Eydis apoiou seu braço no ombro de Eugeo e começou a dar um sorriso malicioso e seus olhos pareciam brilhar em um tom de lascívia. - O que você acha da Alice desse jeito? Ela não tá bonita com esse decote no kimono?
- B-Bonita? - O loiro começou a corar em certos tons de vermelho. - Bom, a Alice sempre está bonita. - Depois da besteira que saiu da boca de Eugeo e os três cavaleiros ficarem surpresos, a loira no seu lado estava começando a ficar corada em tons que ela não conhecia.
- “O Eugeo... Ele me acha bonita?!” - A loira se auto-perguntou em pensamento, ainda corada com o motivo disso. Eugeo conseguiu superar Kirito em deixá-la corada desde quando ela e o Espadachim Negro estavam escalando o lado de fora da Torre da Igreja e comendo miojo juntos, até o Eugeo ir lá para enfrentá-los. - “Não, isso é impossível. Ele não sente nada por mim. Ele ama a outra Alice.”
- Gente, o papo tá bom e tals, mas o show de música vai começar daqui a pouco. - Renly os lembrou, fazendo Alice sair dos seus pensamentos.
- Ei, Eydis. Você gosta mesmo de música? - Eugeo perguntou.
- É claro. Eu gosto de melodia. - Ela respondeu, com um sorriso no rosto. - Eu nunca perdi um show aonde eu trabalho.
- Isso tá mais pra uma fuga de trabalho. - Alice falou em um tom repreensivo. - E eu nem sei porquê a Pontífice não fazia nada com você.
- Isso é porquê eu sou uma boa negociadora. - Eydis olhou para uma barraca de sorvete e rapidamente pegou a mão de Eldrie. - Ih, olha lá a barraquinha de sorvete! Paga pra mim, por favorzinho! - Ela puxou o lilás.
- Mas você não tem o seu dinheiro? - Ele retrucou.
- É que as vezes é mais educado quando os homem pagam as coisas para as mulheres. - A acinzentada falou em um tom de exigência. - E além disso, eu cuidei de você ontem. Então eu meio que mereço a minha parte. Não lembra do nosso trato de hoje cedo?
- Tá, tá bom. - Eldrie suspirou. - Eu vou pagar pra você.
- Muito obrigadinha, Eldrie. - Ela o puxou até a barraquinha de sorvete, apoiando o braço dele nos seus seios, deixando o lilás corado.
Era estranho para Eugeo e Alice verem que os três parecerem agir normalmente com o loiro, sendo que ontem mesmo o descontrole de Eugeo quase matou o lilás e os comandantes. É óbvio que Renly ainda estava com medo, mas alguma coisa aconteceu pra ele não estar com tanto assim. E já Eydis... Era difícil de saber o que havia em sua camada de felicidade.
Após comprarem o sorvete, os cinco estavam andando até a praça central de Centória, aonde lá estava o palco do show.
A loira estava boquiaberta em ver tanta gente reunida em um só lugar. Era como se estivesse tendo um sonho sendo realizado. A música, a cantoria, pessoas fantasiadas fazendo números de circo.
- O que é aquilo? - Eldrie perguntou, apontando para uma mulher que estava cospindo um líquido inflamável na tocha, soltando uma grande chama.
- É um sopro de dragão. - Eugeo respondeu a ele. - Aquela mulher tá fazendo um número de circo.
- Uau... - Os olhos avermelhados de Eydis brilhavam com admiração, já pensando no que poderia fazer lá na Igreja. - Eu quero aprender a fazer isso.
- Pra tacar fogo na torre inteira? Nem viaja! - Alice, Renly e Eldrie falaram em uníssono.
- Nossa, foi só uma ideia. Osh, pode nem ser feliz nesse elenco.
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No meio de uma grande multidão, milhares de pessoas aguardavam pelo show de Centoria. Os cinco Cavaleiros da Integridade estavam aguardando pelo entretenimento, e Eugeo estava olhando para os quatro como se uma criança aguardasse por um presente novo.
- Caros cidadãos de Centoria! É com grande prazer que tenho de dar boas vindas ao festival de primavera anual de Centória! - Todos começaram a aplaudir com palmas.
- Chamada de Sistema: Onda Musical. - A cantora ativou uma Arte Sagrada para a música.
- O que ela vai cantar? - Renly se perguntou.
- Dá biz! - Eydis começou a gritar no meio da plateia.
Os seis começaram a ver o musical. Eugeo estava gostando de ver Kirito andando ao ar livre novamente, figuradamente dizendo. O loiro olhou para Alice, Eldrie, Eydis e Renly e notou que os quatro estavam se divertindo. Provavelmente esse deve ter sido o primeiro festival em que os quatro vão desde o Ritual de Síntese, e Eugeo gostou de ter dado para Alice um gosto de liberdade ao ver ela testemunhando o Festival de Verão de Centória pela primeira vez.
Após o final do musical, os seis começaram a ver fogos de artifício, deixando os Cavaleiros da Integridade surpresos pela beleza do artifício explosivo.
Um sorriso da loira se abriu, e ela gostou realmente de poder vivenciar esse feito histórico na vida dela. Eugeo havia prometido a ela de ir levá-la no Festival e ela realmente se sentiu muito agradecida pelo loiro ter dado a ela esse presente.
- Muito obrigada, Eugeo. - Alice falou no ouvido dele, já que o amontoado de pessoas impedia a comunicação vocal.
- Mas por quê?
- Você abriu os meus olhos e me mostrou como o mundo é bonito. Eu sou grata a você e o Kirito.
O loiro ruborizou um pouco. Não esperava que Alice pudesse ser tão sentimental, mesmo quando sua pose de tsundere estava na sua imagem.
A Alice pode até não se lembrar de quem ela era no passado, mas mesmo assim, ela ainda era a mesma de quando ainda morava em Rulid. As luzes que cercavam todo o céu da capital eram tão lindas, a ponto de espelhar pelo olhar da loira.
Eugeo percebeu no olhar e no sorriso dela. Aqueles belos e longos cabelos dourados em uma trança, a visão de esperança que emanava dela. A beleza sem limites de Alice era uma coisa que Eugeo não podia descrever. Só o que saiu da boca dele foram essas palavras.
- Você é tão linda...
- Hã? Disse alguma coisa? - Alice perguntou.
- Eu... Eu disse que os fogos de artifício, estão lindos esse ano. - O loiro consertou o que havia dito. Para ele, tomara que ela não tenha entendido o que ela falou.
- Ah, é verdade. - Alice falou, olhando de bom grado para as belas cores que tocavam o céu da Cidade Central. - Eugeo.
- O quê?
- Muito obrigada. Obrigada por ter me mostrado que a liberdade apesar de ser superestimada, é muito linda.
Ele deu um sorriso para ela e em um gesto inesperado, ele acariciou os cabelos loiros dela e tocou no tapa-olho feito por Kirito, de forma delicada.
- As vezes, temos que dar valor as pequenas coisas. A amizade é uma delas.
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Ponto de Vista(Alice)
No dia seguinte, acordei e fui lá no andar dos dragões para dar um banho e comida pra Amayori. Afinal, a minha bichinha é muito bonita e ela não pode ficar com fome e suja.
Como era domingo, ainda era a minha folga e por isso eu iria estudar na biblioteca alguns feitiços de Artes Sagradas para tentar entender como trazer o Kirito de volta. E também... Quero tentar descobrir mais coisas sobre como foi que o Eugeo fez com aqueles olhos e a tal Espada da Rosa Vermelha. Talvez eu poderia ajudar ele também.
- Deixa eu ver... - Comecei a ler um dos livros que recolhi para estudar. - “A recarga avançada de Elemento Luminoso depende do quanto a força de vontade do usuário tem. Absorção de energia vital através de seres mortos garante um bom acúmulo de feitiços avançados.”
Eu não gosto desses tipos de feitiços que são usados por motivos meio óbvios. É por causa que é feito com gente morta e também porquê nunca consegui dominar esse poder por completo.
Sou a Cavaleira da Integridade mais poderosa de todos em termos de magia com as Artes Sagradas e com a minha habilidade em aprender a encarnação do Controle Total de Armas, pois eu estudava desde quando cheguei na capital.
Pelo menos o que a Pontífice me ordenou a fazer.
Mas como Eugeo me contou pelas histórias dele, eu era uma garota prodígio em Artes Sagradas desde quando eu já era bem pequena.
- Alice...
- Hã? - Olhei para o lado, parecia até que alguém estava me chamando. - Quem está aí?
Isso é muito estranho. Ainda não sei o que tá acontecendo. Após me certificar que não havia ninguém por ali, eu continuei com os meus estudos e enquanto estava olhando para alguns feitiços de transformação, eu me deparo alguma coisa escrita em um dos livros proibidos. Mas como eu sou uma Cavaleira da Integridade, a minha autoridade supera a do Índice de Tabu e sou a terceira no comando, então...
- Modo Vecta? - Eu me estranhei com o nome. - Nunca vi esse tipo de feitiço. É alguma coisa a ver com Artes Divinas? - Fui olhar para a próxima página e notei que todas as páginas do capítulo sobre esse Modo Vecta foram rasgadas.
Seja lá quem tenha arrancado as páginas desse livro, deve ter sido por um bom motivo. Mas o que deve ser? Que conteúdo havia naquele capítulo?
Olhei para o final do livro e não havia nome e nem um autor. Oito anos morando nessa torre, e como eu nunca percebi isso?
Se aquele capítulo havia o nome do Imperador Vecta, com certeza não devia ser coisa boa. Talvez isso seja alguma coisa que a Pontífice deve ter planejado contra o Território Negro.
Notei uma grande luz amarela se formando na estante e pulei da cadeira olhando com cuidado. A luz estava se formando em uma porta para uma vasta biblioteca, ainda maior do que a da Igreja de Axioma.
- Mas que lugar... - Adentrei com cuidado e olhei para um lugar que nem sei se ou era uma armadilha ou um paraíso.
Acho que essa deve ser a Grande Biblioteca da Cardinal, que o Kirito e o Eugeo me contaram. Era um lugar tão vasto e lindo, provavelmente com todas as origens de Underworld bem aqui.
A mesma porta em que a Cardinal saiu para ir lutar contra a Pontífice ainda estava ali, então talvez seria melhor chamar pelo tio Bercouli e a senhora Fanatio. Como a Cardinal salvou ela, talvez a Vice-Comandante se lembre.
- Alice.
- Mas o quê...
Notes:
Esse Modo Vecta e a transformação da Espada da Rosa Vermelha já chegaram botando medo em todo mundo, e já digo que esse poder vai trazer muita coisa no que falar pra história.
Ah, e também a partir desse capítulo, eu já vou começar a adentrar mais na mitologia de Underworld e também começar a parte do Alicization Invading, fazendo pequenas mudanças importantes na história.P/S: Essas notas que botei foram feitas por mim lá em 2021 na outra plataforma. Mas mesmo assim, é bom botar elas assim
Até mais 👍
Chapter 7: Capítulo VII - Vamos Fugir
Summary:
Alguns rumores em relação ao Kirito e Eugeo começam a rondar pela Catedral Central, e Alice teme pelo que pode acontecer com eles. Eles fogem da Igreja de Axioma e da Ordem dos Cavaleiros da Integridade, decidindo deixar tudo para trás e cuidarem de Kirito juntos.
Notes:
Finalmente nós estamos saindo da saga inicial da War of Underworld conhecida como Alicization Integriting, e finalmente voltando para a história do anime. A partir do próximo capítulo, vou começar a saga de Alicization Invading e também introduzir a Asuna e o pessoal.
Agora que o mané aqui descobriu que a Liberação de Memória no anime é só a tradução oficial da Release Recollection aqui no Brasil, decidi apertar o botão do "dane-se" e dar pra todos os Cavaleiros da Integridade, incluindo o Kirito uma habilidade final deixando a Release Recollection como a técnica de encarnação mais poderosa. Pra não ficarem confusos, são essas aqui na história da fic:1ª Encarnação: Enhance Armamento(Aprimoramento)
2ª Encarnação: Liberação de Memória(Lembranças da Arma Divina)
3ª Encarnação e Habilidade Final: Release Recollection(Lembranças da Arma Divina/Usuário)
Sobre as encarnações da Arte do Controle Total de Armas, eu decidi colocá-las iguais as Expansões de Domínio de Jujutsu Kaisen, tendo nomes sobre as técnicas, como vocês já viram com a Chuva de Pétalas Congeladas do Eugeo e os Clones das Sombras da Eydis.
Já o poder da Espada da Rosa Vermelha e os olhos do Eugeo... Só na fic para descobrir 😅
Foi só pra deixar bem detalhado. E foi mal novamente pelo capítulo longo. Enfim, espero que gostem desse capítulo 👍⚔️
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Uma silhueta de uma mulher de cabelos loiros alaranjados com mechas pretas e vestindo um belo vestido azul-marinho com um símbolo de lua guiava a Trinta, criando luzes azuis para uma estante. Como Alice não conseguia ver a mulher, ela seguiu as luzes e olhou para um grande livro que estava a mostra.
- “O Amor de Vecta e Lunaria: A Origem dos Cinco Deuses de Underworld”. Mas esse livro... - Alice estranhou com o conteúdo escrito na capa grossa. - É uma edição limitada dos cinco grandes deuses de Underworld! A Cardinal tinha esse livro? E melhor ainda, como eu não sabia que esse livro existia? E ainda mais, o Deus Vecta e a Deusa Lunaria eram mesmo um casal?!
Agora que Alice se recordou, quando Eugeo contou sobre um livro em especial que falava sobre Vecta e Lunaria ele citou que eles eram um casal e haviam tido um filho.
- Esse deve ser o livro que Eugeo me falou.
A mulher olhava para Alice, e vendo que a jovem apesar dos seus 19 anos de idade, se alegrou por ver uma humana depois de tanto tempo.
- Alice...
Sem ouvir a voz, a loira pegou o livro em suas, atravessou o portal e levou o conteúdo de volta para a biblioteca dentro da Torre, começando a ler.
O conteúdo escrito também falava sobre Artes Divinas, e Alice não deixaria escapar essa oportunidade de ler esse belo exemplar raro.
- Deixa eu ver... - Ela olhou para o primeiro capítulo, que por algum outro motivo meio macabro, estava escrito a base de sangue. - “Se você está lendo isso e tem o sangue dos deuses, sinta-se honrado ou honrada em ler esse belo conteúdo de origem dos nossos cinco irmãos que fundaram Underworld.” Nossa, que começo bizarro. Está parecendo até aquelas histórias de terror.
Há duzentos anos antes do Sistema Cardinal se tornar auto-consciente, Quinela e Lyceris estavam na Grande Biblioteca da Catedral Central, onde todas as informações desse mundo estavam armazenadas.
- Lyceris-chan, venha cá. - Uma bela jovem mulher de cabelos prateados em um tom lilás chamou para o vazio no local.
- Está me chamando por quê, cabeça de anéis? - A garotinha de túnica apareceu, flutuando no ambiente branco e iluminado.
- Olha aqui. - Quinella mostrou a ela um livro antigo que pertencia a Cardinal na sua frente. - “O Amor de Vecta e Lunaria”. Por quê nunca falou que tinha esse livro? É edição limitada, e só ficou por três dias na biblioteca da capital.
- Porquê você não precisava saber. - A Cardinal pegou o livro das mãos dela. - E além disso... Você devia estar analisando os parâmetros de vida dos outros Cavaleiros da Integridade.
- Eu fiz isso ontem com Bercouli e Fanatio, então decidi tirar um pouco de tempo para ficar contigo. Você pode até ser a minha metade, mas mesmo assim você devia saber quem é a dominante por aqui, baixinha.- Quinella falou, em um tom convencido. - Pelo menos, pode ler pra mim essa história?
- Não. - A pequena respondeu. - Você não pediu com educação, Quinella.
A mulher dos cabelos lilás deu um selinho na pequena, deixando ela bem surpresa e com um rosto avermelhado.
- Isso serve como um por favor, baixinha? - Quinella deu uma piscadela, criando um colchão fino e se deitou para ouvir a história da namorada.
- S-só avisa da próxima vez em que fizer isso. E o meu nome é Cardeal. - Ela mexeu com seus óculos, ainda tentando disfarçar o seu rubor e começando a ler o livro. - Muito bem então, Quinella. Vou começar agora.
Reino de Luna, Território Negro. 5.000 anos antes da criação da Igreja de Axioma...
Na sombra de uma bela árvore, estava um lindo dia aonde um garotinho estava correndo atrás dos animais, e ali sentada estava uma mulher esbelta de cabelos loiros com mechas negras nas pontas.
- Mamãe, me conta uma história? - O pequeno perguntou a mais velha, que segurava um livro.
- Qual história você quer ouvir? - Ela perguntou a ele.
- A da nossa casa, a origem dos deuses. - Ele respondeu, mas dessa vez em um tom meio tímido.
- Vem cá então. - Ela chamou o garotinho para apoiar sua cabeça na coxa dela, e começou a acariciar as madeixas loiras do menino. - Há milhares de anos, uma grande luz de fogo ofuscante caiu nesse mundo como um meteoro, que antes não passava de um lugar vazio. O tal meteoro deu vida a cinco deuses irmãos. A bela e pacífica Deusa Stacia, a aventureira e impulsiva Deusa Solus, a harmônica e naturalista Deusa Terraria, a sonhadora e esperançosa Deusa Lunaria e o frio e indecifrável Deus Vecta; o imperador do Território Negro. Durante muitos anos de paz entre os irmãos, eles formaram uma grande irmandade para povoar esse mundo. Mas eles tiveram uma regra sagrada.
- E qual foi essa regra, mamãe?
- Que eles não se apaixonassem por outras pessoas. - A loira olhou para o céu, aonde estavam várias estrelas misturados com o azul de Underworld. - O Deus Vecta era o mais distante de suas irmãs, pois achava que para povoar esta terra abençoada, era preciso algo melhor pelo mundo. Mas a sua irmã mais nova Lunaria era a excessão disso. - A loira fazia alguns enrolados nos cabelos do menino. - Ela discordava de cada palavra do que ele dizia, e isso fez com que as outras irmãs Stacia, Terraria e Solus castigassem eles dois isolando eles por meses. Desse isolamento, os dois irmãos acabaram decidindo um cessar-fogo nas suas ideias e finalmente aceitaram apoiar o lado do outro. Com isso, os dois tiveram um laço maior do que o das suas irmãs.
- E o que aconteceu com eles, mamãe? - O menino perguntou, interessado com a história. - O que houve com o Vecta-sama?
- Bom... Outro dia te conto. Já tá ficando tarde. Vamos embora?
- Tá bom. - O garoto bufou as bochechas, um pouco manhoso. Os dois saíram daquela árvore, enquanto os passos do garoto faziam pegadas de gelo, tão cristalinos como safiras puras.
Por algum motivo, a mãe do garoto não contou a ele por diversos motivos. E um deles era que... Se a maldição do garoto chegasse ao coração puro dele, ele se perderia para sempre, assim como ele se perdeu.
- E o nome dessa mulher era Lunaria, a irmã mais nova entre os cinco. Antes que possamos iniciar a continuação, devemos entender qual foi a verdadeira origem deles e porquê elas se separaram de Vecta. - Alice terminou de ler, substituindo a voz da Cardinal.
Em uma imagem da próxima página, Alice olhou para a formação original dos Cinco Deuses. Da esquerda para a direita, estavam Solus, Terraria, Stacia no meio de todos eles, Lunaria e Vecta. Os cinco estavam empunhando suas espadas, arco e cajado para cima, como mosqueteiros. Mas ela não deixou de olhar para Vecta, e notou que havia uma coincidência completamente estranha!
- Os olhos do Eugeo... São iguais aos do Deus Vecta. O que isso significa? - Agora sim isso despertou os sentimentos de interesse de Alice.
Todo o resto do livro estava escrito em Lingua Sagrada, e com certeza levaria um tempo até que ela pudessem decifrar.
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Agora...
09 de Junho de 380, Igreja de Axioma. Cidade de Centória, Capital do Império Humano...
Eugeo acordou hoje cedo para ir cuidar de Kirito, e também alimentá-lo. O loiro ainda estava treinando com Alice suas Artes Sagradas e tentando dar um jeito de trazer Kirito de volta, mas não estavam tendo resultados.
Por alguma razão, a alma de Kirito parecia notar que Eugeo estava ali, mas não o sub-consciente.
E também, já se passavam duas semanas desde o ataque a Pontífice e sua nomeação real como Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois, e parecia até que os papéis haviam sido trocados na sexta passada. O loiro começou a se sentir estranho ao ver olhos temerosos se fixando nele desde o acidente no treinamento.
Sem que Eugeo soubesse, alguns rumores já estavam se espalhando pela Igreja. Os estudantes, monges e freiras estavam cochichando sobre Eugeo, chamando ele de "Demônio de Gelo" ou "Cavaleiro Safira", como nas histórias antigas. Os alunos tambem rumoravam sobre o outro rapaz de cabelos negros que eles viram no dia do festival.
E até as pessoas estavam perguntando sobre a Pontífice, e o porquê dela não aparecer mais em público. Não que seja sempre que ela aparecia, mas meio que de vez em quando ela ou Chudelkin apareciam com uma certa frequência.
No Jardim Cloudtop, Eugeo estava tentando concentrar os seus poderes para evitar o que houve na sexta passada. Os comandantes relataram a Eugeo sobre o ocorrido depois que ele ativou o poder da Espada da Rosa Vermelha, resultando na destruição do campo de treinamento e com três Cavaleiros da Integridade feridos.
O mesmo poder que o loiro emprestou para Kirito derrotar a Pontífice retornou as mãos dele, mas não do jeito que ele esperava. E ainda de brinde, também vieram os olhos de demônio, uma voz misteriosa perturbando a sua cabeça e vários espectadores se fixando nele.
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- Eugeo, até que você possa controlar por completo o poder da Espada da Rosa Vermelha, você está proibido de ativar aquela arma. - Eugeo ouviu a voz autoritária de Fanatio. - Você me entendeu?
- Sim, senhora. - Eugeo acentiu com a cabeça.
- Se você pelo menos ativar a sua Release Recollection e começar a ter controle total de seu poder, lhe daremos permissão para iniciar o seu treino com a Espada da Rosa Vermelha. - Bercouli o avisou agora, mas de forma mais calma. - Lhe daremos seis meses desse prazo.
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Agora Eugeo tinha um cronômetro preso na testa, com um tempo limitado até o outono, antes que a guerra comece.
O único jeito era tentar maximizar todas as suas técnicas de encarnação da Espada da Rosa Azul. Desde a Enhance Armamento, para a Liberação de Memória e indo até a sua Release Recollection, sob a tutela de Eydis. Levam anos para um Cavaleiro da Integridade aprender as suas habilidades e Eugeo era um prodígio devido a ter aprendido pessoalmente sobre as suas encarnações com a Cardinal e a Pontífice, como também o seu treinamento pessoal com Kirito e a suas habilidades lhe davam mais vantagem em luta.
Já que como Eydis também não sabia sobre os poderes misteriosos de Eugeo, também era a parte do castigo dela. E pra piorar, o loiro nunca usou a sua Release Recollection em poderio total desde a primeira luta dele contra Kirito.
- Enhance Armamento! - Eugeo ativou sua primeira habilidade de encarnação, estocando a sua espada no solo e criando dezenas de raízes de gelo misturadas com pétalas ao redor de todo o andar, em direção a Eydis.
- Enhance Armamento! - De sua ativação, Eydis criou vinte Clones das Sombras, cortando as raízes e tentando desviar das pétalas, ativando a sua primeira encarnação. - Eugeo, tem que lutar a sério!
O loiro pulou nas suas raízes congeladas e começou a correr atrás das clones, em busca da verdadeira. Mas as clones também estavam atrás dele. Num embate, Eugeo colocou sua espada na bainha e começou um combate corpo-a-corpo com os Clones das Sombras.
Mas era diferente de quando ele treinou com Alice na semana passada, já que a loira pegava mais pesado.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Térmico! Flecha. Disparar. - Eugeo ativou seu feitiço de Artes Sagradas, criando cinco esferas vermelhas de fogo que agora se tornaram flechas. Elas foram arremessadas em direção as clones, que acabaram sumindo com uma pequena explosão.
- Será que eu peguei ela?
Das cinzas da explosão, as clones pularam em direção a Eugeo. Ele rapidamente ficou em posição de combate e começou um engajamento. Com uma sequência de socos e chutes, o loiro começou a lutar com Eydis. As clones davam uma sequência pesada de chutes nele, já que como os Cavaleiros da Integridade tinham uma força descomunal, o combate a mãos nuas era bem perigoso.
Mas agora Eugeo também tinha a mesma força que a deles, o que lhe dava uma grande vantagem em lutas. Ele começou a socá-las para longe e chutando as que se aproximavam, mas ainda não encontrava a verdadeira.
- Cadê ela...?
- Bem aqui. - O loiro arregalou os olhos e viu no teto do jardim Eydis dando um sorriso divertido e ativou a sua encarnação. Havia um círculo cibernético roxo no teto inteiro, que no centro começou a sair uma névoa negra que começou a ser sugada pela Espada do Corte Sombrio. - Liberação de Memória! Matança da Profundidade! - Eydis pulou do teto, caindo em queda livre. As clones que haviam sumido agora foram restabelecidas com mais de cinquenta Eydis.
Todas jogaram de suas lâminas uma poderosa rajada cortante de luz roxa do Elemento Umbra e do Elemento Luminoso, combinando em um golpe só e indo em direção a Eugeo.
- As clones eram só uma distração...
Agora o loiro pegou a sua espada da bainha e já apontou rapidamente sua lâmina azul-embranquecida para o alto, ordenando as suas pétalas para irem contra a rajada imensa de Eydis na intenção de cortá-la, mas a rajada sombria da Liberação de Memória de Eydis era forte demais.
- Não vai ter jeito... - Um circulo cibernético de sua espada saiu dela, e ativou a encarnação da sua arma. - Liberação de Memória!
Todas as raízes e pétalas de rosas azuis começaram a se levantar para o alto, no intuito de parar o golpe de Eydis e absorver o choque, mas a absorção do golpe se chocou em vários cacos de gelo e sombra sendo espalhados pelo jardim inteiro.
- Ainda não consegui controlar de novo. - Eugeo suspirou em derrota. - A minha Liberação de Memória é muito forte pra eu controlar. E talvez a Release Recollection seja impossível.
- Você vai controlar a sua Release Recollection sim, Eugeo. Os Cavaleiros da Integridade não aprendem a controlar esse poder da noite pro dia. - Eydis falou, enquanto guardava a sua katana na bainha. - Pra mim, levou uns 34 anos só pra aprender a usar a minha Liberação de Memória, e mais 2 só pra entender como a minha Release Recollection funcionava. Mas assim como você, a minha Espada do Corte Sombrio também é um Objeto Divino Proibido. Já que minha Release Recollection é uma das mais complicadas de se lidar e a Pontífice me proibiu de usar ela enquanto houverem pessoas próximas a mim, pois a minha névoa de escuridão infinita pode matar qualquer um que estiver no meu alcance.
O loiro da armadura azul-prateada ficou chocado não apenas pela restrição de poder que Quinella colocou em Eydis, mas também pela idade. Quantos anos Eydis tinha exatamente?! É verdade sim que a juventude dos Cavaleiros da Integridade é congelada a partir que você é exposto ao Ritual de Síntese, mas era difícil de dizer quantos anos Eydis havia. Ela era uma das mais jovens da Ordem, porém não dava para saber por quanto tempo ela tinha essa idade de 20.
- Você tem clones, é bem mais fácil mandar elas irem lutar no seu lugar. - Ele falou, um pouco deprimido. - Eu sei que mesmo sem a sua Release Recollection, já é muito forte.
- Errado, idiota! - A acinzentada deu um peteleco na orelha do loiro, fazendo ele grunhir de dor. - Quando os comandantes me treinavam, eu tive que aprender na marra sobre como lutar com minhas clones. Que a primeira regra era nunca deixar suas clones lutarem sozinha, e sim você lutar junto com elas.
- Mas o que isso quer dizer pra mim?
- Que o seu coração não tá no lugar certo. Geralmente a maneira de como você luta depende muito do que você quer proteger. Não foi a mesma coisa que você me contou no primeiro dia em que começamos a treinar?
- Você... Tem medo de mim? - Finalmente o loiro decidiu perguntar a ela.
- O quê? Claro que não. - A acinzentada deu um sorriso bobo, negando com a cabeça.
- Mentira, você tem medo sim. Eu machuquei o Eldrie, e desde aquele dia você parece mais animada do que o normal. - Eugeo olhou para ela, notando que o semblante sorridente de Eydis estava começando a desaparecer aos poucos. - E você também não está lutando a sério. Me conta a verdade, por favor.
- Quando eu... Quando eu vi você com aqueles olhos, parecia que não só a sua arma mudou. Mas também, senti muito medo. Parecia que a minha espinha tinha dado um frio, até mesmo a Sheyta que já gosta de matar todo mundo queria até lutar contra você.
- Espera, a Sheyta?
- Eu não te contei? Ah, é. Acho que nem a Alice conhece direito ela, já que vocês dois são bem recentes. - Eydis se sentou no chão congelado. - A Sheyta era uma assassina bem cruel quando matava os seus inimigos. Mas aí quando a Pontífice anunciou sobre ela, os Cavaleiros mais antigos ficavam curiosos sobre o poder dela. Dizem até que ela matou milhares no campo de batalha, e nunca elevou sua voz.
- Mas por quê você me contou isso? - O loiro estranhou. - Eu não quero machucar ninguém, só quero proteger. E eu não sou um monstro. Se eu fosse como ela, nunca mataria ninguém. Por quê o sentido disso?
- Porquê não importa os rumores que você ouve, vai ouvir ou o que as pessoas pensam sobre você. A Alice e o Kirito se importam muito com você e ela não tem medo. Eu por outro lado, tenho medo. Mas não é de você e sim por você. Diferente da gente, que levou anos pra aprender a treinar com todas as encarnações, o seu prazo é de seis meses, e o tempo tá passando rápido. Você não deve deixar de lado a motivação de que você tem pra levantar sua espada, e sempre ande de cabeça erguida. - Eydis falou, dando um monólogo bem impactante.
- Você decorou tudo, escreveu ou saiu de improviso? - O loiro deu uma risada.
- Ah, não debocha do meu discurso! - Ela deu um outro peteleco nele e grudou nas costas dele. - Agora que tá dando a hora do almoço, me leva pro refeitório. Tô ficando com fome.
- Tá bom. - Ele a levou nas costas, levando ela com facilidade. - Ah, você viu a Alice hoje? Eu não vi ela. - O loiro estranhou com o sumiço dela.
- A Alice falou alguma coisa sobre comprar algumas coisas pro Kirito, e pegou a Amayori pra ir junto com ela. - A acinzentada se lembrou.
- É, ela fala que o Kirito precisa de mais animação, ou de mais coisas no quarto. - O loiro falou, mesmo com o pensamento de Alice ser impossível de rebater.
- E vocês dois estão dividindo a cama? - Eydis olhou para ele, irritada.
- O quê?! Não, não mais. A gente tinha colocado mais duas camas lá no quarto pra a gente dormir separado. - Eugeo respondeu, com seu rosto ruborizado difícil de esconder. - Mas por quê você quer saber disso?
- Porquê ninguém toca na minha Alicezinha sem que eu fique sabendo. Aquela loirinha gostosa é só minha. - A cavaleira dos olhos vermelhos falou em um tom de devoção, o que fez Eugeo estranhar. - En-ten-deu?
- Então tá, né. - E assim, ambos foram em direção ao refeitório. Eugeo até que gostou da companhia da sua mestra hoje, sendo que provavelmente seria a última vez em que a veria na vida. - “Me desculpa, Eydis. Mas eu acho que você e o pessoal vão ter que cuidar da Alice por mim.”
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Alice estava voando pelos céus da cidade de Centória, adentrando a grande capital. Ela havia ido junto com Amayori para ir em uma cidade vizinha para comprar mais algumas coisas para ver se animava Kirito.
Ela não gostava de ver ele assim sem alma e com uma aparência tão péssima. De vez em quando, houve uma vez em que Eugeo a pegou chorando sobre o fato dela achar que o motivo de Kirito estar assim e a cicatriz no abdômen do loiro, eram por culpa dela. Óbvio que ela não falou o motivo para ele, devido a sua teimosia de cavaleira.
Mas agora que eles já se tornaram parte dele, Alice queria proteger Kirito e Eugeo. Mesmo que Eugeo não precisasse de proteção.
Lá em baixo no campo de treinamento estavam Deusolbert, Renly e Sheyta avaliando o treinamento dos soldados rasos. Por enquanto era uma guarda pequena, mas bem habilidosa.
Nas últimas semanas, Eugeo ajudou alguns pelotões que provavelmente guiaria em alguns meses, treinando um pouco do Estilo Aincrad. Mas como eram habilidades avançadas que levavam anos para se aprender, os soldados mal aprenderam uma técnica. Mas não quer dizer que eles não poderiam ficar mais habilidosos em combate.
Os portões do hangar da torre de abriram, e Alice e Amayori aterrissaram com cuidado. Ela levou Amayori para sua divisória, pegou algumas coisas em sua bolsa que estavam nas costas da dragonete e começou a andar pelos corredores da Igreja, em direção ao seu quarto.
- “Será que o Kirito está bem? Não vejo ele desde hoje cedo.” - A bela loira andava pensativa. - “Pode ser que ele esteja com fome.”
Enquanto Alice andava pelos belos corredores da catedral, ela acabou ouvindo uma conversa alheia de uma das salas de estudo dos monges mirins. Ela não deixou de ouvir, e se escondeu atrás da porta.
- Ai, cara. É verdade mesmo que o Espadachim rebelde ainda tá vivo? - Um deles perguntou.
- É, mas pelo que eu soube, disseram que ele tá em choque e agora a Alice-sama está cuidando dele. - Alice se desconfortou ao ser cítada nesse boato. - Tipo assim, eu sei que é importante nos prepararmos para a invasão do Território Negro, mas a gente não devia matar o rebelde que desonrou a Igreja de Axioma?
- Você é maluco?! - O outro sussurrou baixo. - O Eugeo-sama é amigo dele. Ele te mata se ouvir isso da sua boca.
- Esse aí não é o Cavaleiro da Integridade novo que estão chamando de "demônio do gelo sangrento"?
- Pois é. Não viu aquele poder no campo de treinamento na sexta-feira passada? Ele derrotou os comandantes junto com o Eldrie-sama, e tenho certeza que ele era um dos Discípulos de Elite que mataram a Alta Sacerdotisa. Só o que não me encaixa na cabeça é o porquê de ninguém ter tentado matar eles.
- Então mesmo se o Comandante Bercouli sabe disso, então porquê eles deixariam os dois vivos? Isso não faz o menor sentido.
Alice não conseguia ouvir mais, e decidiu sair dali sem que ninguém notasse.
- O Kirito e o Eugeo não estão mais seguros aqui! - A cavaleira da armadura dourada começou a se preocupar ainda mais. Depois de duas semanas, praticamente alguns estudantes já começariam a criar rumores e desconfiar da ausência de Quinella. O Comandante Bercouli deve ter tentado ocultar esse segredo ao máximo, mas agora que a verdade já chegou aos estudantes, não havia mais o que fazer.
Então não havia motivos para Eugeo e Kirito ficarem, mesmo que o loiro tenha feito um juramento sagrado a Ordem.
Ela chegou no quarto deles e quando viu Kirito dormindo tranquilamente, ela começou a se derramar em lágrimas de forma silenciosa, deslizando-se na parede até o chão de forma lenta.
Como o seu nome de Cavaleira já dizia, ela era muito forte. Provavelmente a mulher mais poderosa e temida daquela Igreja, mas nesse momento ela só parecia uma menininha assustada como se estivesse com medo de dizer a verdade aos pais, sobre o que fez de errado.
Ela não queria que nada acontecesse de novo, e agora novamente Kirito e Eugeo estavam correndo perigo. Tudo por causa dela, de novo.
- Alice? - Ela ouviu uma voz adentrando o quarto. A única voz que ela queria ouvir nesse momento.
- Eugeo! - A loira não conseguiu se livrar da sua preocupação e finalmente se derramou em lágrimas, abraçando Eugeo e buscando refúgio nos braços nele. O loiro sem entender nada, apenas deixou ela ficar abraçada e ele retribuiu o carinho necessitado por ela. - Não me abandona.
- Ei, eu tô aqui. Tá tudo bem. Eu estou com você, não vou te abandonar. - O loiro acariciou a nuca dela. - O que houve? Por quê você tá chorando?
- Eugeo, eles sabem. Os monges e estudantes já sabem sobre a Pontífice e de vocês dois. - Alice falou, entre soluços.
Agora sim Eugeo estava preocupado. Mesmo depois de Kirito ter salvo esse mundo, agora eles estavam sendo perseguidos como criminosos novamente? Não dava para envolver Alice nisso, além disso, ela já fez muito por eles.
- Eu meio que já desconfiava disso. - O loiro confessou.
- E você sabia disso?! - Agora o tom choroso dela se convertia em raiva, segurando ele pela gola do sobretudo. - Droga, Eugeo! Por quê você não me contou?!
- Eu não esperava que chegaria a tanto, e também já estava planejando alguma coisa. Mas você não precisa se preocupar, Alice. Eu vou levar o Kirito e vamos embora hoje. - Ele sussurou, enquanto olhava para ela.
- Não! Não vou deixar vocês dois sozinhos depois de tudo o que aconteceu! - Ela falou, agora com firmeza em seu olhar choroso.
- Mas Alice, essa situação toda é por nossa causa. Você não tem nada a ver com isso. Vai ficar segura aqui na Igreja. - Ele tentou acalmar ela, tocando em seu rosto de forma casta. - E eu não quero que nada aconteça com você por minha culpa.
- Não foram só vocês que se rebelaram contra aquela vadia da Administradora. Eu também tenho parte nisso. Eu sou tão culpada quanto você. - A loira rebateu de volta. As lágrimas dela caíam no símbolo dos Cavaleiros da Integridade da armadura prateada de Eugeo. Ele não gostava de ver ela chorando. - E você me fez uma promessa, não fez? Me prometeu que nós três estaríamos juntos, não importa o que acontecesse.
Se não dava para fazer ela mudar de ideia, e também não dava para eles se protegerem, o loiro agora estava sem jeito.
- Então o que nós vamos fazer?
- Vamos arrumar as nossas coisas e depois fugir, pra bem longe daqui. - A loira sugeriu. - Vamos pegar nosso dinheiro em espécie e levar só o essencial. Mas ainda não sei pra onde podemos ir.
- Eu sei de um lugar. Vamos voltar pra nossa casa, em Rulid. - Eugeo sugeriu. - Lá é bem isolado e ninguém vai descobrir aonde estamos.
Alice talvez não esperava que teria que descobrir sobre o seu passado tão cedo. Mas eles não tinham escolha, e ficar na Igreja deixando Kirito indefeso seria muito arriscado. Mesmo Eugeo agora sendo considerado o Cavaleiro da Integridade mais poderoso de todos, é improvável saber que em uma revolta contra ele, o loiro mataria todos. Até porque, Eugeo é uma pessoa de bom coração e não queria machucar ninguém.
Nem precisava dizer que ele sentia falta de Tiese, Ronye e seu ex-mestre Golgorosso. Mas ele prometeu para si mesmo que continuaria vivendo por eles e pelas pessoas que se importavam com ele.
Nesse momento difícil, talvez essa seja a única escolha do casal.
E também, a pista misteriosa que Kirito descobriu sobre o Portão Leste e o Altar no Fim do Mundo teria que esperar por um tempo, já que não daria para atravessar o hemisfério sul de Underworld sem um exército do lado deles pra combater o Território Negro.
- Então nós três... Vamos fugir! Vamos juntos.
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Alice e Eugeo passaram o resto do dia preparando as suas coisas para ir embora. Sendo que seria difícil ir embora, já que ela conheceu tantas pessoas que tocaram muito com seu coração. Eldrie, Eydis, Bercouli a quem ela considerava muito como um pai, a Vice-Comandante Fanatio que geralmente dava bronca em Eydis, Eldrie e Renly por não completarem direito suas tarefas.
Até mesmo Eugeo também começou a ter um grande apreço pelos Cavaleiros da Integridade. Mesmo tendo medo de Scheta, Linel e Fizel olhando para ele com cara de quem queria matar ele e o Deusolbert. O litro até gostou da companhia dele durante a sua estadia na Igreja e treinaram juntos algumas habilidades de espada, e com arco e flecha.
A noite, eles colocaram capas brancas por cima das armaduras para andarem discretos. Já que como eles estavam renunciando a Ordem dos Cavaleiros da Integridade, eles não iriam querer agir como autoridade para ganhar proveito. Alice estava carregando Kirito nas costas, enquanto Eugeo levava as coisas deles para o hangar dos dragões, já que agora a força dele superava a de Alice. Lá, eles tiraram Amayori e Hanayuki das divisórias.
- Oi, Hanayuki. - Eugeo estava acariciando a pele do dragão, enquanto colocava a sela nele. - Nós vamos embora da Igreja de Axioma. Vamos voltar pra nossa casa.
Alice estava colocando Kirito na cela dela, o segurando com cuidado. Já que ele estava com a Espada da Rosa Azul e a Espada do Céu Noturno, seria perigoso deixar as duas armas divinas caírem no ar.
- Ah... Ah...
- Kirito, deixa a gente guardar elas ou podem acabar caindo da sua mão. - A loira pediu, e Kirito soltou as lâminas em concordância. Ela colocou a lâmina negra na sua bagagem, enquanto Eugeo colocou a sua espada na bainha.
Amayori e Hanayuki estavam com Kirito, Eugeo e Alice já a bordo, estendendo suas grandes asas para voar.
- Quando a gente sair daqui, não tem mais volta. - Alice o lembrou. - Vamos ter que nos esconder de todos sem revelar o que nós somos.
- Mas não precisa se preocupar. Lá em Rulid, a gente vai poder ficar tranquilo. A sua família é muito gentil, aposto que vão ficar felizes em ver você depois de tanto tempo.
Era impressionante como Eugeo podia ser uma pessoa tão boa e carinhosa. A loira dos cabelos trançados tinha mesmo uma grande sorte em ter alguém como ele ao seu lado.
Enfim, Amayori e Hanayuki finalmente levantaram vôo do hangar e saindo daquela torre branca. Eles contornaram a direção das muralhas, e começaram a voar em direção ao extremo norte do Império Humano.
Eugeo olhou para Alice e Kirito, que se seguravam nas redeas da dragonete. Depois de dois longos anos, o seu sonho de trazer ela de volta finalmente seria recompensado. A dupla deu uma última olhada para a grande metrópole de Centória, antes de irem em frente sem olhar para trás.
- Adeus, Cavaleiros da Integridade. - Eugeo sussurrou. - Até um dia, Tiese.
- Vamos para a vila de Rulid, Kirito. - Alice falou, enquanto o segurava. - Como foi lá aonde Eugeo e eu nascemos, talvez eles nos aceitem lá.
Como eles não estavam com muita pressa para chegar, eles acamparam durante o trajeto e levaram dois dias para atravessar o império de Norlangarth, e finalmente chegar a aldeia de Rulid. Eles estavam a poucos quilômetros de distância da aldeia, mas como não queriam que os dragões chamassem atenção, seria melhor que eles ficassem por ali escondidos. Ao amanhecer, eles chegaram em uma floresta próxima a estrada.
- Vamos aterrissar por aqui. Daqui, a gente pode ir a pé até a aldeia. - Eugeo sugeriu e Alice acentiu.
Amayori e Hanayuki pousaram no chão e deixando o trio sair do arreio nas costas. Eles tiraram as suas bolsas e mantimentos também, e deixaram escondidos para os dragões protegerem.
Alice e Eugeo tiraram suas armaduras, pois não queriam que o título de autoridade deles como Cavaleiros da Integridade fosse um sinal de julgamento para os aldeões.
- Amayori, Hanayuki. Protejam as nossas coisas enquanto nós não voltamos. - A loira falou, enquanto colocava uma capa branca por cima do seu sobretudo azul. - E não assustem ninguém.
Os dragões acentiram com um grunhido e se deitaram no chão. Olhando para Hanayuki, a sua habilidade de se camuflar fez parecer que Amayori estava ao lado de uma pedra.
Eugeo terminou de colocar sua capa branca e colocou Kirito em suas costas, e foram em direção a aldeia andando pela estrada.
- Não quer que eu carregue ele? Eu sou bem forte pra aguentar o peso dele. - Alice sugeriu.
- Mas meio que fica estranho, já que você meio que é uma garota. - Eugeo deu uma suposição, que para Alice já pareceu uma ameaça. Ela até deu um olhar alfinetado para ele.
- Só porquê eu sou uma garota, não quer dizer que eu tenha que parecer fraca!
- Não é isso, Alice. - O loiro tentou consertar. - É que você deve estar mais cansada já que levou ele a viagem toda.
Dessa vez ela engoliu essa desculpa dele e continuaram andando por um tempo.
O loiro ficava bem ancioso, já que faziam dois anos que ele não via a sua família. Já Alice, nem sabia o que esperar. Ela queria tanto ver a sua irmã caçula Selka.
- Está ansiosa? - O loiro quebrou o silêncio que havia entre eles.
- Pra falar a verdade, sim. Eu nunca vi a minha família verdadeira e mesmo nesse nosso exílio da Igreja, não quero mais perder a minha casa. - Ela segurou a mão de Eugeo, pois parecia até que ela não era a única com a ansiedade nas alturas. Eles até coraram com o toque.
- Pode confiar, a Selka é a garota mais gentil de todas.
Eles finalmente chegaram na entrada da aldeia, e atravessaram a pequena ponte. Eugeo ficou surpreso que em dois anos desde que ele e Kirito derrubaram o Cedro Gigas, a vila se expandiu aos poucos. Já que a árvore demoníaca limitava os recursos dos aldeões, e agora parecia que a aldeia se enriquecia aos poucos.
Eles passaram pela guarita da entrada, sem que Jink percebesse a presença dos forasteiros encapuzados. O chefe da guarda saiu da guarita, rapidamente pegou sua espada na bainha e os chamou.
- Esperem aí! - O rapaz os chamou, enquanto chegava mais perto. - Não permitimos que estranhos entrem na nossa vila!
Pela visão do chefe da guarda, ele notou que os forasteiros vestiam capas simples por cima. Mas ele também notou que eles vestiam roupas chamativas por baixo, que já dava pra perceber de cara que eram da mais alta qualidade. O loiro parecia usar um sobretudo azul claro, calças cinza e sapatos formais. Já a garota, usava um sobretudo azul-marinho e uma saia branca longa que chegava na altura abaixo dos seus joelhos. Ou seja: ou provavelmente eram ladrões ou eram pessoas de família rica. E não dava para saber se era mesmo a segunda opção.
- “Essa voz”... - Eugeo se recordou da pessoa. - Jink?
O guarda se surpreendeu ao se lembrar da pessoa encapuzada e quem estava nas costas dela.
- Ei, é você Eugeo?! E esse ai é o Kirito?! Vocês voltaram pra casa? - Ele agora voltou o seu olhar para a bela garota de cabelos loiros, que usava um tapa-olho no rosto. Agora as surpresas se aumentavam ainda mais. - Ei, você não é... Você não pode ser a...
- Eu me chamo Alice. Eu gostaria que você chamasse o chefe da vila, Gasphut Schuberg. - A loira encapuzada pediu a Jink e ele apenas acentiu e correu em direção ao centro da aldeia. Eles se sentaram em um pequeno muro de pedras, e decidiram esperar um pouco. - Não acha que fui muito precipitada?
- Fazem anos que não voltamos pra nossa terra natal. Então eu acho normal eles acharem isso. - Agora os dois notaram Jink voltando as pressas. - Viu, foi bem rápido.
- Vocês podem entrar... O chefe chamou vocês. - O moreno falou ofegante, chamando eles com um sinal de mão.
E assim, o trio entrou no pequeno vilarejo. Apesar de terem mudado algumas coisas, era o mesmo lar aonde eles cresceram.
Alice começou a ver coisas se passando na cabeça dela, e por baixo de sua capa, o seu fragmento de memória estava brilhando. Em sua cabeça, se passavam lembranças bem vagas de uma pessoa correndo atrás de duas crianças por um campo vasto, um garotinho de cabelos pretos e o outro na frente era um loiro de cabelos loiros em tom de linho, que carregava uma pequena espada de madeira.
- “Essas lembranças...” - Antes que Alice pudesse raciocinar mais sobre isso, ela notou que na frente dela estava praticamente toda a aldeia os aguardando. Mas não parecia ser uma recepção de boas-vindas, e sim de uma daquelas que o povo parecia temer.
Eugeo a sua família adotiva chegando e ele rapidamente foi abraçar os seus irmãos, quase deixando Kirito cair no processo.
- Eugeo! - Sua irmã mais velha Sulinea o abraçou. - Você voltou.
- Que bom te ver, Sulinea. - Ele acariciou os cabelos da menina. - Você cresceu tanto.
- Ela não cresceu nada, Eugeo. - Ele ouviu a voz de seu irmão mais velho Galio. - Ainda parece uma pintura de rodapé.
- Cala a boca, Galio. - A garota de cabelos cor de linho bufou as bochechas.
- E então, cara. Por quê voltou? - Seu irmão do meio Nikolo o bombardeou de perguntas, assim como os outros irmãos, enquanto Alice ria disso.
Mas ela notou o olhar de uma menina de aproximadamente 14 anos de idade com cabelos loiros alaranjados, vestindo uma roupa de freira se fixando nela.
- Irmã! - A garota foi até ela já, abraçando-a as lágrimas e fazendo Alice não entender nada pois ela não conhecia, mas sabia de um pressentimento sobre quem poderia ser ela. - Eu sabia que o Kirito e Eugeo te trariam de volta.
- “Então essa é a minha irmãzinha caçula, Selka?”
- Senhor Gasphut, eles já estão aqui. - Jink apontou para eles, e no amontoado de pessoas, saiu um homem de cabelos castanhos vestindo roupas de camponês. Ele rapidamente ficou boquiaberto em ver os loiros que acabaram de chegar, junto com o Espadachim Negro.
- Alice... É você mesma?
Ela nunca havia visto o seu pai, e como ela não tinha intimidade com ele, decidiu ser direta.
- Sim. - Ela respondeu neutra.
- Você foi absolvida de seu crime? - O mais velho perguntou.
- Como punição de meu crime, eu perdi todas as minhas memórias de ter vivido nessa vila. Por causa disso, Eugeo e Kirito foram me buscar. Se isso significa que o meu crime foi absolvido ou não, eu já não sei. - A loira respondeu a ele. - Só que no momento, nós três não temos nenhum lugar para ir.
O homem olhava com dor em ver sua filha retornando após oito longos anos. A princípio, era um conforto em seu coração que sua filha mais velha tenha voltado para casa, mas só que os Índices de Tabu não eram tão permissivos. E não havia jeito.
- Vá embora. Você não é bem-vinda aqui. - Ele falou para ela, fechando os olhos. - Não podemos aceitar uma criminosa por aqui.
A loira olhou de lado, com um semblante tristonho. Agora que ela precisava agir como uma pessoa normal sem a sua autoridade de Cavaleira, isso significava viver no meio do Índice de Tabu como uma garota qualquer.
- Mas senhor Schuberg, como não pode aceitar a Alice de volta?! - Eugeo perguntou, elevando sua voz e se afastando de seus irmãos. - Ela é a sua filha.
- Sabe que as regras da Alta Sacerdotisa são sagradas, Eugeo. - Ele falou, em um tom repreensivo. - Por quê vocês dois trouxeram a Alice de volta? Quando eu respeitei o seu Chamado como um Espadachim, não esperava que iria ser para isso.
- Não sabe do que ela passou aonde estava.
- Eugeo, não precisa me proteger. - Ela tocou o seu braço.
- Não, Alice. Isso não é justo. - Ele se virou para o chefe da vila novamente. - Eu e Kirito nos tornamos Discípulos de Elite na Academia de Espadachins de Centória, e abandonamos tudo só pra salvar ela. Perdemos muita coisa, só pra voltarmos aqui... - Ele deu um sussurro no final, se lembrando das mortes da Cardinal e Charlotte, e também da falta que ele sentia de Tiese, Ronye e dos seus ex-mestres Golgorosso e Sortiliena. - Por causa de um incidente com a minha Pajem e a do Kirito, eu quebrei o Tabu e me tornei um criminoso como a Alice. E se não há lugar para Alice voltar, então não há lugar para mim voltar também.
- Eugeo, não vá embora assim. - Ele ouviu a voz de seu pai Orick e de seus irmãos.
- Me desculpa, pai. - O loiro ficou com o rosto tristonho, porém firme. - Mas é a lei do Índice de Tabu. Vem, Alice. Vamos embora.
Selka não queria se desgrudar de Alice, mas não havia escolha.
- Me desculpa, Selka. - Ela soltou uma lágrima solitária e foi andando com Eugeo, em direção a saída da aldeia.
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Ponto de Vista(Eugeo)
Eu não esperava que a nossa volta fosse tão triste assim. A Alice deve estar devastada, apesar de não demonstrar isso. Por causa da porra dessas leis da Administradora, a gente não pode mais morar na vila.
Ela estava sentada olhando para a margem de um lago próximo de onde estavam os dragões, ao lado de Kirito.
- Por quê você abriu o bico, idiota? - Ainda estava ouvindo o sermão dela. - Você poderia voltar pra sua família.
- Eu não podia deixar vocês dois sozinhos, Alice. A gente prometeu ir embora junto e voltar junto. Se não aceitaram você, eu vou ficar ao seu lado pro que der e vier.
Ela deu um suspiro de desapontamento, chateada com o que houve. Decidi me sentar ao lado de Kirito.
- Eu sabia que a outra Alice tinha feito uma coisa, mas eu... - Ela jogou uma pedrinha na água, fazendo ela ricochetear por uns vinte metros e finalmente afundar no lago. - Só não esperava que seria tão odiada por isso.
- Ah... Ah... - Kirito pedia pelas nossas espadas e fui pegar para ele.
- O seu pai não te odeia. - Disse, enquanto dava a minha Espada da Rosa Azul e a Espada do Céu Noturno para Kirito segurar. - Na verdade, não é culpa dele estar assim. Ele só quer proteger a vila, mesmo que precise se afastar de você.
- Essas regras do Índice de Tabu... Se tivéssemos dito sobre a nossa autoridade, rapidamente eles iam nos ver por outros olhos. Mas isso também iria atrair a Igreja de Axioma.
- Então vamos ter que cuidar de nós mesmos então, pra isso não acontecer. - Vi o meu olhar para Hanayuki, que ainda dormia disfarçado como pedra.
- Com as nossas economias e comida, temos dinheiro para pelo menos dois meses. - Ela me lembrou. - O melhor a fazer é se nós arrumassemos algum Chamado temporário pra conseguirmos nos estabelecer.
- Então primeiro, uma casa. Mas não vai ser bom se comprarmos uma, ou o nosso dinheiro pode acabar bem rápido. - Disse pensativo, sobre como poderíamos fazer. - Eu poderia voltar a minha vocação antiga de Lenhador e poderíamos nos cuidar por um tempo.
- Ah, a Selka me disse que vocês três estariam aqui. - Nós ouvimos uma voz de idade avançada que eu acabei me recordando na hora. Olhei para trás, e acabei não resistindo a um sorriso largo. - Há quanto tempo, Eugeo, Kirito e você também, Alice.
- Senhor Garitta!
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Enquanto isso, no Mundo Real...
6 de Julho de 2026, Ocean Turtle. Base Móvel da Rath, Mar do Japão. 14:03 da Tarde...
Ponto de Vista(Asuna)
Eu consegui... Consegui ouvir a voz do Kirito-kun. Depois de dez dias, finalmente pude ouvir ele de novo. Mas ele parecia com tanta raiva, e aparentava estar triste. O que será que aconteceu com ele lá em Underworld?
- Nakanishi-san, Higa-san. O que tá acontecendo? - Perguntei ao tenente chegando às pressas. - E que barulho de tiro é esse?
- A Rath... Está sendo invadida! - Nakanishi falou, ofegante. - O Tenente-coronel Kikuoka ordenou que levasse você, o Higa-san e a doutora Rinko pra Sala Secundária. Precisamos ir pra lá agora.
Eu ainda não tô entendo. O que estava acontecendo aqui? Por quê esse monte de tiros? Quem é que está invadindo a gente?!
- Asuna, agora não é a hora de pensar. - A voz da doutora Rinko me despertou. - Vamos lá encontrar o Kikuoka e nos escondermos na Sala de Controle Secundária.
- Tá bom!
O Nakanishi-san estava nos guiando, já que ele era o único ali que tinha uma arma.
- Se abaixem! - Vários homens com fuzis apareceram e começaram a atirar em um corredor ali perto. Não nos notaram ainda.
- Vamos pra cima! - Higa apontou para a escada. - Quando o Kikuoka-san chegar lá, a gente vai poder ver direito o que aconteceu com o Kirito-san.
- O corpo dele tá perto da Sala Secundária, não é? - Perguntei ao loiro de óculos, que corria na frente.
- Sim, lá na Sala de Controle Secundária deixamos ele seguro e com mais uma outra máquina de Soul Translator pra emergência. Lá, o Kirito e todo mundo vai ficar seguro.
- Ainda bem. - Falei mais aliviada. Com todos nós e a equipe de controle reunida começamos a correr, e finalmente chegamos a Sala de Controle Secundária.
Quando nós chegamos lá em segurança, a enfermeira do Kirito estava lá armada com uma pistola na mão. Enquanto nessa hora, o Higa e a doutora Rinko começaram a mexer no computador, tentando religar a energia.
- Asuna-kun, vocês estão bem? - Ela perguntou pra mim. - Não se machucou, não?
- Não precisa se preocupar, eu estou bem. O Nakanishi-san nos guiou para cá em segurança. - Respondi a ela, mas tentando olhar para os lados e procurando o Kikuoka. - Cadê o Kikuoka-san?
- Bom, ele deve estar... - Rapidamente, vi o moreno de óculos vestindo aquele kimono irritante correndo com uma pistola na mão e quase caindo no chão.
- FECHA A SALA, GENTE! - Ele gritou, com um tom humorado de medo, enquanto tentava atirar do lado de fora dando cobertura, com uma pistola em mãos.
- Só pode ser brincadeira, Kikuoka! Não atraia aqueles idiotas com esse kimono ridículo! - A doutora Rinko reclamou.
- Tá fechado! - O Higa-san conseguiu lacrar a Sala de Controle Secundária e finalmente deixou todos nós seguros. - Ufa, essa foi por pouco. Chefe, você sempre quer bancar o herói?
- Faz parte do trabalho, Higa-san. - Ele deu uma risada nervosa, deixando todo mundo ali da equipe irritado inclusive a mim! - Foi mal, eu precisava falar isso. - Não acredito! Por causa desse idiota, ele envolveu o Kirito nesse projeto maldito, botou ele em coma só pra ir buscar a Alice e o Eugeo em Underworld sozinho depois de ter mentido pra ele!
Após mais de vinte minutos desde que aqueles caras chegaram invadindo, o Higa-san conseguiu religar o sistema da Sala de Controle Secundária.
- Agora sim! Estamos ligados ao gerador auxiliar da sala agora. Desse jeito, nós já podemos usar a Sala de Controle Secundária.
- Sabia que ia conseguir, Higa. Tá de para... - Antes que ele pudesse continuar, puxei aquele kimono ridículo pelo decote com muita raiva.
- Asuna-kun, o quê você...
- Ih, danou-se. - A voz de Higa e Nakanishi se ecoaram pela sala, mas nem liguei pra isso.
- Cala a boca, que eu vou falar. - Disse para ele em um tom que com certeza ele vai entender. - Você envolveu o Kirito-kun nessa merda toda, e você vai consertar isso. Caso contrário, se o Kirito-kun não recuperar a consciência, pode ter certeza que eu nunca vou te perdoar!
- Eu sei disso. - Ele levantou as mãos dele para cima, em concordância. - Eu vou cuidar para que ele se recupere, custe o que custar.
Soltei as minhas mãos dele, deixando-o mais aliviado e dando uma grande lufada de ar, recuperando fôlego.
Comecei a lacrimejar, vendo que por causa desse pessoal misterioso que invadiu a Ocean Turtle, eles fritaram o FluctLight do Kirito-kun na mesma hora em que ele tava tentando se comunicar com a gente. Senti as mãos da doutora Rinko me acalmando.
- Vai dar tudo certo, Asuna. Eu prometo que vai dar tudo certo. O Kirigaya vai voltar pra você. - Ela respondeu com um sorriso.
- Sim, me desculpa por ter exagerado. Eu só estou preocupada com o Kirito e nem sei como ele deve estar naquele lugar.
Ainda não dava pra saber como o Kirito estava lá em Underworld, e ainda sinto que o Kikuoka, Higa e a doutora Rinko ainda estão me escondendo alguma coisa.
- Kirito-kun...
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo.
Certeza que vocês tavam com saudade da Asuna. É impressionante como ela é boa em botar medo em todo mundo kkkkk
Enfim, tenho o alívio em dizer que o meu arco original batizado de Alicization Integriting está oficialmente encerrada. No próximo capítulo, já começa a parte de Alicization Invading.
Mas não pretendo demorar muito nessa parte de Rulid, no máximo dois ou três capítulos. Em breve, o Eugeo e a Alice já vão ter que voltar uma hora ou outra, porém algumas coisas vão ser do meu jeitinho.
Até mais 👍
Chapter 8: Capítulo VIII - A Nossa Casa(Alicization Invading)
Summary:
Eydis descobre que Alice, Kirito e Eugeo foram embora da Igreja de Axioma e da Ordem dos Cavaleiros da Integridade. O casal volta para Rulid e tentam viver a sua vida juntos sem lutas, deixando tudo para trás. Porém, eles acabam recebendo uma surpresa inesperada na mata.
Notes:
Então, né. Para o início de Alicization Invading, já vou colocando aqui cenas novas da fic sendo introduzidas. E pro nosso vilão principal da War of Underworld, eu pensei bem em como desenvolver ele na fic. Como o Gabriel é doido, malvadão e viciado em almas, eu quero adicionar um pouco de sentimentos naquele cara, se é que ele tem algum ainda, né!
Chapter Text
Eydis despertou de seu sono, quando os raios de sol invadiram a janela de seu quarto. Não era tão organizado como o de Alice ou Dakira, mas ela sempre tentava não fazer bagunça. Na verdade, ela mantia a sua rotina de faxina em dia, ou pelo menos tentava.
Já que os pedidos "carinhosos" de Fanatio deixavam a acinzentada mais motivada pra não levar uma rajada da Espada Perfuradora dos Céus. Afinal, a sua superior não era tão legal e flexível como o Comandante Bercouli.
- Que coisa... - Ela coçou a sua nuca e bocejou. - Eu sempre me esqueço de arrumar esse quarto, e esse verão tá quente pra um caralho.
Havia um mural na parede com vários esboços de desenhos que ela gostava de fazer nas horas vagas além de suas pegadinhas, e lá estava uma foto dos membros-chave dos Cavaleiros da Integridade.
Em ordem numérica, estavam na foto o Comandante Bercouli, a Vice-Comandante Fanatio, Deusolbert, a própria Eydis, Sheyta, Nelgius, Entokia, Dakira e os outros três membros das Lâminas Giratorias. Em seguida haviam Renly, Linel e Fizel, Alice, Eldrie e Eugeo no final, totalizando em 17 Cavaleiros da Integridade reunidos no total, com excessão de alguns em animação suspensa pela Pontífice e outros que estão patrulhando o Império Humano.
Ela riu nesse dia em que os dezessete membros superiores da Ordem dos Cavaleiros da Integridade estavam juntos na cerimônia de Eugeo como o novo Cavaleiro da Integridade. Eldrie estava enciumado por causa que o loiro conseguiu despertar a curiosidade dos comandantes, e ainda por cima estava ao lado de Alice durante quase a festa toda.
Inicialmente, Nelgius não havia aceitado Eugeo no começo pelo fato dele e Kirito terem matado a Pontífice, mas acabou tendo que engolir o fato irrefutável sobre ela querer transformar todos os humanos em armas contra o exército do Território Negro. Mas quando ele e Entokia descobriram o verdadeiro porquê de Eugeo ter morrido pelas vidas que queria proteger em Underworld, os dois começaram a entender o loiro e Kirito de uma outra maneira.
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- Então por isso você lutou contra a Igreja? - Entokia Synthesis Dezoito o perguntou.
- Sim, eu não sabia que vocês eram todos manipulados e sem memória. Quando eu descobri no começo, eu senti pena. Não queria mais me vingar e machucar nenhum de vocês. - Eugeo falou, cabisbaixo no início mas levantou seu olhar com mais firmeza. - Mas a Alice me mostrou que ainda posso continuar. Então, peço perdão por tudo que causei, Nelgius-san.
- Não deve pedir desculpas pra mim, Trinta e Dois. - Nelgius curvou o seu corpo para frente, em um sinal de respeito. - Eu é que devo.
- Você é muito gente boa, Eugeo. Se a Pontífice fez de você o Cavaleiro da Integridade mais poderoso da Ordem, ia ser maneiro lutar contra você. - Entokia falou animado.
- Eu acho que o seu bumbum pode até assar se você lutar contra ele, Entokia. - Eydis apareceu, dando uma risada divertida. - Não sabe do que o Eugeo é capaz.
- Ei, Eydis. Eu não sou o mais poderoso da Ordem, isso é só boato. - Eugeo tentou falar, mas né... A Eydis gostava muito de se gabar para os outros. Mesmo quando nunca havia nada relacionado a ela!
- Não ouçam ele. O loirinho aqui até mesmo derrotou o Comandante com a Liberação de Memória e nem mesmo precisou usar a Release Recollection dele. E olha que foi antes dele passar pelo Ritual de Síntese. Eu que sou a professora dele, que ensinei lá pra ele, ó! - A acinzentada falou, enquanto comia o lanche da comemoração.
- Uau, agora sim eu quero lutar com ele! - Entokia falou animado, enquanto pegava a sua grande espada nas suas costas. - A minha Lâmina do Trovão Rugente nunca lutou contra alguém assim tão forte.
- Não, eu vou lutar contra ele primeiro! - Agora Nelgius entrou na rodinha. - Quero testar os meus poderes da minha Lança da Tempestade Brotante com ele.
- Eydis! - Eugeo se irritou com ela, com uma pequena(grande) vontade de querer esganá-la com força, igual a quando quebra pescoço de galinha só pelo fato de agora Nelgius e Entokia começarem a discutir sobre lutar contra Eugeo.
- Foi mal aí, Eugeo. Mas se você continuar com a Alice, eu não vou conseguir pegar aquela loirinha. - A cavaleira de armadura branca e preta deu uma piscadela e foi até a loira, no intuito de apalpá-la como de costume.
___ ___ ___ ___ ___)
- Até que Nelgius aceitou o Eugeo de boa no final. - A acinzentada falou, enquanto saía de seu banho no chuveiro. - O foda mesmo foi naquele dia, quando levei um soco da Alice e tive que ficar de olho roxo por dois dias, mas valeu a pena.
Ela se arrumou, colocou seu sobretudo preto sem mangas, sua calça colada, a armadura branca com a capa por cima e foi tomar o seu café da manhã, e adorou chegar na fila como a primeira e já foi logo debochar da cara de Eldrie.
- Aí aí, foi só eu acordar e a sua cara de cavalo tinha que atrapalhar o meu café. - Ela suspirou, debochando dele.
- Como é que é, sua pintura de rodapé?! Você é que tá atrapalhando o meu café da manhã com essa sua mania de preguiçosa. - Eldrie deu de ombros para ela.
Após terem ido tomar o seu café, eles se separaram e ela foi para o Jardim Cloudtop esperar por Eugeo, já que ele precisa treinar imediatamente os poderes dele. Como já visto, os poderes sobre o olhar demoníaco de Eugeo e a encarnação da Espada da Rosa Vermelha se tornariam um grande perigo para todos, se ele não treinasse esse poder.
Como esperado, ele conseguiu usar a sua Liberação de Memória e até mesmo recitou o cântico de memórias durante a encarnação da habilidade, mas só que não conseguiu controlar o poder dele por completo e se resultou em um empate técnico.
Eydis ainda não entendia bem o que Eugeo havia de especial. Mas era visto que isso poderia significar que os humanos teriam uma chance bem significativa de vencer essa guerra. Mas ela não quer ter que lutar contra Lipia, já que ela era a sua amiga e mesmo sendo "inimigas amigáveis", era complicado não pensar nisso.
Na manhã seguinte, ela foi esperar por ele depois do café lá no Jardim Cloudtop. Passou a manhã toda e ele não veio! A acinzentada até estranhou ele não ter ido acordar ela, como sempre fazia.
- Ué, cadê aquele loirinho? Geralmente ela me acorda do meu soninho. - Ela falou manhosa, enquanto bocejava se despertando de seu cochilo as horas vagas. Ela estava olhando para o jardim, e viu Eldrie e Renly passando pela sombra.
- Oi! Eldrie, Renly. - Ela os chamou e foi até eles. - Vocês viram o Eugeo hoje?
- Não, por quê? - Os dois perguntaram em uníssono.
- Aquele loirinho de farmácia tá cabulando o treinamento e nem mesmo me acordou. - A acinzentada respondeu manhosa. - Isso é coisa que eu faço. Além de que é a primeira vez em que ele faz isso.
- Eu falei pra você que ele não é o exemplo como a gente, até porquê... Nem exemplo você dá mesmo.. - O lilás falou com cara de deboche, todo orgulhoso enquanto a acinzentada deu língua para ele. - Mas enfim, eu tô procurando a Alice. Ela não veio pro treinamento hoje.
- Espera, eles dois tão faltando o treino? - Eydis estranhou, mas a sua mente podre rapidamente pensou em algo estranho. - Não pode ser!
- Não pode ser o quê, doida? - Ele se irritou por ela ter aumentado a voz.
- Eles devem ter feito alguma coisa na noite passada! - Agora a aura da acinzentada estava completamente sombria, como o poder de sua espada.
- Que coisa? - Renly perguntou com uma gota de suor na sua testa, não entendendo nada devido a sua mente inocente de adolescente. - Não entendi o que você falou.
- Não viaja, Eydis. É claro que a Alice não iria ficar se pegando com o... - Só de Eldrie pensar agora o mesmo que Eydis, ele também ficou com uma aura igual a da garota de cabelos cinzentos e pegou o seu chicote. Afinal, eles dividiam o mesmo quarto, eram conhecidos de longa data e a probabilidade deles terem alguma relação sexual era bem alta, considerando os pensamentos do lilás e da acinzentada. - Ah, se o Eugeo tiver feito algo indecente com a Alice-sama, ele vai morrer é hoje!
- Não se eu matar ele primeiro! - A acinzentada bufou suas bochechas. - Sou eu que tenho que pegar aquele corpinho dela!
Os dois começaram a correr em passos furiosos em direção ao quatro deles. Até Linel olhou para os dois correndo feito malucos.
- Mas ué... - O esverdeado estranhou.
- O que aqueles dois estão fazendo? - A pequena assassina estranhou e chamou o esverdeado. - Ei, Renlicchi. O que houve com eles?
- Eu simplesmente nem sei. Mas só acho que o Eugeo vai morrer hoje. - Ele respondeu a ela, ainda preocupado com o que Eldrie e Eydis estavam para fazer e foi logo atrás.
Os dois cavaleiros chegaram no quarto abrindo a porta na base do ódio, já estavam armados com os seus Objetos Divinos para dar aquela intimidação básica e foram em direção a cama que aparentavam estar duas pessoas dormindo juntas.
- Gente, pra quê isso tudo? - O esverdeado questionou a eles, temendo que toda a sanidade havia ido embora.
- Eugeo Synthesis Trinta e Dois, já que a Administradora não te matou quando devia, eu mesma vou terminar o serviço pra ela e... - Eydis levantou o lençol, mas não havia ninguém ali! Eram apenas travesseiros. - Mas ué...
- Que porra é essa? Por quê esse quarto tá todo vazio?! Cadê eles dois? - Eles olharam em volta do cômodo e estranhou que Kirito não estava ali também. - E cadê o Kirito?
No balançar dos lençóis, Eldrie e Eydis viram um bilhete voando no meio do ar e caindo no chão.
- Um bilhete... - Renly pegou e deu para a acinzentada. - E é a letra da Alice.
- O que diz ai? - O lilás perguntou. - Leia pra a gente entender.
“Eydis, conhecendo você e a sua cabeça agitada de pervertida, tenho certeza de que você e Eldrie já devem ter encontrado esse bilhete. Acontece que os rumores sobre Kirito e Eugeo terem sido a causa da morte da Administradora já chegaram aos ouvidos dos monges e estudantes da torre. Por isso, nós decidimos levar o Kirito e ir embora da Igreja, para não voltar nunca mais. Digam aos Comandantes que não participaremos da guerra, pois tentaremos reencontrar a nossa paz que perdemos no nosso isolamento. Diga ao Eldrie também, que treine sempre durante a minha ausência e para Renly, que não tenha medo de nada jamais e que sempre continue lutando com o coração. (Essa parte aqui foi o Eugeo que decidiu escrever)
Espero que todos vocês possam nos entender algum dia. Com amor, Alice.”
- O que diz ai, gente? - Renly perguntou curioso, mas ao ver o semblante triste de Eydis, não era coisa boa.
Os três foram até os comandantes, e entregaram a eles. Eydis entregou esse bilhete a Bercouli e Fanatio enquanto Eldrie e Renly tentavam apoiar a acinzentada, mas suas lágrimas silenciosas estavam dificultando isso.
- O que devemos fazer, Bercouli-sama? - O lilás perguntou. - Não podemos deixar isso de lado.
Era certo que os comandantes esperavam muito do apoio de Alice e Eugeo na guerra, já que com o poder misterioso deles a vantagem dos Cavaleiros da Integridade aumentaria o rumo da guerra. Mas sem eles dois, a conversa era outra.
- Vamos respeitar o isolamento deles. - Bercouli falou, fechando os seus olhos e dando um suspiro fundo. - Essa é a escolha deles e vamos respeitar.
- Mas Comandante Bercouli, não podemos simplesmente aceitar isso! Pelo menos eu não posso! - Eldrie se opôs a ordem dada a ele. - A Alice-sama é importante demais para nós deixarmos para lá em um momento de crise como essa!
- Ela já fez a decisão dela, Eldrie. Se a volta da Alice e do Eugeo é importante ou não, isso só vai depender deles. - Bercouli falou em um tom repreensivo, deixando o lilás quase intimidado.
- E além disso, é provável que mais outro motivo para eles irem embora deve ter sido por causa do poder de Eugeo. - Fanatio explicou a eles, prevendo essa possibilidade. - O poder da Espada da Rosa Azul é bem poderosa e melhor utilizada se for controlada a distância. Então se o Eugeo conseguir controlar por completo o poder de transformação da Espada da Rosa Vermelha, aquele olhar demoníaco e a sua Release Recollection, vamos saber. Até lá, todos os Cavaleiros da Integridade já sabem do plano inicial. Nós vamos continuar com a proteção do Império Humano e iremos montar um destacamento próximo ao Portão Leste.
- Em seis meses, aquele grande portão deverá ruir e precisamos recrutar o máximo de guerreiros que pudermos para lutar ao nosso lado. Apesar de estarmos em quinze Cavaleiros da Integridade agora, devemos ficar juntos para lutar contra o Território Negro. Agora vão cuidar de seus afazeres.
- Sim senhor!
Fanatio suspirou em decepção ao ver que os dois fugiram como jovens inconsequentes.
- Eu não esperava que eles iam embora. - Ela olhou mais uma vez o bilhete. - E pensar que alguma hora os estudantes iriam perceber que o Eugeo era o outro Discípulo de Elite. O que você acha disso, Bercouli?
- Eu ainda acho que essa não poderia ser a melhor ideia de todas, mas talvez seja mais seguro para eles. - Ele pegou um pouco do seu saquê e bebeu. - E afinal, o Eugeo pode proteger a Alice bem melhor do que eu.
Eldrie, Eydis e Renly estavam andando pelos corredores da catedral, com Eydis milagrosamente quieta. E Eldrie e Renly não gostavam quando isso acontecia.
- Não esperava que esses boatos acabariam fazendo eles irem embora assim. - Renly falou, um pouco para baixo.
- Mesmo assim, não é motivo pra eles irem só por causa de boatos. - Eldrie ainda estava tentando negar o fato. - E com certeza não é a coisa mais inteligente que eles fizeram, só estão é parecendo adolescentes fugindo dos pais. “Só por causa daquele loiro idiota...”
- Talvez seja melhor assim. - Eydis falou, agora mais estabilizada. - A Alice pode ajudar o Eugeo a controlar o poder dele, e tenho certeza que não vamos precisar nos preocupar com eles dois. Agora a gente tem que ir lá pro leste e salvar Underworld.
- Mas Eydis...
- Ela está certa, Renly. - Eles ouviram a voz de Deusolbert sendo acompanhado por Sheyta, que estava em silêncio toda encharcada de vermelho. - Mesmo que a Alice-dono e o Eugeo-dono não esteja aqui para nos ajudar, nós vamos salvar o nosso povo. Na ausência deles, todos vocês devem se tornar mais fortes do que eles e superá-los para vencermos essa guerra. Me entenderam?
- Sim senhor! - Os três fizeram um sinal de "Shinzou wo Sasageyo", como forma de oferecer os seus corações. - Mas espera só um segundo...
- Sheyta, por quê você tá toda assim cheia de vermelho? - Eldrie perguntou, temendo que ela tenha matado alguém.
- Eu fui pegar um suco de morango no refeitório, mas era refrigerante e o líquido todo estorou na minha armadura. Daí eu ia arrumar uma toalha pra me limpar e limpar a armadura, e aqui estou. - A silenciosa respondeu, falando com a sua típica cara de poucos amigos. - O que foi, pensaram que eu tinha matado alguém?
- Não, claro que não! - Os três responderam rindo nervosos, mas internamente dizendo um puta "sim", já que ela era a assassina mais braba/quieta da Ordem e quase nunca abria a boca pra falar um simples "a".
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11 de Junho de 380. Arredores de Rulid, Floresta Norte das Montanhas do Fim...
Alice e Eugeo foram convidados a ir junto com Garitta para ir até a casa dele. Era uma cabana grande, próxima a aldeia. Ali também havia uma carpintaria de construção.
- Eugeo, quem é ele? - A loira perguntou, curiosa. - E como ele sabe o meu nome?
- É o senhor Garitta. Ele é era o meu antecessor no Chamado de ser lenhador no trabalho de derrubar o Cedro Gigas. - Ele explicou a ela. - Nós três sempre fomos grandes amigos dele.
- Entendi...
- O chá está pronto. - O mais velho chegou, trazendo xícaras de chá para os três.
- Muito obrigado, senhor Garitta. - Eugeo agradeceu pegando uma xícara.
- Eu soube do que aconteceu lá na vila. É uma pena que isso tenha acontecido com vocês. - O mais velho colocou açúcar em seu chá.
- Não precisa se preocupar, senhor. - Alice respondeu a ele.
- E então, como você e Kirito conseguiram levar a vida de vocês em Centória? - Garitta perguntou.
- Bom, o Kirito levou o galho que o senhor deu pra ele, levou pro ferreiro lá e criou a Espada do Céu Noturno. - Ele mostrou a lâmina preta-azulada em mãos.
- Uau, que arma incrível. - O velho tocou a lâmina, apesar de ser bem pesada e vista que o Objeto Divino abençoado com o poder da deusa Solus realmente superou as expectativas do Espadachim Negro. - Eu aposto que o Kirito tenha dado trabalho pra vocês.
- Ah, ô se deu. - Alice deu uma risada nasal. - Ele é muito convencido e irritante as vezes, mas até que ele não deve ter mudado tanto como vocês falaram.
- Nós até mesmo nos tornamos Discípulos de Elite na Academia de Espadachins de Centória, e tivemos as nossas Pajens. - Eugeo contava os ocorridos e as aventuras lá em Centória, mas ocultando algumas partes sobre ele ser um Cavaleiro da Integridade, as coisas negativas da academia e o atentado.
Alice contou para o mais velho que Kirito estava assim parado e em estado catatônico, devido a uma luz misteriosa que foi exposta a ele. Pelo menos essa parte eles contaram em parte era verdade, apesar dela e Eugeo ainda não saberem bem o que houve.
- Deu pra ver que vocês tiveram muitas aventuras por lá. - Ele falou em um tom humorado. - Sinto muito pelo que aconteceu lá na aldeia, não esperava que vocês seriam tratados assim.
- É o Índice de Tabu, e temos que respeitar a lei. - A loira falou, cabisbaixa. - Mas não importa. Podemos nos cuidar e vamos acampar até conseguirmos um lugar permanentemente.
- No meio da floresta? É meio arriscado. Por quê não ficam na minha casa até se ajeitarem?
- Mas pode ser um grande incomodo.
- Não, que bobagem. A minha casa é grande o bastante para quatro pessoas e ainda assim é bom ter companhia.
Garitta era um homem muito gentil, e gostava da companhia de Kirito e Eugeo. Alice não queria abusar da hospitalidade do senhor, mas ele estava insistindo tanto que ela não conseguiu recusar.
- Nós aceitamos. Muito obrigada. - Ela finalmente aceitou.
- Não há de que, Alice. Apesar do Kirito não estar sendo como antes, vocês três são muito ligados. E vocês três juntos parecem até que estão unidos desde sempre.
- Você acha? - Eugeo deu uma risada nervosa.
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Ponto de Vista(Alice)
Nós iríamos dormir na casa do senhor Garitta por um tempo até que nós pudéssemos construir uma casa só pra gente. Até lá, seria bom ficar com os meninos.
O Eugeo é tão teimoso, e ainda por cima acabou contando o seu motivo de crime contra o Índice de Tabu. Tem vezes que eu não entendo o que se passa na cabeça dele, mas ainda assim...
Por quê ele se preocupa tanto comigo? Será que ele é tão idiota assim mesmo, ou alguém deve ter batido nele quando nasceu? Talvez seja por isso que a outra Alice gostava dele por ele ser um cara de coração bom? Afinal, ele é muito gentil, calmo, bonitinho, tem um sorriso tão sincero e nunca se deixa perder por nada. Aquela cicatriz enorme que ele ganhou no corpo foi causada por minha culpa. Por minha culpa, ele tentou me salvar da Pontífice mesmo sabendo que poderia ter morrido, e realmente tendo sua vida ceifada pela Admini... Pela Quinella.
Espera um pouco aí, eu pensei nele chamando-o de bonito? Aonde é que eu tô com a cabeça? Não tem como ele gostar de mim, já que eu roubei o corpo da outra Alice. Mesmo no início dos nossos treinamentos, ele falava que não queria lutar contra mim mesmo em treinamento, já que me machucar significava machucar a Alice Schuberg. E além disso... Eu nem gosto dele dessa maneira.
Nós somos só amigos...
Eu acho.
Nós fomos até a Amayori e o Hanayuki pegar as nossas coisas com eles, e vimos que os dois dragões estavam dormindo de conchinha. Era uma cena tão fofinha!
- É, parece que eles ficaram bem íntimos do nada. - O loiro deu uma risada de lado. - É fofo.
- É verdade. - Concordei com ele. A Amayori nunca ficou perto de nenhum dragão lá na torre além do Takiguri, já que eles eram irmãos. Mas ela ficar perto do dragão mais antissocial de todos? O que no mundo fez isso acontecer?! Será que tá chovendo canivete e eu não sei?
Nós decidimos soltar eles, já que agora que nós renunciamos a Ordem dos Cavaleiros da Integridade, não havia mais motivos pra deixar eles dois com a gente.
- A jaula que prende os dois corpos, transforma a garganta engajada. Os quatro ventos do mundo unificam essa união, então agora será desfeito. Quebre o círculo de vínculo desse dragões em uma únião finalizada! Chamada de Sistema: Desfazer Vínculo! - Ativamos um ritual para fazer com que Amayori e Hanayuki sejam livres.
- Ué, por quê eles não vão embora? - Estranhei com o fato deles ainda estarem aqui.
- Talvez por causa que eles já se acostumaram com a nossa presença. - Eugeo sugeriu. - Por isso eles são bem leais a gente agora.
- Talvez seja isso. - Estávamos acariciando o pescoço deles. - Se forem ficar conosco, devem permanecer escondidos e nada de sair para a vila, entenderam? Não quero que ninguém da vila tenha um ataque em ver vocês.
Os dragões grunhiram em concordância, parece até que eu tô parecendo uma mãe. Que puta maluquice!
A noite chegou, e o senhor Garitta disse que nós três iríamos ficar em um quarto com duas camas extras. Uma de solteiro e outra de casal.
- Então... - O loiro ao meu lado começou a falar. - Se quiser, você e o Kirito podem dormir aqui e eu durmo na outra cama.
- Não, você e o Kirito podem dormir nessa aqui e eu durmo na cama de solteiro. - Eu falei para ele.
Sinceramente, era meio estranho nós estarmos conversando sobre isso. Até porquê, o Kirito dormia separado da gente de vez em quando e ainda por cima... Eu não dormi só com o Eugeo apenas nós dois a sós.
- Ou podemos...
- Sei lá, tipo...
- Dormir junto. - O loiro terminou e já começou a surtar um pouco. - Quer dizer, se você quiser...
- Eugeo...
- Eu não quero obrigar você a nada que não queira, já que...
- Eugeo...
- Nós somos só amigos e nada mais além disso, e...
- Eugeo! - Finalmente consegui a sua atenção. - Tá tudo bem, eu posso dormir ao seu lado. Se nós conseguimos dividir um quarto por duas semanas, tenho certeza que não vai ter problema em dividirmos uma cama.
Pelo menos eu espero.
Terminei de ajeitar o Kirito na cama dele e finalmente nós deitamos juntos na cama de casal. Estava um pouco esquisito, já que estávamos juntos.
- Você tá bem?
- Eu posso me acostumar, eu acho. - Respondi a ele, e me lembrei do livro dos deuses de Underworld. - Olha, Eugeo. Se lembra do livro que eu peguei na biblioteca da Cardinal?
- Sim, eu me lembro.
- Acho que o que tem lá pode mostrar a você a como controlar seu poder e a sua espada.
- Eu não sei, Alice. - Ele falou, um pouco temeroso. - Pode ser perigoso, e ainda por cima, vai ser muito arriscado se eu usar em público a minha Release Recollection.
- Não comigo por perto, eu posso te ajudar a treinar. Até mesmo os poderes da minha Liberação de Memória e a minha Release Recollection são poderosas demais pra eu usar perto das pessoas, mas eu consegui controlar elas nos meus oito anos como Cavaleira da Integridade. Então eu acho que você consegue dominar a sua espada.
- Só espero que sim. - Ele olhou para Kirito, que já estava dormindo. - Quero muito ajudar o Kirito a ser como era antes, mas não quero te machucar. Você não me conhece direito, mas mesmo assim eu me preocupo muito com vocês dois.
- Não vai, eu confio em você. - Eu falei para ele, em um sorriso fraco. - Você é o espadachim mais poderoso que eu já vi. E é melhor dormir logo, que amanhã cedo vamos treinar os seus poderes.
- Tá bem. - Ele falou, enquanto apagava a lamparina. - Como você acha que a Eydis e o pessoal estão?
- Eu não sei. - Comecei a pensar como ela e Eldrie estariam agora, como eu fui embora. - Provavelmente ela estaria triste, já que ela sempre me considerou como uma irmã mais nova. Aqueles dois sempre brigaram por mim, mas eu não acho que eles vão procurar pela gente. Afinal, eles já devem estar começando a fazer o destacamento perto do Portão Leste.
- Em menos de seis meses, aquele portão vai ruir. Devíamos estar lá ajudando eles.
- A segurança de vocês dois é maior, Eugeo. Mesmo que a nós não vejamos mais eles, eu não quero que você se machuque de novo. - Olhei para baixo. - Não quero ver você e o Kirito se arriscando mais.
- Não vai. Nós três estamos juntos e sempre vamos ficar. - Ele tocou o meu tapa-olho com um toque carinhoso. - Quando você tiver força pra enxergar com esses dois olhos de novo, eu quero estar perto pra ver.
Nem sei como o Eugeo era tão otimista. O Kirito havia me contado que quando eu havia sido levada pelo senhor Deusolbert, ele nunca mais havia sido o mesmo. Ele só cortava aquela árvore, e nem mesmo com a Selka ele falava mais. Mas ele mudou, quando o Kirito voltou. Ensinou a ele como ser forte, e como ser mais do que ele já é.
Isso só mostra o quanto o Eugeo é bom de coração.
Mas... Por quê isso tá fazendo o meu coração bater tão rápido ao pensar nele? Não entendo isso. Mas acho que isso deve ser algo errado. Afinal, nós somos só amigos.
Apenas amigos...
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2 de Julho de 380...
Palácio Obsidia, Centro de Comando Militar. - Capital dos Cavaleiros Negros, Território Negro...
A Comandante dos Cavaleiros Negros Lipia Zancale estava levando um relatório de rotina para o Comandante, em direção ao escritório dele.
- São os relatórios dos soldados. - Lipia entregou a ele. - Em menos de poucos meses, todos os exércitos já vão estar reunidos no Portão Leste.
- Bom trabalho, Comandante. - Shasta a elogiou, olhando para o relatório. - Olha, Lipia. No mês passado, eu soube que uma garota humana veio junto com mais quatro rapazes no seu orfanato.
- Era a Eydis. Ela veio junto com os seus amigos do Império Humano. - Lipia respondeu a ele. - Mas entre eles havia um garoto que era diferente. Mais poderoso do que qualquer um que eu já vi.
- E ele era um Cavaleiro da Integridade, não é? - O moreno deduziu.
- Mas como você...
- Eu sou o Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros, e além disso eu não me importo de que os seus amigos sejam os nossos inimigos, fique tranquila.
- Ainda bem. - Lipia suspirou, agora mais aliviada.
- Apesar de que... - Agora a morena se preocupou. - Era a sua folga e você não tava trabalhando. Mas enfim, o que você viu na sua luta contra ele?
- Esse Cavaleiro da Integridade novo é muito forte e mal usou os poderes de encarnação da sua espada. Nunca vi nada igual, e acho que talvez a força dele seja tão poderosa quanto a do Comandante Bercouli ou até mesmo superior a ele. - Lipia explicou, quando viu a Enhance Armamento de Eugeo congelando-a por completo. - Sinto que a Pontífice tem um prodígio poderoso nas mãos.
- Pode ser interessante. - Shasta falou, pensativo. - Talvez possamos usar isso. E como vai o treinamento com a capitã Konno?
- Ela ainda não está pronta. - A morena respondeu. - Ela é uma boa garota, mas tem muita raiva no coração dela, e se ela for ajudar a guiar os nossos exércitos no campo de batalha, é provável que ela mate até mesmo os próprios homens.
- Talvez seja melhor ficar de olho nela então. - Shasta sugeriu. O homem com o rosto marcado de cicatrizes se levantou e foi até sua comandante. - Ainda acha que é bom seguirmos esse caminho?
- Eu não sei, meu senhor. - Ela segurou em seu rosto e deu um selinho nele. - Mas por enquanto é o que temos.
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Arredores de Rulid, Floresta Norte das Montanhas do Fim...
Ponto de Vista(Eugeo)
Já faz algum tempo que começamos a morar por na casa do senhor Garitta. Ele foi muito gentil em ter nos aceitado, e até mesmo fez uma cadeira de rodas para o Kirito. Desde que ele completou o seu Propósito de ser lenhador, que ele decidiu colocar suas habilidades com madeira em carpintaria e construção, e olha que ele é muito bom nisso.
Enquanto estávamos na casa dele, eu e Alice estávamos treinando os nossos poderes. Como eu ainda não consigo controlar a transformação da Espada da Rosa Vermelha e o poder desse tal Modo Vecta que descobri naquele livro, é bem difícil dizer o que posso fazer com aqueles olhos.
Estávamos lutando com nossas espadas, deu pra ver que a Alice era muito diferente da Eydis. Ela era mais rápida, tinha uma mão bem forte e ainda por cima era mestra da magia com suas Artes Sagradas.
- Chamada de Sistema: Descarga! - Ela atirava flechas térmicas em mim, e eu tentava desviar com a minha espada. Ela era tão boa com esses feitiços, que nem mesmo eu podia prever que ela nem precisa recitar todo o cântico.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo. Lufada! - Joguei uma rajada de vento nela, fazendo a estocar a sua Espada da Oliva Perfumada no chão, tentando se segurar. Aproveitei que ela tava distraída, e a imobilizei com a minha espada perto do pescoço. - Te peguei.
- Você realmente sabe aprender a lutar rápido. - A loira deu uma risada de lado. - Não é a toa que você é tão forte.
- Ah, não é nada disso. É só treinamento e... - Não consegui terminar, pois ela me deu uma rasteira bem forte e caí no chão com ela apontando a sua Oliva Perfumada pro meu pescoço. - Aí...
- Não se distraía tão fácil, idiota. - Ela debochou de mim com um sorrisinho de lado.
- Isso não vale, Alice. - Disse, enquanto me levantava. - Sabe que distração não é legal.
- É pra você aprender que não deve se distraír em um combate. Nunca se leve no papo e fique atento aos detalhes. - Ela me falou, de maneira um pouco repreensiva.
- Ah, então eu não posso me distrair do jeito que tem essas estacas atrás de você? Olha os detalhes ai do seu lado. - Ela olhou para os lados e viu algumas estacas de gelo. - Eu ativei o feitiço na hora em que você me derrubou. Eu aprendo fácil.
- É, você aprende mesmo. - Ela colocou a sua Oliva Perfumada na bainha. - Acho que isso conclui por hoje o nosso treinamento.
- Mas ainda falta tanta coisa pra eu saber mais sobre a Espada da Rosa Vermelha. Eu mesmo criei essa arma, mas só que mesmo assim eu não posso ativar ela direito. - Olhei para minha espada cabisbaixo, pensando em como eu poderia revivê-la de novo como naquela vez.
- No que você pensou quando deu ela pro Kirito? - Alice me perguntou, enquanto tomava água.
Em você...
- Bom, eu tava pensando só em... - É sério mesmo que eu preciso falar isso pra ela? Não, claro que não. Ela não me ama, então não faz sentido em eu ter que contar a ela. - Estava pensando só em proteger todo mundo que com quem me importo, para que ele cuidasse com carinho.
- Ainda não é o suficiente, Eugeo. Quando as memórias das nossas armas são lapidadas nelas, sempre é por um motivo específico. - Ela me explicou. - O verdadeiro motivo pras minhas flores de Osmanthus da Oliva Perfumada serem um gatilho de poder que eu posso usar, e por causa que vem de alguém que eu quero muito proteger. No caso, a Ordem e a Selka. Você já se fundiu com a sua espada uma vez, e ela praticamente sabe mais sobre você do que você mesmo de conhece. Então mesmo que você se importe com as outras pessoas, tem sempre alguém específico no seu coração. Precisa ser sincero com a sua arma e consigo mesmo, se quiser despertar as memórias e todo o seu poder. Quanto maior as memórias e únicos os sentimentos, mais poderosa é a sua encarnação.
- Bom, então... - Talvez se eu pensar só apenas nela, pode ser provável que dê certo. Eu mesmo criei esse poder, e eu posso controlar. - Vou tentar agora.
- Você consegue.
Comecei a pensar nas nossas lembranças de quando nós dois éramos crianças. Estávamos esperando pelo Kirito chegar, e ela mostrava pra mim a sua habilidade com as Artes Sagradas enquanto ele não chegava. A gente sempre brincava bastante naquela época, mas agora vendo, as duas Alices não são tão diferentes. Ela do passado e ela de agora são tão iguais, que é difícil de se diferenciar.
Ela é uma garota tão incrível, forte, inteligente, tão linda com uma beleza única, altruísta, decidida e está bem próxima de várias pessoas que se importam com ela.
É por isso... É por isso que eu quero proteger a Alice. Eu quero é proteger unicamente a mulher que eu amo tanto, mesmo que ela não tenha sentimentos por mim. É pra isso que eu sempre ergo a minha arma.
- EUGEO, A SUA ESPADA! - Ouvi a voz dela gritando em meus ouvidos. Eu abri os meus olhos, e vi a arma avermelhada como um rubi sangrento nas minhas mãos. Era igualzinha quando dei ela pro Kirito. Mas como a Sheyta me contou, não parecia ser o cheiro da morte. Era como se fosse... O cheiro de rosas normais, com um bom perfume de um jardim bem cuidado.
- Eu consegui! - Comecei a rir de alegria, mas do nada a Rosa Vermelha se descoloriu retornando para a forma de Espada da Rosa Azul. - Bom, eu quase consegui.
- Mas ainda assim, foi muito bom pra um pequeno passo. Parabéns, Eugeo. - Ela me elogiou, com um sorriso. - Com o tempo, você poderá controlar o poder da Espada da Rosa Vermelha e as memórias gravadas nela.
Passou o tempo e fomos na vila com o Kirito levando a minha espada e a dele no braço esquerdo. Apesar de não podermos mais ficar, pelo menos o senhor Schuberg deixou a gente morar perto. E isso quer dizer que podemos ir lá para fazer compras. É, a gente pesquisou isso no Índice de Tabu, já que nós somos autoridade da Igreja.
- Eugeo, eu tava pensando... - Alice falou, enquanto olhava para as verduras na barraca da feira e colocava na cesta, enquanto pagava. - Não acha que deveríamos começar a fazer uma casa só pra gente?
É, a gente já tava na casa do senhor Garitta já tem um tempo. Apesar dele ser muito gentil, eu não acho que a gente devia se aproveitar tanto da hospitalidade dele.
- É, eu concordo com você. - Disse para ela. - Mas aonde você quer escolher fazer?
- Que tal aonde os nossos dragões estão? É um pouco afastado, mas é um lugar bonito e eles podem comer peixes do lago. - Ela sugeriu, pensativa. Me lembrei do lugar em que acampamos junto com os dragões. Era muito bonito mesmo.
- Eles só não podem matar os pescadores de susto, já que não é normal ter dragões morando por aqui no norte.
Após nós fazermos as compras, nós dois fomos até o senhor Garitta perguntando a ele sobre construirmos uma casa só pra gente.
- Então vocês dois querem mesmo fazer uma casa para vocês, não é?
- Bom, o senhor já ajudou muito deixando a gente dormir aqui por uns dias, e além disso... - Alice explicou a ele. - Vai ser melhor se o Kirito tiver mais lugares para poder vivenciar e queremos também um espaço só pra nós.
- Entendi... - Ele falou. - Com as minhas habilidades de carpintaria e construção, eu posso ajudar vocês dois a fazer uma cabana só pra vocês três. Eugeo, acha que ainda tem a sua habilidade para cortar árvores?
Me lembrei do meu machado, e de todos os golpes que eu dava no Cedro Gigas. Eu passei a maior parte da minha vida naquela árvore, pensando que aquilo era só o que eu iria viver. Mas agora que eu superei o poder daquela árvore demoníaca, com certeza eu tenho o poder pra derrubar qualquer floresta de Underworld.
- É claro. - Respondi a ele, em um olhar firme e um sorriso.
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No Mundo Real...
28 de Junho de 2026 - San Diego, Califórnia. Nove dias antes do ataque a Rath...
Ponto de Vista(Gabriel/Vecta)
Já faz um tempo que começou o meu horário de almoço, e como o pessoal sempre jogava um pouco antes de voltar ao trabalho, escolhiamos os jogos que jogávamos uma vez por semana, já que como jogar VRMMORPG era bem igual ao mundo real, é bom colocar essas experiências daqui no mundo lá de dentro.
Era impressionante como a alma humana consegue se conectar como uma só nos mundos virtuais como um processamento especial. Mas apesar de eu poder matar todos que eu quisesse naqueles jogos, não me interessavam tanto. Queria sentir algo diferente, ver novamente a visão que a pessoa e a própria alma estão tendo.
Ah, Alicia... Se você estivesse aqui, me entenderia. Com a nossa criança também.
- E aí, chefe. - Ouvi a voz de um certo hispânico de cabelos cacheados adentrando o escritório. - Daqui a pouco vamos logar no GGO.
- É, Vassago. Eu já sei disso. - Falei a ele, me recordando e deixando de lado os meus pensamentos. - Quem vai logar hoje?
- Além de nós dois, o Critter, Hans, Briggs, Mike e o resto da equipe. - Ele explicou, e pegou um tablet com informações de equipe no aplicativo do GGO. - E essa aqui é a equipe com quem vamos combater hoje.
- São esses aí então, hm... - Olhei para os membros. Eram todos japoneses e me recordei de uma deles. Era uma garota de cabelos ciano, usando roupas verdes, um cachecol branco e tinha uma Hecate II. Era a garota com quem eu lutei no último BoB. - Por quê escolheu esse time? Parece até um tipo de harém.
- Por causa desses dois aqui. - Ele apontou para duas garotas. Uma de longos cabelos pretos armada com um sabre de luz roxo, e uma outra garota de cabelos castanhos quase ruivos em um coque, armada com um sabre de luz rosa-avermelhado.
- Duas garotas? - Perguntei estranhando com o que ele queria mostrar. - No que elas tem de especial?
- Esse aqui não é uma garota, chefe. É um avatar de corpo andrógeno que o jogo escolheu pra esse cara, mas isso não vem ao caso. - Ele deu um sorriso daqueles de assassino. - Ele é o moleque que zerou o Sword Art Online, e ao lado dele é a namorada dele. Ambos são muito fortes.
- São sobreviventes do SAO, é? - Isso talvez poderia ser interessante. Peguei o meu Amusphere na gaveta da mesa e já coloquei na testa. - Tá bem, isso despertou o meu interesse. Eu vou logar pra começar a partida como líder.
- Tá bom, tô indo lá pegar o meu Amusphere e entrar no jogo.
Ele saiu do meu escritório finalmente. Achei que ele não iria embora. Enquanto conectava os fios no dispositivo, eu olhei para uma foto minha aonde estavam a Alicia e o nosso filho quando era um bebê.
- Aonde é que está a sua alma...
Agora...
6 de Julho de 2026 - Ocean Turtle, Base Móvel da Rath.
Em algum lugar do mar do Japão ...
- Chefe, se quer mesmo testar isso, vou dar pra você uma semana lá. Isso só vai se passar uns sete minutos aqui no mundo real, e depois eu te trago de volta. Mas com sua conta de cidadão do Império Humano conectada com a conta de Imperador Vecta, vai precisar tomar bastante cuidado pra não atrair atenção desnecessária dos Cavaleiros da Integridade. - Ouvi a voz de Critter pelos locutores da sala. - E não perca a conta do Imperador Vecta, ou não vai ter como lutar com esses poderes e nem usar a sua posição como imperador e deus nesse mundo!
- Entendido, Critter.
Eu estava prestes a testar uma semana em Underworld, pois como já estávamos a entrar em um local desconhecido para pegar os dois A.L.I.C.E. que conseguiram quebrar o Selo do Olho Direito, precisava saber muito bem com quem Vassago e eu iríamos lidar por lá. E como eu era o único que iria testar na STL, eu vou adorar brincar com eles depois que eu voltar no Território Negro como o deus deles.
Lá já devem ter se passado dois meses desde que a rainha daquele mundo morreu. Então estarei entrando no terceiro, no mês de Agosto. E aí voltaria para lá no final de Outubro com Vassago, aonde o Teste de Carga Final iria se iniciar e começariamos a guerra, como planejado.
- Critter, pode iniciar! - Ordenei a ele, que já começou o procedimento.
- Aí, bro. - Vassago me chamou. - O que você acha que vai encontrar lá?
- Até eu testar isso e ver se é seguro, eu só vou descobrir quando ver. - Falei para ele, enquanto o dispositivo Soul Translation era ativado, fechei os meus olhos com calma.
Depois de alguns momentos, me senti que estava em um sonho. Provavelmente era um sonho do homem a qual o corpo eu estou usando. Afinal a minha Superconta Nº5 do Deus das Trevas Vecta deve me dar essas memórias do passado de Underworld incluindo os poderes divinos dele, apesar de ser um mundo falso. Eu estava ao lado de uma mulher linda de cabelos loiros alaranjados e mechas pretas nas pontas, com belos olhos azuis. Ela estava usando um vestido branco e preto com uma bela armadura por cima enfeitada de símbolos da lua, botas de prata e um cajado em mãos.
Que estranho. A sua aparência bela era tão igual a da...
- Vecta, por quê você nunca quer sair comigo e as nossas irmãs? Por quê você nunca dá um sorriso, e sempre me ignora.
- É bem simples, Luna. Você e as nossas irmãs não entendem o que eu preciso fazer pra povoar esse mundo. Os humanos não sabem o que é preciso pra viver, e eu quero ajudá-los.
- Matando os humanos que você considera fracos no processo? Você não é nem um pouco legal, Vecta. - A Lunaria falava de uma maneira um pouco manhosa. - Você já se apaixonou?
- Sabe que temos regras dizendo muito bem para não se apaixonarmos por humanos. - A minha memória como Vecta se sentava em um trono, carregando alguns livros mas mãos. - E além disso, não tenho sentimentos assim por ninguém. É exatamente pra isso que a humanidade precisa entender a realidade em que vivemos, se eles querem mesmo prosperar nesse mundo hostil.
- Irmão... Se por alguma ironia do destino você se apaixonasse por uma mulher especial, iria se casar e criar uma família com ela? - Ela perguntou para o Vecta, com seu rosto um pouco ruborizado.
- Isso depende da pessoa, mas acho muito difícil de dizer isso.
Pelo que vi naquele sonho curto, parecia que o Deus das Trevas Vecta tinha sentimentos por aquela outra deusa. Ela é tão igual a Alicia. Como uma história falsa desse mundo despertaria emoções em seres como eles? É como se eles já tivessem vivido aqui...
Finalmente acordei, e vi que estava numa floresta. Olhei para o meu corpo, e estava vestindo uma elegante armadura negra com uma capa, e no meio do pescoço da armadura parecia ter penas roxas. Na minha testa estava uma coroa-tiara e em minha cintura, havia uma espada negra com um cristal no pomo do cabo.
Entendi... Então esse é o meu avatar como o Imperador Vecta. Mas mesmo assim, é a mesma aparência do mundo real.
Fiz uma Janela Stacia com o símbolo do "S", como o Critter havia me orientado. Estava marcado sobre como eu podia converter para a conta de um habitante normal do Império Humano. Agora troquei aquela lataria toda por uma roupa mais discreta e normal. E como eles geralmente tem trabalhos conhecidos como Propósitos, precisava encontrar alguma coisa temporária pra me adaptar por uma semana.
Eu estava vestindo agora uma camisa branca, uma calça preta, botas de couro, uma capa e ainda estava armado com a minha espada. Nessa conta de cidadão do Império Humano, eu não estou com a minha autoridade divina de Vecta. Então não posso arriscar em ter gente atrás de mim.
Ouvi barulhos de batida do metal se encostando na madeira. Fui em direção a origem do barulho, e lá estavam um casal de loiros estocando um machado em uma árvore. O rapaz vestia uma camisa cinza-celeste, uma blusa de manga longa azul escura por baixo, calça cinza e botas de pele.
Já a garota, ela era muito bonita e usava um longo vestido azul que chegava em seus calcanhares e tinha um cordão em seu peito, semelhante a um prisma cristalizado.
- Alice, toma cuidado com as mãos. - O rapaz loiro tentava orientá-la. - Pra deixar uma árvore cair, é só cortar no mesmo lugar em que o seu machado tocou.
Esse nome... Não pode ser ela.
- É mais fácil falar do que fazer. Você derrubou sete árvores só de primeira e eu mal derrubei três. - A loira se queixou.
Será mesmo possível? Ou eu estou tendo uma alucinação?
- Não faz mal, você não é muito acostumada com isso. E é assim mesmo, até o Kirito teve problemas no começo pra derrubar árvores. - O loiro explicou a ela, enquanto cortava partes dela para serem transportadas. Será que eles pretendem levar isso tudo embora com as mãos? Como isso é possível? - Acho que por hoje é o bastante pra começar a fazer aquela parte da sala. Vamos levar essas árvores pra obra da nossa casa.
Decidi ir até eles para ir perguntar saber mais sobre esse lugar.
- Com licença, vocês dois... - Eu chamei pra a atenção deles, que rapidamente a garota pegou o machado mãos do rapaz.
- Alice? - O loiro se surpreendeu.
- Quem é você?!
Ah, Alice... A sua alma será uma bela de uma delícia.
Chapter 9: Capítulo IX - O Loiro Misterioso
Summary:
Gabriel Miller aparece em Rulid e decide ajudar Eugeo e Alice na construção da casa deles. Eydis descobre aonde o Trio de Rulid mora e vai visitá-los para saber sobre como eles estão após fugirem de Centoria.
Chapter Text
02 de Novembro de 2022 - Alguns dias antes do lançamento oficial de Sword Art Online...
San Diego, Califórnia...
- E aí, Eugeo? Conta aí como foi que você e o seu pai ficaram lá na fila pra comprar a pré-venda do NerveGear e do Sword Art Online? - A voz do coreano de cabelos verdes perguntou a ele, do outro lado do chat.
- Foi bem cansativo, Moonphase. A gente teve que ficar acampando por uma semana naquela fila. - O loiro falou, em um tom cansado. - Mas agora a gente vai dividir o jogo com contas diferentes.
- Tem vezes que eu nem sei como você e o seu pai tem tanta paciência. - Mei-Mei falou, em um tom sorridente. A ruiva chinesa dos cabelos de rubi passou os seus dedos no cabelo para trás da orelha. - Mas até que você é bem acomodado, já que é todo burguesinho pra ir no Japão.
- Eu não sou burguês, nem sabia que você me considerava assim, Mei-Mei. - O loiro falou, em um tom de drama falso.
- Supera, Eugeo. Mas enfim, conta mais sobre a menina que você conheceu lá no Japão. - Moonphase pediu a ele.
- A Yuuki era muito legal. - O loiro explicava a eles no chat do WhatsApp. - Enquanto o meu pai tava tratando com os negócios do trabalho dele, eu conheci ela e fomos comer um Burger King. Ela falou que vivia comendo comida de hospital há semanas, e queria comer um cheesburguer de verdade. Mas falando sério agora, mesmo com a doença dela, eu gostei de como a Yuuki me contou a história dela nunca baixando a cabeça por nada.
- Ela é mesmo muito especial, não é?
- É sim, parecia até uma irmã. - O loiro sorriu. - Mas deixando disso de lado, Mei-Mei. Por acaso você e o Moonphase já desencalharam de vez?
- Ah, seu gringo! Quer brincar disso mesmo?!
7 de Novembro de 2024 - O dia final de Sword Art Online...
Xangai, China...
A asiática dos cabelos vermelhos olhava com uma enorme surpresa sobre a última notícia que aconteceu naquela tarde de Novembro.
- Após a libertação de todos os 6000 jogadores do jogo mortal de VRMMORPG conhecido como Sword Art Online, todos os sobreviventes escaparam em segurança da armadilha do cientista Ahihiko Kayaba. - A jornalista falava, enquanto mostravam imagens e vídeos de pessoas despertando após a imersão total depois de dois anos seguidos. - Ao que tudo indica, todos acabaram tendo péssimas recordações e sequelas da prisão virtual. Infelizmente todos os outros 4000 jogadores que morreram no SAO não tiveram muita sorte e acabaram fazendo parte da chacina em massa. Entre eles, a cantora Yuna, filha do doutor Shigemura e um dos poucos jogadores logados em conta americana Eugeo Miller, filho de Gabriel Miller, CEO da empresa privada Glowgen Defese Systems também foram vítimas. Todos os crimes de Ahihiko Kayaba contra o governo já foram ditados e a Interpol em parceria com a CIA e a Polícia Federal Japonesa estão em busca por Kayaba, mas sem sucesso. As autoridades indicam que ele planejava criar um experimento com almas e o comportamento humano, mas acabou saindo do controle e começou a se sentir obcecado por esse mundo. Ele será encontrado, detido e levado a justiça.
- Moonphase... - Mei-Mei olhava para o noticiário na TV dela, chorando enquanto ligava pro esverdeado do outro lado da linha. - Você viu o que passou no noticiário?
- Ele não devia ter morrido assim... - Ela ouviu o tom tristonho do coreano do outro lado da linha. - Ele falou que a gente ia jogar junto... E o pior é que ele prometeu de verdade!
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Agora, em Underworld(2026)...
12 de Agosto de 380 - Arredores de Rulid, Fronteira Norte do Império Humano...
Alice apontava o machado para o loiro misterioso que acabou de aparecer sorrateiramente atrás deles, e por incrível que pareça, nem mesmo ela percebeu a presença dele até agora.
Eugeo e Alice notaram na aparência do loiro. Ele era alto, vestia roupas de camponês e estava com uns capa por cima. Os seus cabelos penteados para trás tinham duas franjas onduladas que caíam até na altura da boca, seu queixo era cortado, ele tinha olhos verdes em um tom quase azul e o seu semblante não parecia ser de uma pessoa normal.
- Quem é você? - Alice perguntou novamente com o machado em sua mão, pronta para atacar o misterioso.
- Alice, abaixa isso. - Eugeo pegou o machado da mão dela, evitando que ela causasse um homicídio alí mesmo. - Me perdoe, senhor. É que a minha amiga sempre foi muito do tipo desconfiada.
- Não, está tudo bem. Foi erro meu chegar tão perto assim. - O loiro decidiu falar logo para não causar mais suspeitas e começou a agir normalmente. - O meu nome é Gabriel. Gabriel Miller.
- Gabriel Miller... O seu nome todo é em Língua Sagrada? - Eugeo perguntou a ele, curioso com o fato. Era bem raro os humanos em Underworld terem nomes assim, já que a Língua Sagrada não era nada mais e nada menos que o inglês universal do mundo real.
- Sim, é só a única coisa que consigo me lembrar. - Gabriel colocou sua mão na cabeça, em uma tentativa de se recordar de algo. - Mas não consigo. Só o que me lembro é de acordar por aqui com essas coisas e essa espada.
- Então... Você é uma criança perdida do deus Vecta? - Alice perguntou a ele.
- Eu não sei. Quem é esse? - O loiro misterioso perguntou, tentando entender do que se tratava.
- O Imperador Vecta, o Deus das Trevas é o ser que comanda todo o Território Negro, lá do outro lado das Montanhas do Fim. - Eugeo explicou pra ele. - Geralmente ele rouba as memórias da pessoa, deixando ela vagar por todos os lugares e acordar em lugares estranhos. E por causa desse motivo, nós chamamos as pessoas que acordam na floresta de crianças perdidas de Vecta. Mas no geral, são só jovens que são raptados, e o senhor já é adulto.
- Desculpe, mas ainda não tô entendendo direito do que está falando. - O loiro de franjas ficou um pouco confuso, coçando sua têmpora.
- Eugeo, pode vir ali comigo rapidinho? Espere aí, senhor. - Alice puxou ele, em uma distância considerável do forasteiro para que não pudesse ouvir eles. - Não podemos confiar nele, Eugeo.
- Mas ele não parece ser uma ameaça, Alice. - Eugeo cochichou perto dela. - Ele não deve ter nenhuma lembrança.
- Você ainda não viu a espada nas costas dele? - Ela apontou para a lâmina negra com um diamante no pomo. - Ele com certeza deve ser um guerreiro do Território Negro.
- Mas só que não tem como ele ter invadido o Império Humano sem que os Cavaleiros da Integridade não notassem. - Eugeo explicou a ela. - Se fosse isso, todo mundo da Igreja já estaria aqui na nossa frente chovendo de Cavaleiros. - Até que as palavras de Eugeo faziam sentido. Se aquele homem aparentava ser um guerreiro ou não, humano ou filho de Vecta, era muito difícil de se responder. - E além disso, ele deve estar confuso e não podemos deixá-lo ali.
A loira suspirou em derrota, vendo que também não seria legal em deixar um necessitado sozinho e confuso no meio da floresta.
- Tá bom então. - Alice se decidiu e foi até Gabriel. - Você pode ficar com a gente por enquanto, se quiser. - Muito obrigado, minha jovem. - Ele agradeceu. - E o seu nome é...
- Alice. - Ela o corrigiu. - Meu nome é Alice Schuberg.
- E qual o seu, rapaz? Pode me dizer? - Agora foi a vez do loiro de franjas se referir a Eugeo.
- O meu nome é Eugeo, o espadachim. Eu não tenho sobrenome, pois não sou um nobre. - Ele se apresentou ao loiro mais velho.
- Eugeo? - Dessa vez, Gabriel se surpreendeu com o nome do rapaz. Há quatro anos atrás, desde o incidente com o SAO que ele ouviu esse nome passar pelos seus ouvidos, e incluindo essa voz tão familiar. Não, claro que não. Deveria ser apenas uma correção de dados, afinal os Lightcubes de todos os FluctLights funcionavam de maneira diferente. E não tem como ser ele. Gabriel afirmava em seus pensamentos que não seria verdade.
- Ei, você está bem? - Eugeo perguntou, tentando saber no que se passava na mente daquele homem.
- Ah, estou sim. Só estou um pouco pensativo com essa coisa de eu ter perdido as memórias. - Ele falou, em um tom neutro. - Ainda estou tentando aceitar essa coisa de ter acordado aqui no meio do nada.
Alice não deixou de ficar com os olhos vidrados naquele homem. Com certeza ela não tinha nenhuma certeza se ele era mesmo alguém confiável, mas o seu coração mole não deixaria o coitado ficar naquele calor de verão.
Eugeo e Alice estavam carregando algumas árvores nos braços, e o mais velho se estranhou com isso. Como eles tinham tanta força? Não eram pessoas normais, obviamente. Provavelmente eles seriam os poderosos guerreiros imortais que protegem o Império Humano, os Cavaleiros da Integridade que Critter havia explicado a ele. Eles eram super-soldados imortais alterados genética e místicamente, com o simples objetivo de servir fielmente a Pontífice, matando e guerreando só por ela.
- Como vocês são tão fortes assim? - O loiro os questionou, curioso.
- Bom, senhor Miller. Isso meio que é... - Eugeo tentava encontrar uma boa resposta, mas era difícil de responder.
- Nós treinamos a nossa força física como espadachins, e por isso esse poder foi abençoado pelas deusas que nos deram essa benção. - Alice respondeu, com o objetivo de deixar com que Eugeo não conte mais do que deveria.
- Ah, entendi... - Foi meio óbvio ele ter percebido que Alice estava omitindo várias coisas naquilo, pois nenhum humano normal em Underworld além de um Cavaleiro da Integridade poderia ter tamanha força para levar milhares de quilos com as mãos. Gabriel enfiou as mãos em duas árvores e as ergueu, no intuito de ajudar os seus queridos "alvos". Eugeo e Alice se surpreenderam com feito do loiro mais velho em levantar as duas árvores, e ficaram praticamente de queixo caído. - O que foi? Eu só quero ajudar vocês, já que estão levando muita coisa.
- Como foi que você... - Alice nem conseguiu fazer direito essa pergunta.
- Pegou essas... - Nem mesmo Eugeo conseguiu terminar a pergunta da loira.
- Bom, eu só peguei a árvore nas mãos, já que parecia tão leve como vocês estavam carregando. - Ele respondeu com uma cara inexpressiva de paisagem, deixando Eugeo ainda com um rosto de "Pode repetir de novo?". Alice então, nem se fala. A menina já bugou só com a cena e nem mesmo conseguia mais processar o que Gabriel havia feito.
- EEEEEHHHH?!
- EEEEEHHHH?!
Ao levarem ele até a casa deles, Gabriel conheceu o senhor Garitta e Kirito enquanto estavam ali e assim explicaram a ele sobre o porquê de algumas coisas estarem com obras em algumas partes da casa.
- Entendo... Então vocês estão construindo uma casa só pra vocês três, não é? - Gabriel perguntou, olhando para os três espadachins e Eugeo acentiu com a cabeça.
- Sim, no mês que vem já vai estar tudo pronto. E por isso, só falta apenas a cozinha e o resto do telhado. - Eugeo explicou a ele. - Mas eu acho que pode demorar um pouco.
- Bom... Eu poderia ajudar vocês. - O loiro de franjas sugeriu. - Eu não me lembro quem eu era, mas sinto que antes de empunhar essa espada como um guerreiro, o meu Chamado poderia ter sido com construção cívil e arquitetura. Se eu olhar bem para a casa de vocês, talvez eu possa ajudar.
- Seria de grande ajuda, senhor Gabriel. - Garitta acentiu a ele. - Com mais um ajudando na obra, vamos poder diminuir o tempo de construção.
Eugeo se animou com a ajuda do loiro, mas por alguma razão, Alice ainda estava com um pé atrás em relação ao mistério desse cara. Primeiramente dizendo, ela notou de cara que... O Gabriel e Eugeo eram iguaizinhos! A aparência, os cabelos loiros que beiravam o mesmo tom de linho, os olhos verdes que se assemelhavam a um tom quase azulado e o mesmo semblante firme de alguém sério e frio. E também... O loiro misterioso se assemelhava muito com o homem em que ela viu no seu pesadelo há três meses atrás.
- O que será que aquele cara tem? - Antes que Alice pudesse continuar pensando mais sobre esse assunto, ela notou Kirito dando alguns grunhidos.
- Ah... Ah...
Rapidamente, ele ouviu alguém bater na porta e avisou mesmo inconsciente. Alice foi até a porta, e viu uma jovem loira sorridente vestida de freira com uma torta em mãos.
- Oi, irmã.
- Selka. - Elas duas se abraçaram. Desde esses dois meses que se passaram, Selka e Alice começaram a interagir mais uma com a outra.
- Eu já terminei os estudos de hoje e a nossa mãe fez essa torta pra vocês. - A mais nova explicou.
- Muito obrigada. Diga a ela que eu gostei do gesto dela. - A loira sorriu largamente. Era uma das coisas que Eugeo gostava de ver em Alice agora que ela começou a ficar mais feliz.
Selka rapidamente parou e se surpreendeu com o visitante que estava na casa do trio.
- Quem é esse homem gigante aí? - Selka perguntou ao Eugeo. - Ele é igualzinho ao Eugeo, ou é impressão minha?
Os dois loiros se entreolharam em um olhar um pouco duvidoso, já que Eugeo estava com sua boca meio aberta e Gabriel estava com um olhar pensativo para ele.
- Creio que não. - Gabriel respondeu a ela.
- Não, não tem nada igual. - Eugeo falou, estranhando com o fato de Gabriel e ele serem iguais, já que não tinham muitas semelhanças em aparência completamente.
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Depois de alguns dias com a ajuda de Gabriel e Garitta, isso fez com que Alice pudessem agilizar ainda mais na construção na casa deles. Por uma grande surpresa, O casal de loiros se surpreendeu que Gabriel podia ter uma boa habilidade em arquitetura e construção cívil. Ele e o velho Garitta discutiam sobre como colocariam as madeiras nos locais certos.
- Quantas vigas de madeira podem dar pra colocar nessa cozinha? - Gabriel perguntou a Garitta, enquanto trazia algumas vigas de madeira.
- Vamos colocar o suficiente para proteger de temporais e da chuva. - O mais velho respondeu a ele.
Já Alice, ela estava mais distante deles serrando algumas vigas enquanto Eugeo cortava e separava algumas toras pra terminar a cozinha.
- Até que a ajuda daquele homem veio a calhar. - A loira falava, ao terminar de cortar a madeira.
- Ele parece ser muito legal, mesmo que não seja de falar muito. - O espadachim comentou.
Já a desconfiança de Alice já estava sumindo aos poucos, já que ele não aparentava ser uma pessoa ruim. Na verdade, o loiro de cabelos penteados nunca falava muito. Ele era bem quieto e só vivia olhando para eles dois. Apesar dele ser só apenas observador, era meio estranho ele olhar para eles como um stalker.
A semana tinha se passado tão rápido, que no último dia aonde eles finalmente terminaram de construir a cozinha, Gabriel acabou dando um sorriso fraco. O primeiro e unico que Alice e Eugeo viram na semana.
- Estou bem grato pela sua ajuda, Gabriel-san. - Garitta falou, enquanto limpava o seu suor com um lenço. - Se não fosse por você, a casa dos garotos não estaria pronta.
- Não precisa agradecer, Garitta-san. Só queria ajudar. - O loiro falou, enquanto bebia o seu cantil de água.
- Sabe de uma coisa? - Garitta chamou a atenção de Gabriel. - Você e o Eugeo são bem parecidos, já percebeu isso?
- Sim, acho que sim. - Ele respondeu a ele. Não haviam dúvidas! Pode ter sido apenas por uma semana, mas realmente o que o sugador de almas não queria confirmar era verdade. Alice e Eugeo eram os dois A.L.I.C.E.s em potencial quem ele estava buscando. E ele estava quase tentado a sugar a alma vindo dos FluctLights deles dois. Ele os viu treinando, estudando Artes Sagradas e inclusive também, ele notou uma química forte se formando ao redor dos dois. Não eram mais seres artificiais, e sim seres vivos de verdade. Se eles fossem se tornar armas vivas no mundo real, como programas militares de computador ou super-soldados em missões, ele não importava mais. Era a sua missão, como chefe e CEO da GDS. Era crucial para a Segurança Nacional Americana, e ele cumpriria com a sua missão da forma mais divertida e cruel possível. - Eu pude notar que ele é um garoto um pouco tímido, mas é bem gentil. Mesmo assim, eu sinto que alguma coisa já tenha acontecido com ele. Sabe se já aconteceu algo com o Eugeo?
- Acho que a última vez que eu vi o Eugeo sorrindo foi depois da Alice ter sido levada por um Cavaleiro da Integridade. Mas depois do Kirito ter conhecido ele, isso o animou muito e fez ele ficar muito mais forte pra derrubar o Cedro Gigas. - Gabriel ouvia atentamente a conversa. - Eu não sei bem o que houve com ele depois que voltaram de Centória, mas agora com eles juntos de novo, isso me fez lembrar de como eles sempre ficavam fora até tarde brincando nos campos. O Eugeo nunca teve uma família de verdade, além dos que acolheram. Ele nunca conheceu os seus pais biológicos, mas mesmo assim a com Kirito e Alice eles sempre puderam dar mais conforto em paz a ele.
Isso fez o americano pensar bem no que aconteceu com o jovem que estava ali. Nos olhos dele, ele conseguia sentir uma vida bem forte e ao mesmo tempo triste. Não dava pra saber o que foi que esse A.L.I.C.E. teve que passar em Underworld.
- Aonde ele está?
- No mesmo lugar de sempre. No Cedro Gigas.
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Eugeo estava estudando Artes Sagradas e treinando um pouco suas habilidades de espadachim, já que quando ele e Alice terminavam o trabalho na casa deles, ele estudava e tentava treinar nas horas vagas. Ele se sentiu feliz em saber que Gabriel iria ajudá-los. Ele até mesmo levou ele para Rulid para resolver com o chefe Schuberg sobre deixar ele ali por um tempo até que ele pudesse se lembrar de algo das suas memórias.
- Que técnica estranha. - Eugeo ouviu uma voz famíliar atrás dele. - Como esses rodopios são técnicas de combate?
- É que esse aqui é o estilo pessoal que o Kirito me ensinou. O Estilo Aincrad.
- Ah, então você é um espadachim, é? - Ele perguntou em um tom de interesse e Eugeo acentiu.
- Também estudo Artes Sagradas, mas só que a Alice é ainda mais habilidosa do que eu.
- Entendi. - Eles se sentaram na parte cortada do Cedro Gigas e começaram a olhar para a vila de Rulid lá em baixo. - Quando eu vistei a vila, descobri que vocês dois são tratados como criminosos. Por quê?
- Acho que você já sabe da história da Alice, eu salvei ela lá da Igreja de Axioma e agora que voltamos, o Índice de Tabu impede a gente de voltar a morar com as nossas famílias. - Eugeo segurava um graveto, enquanto explicava a ele. - Mas eu meio que não me importo muito com isso. Eu tenho a Alice, Kirito, a Selka e o senhor Garitta. Eles são tudo o que eu preciso.
- E você tem sentimentos pela Alice? - Agora sim a pergunta de Gabriel deixou Eugeo ruborizado. - Fique tranquilo, eu sou um confidente confiável. Eu nem sou muito de falar.
- Desde que éramos crianças, eu sempre gostei dela. Mesmo a Alice tendo esse comportamento de tsundere desconfiada, eu sempre vi ela tentando ajudar as pessoas e pensar nelas em primeiro lugar. Foi por esses motivos que eu... Me apaixonei por ela.
- Se você tem sentimentos por ela, deve contar a ela. Afinal, não é justo deixar uma garota bonita como ela ir embora. - O loiro de franjas comentou a ele, tocando no seu ombro. - A Alice deve gostar de você sim, eu sei disso.
- Eu... - O loiro mais jovem corou. - Eu não sei se é certo.
- Bom, sempre é bom tentar pelo menos dizer a ela. - Ele se levantou. - Acho que eu não vou ficar mais por aqui.
- O senhor disse que ia ficar só por uma semana e depois ia embora pra tentar encontrar a sua família. Você conseguiu recuperar as suas memórias?
- Ainda não. Mas se eu quero me lembrar, é melhor se eu for andar por esse mundo a procura dela. - Ele deu um sorriso em direção a ele, não um sorriso de maluco do qual ele já estava acostumado a fazer, e sim um sorriso sincero e de felicidade. Ele realmente gostou da companhia do espadachim loiro. - Foi bom conhecer você, Eugeo. Você é um bom rapaz e um grande espadachim.
- O senhor é muito gentil. Obrigado por ter ficado conosco. - Eugeo estendeu a mão a ele e Gabriel aceitou o gesto, finalmente apertando as mãos.
Por alguma razão, o gesto fez o peito de Eugeo ter uma sensação forte e estranha. Ele viu algo estranho de relance.
“Os mesmos olhos...”
No final da tarde, Eugeo, Alice, Garitta e Selka se despediram de Gabriel enquanto ia embora. Alice olhava para Eugeo, que por alguma razão estava soltando uma lágrima solitária.
- Até que ele vai fazer falta. - Alice falou, enquanto tocava no ombro dele.
- Só espero que ele encontre a família dele. - Eugeo sorriu pra ela e colocou a sua mão na dela, e olhando para a casa deles que antes com apenas um cômodo, já estava grande o bastante para abrigar três pessoas.
Enquanto Garitta se despediu dos três, Selka ficou olhando para sua irmã que por alguma razão estava com o rosto avermelhado. Será que por algum motivo, ela estava realmente com calor ou por quê Alice estava começando a nutrir sentimentos por Eugeo?
- Irmã, por quê você tá com o rosto desse jeito? - Selka perguntou a ela.
- Desse jeito, como? - A irmã mais velha estranhou.
- Esse ai, parecendo alguém que tá com febre ou coisa parecida. Que estranho. Sempre que eu vejo você perto do Eugeo, você tá sempre com cara de febre. - Foi nessa hora em que Selka acabou de perceber no rubor de Alice. - VOCÊ GOSTA DO EUGEO!
- Fica quieta! - Ela tapou a boca da freira.
- Você falou alguma coisa, Selka? - Eugeo perguntou, curioso.
- Não, ela não chamou não! - Alice respondeu por sua irmã sorrindo nervosa, e dando um olhar assassino para ela.
- Irmã, que olhar é esse?
- É o olhar que vai te matar! - A loira mais velha começou a correr atrás da adolescente.
- Eugeo, socorro! Solta o ban!
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24 de Agosto de 380...
Torre da Igreja de Axioma - Cidade de Centória, Capital do Império Humano...
Já haviam se passado três meses desde a deserção de Alice e Eugeo, e agora com dois Cavaleiros da Integridade a menos, a Ordem ainda continuava no intuito de querer fortalecer seus exércitos, mas só que os números não eram nada bons.
Os impérios de Norlangarth, Eastabarieth e os outros grandes reinos do Império Humano só haviam no máximo uma quantidade curta de soldados alistados para lutar na guerra. Até mesmo a nobre Medina Orthinanos conhecida como "A Defeituosa" havia cedido a sua guarda pessoal para ajudar a Ordem dos Cavaleiros da Integridade, porém ainda não era o bastante para enfrentar o Território Negro. Como um Cavaleiro da Integridade tinha a força de mais de mil soldados e possuíam habilidades ainda mais poderosas, eles seriam os líderes em guiar seus exércitos.
Deusolbert e Renly estavam sentados em uma barraca no campo de treinamento da Torre, aonde estavam buscando alistar o máximo de soldados possível.
- Com esses últimos vinte, já foram 2.355 homens. - Renly contou, e já terminando de anotar a confirmação do alistamento militar dos soldados.
- Ainda está abaixo do ideal. - Deusolbert citou. - Não sabemos exatamente a contagem de guerreiros do inimigo, mas provavelmente devem ser mais do que o nosso contingente.
- Até agora eu contei uns 45.000 guerreiros no mínimo, na nossa última incursão. - Eydis apareceu ao lado de Eldrie e Bercouli. - Aquela Chanceler periguete dos Magos Negros tá lotando o exército de bruxas dela no grupo dela. E eu acho que o Shasta e o Iskahn não devem estar gostando desse aumento.
- Faz sentido, pois os Cavaleiros Negros e os Pugilistas são as espécies mais fortes e confiáveis no Território Negro. - Bercouli adicionou o seu argumento. - O velho Shasta deve estar sobre pressão ao ter que criar o exército dele, e ainda por cima se preocupar com os dos outros povos como os dos Gigantes, Ogres, Orcs, Assassinos e os Goblins.
- Provavelmente essa guerra vai ser muito difícil de se ganhar. - Eldrie olhou de lado. - E talvez ainda de sobreviver.
- É claro que a gente vai sobreviver, seu bobo. - A acinzentada bateu na blindagem da armadura dele. - Pela primeira vez na vida, a Administradora não tá manipulando a gente. Você pode decidir lutar por quem você quer proteger.
- Eydis...
Enquanto os cinco Cavaleiros não notavam, duas garotas se aproximavam da tenda.
- C-com licença, senhores Cavaleiros da Integridade. - A voz da ruiva de cabelos tons de sangue chamou a atenção deles.
- Há? Essa roupa...
- Nós estamos aqui pra nos alistarmos. - Agora veio a voz da morena ao seu lado, com um tom um pouco tímido. - Somos as Pajens da Academia de Espadachins Ronye Arabel e Tiese Sctolienen.
- É uma pena em dizer isso, mas vocês duas são muito jovens pra entrar no Exército do Império Humano. - Bercouli explicou a elas.
- Mesmo sendo Pajens de Discípulos de Elite, nós duas fomos instruídas com um treinamento especial, e podemos lutar no exército a fim de... - A ruiva ainda insistiu tentando convencer o comandante, e olhando para todos eles, ela viu um rosto famíliar e acabou falando ao mesmo tempo junto com o cavaleiro de armadura verde.
- Tiese?
- Renly?! V-Você é um Cavaleiro da Integridade?!
- Tiese, porquê você gritou do nada? - Ronye estava tentando entender o que tava acontecendo. Já Eydis, ela deu um olhar curioso em direção a ruiva e o esverdeado, e decidiu perguntar.
- Vocês se conhecem, é?
Após elas contarem um pouco do porquê de quererem se alistar ao exército, Bercouli e Deusolbert decidiram deixar isso nas mãos de Eldrie, Eydis e Renly e foram treinar os soldados. Já que cada um do trio seria capitão do seu próprio batalhão por serem Cavaleiros da Integridade, seria a resposta deles que valeria para Ronye e Tiese.
- Então... Vocês querem vencer o Torneio da Quatro Unidades para se tornarem Cavaleiras da Integridade e poder salvar um certo alguém? - Renly perguntou a Tiese, que acentiu em resposta com a cabeça.
- Todos os Discípulos de Elite na Academia de Espadachins do Norte foram convocados pra servirem a Igreja e lutarem no exército. Até a Medina-dono que ainda é Pajem ordenou a guarda dela pra lutar. - Ronye falou a eles agora. - Mesmo que nós sejamos jovens, somos mais fortes do que a média dos soldados rasos e podemos provar isso.
- Mas vocês duas não podem simplesmente entrar numa guerra assim de cabeça e... - Eydis interrompeu Eldrie, com um sinal de mão. - Eydis, o que foi?
- Deixa comigo, Eldrie. - Ela deu uma piscadela pra ele, e deu um olhar malicioso para Tiese.
- E-Eydis-sama... - A ruiva começou a ficar desconfortável com a aproximação. - Por quê tá me olhando desse jeito?
- Eu não sei, é uma coisinha que eu gosto de fazer. - Ela chegou perto, apalpando ela e deixando Renly um pouco pertubado com isso. - Olha só, você ainda é novinha mais tô vendo que tá ganhando corpo.
Já Ronye, ela estava envergonhada em ver o que estava acontecendo. Ela não esperava que uma Cavaleira da Integridade respeitada poderia agir desse jeito.
- Eldrie-sama, isso é normal? - Ronye perguntou ao lilás.
- Quando ela faz isso, nunca é. - Ele suspirou. - Mas pode ficar tranquila, Pajem Arabel. A sua amiga vai ficar bem.
- Eydis, deixa ela em paz. - Renly pediu, tentando fazer elas se desgrudarem. - Me desculpa por ela, Tiese. É que esse é o jeito que a Eydis age aqui.
- T-Tudo bem, Renly. - Ela ainda estava ruborizada, mas rapidamente consertou o que havia dito. - Quero dizer, Renly-sama.
- Não precisa ser tão formal, Tiese. Eu não me importo com isso. - Ele deu um sorriso gentil. - Pode me chamar só de Renly ou do jeito que preferir.
- Tá bom, mas sem perder o rumo da meada, o que você tá sugerindo exatamente, baixinha? - O lilás chamou a atenção deles, se referindo a Eydis.
- Que uma delas mostre o seu estilo de luta contra o Renly. - Ela respondeu a ele, deixando o esverdeado e o lilás surpresos com a ideia.
- Você tá maluca?! Pirou?! Tá comendo terra, é?! - Eldrie e Renly falaram ao mesmo tempo.
- Renly, o Comandante deixou a gente escolher se elas podem ou não entrar no exército. E se elas dizem que são mais fortes do que a média, quero ver mesmo se é verdade. Tiese, você vai lutar com o Renly. Isso se não tiver problema pra você, não?
- Não senhora!
Vendo que não conseguiria convencer a acinzentada, Renly apenas concordou e os cinco foram para a área de treinamento. A ruiva e o esverdeado pegaram duas espadas de madeira e agora estavam se olhando fixamente enquanto encontravam uma posição de combate mais eficaz para iniciar.
Já Eldrie e Eydis, perceberam por um instante a técnica que Tiese estava usando. O mesmo estilo de luta do Eugeo!
- Eydis, aquilo ali é... - Eldrie notou e Eydis acentiu. Eles foram até Ronye e perguntaram a ela. - Pajem Arabel, qual é a técnica que a sua amiga está usando? Aquilo não é o Estilo High-Norkia do qual a Academia do Norte costuma ensinar.
Antes que Ronye respondesse ao Trinta e Um, Tiese já foi para cima de Renly e o esverdeado se surpreendeu com a velocidade da ruiva. Ele se chocou com ela, que agora estava surpresa pelo fato de estar se sustentando numa luta contra um Cavaleiro da Integridade.
Renly rapidamente começou a atacá-la com golpes de sua espada. Em um ataque de direita, Tiese desviou e atacou o esverdeado de tranças com um golpe do Salto Sônico e ele rapidamente defendeu.
- Você é muito boa! Nunca vi nenhuma Pajem lutar desse jeito. - Renly a elogiou, sem deixar de olhar para ela enquanto sua espada ainda estava entrelaçada com a dela. - Você me lembra um amigo meu.
- O meu senpai me ensinou. Por causa dele, eu quero ser mais forte! - Ela deu um golpe do Ataque Vorpal, fazendo o esverdeado bloquear o golpe horizontal.
Após alguns momentos, Eldrie parou a luta e finalmente ele e Eydis tiveram uma resposta para elas.
- Bom, só de ver você lutando contra o Renly e aguentar uns 30 segundos, você é muito habilidosa, Pajem Sctolienen. - A acinzentada respondeu a ela, e já apalpando a ruiva no intuito de deixá-la envergonhada. - Decidimos dar a vocês duas a permissão de se alistar no exército humano, mas só que em troca, você pode me contar quem foi o mestre que te ensinou a lutar?
- Eram dois Discípulos de Elite, os mais forte de todos na Academia de Espadachins. Os nomes deles são...
Enquanto Tiese contava sobre o seu mestre/senpai, Bercouli olhava a uma distância considerável do campo de treinamento. Aparentemente, o mais velho notou que as técnicas da ruiva, mesmo sendo ainda no básico, pertenciam a alguém obviamente familiar.
- “Você e o Kirito treinaram bem as suas Pajens. - Ele olhava para o ar, enquanto estava em seus pensamento. - Não concorda comigo, Eugeo?”
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26 de Agosto de 380...
Rulid...
Alice e Eugeo estavam fazendo os toques finais na obra de sua casa na floresta. Com a ajuda de boa vontade de Garitta e o apoio de Gabriel, o casal estava fazendo o último cômodo.
Se passaram três meses desde que Eugeo e Alice haviam abandonado o seu dever sagrado como Cavaleiros da Integridade, para proteger Kirito e viviam agora como simples camponeses em uma floresta.
Mesmo com a vila não gostando da presença deles, acabou que Eugeo e Alice conseguiram um trabalho de cortar algumas árvores semanalmente, de cada lenhador que os contratava. Agora que Eugeo retornou ao seu Chamado de lenhador, ele colocou a sua técnica em árvores a prova. Sempre que ele cortava, era apenas em um único golpe. Já que desde o Ritual de Síntese, os seus benefícios de imortalidade como também a super força deixavam ele bem habilidoso e focado para esse tipo de trabalho.
Alice até pediu para que ele a ensinasse a cortar árvores da maneira correta, já que as mãos finas e delicadas dela mesmo com a forca semelhante a do loiro, não tinham lá uma experiência que força muito as mãos além da espada.
- Como é que eu corto essa árvore, Eugeo? - A loira perguntou. - Você sempre corta as árvores do Barbossa só com um golpe.
- É só técnica. - O loiro respondeu a ela, enquanto olhava para os cortes que ela fez na árvore com o machado. Eram cinco arranhões em lugares errados, e as mãos dela estavam quase dando calos. Era óbvio que ele tinha sugerido a ela para não se machucar com esse trabalho, mas Alice era uma garota difícil de se convencer. - Quando eu tô usando a minha força, eu sempre foco ela apenas pra um único lugar. Você pode tentar fazer isso. Deixa eu te ajudar.
O loiro encostou seu corpo atrás dela, segurando nos braços de Alice. Ele ajeitou as pernas dela, com o mesmo modo de como eles usam as espadas para lutar.
- Ajusta as suas pernas e vira o quadril. Pensa que é a sua espada e aí então você... Ataca! - Ambos atingiram a árvore, fazendo-a cair em instantes. Alice se alegrou por conseguir derrubar a árvore com a ajuda de Eugeo. - Entendeu? É só imaginar a árvore como um objeto e o machado na mão como a sua espada.
- Obrigada, Eugeo. - Ela agradeceu a ele, dando um sorriso. Provavelmente eles não devem ter notado a aproximação corporal deles, e na hora em que Eugeo percebeu que estava abraçando Alice de costas, os dois rapidamente coraram e ele se desgrudou dela.
- Me desculpa, Alice. E-Eu só queria te ajudar a fazer uma técnica boa pra derrubar a árvore, só isso. - O loiro se desculpou, curvando-se para ela.
- T-Tudo bem, foi só pra me ajudar. - Ela respondeu, com seu rosto tão ruborizado como o dele. Na verdade, nesses três meses, a aproximação física de Eugeo e Alice cresceu muito. Quando se conheceram em Centória, eram praticamente desconhecidos. Passou-se duas semanas e eles se tornaram colegas de equipe e amigos. E agora, essa intimidade que eles tinham cresceu ainda mais para alguma coisa que Alice não sabia como dizer.
Mas se fosse realmente o que ela achava no fundo, com certeza era um sentimento errado e proibido. Afinal esse corpo não pertencia a ela, e sim a outra Alice. Esses sentimentos por Eugeo não eram corretos pra ela de se confirmar, mas a dúvida se corroía por dentro do seu peito.
Ela nunca disse a palavra que significava a agonia no seu peito, e ela não queria viver um clichê de "felizes para sempre." Afinal, Cavaleiros da Integridade são imortais e considerados como verdadeiros monstros de combate. Era difícil de querer viver uma história de amor com alguém.
Ponto de Vista(Alice)
Eugeo havia ido trabalhar cortando árvores hoje, já que era a vez dele de ir. Eu estava cuidando do Kirito e preparando o almoço. Nesses três meses, não tivemos muito progresso em tentar trazer o Kirito a ser o que era, e o seu braço direito ainda estava decepado. O corpo dele havia perdido musculatura e agora estava começando a ficar mais magro. Eu ficava triste em ver que o nosso estudo de Artes Sagradas não tava levando a gente a lugar nenhum.
Mas mesmo assim, o Eugeo não ficava para baixo. Mesmo que ele aparentasse estar triste também, ele era forte demais para não cair em lágrimas. Queria ser como ele.
Enquanto eu estava pegando um tempero na hortinha do lado de fora, eu senti uma presença furtiva tentando se camuflar na floresta. Instintivamente, peguei uma das toras da construção com as mãos e apontei para um arbusto de onde estava havendo algum movimento.
- Quem é que tá aí?! - Olhei para o arbusto, da onde estava saindo uma mulher encapuzada com uma capa branca e com uma katana bem famíliar. - Espada do Corte Sombrio? Espera, então é você...
- Sou só eu, Alice. - A acinzentada a saudou. - Já faz um tempo, né?
- Eydis! - Me surpreendi com o fato dessa pervertida desmiolada ter me seguido até aqui. - Como foi que você descobriu aonde eu moro? Você não veio aqui pra matar o Kirito ou levar o Eugeo e eu de volta pra Igreja, não é?
- Nenhum dos dois. Na verdade, eu só vim aqui pra te ver. - Eydis explicou, enquanto eu ainda estava em alerta. - É bom ver que você tá bem. Bem o bastante pra levantar uma tora na mão, pra falar a verdade. Pensei que você tava segurando é a Rosa Azul do Eugeo.
- Para de falar besteira, Eydis! - Soltei a tora depois da piadinha de duplo sentido. Apesar dessa desmiolada ter vindo sozinha, já tenho certeza de que ela não veio até aqui pra matar o Kirito.
- Bom, eu só tive uma certa ajudinha de duas Pajens. E como o Eugeo disse que tinha uma, decidi ir perguntar a ela pessoalmente. - Ela respondeu, enquanto olhava para a árvore oca aonde estavam a Amayori e o Hanayuki dormindo. - Faz tempo que eu não te vejo, Amayori. E você também, Hanayuki.
Decidi deixá-la entrar e como já estava preparando o almoço, perguntei a ela se queria comer e já foi logo dizendo um sim automático. Aonde ela foi de negar comida, essa esfomeada do caralho?
- E então, como vocês três tão vivendo por aqui? - Eydis me perguntou, enquanto olhava para Kirito em sua cadeira de rodas.
- No começo foi um pouco difícil, mas aprendi a me acostumar. Aqui é um lugar muito lindo, calmo e os dragões podem ficar livres por aí. - Expliquei a ela, enquanto mexia na panela. Estava feliz por ver essa pervertida depois de tanto tempo, mas acho bem estranho o porquê dela ter vindo aqui. - Mas por quê realmente veio aqui, Eydis?
- Bom, faz três meses que eu não vejo a minha amiguinha e decidi dar uma visita. E falando nisso, cadê o Eugeo? Pensei que ele estivesse com você.
- Ele foi trabalhar na aldeia. Daqui a pouco ele já deve chegar... - Antes que eu pudesse continuar, a porta abriu e o loiro chegou no horário de sempre.
- Oi, Alice. Já cheguei. - Eugeo entrou, deixando o machado no armário.
- Oi, Eugeo. - Antes que eu pudesse chegar perto dele, a doida da Eydis já foi é em cima dele.
- Loirinho! - A acinzentada estava começando a bombardear o Eugeo com várias perguntas. - Você tá cuidando bem da Alice? Já tirou o bv dela? Tá namorando com ela?! Porquê eu vou te paçocar no diálogo, se você fez isso!
- Eydis! Como foi que você chegou aqui?! - O loiro estava corado, mas eu não estava tão diferente dele. Essa idiota tinha que falar essas besteiras?!
Após ela explicar a gente direito sobre como achou a gente, finalmente o Eugeo entendeu. Estávamos almoçando, enquanto o Eugeo dava comida na boca do Kirito.
- Então a Tiese e Ronye sabem que estamos vivos? - Ele perguntou a ela.
- Não, foi melhor ter dito a elas que vocês estavam sob custódia dos Cavaleiros da Integridade. Afinal, vocês acabaram indo embora da Igreja e também seria mais seguro para elas não saberem de muita coisa. - Eydis explicou, enquanto comia do almoço que fiz. - Nem mesmo o Comandante Bercouli e os outros sabem que eu estou aqui, já que é a minha folga.
- Entendo... - Ele deu um sorriso fraco. - Pelo menos, é bom saber que elas estão bem, não é, Kirito?
- Ah... Ah... - Kirito deu um sussurro, provavelmente dizendo um "sim" como resposta.
- E como o Kirito está? Vocês ainda não tiveram progresso com ele?
- Ainda não. - Dei um olhar cabisbaixo, enquanto mexia com a comida do meu prato. - Ainda não sabemos direito o que aconteceu quando ele estava lutando contra a Pontífice. Os nossos feitiços de Artes Sagradas ainda não causaram nenhum efeito nele, e ainda está nesse estado catatônico.
- Você é a maior feiticeira de Artes Sagradas do mundo, Alice. Tenho certeza de que você vai dar um jeito. - Eydis colocou sua mão junto da minha, tentando me confortar. - Além do mais, vocês três juntos podem fazer qualquer coisa. Não é verdade?
- É verdade sim. - Eugeo sorriu com o ânimo levantado, enquanto terminou de alimentar o Kirito. - Mas e a Ordem? Como estão os outros em relação ao exército?
Eugeo colocou um ponto que eu também queria saber. Se passaram três meses desde nossa deserção, e quero saber o que estava acontecendo com os Cavaleiros da Integridade.
- O comandante já propõs um destacamento de todos do exército humano em alguns quilômetros perto do Portão Leste. Até agora, tem algumas invasões de reconhecimento dos goblins, mas o Nelgius e Entokia estão cuidando disso.
- Você disse que o Comandante não sabe que você tá aqui, mas ele sabe que você veio ver a gente? - Perguntei a ela, já que o tio Bercouli era bem capaz disso. Ter mandado ela aqui, sem querer saber onde moramos.
- Vocês me pegaram. - Eydis deu um suspiro. - O Comandante Bercouli e a Vice-Comandante Fanatio me mandaram aqui pra saber se o Eugeo tava bem e se houve algum progresso com os seus poderes. Afinal, como a Espada da Rosa Vermelha é um Objeto Divino Proibido, ele deduziu também que você poderia estar treinando em um lugar isolado, e põe isolado nisso. Caralho, vocês dois tavam morando perto do Império de Norlangarth?! Longe pra caramba, hein.
- Espera, o senhor Bercouli... - Eugeo falou, já surpreso como eu. Então ele já estava prevendo que o Eugeo estava treinando os poderes da Espada da Rosa Vermelha e a Release Recollection dele. - Ele deduziu que eu tava treinando?
- A Vice-Comandante Fanatio disse que era um dos motivos pra vocês terem ido embora.
- Ainda falta algum tempo pra conseguir dominar as encarnações da Rosa Vermelha e a Release Recollection. Mas aquele olhar demoníaco já é outra história. - Eugeo respondeu. Realmente, aquele livro não explica exatamente como o Eugeo pode ativar aquele poder. Mas só o que sabemos é que o Modo Vecta pode ser ativado por um gatilho bem forte, que ainda não sei.
Dito isso, o Eugeo foi lá cuidar da horta e levou o Kirito também, com a Espada do Céu Noturno e a Espada da Rosa Azul no braço esquerdo.
- Eu tô feliz em saber que você tem uma irmã caçula. Eu queria conhecer ela. - Eydis falava, enquanto via os dragões dormindo e voltou pra me olhar de um jeito malicioso. - Ela deve ser tão bonita como a irmã mais velha.
- É, ela ia gostar de conhecer você. Mas com certeza você não passa perto dela. - Dei um olhar protetor a ela.
- Relaxa, Alicezinha. Eu só tenho olhos pra você! - Finalmente essa desmiolada começou a me apalpar. - Tava com saudade disso.
- Mas eu não. Desgruda de mim! - Dei um soco nela, fazendo-a bater na varanda. - Tenho certeza que o Eldrie deve é tá adorando ver você atazanando ele.
- Ainda tá violenta como sempre, Alice! - Ela deu um biquinho, mas se levantou. Eugeo veio junto com o Kirito notamos a Kirimai planando na clareira da casa. - Eu queria ficar mais, mas eu tenho que ir. Essas são as últimas semanas que eu vou ficar lá na Igreja, e depois vou me juntar ao destacamento junto com os outros.
- Entendo. E sobre a gente...
- Relaxa, não vou contar prós Comandantes aonde vocês moram. Vocês tem o direito de ficar aqui. E Eugeo, vê se cuida mesmo da Alice.
- Pode deixar. Mas eu acho que ela se cuida melhor sozinha.
- Falou a verdade. - Disse em um sorriso convencido.
- Até mais, gente! E me avisa quando começarem a namorar! - Ela já estava voando longe com Kirimai, e essa filha da mãe conseguiu me deixar envergonhada de novo.
- Até que eu gostei de ver ela de novo. - Ele sorriu pra mim, com aquele tipo de sorriso que acalma qualquer coração. - Sinto falta do pessoal em Centória.
- Eu também. - Respondi a ele, com um sorriso. Quero saber o porquê desse clichê estar acontecendo. Não posso gostar do sorriso dele. Não posso ter esses tipos de sentimento pelo Eugeo, pois a outra Alice não iria querer isso. Eu sei disso.
Nunca fui muito ter amigos além da Eydis, o Eldrie e o resto dos Cavaleiros. E agora eu tenho o Kirito, a Selka e o Eugeo. Mas o sentimento que eu tenho pelo Eugeo é bem diferente de todos eles. É algo bom, único e que me faz querer proteger ele como se eu também quisesse que ele me protegesse.
Depois de algum tempo, eu tive essas dúvidas na minha mente e no meu coração. Mas agora que eu percebi, não consigo mais esconder o que sinto pelo Eugeo. Me desculpa, Alice Schuberg. Mas eu não pude evitar o que está acontecendo comigo.
Entao eu estou mesmo... apaixonada pelo Eugeo.
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- Luna! - O loiro de franjas finalmente despertou da máquina do STL. - Mas o quê...
Gabriel havia retornado ao mundo real, e notou que haviam lágrimas caindo pelo rosto. Realmente, ele encontrou seus alvos. E como esperado, já sabia muito bem o que fazer com eles dois. Mas por algum motivo, as memórias do deus Vecta e sua irmã Lunaria revelaram algo interessante no seu FluctLight.
- Bem vindo de volta, bro. - Ele ouviu a voz do moreno de cabelos cacheados ao lado dele. - Foi tão rápido que nem achei que ia funcionar.
- Vassago... - O loiro se recordou da missão e limpou suas lágrimas. - Foram sete minutos certinho, não é? A máquina já tá testada e dá pra usarmos as contas do Território Negro.
- Mas conta aí, o que foi que você viu lá pra você chorar desse jeito? - O moreno perguntou, interessado com o que houve com o seu chefe.
- Não foi nada. Era um efeito de memórias do Soul Translation. A máquina tem alguns efeitos com as lembranças, mas é bem estável. Já podemos usar. - Ele respondeu, dessa vez com o seu tom frio e formal. - Critter, ative a conta do Imperador Vecta de novo! Dessa vez, eu e Vassago vamos pro Território Negro!
- Pode deixar, chefe. - A voz de Critter pelo auto-falante ecoou pela sala. - Só fala pro idiota do Vassago não morrer logo de cara lá.
- O que você falou, quatro-olhos?
Com um sorriso de psicopata, o loiro deu um olhar para a máquina e viu que a sua volta começaria a trazer frutos. Se a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira não iriam se revelar em público, com certeza o Imperador Vecta os obrigaria a isso.
- “Agora nada pode nos parar. Alice, Eugeo. Logo, logo eu já estarei atrás de vocês. A sua alma já está guardada pra eu roubar.”
- Link start.
Chapter 10: Capítulo X - O Significado do Amor
Summary:
Alice confessa o seu amor para Eugeo e ambos passam a noite juntos expressando os seus sentimentos reprimidos. Após alguns meses, um convidado inesperado aparece na porta do casal para pedir para que eles retornem para a batalha.
Notes:
Nesse capítulo, a fic já volta pra reta do anime, começando logo a despedida de Rulid. Provavelmente vai ter mais palavras do que o de costume, então peço perdão pela quantidade de coisa. Mas agora esse é o meu jeito de não fazer uma fic com mais de 900 capítulos com fanfics de capítulos curtos, pois é um porre fazer um monte de palavras assim.
• E também, já aviso que esse capítulo tem cenas de +🔞
Chapter Text
30 de Setembro de 380...
Arredores de Rulid, Fronteira Norte do Império Humano...
Eugeo acordou cedo como de costume, e notou que Alice não estava ao seu lado. Ele estranhou, já que ela costumava dormir um pouco mais do que ele.
O loiro se levantou e foi ver o Kirito no outro quarto, mas também não estava lá. Isso era estranho, pois geralmente todo mundo ainda estaria dormindo já que não eram nem 7 da manhã.
- Ué, cadê o Kirito e a Alice? - Ele coçou sua nuca, e sentir um cheiro bom vindo da cozinha. Ele foi lá, e viu Kirito sentado na mesa e por outro lado a Alice cozinhando o café da manhã com um avental por cima do seu vestido azul sob medida, segurando uma espátula. Eugeo não conseguiu disfarçar o seu olhar para ela, estava tão bonita mesmo com roupa casual.
- Bom dia, Eugeo. - A bela loira o saudou, enquanto mexia com a espátula.
- Bom dia, Alice. - Eugeo a cumprimentou com um gesto. - Eu não esperava que você ia acordar mais cedo pra fazer o café. Se eu soubesse, iria ajudar.
- Não precisava. Eu queria fazer pra vocês, já que a aldeia vende uma massa especial de panqueca que você disse que gostava. Por isso, eu decidi fazer especialmente pra você.
- S-sério mesmo que fez isso só pra mim? - O loiro se sentiu corado.
- B-bom, pra você e pro Kirito também. - Ela falou com o rosto ruborizado e para disfarçar a face, ela voltou para o fogão para preparar o resto da refeição. Ela deixou algumas panquecas de carne no prato dele, enquanto ela alimentava o Kirito. - Como é que tá?
- Tá... Tá incrível! - Os olhos verdes do loiro brilhavam de emoção. Alice gostou de ver Eugeo gostando do café, já que o sorriso dele já era um elogio pra ela. - Você cozinha tão bem!
- Não preciso de tanto. - Ela se sentiu envergonhada.
- Claro que precisa. Desde criança, você sempre foi boa de cozinhar. - O loiro falou com sinceridade.
Era raro em ver a Alice sorrindo, e Eugeo estava tentando entender o porquê dela estar sendo tão legal com ele. Ela teve até a boa vontade de fazer café da manhã pra eles, sendo que era especialmente para Eugeo. E ele gostou do gesto.
Eles já haviam terminado a casa, e apesar de não ser feita de tijolos, era uma construção de madeira bela e robusta. Com as ideias de Gabriel e a experiência do velho Garitta, o trio poderia dormir bem lá.
O casal começou a trabalhar na aldeia, com chamados múltiplos de lenhadores e ajudantes de fazenda. Eugeo era melhor para esse tipo de habilidade como lenhador, mas Alice também queria fazer o mesmo para ajudar. Infelizmente, eles trabalhavam para algumas famílias de classe alta que não viam eles além do que simples objetos, pois a força monstruosa de Eugeo e Alice era muito benéfica para árvores resistentes.
Um dos que mais contratava eles para esse serviço era Nygr Barbossa, um homem que era conhecido na vila como o mais rico de Rulid. A família dele era composta por filhos mimados dele, que cortavam as árvores da floresta, com o intuito de expandir as áreas de plantação da vila.
Alice inicialmente se irritou com os métodos que eles tinham que trabalhar, mas Eugeo sabia muito bem como eram eles. E por experiência própria, não dava pra discutir com gente mimada. O ganho não era muito, mas era o bastante para se equilibrarem bem e cuidar de Kirito.
Nesse momento os dois estavam estudando Artes Sagradas, dessa vez em feitiços avançados. A clareira da casa deles era um lugar perfeito para treino mágico.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Elétrico. Onda de Choque! - Eugeo ativou o feitiço, atirando uma poderosa rajada elétrica de suas mãos em direção ao alvo, queimando o mesmo na hora.
- Uau, que pontaria boa. - Alice se surpreendeu, já que como Eugeo estava se adaptando bem ao estudo de feitiços avançados, a técnica de Artes Sagradas era muito boa. Ele fazia cada segundo do treino valer a pena só pra trazer o Kirito a ser o que era, mas parecia que não era o bastante. Além disso, ele também precisava treinar o seu auto-controle do Modo Vecta ficando mais forte. - Se fosse um combate grupal, você já teria eletrocutado dezenas de pessoas.
- É, mas a minha especialidade é mais com o Elemento Criogênico.
- Eugeo, teve uma vez em que eu vi você treinando na torre com duas espadas igual ao que o Kirito fez uma vez. O que era aquela coisa? - A loira perguntou, curiosa.
- Eram técnicas avançadas que o Kirito desenvolveu. Ele falou que usar duas espadas numa luta era muito vantajoso. Você pode usar uma para atacar, enquanto se defende com a outra. Ele chamou a técnica de Empunhadura Dupla, e alguns dos golpes dessa técnica se chamam Skill Connect.
- Skill... Connect? O nome dessas técnicas são em Língua Sagrada?
- É engraçado, mas esse ataque da Skill Connect é muito poderoso. Quando eu vi o Kirito usando isso na Academia de Espadachins, ele falou que com sorte, ele podia usar atacar três ou quatro vezes na hora. - Eugeo explicou, enquanto criava uma réplica da Espada da Rosa Azul em mãos e se levantou pegando a sua espada com Kirito. - Olha só.
Ele ajeitou sua postura com as duas lâminas, fixando em um pequeno alvo e depois de segundos, o Espadachim acertou com três golpes de sequência bem sucedidos fazendo o alvo de madeira queimado ser cortado instantaneamente. A loira ficou perplexa em ver a habilidade que Eugeo tinha. Como ele falou, não era fácil ter um timing perfeito para a Skill Connect e ele conseguiu acertar três golpes.
- Você é muito bom como espadachim. - Alice elogiou, também dizendo uma verdade óbvia. Eugeo era um dos poucos no mundo que podia lutar de igual pra igual contra o Comandante Bercouli e ela nunca viu ninguém tão forte como ele. - Não tanto como eu, mas é bom.
- Você me derrota direto. - O loiro bufou suas bochechas.
- Isso porquê eu sou muito mais habilidosa que você. - A loira de tranças sorriu convencida, balançando o seu cabelo.
- Tá bom...
Como Alice queria preparar um dia especial para eles, ela queria logo dizer o que sentia para o Eugeo. Esconder os seus sentimentos já não dava mais para ela, e ela precisava logo dizer. Mesmo que não fosse recíproco.
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- Deixa eu ver se eu entendi. - Selka fechou seus olhos. - Você quer passar mais tempo com o Eugeo?
- Isso.
- E por isso, você quer que eu cuide do Kirito enquanto vocês saem? - A adolescente de cabelos loiro-alaranjados questionou novamente.
- Isso.
- Quer dizer então... Que você vai finalmente dizer ao Eugeo que você ama ele? - Selka deu um sorriso de orelha a orelha, deixando Alice envergonhada. - Eu sabia!
- Fala baixo! - A irmã mais velha calou a boca da caçula.
Quando Selka começou a visitar com uma certa frequência Alice, Eugeo e Kirito, a garota contou a ela que desde que eram crianças, Alice revelou que tinha uma quedinha pelo Eugeo e até mesmo contou que quando crescessem e fossem adultos, iriam se casar.
Apesar de ser só uma brincadeira de crianças, também não deixava de ser fofo. Afinal, a outra Alice também tinha sentimentos pelo Eugeo graças ao Módulo Piety em seu peito.
Enquanto Eugeo levava a cesta de lanche para Alice, eles andavam e olharam para trás lá na casa deles aonde Selka estava acenando junto com Kirito sentado em sua cadeira de rodas.
Alice olhava para as árvores que começavam a alaranjar aos poucos. A estação do Outono já estava chegando e como eles sabiam que o clima no norte era frio, ela não pôde deixar de fazer pro Eugeo e Kirito um cachecol para cada um. Se bem que Eugeo já não tinha tanto problema pra frio, já Kirito que estava praticamente indefeso era outra história.
- Você disse que aqui em Rulid, o frio já costuma a aparecer antes do Outono, não?
- Quando a gente era criança, a minha mãe uma vez me lotou de roupa de frio. E o pior é que nem mesmo protegeu e eu fiquei de cama a semana inteira. - O loiro se lembrou, um pouco traumatizado com isso.
- Então você era "friento" quando criança, é? - A loira riu. Ela se lembrou de uma vez que Eydis aprontou na torre nessa época de frio. - Você não imagina o que a Eydis fez na época em que o Eldrie chegou.
- O que houve?
- Não tem a grande banheira do 90º Andar? Aquela doida trocou as placas bem no dia em que a senhora Fanatio tinha ido tomar banho, e deu uma merda tão grande que ela foi lá no quarto dela só pra pegar a Perfuradora dos Céus pra atirar sol naquela doida. - O loiro riu com a narrativa de Alice. - Não é pra rir não, tá? Fui eu que sofri também. Na confusão, o Eldrie nem entendeu nada e quando a Eydis tacou um balde de água fria, ele congelou na hora e ficou puto com ela.
- Do jeito que a Eydis é, eu espero qualquer coisa. - Eugeo não pode deixar de rir, só de imaginar o ocorrido cômico. Os dois rindo tanto da desgraça dos Cavaleiros da Integridade não era lá permitido, já que os Índices de Tabu são muito enquadráveis. Mas como eles eram autoridade, né... A risada não parava.
- Alice... - Agora Eugeo parou de rir, e deu um olhar sério pra ela agora. - Lá na Igreja de Axioma, você já conheceu alguém especial?
- Especial como? Tipo de amigo?
- Não, é o outro tipo de especial. - O loiro respondeu, e ela entendeu na hora.
- Bom, no passar dos anos alguns estudantes da igreja davam em cima de mim, mas eu nunca me interessei por eles. Até o Eldrie e a Eydis que são é doidos por mim, não me atraíam. - Alice explicou, enquanto Eugeo comia a tortinha de frutas. - Desde então, eu decidi não me iludir igual as garotas nos livros que esperam ser salvas por um herói.
- Ah, mas eu gosto desses tipos de história de romance. - O loiro riu. - Se até mesmo o Vecta se apaixonou por alguém, então nada é impossível.
Após isso, os dois ficaram em um silêncio agradável e se deitaram olhando para as nuvens. Com o sono chegando, Alice acabou adormecendo primeiro e Eugeo também.
O sol de Solus chegava ao fim do dia e Selka trazia Kirito na cadeira de rodas. A adolescente viu Eugeo e Alice dormindo abraçados um com o outro. Selka estava adorando ver aquela cena melosa de ambos. Desde criança, Selka sabia que Alice gostava de Eugeo. Eles sempre brincavam juntos quando terminavam os seus Chamados.
Agora que Eugeo trouxe ela de volta, quem sabe o rapaz poderia finalmente se declarar para ela.
Ponto de Vista(Eugeo)
Eu estava em um sonho onde havia uma mulher loira de mechas pretas olhando para a lua de Lunaria, sentada em uma colina. Ela me dizia para eu seguir em frente só com quem eu levasse. Não entendia o que ela queria dizer, mas quando a mulher de preto apontou para atrás de mim, me virei e notei que estava olhando para o paraíso.
Era simplesmente a coisa mais linda que eu já vi. Os longos cabelos loiros em tom dourado como ouro, soltos como um cobertor. Ela vestia um vestido branco feito sob medida naquele belo corpo curvilíneo, ela tinha uma tiara branca em sua testa, fazendo suas franjas caírem de seu rosto. A beleza divina dela superava a de qualquer uma em Underworld, até mesmo a de Quinella ou a da própria deusa Stacia.
Eu abri os meus olhos, saindo daquele belo sonho e vi ela abraçada a mim. Uma deusa encarnada em ser humano.
Como uma garota tão bela assim poderia existir? Nenhuma beleza no mundo superaria a de Alice. Eu não sei se valeu a pena eu ter morrido por Underworld, mas o retorno da minha vida foi apenas por ela. Só por ela. E isso já vale cada segundo.
Notei que Selka estava ali com Kirito, sorrindo de forma maliciosa. Já eu, estava meio envergonhado. Ela viu a gente dormindo, e trouxe o Kirito junto.
- Tô vendo que o soninho foi bom, Eugeo. Não acha, Kirito?
- Ah... Ah...
- Não fala assim, Selka. - Falei baixo, já que Alice estava dormindo. Mas como o céu alaranjado já estava mostrando o fim do dia, decidi acordá-la logo. - Alice... - Toquei o seu rosto, fazendo ela despertar e piscar os olhos aos poucos.
- O que foi? - Ela perguntou, enquanto estava se recompondo.
- O sol tá se pondo. - Respondi a ela, enquanto continuava me fixando naquele belo rosto sonolento. - Vamos voltar.
- Quero ficar mais um pouquinho. - Ela bufou as bochechas, agora fortalecendo seus braços no meu corpo. Será que ela ainda não notou o que tá fazendo? E melhor ainda, por quê eu sinto que não quero me afastar dela assim?
- Tá bom então. Deixa eu te levar. - Dei um sorriso, enquanto terminava de arrumar as coisas. Coloquei a loira nas minhas costas, de uma forma mais confortável pra ela e a levei de volta pra nossa casa.
- Eu não falaria nada, mas Alice... Como deve ser você estar sendo levada nas costas pelo Eugeo? - Selka perguntou.
- I-isso foi só hoje, porquê eu fiquei cansada. Só isso. - A loira se queixou. Sinceramente, eu não sei o porquê da Alice começar a se sentir mais a vontade comigo. Mais tarde, eu vou querer saber o motivo.
Mais tarde, nós já estávamos em casa e essa foi a vez de eu fazer o jantar. Mas quando a gente voltou, a Alice parecia estranha de novo. É como se tivesse escondendo alguma coisa de mim, sei lá.
- Kirito, você se lembra do meu risoto de carne seca com arroz cremoso? Olha aqui! - Estava tirando do forno a comida e colocando ela na mesa.
- Parece delicioso! - Alice falou, enquanto cheirava a bela fragrância da comida.
- Eu aprendi essa receita com o meu irmão Galio e a minha irmã Sulinea. Ela fazia o arroz com o creme de leite, enquanto ele colocou o risoto de carne seca junto. Aí daí veio a mistura da comida. - Expliquei a ela, que escutava.
- Você cozinha tão bem.
- Ah, você cozinha também. - Respondi a ela.
- Mas não falou que cozinho bem. - Alice bufou as bochechas. - Hoje cedo eu te fiz um café da manhã tão bom e agora, está falando que não cozinho bem.
- Tá, me desculpem. É que você meio que queima a comida de vez em quando. - O loiro coçou a sua nuca, envergonhado. - Teve até uma vez em que tive que usar uma Arte Sagrada pra parar o fogo da panela.
- N-não é minha culpa! É só por quê a Selka me atrapalhou naquela vez. - Ela tentou consertar, sendo que as vezes ela realmente quase botou fogo em tudo.
- Sei... - Olhei de lado e fomos jantar. Depois de alimentarmos o Kirito, ele sussurrou de sono e levamos ele pro quarto. Enquanto ele finalmente adormeceu, estávamos na sala lendo um livro. Já que a Alice se distraía com livros, ela era tipo eu quando não tava tão séria. Vi que essa seria a chance de saber o porquê da mudança recente dela e fui perguntar.
- Alice. - Chamei a sua atenção.
- O que foi? - Ela me perguntou, saindo da atenção de sua leitura.
- Por quê você tá sendo tão diferente ultimamente?
- Como assim, diferente? - Ela estranhou.
- Tipo, você parece estar me tratando tão bem esses últimos meses, como se você quisesse ver o meu bem.
- É que... - Ela fechou o livro e deixou na bancada. - Desde que perdi a memória, eu nunca passei por essa fase de sentimentos. Eu nunca me importei direito com as pessoas, e ainda por cima quando eu te conheci pela primeira vez, te ameacei cortar a sua mão e reduzir a sua quantidade de vida.
- Mas isso não foi de propósito, eu já disse.
- Foi sim! Eu fui tão fria com você quando falei que você ia morrer naquela guilhotina, que apenas te tratei como um assassino. - Ela começou a lacrimejar. - E mesmo agora sabendo de toda a verdade, o pior é que eu deixei a Alice desapontada. Você acabou morrendo por mim e pelo Kirito.
Me aproximei dela, no intuito de dar algum carinho. Mas ela tentava se afastar.
- Não faz isso, Eugeo. Por favor. Não posso... Nós não podemos. - Ela tentava limpar as lágrimas, mas elas continuavam a descer. Alice tocou a minha mão, e consegui sentir a maciez dela. Era semelhante a um travesseiro. - Você é uma pessoa gentil de coração bom. Eu não te mereço por ter me tratado tão bem.
- Não foi culpa sua, Alice. A escolha de eu morrer foi só minha. Dar a liberdade pra você e os Cavaleiros da Integridade foi o que eu queria. - Não queria que ela ficasse assim triste, ela e o Kirito são muito importantes pra mim e não quero que ela carregue essa culpa. - Você não merece ficar desse jeito.
- Eu sei que você não deve sentir o mesmo que eu, mas o tempo que passamos juntos na Igreja e aqui em Rulid nesses últimos meses foram tão bons, que acabei descobrindo uma coisa que eu não posso mais esconder. Algo que corrói o meu peito só de ocultar. E agora, eu quero muito contar. - Ela agora olhava pra mim, com o olhar hesitante. O que ela quer dizer? - Eu... Eu... Que droga. - Ela começou a hesitar com seu rosto ruborizado, mas deu um suspiro bem mais profundo para acalmar a respiração e finalmente falou três palavras completamente inesperadas pra mim. - Eu te amo!
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“Eu te amo!”
Eugeo estava estático ao ter ouvido as palavras tão únicas saindo da boca de Alice. O que ela havia dito era o mesmo que ele escondia nesses oito anos.
Alice estava ruborizada ao ter se declarado pra Eugeo, aceitando seus sentimentos por ele. Mas mesmo assim, não era bem o que ela achava que seria. Já que sua outra "eu" não aprovaria isso.
- Eu tentei te falar já algum tempo, mas eu nunca consegui. A Alice não aceitaria que eu me apaixonasse por você, porquê ela te amava. Mas acabou acontecendo e esse sentimento que arde no meu peito não consegue mais esconder. - Agora lágrimas saíam de seus olhos, que agora desciam como uma corrente de rio. - E se alguma coisa acontecesse com você ou o Kirito, eu nem sei o que eu faria. Eu entenderei se não sentir o mesmo que eu e...
Eugeo não esperou ela falar e encostou os seus lábios nos da bela loira. A princípio, ela ficou com os olhos arregalados ao ver que ela estava sendo beijada pelo loiro. Ela queria se afastar, mas seu coração não deixava. Não levou nem pouco tempo, que ela acabou sendo levada pelo beijo e retribuiu o gesto carinhoso de volta.
As lágrimas dela caíam em seu rosto, enquanto tentavam beijar. Já que era o primeiro beijo do casal e eles não estavam acostumados a isso, mas acabaram encontrando algum ritmo. Alice se apoiou no peito de Eugeo, enquanto ele segurava o rosto dela com a mão direita e segurando a cintura da loira com a esquerda. Finalmente o ar acabou para ambos os cavaleiros, e Alice se irritou por ter acabado o momento belo dela devido a falta de ar.
- Alice... - Eugeo falou, enquanto ainda suspirava. - Você e a outra Alice não estão sozinhas nesse mundo. Eu e o meu outro lado Trinta e Dois amamos vocês duas. Mesmo que você não seja como ela, você é uma pessoa diferente. E não te vejo como Alice Schuberg ou Alice Trinta. Eu olho pra você só como Alice. Você é a garota mais linda que eu já conheci, a mais forte, esperançosa e corajosa. Nunca tenha medo de quem você é. O motivo de eu querer te proteger, é porquê eu também te amo.
- Seu idiota... - Ela sorriu, enquanto olhava para aqueles olhos verdes que transmitiam segurança e calmaria. A loira agora pulou em seu colo, beijando-o novamente e jogando Eugeo pro outro lado do sofá. Os braços dela estavam no pescoço do espadachim, enquanto as mãos de Eugeo seguravam ela em sua cintura.
Como no primeiro beijo, não estavam mais desalinhados. Agora que se acostumaram com o ato, as línguas se percorriam em uma única maestria. Como Alice já viu em seus livros, "o segundo beijo sempre é melhor".
De repente, Eugeo começou sentir um desejo e levou sua mão para os quadris de Alice. Ela deu um pulo ao sentir a mão dele.
- M-me desculpa, eu não resisti em fazer isso. - Eugeo pedia perdão, embaraçado com o gesto.
- E-então vamos pro quarto. - A loira pediu, completamente envergonhada. - Eu quero... que você me toque mais.
Já Eugeo, ele bugou a mente na hora com o que Alice estava pedindo.
- V-Você tem certeza disso?! Eu não quero que você se machuque com isso ou que acabe se arrependendo do que eu posso fazer.
- Não vou, se for só com você. Você é o único homem que eu amo e confio a minha primeira vez. Quero passar a eternidade com você, Eugeo.
- Está bem. - Eugeo a levou no colo, deixando Alice ruborizada com isso. Não se passava pela cabeça que ela estava pedindo algo especial e único, após confessarem o seu amor um para o outro.
Eles adentraram o quarto e Eugeo fechou a porta, deitando Alice gentilmente na cama, enquanto voltavam a se beijar como antes. Os beijos deles que pareciam iniciantes, se revelavam agora vorazes e bem necessitados.
A loira começava a desabotoar um pouco seu vestido, mas só o suficiente para que Eugeo pudesse ver o pescoço alvo dela. Sem perder tempo, ele levou seus beijos para o pescoço dela fazendo com que Alice soltasse um gemido abafado, após um chupão bem dado de um vampiro mordendo a sua vítima.
- Ah... Oh... - A loira admirava os toques da boca do loiro, que mordia de leve pelo pescoço, clavícula e um pouco perto dos peitos. Ela decidiu desabotoar todo o vestido de uma vez, deixando Eugeo vidrado nos belos seios dela presos em um sutiã branco de renda, pedindo para ser solto. Ele sabia que ela tinha peitos grandes, mas não tão exagerados. Seu corpo, sua personalidade impulsiva, seu jeito feliz que apenas Eugeo via nela... Pra ele, Alice era basicamente perfeita em tudo. - N-não fique olhando só pra eles. Também quero ver o seu corpo.
- Não sabia que você tinha esse lado, minha cavaleira. - O loiro deu um sorriso malicioso. Antes que ela reclamasse, Eugeo tirou a blusa que estava usando, que sem ela estava um corpo definido devido aos anos de treinamento em Centória e o foco pessoal de luta com Kirito.
Alice estava vidrada naquele corpo de Eugeo. Ele era musculoso e o seu abdômen era bem hipnotizante sem a camisa. Mesmo com a cicatriz imensa circulando a sua cintura, ele não deixava nem um pouco de ser bonito.
- A Eydis tava certa. Você é muito gostoso. - Ela apalpava cada parte do corpo do espadachim.
- E você também é. - Ele deu um olhar carregado de desejo, enquanto a tocava.
Ela levou as mãos de Eugeo até o seu peito direito, e ela riu meio envergonhada como ele estava estático ao sentir a maciez dos peitos dela. Ele não acreditava no que estava fazendo depois dela ter pego a mão do seu amante, levando ao seu seio. Ao ter permissão de Alice, ela tirou o fecho do sutiã, deixando ele tocá-los por completo sem a roupa íntima atrapalhando.
- Eles são grandes e macios. Posso chupar eles? - Ele pediu, como uma súplica. Ele também queria é poder tocar e tatear cada centímetro daquele corpo belo dela.
- Pode. - Ela deu permissão e o loiro chupava e brincava com um, fazendo continuidade com o outro.
O tempo se passou, e ambos já removeram todas as suas peças, estando nus. Eugeo ainda não processava que aquele vestido azul e a armadura dourada guardava um corpo lindo e escultural, com curvas pra lá de únicas.
- Agora nós dois estamos pelados. - A loira fechou seu olho, completamente sem jeito. Ela estava entregando seu corpo de coração e alma para Eugeo, e nunca passou pela sua mente que faria isso na vida.
- É meio estranho, mas deve ser assim quando os casais agem nas primeiras vezes. - Ele falou, tão envergonhado como ela. Ainda na fase de carícias, Eugeo decidiu agir em uma outra abordagem com uma criatividade interessante.
- Eugeo, o que está fazendo?
- Fazendo você se sentir bem. - Ele levou sua mão a intimidade da loira, com o objetivo de estimular o clitóris dela.
- Eu não tô entenden... Aaaahh! - Alice gemeu, começando a sentir um prazer maravilhoso com o toque da mão de Eugeo presa na intimidade. Enquanto se contorcia com a sensação maravilhosa, Alice apertava firme os lençois. - Eug... Eugeo...
- Como tá se sentindo? - Ele sussurrou durante os beijos, enquanto a estimulava.
- Me sinto... Me sinto tão bem! - Ela respondeu, falando da melhor forma que podia. O loiro agora levou seu corpo para as pernas dela, olhando para ela antes de qualquer coisa. Alice entendeu, e abriu sua intimidade para ele. Ela era rosada e estava molhada, devido a excitação. O cavaleiro começou a usar os dedos, beijar e também chupar o "ponto g" da sua amada ao mesmo tempo, fazendo ela tombar sua cabeça pra trás e levantar sua voz como louca.
Enquanto o loiro estimulava a intimidade saborosa da sua amada com sua língua, ele levou a mão livre aos peitos avantajados dela, brincando com eles. Já Alice, ela segurava carinhosamente as mãos de Eugeo presas nos seios.
- Eugeo, eu não aguento mais. - Alice estava com a voz meio reprimida, nem parecia aquela cavaleira durona de seis meses atrás. - Eu preciso de você... Dentro de mim.
- Tem certeza? - O loiro queria muito saber como era tocar aquela intimidade maravilhosa de Alice, mas também queria respeitar o lado dela e só faria isso, se ela desse permissão. Alice e Eugeo sabiam que pessoas em Underworld não podiam ter relações sexuais, a não ser que estivessem casadas. Era explicado no Índice de Tabu. Mas isso muda de figura quando você é acima da lei. A autoridade deles de Cavaleiros da Integridade era acima das leis de Tabu, podendo fazer o que quiser.
A loira queria muito perder a sua virgindade com Eugeo, já que ela o amava muito e não queria ninguém além dele.
- Tenho. Deflore as minhas rosas, por favor. - Ela falou em lágrimas, já suplicando.
Ele colocou seu membro já no local dela, prestes a introduzir o seu pênis. O loiro teria a chance de ter a sua primeira vez de verdade, sem a manipulação de Quinella. A loira estava assustada com o tamanho de Eugeo, e tinha medo de não caber dentro da sua intimidade.
- Me avisa se sentir incomodada, tá bom? - Ele perguntou, e ela acentiu. Com um selinho pra deixá-la mais acalmada, ele finalmente estava dentro dela.
Com um pico de dor, Alice deu um grito alto sentindo a sua virgindade indo embora, dando um arranhão não-intencional nas costas do loiro ao sentir o tamanho dele.
Uma vez quando era adolescente, ela já teve aconselhamentos com Fanatio, explicando a ela exatamente como acontecia o ato. Na primeira vez quando as mulheres deixavam de serem virgens, elas sangravam e muitas delas não chegavam ao seu ápice. Antes Alice achava tanta repulsa do sexo, mas agora ela estava adorando. Pois ela estava dividindo esse momento íntimo de clichê com quem ela ama.
- Você tá sangrando, Alice. - Ele parou de se mover e saiu de dentro dela. - Eu tô te machucando?
- Tá tudo bem... - Ela falou com olhos lacrimejados, sentindo um pouco de dor. - Só vai... Só vai devagarinho. Vou me acostumar com o tempo, tá bom?
- Tá bom. Me desculpa. - Eugeo não queria que ela sentisse dor por causa dele, mas era assim na primeira vez. Ele queria que Alice se sentisse bem, então ele começou a se mover vagarosamente dentro do interior quente da loira. Com o tempo, a dor já havia ido embora e a velocidade começou a aumentar aos poucos.
Eugeo se sentou na cama e Alice ficou em seu colo, movendo seus quadris empinados apalpados por ele. Mas o loiro também não conseguia ficar parado e se movia conforme ela pedia. Ele chupava os seios da cavaleira, que balançavam com as estocadas dele.
- Mais rápido, amor. Por favor! - Ela pedia, enquanto puxava de leve as madeixas loiras do seu amado no abraço reconfortante, deixando os seios dela esmagados no peitoral do espadachim.
- É tão apertada... - O loiro começou a estocar com mais força.
Era tão bom a sensação dos toques, carícias, sussurros, declarações, gemidos... As vozes que Alice emitia eram como música para os ouvidos de Eugeo. Ambos não estavam fazendo só sexo, mas fazendo amor. A noção de tempo havia ido embora, e não havia mais nada lá além dos dois naquele quarto escuro. Era apenas paz e o amor verdadeiro que eles sentiam um pelo outro.
- Eu te amo tanto, Eugeo! - Ela declarava, enquanto seu coração palpitava cada vez mais.
- Eu também te amo, Alice! - Ele a deitou na cama, não deixando de diminuir a velocidade das estocadas. Ele encaixou sua cabeça no ombro dela, enquanto continuava.
No ritmo deles, Alice percebeu que estava vindo alguma coisa estranha há um tempo. E pelo que parecia, já não estava mais com vontade de esperar. Ela sabia o que era, e começou a gemer ainda mais.
- Eugeo... - A loira olhava fixamente pra ele, tentando se segurar. - Eu acho... Acho que eu estou quase lá...
- Eu também... Eu também estou. Vamos juntos!
Ambos não conseguiram aguentar mais, e finalmente chegaram em seu ápice juntos. Alice gemeu mais alto, sentindo um jato quente adentrando o seu interior e ela cravou suas unhas nas costas de Eugeo, enquanto ele deu um gemido rouco forçando mais fundo dela enquanto chegava em seu ápice, terminando de se esvaziar no ventre de sua amada.
Eugeo saiu de dentro dela, trazendo Alice para perto de si e ambos acabaram satisfatóriamente exaustos e abraçados com os peitoral e os seios colados um com o outro.
- Isso foi tão... - Alice falava ofegante, ainda sentindo as ondas fortes do seu primeiro orgasmo, enquanto a sua intimidade transbordava com o orgasmo de Eugeo. - Incrível...
- Eu sei disso... - Ele falava sorridente como ela. - Foi a melhor coisa que eu já fiz. Muito obrigado por ter confiado em mim a sua primeira vez.
Após algum tempo, o casal acabou dormindo pelo cansaço físico de seus corpos.
Ponto de Vista(Alice)
O que houve nessa noite? Eu acabei fazendo amor com Eugeo! Ele realmente me amava e enquanto a gente transava, ele ficava todo preocupado e cuidadoso comigo já que as mulheres na primeira vez sentem muita dor.
Ele me fez chegar no meu limite, e sinto que quero fazer isso mais vezes com ele. Droga, Eydis. Agora eu virei ela só de pensar nessas coisas.
Estava olhando para ele, enquanto estava apoiada no seu peitoral. Estava brincando com os cachos ondulados dele.
Ele é mesmo muito bonito quando tá dormindo. Ele me ama, e eu amo ele também. Meu peito estava carregado com um sentimento tão grande, que me fazia sorrir tão abertamente. Isso é felicidade, não é?
Nunca conheci um espadachim tão idiota e corajoso, que arriscou tudo pela minha liberdade. E ainda por cima, ele tem uma família que ama ele, amigos que se preocupam com ele e mesmo assim, acabou me escolhendo no lugar de todos eles.
Talvez seja isso o significado que eu tô procurando todos esses anos. Esse é o significado do amor. A vontade de proteger, cuidar e fazer a pessoa feliz a todo momento.
- Você me ama tanto assim? - Sussurrei para ele, que continuava dormindo.
- Amo muito. - Me surpreendi, que ele tava acordado e cobri o meu corpo com o lençol. Que pervertido, tenho certeza de que ele estava acordado o tempo todo. - O que achou?
- Me senti que tava nas alturas, mas sem estar em um dragão. Foi melhor coisa que já fiz na minha vida. - Falei plena e sincera, se recordando dos nossos momentos íntimos na cama.
- A minha também. - Ele respondeu, brincando com os meus cabelos dourados. - Me perdoa se eu te machuquei.
- Não machucou muito, você foi tão cuidadoso e carinhoso se preocupando comigo.
- Não, não só por isso. Eu também te deixei pensando que amava a outra Alice, que eu nunca te aceitaria. - Ele fechou os olhos, cabisbaixo. - Mas na verdade, era eu que pensava o contrário. Eu achava que nunca ia merecer ficar ao lado de uma garota tão incrível como você.
- Então nós dois erramos. - Conclui com o pensamento.
- Mas mesmo assim, eu quero consertar esses erros. O meu significado de amar vem da analogia de dar água as flores constantemente fazendo elas terem cor e vida, porquê o amor não é uma coisa que você pede, e sim o que você dá sempre pra cuidar com carinho. E contigo é o mesmo. Você é a garota que mudou a minha vida. - Ele estava se abrindo pra mim com aquelas palavras doces. - E mesmo que eu não tenha muita coisa nesse mundo, quero pelo menos compartilhar o que tenho com você. E também, foi ótimo eu ter percebido isso antes porquê se não o Eldrie e a Eydis iam brigar por você direto.
- Aí, nem fala neles. Se eles souberem que a gente transou, vão te matar. Você é tão idiota por se apaixonar por essa garota tsundere. - Fiz um biquinho, imaginando a cena daqueles doidos brigando com o Eugeo por causa disso e ele começou a rir.
- Acho que eu posso aceitar isso de boa. Posso te dar um beijo?
- Achei tivéssemos passado dessa fase de pedir, não acha? - Eu encostei em seus lábios, beijando com um toque calmo e carinhoso, mas necessitado. Eu nunca vou me acostumar direito com esse beijo tão bom que ele tem.
- Sobre essa fase de pedir, eu quero fazer mais uma coisa antes de tudo. - Ele se sentou na cama.
- Mas o que é? - Estranhei com o que ele queria.
- Chamada de Sistema: Coração da Oliva. Coração da Rosa. - Ele ativou uma Arte Sagrada combinada, criando dois aneis de compromisso representando o lado das nossas cores.
- Eugeo... - Comecei a lacrimejar, só de pensar no que ele estava propondo. - Você vai...
- Eu esperei oito anos só pra dizer isso. Você é a única pessoa no mundo com quem eu quero passar a eternidade, e mesmo que ainda sejamos jovens quero aproveitar cada segundo pra poder te fazer feliz. Quero muito me casar com você quando chegar a hora certa, mas até lá... - Ele colocou o anel dourado no meu dedo anelar direito. - Alice, você aceita ser a minha namorada?
- Eu aceito! - Dei um abraço naquele corpo quente dele, sorrindo de emoção. Estava olhando para aqueles olhos verdes deles, que transmitiam paz e calma com a floresta. - Eu te amo!
- Eu também te amo. - Ele sorria tão ardentemente, era muito bom de ver esse sorriso. Depois de anos naquela torre, essa foi a melhor coisa que já experimentei.
A sensação de amar e ser amada por um homem.
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21 de Outubro de 380 - Dezessete dias restantes para o Teste de Carga Final...
Nesse momento se passaram seis meses desde que eles derrotaram a Administradora, e voltaram para Rulid.
Já na casa de Alice e Eugeo, eles estavam cuidando da hortinha. Os loiros agora estavam como namorados, desde a declaração deles e agora viviam como homem e mulher.
- Cresceram legumes frescos dessa vez. - A loira falou, enquanto pegava algumas cenouras e rabanetes, colocando na cesta.
- Que tal uma sopa? - Eugeo sugeriu, enquanto dava nutrientes para as hortaliças. - Hoje começa o outono e a frente fria já vai começar.
- É uma boa pedida, Master Chef. - Ela aceitou rindo, e dando um beijo nele.
Selka havia chegado de sua aula de Artes Sagradas, já cumprimentando a irmã mais velha e o namorado dela, chamando eles e Kirito pra irem no morrinho do lago. Como parecia ser um ótimo dia para passear, por quê não? Eugeo pegou uma peça de frio e colocou um cachecol que Alice carinhosamente fez para ele, enquanto Kirito estava sendo coberto por várias roupas de frio.
Eles já estavam andando pela trilha da floresta, em direção ao morrinho do lago. Com Eugeo empurrando Kirito na cadeira.
- Acham que ele está com frio? Talvez eu devesse ter trazido um cobertor. - Alice se preocupou com o moreno, fazendo Eugeo e Selka darem uma risada nasal.
- Minha santa Stacia, irma. Acho que você exagerou nesse monte de roupa no Kirito. Eu sei que tá esfriando, mas você botou tanta roupa pro Kirito usar, que ele pode acabar suando. - Selka falou, olhando para Kirito. - Não concorda, Eugeo?
- Bom, eu falo pra ela não exagerar. Mas é difícil de convencer a Alice. - Eugeo falou para Selka, mas foi fuzilado pela namorada. - Mas mesmo assim, eu não disse que tá errada.
- Ah... Ah... - Kirito murmurou algo inteligível, mas provavelmente era algum tipo de discordância.
- Gado. - Selka deu um sussurro inteligível para que os dois não ouvissem.
- É bem melhor ele estar assim, do que sentir frio, ué. - Alice se defendeu, bufando as bochechas
Os quatro chegaram ao lago, e estavam tendo uma ótima vista dos patos na água. Alice e Eugeo estavam com suas mãos entrelaçadas.
- É tão bonito. - Alice se sentiu maravilhada em ver essa paisagem natural. - É muito mais belo do que as pinturas nas paredes da Igreja de Axioma. É o mundo que você e Kirito salvaram.
- É verdade. Mas sinto falta daquela banheira enorme do 90º Andar. - Eugeo brincou com ela.
Mesmo depois de tudo o que aconteceu nos seis meses em Centória, a revolta contra a Pontífice e a deserção do casal e ainda por cima os estudantes tendo medo de Eugeo, eles não precisavam se preocupar. Eles tinham Kirito e um ao outro juntos e a vida deles como Cavaleiros da Integridade já havia ido embora.
Após Selka falar que Barbossa havia chamado eles para cortar uma árvore em plena folga do casal, Alice e Eugeo acalmaram a mais nova, se despediram dela e foram no sul da vila resolver.
- Ah, Eugeo e Alice! Que bom que vieram. - O homem os chamou, em um tom feliz de ganancioso e já foi apontando para a árvore de platina e explicando que não havia nem mesmo uma lasca de machado, e outras desculpas que o casal não estava muito interessado em ouvir. - Eu sei que o nosso trato é uma vez por mês, mas dessa vez podem fazer um favor para nós? Você é o rapaz que derrubou o Cedro Gigas, então não deve ser difícil pra você, Eugeo.
Eles se entreolharam, e acabaram aceitando a proposta.
- Ah, muito obrigado. - Ele ergueu a mão aos loiros, mas eles não retribuíram ao Barbossa, já que ele estava praticamente mandando que eles cortassem uma árvore em plena folga deles. O homem deu um olhar de nojo ao ver eles indo em direção ao cedro.
- Carvalho de platina... - Eugeo falou, enquanto Alice se agachou e fez uma Janela Stacia com os dedos para ver a vida da árvore. O loiro conhecia bem o ramo de cortar árvores e se aqueles homens tivessem as ferramentas certas, isso já tava feito em menos de uma hora.
- Deixa que eu corto. - Alice falou, enquanto se levantava.
- Tem certeza? Não vai machucar as mãos? - Ele se preocupou.
- Por favor, Eugeo. Eu sou a espadachim mais forte do Império Humano e você me ensinou como cortar uma árvore. Não vou perder a mão, amor.
- É, eu sei disso. - Eugeo deu uma risada nasal.
- Kirito, posso pegar a sua espada emprestada um pouco? - Alice perguntou ao Espadachim Negro, que estava sem emoções. Com um sussurro inteligível e uma afrouxada no braço esquerdo, ele emprestou sua espada para ela. - Obrigada.
Eugeo havia ensinado Alice a como cortar árvores, porém ela adotou sua técnica de espada no serviço fazendo uma ótima habilidade pra colocar uma árvore resistente para baixo. Ele sabia que a sua amada tinha grandes habilidades pra isso.
- Até parece que você vai conseguir cortar um carvalho de platina com uma espadinha dessas, né?
- Essa espada vai rachar no meio!
- Não se ela fazer do jeito dela. - Eugeo falou para aqueles caras, em um tom frio semelhante ao seu lado sombrio de Trinta e Dois. Isso deixou os outros no local com medo dele. - Agora calem a boca e deixem ela trabalhar.
A bela loira focou sua postura de combate, misturada com a técnica ensinada por Eugeo. Fazendo a lâmina da Espada do Céu Noturno brilhar em uma cor azul, Alice cortou a árvore em um só único hit.
Enquanto os outros debochavam de Alice, Eugeo estava rindo orgulhoso em ver que os outros não notaram o que ela fez.
- Ela errou, é?
- Ela vai cair nessa direção. - Alice embanhou a espada de Kirito.
- Há? Ela só pode... - Quando eles notaram que a árvore estava se movendo, estava para cair em direção deles. Os lenhadores começaram a correr, mas antes que a árvore imensa caísse, Eugeo segurou ela apenas com uma mão evitando a queda no solo e salvando os caras que estavam debochando da loira. - Impossível! Como eles dois são tão fortes?
- Você mandou bem, amor. - Eugeo a elogiou, deixando-a ruborizada.
- Não foi nada. - Alice respondeu, corada. - Eu só fiz o que você me ensinou.
- Magnífico! Que habilidades maravilhosas de vocês. Eu sei que o Eugeo é um ótimo lenhador, mas não sabia que você também possuía a mesma técnica dele. - Alice estava ouvindo cada encheção de saco do homem, e estava abusando de pedir a eles para trabalharem todo o dia e dobrando o salário deles.
- Obrigada pela oferta, mas recusamos. - Alice respondeu ao homem com ganância nos olhos. - A quantia que você nos paga hoje é o suficiente.
- Nosso dinheiro, por favor senhor Barbossa. - Eugeo estendeu a palma da mão.
O mais velho estava enojado com os dois "criminosos" e decidiu pagar logo com duas moedas de prata equivalentes ao casal e se afastaram dele.
Enquanto iam mantendo distância daquele homem ganancioso, o casal começou a brincar enquanto voltavam até Kirito.
- Obrigado, meu professor. - Alice deu uma encenação, rindo.
- De nada, minha dona. - Eugeo respondeu com a mesma cena.
Ambos gargalharam um pouco, mas o momento de risada acabou no momento em que viram Kirito caindo da cadeira de rodas.
- Kirito! O que houve? - Ambos correram até o moreno, que estava sem a Rosa Azul e apontando a sua mão para alguns jovens com a espada divina de Eugeo em mãos. O casal se enfureceu e foram rapidamente em direção aos garotos, com sua velocidade sobre-humana. - O que vocês acham que estão fazendo? Essa espada pertence ao Eugeo e o Kirito. Devolvam agora.
- A gente pediu emprestado ao Kirito, mas ele só falou: "Ah... Ah...". Eu entendi isso como sim e pegamos. - Um dos garotos deu uma risada maléfica.
- Seus filhos da puta, acham certo fazer isso com quem não pode nem reagir?
Alice notou que havia uma aura de névoa gelada saindo do corpo de Eugeo e ela se preocupou quando notou que os mesmos olhos que causaram um rebuliço na Igreja de Axioma. O globo ocular dele estava preto, e os olhos verdes beirando o azul estava com uma linha vertical nas pupilas.
- “Modo Vecta...”
- Eugeo, os seus olhos. Se acalma. - Ela sussurrou, enquanto tocava nas mãos frias na tentativa de controlar o poder do namorado. Ele sentiu o carinho reconfortante de Alice e se acalmou, fechando os seus olhos e conseguiu desativar a transformação antes que pudesse piorar as coisas.
- O que é você?! - Um dos garotos perguntou, se afastando com medo do loiro.
- Atração. - O loiro suspirou fundo e apenas puxou sua espada telecinéticamente da mão daqueles caras, usando o seu poder raro de Armas Encarnadas e dando ela de volta para Kirito. - Tá aqui, Kirito. Segure com cuidado. - Depois de atraírem plateia indesejada ao verem os olhos demoníacos dele, os três voltaram pra casa, deram carinho a Amayori e Hanayuki e já estavam fazendo o jantar. Por algum motivo, os dois dragões começaram a ter um vínculo interessante entre eles.
- O seu dragão tá é seduzindo a minha bichinha fofa. - Alice olhava da janela.
- Sério? Eu achei que ela tava dando em cima dele. Só o que falta é se eles começarem a ter filhotes. Não acha, Kirito?
- Ah... Ah...
- Você tá bem? - Ela perguntou agora para Eugeo, preocupada com ele com hoje mais cedo.
- Eu tô. Mas não esperava que aqueles olhos tivessem voltado de novo. - Ele respondeu. - Desculpa por ter quase perdido o controle.
- Tudo bem. Você conseguiu se controlar. - Alice respondeu, enquanto dava a sopa de pouco em pouco para Kirito.
- Foi graças a você. - Ele tocou a mão dela. - Se você não tivesse lá, eu nem sei o que teria feito. Poderia até ter matado aqueles caras ou roubado a alma deles.
- Então fica perto de mim. Não tenho medo de você e dos seus olhos. E não gosto do fato de você ter que sofrer por causa do Índice de Tabu, mas você tem força pra superar a dor.
- Isso porquê o você e Kirito são a minha força.
Ela estava corada novamente pelo elogio reconfortante. Eugeo riu ao ver o rosto dela e o seu olho azul virado para o lado. Enquanto eles se beijavam, sentiram os dragões inquietos e um vendaval forte lá fora. Eles cessaram o que estavam fazendo e saíram correndo de casa passando pela varanda, notando um dragão azul planando na clareira da casa. Hanayuki estava agressivo, mas Amayori estava bem calma e com um semblante feliz.
- Calma, garoto! - Eugeo tentava acalmar o dragão albino. - Eu me lembro desse dragão...
- Takiguri. Se ele tá aqui, o dono dele também está. - Alice suspirou, vendo que agora havia mais outra surpresa da Ordem.
O dragão azul aterrissou no chão, e da garupa desceu um homem de cabelos lilás penteados, olhos azuis e vestindo uma armadura dos Cavaleiros da Integridade andando com um sorriso em direção a loira.
- Há quanto tempo que não te vejo, Eldrie Synthesis Trinta e Um.
- É um prazer rever a minha mentora novamente, Alice-sama. - Eldrie deu um olhar neutro para Eugeo. - E você também, Trinta e Dois.
- Eldrie...
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Enquanto Kirito estava sentado, os três cavaleiros estavam mais distantes já que Eldrie se sentia incomodado com o moreno.
- Com os preparativos para a guerra, o Comandante não deve tá mandando dragões atrás da gente. - Alice respondeu. Ela tinha certeza de que Eydis não contou a ele aonde morava, então algo deve ter acontecido. - Então como descobriu aonde a gente mora?
- Queria dizer que foi o laço de nossas almas, mas foi só coincidência. - Essa parte deixou Eugeo um pouco enciumado, mas decidiu continuar ouvindo. - Descobrimos que os goblins e orcs estão se locomovendo ao norte.
- E o que o Comandante resolveu fazer? - Eugeo perguntou. - O norte é muito vasto.
- Na semana passada, eu, Eydis, Renly, Nelgius e Entokia recebemos ordens de destruir as cavernas do norte, sul e oeste. E decidi ficar aqui pra conferir se os goblins não estão cavando de novo.
- Então você veio ver as ações do Território Negro? - Alice questionou o objetivo.
- Passei o dia inteiro patrulhando a caverna do norte e o interior, mas já estava cheia de pedras até o topo e não cheguei a ver nenhum orc ou goblin. - Eldrie falou, enquanto tomava uma xícara de chá.
- As Montanhas do Norte são cheias de túneis aleatórios. Acha que eles não se esconderam entre alguma fissura? - Eugeo questionou se havia algo de errado naquele lugar. Ele conhecia Rulid com a palma da mão, e teria que haver alguma coisa aonde os seres do Território Negro estavam se esgueirando.
- Não acho. Até mesmo Nelgius sentiu que não havia nenhuma atividade mágica nas fissuras. - O lilás respondeu. - Quando eu ia voltar pro destacamento, notei que Takiguri tava estranho e deixei ele guiar. O bichinho me levou bem aqui nesse cafundó de Judas.
- A mesma coisa que a Eydis falou. - Alice deu uma risada nasal.
- Então aquela pervertida veio mesmo aqui... - Ele se irritou internamente pela acinzentada. - Mas agora que eu estou, peço a vocês. Retornem de volta pra Ordem dos Cavaleiros da Integridade! Vocês tem a força de mais de milhares de soldados e precisamos de vocês pra nos ajudar a guiarmos o exército.
Eugeo estava se sentindo péssimo com isso, já que ele havia feito um juramento pela Ordem. E ele abandonou sua palavra por Alice e Kirito.
- Eu não posso. - Alice respondeu cabisbaixa.
- Como não pode, Alice-sama? Você é a terceira cavaleira no comando e deve agir como tal! - O lilás estava repreendendo sua própria mestra, também por Eldrie ser mais velho que ela. Agora a atenção dele foi pra Eugeo. - É por sua causa e do Kirito, não é? Se acha que eu aceitei bem quando você se tornou o Cavaleiro da Integridade novo, tá muito enganado, Eugeo. Eu tive que aceitar isso pela Eydis e os comandantes, mas não esqueci do que você é. Assassino.
- Não fala isso, Eldrie. - Eugeo pediu, enquanto estava calmo.
- Sabiam que quando Eydis soube que vocês fugiram, ela tava chorando direto escondida? - Agora o lilás pegou a atenção de Alice também. - Ela era a única com auto-astral, e mesmo sentindo dor nunca desistiu de vocês. Mas vocês trocaram a Ordem por esse vegetal, e se ele é a fraqueza de vocês, vou acabar com isso de uma vez pra pararem de se iludir! - Eldrie se levantou, irritado.
- Então pode tentar! - O loiro se irritou. - Eu também não gostei de quando fui tratado como uma praga naquela igreja e só continuei pra proteger o Kirito! Se quer expressar a sua raiva, não vou ter problema em aceitar ela.
- CHEGA VOCÊS DOIS! - Alice gritou chamando a atenção deles, e notando que os olhos de Eugeo estavam em Modo Vecta novamente. Ela estava segurando a mão dele, no entuito de controlá-lo. Quando Eldrie notou os olhos do loiro, ele instintivamente pegou o pomo de sua espada mas parou. - Eles tiveram seus motivos pra lutar. E nós, os grandes Cavaleiros da Integridade incluindo o Comandante Bercouli e a Vice-Comandante Fanatio fomos derrotados por eles. Você sentiu no jardim quando Kirito e Eugeo te derrotaram e quando o poder da Espada da Rosa Vermelha foi desencadeado.
- Se isso é verdade, então porquê ele não se levanta e empunha sua espada? - Eldrie perguntou novamente olhando para Kirito, ainda tentando tirar os argumentos do casal. - Foi ele que matou a Pontífice pelo bem do povo, então ele deve isso protegendo o Portão Leste! Ou melhor, por quê você não faz isso ao invés dele, Trinta e Dois?!
- Não se trata apenas dele. - Eugeo falou cabisbaixo. - Passamos todo esse tempo tentando trazer ele de volta, e falo a verdade pra você. Nunca se passa um dia em que eu não pense nisso. Eu queria muito lutar ao lado de todos, mas aqui a Alice e eu temos os nossos problemas. Você como aprendiz dela, devia tentar entender os sentimentos dela melhor que qualquer um.
Eldrie agora olhou para Alice, cabisbaixa. Era verdade o que Eugeo disse, já que Kirito não conseguia mais voltar ao normal e eles acabaram aceitando que era um desperdício de feitiços para tentar trazer ele de volta. Isso sem contar com a falta de conexão com a família dela, além de Selka. O pai de Alice não falava com ela há meses desde a expulsão da vila e isso fez ela se sentir odiada.
- Sinto muito, Eldrie. Mas não podemos voltar só pelo Kirito, pois não tenho mais força de vontade pra lutar.
- Então é isso... - O lilás suspirou e estava agora indo em direção a porta junto com os loiros. - Não consigo mudá-los. Me despeço de você, Alice. Enquanto viver, nunca vou me esquecer do que me ensinou. E você também, Eugeo. Cuide dela a todo custo.
Os três fizeram o gesto militar de respeito um para o outro, batendo o seu punho no peitoral.
- Tome cuidado e proteja Eydis e Renly. Vou rezar para que fiquem seguros. - Alice falou, agora com o coração mexido enquanto via sua dragonete se despedindo de seu irmão mais velho. Eldrie e Takiguri foram embora, deixando o Trio de Rulid.
- Ah... Ah... - Eles notaram Kirito um pouco cansado de ficar naquela cadeira.
- Desculpa por isso, Kirito. Vamos te levar pra dormir.
Eugeo e Alice colocaram o Espadachim Negro pra descansar, já que o dia foi muito esclarecedor. Kirito já estava dormindo, mas o casal não. Eles estavam há horas refletindo nas palavras de Eldrie e a razão do porquê não estarem lá pra lutar.
- Ele tá certo. A gente não devia ter ficado aqui, enquanto tá todo mundo se preparando pra lutar. - Eugeo sussurrou, enquanto olhava para o teto de madeira. - Eu acabei fazendo um juramento a uma igreja que tem medo de mim.
- Então o que faremos? - Ela chorava, molhando a camisa do loiro. - A gente sacrificou tudo que tínhamos, e agora isso. Eu não sei mais o que fazer. Ou somos só camponeses ou cavaleiros, eu não sei mais o que eu sou!
- Eu também não sei. - Eugeo abraçava sua amada firme, triste por todas aquelas coisas de Centória voltando novamente. - O que eu tô falando pode ser meio egoísta, mas só o que podemos fazer é viver um dia de cada vez. Se não fosse pelos meus olhos e o meu descontrole, não estaríamos aqui.
- A culpa não é sua. - Ela segurou o rosto de Eugeo. - Devemos ser fortes pelo Kirito e os outros. Assim vamos poder continuar.
Enquanto eles estavam quase pegando no sono, ouviram grunhidos no quarto de Kirito. Eles se levantaram preocupados e perceberam que ele estava gritando com medo de alguma coisa.
- Kirito!
- Ah... AAHHH!
Alguma coisa estava errada ali. Os super-sentidos deles apitavam forte, mostrando que algo estava acontecendo.
Eles ligaram a luz do quarto e quando ouviram os grunhidos de Amayori e Hanayuki da janela, o casal notou que eles olhavam para a direita. Eles fizeram o mesmo e rapidamente arregalaram os olhos correndo pra fora da casa.
Na direção da vila, estava uma coloração alaranjada e fumaça com vários barulhos de metal batendo em metal, e gritos desesperados. Era uma invasão do Território Negro! Foi nessa hora em que Alice tentava correr desesperada para vila, mas Eugeo a segurou pela cintura.
- Eugeo, me solta! - Ela tentava escapar dos braços do loiro, que a parou por pouco.
- Alice, não podemos ir assim! Vamos pegar o nosso equipamento primeiro! - Ele tentava segurar ela, mas a força de Alice não era algo que podia ser questionado. Ele sentia o mesmo desespero de sua amada, pois as suas famílias estavam lá. A loira agora pensava na sua irmã, esperando que nada acontecesse com ela. - Eu sinto o mesmo que você, mas se a gente for até lá sem nada nós vamos correr perigo. Vamos com calma.
- SELKA!!!
Chapter 11: Capítulo XI - Resolução: O Teste de Carga Final
Summary:
Eugeo e Alice reagem a invasão do Território Negro em Rulid e decidem voltar para a guerra e lutar junto com o Exército Humano. Asuna decide entrar em Underworld para procurar pelo Kirito e levar o casal até o Altar do Fim do Mundo, enquanto Sinon relembra de um pesadelo com o misterioso Subtilizer.
Notes:
A partir daqui, eu vou deixar a Alice, Eugeo e Kirito de lado por enquanto, e nesse meio tempo eu darei um pouco de destaque com o lado do Gabriel e os outros, pq eu tô com um pouco de pressa e quero ir logo começar essa parte da guerra com a minha adaptação.
• E outra coisa: a armadura nova de Cavaleiro da Integridade que o Eugeo vai usar na fic a partir daqui até o final da história, vai ser aquela versão especial dos jogos de Hollow Realization, Memory Defrag, Alicization Lycoris e Last Recollection, pois eu acho bem mais legal aquela armadura.
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Eugeo conseguiu acalmar Alice, enquanto olhavam para o clarão alaranjado. Mas ambos ouviram um baque forte vindo da casa e adentraram. Kirito estava rastejando, com sua força de vontade no intuito de pegar sua espada no tripé da parede e lutar. Mas o seu corpo e mente não estavam fortes o bastante para isso.
O casal se sentiu tão tocado quando a força de Kirito tentava ir se levantar e lutar.
- Ah... Ah...
- Kirito... - Eugeo pegou Kirito e o sentou no sofá, dando um olhar agora mais firme. - Não precisa se preocupar com isso. Nós podemos cuidar disso, Alice e eu.
- Pode deixar que vamos resolver isso pra você, Kirito. - Alice explicou, acalmando Kirito. - Esse é o nosso lar e vamos lutar por ele.
- Foi pra isso que você me treinou, Kirito. Eu não vou desperdiçar a oportunidade que você me deu. - Eugeo segurou a mão do moreno, com um sorriso determinado tocando com a vista de Alice. - Você me deu a chance de ser uma pessoa bem melhor, superando o Cedro e me salvou duas vezes. Agora nós vamos salvar eles por você.
A mente catatônica do Espadachim Negro acabou aceitando ouvir as palavras dos seus amigos, já que era uma promessa de coração. Alice sorriu em ver eles juntos, mas apesar de ser um momento tocante, não era hora para isso. As chamas na vila de Rulid aumentavam fortemente o brilho da madrugada e Eugeo conseguia ouvir os gritos, apesar de estarem a quilômetros de distância.
Alice colocava o seu sobretudo azul, a saia branca e as botas douradas de cano longo. Em seguida, ela vestiu sua armadura dourada e a capa por cima.
Eugeo já estava equipado com a sua armadura, o sobretudo, botas, protetor de coxa e a capa azul. Ele se sentia meio pesado, apesar do seu vigor sobre-humano e a super força não ligarem para o peso. Faziam seis meses que ele não usava essa armadura, e ele trocou a primeira que a Alta Sacerdotisa Quinella deu para um modelo novo e único que ele mesmo escolheu, na missão de acompanhar Nelgius e Renly em uma reunião com Medina Orthinanos.
Era agora em que o casal iria revelar o verdadeiro segredo deles para todo mundo. Esse era o porquê do peso da armadura.
- O fogo tá aumentando. Temos que ir! - Alice falou, enquanto colocava uma capa branca em Eugeo, para disfarçar suas identidades como cavaleiros.
- Obrigado, amor. - O loiro agradeceu e já foram até Amayori e Hanayuki, colocando o arreio neles e começando a voar em direção a Rulid. Eles estavam desacostumados a voar, depois desses seis meses. Mas agora teriam que rever suas habilidades e todo o treinamento que tiveram. As chamas da guerra estavam chegando e não seria agora que Alice não se esconderia. Pela família dela, ela seria capaz de tudo.
Eldrie já havia ido embora com Takiguri há horas atrás e a ajuda dele seria bem vinda num momento como esse. Ambos já haviam chegado na vila a bordo de Amayori e Hanayuki. Com uma vista vertical, a vila estava sendo atacada e invadida por um grupo de goblins e orcs ao norte.
Jink e outros guerreiros tentavam lutar na linha de frente, mas estava complicado. O cheiro tóxico da fumaça era inalado pelos pulmões dos guardas, ficando difícil deles lutarem.
- Avançar! Avançar! Matem os iuns brancos! - Um dos goblins gritava.
- Tem muitos deles. E os cidadãos daquela área não estão mais alí. - Alice observou bem o local, em busca de um plano.
- Tem alguma coisa errada. - O loiro estranhou enquanto olhava para as áreas do local. - O norte da vila está sendo invadida, enquanto tem outro local livre no sul.
- Tem razão. Por quê eles não fogem para o sul, aonde não tem inimigos? - Alice se perguntava, encucada com a dúvida da guarda da vila. Ela olhou para Eugeo, e ele entendeu o que ela ordenou só pelo olhar. Agora ela se soltou da sua dragonete. - Amayori, aguarde aqui em cima até eu chamar vocês.
A dragonete azul entendeu e acentiu com um grunhido.
- Eugeo! Vamos pular! - Alice gritou para ele, se preparando para o salto.
- Tá bem! - Eugeo acentiu, já se soltando do arreio de Hanayuki. - Hanayuki, voe junto com a Amayori e espere o sinal da Alice.
O dragão albino ouviu a ordem de seu dono e acentiu, com um grunhido.
O casal pulou dos seus dragões, e começaram a cair em queda livre em direção ao centro da vila, bem aonde haviam quase todos os aldeões reunidos. Alice rezava fortemente que nada tivesse acontecido com Selka e sua família durante o ataque. Já Eugeo, se preocupava com sua família e os seus irmãos adotivos, já que a família dele morava perto de uma área aonde a vila estava sendo atacada.
Lá em baixo, o pai de Alice explicava aos guardas da aldeia e os homens sobre o plano de defesa de Jink, enquanto as mulheres e crianças estavam em uma área mais protegida.
- Se os inimigos cruzarem a linha de defesa, usem força letal! - Gasupht ordenava aos aldeões.
- Escutem! Não deixem nenhum deles chegarem até a nossa vila! - Agora veio Barbossa, se intrometendo com a palavra do líder da vila.
Na mesma hora, um forte impacto bateu no chão do centro da vila fazendo com que todos se assustassem ao ver quem havia caído na cratera. Alice e Eugeo chegaram surpreendentemente com suas capas brancas ocultando todo o corpo. O semblante do casal estava sério como se já soubessem o que fazer e como fazer.
- Aqueles são... - Selka olhava para o casal andando em direção a Gasupht.
Alice ficava um pouco sem jeito, já que essa seria a primeira vez em seis meses que iria iniciar uma conversa com seu pai. Ela tinha medo de não gerar uma impressão nova, mas precisava. Era um momento de vida ou morte.
- Pai, não vamos conseguir nos defender deles aqui. Por favor, peça pra todo mundo evacuar pela estrada ao sul! - Alice pedia a ele, tentando ver se o mais velho a ouvia.
- Por favor, senhor Schuberg. Ouça ela. - Eugeo pedia, ao lado dela.
- Não sejam idiotas! Querem que eu abandone a minha mansão, digo, abandone a vila e fugir? - Barbossa esbravejou para a dupla, e era impressionante como a ganância daquele cara era grande mesmo em um ataque a vila. Sendo que também, a mansão o homem obeso era bem ali, no centro do local.
Eugeo se irritava ao ver como a ganância no ser humano era mais teimosa. Por outro lado, estava aliviado que sua família estava ali e segura.
- Se todos saírem agora, vocês vão conseguir sobreviver sem serem pegos pelos goblins. - A loira respondeu a ele, no tom padrão de seriedade. - Seus pertences ou a sua vida? O que vocês acham que é mais importante?
- "Formem um círculo na praça e reforcem nossas defesas". Foi essa ordem do Chefe da Guarda Jink. - Gasupht olhava cabisbaixo para o chão, e explicou aos loiros. Era óbvio que ele não concordava com isso, e Jink era jovem e inexperiente demais para traçar um plano melhor. Mas precisava respeitar as leis de Tabu. - Até numa situação como essa, preciso seguir as orientações dele. São as leis imperiais do Tabu.
Alice esbravejava internamente, mandando todas as leis de Tabu pro inferno. Era impressionante que mesmo em um caos como esse, o seu pai era obrigado a seguir as regras.
- Eugeo, pode ir ajudar o Jink na linha de frente? - A namorada pediu a ele. - Deixa comigo, que vou me juntar a vocês em breve.
- Claro. - Eugeo sorriu confiante para ela. - Eu confio em você pra resolver isso. Afinal, é o seu momento pra mostrar quem você é.
Armado com a Espada da Rosa Azul, o loiro deu um salto poderoso, deixando todos os aldeões do local surpresos com o comportamento de Eugeo, indo correndo pelos telhados até a posição do norte da vila.
- Eugeo... - Sulinea olhava para o seu irmão caçula pulando pelas casas.
- Aquele era mesmo o nosso irmão? - Nikolo se perguntava, mais para si mesmo que para os irmãos.
- Filho... - Orick sussurrou, vendo o loiro sumir na escuridão.
- Pai, vamos fazer como a Alice disse. - A pequena freira surpreendeu a todos, tendo agora a atenção de Alice que sorria com a coragem de sua irmã caçula.
- Selka...
- Por acaso teve alguma vez que a minha irmã esteve errada? Não, até eu percebo isso. - Selka falava agora, temendo o que aconteceria com a vila e os aldeões. - Se não fizermos nada... Vamos todos morrer!
- Fugir?! - Barbossa se irritou com o ato da adolescente. - Você é só uma criança, fique fora disso! Essa vila tem que ser protegida a todo custo! - Quando o homem ia continuar a falar, ele sentiu um frio na espinha. Ele se virou para onde vinha a origem dessa submissão. Era Alice, que olhava com um olhar frio e mortal para o nobre. - E-Entendi... JÁ ENTENDI! Foi você e o seu namorado criminoso que trouxeram esses monstros do Território Negro pra essa vila, não é, Alice?! Há oito anos, quando você atravessou as Montanhas do Fim, ganhou esses poderes sombrios e agora é uma bruxa manipuladora que corrompeu o Eugeo! Sua bruxa vagabunda!
Os familiares de Alice e Eugeo olhavam com repulsa para o nobre, que falava mal e os humilhava bem em meio a esse caos. Mas meter Selka e Eugeo nisso? Foi a gota d'água para a loira do tapa olho.
- Como cavaleira, eu retiro a ordem do Chefe da Guarda Jink. - Alice começou a ordenar a todos no local, agora com um semblante mais forte e sério. - Eu ordeno a todos os aldeões pra evacuarem até a floresta ao sul, com aqueles que estão armados na frente.
- C-Cavaleira? Do que está falando? - O nobre ganancioso ficou confuso com o que a loira havia acabado de ordenar. - Não existe um Chamado desses nessa vila! Só porque tem uma espada, acha que é uma cavaleira? O que acha que vai acontecer se os Cavaleiros da Integridade na capital descobrirem que você está mentindo?!
Na hora em que o homem falou, Alice sem mais nem menos, jogou fora sua capa branca, revelando uma elegante armadura dourada com capa e sobretudo azul, e estocou sua Arma Divina no chão. Mas o símbolo de cruz no peito, foi o que surpreendeu a todos no local!
- Meu nome é Alice Schuberg! Sou a responsável pela cidade de Centória e uma Cavaleira da Integridade da Igreja de Axioma. A terceira no comando! Cavaleira da Integridade Alice Synthesis Trinta! - A bela loira falou seu verdadeiro nome de cavaleira, de forma graciosa e com o orgulho no peito, sem se preocupar mais com o que realmente era. Era o único jeito de fazer todos seguirem as ordens dela.
- C-Cavaleira da Integridade?! - Todos ao redor comentavam sobre a imagem de Alice, chocados com a revelação surpreendente da camponesa.
- Irmã... Então você...
- Me desculpa ter demorado até agora pra te contar, mas eu e Eugeo queríamos ter uma vida normal juntos. - Alice explicou a ela, colocando a mão no símbolo de cruz no peitoral. - Esse foi o verdadeiro castigo que foi dado pra nós dois pela Pontífice, e o meu dever real.
- Não... - A adolescente começou a lacrimejar de felicidade pela irmã mais velha. - Eu sempre acreditei que era impossível vocês serem criminosos de verdade.
- Então o nosso irmão também... - Galio, Nikolo, Sulinea e Orick choravam de felicidade.
- Seguirei as suas ordens, senhorita Cavaleira da Integridade. - Gasupht se ajoelhou para sua filha, como forma de respeito. Por dentro, ele estava completamente orgulhoso e feliz que sua filha nunca havia cometido um crime real e que ela estava ali por eles. Alice sorriu e apenas começou a ouvir as ordens que seu pai dava para os aldeões. - Todos que estão armados, vão na frente e levem os aldeões para o sul da vila! Ao saírem, vão a floresta ao sul da clareira!
Todos acentiram e começaram a correr, aceitando as ordens da cavaleira dos cabelos dourados.
- Pai, cuida da Selka, da mamãe e de todos. - Alice pediu a eles. - Eugeo e eu vamos acabar com isso.
- Tome cuidado também, senhorita Cavaleira. - O mais velho acentiu, com uma lágrima no rosto.
- Não se arrisque, irmã. - Selka pediu.
Alice apenas sorriu e acentiu a eles. Era a primeira vez em seis meses que ela estava agindo oficialmente como Cavaleira da Integridade. Portanto, ela agirá como tal.
- AMAYORI! HANAYUKI!
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Na área do norte, a barricada feita pelos aldeões caiu e foi arrombada por um dos líderes dos Orcs, ao lado de um líder dos goblins.
- Droga, eles invadiram a barreira. - Jink esbravejou.
- E agora, Jink?! O que a gente faz?! - Um dos guardas perguntava, com medo.
- V-Vão para o centro da vila! - Jink ordenou, sem mais idéias.
- NADA DISSO! VOLTEM PARA SUAS POSIÇÕES! - Uma voz grave ordenava no alto de uma casa ali perto. A figura encapuzada pulou da casa, e foi para onde Jink estava. - Se não fizermos isso, a vila vai ser tomada pelos invasores!
- Eugeo? O que tá fazendo aqui?! - O moreno perguntou. - Não podemos ouvir ordens de você, ainda mais no meio desse caos.
- Ah, vocês vão sim. Jink, com a sua autoridade de Chefe da Guarda retirada, você tem a obrigação e o direito de me obedecer. - Eugeo falou, de forma séria para ele.
- Mas o quê... O que você tá falando? - O guarda estranhou, mas sem receber uma resposta concreta, o loiro apenas ficou na frente deles, indo até os goblins.
- Olha só, um ium branco achando que pode nos deter. - O goblin riu.
- Vamos matá-lo!
Quando as criaturas iam atacar, Eugeo jogou fora sua capa branca, revelando sua armadura prateada reluzente. Ele tinha um sobretudo azul, calça cinza escura e uma longa capa azul-celeste por cima da armadura, substituindo a sua antiga dada pela Administradora. A sua nova armadura se completava com as novas botas longas de prata que chegavam no tamanho dos joelhos, e haviam protetores de coxa feitas com o mesmo material. O símbolo no peito do loiro deixou todos no local surpresos com a cena.
- “Kirito, você e a Alice mudaram a minha vida. Se não fosse por você, eu nunca teria realizado o meu sonho de ser um Cavaleiro da Integridade e de salvar a Alice. Quando essa guerra acabar e a gente te trazer de volta a ser o que era, e vamos voltar a morar aqui de novo juntos. Vou usar tudo o que você me deu pra proteger a gente.”
- Criaturas do Território Negro, a invasão de vocês a essa terra pacífica acaba aqui! - O loiro gritou a direção a eles, com uma voz fria e séria. - Em nome da Igreja de Axioma e a minha autoridade, ordeno que vão embora. Sou o ex-Discípulo de Elite da Academia de Espadachins, e décimo-sétimo no comando da Igreja de Axioma! Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois!
- Eugeo, você é... - Jink estava com os olhos arregalados.
- Um Cavaleiro da Integridade ium?! - Um dos orcs gritou, com medo da presença do cavaleiro.
- Ele é só um. - O líder dos goblins gritou. - Matem ele!
Alguns goblins e orcs correram para cima do loiro, armados com machados e bastões de madeira. Eugeo deu um chute em um deles, sendo jogado para dezenas de metros de distância. Em seguida, desembanhou a Espada da Rosa Azul presa na cintura e começou a lutar contra eles.
O loiro usou golpes do Ataque Vorpal, atacando verticalmente as criaturas, cortando os braços, como sinal de aviso já que Eugeo não era de matar seus oponentes.
- Não acredito... - O líder dos goblins esbravejou.
- Sou o Cavaleiro da Integridade Eugeo. Enquanto eu estiver aqui, vocês nunca vão tocar nessa vila. Me obedeçam e vão embora para o Território Negro, ou morram aqui. - Eugeo relatava, com sua identidade nobre para os inimigos.
- Nem pensar! - O líder dos goblins pulou em cima de Eugeo, mas antes de encostar no loiro, estava sangrando por completo. - Mas o quê?
- Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas! - O loiro apontou sua espada, criando um círculo cibernético azul e atirou centenas de pétalas azuis, cortando o goblin por completo e fazendo o sangue espirrar por toda parte e congelar na hora devido ao toque frio.
- Incrivel... - Os guardas da vila admiravam a habilidade do loiro.
- Eugeo... - Jink ainda estava estático com a reviravolta. - Esse tempo todo, você era um Cavaleiro da Integridade?
- Foi esse Chamado que a Pontífice me deu como castigo. - Eugeo deixou sua seriedade de lado e explicou para Jink, agora de uma forma mais gentil. - Vou usar isso que eu tenho e irei lutar pra proteger a minha vila e a minha família.
O loiro sentiu a presença de seu dragão chegando, e levou o pessoal de Jink para fora da rua.
- Atacar!
Com duas poderosas rajadas de plasma vindo do céu, o ataque se chocou com o solo, vaporizando dezenas de goblins, explodindo a rua inteira. Todos na vila se surpreenderam que haviam dragões protegendo o local, atacando os invasores. Já Eugeo, correu pra limpar o resto dos goblins na rua do norte usando suas rosas azuis.
Ele pegou o primeiro goblin, cortando os braços dele. O segundo, cortando o braço direito e a perna, e foi assim em diante em simples dez segundos, desmembrando mais 40 goblins e orcs.
- Dois dragões.. - Jink se distraiu, e antes que fosse atacado por um grupo de goblins, uma certa loira apareceu protegendo o guarda segurando a espada do goblin com a manopla dourada. - O-O que você tá fazendo aqui?!
Agora ele notou que Eugeo e Alice tinham o mesmo tipo de armadura, pertencente a Igreja de Axioma.
- Então vocês são mesmo...
- Não temos tempo pra explicar. Leva o seu pessoal pro sul! Agora! - A loira ordenou, autoritária.
- S-Sim senhora! - Ele saiu correndo para a segurança com o resto dos guardas, deixando a defesa apenas para o casal e os dois dragões.
- Sua mulherzinha ium. Vou matar e te devorar! - O goblin esbravejava, enquanto sua lâmina era segurada pela cavaleira até quebrá-la com sua força e matando aquele grupo com sua espada e foi para cima de uma escadaria, cercada por um grupo grande de goblins e orcs liderados pelo orc grande ali no meio deles.
- A partir de agora, eu vou lutar pelo que eu quero pra proteger minha irmã e os meus pais. E também... - Ela olhou para o seu amado usando Artes Sagradas nos invasores. - Lutarei pelas pessoas do Império Humano que Kirito e Eugeo se sacrificaram para salvar. - A loira recuperou sua força de vontade, tirando o tapa-olho dela e curando o olho direito. Em seguida, beijou o pano preto dado pelo Espadachim Negro, e fez ele sumir no ar. - “Muito obrigada, Kirito. Não vou mais precisar disso. Tenho certeza que vou hesitar, mas com Eugeo ao meu lado, seguirei em frente sem olhar pra trás. Por vocês e os meus objetivos.”
- Eu sou Alice, cavaleira do Império Humano! - A bela cavaleira apontou sua Espada da Oliva Perfumada para os invasores que corriam para cima da escada. - Enquanto eu estiver aqui, vocês nunca vão ter o sangue e massacre que tanto anseiam. Entrem na caverna e voltem pro mundo de vocês! Enhance Armamento! - Com um círculo cibernético amarelo, diversas flores douradas saíram de sua espada e voaram como chuva ao redor de todos os orcs e goblins. - Se expalhem, minhas flores!
- É só uma garota! Eu, Morikka, o Cata-Pés irei matá-la e fazer os... - Quando o orc ia continuar, foi completamente desintegrado pelos cortes múltiplos das flores de Osmanthus, junto com o resto do seu grupo.
Mas quando um deles ia atacar a loira, uma lâmina cristalizada foi empalada no peito de um dos orcs. Ela viu que foi protegida pelo seu parceiro.
- Você tá bem? - O loiro perguntou, preocupado.
- Agora eu tô. - Alice sorriu pra ele e agora deu uma imagem de imponência para os invasores, que olhavam com medo do casal. - Essa é a muralha separando o Império Humano e a terra sombria! Enquanto vocês se esconderem nas cavernas, nós Cavaleiros da Integridade jamais deixaremos vocês corromperem essa terra!
- Escolham agora. - Eugeo agora deu sua palavra, com um comportamento imponente de cavaleiro. - Continuem avançando e se tornem um sangue no solo, ou voltem para o Território Negro! Vocês decidem. - Todos os que restaram recuaram, fugindo de volta para as Montanhas do Fim, enquanto Eugeo absorveu toda a energia vital dos invasores mortos com sua lâmina, no intuito de apagar o fogo. - Enhance Armamento! - O loiro estocou sua lâmina no chão, fazendo com que suas raízes de gelo congelassem as áreas incendiadas, apagando na hora.
- Conseguimos... - Alice deu um sorriso, agora olhando para Eugeo com seus dois olhos. - Salvamos a nossa casa.
- Não, você salvou ela. - Eugeo riu pra ela, e deu um beijo nos lábios da loira, que se surpreendeu com o toque mas retribuiu de volta. Quando ele notou, ela estava com o seu olho direito curado. - Tô feliz que você encontrou sua força de novo.
- Obrigada, pra falar a verdade não foi difícil. - A loira corou. - E eu gostei de te ver com essa armadura nova. Combina com você.
O casal se alegrou, mas mesmo com a terra deles salva, ainda falta mais uma coisa. Eles foram na caverna congelada das Montanhas do Fim, e descobriram que os invasores estavam escondidos com vestígio de magia negra.
- Por isso que Nelgius não detectou. - Alice olhou para frascos de invisibilidade entre as rochas. - Eles usaram magia negra de invisibilidade pra se esconderem entre as fissuras.
- Não era a toa que Eldrie tava desconfiado. - Eugeo observava as fissuras cavadas pelos goblins e orcs. - Mas só o que eu acho estranho é o porquê deles terem atacado a gente logo aqui.
- Não deve ser coincidência. Mas vamos ter que tapar isso tudo pra evitar outra invasão. - Ela olhou para ele, e o loiro acentiu.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Terreno. Gerar Elemento Criogênico. Barreira - Descarregar! - O casal criou um feitiço de bloqueio poderoso, para evitar que ninguém mais atravesse as cavernas. - Isso vai impedir que eles voltem.
- Mas poderia ter sido pior. - Ela falou, enquanto olhava para o dragão morto repousando naquela caverna congelada. - Se continuar assim, eles não vão parar.
- Vamos ter então que...
- Ir pra guerra e ajudar os Cavaleiros da Integridade. - Alice respondeu a ele, enquanto olhava para Eugeo chegando perto do corpo do dragão. - O que tá fazendo?
Ele tocou os ossos do dragão, sentindo um formigamento na pele e viu um flash rápido de duas pessoas chamando por ele.
- Eugeo, vamos pra casa. - A mesma mulher loira de mechas negras dos seus sonhos apareceu novamente, ao lado de um homem com cabelos loiros com franjas em tom linho, acenava sorridente ao lado da mulher.
- Tô indo, mamãe!
- “Mas o quê...”
Depois de todo esse ver, eles assumiram seu papel como Cavaleiros da Integridade novamente. E se não fosse pela força deles, a vila estaria perdida. Então não faz mais sentido com eles estando ali, do que não estarem lá no Portão Leste com os outros. Passaram-se uma semana desde o ataque, e Eugeo e Alice ajudaram os aldeões a reconstruir as casas destruídas. Agora que estavam livres de seus crimes, eles podiam voltar a viver como antes quando mais novos. Até mesmo o senhor Garitta estava surpreso que eles eram Cavaleiros, e se sentiu feliz que Eugeo e Alice podiam voltar para a vila.
Nesse momento, Selka estava conversando com Eugeo e Alice, que estavam com seu equipamento de Cavaleiros da Integridade, prontos para partir do local.
- Ia ser lindo continuar aqui, mas temos um outro dever. - Alice falou para Selka, ao lado de Eugeo.
- Precisamos voltar pra guerra e descobrir um jeito de trazer o Kirito de volta. - Eugeo falou para a adolescente.
- Entendo... Mas acho que no fundo, o papai queria se despedir de vocês. - Selka olhava para Kirito sentado na garupa de Amayori, vestindo seu sobretudo preto de Cavaleiro da Integridade.
- Eu sei disso. Mas algum dia, depois da guerra acabar e de termos completado nossos deveres, vamos voltar pra cá e vou vir como a velha Alice Schuberg. Nesse dia vou falar: "Pai, estou de volta."
- Vou sentir falta de vocês. Até a mamãe falou que agora que vocês tão namorando, quer saber quando é que vai vir uma aliança nesse dedo. - Selka choramingou de emoção. - Ia ser lindo ver a minha mana se casando com o crush dela!
- E-Eh?! A mamãe falou isso?! - Alice ficou ruborizada ao ouvir.
- S-Selka, não fala esse tipo de coisa assim. - Eugeo corou ao saber que a mãe de Alice queria que eles se casassem, já que com a idade deles, era normal isso acontecer. - Mas mesmo assim, até termos mais idade, quero propor a Alice em casamento. - Ele juntou suas mãos com as da sua amada, ruborizado. - E quando o Kirito voltar ao normal, vamos viver como uma família.
- Eu estou de acordo. Mas se por algum acaso você não me esperar no altar, eu te mato. - A loira deu um olhar mortal para ele, que agora estava com medo dela. - Ouviu bem, Eugeo Synthesis Trinta e Dois?
- C-Claro, eu te amo e nunca faria isso com você. - Eugeo riu nervoso, agora colocando bem na sua cabeça uma nota mental para nunca tirar a Alice do sério, ainda mais quando ela estivesse naqueles dias.
- Hmph! Acho bom. - A loira bufou as bochechas, se agarrando no braço de Eugeo.
Após se despedirem, Alice, Eugeo e Kirito a bordo de Amayori e Hanayuki, foram em direção ao Portão Leste vendo Selka e o resto de seus parentes acenando a distância.
- Até mais, Eugeo! Cuida da Alice! - Selka e Sulinea gritavam ao mesmo tempo.
- Pode deixar! - O loiro sorriu, acenando para eles todos enquanto já sumiam do campo de visão de Rulid.
- “Eu tenho certeza que vamos voltar pra essa vila algum dia. - Alice pensava em sua consciência, enquanto olhava para Eugeo ainda se despedindo da família dele. - Mesmo que eu morra no campo de batalha, meu coração voltará junto com Eugeo. Você é o meu parceiro, minha proteção. O meu amor verdadeiro. Com você ao meu lado, nunca vamos nos separar.”
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Enquanto isso, no Mundo Real...
6 de Julho de 2026 - 14:40 da Tarde...
Ocean Turtle, Base Móvel da Rath. Em algum lugar do Mar do Japão...
Na Sala de Controle Secundária, todos estavam tentando se ambientalizar com a nova situação de invasão na Ocean Turtle. Apesar de Asuna e os outros estarem seguros da Sala Secundária, não duraria para sempre.
Kikouka coordenava o pessoal de equipe, com as fichas que restavam.
- Até quando as comportas vão aguentar? - O asiático de óculos perguntou a Nakanishi.
- O inimigo poderia usar explosivos, mas acho que eles não irão arriscar. Pois na comporta primária...
- Está a câmara do Lightcube Cluster. - Kikouka adivinhou, suspirando. - Vamos avaliar a situação. - O que mais resta, tenente?
- Agora que a principal fonte de energia foi cortada, não podemos rotacionar os parafusos da Ocean Turtle sem reiniciar o sistema de controle. - Nakanishi respondeu a eles.
- Como uma tartaruga no mar sem poder nadar, né? - Kikouka olhou para o chão, pensativo. - Eles tomaram a Sala de Controle Principal, a sala do STL 1 e até mesmo o controle do reator nuclear. Pelo menos, eles não estão aqui para destruir a gente. A questão é... Quem são esses caras? Higa, qual seu palpite?
- Deixa eu ver... - O loiro de cabelo arrepiado começou a olhar as câmeras de segurança, vendo a gravação da hora da invasão. Asuna e os outros se surpreenderam pelo tamanho daqueles homens. - Pela cor, uniforme e equipamento, não devem ser um exército oficial e nem mesmo asiáticos.
- Então a gente não tá lidando com o pessoal do Japão. Mas que sorte a nossa. - Kikouka ironizou, ao olhar para a grande tela. - Mas só que mesmo assim, esse pessoal sabe da existência do Projeto Alicization e já foram direto pra Sala Principal, com o objetivo de sequestrar os nossos dois A.L.I.C.E.s. Higa, você bloqueou os meios de extração do Lightcube Cluster, não é?
- Sim, agora eles não podem mais extrair da outra sala. - Higa respondeu ao homem de óculos.
- Mas o mesmo vale pra gente, não é? Se minha sugestão tiver certa, esses caras devem ter contato com a elite da Força Japonesa, aonde o navio da Asahi só vai atacar assim que os Lightcubes da Alice ou do Eugeo forem encontrados. - Kikouka olhou agora para a câmera aonde Kirito está logado. - Uma operação secreta dentro de Underworld, aonde o prêmio especial são os FluctLights da Alice e do Eugeo. Agora que os invasores podem usar a outra sala, eles podem executar comandos dentro de Underworld.
- E o que vai acontecer se eles fizerem isso? - A doutora Rinko perguntou.
- Os cubos alvos seriam extraídos do Lightcube Cluster na Sala Principal, através dos tubos de ar até cada uma das salas de controle, com um desses canais de extração aí e outro na Sala Principal. - O homem de óculos apontou para um buraco no console, enquanto Higa colocava a câmera de segurança da câmara aonde os corpos de Alice e Eugeo estavam dormindo, em animação suspensa. - Daí, eles colocariam os FluctLights naqueles corpos aonde deixamos guardados na câmara subterrânea.
Após isso, estavam analisando sobre como Kirito estava. Afinal, a invasão da Ocean Turtle acabou fazendo com que quase perdessem o rumo da meada.
- Espera, o Kirigaya tá vivendo em Underworld no Tempo Acelerado há quanto tempo? - A doutora Rinko perguntou a Higa.
- Dois anos e meio. - A resposta de Higa fez o coração de Asuna ficar mais dolorido ainda, vendo que Kirito viveu em Underworld todo esse tempo, e que o objetivo dele era proteger os FluctLights.
- Então qual é o plano de vocês? - Asuna perguntou ao trio de cientistas.
- Curar o Kirigaya e extrair os FluctLight da Alice e Eugeo antes que aqueles caras façam isso. - Os três responderam a ela.
- Espera um pouco. - A adolescente parou a conversa. - Na primeira vez que vocês contaram pra gente a origem da Alice e o porquê dela ser tão importante, eu entendi. Mas o que não me encaixa agora é o porquê do Eugeo ser tão especial. Vocês disseram que ele morreu, então por quê o FluctLight dele não foi deletado?
Agora isso colocou os três na parede de novo. Kikouka, Higa e Rinko estavam com um olhar de "alguém que aprontou alguma coisa." Asuna sabia desde o começo que eles estavam mentindo e ocultando coisas pra ela e Kirito.
- Vocês não contaram pro Kirito-kun sobre o Eugeo e a Alice, não é? - Mais uma vez, nenhuma resposta. Ela deu aquele olhar assustador para Kikouka, que não estava mais aguentando em esconder. - Eu sabia!
- Dá uma folga, por favor. Era segredo de estado, Asuna-kun. - Kikouka falou, suspirando pesadamente. Já que nada nesse mundo poderia ser escondido quando Asuna Yuuki está por perto. - Quando o FluctLight do Eugeo foi criado, ele nasceu junto com o de Alice. O Underworld usa almas de recém-nascidos, então por isso o primeiro protótipo foi uma pessoa morta mas com a mente ainda ativa.
- Tá me dizendo... - Asuna arregalou os olhos, querendo saber se era mesmo verdade ou não. - Que o Eugeo teve uma vida de verdade no mundo real, e reencarnou em Underworld? Então vocês usaram o mesmo tipo de coisa que aquele cretino do Sugou fez com o estudo humano daqueles 300 jogadores do SAO?
- Não é bem o que foi projetado pra ser no começo. Aquele merda roubou a gente e fez aquela besteira em Alfheim. - Rinko suspirou, agora vendo que nem mesmo ela iria poder escapar. - Mas agora que você já chegou nesse assunto, vai ser melhor se contarmos a verdade. - Após uma longa conversa e algumas verdades vindo a tona, Asuna descobriu que além do Projeto Alicization ter nascido do primeiro sistema de Realidade Virtual, a alma de Eugeo também se originou no mesmo lugar aonde tudo começou.
No próprio Sword Art Online.
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Enquanto isso, na Sala Principal...
Ponto de Vista(Gabriel/Vecta)
Já invadimos a Sala de Controle Central e Critter já havia hackeado o sistema. Agora que já questionei todos da equipe sobre suas posições e sugestões, e tive que apartar uma briga do Vassago e do Critter de novo. É impressão minha, ou eles querem se comer no meio da missão? Tá difícil dar uma de mãe pra esses dois. Aparentemente não daria para pegar os Lightcubes dos dois A.L.I.C.E.s pela câmara tão facilmente.
A missão que a Segurança Nacional Americana nos deu foi localizar os dois Lightcubes e pegar pelo menos um deles, junto com a interface. As IDs deles já estão aqui no computador, mas o único jeito é controlar o sistema daqui.
- E então, Critter? - Perguntei a ele, que ficava vidrado no computador. - O que descobriu?
- Não vamos poder logar com privilégios de administrador. No máximo, só observar os FluctLights a distância vivendo a vidinha deles. - Ele respondeu, e mostrando uma imagem ao vivo de goblins interagindo.
- Critter, esses monstros fazem parte do sistema? - Perguntei a ele, que negou dizendo que tinham FluctLights também. Então essas criaturas também são humanas, por assim dizer.
- Pra resumir, Underworld é resumido pela divisão do Império Humano aonde os humanos normais vivem, e o Território Negro, aonde é rodeado de monstros.
Já que é assim... Não vai dar pra achar aqueles dois tão facilmente.
- E as contas feitas pra logar no Underworld? Veja se consegue usá-las. - Ordenei a ele, que só conseguiu usar as contas do Império Humano apenas em Nível 1, de camponês. Mas as do Território Negro, eram outra história. Todas estavam livres pra nós.
- Mas chefe, se você usar uma conta do Território Negro, as chances de encontrar a Alice ou o Eugeo são difíceis, não é?
- Sim, mas não do jeito que eu pretendo usar. - Respondi a ele e ordenei que ele buscasse a conta do Território Negro mais alta possível. - Se invadirmos as fronteiras liderando um exército, podemos forçar eles a aparecerem.
O meu plano é agir como líder de um desses seres do Território Negro e usar eles para fazer a Alice e Eugeo virem para cima de mim.
Critter ativou as contas, e vi que haviam algumas contas altas para serem usadas. Mas eu fiquei vidrado em uma delas.
- Qual o nível dessa conta? - Vassago perguntou ao Critter.
- Não tem nível. - Ele respondeu. - É uma conta de administrador do Território Negro, representado a um dos Cinco Deuses de Underworld: Stacia, Solus, Terraria, Lunaria e Vecta.
- Imperador Vecta, o Deus das Trevas... - Li o nome da superconta. A durabilidade de vida, administração e tudo mais estava nulo. Quer dizer então que essa conta de Deus das Trevas deve ser muito especial, pelo visto.
- Eu fico com essa, já que é tipo de líder. - Vassago ficou animado, mas decidi cortar o barato dele.
- Não, eu fico com essa. - Falei para ele.
- Mas por quê, bro? - Ele estava um pouco desapontado.
- Se o Imperador Vecta é mesmo especial, você pode acabar perdendo ele. E além disso, eu sou o líder e tenho mais chances de convencer os exércitos.
- Fazer o quê... - O hispânico de cabelos cacheados suspirou. - Então você assume o papel de Imperador Vecta, e eu serei o Cavaleiro Negro. Agora eu tô empolgado!
Após descobrirmos mais sobre esse Teste de Carga Final, descobri que podia usar isso ao meu proveito. Linkei as contas de Imperador Vecta e a conta de camponês do Império Humano, fazendo um teste para ver se a máquina de Soul Translation funcionava. E por incrível que pareça, encontrei a Alice e o Eugeo! Mas eu realmente não esperava que isso seria tão difícil.
O Eugeo parecia ser um rapaz bom e gentil, mas as aparências enganam. Quando apertamos as mãos, senti alguma coisa a ver com os meus poderes. Enquanto a Alice... Ela não confiava em mim, e me segurei pra não roubar a alma dela lá mesmo. Ela tem uma alma tão pura, deliciosa e ainda por cima tinha sentimentos fortes pelo Eugeo.
- Não esperava que você iria reencarnar em Underworld... - Sussurrei de forma inteligível, apenas para que eu ouvisse. - Podem relaxar, garotos. Em breve, já estou voltando pra pegar vocês.
- Chefe, a Superconta Nº5 do Imperador Vecta e a do Império Humano estão linkadas de novo. Mas ainda não entendi o porquê de você querer usá-las ao mesmo tempo outra vez. - Critter me questionou.
Realmente, seria inútil eu usar uma conta fraca naquele mundo. Mas se algo acontecer comigo lá, eu posso guardar isso com uma carta na manga.
- Apenas para previnir algo. - Respondi a ele, enquanto ia para a sala do Soul Translation. - Ative novamente o meu STL, pra despertarmos no Palácio Obsidia.
- Pode deixar.
- Vassago, vamos. - O chamei, enquanto saía da sala de comando.
- Só se for agora, bro! - O hispânico veio junto comigo, e fomos a sala dos STLs.
Eugeo e Alice... Vou me divertir muito com vocês dois lá.
- Link Start.
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Na Sala Secundária...
Ponto de Vista(Asuna/Stacia)
- O Kirito continua logado em Underworld. E mesmo com o FluctLight dele ativo, ele pode receber estímulos. Se alguém em Underworld pudesse perdoar ele, talvez ele poderia...
- Eu vou. - Voltei para a Sala Secundária, com um olhar firme, chamando a atenção de todos. - Vou pra Underworld terminar a missão do Kirito-kun e dizer a ele que ele foi bem... E que ele fez de tudo pra continuar. Eu sou uma sobrevivente do SAO e sou tão forte como ele. Posso conseguir isso.
- Temos um Soul Translation sobrando aqui, mas o Underworld não está estável no momento, pois estamos indo pro último estágio do Teste de Carga Final. - Kikouka me explicou.
- E o que isso faz? - Perguntei a eles.
- O Portão Leste, que divide o Império Humano e o Território Negro vai cair enquanto estamos conversando, e assim vai começar a Guerra de Underworld. - Higa explicou pra gente. - Os humanos teriam chance de ganhar, mas o Kirito-kun acabou desorganizando a Igreja de Axioma, lutando contra eles e os seus generais, os Cavaleiros da Integridade.
- De qualquer jeito alguém vai ter que ir para lá. Quando a invasão começar, é provável que Eugeo e Alice, que moram em algum lugar do Império Humano sejam mortos no caos da guerra. A ideia que iríamos dar pro Kirito era pegar os dois e escoltá-los até o Altar do Fim do Mundo, e de lá ejetar o Lightcube dos dois até essa sala de controle, ou aos corpos deles.
- Se eu puder interagir com esses cavaleiros pra encontrarem a Alice e o Eugeo pra mim? Pode dar certo, não é? Me deem uma conta especial pra ter autoridade de falar com eles, e aí eu posso levar os dois pro Altar do Fim do Mundo. - Sugeri a eles. Esse era o único jeito de achar o Kirito-kun e esses dois.
- Asuna-san, se você vai entrar em Underworld, vai precisar de toda força e autoridade possível. - A doutora Rinko me explicou. - Se os invasores tiverem a mesma ideia, só assim você pode reagir melhor com a situação como protetora deles.
- Tem razão, Rinko-san. Mas eles não vão ter tempo pra hackear as contas do Império Humano, pois a única chance deles virem é como camponês de nível 1... - O Higa falou, mas começou a parecer desconfiado de algo. - Mas talvez não seja nada.
Depois de me explicarem todo plano e o que eu precisava fazer, mandei uma mensagem no grupo do pessoal, que ia entrar em Underworld pra ajudar o Kirito-kun. Troquei minha roupa para uma de hospital, e me sentei na máquina de STL. Antes que eu fosse pra Underworld, precisava saber da verdade por trás do Eugeo e da Alice.
Só confio em uma pessoa pra isso.
- Yui? - Liguei para a minha filhinha.
- Sim, mamãe?! - Ela me perguntou, toda ansiosa. - O papai já voltou?!
- Ainda não. Por isso que estou ligando. Vou pra Underworld trazer o Kirito-kun de volta. - Expliquei a ela, e fui direto ao ponto. Eu desde o final do Sword Art Online, eu não sei mais o que aconteceu com a Argo pois perdi o contato com ela. Dizem que agora ela trabalha como uma jornalista do MMO Stream. - Quando você contar tudo pro pessoal, procura pela Argo e esses dois jogadores no ALO com o nome de Moonphase e Mei-Mei Xiang pra mim?
- Por quê? Tem alguma coisa errada?
- Acho que eles podem saber de tudo da verdade sobre o Eugeo. - Respondi a ela. - Eu não acreditei em tudo que a doutora Rinko e os outros aqui falaram, então eu preciso saber de todos os lados da verdade.
- Tá bem. - Ela respondeu, mas com um tom de preocupação. - Eu vou investigar agora e dar um jeito de avisá-la depois. E mamãe... Traz o papai de volta, por favor.
- Obrigada, Yui-chan. - Agradecia ela, com um sorriso. - Eu irei trazer o papai de volta.
Desliguei o celular e dei pra enfermeira do Kirito-kun guardar. Era tão triste pensar que a Yui tava sentindo a mesma dor que eu sem o Kirito-kun. Mas eu vou trazer ele de volta.
Eu sei disso!
- Está pronta? - Ela me perguntou, enquanto me dava intravenosa de soro, injetando em meu braço.
- Sim. Quando vocês estiverem prontos. - Respondi a ela, enquanto olhava para o Kirito-kun na máquina ao lado da minha. Dei um sorriso de felicidade, já que eu o veria de novo. - Não vai demorar muito tempo, meu amor. Vamos nos ver em breve. Vou levar a Alice e o Eugeo em segurança até o Altar.
- Link Start!
A máquina do Soul Translation foi ativada, e na imersão total, comecei a ver sobre as memórias da Superconta Nº1 da Deusa Stacia, a Deusa da Criação. Como eu entraria naquele mundo com poderes divinos, precisava ter tudo que eu tenho a minha disposição pra ajudar o Kirito-kun.
Nessas memórias, eu vi mais quatro deusas contando comigo discutindo no meio de uma sala.
- Lunaria, o que você fez?! - Stacia esbravejou para a loira de cabelos alaranjados e olhos azuis. - Por quê você se deitou com o Vecta?! Sabe muito bem que temos regras sagradas pra isso!
- Não é brincadeira se nós nos apaixonarmos pelos humanos! Agora entre deuses, é uma coisa perigosa, Luna. - Solus se irritou, tentando colocar juízo na irmã mais nova. Que estranho, ela se parecia um pouco com a Shino-non.
- Meninas, parem com isso! - Uma loira com rabo de cavalo e olhos verdes, vestida de um traje verde apartou as irmãs. Ela é igualzinha a Sugu-chan. - A Luna não teve culpa do que fez, aconteceu. Não tinha como ela evitar isso.
- Não precisa me defender, Terraria. Já eu, não me importo com a opinião de vocês duas! - Lunaria gritou de volta, lacrimejando. - Não me arrependo do que fizemos, pois eu amo o nosso irmão e vamos nos casar em Obsidia, vocês todas querendo ou não!
- Então não me resta outra escolha. - Stacia suspirou, vendo que não poderia mudar a mente da sua irmã. - Como a líder da família, eu bano você da terra dos humanos para viver com Vecta.
- Eu irei com prazer, pois vocês estão erradas. O amor não é uma prisão, e sim uma liberdade. Eu tenho pena de vocês por isso.
Que memórias são essas? O que aconteceu no passado desse mundo? Eu sei que é um mundo falso, mas sinto que... Eles já foram reais.
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Enquanto isso, em Tóquio...
6 de Julho de 2026 - 16:56 da tarde...
Ponto de Vista(Sinon/Solus)
Eu estava tendo pesadelos com novo campeão do BoB no Gun Gale Online e me lembrando que aquele cara americano, o tal Subtilizer me pegou de surpresa naquele campo de batalha, no 7º Torneio do BoB. Eu estava sendo perseguida por duas quadras já faz um tempo e me escondi em um quarto de um hotel abandonado. Eu podia ouvir passos, mas mesmo assim não pareciam vir do chão daquele andar.
Em uma manobra arriscada, eu pulei da janela e dei um tiro no ar para interceptar aquele gringo, mas mesmo assim ele não estava ali. Não podia mais ficar naquele local, já que o satélite deve ter passado e devo ter sido descoberta. Armada com a minha Hecate II, continuei a correr em em direção ao telhado.
Esse cara não é como os outros. Eu já ouvi falar dele. Na primeira vez em que ouvi falar desse Subtilizer, ele havia ganhado uma das eliminatórias do BoB só na pistola e com uma faca. Agora aqui, eu só vi esse cara matar os outros jogadores na faca e com as armas deles. O Subtilizer não é como os outros manés no qual eu já estou acostumada a lutar. O estilo de luta e o instinto de combate dele era ainda mais frenético do que a do Kirito, a Asuna, Yamikaze, LLENN e Pitohui.
Estava ouvindo tiros na minha direção, e vi que estavam atirando em mim. Era o pessoal dele.
- BANG, BANG, BANG!!! - Um doido estava gritando enquanto atirava em mim. Me escondi em um dos murinhos, pra me proteger. Não podia mais ficar parada ali. Ao recarregar mais uma bala da Hecate, eu fiquei em posição de franco-atiradora e consegui acertar o cara, ganhando mais um kill meu.
- Bingo. - Dei uma risada, mas antes que pudesse comemorar, senti uma flechada passando pelo meu lado lentamente. Quando vi a linha de trajetória vermelha das balas, notei que se tratava daquele loiro esquisito armado com uma besta nas mãos e acenando pra mim. O que esse cara tem comigo?!
Consegui me esconder em um outro lugar, só que não sei como ou porquê, mas o Subtilizer apareceu não sei como na janela, e o filho da puta já foi me chutando na barriga e agora estava desarmado, lutando só apenas com as mãos e uma faca.
Ele me pegou por trás, me desarmou e começou a me enforcar enquanto me erguia para o alto. Que cara maluco. Como foi que ele derrotou a minha Hecate II?!
- O que tá fazendo, seu doido?! Isso é só um jogo! - Gritei para ele, mesmo com a minha garganta sendo abafada.
- Eu sei, e é por isso que o ideal é se divertir, Sinon. - O loiro deu um sorriso igual daqueles de psicopata enquanto tocava no meu cabelo e limpando uma gota de suor do meu rosto, dando um medo na espinha. - “Your soul... Will be so sweet.” - Subtilizer sussurrou uma frase em inglês no meu ouvido, enquanto me enforcava brutalmente fazendo eu me debater até apagar.
Na hora que o meu HP zerou, acordei com um salto na biblioteca do colégio. Notei que os meus colegas passavam andando pelo local e lendo livros sentados, outros aproveitando pra mexer no celular.
- De novo... O cara daquele dia... - Suspirei um pouco mais aliviada. - Por quê aquele maluco apareceu de novo?
- Asada-san, você tá bem? - Uma garota perguntou.
- Aí, Keika. - Suspirei aliviada. - Eu tô bem, só não dormi direito nos últimos dias.
- É por causa do Kirito-san? - Ela me perguntou.
- É... Mas também não é só ele. O pessoal tá preocupado com o que tá acontecendo e... - Ouvi o meu celular vibrar, e abri a notificação. - É a filha dele ligando.
- Tá bom. Já vou pra sala. Daqui a pouco a gente tem aula de biologia. - Keika falou, deixando a biblioteca.
- Alô, Yui. Tem alguma novidade do Kirito? - Perguntei a fadinha, já no automático.
- Acho que descobri alguma pista. Mas pra isso, eu quero falar com todo mundo. Tem como logar no ALO agora?
- Daqui a pouco, eu vou ser liberada no colégio. Depois eu vou entrar. - A Yui me chamou pra entrar no ALO. Espero que dessa vez seja alguma boa notícia. Depois de ser liberada, sai da escola e voltei pro meu apartamento.
Tomei um banho de água gelada, pra ver se conseguia esquecer aquele cara. Era tão estranho de ver ele. Parecia até mesmo que ele não tinha amor a vida, nem felicidade, sei lá.
Agora, mais revigorada depois dessa segunda-feira depressiva, fui desestressar logando em Sylvain, no mundo de ALO e conversar com o pessoal pra saber o que tá acontecendo. A mensagem da Asuna no grupo mostrou que ela pode conseguir ajudar o Kirito.
- Sinon-san, a gente tava te esperando. - Ouvi a voz de Leafa ali junto com a Sílica, Lis e os rapazes, e me sentei ao lado da loira vestida de verde.
- Oi, gente. - Cumprimentei o pessoal. - Então, o que tá acontecendo lá na Rath?
- Bom, pra começar... A Rath foi invadida por um grupo de operações especiais. E pra conseguir consertar o FluctLight do papai, a mamãe teve que entrar no Underworld.
- O quê?! - Todos arregalaram os olhos. A Asuna foi sozinha pra lá? Como ela vai conseguir se virar sozinha? Com ela nessa posição, tava preocupada com ela pois ela tava triste desde que o Kirito tinha sumido do hospital, e agora as coisas pioraram ainda mais pra ele que não tinha garantias de como se recuperar.
- Mas então, como tá a Ocean Turtle com esses caras invasores? - Perguntei a Yui, tentando entender o que se tratava dessa invasão lá na Ocean Turtle.
- É, a gente não pode ficar sem fazer nada. - Klein levantou sua voz em um olhar determinado, preocupado com Kirito. - Precisamos fazer alguma coisa.
- Sobre isso... Talvez vamos precisar da ajuda de vocês depois. A mamãe me deu uma pista sobre a criação do Projeto Alicization, e pra começar essa pesquisa, tiveram que usar uma vítima do SAO. - Ela falou, deixando todo mundo perplexo, com excessão de mim e da Leafa.
- Como assim? Eles não usam cópias de recém-nascidos? - Agil perguntou.
- Sim, mas só que o FluctLight da Alice e do Eugeo deram vida ao Projeto Alicization de outra maneira. - Ela explicou pra gente. - Os pesquisadores da Rath estavam escondendo isso por dois anos, mas agora que a verdade veio a tona, sei que pelo menos três pessoas podem confirmar isso.
- Então eles tavam escondendo coisas dos sobre os Sobreviventes do SAO... - Liz sussurrou em um semblante irritado.
- E quem são essas pessoas, Yui-chan? - Sílica perguntou.
- A primeira é a líder da Guilda de Informações e apresentadora no MMO Stream: a Rata e...
- Argo?! - Todos nós exclamamos ao mesmo tempo. - A Argo tem coisa a ver com isso?
- Sim, eu vou investigar mais sobre o que tá acontecendo. E quando eu voltar, vou explicar tudo. - Ela falou, enquanto sumia no ar.
Estava pensativa. Como é que o governo tava escondendo esse segredo? Eu não sou uma Sobrevivente do SAO, mas eu também sofri esse estresse pós-traumático nos jogos naquele caso do Death Gun e a Bala Fantasma. E quando o pessoal ouve isso, eles ficam meio tristes, já que os dois anos em Aincrad que eles viveram não foram nada fáceis.
Vi que a Leafa não estava lá tão estável como antes, já que na casa dela, os pais dela e do Kirito estavam preocupados com o filho mais velho. Toquei a mão da loira pra tentar acalmá-la um pouco.
- Tenta pensar positivo, Sugu. - Falei pra ela, tentando acalmar a espadachim. - Depois eu vou lá na sua casa te ver.
- Obrigada, Asada. Que bom que eu posso contar com você. - Ela colou sua testa no meu ombro, aceitando a minha mão e ficamos ali continuando a conversar sobre a maluquice que tava acontecendo enquanto conversávamos.
Caramba, Kirito... Eu sei que sou uma leiga do Sword Art Online, mas mesmo assim você e a Asuna entraram de cabeça mesmo em uma guerra do governo. Em que merda vocês se meteram agora?
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Agora, em Underworld...
30 de Outubro de 380...
Palácio Obsidia, Capital dos Cavaleiros Negros - Território Negro...
- Capitã Konno, como está o treinamento com os soldados? - A mulher de cabelos roxos, com tom azulado perguntou.
- Já estão prontos para a guerra, Comandante Lipia. - A mais nova respondeu.
- Bom trabalho. - Lipia a elogiou, mas em um tom meio tristonho que a adolescente percebeu.
- Ei, Comandante... - Yuuki a chamou. - Se me permite dizer, sei que você não quer a guerra, mas não entendo isso. Sabe que o mundo só vai ser livre com a Pontífice morta.
- Isso não será mais necessário, Yuuki. Ela já está morta, e mesmo assim, os lordes pretendem continuar com a guerra. - Lipia suspirou, deixando a mais nova chocada. - Daqui a algum tempo, os outros Lordes chegarão. Trate de preparar nossos soldados.
- Sim senhora. - A adolescente de cabelos roxos saiu do escritório dela, deixando a mulher em seus pensamentos. Apesar de Yuuki ser a Cavaleira Negra mais poderosa de todas, ela ainda era uma criança e não entendia que guerras não são ditadas entre bem e mal, pois cresceu com um ambiente militarista, sem notar que guerras eram resumidas em lados e pessoas vivendo suas vidas com a ganância.
A algum tempo, ela descobriu que a Alta Sacerdotisa Quinella estava morta, e foi morta por um Discípulo de Elite e um Cavaleiro da Integridade que se rebelou contra a igreja durante o Ritual de Síntese. O único que se passava na cabeça da morena era Eugeo. Ele foi o segundo Cavaleiro da Integridade a derrotá-la, depois de Fanatio.
- Eydis... Agora que sabemos da verdade, tá tudo complicado. Poderíamos ter resolvido isso antes, se tivesse me contado. - A morena falou, meio tristonha pois apesar de sua amiga do outro lado do mundo ser sua inimiga, não queria que nada acontecesse com ela.
Afinal, ela também tinha suas crianças pra cuidar no orfanato.
Lipia saiu de seu escritório e foi em direção aos aposentos de seu lorde para contar os novos rumos da guerra.
- Comandante Lipia Zancale de volta, meu lorde. - Ela se cumprimentou para ele.
- Bom trabalho, Lipia. - Shasta a cumprimentou de volta, com um tom sorridente. - Sente-se por favor, comandante. E não precisa me chamar de "meu lorde" enquanto a gente estiver sozinho.
Vixul ul Shasta era o Comandante-Líder e Lorde dos Cavaleiros Negros. Ele foi um dos primeiros a enfrentar Bercouli de igual pra igual. Ele tinha uma aparência meio agressiva, mas tinha uma personalidade interessante. Ele era um homem na casa dos 40 anos, sua aparência era razoavelmente jovem com pele meio enrugada e algumas cicatrizes no rosto, tinha pele morena e seus cabelos meio grisalhos eram raspados nas laterais.
- Só que ainda é horário de trabalho.
- De fato... - O moreno do bigode fino suspirou. - Mas qual foi o incidente grave que você mandou um famíliar me alertar? Não são problemas no orfanato, não?
- Não, o orfanato vai bem. Mas não é isso. - Lipia respondeu, enquanto bebericava uma taça de vinho. - A Pontífice da Igreja de Axioma foi morta por um Cavaleiro da Integridade e outro Discípulo de Elite.
Shasta rapidamente esbugalhou os seus olhos.
- Aquela mulher imortal... Foi morta por um Cavaleiro da Integridade novo e um Discípulo de Elite? - Shasta ainda não conseguia acreditar, já que depois dos deuses, Quinella era o ser mais poderoso de Underworld.
- Sim, também não acreditei no começo e por isso investiguei os humanos por um tempo e acabei descobrindo recentemente. Foi o amigo de Eydis, Eugeo, quem fez isso.
- Isso é uma oportunidade de paz então.
- Acha mesmo que isso é possível? - Lipia estava feliz por dentro, já que seu lorde queria o mesmo que ela.
- Precisamos tentar. - O moreno respondeu. - Esse lado infértil do mundo merece uma vida melhor, com mais igualdade.
- Mas como pretende convencer os outros Lordes e a Ordem dos Cavaleiros da Integridade? Acha que eles aceitariam uma negociação de paz? - Lipia perguntou a ele.
- Eu não gosto muito do Bercouli, mas ele e talvez esse Cavaleiro da Integridade novo podem ser a nossa melhor chance, como você já falou. - Shasta respondeu a ela. - Com a Pontífice morta, Bercouli está no comando agora. Mas são a Ordem dos Dez Lordes que são um problema, e talvez tenhamos que eliminar alguns deles. Pelo menos, uns quatro.
- Tá falando dos... Chefes Goblins, Orcs, e a... - Lipia já previa até mesmo quem era a próxima lorde.
- Sim, ela mesma. - O moreno acentiu para ela. - A Chanceler dos Magos Negros, que descobriu o segredo da imortalidade da Pontífice e dos Cavaleiros da Integridade e pretende ser a nova imperatriz do Território Negro, como a Deusa Lunaria já foi um dia. Ela não aceitará um tratado de paz, pois é muito gananciosa.
- É muito arriscado, meu lorde! - Lipia se levantou, irritada com o ato imprudente de seu superior. - Os Goblins e Orcs não são um problema, mas sim os Magos Negros! Quem sabe o que aquela mulher tá tramando?!
O mais velho suspirou, e sorriu em ver que sua comandante se preocupava muito com ele. Ele havia pedido ela em casamento, e se desculpou com ela por deixá-la esperando tanto. Mas antes que ela respondesse um óbvio "sim", o Lorde da Guilda de Suprimentos chegou abrindo as portas com tudo, dizendo que algo estava acontecendo.
Lá da sala do trono, as grandes portas se abriram onde lá, estavam dois seres estranhos. Aparentemente, era um Cavaleiro Negro de classe alta e mais outro. O outro sentado no trono era loiro, usava uma armadura especial bem elegante da mais alta qualidade, tinha uma coroa-tiara de rubi na testa, estava com sua espada de pomo cristalizado na bainha, e estava com um sorriso convencido.
- Caros cidadãos do Território Negro, o seu deus e imperador retornou. - Vecta deu um sorriso psicótico. - Hora da caça.
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo! 👍
A Sinon tá é com pesadelo por causa do Subtilizer, tinha que ser né! Fica até às 5 da manhã jogando, já tá bem viciada
Finalmente a Alice teve força pra lutar de novo, e agora o Eugeo também. O loirinho vai agitar na guerra, só digo isso kkkk
Essa Yuuki de Underworld ainda é um pouco diferente da Yuuki do mundo real, e reencarnei ela aqui pra ter um objetivo maior, que pretendo mostrar na fic.
Com as supercontas de deuses, essas memórias que Gabriel, Asuna e as garotas vão vendo tem grande importância lá pra frente.
Chapter 12: Capítulo XII - A Criança Perturbada
Summary:
Gabriel retorna a Underworld novamente com a Superconta Vecta e já inicia o seu processo de guerra contra o Império Humano, enquanto relembra de certas sinapses na sua mente. Orientada pela Asuna, Yui vai atrás de certas pessoas, que podem ter algo a ver com o mistério do FluctLight de Eugeo que não foi deletado, devido ao tanto de segredos que Kikuoka e a Rath escondem.
Chapter Text
Pelas visões turvas em um túnel negro de memórias iluminadas, Gabriel flutuava por lá enquanto era acompanhado por uma silhueta de luzes ao lado dele, se assemelhando a uma mulher loira-alaranjada de mechas pretas vestindo um vestido preto com símbolos de lua. O loiro notou a proximidade dela e a abraçou. Ao tocar, uma luz branca circulou pela sua mente, relembrando um vislumbre do passado.
- Aonde eu estou... - Ele perguntou a ela, enquanto caia no abismo de luz e escuridão. - Quem é você?
A figura dava uma risada divertida, enquanto estava agarrada ao loiro.
- Relaxa, Vecta. - A mulher sussurrou no ouvido dele. - Você não vai cair. Eu vou te proteger, irmão...
- Lunaria...
18 de Abril de 1997
San Diego, Califórnia...
- Gabriel... - O loiro ouvia vozes de seu pai, enquanto segurava uma caixinha de borboletas mortas como enfeite. - Gabriel.
Como um costume de seu pai, ele tinha um hobby de colecionar espécies distintas de belas borboletas, e colocá-las como enfeite pelo seu escritório.
- Sim, pai. - O loiro respondeu a ele, voltando a atenção ao mais velho. - Pode me contar mais sobre as almas?
- Claro. - O homem respondeu, gentil. - Ao contrário dos humanos, os insetos não tem cérebro.
- Então por onde eles pensam? - O mais novo questionou, com dúvida.
- Bem, os nervos em volta dos corpos deles funciona como um cérebro. Por isso que, mesmo após perderem a cabeça, ainda sobrevivem por algum tempo. - O homem terminou de explicar. - Era só isso, filho?
- Só isso mesmo. Obrigado por tirar minha dúvida. - O mais novo deixou a caixinha na mesa do mais velho e saiu do escritório, andando pela casa e indo para o jardim. Ele viu um louva-deus grudado em uma parede da varanda e pegou o inseto desprevenido, no momento em que ele se alimentava.
Desde sua infância, ele sempre foi fascinado pelo mistério da existência das almas e como elas funcionavam, mesmo sendo uma criança tão jovem.
Talvez ele imaginava o porquê de almas estarem dentro de um físico, mesmo sendo impossíveis de se manter por tanto tempo. Já que um corpo vivo é apenas uma casca vazia para algo muito maior e grandioso.
- Se os insetos ficam vivos mesmo perdendo a cabeça, aonde fica a sua alma? - Ele questionou a criaturinha, enquanto esmagava a cabeça brutalmente. Mas antes de matar o inseto, ouviu uma voz feminina familiar no portão do quintal.
- Gabe! - O loiro olhou para sua direita, vendo uma garotinha loira de cabelos loiro-alaranjados e olhos azuis, trajando um vestido acenando para ele, e entrando no quintal da casa.
- Alicia! - Gabriel se animou, e se levantou com a presença de sua amiga se aproximando dele.
- Gabe, vamos brincar. - Ela o chamou.
- Vamos. - Ele acentiu com um sorriso e foi junto com ela até a casa dela. Alicia Klingerman era a única amiga que Gabriel tinha naquela vizinhança da alta-classe, já que ele não gostava de crianças esnobes que se achavam melhores que as outras. A única garotinha que era igual a ele era Alicia. Desde que nasceu, ela tinha desenvolvido uma espécie de leucemia aguda. Mesmo sendo criança, dava para ela poder tratar disso com facilidade se não fosse pelo seu sistema imunológico fraco, que a deixava completamente exposta a bactérias e outras doenças. Alicia não podia sair de casa, no máximo até o jardim ou o quintal.
Por isso que ele sempre ficava perto dela, já que eram vizinhos próximos e suas famílias eram amigas há anos.
Ambos haviam brincado de amarelinha, esconde-esconde e até mesmo montaram um quebra-cabeça de 5.000 peças em apenas um minuto. Na verdade, foi Gabriel que montou pois desde criança, o menino sempre foi dotado de uma grande inteligência ainda em sua idade. E como Alicia não era muito de sair de casa, Gabriel sempre fazia companhia para ela.
- Que livro é esse? - O loiro perguntou, enquanto ela vinha com um exemplar famoso.
- Se chama "Alice no País das Maravilhas". - Alicia respondeu a ele. - É igual ao filme da Disney, só que bem melhor.
- Esqueci que você gosta de clássico do clássico. - Gabriel riu, enquanto a loira-alaranjada bufava as bochechas e começava a ler.
Ele pensava como ela tinha uma alma tão pura, doce e humilde. Alicia sempre foi uma menina esperançosa, mesmo com sua doença. Ele gostava que nada disso abalava ela. Isso levou a sua pesquisa de almas que estava tendo ultimamente.
- “Onde será que está a alma da Alicia?” - O menino se questionava, em seus pensamentos. E como ele era tão jovem, sua mente começava a dar a ele várias perguntas que necessitavam de respostas constantemente. - “Ao contrário dos insetos, humanos morrem ao perder a cabeça. Então a alma de um ser humano deve ficar lá... em algum lugar do cérebro. Lá que a alma dela deve tá escondida.”
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- Vecta... - A voz chorosa de Lunaria abraçava o imperador. - Nossas irmãs, elas sabem da verdade e não vão aceitar o nosso romance.
- Não chore, meu amor. - O loiro dos olhos de demônio a acalmou, limpando as lágrimas do rosto dela.
- O que nós vamos fazer? - Lunaria perguntou ao irmão mais velho. - A Stacia e Solus não aceitam o nosso amor e elas querem nos banir do céu, pro Território Negro. As nossas irmãs não apóiam o nosso amor, e ainda por cima nos odeiam.
- Fique tranquila, meu amor. - Vecta deu um beijo nos lábios da loira-alaranjada, que retribuiu de volta. - Se as nossas irmãs não nos aceitam, eu vou aceitar você na minha terra. Ninguém vai odiar você lá.
- E o seu povo vai me aceitar como deusa lá? - Ela perguntou, mais calma com um sorriso largo.
- Eles vão ter que aceitar, já que você será a minha imperatriz e eles serão seu povo também. - Ele riu, confortando a deusa em seus braços presos num abraço. - Nunca vou te abandonar, Luna. Eu me apaixonei por você, e nunca voltarei atrás com a minha palavra.
30 de Outubro de 380...
Palácio Obsidia, Capital dos Cavaleiros Negros - Território Negro...
Ponto de Vista(Gabriel/Vecta)
Despertei novamente daquelas memórias do meu passado de infância e do meu lado divino desse mundo, e notei que estava sentado em um trono. Estava vestindo aquela armadura negra elegante, e estava com aquela espada de pomo cristalizado na bainha. Era a minha segunda vez entrando nesse mundo, e preciso me acostumar com esses poderes divinos. Agora eu tenho alguns poderes como regeneração rápida, super força, super-agilidade, manipulação de sombras, criação de pesadelos eternos, assimilação de conhecimento, controle de emoções e o que eu menos esperava: absorção de almas e algo chamado "Modo Vecta".
Praticamente o Imperador Vecta é tudo o que eu sempre desejei. Mas ignorando isso, olhei para o grande salão ao meu redor e só vi uma porta gigante aberta.
- E aí, mano? - Ouvi uma voz famíliar se aproximando de mim.
- É você, Vassago? - Olhei para o hispânico vestindo uma armadura roxa, e percebi que era ele só de ver a tatuagem no rosto.
- É, eu mesmo. - Ele respondeu, sorrindo. - Conseguimos logar em Underworld, como planejado.
Acenti e me levantei do meu trono, andando em direção a uma janela próxima a minha esquerda. Estava olhando para a grande metrópole dos Cavaleiros Negros, e notei que a atmosfera do local era completamente vermelha e árida.
- “Então esses também são FluctLights artificiais e humanos com almas?” - Me perguntava em meus pensamentos, enquanto olhava para a cidade.
- Com licença, senhor... - Uma garota apareceu, adentrando na sala do trono. - O senhor é mesmo o Imperador Vecta, o Deus das Trevas?
Eu e Vassago nos entreolhamos. Como eu era a autoridade suprema do Território Negro, precisava agir como tal.
- Então... - Antes que Vassago respondesse algo, parei ele.
- Deixa que eu falo. Não sabemos como vão reagir a gente. - Sussurrei pra ele, e o hispânico acentiu. Fui até a garota, que se assemelhava a uma serviçal e a respondi. - Sim, sou eu mesmo.
- Vossa Majestade. - A garota se ajoelhou aos meus pés, como se fosse já natural.
Era meio estranho isso, já que nesse mundo eu sou um deus e imperador ao mesmo tempo, deve ser costume. Já que a simulação desse mundo tá na época medieval, terei que agir como tal.
- Criança, qual é o seu nome? - Perguntei a ela.
- Meu nome é Zinya. - Ela me respondeu. - Sou uma das serviçais dos comandantes dos Cavaleiros Negros.
- Zinya, preciso que faça um favor pra mim. - Ordenei a ela que mandasse convocar todos os lordes do Território Negro, já que pra dominar o meu exército, preciso de todos eles a minha disposição. Ela saiu, e Vassago assobiou.
- Até que não foi tão difícil. - O moreno sorriu de lado.
- Por enquanto não, mas temos que ver o que vai acontecer a partir daqui. - De fato, preciso saber o que mais eu posso fazer. Tenho que me lembrar de ir procurar uma biblioteca ou coisa assim, pra eu ficar mais familiarizado com o exterior de Underworld.
Depois de algumas horas, todos os Dez Lordes já estavam no palácio. Parece que eles já iam fazer uma reunião pra resolver sobre a guerra sem mim, então acho que vou dar uma mãozinha pra eles.
Os Dez Lordes estavam na minha frente, com seus exércitos atrás deles. O primeiro a se apresentar era um homem ruivo obeso, vestido de uma roupa elegante.
- Sou o Lorde da Guilda dos Comerciantes, Rengil Gila Scobo. - O homem se apresentou. Já o próximo, se assemelhava a... Nem sei o que era esse bicho. Era parte humano e parte porco.
- Sou o Chefe dos Orcs, Lilpilin! - Ele se apresentou, com um sorriso meio estranho. Os dentes dele escapavam de sua boca. Eu não sou de julgar as pessoas pela aparência, então não vou julgar o povo dele. Pulei pra próxima lorde, e era como uma humana muito bonita pela aparência, usava roupas bem chamativas. Se tratava de uma bruxa.
- Sou a Chanceler dos Magos Negros, Dee Eye Ell. Meus 3000 magos, meu coração e meu corpo pertencem a você, Vossa Majestade. - A morena dos cabelos brancos falou, de voz sedutora pra mim. Eu nunca fui muito de notar as mulheres, mas essa aí tava é se jogando pra cima de mim com uma puxação de saco. Preciso ficar de olho nela pra evitar uma revolta. Apenas acenti de forma neutra e pulei para o próximo lorde.
- Sou o 10º Campeão dos Pugilistas, Lorde Iskahn. - O rapaz moreno com cabelos bronzeados de mais ou menos na casa dos 20 se apresentou pra mim, batendo os punhos dele. Talvez o povo dele lute no corpo-a-corpo, usando técnicas de artes marciais. Interessante saber que em Underworld tinha esse tipo de coisa.
Conheci todos eles e pulei para o último no canto. Era um homem moreno de meia-idade usando uma armadura e capa, ambas pretas.
- Sou o Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros, Vixur ul Shasta. - Ele se apresentou pra mim. - Antes de oferecer ao senhor a minha espada, quero perguntar algo ao senhor, Majestade. Agora que voltou ao seu trono, o que almeja fazer?
Estava pensativo com o que ia falar pra eles, já que eu tenho que ser o deus deles. E pra ter a Alice e Eugeo em minha posse, preciso manipulá-los. Além de quê... Esse Lorde é diferente dos outros, e cada coisa que eu falar aqui vai mudar a linha de raciocínio deles, pois eles são inteligentes.
- Desde que fui invocado nesse mundo, estava pensativo se poderia rever tudo o que a Deusa Stacia fez comigo e com a minha imperatriz. Mas finalmente me decidi. Eu almejo sangue e terror, chamas e destruição, morte e gritos. - Respondi simplesmente para eles, deixando cada um estupefato. Me levantei do trono, e fui mais objetivo atuando com o meu lado Vecta. - Ao oeste, estão as terras com o poder aonde minhas irmãs me expulsaram dos céus. Enquanto conversamos, o Portão Leste está prestes a cair. Retornei a esse mundo para minha autoridade ser reconhecida novamente, e quando o portão cair, o Império Humano pertencerá ao povo das trevas!
Estava exautando minha voz, apelando para o emocional semelhante a um ator de filme. Ótimo, eles estão começando a ficar empactados.
- E eu desejo apenas duas coisas: a Sacerdotisa da Luz e o seu protetor, o Cavaleiro Safira. Nada mais! Eu darei permissão para matar, capturar e pilhar qualquer humano que desejarem, mas quero eles dois vivos e inteiros aos meus pés! Soldados do Território Negro! O momento finalmente chegou! Nós nos vingaremos dos humanos!
Não demorou muito pra que todos ficassem animados, prontos pra me servir. Até que não foi tão difícil, mas dei uma olhada para minha esquerda e notei que o Lorde Shasta e sua subordinada atrás dele eram os únicos que não comemoravam. Estava desconfiado daquele homem.
Passei o dia inteiro conversando nos conselhos de guerra com os lordes, visando suas habilidades e tal. Aparentemente, os povos mais poderosos eram os Cavaleiros Negros e os Pugilistas. Talvez eles sejam de grande utilidade pra mim pra pegar os garotos depois.
Enquanto eu estava lendo alguns livros sobre esse mundo, que a Zinya me trouxe. Como eu sou um deus nesse mundo, preciso aprender mais sobre ele. Vassago estava bebericando uma garrafa de vinho como se fosse água.
- Não dava pra beber isso com uma taça? E tome cuidado pra não ficar bêbado tão fácil. - Reclamei da inconsequência dele.
- Relaxa, chefe. - O moreno soltou a garrafa da boca um pouco, finalmente. - E por quê tá lendo todos esses livros? Tá parecendo até que quer passar no Enem.
- Esse mundo é cheio de surpresas, e precisamos ficar atentos sobre isso. - Respondi a ele, não deixando de tirar minha atenção da página. - Além disso, essa é uma das minhas habilidades da superconta do Imperador Vecta, a assimilação de conhecimento.
- Caralho, tenho pena de você por ter que ler tudo isso. Mas falando sério agora, fiquei surpreso por você ter aquele talento falando com todos aqueles caras lá no salão. - Vassago me elogiou. - Deveria ter se tornado ator de cinema.
- Só fiz o que era necessário. Aprendi isso quando fiz aulas de atuação na faculdade. - Falei, me deixando um pouco fora dos livros e deixando o exemplar na mesa. - Você é quem devia aprender a fazer esse tipo de discurso, já que tá num nível acima daquele pessoal todo.
- Tá, tá bom. Mas chega de ordens e discursos agora. Eu prefiro mesmo é liderar o ataque no campo de batalha com aqueles caras. - O hispânico sorria, todo ansioso. - Como a gente entrou nesse mundo de Realidade Virtual, esse vinho e a garrafa parecem ser bem mais reais do que nos jogos virtuais no Amusphere.
- Mas só que com um porém. Se formos atacados, vai doer, sangrar e vamos agonizar, pois aqui não tem absorvedores de dor como nos jogos. - O lembrei desse detalhe importante.
- Mas é isso que é legal. - O hispânico explicava, com o seu comportamento estranho. Enquanto ele enchia a cara com o vinho dele, fui a um console ali no outro lado da sala para me comunicar com o Critter, lá no mundo real. Com alguns dígitos, ativei a chamada e senti um pulso sonoro no local.
- Capitão, é você? - Ouvi a voz de Critter.
- Sim, sou eu. - Respondi ao hacker de volta.
- Já voltamos pra Sala Principal, depois de você e Vassago entrarem em Underworld. - Ele explicou pra mim.
- Entendi. Bom, aqui já estamos na noite do primeiro dia. Eu já previa de novo, mas ainda parece estranha a tecnologia do Tempo Acelerado. - Eu notei que desde aquela semana que passei na casa de Alice e Eugeo, a semana se passou normal pra mim enquanto eram apenas sete minutos lá fora. - Por enquanto, estamos indo bem como esperado. Nossas tropas estarão prontas em dois dias, mais ou menos e depois disso, começaremos o ataque ao Império Humano, dois dias depois.
- Gostei da ideia, Capitão. - Critter deu uma risada em um tom interessado. - Ah, e não se esqueça. Quando capturarem os dois A.L.I.C.E.s e transportá-los até aí, execute o comando no menu pra ejetar os FluctLights deles na Sala Principal.
- Eu posso fazer isso só aqui em Obsidia, ou tem outros consoles por ai? - Perguntei a ele, já que como os Cavaleiros da Integridade seriam um problema, tenho que saber se tem mais outro console pro caso de eu me enrolar por causa deles.
- Na verdade, tem mais dois consoles em Underworld. Um está na Igreja de Axioma, mas foi destruído em uso, quando o Vassago desativou os geradores aqui fora. O único console bom que restou agora está lá no Altar do Fim do Mundo, no hemisfério sul. - Critter respondeu.
- Entendo... Então vamos recapitular. Se tiver alguma alteração no nosso plano e eu começar a ir pro sul, esse é o sinal que eu capturei a Alice ou o Eugeo. Na hora que eu fizer isso, já pode ir pulando pra Fase 2. - Dei as instruções a ele.
- Pode deixar, chefe. Eu já hackeei os satélites dos servidores de toda a América do Norte, a China e Coreia. Daqui a algumas horas, eu vou preparar a Fase 2. - O hacker começou a rir do outro lado. - Ah, e só mais uma coisa. E deixa o idiota do Vassago ciente dessa parte. - O hacker debochou do hispânico, que ouviu.
- Como é, seu quatro-olhos?! - Puta que o pariu, vai começar de novo. - Quer que eu te enche de porrada, é?!
- Quatro-olhos é a sua...
- Cala a boca vocês dois, porra! - Gritei de ambos os lados. Isso já estava me cansando, ver os dois agindo como crianças. - Critter, pode continuar.
- Tsc... - Vassago deu de ombros.
- Pois bem... Como vocês não podem fazer nada que necessitem de privilégios de administrador, não vai ser possível recuperar suas contas. Em resumo, se você ou o Vassago morrerem aí, não poderão mais usar essas contas de novo. - É bom eu ficar ciente, que o meu FluctLight está usando duas contas. Tenho que usar com sabedoria.
- Tá, tá bem, essa parte eu já entendi. Mas e aí, como está a força naval da JSDF? - Perguntei a ele, já que um navio de guerra japonesa estava vigiando a gente lá de fora da Ocean Turtle, então eles não vão arriscar atacar, até encontrarmos os FluctLights.
- Por enquanto, nada mudou. Eles ainda não notaram que vocês entraram no Underworld, capitão. - Ele respondeu, e já é uma boa notícia por enquanto.
- Muito bem. Estou desligando agora. Vamos torcer pra que a próxima comunicação seja depois de capturarmos os A.L.I.C.E.s.
- Tá bem, chefe. Encerrando a chamada!
O mesmo pulso de som, fez o Tempo Acelerado voltar ao normal, e desativei o console.
- Ah, aquele merda do Critter... - Vassago xingou o hacker e agora virou em minha direção. - Aí, bro. Teria problema se eu descesse lá na cidade e... Não, deixa pra lá.
- Tenta se segurar por enquanto. - Respondi a ele, em um tom autoritário. - Assim que pegarmos os dois e a operação terminar, vou te dar uma noite livre.
- Tá bom então. Sem matança e mulheres por enquanto. - O hispânico se espreguiçou, bocejando. - Vou lá dormir então.
Quando ele foi para o quarto dele, suspirei meio exausto. Estou o dia inteiro sem descansar, e ainda por cima, esses livros me tiraram um pouco da minha atenção. Levei eles de volta pra biblioteca, e ao passar por lá, notei uma adolescente de mais ou menos uns 15 anos de idade lendo alguns livros.
- Com licença. - Chamei a atenção dela. - Você deve ser uma das líderes dos Cavaleiros Negros, não?
- S-Sim senhor. - A garota de cabelos roxos se ajoelhou pra mim. - Capitã Yuuki Konno, aos seus serviços.
- A vontade, capitã. - Ela se levantou. - Soube pelo Comandante-Líder Shasta, que você é a melhor soldado do exército. Isso é verdade? - Perguntei a ela.
- Não é lá verdade, mas eu tento ser melhor do que os outros. - Ela respondeu, meio sorridente. Pelo olhar dela, ela parece ser mesmo muito forte. Posso usar ela para algo especial.
Dei os meus cumprimentos a ela, deixei os livros na biblioteca e voltei para o meu quarto, em uma "suite divina". Sou uma pessoa bem simples e pra mim não importa o luxo do lugar, contanto que seja um lugar pra dormir, não tenho com o que reclamar. Posso até ter crescido em uma família rica, mas eu não me importo com riqueza material e isso me difere muito da nossa sociedade esnobe, já que eu sou bem simples.
Na hora em que eu abri as portas da minha suite, uma bela morena de cabelos roxos em um tom azulado estava a minha espera, vestindo uma roupa transparente e meio "chamativa", como eu posso descrever. Ela era bonita, tinha curvas chamativas, seios avantajados e pelo que vi da roupa transparente, ela estava marcada por cicatrizes e machucados permanentes no corpo. Só de olhar pra essa mulher, ela já lutou em várias batalhas e provavelmente, teve uma infância bem difícil.
- O que faz aqui? Eu não me lembro de ter chamado alguém. Qual é a sua intenção? - Perguntei a ela, sendo que ordenei a todos que não queria visita.
- Eu farei companhia para o senhor, hoje a noite. - Ela respondeu, ainda ajoelhada para mim.
Dei um sorriso fraco e me sentei na cama, com o intuito de saber mais sobre ela. Provavelmente, ela deve ter vindo aqui por outro motivo.
- Oh... Sob ordens de quem? - Perguntei a morena.
- De ninguém. Esse é o meu dever de servir ao meu imperador. - Ela falou, em um tom baixo e sedutor pra mim.
- Entendi... - Me deitei na cama macia, de forma mais normal e manhosa já que talvez seja bom eu me distrair um pouquinho, mas sinto algo estranho naquela mulher.
- Com sua licença, meu senhor... - Ela começou a tirar suas alças da roupa e mexer no cabelo. Mas na hora que ela fez isso, puxou uma faca lá escondida no cabelo e tacou ela pra cima de mim. Previ que ela faria algo assim, e peguei sua mão direita fazendo nossos corpos rolarem na cama. Quando ela perdeu a oportunidade, eu fiquei em cima da morena e levei minha mão livre para a garganta dela.
- Ehhh... - Ela sussurrava, com a voz abafada, enquanto eu estava por cima dela. - Maldição!
- Quem foi que ordenou a você pra fazer isso? - Perguntei, enquanto a enforcava firmemente com a minha superforça.
- Essa foi... Uma escolha minha... - Lipia falou, mesmo com a garganta dela sendo bloqueada.
- Então quem te ordenou diretamente? - Perguntei a ela, de novo pra saber quem quer me matar.
- Ninguém, eu vim por escolha minha. - Ela falou, com ódio no olhar.
- Que estranho... Então por quê você tentou me matar? Te ofereceram dinheiro, status ou coisa do tipo? O que você ganharia me matando?
A traquéia dela e os seus pulmões não estavam recebendo oxigênio. Meu treinamento nas Forças Especiais até que serviu bem pra isso. Afrouxei um pouco a mão do pescoço, já que ela não vai longe mesmo.
- É pelo bem maior! Se uma guerra começar agora, teremos um retrocesso de cem ou duzentos anos! Não podemos voltar a uma época aonde os fracos lutavam pra sobreviver! - Ela esbravejou. - Devemos entrar em um acordo com os Cavaleiros da Integridade e garantir um futuro melhor pra esse mundo!
- Olha, eu admiro a sua boa vontade de vir ceifar minha vida e pensar no bem maior, mas só tem uma falha no seu plano. - Olhei para os olhos cinzentos dela.
- E qual é, seu desgraçado?! - Ela esbravejou novamente. Que boca suja essa mulher tem. É sinal de raiva, e isso é tão bom.
- Eu não tô nem aí pra guerra de vocês, comandante. - Sussurrei no ouvido ela, com um sorriso e voltei pra olhar nos olhos dela. - Tudo o que eu quero são os dois Cavaleiros da Integridade: a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira.
Usei o meu poder pra fazer ela olhar na minha mente quem eu queria, e pela expressão facial, ela ficou surpresa pelo que mostrei a ela.
- Alice... Eugeo... - Não deixei ela falar, e continuei apertando firme o pescoço dela. - Ey...dis... - Depois de um tempo dela ter ficado sem ar, quebrei seu pescoço, deixando a mulher morta na cama com um semblante choroso.
Mas quando vi algo saindo da mente dela, um clarão amarelo apareceu na testa da comandante.
Isso é... Exatamente o que eu experimentei naquele dia!
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Estava me lembrando da época em que eu saí das forças armadas pra começar a estudar administração, direito e engenharia em uma faculdade particular. Já que eu iria assumir a empresa do meu pai daqui a alguns anos, eu iria adaptar ela pra ter mais tecnologia de última geração.
Antes daquela época quando eu era criança, Alicia teve que se mudar pra cidade do Kansas, pois a família dela tava tendo problemas financeiros. Depois de nove anos, nos reencontramos e notei que ela parecia diferente. Mais linda, esbelta e esperançosa. Ela estudava teatro na faculdade, pois queria ser uma grande atriz.
- Alicia, aonde você acha que está a sua alma? - Perguntei a ela, enquanto estávamos em uma cafeteria.
- Bom, acho que não defino a minha alma na mente ou no corpo. - Ela me respondeu, pensativa. - É da maneira de como você vive e planeja viver. - Ela me respondeu sorridente, enquanto pegava o meu capuchinno do Starbucks.
- Ei, esse é o meu capuchinno, Alicia. - Reclamei, de maneira dramática.
- Agora é nosso. - Ela brincou, dando uma piscadela e já tomando o meu copo.
Naquela época, eu entendi que a minha maneira de ver a alma dela era através do amor. E por conta disso, nós apaixonamos, casamos recentemente e descobri que ela acabou ficando grávida de mim. Estávamos esperando por um menino, mas a doença de leucemia aguda que ela tinha quando criança voltou e como o sistema imunológico dela enfraqueceu nos últimos meses, a doença se espalhou bem rápido pelo corpo dela, e os médicos disseram que isso poderia matá-la durante o parto. O que não aconteceu, felizmente. A mulher que eu amava tinha muita força de vontade para aguentar a dor da doença e a dor do parto. E ela conseguiu.
Naquele dia, um choro de um bebê ecoou por aquela sala de parto. Foi ali que eu senti a maior felicidade da minha vida quando o médico pegou aquela criança e entregou ela para nós.
- Aqui está ele. É um menino saudável, senhor e senhora Miller. - O médico entregou o nosso menino para os braços exaustos dela.
- Nosso filhinho tá aqui, Gabe... Ele é tão pequeno. - Alicia sorria com lágrimas de emoção, enquanto segurava o nosso filho. Ele era praticamente a minha cópia. Tinha o meu cabelo, os olhos, mas puxou o rosto angelical e o sorriso da mãe. Eu abracei os dois, sentindo que minha alma já havia sido saciada. - Ele se parece mais com você. Ele é tão lindo.
- Bem vindo ao mundo, Eugeo. - Sorri, enquanto abraçava a minha família.
Era tão bom em saber que criei uma alma pura e doce, como a Alicia. Fiquei feliz pelo nascimento de Eugeo. Mas mesmo assim, ela acabou tendo que passar a semana no hospital devido a doença dela, que fazia risco para a saúde dela. O corpo da Alicia estava piorando e o tratamento que ela já teve quando criança não estava mais adiantando. Ela tinha pouco tempo de vida.
Eu chorava muito, já que ela era o amor da minha vida e iria me deixar com o nosso filho. Seria triste só de pensar em como ele cresceria sem ela por perto.
- Gabe... - A loira sorria gentil tocando em meu rosto, enquanto chorava de emoção. - Não fique triste por minha causa. Todos esses anos que passamos juntos, foram tão bons pra mim. Mas acho que você vai ter que seguir em frente cuidando e protegendo o nosso filho. Eu não quero morrer, então faça o que sempre desejou.
- Alicia, você realmente...
- Sim, Gabe. Veja toda a minha alma por dentro.
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Suguei a alma dessa mulher, e comecei a ver as memórias dela, uma por uma. Por conta disso, dei um sorriso de orelha a orelha ao ver que ela e o superior dela já conspiravam contra mim.
- Eu te amo, meu lorde.
Foi essa sensação! Tão forte, como naquela época! Será que isso foi uma computação quântica de dados? Ah, quem se importa com isso?!
Desde que eu descobri o meu gosto por matar pessoas e descobrir as almas delas, eu me animei tanto por isso! Mas quando a Alicia me pediu pra acabar com o sofrimento dela, eu me senti tão feliz em poder ver a alma dela saindo. Mas ao mesmo tempo, triste em saber que o amor da minha vida iria embora. Por anos, eu pensei: "E se eu continuasse matando as pessoas e encontrar a alma da Alicia através delas?"
Mas só que...
Essa sensação, as emoções... A experiência das memórias de uma mulherzinha dessas aqui já rendeu tudo isso de uma só vez! Parecia que o Comandante-Líder dela já planejava me matar e fazer um acordo com os Cavaleiros da Integridade.
- Que incrível! Essa foi uma experiência tão boa! - Parece que esses meus poderes como Deus das Trevas me deram um presente tão bom de roubar quantas almas eu quiser, e assimilar suas memórias e sentimentos. Só com essa comandante, eu senti tanta coisa. Então quando for brincar com a pequena Alice, deverá ser uma experiência única!
E numa última memória, notei que a comandante conhecia Alice e Eugeo. Ela já enfrentou ele, mas foi derrotada. Esse estilo de luta dele pode ser importante para captar lá na frente.
Esse foi um dos motivos pra eu ter vindo aqui no Japão buscar os FluctLights. Resgatar a alma de Eugeo.
- Eugeo... Em breve, vamos nos reencontrar de novo, minha criança. Espero que não se importe, mas a alma da Alice será tão doce!
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02 de Novembro de 380...
Em outra reunião de guerra, todos os lordes estavam reunidos novamente. Shasta notou que Lipia estava sumida há dois dias atrás, e Yuuki queria saber.
- Comandante, cadê a Comandante Lipia? - Yuuki perguntou. - Ela não apareceu pra treinar ontem.
- Ainda não sei. - Shasta respondeu a mais nova. - Mas vou descobrir depois.
Enquanto isso, Dee Eye explicava a Vecta sobre os preparativos para a guerra.
- Vossa Majestade, todos os preparativos para a batalha estão prontos. - A bruxa respondeu. - É só dar a ordem, que começaremos o ataque a qualquer hora.
- Muito bem, Chanceler. - Vecta respondeu, enquanto olhava para o Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros. Pelo que parecia em suas memórias, a sua aprendiz era apaixonada por ele. Ele se lembrou das memórias sobre uma negociação de paz.
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- A era da Pontífice que manipulava os humanos e os seres do Território Negro desde a criação dos deuses, irá acabar. - Shasta declarou.
- As Cinco Tribos das forças das trevas estão empolgadas pra invadirem a terra dos humanos. - Lipia se recordou.
- Mas a Ordem dos Cavaleiros da Integridade é muito poderosa e duvido que eles serão derrotados tão facilmente. - O moreno a lembrou. - Se tentarmos entrar à força com só numeração, nossas tropas irão se desgastar. Mas depois de algum tempo depois da quarta tribo ser morta, todos nós iremos cair se depender de Bercouli e Fanatio.
- Isso pode criar um desequilíbrio de poder entre as tribos. - Lipia deduziu.
- E com isso, a Ordem dos Dez Lordes ficará desfeita e nosso acordo de igualdade não fará mais sentido. E pra isso não acontecer, o único jeito será um acordo de paz entre o Comandante Cavaleiro da Integridade Bercouli Synthesis Um. Não gosto muito dele, mas acho que através dele, ele pode concordar com o nosso acordo de paz entre os reinos.
- E isso não tem nada a ver com você ir beber com ele depois das lutas, é? - A morena riu.
- Assim como você tem uma amizade com uma Cavaleira da Integridade pervertida, vamos deixar isso quieto. - Shasta deu uma risada nervosa.
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Shasta olhava para o deus sentado no trono, com um olhar frio de desinteresse falso com seu plano em mente.
- “Não importa o que aconteça, eu preciso matar o Imperador Vecta que está atrás de guerra. Mesmo ele sendo um deus, preciso dar um jeito de derrotá-lo. Afinal, todo deus ou deusa tem fraquezas.” - O moreno pensou, já com sua espada pronta na bainha.
- Tendo isso, estaremos prontos. - Com um intuito de descobrir mais as intenções do moreno, Gabriel decidiu abrir logo a sua boca, no intuito de despertar algo naquele homem. - Ah, e aproveitando que todos os lordes estão aqui, eu queria só esclarecer que havia uma intrusa nos meus aposentos há dois dias atrás... Com uma adaga escondida no cabelo pronta pra me matar.
Todos ficaram perplexos em saber, como alguém sem consciência iria atacar um deus assim, do nada?! Todas as classes de perigo estavam marteladas na testa dos lordes, ao ouvir isso.
- Eu não pretendo condenar a pessoa que enviou essa assassina, até porquê eu entendo ela. - Gabriel ajeitou seu punho no rosto, de forma preguiçosa enquanto explicava. - Afinal de contas, não tem nada de errado em usar seu poder pra conquistar mais poder. E já aviso que podem vir tentar me matar, arrancar minha cabeça ou me apunhalar pelas costas quando quiserem. Mas é claro, espero que entendam que pagarão o preço adequado sobre quem fizer isso contra mim. Por exemplo... Isso aqui. - Gabriel fez um sinal para que a criada Zinya viesse com alguma coisa coberta em um pano preto.
- Aqui, Vossa Majestade. - Zinya deixou o objeto no chão, de forma completamente educada e objetiva.
- Muito obrigado. - Vecta a agradeceu gentilmente e ela foi para a escuridão da porta a direita. Com um sorriso de lado, o loiro inclinou seu corpo para frente e tirou o pano, se revelando em uma cabeça arrancada e congelada em gelo seco.
- Li... pia. - Shasta ficou completamente sem chão, ao ver que sua amada foi assassinada cruelmente pelo Deus das Trevas. Até mesmo todos os Cavaleiros Negros estavam boquiabertos com aquilo, mas Vixur estava sem chão. Lipia ainda era jovem e tinha muita coisa pra fazer na vida. Isso dava um grande aperto no coração do lorde, já que ela era dona de um orfanato e aquelas crianças eram como filhos dela.
- Eita porra... - Iskahn olhava, perplexo com a imagem na frente dele.
- Comandante! - Yuuki arregalou os olhos, sabendo que sua mentora era a assassina morta. Mas antes que pudesse reagir a algo, ela notou que uma aura roxa estava saindo de Shasta. - Shasta-sama...
- Yuuki, fique fora disso!
O homem ficou bem puto de raiva e antes que partisse pra cima de Vecta, o moreno foi atingido por um dardo venenoso do líder da Guilda de Assassinos.
- O veneno que injetei em você tem o bastante pra matar um dragão terrestre com 30000 de vida, em apenas uma hora.. Já você, nem vai durar muito. Talvez só dois ou três minutos. - O lorde dos Assassinos Fu Za sorria malicioso, enquanto se preparava para matar Shasta. Mas quando ele viu o sorriso cínico do loiro e a cabeça de sua amada sem vida, o FluctLight dele ele acabou ativando seu poder, atingindo vários guerreiros naquele salão.
Ele empurrou Yuuki para longe, no intuito de não envolvê-la nisso. Um forte tornado de energia mágica se envolveu no salão do trono, matando vários guerreiros no local, com excessão de alguns deles como os Lordes e Yuuki.
Shasta ia atingir Vecta, mas ele acabou vendo seu globo ocular ficar completamente preto e seus olhos verdes beirando o azul com um formato demoníaco. Com um sorriso doentio, o feitiço se voltou contra o feiticeiro.
O moreno foi absorvido completamente por uma escuridão densa, que provavelmente seria a mente, ou melhor, a alma do Imperador Vecta.
- Ué, nada... Não tem nada? - Shasta olhou em volta. - Será que esse homem desconhece a vida ou o amor? Um ser que não conhece nada da vida, da alma e do amor. Por isso ele vai atrás da alma dos outros! - O moreno descobriu a fraqueza dele! - Não, ele não desconhece. Consigo sentir isso. Algo aconteceu com ele no passado pra ficar perturbado desse jeito. Mas seja o que for, ele não pode ser morto por uma lâmina assassina, pois a alma dele está viva e morta ao mesmo tempo!
Apesar de ter descobrido a fraqueza do Deus das Trevas, era tarde demais. Sua alma estava sendo absorvida nesse instante.
- Me perdoe, Lipia.
Enquanto isso, todos no salão estavam boquiabertos ao ver que imperador deles estava apenas sentado sem fazer nada. Ao acabar o vendaval do tornado, que se dissipou no ar, Gabriel apenas estava com o seu olhar de desinteresse falso.
Iskahn, Dee Eye, Furgr, e todos os outros lordes olhavam sem acreditar no que estavam vendo. Vecta matou o lorde mais poderoso deles, sem nem mesmo sair daquele trono.
- As tropas que perderam seus generais e que tenham a classe mais alta, peguem o lugar deles. - Vecta falou, de forma simples e direta. - Organizaremos o ataque como planejado, daqui a uma hora. Agora eu ordeno que todas as tropas, aguardem em suas posições no Portão Leste. Daqui a cinco dias, a guerra começará.
Ninguém no salão falava nada! Todos estavam completamente chocados ao ver uma pequena fração de poder do Imperador Vecta. Depois de alguns longos segundos, a Chanceler dos Magos Negros aproveitou a iniciativa e começou a gritar.
- Glória ao Deus Vecta, nosso imperador! - A bruxa de cabelos brancos gritava, levantando seu braço para o alto. Com a iniciativa dela, todos no salão fizeram o mesmo.
Até que não precisou de muito pra Gabriel conseguir a confiança, ou melhor, submissão permanente deles. Só de olhar para a pequena capitã dos Cavaleiros Negros, o loiro sentiu uma poderosa e saborosa raiva. Ainda maior do que Lipia e Shasta tinham. Por isso que ela será a assassina perfeita pra mandar matar Eugeo e Alice.
- Tenho grandes planos para você. - Gabriel ativou o seu Modo Vecta e se agachou para Yuuki, que o olhava com um ódio bem claro e refinado. - Espero que esteja pronta para a missão que vou lhe dar, Comandante-Líder Yuuki.
- Vecta-sama...
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Em Gun Gale Online, no Mundo Real...
07 de Julho de 2026 - 00:21 da Noite
Beco das Caveiras... Próximo ao Prédio do Governador...
Um certo coreano recebeu uma mensagem misteriosa hoje cedo, falando sobre o incidente do SAO. Inicialmente, ele achou que era algum tipo de piadinha ou trote, mas acabou sendo levado pelo interesse quando a mensagem se revelava sobre o seu amigo falecido.
No Mundo das Armas, chovia constantemente e quase nunca havia um dia de céu limpo naquele mundo.
- Ah, o que é que eu tô fazendo aqui? - O esverdeado de cabelos longos suspirou em derrota. - Deve ter sido só uma pegadinha pra me irritarem.
- Moonphase? - Uma voz feminina o chamou. O esverdeado se virou e notou uma ruiva ao seu lado. - O que tá fazendo aqui? São mais de meia-noite.
- Eu que te pergunto, Mei-Mei. - Moonphase estranhou com a presença da chinesa. - Eu só vim aqui pra me encontrar com alguém...
- Falando sobre alguma coisa a ver com o Sword Art Online, é? - Mei-Mei deduziu.
- Como você sabe? - Ele se surpreendeu com a dedução da ruiva.
- Eu recebi uma mensagem falando pra eu me encontrar aqui perto do Prédio do Governador, no GGO. - Mei-Mei Xiang respondeu. - No começo eu achei que era um trote de alguém que tava sem louça pra lavar, mas essa pessoa falou sobre o Eugeo e mais algum mistério do Sword Art Online.
- O que você acha? - O coreano de cabelos verdes perguntou, pensativo com o boato. - Até onde eu sei, aquilo tudo aconteceu há dois anos atrás.
- Mas mesmo assim, não sabemos direito do que aconteceu. - Uma voz infantil apareceu atrás deles, e ambos apontaram suas armas como reflexo rápido. Eles viram e estava uma pequena criança fadinha de vestido branco e com longos cabelos pretos. - E só com a ajuda de vocês, podemos finalmente descobrir a verdade.
- Quem é você? - Mei-Mei perguntou, não deixando de apontar a arma para a pequena.
- Meu nome é Yui. Sou uma inteligência artificial adaptada pra ajudar os humanos e pixie de orientação do jogador Kirito. - A pequena se apresentou.
- Você é uma pixie da Kirito? - Os dois perguntaram, e rapidamente ficaram chocados com a palavra "jogador". - Espera, ela é homem?!
Após ouvirem atentamente sobre o que tava acontecendo, eles entenderam bem o que Yui veio fazer. Yui não falou sobre o Projeto Alicization, já que ainda era segredo de estado e a inteligência artificial sabia muito bem que seria proibido falar para eles, já que isso poderia expandir ainda mais essa guerra interna de tecnologia do Japão com sabe-se lá quantos países desenvolvidos de primeiro mundo brigando pela tecnologia da Rath.
- Então, pra gente descobrir mais sobre o que aconteceu com o Eugeo, só a Argo pode falar pra gente? - Moonphase a questionou, e Yui acentiu.
- Ela era a líder da Guilda de Informações do SAO, e até hoje expandiu seus negócios para os outros jogos. Vocês eram os únicos que conheciam o Eugeo melhor do que qualquer um, e preciso da ajuda de vocês.
- Tá bem. - A chinesa concordou. - Mas que fique registrado, a Argo é difícil de achar já que ela é a Rata. Como é que vamos pegar ela?
- Foi pra isso que pedi pra vocês virem aqui. - Yui explicou a eles. - É nessa hora que as gravações pro MMO Stream terminam. Daqui a pouco ela vai sair do prédio. De acordo?
Os dois amigos se entreolharam, e concordaram com a fada. Seja lá o que fosse esse segredo do SAO, se isso trouxesse a tona a verdade sobre Eugeo, valeria de algo. Afinal, eles eram grandes amigos do loiro antes do incidente.
Alguns minutos se passaram, e daquele prédio saiu uma garota com cabelos castanhos, quase amarelados e com bigodes de gato no rosto. Ela estava passando pelo beco próximo ao prédio. A garota começou a sentir alguma coisa vindo pra perto dela.
Ela se virou pra trás, mas não havia nada vindo.
- Que esquisito... - Ela deu de ombros, e decidiu retornar pro seu caminho indo para o metrô. Na hora que ela virou, ela viu uma pessoa encapuzada a dez metros na frente dela. - Sabia que eu não tava sozinha.
- Argo, não tem pra onde fugir. - Moonphase esclareceu para ela, enquanto segurava um sabre de luz em mãos, pronto para ser ativado.
- Se você me conhece, sabe que eu sou impossível de pegar. - Argo deu uma risada de lado.
- Ainda bem que eu não tô sozinho. Mei-Mei! - O coreano gritou, fazendo a chinesa aparecer atrás dela.
- Não tem pra onde fugir, Rata. Enchemos esse beco com explosivos. Se você sair desse lugar e o meu dedo escorregar, você vai nascer em outro lugar. E pelo que acho, você não quer perder tempo. - Mei-Mei explicou, segurando os explosivos. - Não é?
- Aí, gente. É bem raro conhecer gente que me surpreende fácil. - Argo sorriu de lado, e jogou uma bomba de fumaça no chão aproveitando a distração deles.
- Até mais, gente! - A pequena correu em direção a eles, passando por eles. Mas antes que fosse fugir, acabou levando um tiro de aviso perto do pé. Isso fez Argo parar. Quando ela viu a direção do tiro, estava uma mulher de cabelos pretos com tatuagem no rosto e com uma roupa preta colada no corpo, segurando um fuzil de alta precisão. - Tá de brincadeira... Você também, Pitohui?
- Foi mal, Rata. É que eu vi essa amiguinha aqui falando que precisava de ajuda. - Pitohui sorriu, em seu tom misterioso de sempre.
- Obrigada, Pitohui-san. - Yui agradeceu a mulher, que foi embora com sua arma.
- Yui... - Argo se surpreendeu com a presença da filha de Kirito e Asuna. - Precisava de tudo isso pra me pegar? E ainda por cima chamar a Pitohui pra isso?
- Era o único jeito de te encurralar dessa vez. Me desculpa por agir assim, mas eu estou com pressa. - Yui pediu perdão a jogadora dos bigodes de gato.
- Tá bem... Então, o que foi que houve? E o que houve com o Kirito? Eu não tenho me comunicado muito com ele e a Asuna-chan há algum tempo, mas agora ele tá sumido desde a semana passada.
- É sobre isso que nós três queremos falar com você. - A pequena fada explicou. - E é importante.
- Desembucha então.
- Conte pra gente sobre a missão de extermínio da Caixão Sorridente, e quem era o informante responsável a te dar essa informação antes de morrer.
- Então vocês...
- Sim, é por isso que estamos aqui. - Mei-Mei falou, guardando sua arma no inventário.
- Queremos saber sobre o Eugeo. - Moonphase esclareceu, indo direto ao ponto. - E tudo o que ele vivenciou no Sword Art Online.
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Enquanto isso, em Underworld...
02 de Novembro de 380...
Portão Leste - Fronteira Principal entre o Império Humano e o Território Negro...
Ponto de Vista(Eugeo)
Depois de quatro dias voando, atravessamos o império de Norlangarth e chegamos nas áreas montanhosas que faziam fronteira com Underworld.
Alice, Kirito e eu, a bordo de Hanayuki e Amayori finalmente estávamos a poucos quilômetros do Portão Leste. Era depois dessa grande ravina, que estava o Território Negro. Desde a morte de Quinella, soubemos de uma pista de outro mundo que foi dada a Kirito. Seja da onde ele for, é o nosso dever descobrir o que vai acontecer com esse mundo.
E além disso, quem deve ser essa tal de Asuna quem o Kirito falou? Se o Kirito é de outro mundo, talvez tenham pessoas que estão esperando por ele lá, não é?
- Alice, o que você acha que tem lá no Altar? - Perguntei a loira, que estava com Kirito na garupa de Amayori.
- Eu não sei muito sobre lá. Nenhum Cavaleiro da Integridade foi tão distante pro hemisfério sul. - Ela me respondeu, enquanto nossos dragões se aproximavam do Portão Leste. - Só a Pontífice que foi àquelas terras, sabia sobre aquele lugar.
- Talvez lá, a gente pode encontrar um jeito de trazer o Kirito de volta. - Disse esperançoso, mas na hora que eu falei isso, senti alguma coisa na minha cabeça, me fazendo sentir muita dor. - AAAAAAHHHH!!!
- EUGEO! - Ouvi a voz da loira, mas a minha visão estava em outro lugar. Comecei a ver visões, pessoas sendo mortas por alguém. Entre essas visões, eu vi a Lipia-san sendo morta brutalmente por alguém.
- O que tá...
- Hanayuki, pousa no chão agora! - Ouvi a voz de Alice ordenando o meu dragão a pousar no chão. Ela foi finalmente até mim. - Amor, o que tá acontecendo? Eugeo, me fala!
- Eu tô tendo visões... - Falava, ainda com a minha cabeça fisgando. - Raças diferentes do Território Negro... Gente morrendo... E a Lipia-san sendo morta por alguém... Alguém que eu conheço.
Depois de poucos segundos, a minha visão voltou ao normal. Provavelmente o meu Modo Vecta estava conectado a pessoa que matou aqueles seres.
- Eugeo... - Alice me abraçou, toda preocupada comigo. Nada me deixou tão tranquilo quanto ela agora ao meu lado. - O que houve?
- Acho que o Território Negro... Tem alguém no comando. - Expliquei a ela, enquanto a abraçava de volta. - Me desculpa por te preocupar por isso.
- Tá tudo bem. - Ela falou, agora mais calma.
- Cadê o Kirito? - Perguntei a ela, preocupado com o nosso amigo.
- Ele tá ali com a Amayori. Ele está bem.
- Bom... - Sorri mais tranquilo em saber que ele tá bem. - Que alívio.
- Você tá bem pra continuar voando? - Ela me perguntou, preocupada comigo.
- Sim, eu estou bem pra voar. - Respondi a ela, segurando sua manopla dourada. - Vou ficar tranquilo, foi só um susto.
Amayori se aproximou de nós, trazendo Kirito e fazendo um grunhido estranho apontando para o portão ao horizonte da gente.
Consegui me recompor, e levantamos vôo novamente em direção ao portão. Os nossos dragões pareciam meio inquietos, sentindo que alguma coisa estava para vir. Essa grande ravina era silenciosa e escura, nem mesmo um único raio de sol caía por ali.
- Sobre o que você viu direito? Quer dizer que tem alguém controlando os lordes? - Alice me perguntou.
- Ainda não sei direito. Mas seja o que for, ainda não sei se é só alucinação ou efeito do Modo Vecta. - Respondi sincero a ela, já que realmente não sei se isso é real. - Mas seja o que for, precisamos falar pro Senhor Bercouli sobre isso.
Estava olhando novamente para a grande parede de pedras que bloqueava as ameaças externas do Império Humano. Foi pra cá que mandaram o Kirito vir. Depois de seis longos meses, voltamos pra cumprir a missão dele.
- Então esse é o Portão Leste... - Alice olhava ao redor da ravina e o portão.
- Só não esperava um portão tão grande. - Brinquei um pouco com ela.
- Engraçadinho... - Ela deu uma risada nasal, mas antes que falasse mais alguma coisa, ouvimos um barulho de algo rachando. - Amayori, pare aqui.
- Você também, Hanayuki. - Ordenei ao dragão pálido, que acentiu com um grunhido. Olhamos para uma frase estranha no portão, que estava escrita em Língua Sagrada. - Mas o quê...
- "Destroyed... at the... Last Stage". Destruído na última fase? - A loira estranhou com o significado do portão estar escrito com isso. - Será que isso mostra alguma coisa a ver com o Território Negro?
- O senhor Bercouli, a Cardinal e a Pontífice falaram que o portão ia cair com o tempo. - Disse relembrando as palavras deles no passado. - Deve ser questão de tempo até que...
Antes que eu pudesse responder, vimos rachaduras no portão fazendo algumas pedras dele cair aos poucos. Eu e Alice nos entreolhamos e decidimos subir mais pra ver o que tinha lá do outro lado. Quando olhamos aquela atmosfera avermelhada, havia um grande exército acampando em alguns quilômetros perto do portão. Isso significa que...
- Essa não... - Arregalei os olhos ao ver aquele tamanho de guerreiros do outro lado. - Eles já tão preparados!
- Droga... Eugeo, vamos embora! - Alice falou, já indo com Amayori para o lado oposto. - Temos que encontrar os Cavaleiros da Integridade.
Eu acenti e segui ela, levantando vôo indo em direção a rio abaixo pelas montanhas, a procura do destacamento dos Cavaleiros da Integridade. Eu nunca vi um exército daquele tamanho, meu treinamento ainda não tá completo e nem mesmo dominei direito a Espada da Rosa Vermelha, o Modo Vecta e a Release Recollection. Não sei o que posso esperar, mas mesmo assim eu não tô lutando nessa guerra só por mim. São pelas nossas famílias em Rulid, os nossos amigos, o Kirito. Mas acima de tudo, eu quero lutar só para proteger a pessoa que eu mais amo. Mas não sei se quero que a Alice lute.
Mesmo eu não sendo um Cavaleiro da Integridade com muita experiência, consigo lutar de igual pra igual contra os comandantes e posso me defender bem enfrentando uma grande quantidade de inimigos, já que o meu treinamento e as encarnações da minha espada servem pra isso.
A Alice também é forte, mais experiente do que eu e consegue se virar sozinha, mas mesmo assim tenho medo de que algo aconteça com ela no campo de batalha.
Aquela visão do Território Negro... Aquelas pessoas mortas... Não era nada que eu esperava. Que pessoa seria tão cruel de fazer uma cena daquelas?
- Alice? - Chamei por ela, enquanto estávamos voando pelo rio abaixo.
- O que foi? - Ela me perguntou.
- Seja lá o que tiver que acontecer quando aquele portão cair, eu sempre vou ficar perto de você. - Falei envergonhado pra ela. Mesmo que nós estejamos namorando há um mês, sempre fico envergonhado quando sempre é algo a ver com a Alice.
- Eugeo... - Ela sorriu e apenas seguiu em frente. - Naquela noite, você mesmo me disse que me faria sua noiva quando tivéssemos idade. Então eu vou te cobrar por isso.
- Alice... - Acho que com ela ao meu lado, não devo ter nada a temer. Eu sou grato por você, Kirito. Você é o meu herói. Nós tivemos uma vida boa, e sou grato a você por ter me feito reencontrar a garota que eu amo. Já estamos prestes a ir completar seu objetivo. Já que somos um time, e sempre seremos como tal.
- Vamos pra guerra.
Chapter 13: Capítulo XII - A Volta do Trio de Rulid
Summary:
Kirito, Eugeo e Alice retornam para a Ordem dos Cavaleiros da Integridade e vão para o Portão Leste, com o intuito de ajudar os seus companheiros a vencerem a guerra e chegar no Altar do Fim do Mundo. Após seis longos meses, Eugeo finalmente se reencontra com Tiese e Ronye.
Chapter Text
No destacamento do exército do Império Humano, todos os soldados rasos e guardas imperiais estavam sendo treinados e coordenados pelos Cavaleiros da Integridade, apesar do número baixo.
O lugar estava marcado por bandeiras de cruzes, do mesmo símbolo da ordem militar mais poderosa do Império Humano.
Enquanto estavam todos quase em prontidão para a batalha daqui a cinco dias, todos os Cavaleiros da Integridade treinavam não só apenas os seus exércitos como também entre eles mesmos.
- Continue lutando, Dakira! - Um esverdeado de armadura verde empunhando uma lança em mãos atacava diretamente a mulher da armadura branca. Ele dava golpes horizontais, enquanto Dakira tentava bloquear.
- Eu sei disso! - Agora a acastanhada contra-atacou o ataque de volta, dando um chute na lança de Nelgius e começando a atacar ele com sua espada.
- Enhance Armamento. - Nelgius ativou a encarnação da sua Lança da Tempestade Brotante, criando um círculo cibernético verde. O esverdeado começou a girar sua lança e levando o golpe dela até Dakira, atirando raios através da sua Arma Divina. A acastanhada tentava bloquear o golpe elemental da arma, mas era complicado de se defender pois ele era o melhor lanceiro do Império Humano.
A lâmina começou disparar raios elétricos em direção a mulher da armadura branca, que estava com certas dificuldades para se defender. Dakira tentava bloquear com sua espada, mas acabou sendo atingida por um desses raios e foi jogada a uma determinada distância, caindo no chão.
- Dakira, acho que por hoje já tá bom e... - Quando o esverdeado ia falar, a mais nova rapidamente respondeu.
- De novo, Nelgius. - A cavaleira se levantou, com dificuldade. - Eu quero tentar de novo, por favor!
- Aí, Dakira. Você não é como os outros da Ordem. - O esverdeado suspirou. - Só porquê é a líder das Quatro Lâminas Giratorias, não quer dizer que pode se arriscar assim. Por isso vocês são quatro, lutando como uma unidade.
- Mesmo assim, não vou desistir. Posso não ser uma Cavaleira da Integridade tão forte quanto vocês ou ter um Objeto Divino, mas eu quero tentar lutar pra lutar ao lado da Fanatio-sama. - Dakira falou cabisbaixa, enquanto olhava para sua espada pensando em sua comandante, a Cavaleira Implacável. - Mesmo que o meu coração não seja correspondido ao dela, eu ficarei ao lado dela sempre.
Nelgius sabia que aquela vontade de Dakira sobre querer lutar ao lado da Vice-Comandante Fanatio para proteger sua retaguarda, era por causa que a acastanhada tinha sentimentos por sua mestra. Mas o Comandante Bercouli sempre foi o alvo de sua inspiração e amor. O único jeito era aceitar e seguir em frente.
- Tá bom, então. - O esverdeado suspirou, e agora deu um olhar mais firme pra líder das Quatro Lâminas Giratorias. - Mas não vou pegar leve dessa vez.
Enquanto isso, Entokia e Renly olhavam o treinamento duro que Nelgius estava dando para Dakira.
- Eu tô sentindo um pouco de pena dela só por levar aquelas rajadas de relâmpago. - Renly olhava o treino deles.
- É, mas é assim que a Dakira-san quer. Já que ela não quer ficar pra trás. Agora que o Eugeo superou ela ainda como novato, ela não quer parecer fraca na frente do exército e da Igreja. - Entokia respondeu ao esverdeado mais novo.
- É, faz sentido. - Renly concordou. - Até porquê, o Eugeo tá em um nível diferente da gente.
- Acha que ele e a Alice vão voltar pra lutar na guerra? - O cavaleiro de cabelos cinzentos perguntou.
- Eu não sei. - Renly não soube como responder isso. - Até mesmo o Eldrie, que tava querendo trazer a Alice de volta, disse que era melhor deixar eles em paz.
Sem os dois Cavaleiros da Integridade prodígios para ajudar, a guerra era outra coisa que não podia ser respondida. Os exércitos do Império Humano não eram tão grandes como os do Território Negro, devido a paranóia da Pontífice de achar que alguém iria erguer sua espada contra ela. Agora todos estavam pagando o preço por isso.
Deusolbert, Eydis e Sheyta supervisionavam os seus batalhões, já treinados e prontos para o combate. Desde maio, esses soldados imperiais seriam a força de combate que os Cavaleiros da Integridade iriam liderar, mas mesmo assim não era o bastante.
De outro lado do destacamento, Eldrie supervisionava o seu batalhão ainda em combate. Enquanto ele estava vendo o desempenho de seus homens, o lilás ainda estava desapontado em ver que Alice e Eugeo não voltariam para guerrear pelas terras deles.
- E eu achando que poderia mudar a cabeça deles. - Eldrie suspirou em derrota, olhando de lado. Quando ele estava olhando os treinos dos soldados, ele ouviu um grunhido vindo de Takiguri. - Mas o quê?
Ele olhou para a direção de onde Takiguri estava olhando próximo a uma grande tenda, e viu dois pequenos pontos velozes vindo entre as montanhas. Quando ele ouviu o grunhido de distância, ele não teve dúvidas.
- Ei, aqueles são... - Eldrie rapidamente arregalou os olhos para os céus, e mexendo a mão no rosto para ver se aquilo não era mentira.
Os soldados já ficaram em posição de combate, já a postos para a possível invasão. Mas quando viram que eram dragões da Igreja de Axioma, rapidamente ficaram com certo temor a respeito do cavaleiro que estava em cima do dragão pálido.
O casal de dragões Amayori e Hanayuki chegaram no destacamento do exército, pousando próximos a Takiguri. Inicialmente, o irmão mais de Amayori ficou irritado ao ver o dragão pálido ao lado dela, mas ficou feliz em ver sua irmã novamente.
Eldrie viu que Alice e Eugeo acabaram de pousar e correu em direção a eles.
- Mestra! - Eldrie chamava Alice, enquanto corria em direção a eles. - Eu sempre acreditei que voltariam! - Era um grande sinal de alegria em ver que a loira retornou para a Ordem, mas quando viu ela dando o rapaz dos cabelos pretos nos braços de Eugeo, o semblante do lilás rapidamente sumiu. - Alice-sama... Trinta e Dois... O que isso significa?
- É um prazer revê-lo de novo, Eldrie. - Alice fez o seu sinal de respeito para ele, e foi pegar a cadeira de rodas na garupa de Amayori e dar para o Kirito.
- Igualmente, Eldrie. - Eugeo fez o mesmo sinal de respeito.
Após ela explicar ao lilás o que viram no portão, eles contaram os detalhes sobre o local e a quantidade de inimigos.
- ... e então acabamos de verificar o Portão Leste, e não temos muito tempo até que ele seja destruído e os inimigos passem por cima dele. - Alice terminou de contar o ocorrido no leste.
- A Eydis fez uma contagem no último reconhecimento dela. - Eldrie respondeu de volta. - O inimigo tem cerca de 50.000 homens, enquanto nós temos mais ou menos 3.000. Desde maio, estamos tentando treinar eles o máximo que conseguimos, mas o número que é um problema.
- Onde estão os outros Cavaleiros da Integridade? Só vimos uns sete ou oito aqui fora, até agora. - A loira falou, olhando ao redor do local.
- É, cadê os comandantes? - Eugeo perguntou ao lilás. - Enquanto a gente tava voando, não conseguimos ver eles.
- Esses são todos. - Eldrie falou, com certo pesar, deixando o casal de loiros completamente surpresos.
- Mas isso é ridículo! - A loira falou, tentando entender aonde estava a lógica nisso. - São 32 membros na Ordem dos Cavaleiros da Integridade, incluindo você, o Eugeo e a mim. Cadê os outros?
- Você já deve estar ciente que o Ancião Chefe Chudelkin estava usando uma magia de restauração nos cavaleiros que tavam dando problemas de memória. Por causa disso, dez desses cavaleiros não acordaram no processo. - O lilás explicou a eles. - E nesse momento, só apenas 22 cavaleiros contando conosco estão acordados. Dois deles estão protegendo a Igreja e a Capital, enquanto os outros dois estão patrulhando as Montanhas do Fim. Até Nelgius e Entokia que estão aqui para ajudar no treinamento até o último dia, foram ordenados ao Comandante Bercouli pra irem patrulhar as Montanhas do Fim junto com o resto dos outros Cavaleiros da Integridade.
- Então com isso, são só 15 cavaleiros que vão lutar. - Eugeo terminou de contar mentalmente, e vendo que o enfraquecimento que ele e Kirito fizeram na Igreja de Axioma era muito sério, e ainda mais com uma guerra batendo na porta deles.
Eldrie acentiu, com um pouco de irritação em ver que o Trinta e Dois era um desses responsáveis.
- Nossas forças estão trabalhando ao máximo, e ainda por cima vocês... - O lilás levou seu olhar para o moreno catatônico na cadeira de rodas. - Ainda pretendem proteger ele enquanto lutam?
- É claro que sim. Nós juramos proteger ele. - Alice respondeu ao lilás, fazendo ele se irritar por isso.
- Vocês não devem fazer isso! - Eldrie esbravejou. - Se vocês se atrapalharem com um peso morto desses durante a batalha, vão diminuir a força da espada de vocês e se colocarão em risco!
- Ele é o meu amigo, Eldrie. - Eugeo apertou sua manopla prateada, olhando para Eldrie com um olhar sério. - Se eu tiver que carregar ele durante a batalha, eu irei.
- E ainda por cima, você não se arrepende do que fez pra nossa Ordem?! - O lilás levou sua mão até a gola do sobretudo de Eugeo. Alice ficou irritada, mas Eugeo só levou uma mão para ela com um sinal de que não precisa se preocupar. - Acha que vai proteger o Kirito da morte? Acha que pode proteger esse vegetal enquanto pessoas inocentes morrem no lugar dele?
- Eu já morri uma vez. E se eu não conseguir proteger uma única pessoa, eu nunca vou poder proteger ninguém. - Eugeo explicou calmamente ao lilás. - Quando o Kirito salvou a vida da Senhora Fanatio, foi ali que ele me ensinou que se deve perdoar os inimigos. Mesmo que estejam do lado errado. No momento, eu sou visto com um demônio pelos soldados e monges no meio de uma guerra batendo na porta do Império Humano. Por isso que eu quero mudar a mente deles e poder lutar ao lado deles, mesmo que eles não me aceitem quem ou o que eu sou. Esse é um dos meus deveres como Cavaleiro da Integridade, Eldrie.
- Você...
- ALICE! - Os três ouviram uma voz bem humorada aparecendo atrás da bela loira, e viram que uma certa cavaleira de armadura branca e capa cinza estava começando a apalpar ela. - Eu sabia que vocês iam voltar! Seus peitos ficaram ainda maiores desde a última vez!
- Hã? - Eugeo e Eldrie olhavam a cena, enquanto estavam completamente chocados com a aparição fantasma da Cavaleira do Abismo.
- Aí, me solta porra! - Alice se irritou, enquanto tentava se desgrudar de Eydis. - É bom te ver de novo, Eydis.
- Solta a minha mestra, sua pervertida! - Eldrie soltou o loiro e foi até a acinzentada no intuito de puxar ela.
- Me solta, seu cara de cavalo. A conversa ainda não chegou no chiqueiro. Eugeo... - Agora o loiro estava completamente temendo que sua mentora fosse apalpar ele como agora. - O que você fez com a minha Alicezinha nesses últimos meses lá no norte, seu loirinho oxigenado?
- Isso não é da sua conta! - Alice falou ruborizada, colocando suas mãos nos seus seios, de forma instintiva de proteção.
- N-Nada que eu não esconderia. - O loiro falou, enquanto era beliscado na bochecha.
- Deixe eles respirarem direito, Eydis! - Uma voz grossa e familiar apareceu perto deles. Em cima do morrinho, um homem de cabelos azuis vestindo um kimono da mesma cor, estava lá segurando o pomo de sua grande espada na bainha. - E aí, garotinha? Fico feliz em ver você e Eugeo bem melhores do que eu esperava. Suas bochechas estão mais rechonchudas, hein?
- Senhor Bercouli? - Eugeo olhou para o homem de cabelos azuis.
- Tio Bercouli... - Alice sussurrou ao ver o comandante deles depois de seis meses, e ela ficou sorridente não conseguindo esconder uma pequena lágrima em ver sua figura paterna. - Há quanto tempo.
- Comandante... - Quando Eldrie e Eydis iam chamar por ele, um olhar frio e sério percorreu daqueles olhos azulados de Bercouli, enquanto chegavam perto dos cinco. Bercouli parou perto de Kirito e o olhou sentado na cadeira.
- Tio... - Alice estranhou o porquê dele estar assim. Eugeo também pensou o mesmo, já que era o mesmo olhar sério de quando eles se enfrentaram no 90º Andar. Um pensamento se correu pelos quatro. - “Será que ele vai matar o Kirito?”
Eugeo já previa que a volta deles não seria bem vinda por todos, mas até pelo Comandante Bercouli em considera-los como ameaça? Se alguma coisa desse errado ali e agora, teria que proteger Alice e Kirito.
O casal segurava as bainhas da Rosa Azul e da Oliva Perfumada, como forma de prevenção defensiva pelo Espadachim Negro.
- Está tudo bem, garotos? - Com um olhar focado, ele levou uma rajada invisível entre Alice e Eydis, que foi misteriosamente bloqueada no ar. Coincidentemente bem próximo aonde Kirito estava.
- Mas o quê que... - Eugeo estranhou o que havia acontecido, o mesmo com os outros três ao seu lado.
- Garotinha, você percebeu o que eu fiz? - O azulado mais velho perguntou a Alice, agora com seu semblante calmo e costumeiro de sempre.
- Sim... - A loira respondeu. - Foi por um instante, mas eu percebi o reluzir de uma espada.
- O senhor usou uma espada encarnada da sua Espada Perfuradora de Tempo? - Eugeo perguntou, ainda tentando ver o que Bercouli fez.
- Bom, tecnicamente eu joguei uma adaga encarnada contra o Kirito. - Bercouli respondeu a eles. - Se pegasse nele, teria feito um corte na bochecha.
- Espera, se acertasse? - Eugeo murmurou pensativo. - Então quer dizer que... - Alice ia responder ao mais velho, mas Bercouli decidiu explicar a eles.
- Isso mesmo. Ele rebateu sozinho. - O azulado sorriu. - Com a própria determinação dele.
O casal de loiros se agachou para ver como o semblante de Kirito estava. Eugeo ficou completamente surpreso, já que em seis meses essa foi a primeira vez em que Kirito conseguiu reagir a algo. Um pressentimento de perigo.
- Kirito... - Apenas isso que Eugeo conseguiu falar.
- Mas o quê o Kirito fez? - Eydis questionou ao comandante. - Como ele bloqueou esse golpe, se ele não consegue se mexer?
- Parece que a mente do garoto não está aqui, mas ele não tá morto. - Bercouli explicou a acinzentada, e voltou sua atenção para o casal. - Ele não tentou se proteger, e sim a você, garotinha. Então um dia talvez, ele voltará quando vocês mais precisarem dele. Pelo menos eu acho.
- Kirito... - Alice e Eugeo começaram a lacrimejar, enquanto se agacharam e abraçavam o Espadachim Negro como forma de comemorar a primeira reação dele desde os seis meses.
- Ouviu isso, Alice? Podemos trazer ele de volta ainda. - Eugeo sorriu pra ela, enquanto levava sua mão livre até a dela.
- Isso... Vamos trazer ele de algum jeito, juntos. - Alice aceitou o conforto de seu amado, sorrindo para ele.
- Então é isso, Eldrie. - Bercouli levou sua atenção ao lilás. - Nós podemos cuidar de um peso morto enquanto lutamos. Ou melhor, um Cavaleiro da Integridade honorário. Espero poder ver em combate o Kirito Synthesis Trinta e Três junto do exército.
Eldrie olhava com certo pesar em ver como o Espadachim Negro tinha força de vontade pra se "mover", mesmo sentado e parado em uma cadeira a ponto de ganhar um título não-oficial de Cavaleiro da Integridade. E também, um certo ciúme se passou por ele ao ver a proximidade íntima de Alice com Eugeo, o que não passou despercebido por Eydis.
- Alice-sama...
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- Bom, aonde tá a Vice-Comandante? - O loiro perguntou curioso para o homem de cabelos azuis que estava um pouco mais a frente.
- Ela está reunindo o batalhão dela pra batalha. - Bercouli o respondeu.
- Ah, entendi. - Eugeo acentiu com a cabeça em resposta.
- Estou surpreso que vocês tenham voltado para poder lutar. - O azulado falava para o loiro ao seu lado. - E gostei da armadura nova por sinal, ficou bem em você.
- Obrigado. - Eugeo riu. - Eu queria ser mais eu, já que seria bom esquecer aquela armadura que a Pontífice escolheu pra mim.
- E então, como foi que o seu treinamento o levou no exílio de vocês dois? - Bercouli perguntou ao loiro, enquanto andavam pelo acampamento. Isso fez Eugeo ficar um pouco aflingido.
- Bom, nesses seis meses a minhas habilidades de encarnação melhoraram muito. Até já domino bem a Liberação de Memória, mas não consegui fazer com que a Release Recollection fosse usada. - Eugeo respondeu, meio cabisbaixo. - Eu descobri como ativar o poder da Espada da Rosa Vermelha, mas pra eu usar isso ao mesmo tempo junto com a Release Recollection...
- Você precisa usar o poder daqueles olhos, não é? - Bercouli deduziu e Eugeo acentiu em resposta.
- Me desculpa se o senhor e a Vice-Comandante esperavam tanto de mim, mas não consegui dominar esse poder no prazo de seis meses.
- Eugeo, nenhum Cavaleiro da Integridade consegue dominar todo o seu poder em seis meses. Não entendeu quando a Fanatio falou aquilo pra você? - Ele olhou para o azulado, com um olhar com dúvida.
- Mas ué, ela não mandou eu controlar o meu poder? - O loiro perguntou.
- Sim, mas também falou daquele jeito para não machucar as pessoas ao seu redor. E pra isso, você precisava ficar mais forte e proteger quem você quer. E fora que você foi o primeiro Cavaleiro da Integridade que conseguiu masterizar sua Liberação de Memória em tempo recorde. - Bercouli deu um semblante sorridente para ele. - Quer dizer que você ficou muito mais forte.
- Senhor Bercouli...
- Ah, já ia me esquecendo. - O mais velho o interrompeu, e dessa vez falando em um tom completamente neutro. - O que tem entre você e a Alice?
O loiro parou de andar e ficou completamente paralisado. Ele não conseguia falar nada, já que agora estava corado e Bercouli era tipo a Eydis, mas só que mais gente boa e menos doido que ela. Nesse momento, aquele tom do Comandante dos Cavaleiros da Integridade era o mesmo de quando eles se enfrentaram no 90º Andar.
- Então... Meio que a gente tá... Namorando agora. - Eugeo falou para ele, entre pausas.
- Entendo... - Agora Bercouli deu um olhar sombrio, fazendo Eugeo se afastar aos poucos. - Então quer dizer que você fez com que a minha garotinha perdesse a "inocência" dela então, não é?
- Bom, a gente meio que não conseguiu esperar e acabamos... - Eugeo estava tentando se explicar, mas parecia que nada fazia diferença para o comandante.
- Não precisa dizer mais nada... - O azulado mais velho pegou sua Espada Perfuradora de Tempo e a empunhou, apontando para o pescoço do loiro. - Só digo uma coisa a você, Eugeo.
- E-E o que é, Comandante? - Eugeo perguntou, com um certo medo agora.
Mas antes que fosse atingido por um golpe da espada, recebeu uma batida de leve nos ombros da armadura.
- Estou feliz por vocês dois. - Bercouli deu um sorriso alegre de orelha a orelha. - Desde que a Alice se tornou uma Cavaleira da Integridade, ela nunca foi muito de sorrir além de estar perto de mim ou da Eydis. E você por perto dela a faz feliz como nunca vi antes, então eu apoio a relação de vocês dois.
- Senhor Bercouli... - Eugeo agora deu um sorriso mais aliviado. - Muito obrigado por isso.
Após a conversa deles, Eugeo foi tratar de alimentar e limpar o seu dragão. Por certa insistência de Bercouli, o loiro decidiu usar apenas o capuz da capa para evitar certa atenção dos soldados, já que ele ainda era temido por eles e não seria bom que revelar sua identidade assim por enquanto.
- Boa garoto. - Eugeo falou, enquanto jogava água e escovava as costas e asas do seu dragão. Os grunhidos de Hanayuki davam certa felicidade para o loiro.
- Oi, com licença, senhor Cavaleiro da Integridade. - Uma jovem o chamou. - Sou uma soldada responsavel em dar o jantar de você e da outra cavaleira. Pode me dizer qual é a tenda que você e a outra cavaleira estão dividindo?
Eugeo rapidamente se lembrou dessa voz famíliar vindo de trás dele. Mas infelizmente, teria que guardar segredo por enquanto. Ainda bem que o capuz da capa nova ajudava a cobrir seus rastros.
- É a última perto da tenda do cavaleiro Renly. - O loiro respondeu a ela, de costas para a soldada. - Pode deixar o jantar lá depois, por favor.
- Muito obrigada pela ajuda, senhor. - A jovem respondeu e saiu do recinto. Quando Eugeo se virou para ela, ele viu que eram os mesmos cabelos vermelhos de sua pajem.
- “Tiese... Então você se alistou pro exército.”
Quando Eugeo havia terminado de cuidar do seu dragão, viu que estava sendo observado por uma certa morena alta com um cabelo preso em um rabo de cavalo com um enlatado em mãos.
- Eita porra! - O loiro se assustou, caindo no chão e colocando sua mão no peitoral da armadura. - Ufa... Tá aí a quanto tempo, Sheyta?
- “Dois minutos. Eu finalmente consegui ativar uma magia que me faz ser invisível ao me mover lentamente, enquanto eu como uma lata de frutas.” - Sheyta respondeu ao loiro em sinais de braile, enquanto movia seu braço devagar para comer lentamente o conteúdo do enlatado.
- “Ah, é mesmo. Me esqueci que a Sheyta não é de falar muito.” - Eugeo se recordou de quando se conheceram, falando pra ele que não era muito de interagir com os outros.
- Pera aí, o quê? Mas você não tá invisível, e também me disse que não sabe como usar magias de Artes Sagradas. - O loiro se recordou disso, falando enquanto usava os mesmos sinais de mão que aprendeu na Academia de Espadachins.
- “Definitivamente eu estou invisível”. - Sheyta insistiu.
- Oi, Sheyta. Fala, Eugeo. - Entokia os cumprimentou, enquanto passava pelo local.
- Que droga. - Sheyta finalmente soltou sua voz, saindo do local enquanto Eugeo ficava sem entender.
- Mas o quê foi isso?!
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Ponto de Vista(Alice)
Eugeo acabou de voltar depois de cuidar do Hanayuki e ele já foi logo até o Kirito ver como ele está. Aquela vez em que ele reagiu a uma habilidade de encarnação do Tio Bercouli, foi a primeira vez em meses que ele se mexeu pra me proteger.
Só de saber disso, fez a mim e o Eugeo nos emocionarmos.
- Essa foi a primeira vez em que o Kirito se mexeu. - Eugeo falou, enquanto olhava os suprimentos. - Talvez quando a gente chegar no altar, possamos trazer ele de volta.
- Mas ainda não podemos deixar de lado a dúvida sobre com quem o Kirito tava conversando. - Lembrei a ele disso. Afinal, apesar de termos esperanças de ver uma positividade de trazer a alma do Kirito ao normal, também tem esse porém de confiança com esses seres.
- Você trouxe aquele livro dos deuses? - Ele me perguntou e mostrei a ele, pegando na bolsa. - É melhor contarmos ao Comandante sobre o Modo Vecta. A gente não entendeu nada daquela língua, e é mais fácil se deixarmos com alguém que entenda.
- A gente resolve isso amanhã no conselho de guerra. - Disse, enquanto ia até Kirito ver como ele estava. - Até lá, vamos deixar isso entre nós.
- Tá bem. - O loiro se sentou, e deu sua Espada da Rosa Azul para Kirito segurar, junto com a Espada do Céu Noturno.
Eu acho isso tão surpreso a forma de como o Kirito me vê, após ele ter me protegido da técnica do Tio Bercouli. Mas também... A forma que o Eugeo me vê. Ele é tão carinhoso, se preocupa comigo e tem vezes em que não consigo nem um pouco ficar longe dele. Nossa relação, apesar de ter só um mês, valeu a pena cada segundo depois de todos esses anos.
Apesar de eu ser um ser artificial, acabei me apaixonando pelo garoto que a outra Alice amava. Eu sei que é errado ocupar o corpo dela, mas mesmo assim, a minha vontade de lutar, respirar, viver e sorrir que vem do Eugeo não me deixa ficar longe dele. Por isso, eu não consegui suprimir meus sentimentos.
Levei minha mão livre até o cordão cristalizado no meu pescoço e o apertei firme.
Esses anos bastaram pra eu descobrir o amor que sinto pela minha família, meus amigos e ainda por cima, o amor que sinto por Eugeo. Kirito, você o conhece por tanto tempo e quero agradecer muito por ter me feito conhecê-lo melhor, e também por ter abrido os meus olhos.
Não pude deixar escapar um sorriso fraco, e toquei o seu rosto catatônico. Quando acabar essa guerra, eu quero que você me conte tudo mais sobre vocês dois.
- Com licença... - Ouvi vozes um barulho de guizos do lado de fora da nossa tenda.
- São elas. - Eugeo sussurrou pra mim.
- Elas quem? - Estranhei com o que ele perguntou.
- Pode atender elas, amor? Eu vou ficar aqui cuidando do Kirito. - Ele sorriu de um jeito meio esquisito, beijando minha bochecha e indo ver o moreno.
- Então tá, né... - Ignorei isso e fui ver no lado de fora o que queriam.
- O-O Comandante ordenou que trouxessemos o jantar para a senhora Cavaleira e os seus amigos. - A ruiva de cabelos longos falou com um tom tímido, segurando uma cesta com comida, junto com uma morena de cabelos curtos.
- Ah, muito obrigada. Agradeço o gesto das duas, não precisam ter medo de mim. - Sorri gentil para elas, mas ao ver os rostos da ruiva e da morena, me lembrei de algo nas roupas delas. - Espera, vocês não são Pajens da Academia de Espadachins de Centória?
- Sim, senhora. - A ruiva se apresentou. - Sou a Pajem Tiese Sctolienen, da Tropa de Apoio do Exército da Humanidade.
- E eu sou a Pajem Ronye Arabel, da mesma tropa. - Ronye falou junto com ela.
Como Tiese e Ronye provaram suas habilidades após a ruiva lutar contra Renly, o Comandante Bercouli viu isso como uma boa habilidade para o futuro. Além do mais, elas realmente eram melhores do que a média dos soldados rasos, mas não o bastante pelo treinamento não estar completo e por serem novas demais. Por isso elas foram designadas para a Tropa de Apoio, aonde seria um grupo de emergências no caso de reforço.
- Não precisam ser tão formais assim comigo. Aqui eu sou só uma espadachim como qualquer outra. Então me chamem apenas de Alice. - Me apresentei a elas, mas ficaram de alguma maneira em choque quando disse isso. - Algo errado?
- Não, não foi nada. É que a senhora parece diferente de quando te vimos na academia, há seis meses atrás. - Tiese me explicou.
- Ah, você acha? Bom, de qualquer forma, querem mais alguma coisa?
- Bom, Alice-sama, ouvimos falar que a senhora e o Cavaleiro da Integridade novo vieram com um rapaz de cabelo preto. - Tiese falou.
- E queríamos saber se ele é alguém que conhecemos. - Ronye complementou a fala da ruiva. - E daí pensamos que...
- Ah, eu me lembrei. - Por isso que o Eugeo tava esquisito agora pouco. - Vocês eram conhecidas do Kirito na academia, não eram?
- Então é o Kirito-senpai! - A morena se animou
- Então o Eugeo-senpai também...
- Olha... - Dei um olhar meio pra baixo ao ouvir os nomes deles. - Acho que isso pode ser um pouco pesado pra vocês. Mas tenho fé que como aprendizes do Kirito e do Eugeo, consigam aceitar.
Abri a tenda para elas entrarem, e só o que elas viram eram o Eugeo encapuzado cuidando do Kirito. Eu não sei como elas vão reagir a eles, então é melhor deixar isso com ele.
- Com licença, senhor Cavaleiro da Integridade. - Ronye chamou o loiro, que estava agachado no chão cuidando de Kirito, escondido ao lado de uma cortina quase transparente. - O senhor poderia mostrar esse garoto pra gente?
- É claro. - Eugeo tirou o seu capuz, e dando um olhar alegre ao ver sua pajem depois de tanto tempo. - Há quanto tempo, Tiese e Ronye. - Elas arregalaram os olhos e a ruiva já pulou em cima dele, me dando um certo desconforto.
- Eugeo-senpai! - Tiese estava chorando de alegria ao ver o seu mentor depois de tanto tempo. - Eu sabia que você tava vivo.
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Após alguns segundos em reverem Eugeo depois de tanto tempo, elas acabaram percebendo que ele havia se tornado um Cavaleiro da Integridade, ao ver o loiro usando uma armadura especial deles.
- O-O senhor se tornou um Cavaleiro da Integridade, Eugeo-senpai?! Mas como? Você ganhou o Torneio das Quatro Unidades? - Ronye o bombardeou de perguntas, e até Alice riu um pouco disso.
- Ei, uma pergunta de cada vez, por favor. - O loiro estava um pouco sem jeito, mas após verem a pessoa por trás do véu, as duas ficaram completamente aterrorizadas ao ver o Espadachim Negro imóvel e sentado na cama.
- O que houve com o Kirito-senpai? - Tiese perguntou a eles, enquanto Ronye começava a chorar por eles.
- Vocês iriam descobrir cedo ou tarde, então é melhor eu contar a vocês. - Eugeo suspirou e começou a explicar o porquê do sumiço deles, a revolta a Igreja de Axioma, como Eugeo se tornou um Cavaleiro da Integridade e a morte/ressurreição dele. Ronye continuava chorando abraçando Kirito, enquanto Tiese abraçava Eugeo, deixando suas lágrimas caírem na armadura prateada do loiro. - E por isso que a Pontífice me matou, mas graças a Alice e o Kirito, eu pude voltar a vida. Não precisa chorar, Tiese. Eu sempre vou estar aqui, agora que eu voltei.
- Mas foi culpa nossa por isso ter acontecido com vocês! - Tiese exclamou tristonha, e agora levou a sua atenção para a loira que estava ali de pé. - Alice-sama, sabe qual foi o motivo do Eugeo-senpai e do Kirito-senpai terem quebrado o Índice de Tabu, não é?
Alice olhou para Eugeo, que apenas fechou os olhos verdes dele e acentiu com a cabeça pra loira. Deu para a loira notar que as adolescentes tinham sentimentos pelos seus mestres.
- Sim, pra proteger vocês duas eles mataram os outros dois discípulos. - A loira respondeu, com certa dor nisso ao saber de toda a verdade por Eugeo.
- E sabe o porquê disso? - Tiese continuou.
- Sim, eu sei. - Alice respondeu com certa dor no coração ao relembrar o feito que seu amado havia sido obrigado a fazer.
- Nossos corpos foram manchados pelo orgulho, e por causa disso, o Kirito-senpai e o Eugeo-senpai foram obrigados a levantar as espadas deles pra nos salvar... - Ronye lacrimejava. - Se não fosse por nossa causa...
- Eles não teriam que enfrentar a Igreja pra mudar a lei, e ninguém teria morrido. - A ruiva completou a frase de sua amiga.
Isso se passou na cabeça do loiro há dois anos atrás, quando ele e Kirito se reencontraram no Cedro Gigas. Durante o início de seu treinamento com o Estilo Aincrad, essa força de vontade que vinha de Kirito não era lutar pra matar. Se tratava de fazer uma excessão, quando a vida de alguém importante para você estava em risco.
- “Era o meu dever de proteger vocês como responsável, Tiese.” - Eugeo pensava em seu interior.
- Estão erradas. - Alice levou sua palavra a elas. - Eugeo e Kirito fizeram isso para ajudá-las. - Vocês duas não cometeram nenhum crime.
- Você é uma Cavaleira da Integridade respeitada, Alice-sama. Então não entenderia isso. - Ronye falava tristonha, abraçando agora Tiese junto com Eugeo.
- Mas ela tá certa, garotas. - Eugeo explicou a elas duas. - Assim como um Pajem tem o dever de servir ao seu Discípulo de Elite, o Discípulo de Elite também tem o dever de proteger e cuidar do seu pajem. Não importa qual for o caso.
- E o corpo não é nada além de uma matéria que guarda o nosso coração. - A bela loira da armadura dourada explicava a elas, se lembrando de quando Kirito contou a ela sobre as diferenças das duas Alices. - O coração, a alma e a vontade são as únicas coisas que existem de verdade. E o que determina a natureza da alma é só você.
- Alice-sama... Eugeo-senpai...
Alice se lembrou da luta contra Quinella no 100º Andar na Igreja de Axioma, quando Kirito transformou suas roupas naquele traje diferenciado com o sobretudo preto longo, quando ele se revelou como um ser de outro mundo para o casal. Foi como uma maneira de se revelar para eles, então a maneira de como Eugeo se sacrificou era o mesmo.
Para proteger aqueles que você ama.
Com um brilho amarelo se formando no corpo de Alice, a bela loira trocou sua armadura dourada e o sobretudo azul por um vestido casual, com um avental e o mesmo chapéu de palha que Eugeo deu pra ela quando criança.
- Alice, você... - Eugeo se surpreendeu com a beleza inegável da namorada, transformada na imagem pura de Alice Schuberg em sua infância.
- Viram só? O corpo de vocês e a aparência seguem só o coração. - Alice sorriu para as garotas. - Seu coração não pode ser manchado por ninguém. Eugeo e eu nascemos em uma vila do interior, e era mais ou menos assim que eu era quando criança. Quando tinha 11 anos, fui levada como criminosa, tive as minhas memórias apagadas e renasci como uma Cavaleira da Integridade, assim como o seu mestre. - Ela apontou para o loiro, que ainda estava corado com a aparência dela.
- Eugeo-senpai... - Tiese olhou para ele, estoneado com a imagem a sua frente.
- O Kirito me ensinou que eu tinha algo que pudesse fazer, e o que devia fazer. Mas o Eugeo... Ele salvou a minha vida mais de uma vez, e portanto não tenho como agradecer. Mas na minha vida eterna, com ele e Kirito ao meu lado, nunca hesitarei novamente. - A loira andava em direção as pajens abraçadas ao Eugeo, e se agachou para perto dos três. - Tenho certeza que tem um caminho longo só pra vocês duas.
- Alice-sama, obrigada! - As duas abraçaram ela, enquanto Eugeo sorriu com uma lágrima solitária caindo de seu rosto ao ver que a loira conseguiu confortar as pajens e fazê-las aceitar que não tinham culpa alguma.
Após algum tempo, Eugeo decidiu ir dar boa noite a sua pajem. Já que eram seis meses que eles não se viam, seria bom uma interação depois de tanto tempo. Ele havia pedido a Ronye e Tiese, se poderiam cuidar de Kirito durante a batalha e elas aceitaram de bom grado.
- Fico feliz por ter se tornado um Cavaleiro da Integridade, Eugeo-senpai. Eu tinha ouvido rumores lá na academia que o senhor tinha virado um, mas a senhora Azurica nunca me contou.
- Talvez ela quisesse proteger vocês. - Ele respondeu.
- Ei, Eugeo-senpai... - Tiese chamou a atenção dele.
- Há? Tem algo errado?
- Eu queria saber se... - Ela olhou para o loiro com um certo ciúme. - O que tem entre você e a Alice-sama?
- Bom, nós somos namorados há um mês. - Ele respondeu a ela, deixando a ruiva com um coração meio partido. - Eu sinto muito, Tiese. Mas é que o meu coração já pertence a Alice.
- Não, tudo bem. - Tiese negou com cabeça, dando um sorriso tristonho. - Fico feliz pelo senhor ter encontrado a sua pessoa especial.
Enquanto Eugeo conversava com a sua pajem, Alice estava do lado de dentro da tenda ouvindo a conversa dos dois com a sua superaudição, sentindo um pouco de ciúme e pena da jovem ruiva. Pelo que Eugeo já contou a ela, Alice soube da situação em que Tiese era nascida de uma família nobre e eventualmente seria obrigada a se casar com alguém que não amava. A única maneira que ela tinha de reverter isso era se tornando uma Cavaleira da Integridade ou se por alguma ironia do destino, se apaixonando por tal nobre. Já que, como um Cavaleiro da Integridade ganha um alto posto e nome da nobreza, você tem autoridade total para se manter livre dessa escolha de casamento. Ela queria se casar com Eugeo pelo fato de ser apaixonada por ele, e que também é um Cavaleiro da Integridade. Mas o coração dele já pertence a uma outra cavaleira.
- Eu só posso esperar que você encontre a sua também, Tiese. - Eugeo levou as mãos de sua manopla as mãos da ruiva. - Não posso compartilhar o sentimento que você tem por mim, mas mesmo que demore, você encontrará outra pessoa.
- Está certo. - Tiese sorriu e deu um último abraço no loiro antes de ir embora. - Até amanhã!
- Até! Boa noite pra vocês duas. - Ele se despediu dela, enquanto adentrava a tenda deles e via Alice se transformando de volta a sua armadura dourada de Cavaleira da Integridade.
- Não sabia que podia fazer isso. - A loira falou, enquanto tirava sua armadura pelo peitoral.
- Pra falar a verdade, eu gostei de como você ficou falando pra elas aceitarem seguir em frente daquele jeito. - Eugeo sorriu, se lembrando do momento em que Alice se transformou.
- O que achou da transformação? Certeza que você me achou bonita com aquele vestido. - A loira sorriu, dando um olhar convencido.
- Isso é verdade. Mas só que não é apenas a aparência que te deixa bonita. - Ele deu um beijo nos lábios da sua amada, que ela acabou retribuindo de volta.
- Você é muito cara de pau, sabia?! - Ela começou a beliscar a bochecha do loiro, com seu comportamento típico de tsundere ciumenta. - Você tá sendo disputado pela sua pajem e ainda por cima, vem me beijar com essa armadura? Pode ir tirando ela pra comer!
- Tá, tá bom. - O loiro sorriu, em um tom meio choroso e foi até Kirito. - Aí, Kirito me ajuda.
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03 de Novembro de 380...
Destacamento do Império Humano - Alguns quilometros do Portão Leste...
No dia seguinte, todos os dezessete Cavaleiros da Integridade foram convocados para assistir o conselho de guerra junto com alguns soldados de alta patente.
A dupla de Rulid deixou Kirito descansando, já que era de manhã e foram para fora. Eugeo saiu da tenda ao lado de Alice, já sentindo um pouco do frio de outono no ar e já foram indo em direção. No leste do Império Humano não era raro esfriar assim nessa época, pois afinal já marcava o fim de ano e essa época já começava a esfriar.
- Não é a toa que esse frio chegou chegando. - A loira começou a cobrir seus braços.
- É o outono, então meio que é normal isso. - Eugeo respondeu, notando as árvores que deveriam estar amareladas, mas não estão. - Mas aqui no leste é tão estranho e é a primeira vez em que venho nessa região.
Eugeo estava ansioso para essa reunião, já que era a primeira em meses que participava de algo tão importante. E dessa vez, todos os membros mais importantes da Ordem dos Cavaleiros da Integridade estariam lá.
- E aí, garotos? - Uma voz famíliar os chamou, fazendo eles se virarem.
- Oi, Tio. Bom dia. - Alice o cumprimentou.
- Bom dia, senhor Bercouli. - Eugeo fez o mesmo gesto que a namorada.
- Olha, eu queria saber sobre onde iremos colocar o Kirito. Se quiserem, eu posso pedir a unidade de retaguarda pra eles... - Antes que Bercouli terminassem, Alice o interrompeu.
- Não, isso não será necessário. - Ela falou.
- Eu encontrei as nossas pajens na academia, e elas concordaram em cuidar dele enquanto lutamos. - Eugeo complementou.
- E assim que a batalha começar, elas ficarão com ele.
- Ah, então já tá tranquilo. Mas e aí? Como ele está? - O mais velho os questionou. - Ele reagiu de alguma forma ao entrar em contato com alguém do passado dele?
Os dois negaram com certa dor ao pensar nisso. A única vez em que Kirito reagiu foi ontem, e pela ajuda do Comandante. Então provavelmente não seria hoje que ele conseguiria voltar a ser o que era.
- Sendo sincero, ainda acho que quem vai ditar o curso da batalha pode ser ele e você, Eugeo. - Bercouli apontou para o loiro, que esbugalhou seus próprios olhos.
- O quê?! - O casal falou ao mesmo tempo.
- Mesmo vocês dois tendo derrotado a Pontífice e o Ancião Chefe, isso foi um feito incrível. Do jeito que o Kirito deve ser forte pra derrubar uma adaga encarnada minha ainda parado, não sei se conseguiria ter toda a determinação dele. Vocês dois parecem ter a mesma experiência que eu, ou até mais em combate real.
- Não pode ser... - Alice murmurou olhando para o loiro ao seu lado.
Já Eugeo, ele estava bem pensativo já que desde a adolescência, Kirito já apareceu tendo uma ótima noção de combate. Tudo que o moreno ensinou a ele, o loiro acabou se adaptando e conseguindo até mesmo chegar no mesmo patamar do Espadachim Negro, conseguindo superá-lo.
- Como assim, combate real? - Eugeo perguntou ao mais velho, ainda confuso com isso.
- O combate de lutar pela sua vida, por exemplo. - O azulado de kimono respondeu, deixando o casal surpreso. - O Índice de Tabu proíbe qualquer batalha até a morte. Então já que você foi treinado pelo Kirito, aonde foi que ele conseguiu essa experiência toda?
Eugeo e Alice se lembraram de que Kirito provavelmente não era daqui. Nem do Império Humano e nem do Território Negro. Provavelmente ele vinha de algum lugar além de Underworld, que eles não conhecia ainda.
- Tio, na verdade o Kirito é de... - Antes que Alice pudesse responder, os três ouviram uma voz famíliar atrás deles.
- Comandante, a reunião do conselho de guerra já vai começar. - Uma certa Cavaleira da Integridade vestindo uma armadura de prata-lilás, capa roxa e um elmo apareceu na presença deles. - Há quanto tempo, Alice. E você também, Eugeo.
- Senhora Fanatio. - Alice fez o gesto militar de respeito, com Eugeo repetindo o mesmo. Mas quando eles viram Fanatio tirando o elmo dela, o casal de loiros ficou boquiaberto com o ocorrido. Seus longos cabelos roxos em um tom Negro estavam penteados, ela estava usando batom. Batom!
A própria Vice-Comandante Cavaleira da Integridade Fanatio Synthesis Dois, conhecida também como a Cavaleira Implacável estava usando batom! Ela estava usando uma maquiagem de leve no rosto e nos cílios, como se parecesse uma... Mulher de verdade.
- “A senhora Fanatio de maquiagem?! E parecendo mais linda e feminina?!” - Alice estava pensando em seu consciente.
- “Agora que eu já vi de tudo. Ela tá tão bonita.” - Eugeo estava completamente boquiaberto com a imagem da Vice-Comandante.
- Me alegro em saber que estão bem. Você cuidou bem dela nesses últimos meses, Eugeo? - A mais velha perguntou.
- S-Sim, senhora. - O loiro respondeu automaticamente, sorrindo gentil e com certo nervosismo. - Ela ficou muito bem durante a minha presença.
- Bom. Soube que trouxeram o Kirito com vocês. Posso vê-lo um pouco depois do conselho de guerra? - Fanatio pediu.
- Mas por quê? - Alice estranhou com o pedido.
- Só quero agradecer a ele por me enfrentar e me derrotar. - A mais velha respondeu. - Em todos os meus 270 anos como Cavaleira da Integridade, aquele garoto foi o único que lutou com tudo contra mim, mesmo sabendo que eu era uma mulher. Você também me ajudou muito com isso, Eugeo.
- Como assim, Eugeo? Pode me explicar isso? - A pergunta de Alice soou mais como um interrogatório.
- B-Bom, eu nem fiz muita coisa. Foi só o Kirito que queria te ajudar mesmo. - Eugeo respondeu a ela, meio envergonhado.
- Não precisa ficar com raiva dele, Alice. - Após Fanatio explicar mais sobre a nova mulher que ela se tornou depois daquelas duas semanas, ela finalmente chegou ao ponto. - Entenderam? É natural eu ir agradecer ao Kirito, não acham? Agora que eu mudei um pouco a minha aparência com a ajuda de Dakira, eu poderia fazer ele acordar.
- Ah, isso seria muito... - Antes que Eugeo terminasse, Alice calou a boca do namorado com a sua mão blindada.
- Fico grata pela gentileza, mas ele tá descansando na tenda dele no momento. - Alice falou, já encorporando o seu lado protetor de tsundere. - Eu mesma levarei os seus sentimentos até ele.
- Ah, quer dizer que eu preciso da sua autorização pra ver ele? - Fanatio riu de lado e olhou para o loiro, que estava massageando sua boca ao receber o toque do metal da manopla de Alice. Querendo saber da reação da loira, a Vice-Comandante abraçou Bercouli e Eugeo ao mesmo tempo, fazendo os loiros e o azulado se surpreenderem com isso. - Como eu sou a Vice-Comandante dos Cavaleiros da Integridade, eu tenho autoridade especial pra eu fazer o que quiser.
- Ela nunca fez isso. - Eugeo sussurou, notando a estranheza de proximidade da mais velha. - Isso é novo, Comandante?
- Só apenas siga o baile do jeito que ele anda. - Bercouli suspirou em derrota. - Você vai entender isso quando ficar mais velho.
- Eugeo, já que a Alice não me deixa ver o Kirito, posso ir ver ele depois? - A Vice-Comandante pediu com um tom meigo e gentil.
- Claro, quando a senhora quiser. - O loiro respondeu gentil.
- Eugeo! - Alice fuzilou o namorado com os olhos, fazendo ele sorrir nervoso e pegou ele pelos braços fazendo ele desgrudar de Fanatio. - Você é café com leite, então não opina.
- Mas porquê? Ele também é o meu amigo, e qualquer um pode visitar ele. - O loiro bufou para
- Sabia que quando você me pedia pra ver o comandante enquanto ele estava em serviço, eu deixava? E não reclamava disso por vocês serem aluna e mestre. - A mulher dos cabelos roxos riu fraco, chamando a atenção deles.
- É claro que não preciso da sua permissão pra ver o tio, Vice-Comandante. Já que se você queria ser derrotada por um cavaleiro homem, você não poderia ter ido pedir pra ele fazer isso? - Alice riu orgulhosa, tentando quebrar o orgulho de sua superior agindo como criança.
- Mas ele não vale, já que é o espadachim mais poderoso do mundo e pegaria leve com qualquer um. - Fanatio respondeu no mesmo nível de orgulho da loira.
- O Eugeo que é o espadachim mais poderoso do mundo, e vocês nem pegaram leve com ele. - Alice riu de lado, deixando Eugeo e Bercouli um pouco incomodados com o rumo dessa conversa. Enquanto elas ficavam nessa briguinha de patada e diálogo, o azulado chamou o loiro enquanto elas estavam ali distraídas. - Sem contar que nem mesmo a sua Release Recollection o deteve.
- Ah... - A mais velha fechou seus olhos e deu uma gargalhada meio irritada. - Mas isso não valeu. Era uma revolta a Igreja, e tínhamos ordens. Pode deixar que dá próxima, eu mesma derrotarei o seu querido namorado.
Com as duas já com o orgulho ferido igual a dor de cotovelo inexistente, foram perguntar para eles.
- Eugeo, não é verdade?
- Viu, Bercouli? Fala pra ela que...
Quando ambas as cavaleiras olharam, os dois espadachins mais poderosos não estavam mais lá.
- Mas ué... - A loira estranhou. - Cadê eles?
- Aí, garotas. Tá na hora da reunião do conselho de guerra. - Bercouli chamou as duas na entrada da tenda, ao lado de Eugeo e já foram entrando.
As duas mulheres se acalmaram e só riram com a briga boba de mostrar qual dos dois era o mais forte. Agora ignorando isso, elas adentraram o local para a reunião se iniciar. O plano que determinaria a sobrevivência da raça humana.
Chapter 14: Capítulo XIV - A Noite Antes da Batalha
Summary:
Os Cavaleiros da Integridade fazem uma reunião para decidir a formação de ataque no Portão Leste, e Fanatio decide usar uma antiga estratégia espartana. Eugeo e Alice compartilham uma noite de amor, e no dia seguinte a garota acorda passando mal com alguma coisa.
Notes:
‼️🔞‼️
Esse capítulo tem cenas de +18, então sugiro para que vocês, que se sintam desconfortáveis com esse tipo de conteúdo, não leiam essas cenas e apenas ignorem elas.
Chapter Text
Eugeo e Alice adentravam o local, aonde haviam alguns oficiais de alta patente, alguns cavaleiros que ainda não chegaram e procurava por um lugar perto da frente para se sentar.
Enquanto ele andava pela tenda, ele se recordou de três soldados usando cores bem familiares para ele, que se reportavam aos Discípulos de Elite da Academia de Espadachins. O homem robusto de cabelos castanhos usava uma roupa verde dos Discípulos de Elite, a mulher de cabelo castanho preso em um rabo de cavalo usava uma roupa roxa e o outro homem ao lado tinha cabelos loiros raspados e sua vestimenta era em cor bege com linhas azuis.
- Golgorosso, Sortiliena. Olhem lá. - O homem de cabelos raspados apontou para o cavaleiro loiro da capa azul.
- O que houve, Volo? - A morena estranhou o ato e na hora que viu o moreno ao seu lado, estava boquiaberto ao ver o rosto do tal Cavaleiro da Integridade novo acompanhado da cavaleira loira. - Não pode ser... Aquele ali é o...
- Eugeo! - O moreno chamou por ele, esperando que não fosse alucinação de sua cabeça.
O loiro ouviu o chamado pelo seu nome e a voz da pessoa que o chamou. Quando ele se virou, ficou completamente surpreso e também emocionado ao ver uma pessoa que não vê há quase um ano.
- Golgorosso-senpai! - O loiro foi até o seu ex-mestre e o abraçou.
- É você mesmo, Eugeo! - Sortiliena sorriu alegre. - Como foi que você e Kirito sobreviveram a execução? E por que você tá usando uma armadura de Cavaleiro da Integridade?!
- Muita coisa aconteceu nesses seis meses, mas agora eu retornei como um Cavaleiro da Integridade e tenho o dever de proteger o Império Humano. - Eugeo começou a explicar um pouco sobre o que houve na Igreja de Axioma. - Por isso, o meu juramento a Igreja agora é pelo povo.
- Você conhece eles, Eugeo? - Alice perguntou, notando a proximidade deles.
- Sim, esse era o meu mestre na Academia de Espadachins, Golgorosso Balto. E aquela ali era a mestra do Kirito, Sortiliena Serlut. - Eugeo os apresentou para a loira.
- Mas pode me chamar de Liena mesmo, Alice-sama. - A morena respondeu a Alice, apresentando-se a loira.
Decidindo levar o papo em dia para depois, Alice e Eugeo foram logo se sentar para prestarem atenção na reunião e ficaram junto com os Cavaleiros da Integridade.
- Bom dia, Renly. - Eugeo chamou a atenção do esverdeado mais novo.
- Ah, bom dia, Eugeo. - Renly retribuiu o cumprimento, sorrindo gentil. - Fico feliz de você e a Alice terem voltado.
- Obrigado, se não fosse pelo Kirito, talvez a gente nem estaria aqui agora. - O loiro se lembrou de quando Kirito chamou a atenção do casal na casa deles, quando a vila de Rulid tava pegando fogo. - Devo muito a minha vida a ele.
- Mas você conseguiu defender a terra natal de vocês, não é mesmo? - Uma voz famíliar apareceu. Se tratava de uma certa Cavaleira de armadura branca, com um elmo da mesma cor. - A gente não se falou muito lá na Igreja de Axioma, mas é um prazer finalmente conhecê-lo de verdade, Eugeo.
- Sim, eu me lembro de você, moça. Você é a Dakira, a líder das Quatro Lâminas Giratorias. - O loiro se recordou dela durante a revolta dele e de Kirito a Igreja, e também em alguns momentos como no dia do treino contra os comandantes.
- Mesmo eu não sendo tão forte, algum dia eu vou superá-lo, Eugeo-sama. - A jovem mulher dos cabelos castanhos em um tom bege falou determinada para Eugeo. Já ele, nada mais falou e apenas disse isso.
- Vou aguardar por isso, senhora Dakira. - O loiro sorriu.
Enquanto isso, Eldrie que estava entre Eydis e Alice apenas olhava para Eugeo, com um semblante meio abatido misturado com ciúme.
- Aí, cara de cavalo. - A acinzentada ao seu lado o chamou. - Você tá bem?
- É, eu estou bem. - Ele respondeu em um tom seco, deixando Eydis meio irritada.
- Tá tão assim pra baixo por quê? Pra mim cara feia é fome. Ou isso é falta de café da manhã ou é falta de mulher. - Eydis riu dele, fazendo Eldrie se irritar com isso. - Qual dos dois?
- Ah, cala a boca, sua baixinha.
Depois de alguns momentos, todos os membros mais importantes da Ordem dos Cavaleiros da Integridade já estavam presentes ali no local.
Da ordem de numeração dos Cavaleiros da Integridade estavam lá: o Comandante Bercouli Synthesis Um, a Vice-Comandante Fanatio Synthesis Dois, Deusolbert Synthesis Sete, Eydis Synthesis Dez, a assassina silenciosa Sheyta Synthesis Doze, Nelgius Synthesis Dezesseis, Entokia Synthesis Dezoito e a líder das Quatro Lâminas Giratórias Dakira Synthesis Vinte e Dois com seus outros três membros.
Em seguida estava Renly Synthesis Vinte e Sete, as duas assassinas Linel Synthesis Vinte e Oito e Fizel Synthesis Vinte e Nove, a garota-prodígio Alice Synthesis Trinta, Eldrie Synthesis Trinta e Um e para finalizar, o garoto-prodígio Eugeo Synthesis Trinta e Dois.
Cada um deles possuíam habilidades únicas, uns eram mais fortes do que os outros e com óbvias diferenças de raciocínio, poder, foco e experiência com o passar dos anos. No momento, Fanatio estava explicando os planos para o combate para os dezessete cavaleiros e os soldados de alta patente.
- Pelos últimos quatro meses, consideramos todos os tipos de estratégia e concluímos que será bem difícil de repelir um ataque em massa com nossas forças atuais. - Fanatio explicou, enquanto se apoiava na sua Espada Perfuradora dos Céus. - No nosso lado das Montanhas do Fim, não há nada sem ser mato, pedras e morros por 10 quilômetros de distância por toda parte. Se nos forçarem a esse ponto, seremos cercados e massacrados pelo inimigo. Então a minha ideia será usar o quê exatamente? - Ela pegou uma pena, mergulhou ela na tinta e fez um círculo no mapa aonde estava o Portão Leste e depois dedilhou o círculo no mesmo mapa. - A nossa única opção será lutar nessa ravina estreita com aproximadamente 100 metros de largura e com 1 quilômetro de comprimento. Daí então, montaremos uma posição defensiva aqui e vamos dar início a batalha repelindo as forças dos inimigos constantemente, sem parar. Alguma dúvida sobre o plano?
Todos murmuravam como era arriscado aquele plano, mas o contingente do Império Humano era pouco comparado ao do Território Negro, então estavam pensativos sobre os riscos. Afinal, a Cavaleira Implacável era dona de fazer apostas certeiras.
- A Eydis falou nos relatórios que as forças inimigas possuem Ogres equipados com arcos longos, e sem falar a Ordem dos Magos Negros. Como a gente vai lidar com os ataques deles a longa distância? - Eldrie se levantou, perguntando a mais velha sobre a estratégia da missão.
- É, quando eu invadi a cidadela da Chanceler dos Magos Negros, haviam várias bruxas treinando magia negra de Elemento Umbra. - Eydis complementou em parte de Eldrie, se levantando também. Mesmo sendo meio irresponsável com algumas coisas, ela mantinha a sua seriedade e o seu senso de tática naquele momento. - Pelo que vi na reunião dos exércitos, eles já devem estar planejando um ataque a longa distância e um ataque aéreo com Minions para retalhar a altura. Como podemos evitar isso?
- Acho que pode ser um plano meio arriscado, mas é provável que talvez... - Fanatio olhou fixamente para Alice, que ficou agora um pouco desconfortável ao perceber o olhar da Vice-Comandante. - Não há luz do sol naquela ravina, mesmo durante o dia e nem mesmo folhas de capim no solo. Simplificando, os recursos naturais lá são bem restritos. Mas se nós consumirmos todos eles antes que a batalha comece, e complementarmos com a energia vital dos mortos durante a batalha, o inimigo vai ficar incapaz de nos atacar com as magias mais poderosas deles.
Todos ali se surpreenderam com o que saiu da boca da Vice-Comandante. Usar magia vital de seres mortos era uma boa ideia, mas também tem mais um risco.
- Só que infelizmente, o mesmo vale para nós. No entanto, temos somente cerca de 100 soldados que são usuários de magia do nosso lado e numa batalha de magias, o inimigo vai depender de muito mais recursos no combate.
- A senhora tem razão, Vice-Comandante. - Deusolbert levou sua palavra, se levantando para frente. - Mas no caso dos nossos recursos se esgotarem, poderemos ficar incapazes de restaurar a vida dos feridos, não?
- Está precisamente certo, Deusolbert. Por isso que eu disse que seria uma ideia arriscada. - Fanatio acentiu e levou sua palavra para o ruivo. - Trouxemos todos os nossos reagentes de alto nível e poções de cura conosco. Se a gente restringir a usar só as magias de cura e usar o racionamento de itens de cura como auxílio, os reagentes devem durar pelo menos uns três ou quatro dias, como previsto.
- Só que tem mais um problema nesse plano, senhora Fanatio. - Alice finalmente mostrou seu posicionamento, levantando-se para eles. - Mesmo que as bençãos de Solus e Terraria sejam bem escassas, deve ter uma grande quantidade de recursos naturais naquela ravina que se formaram com o passar dos anos. Qual pessoa seria capaz de consumir todo aquele poder bruto em curto período antes do início da batalha?
- Já temos alguém. Apenas uma única pessoa é capaz disso. - A mulher de olhos dourados respondeu.
- Mas com licença, Vice-Comandante. - Eugeo se levantou para eles, decidindo levar a sua opinião pessoal. Mesmo tendo um curto conhecimento de táticas de guerrilha e estratégia, ele já tem uma certa noção do plano. - Durante o que vi nos meus estudos na Igreja de Axioma, eu sei aquela ravina é muito estreita como a senhora já falou. Mas mesmo assim, os recursos que estão lá na ravina do Portão Leste irão levar muito tempo pra serem absorvidos de uma só vez, só podendo ser usados no início da noite. Sem contar que a mente dessa pessoa será muito desafiada no momento. Então pra essa única pessoa usar todo esse poder, iria precisar de uma grande quantidade de determinação forte também.
- Por isso que eu já disse que tenho a pessoa certa para isso, Eugeo. - Ela respondeu a Eugeo, e levando sua atenção para a loira ao lado dele. - E essa pessoa é você, Alice Synthesis Trinta. - Eugeo e Alice ficaram completamente surpresos com a ideia arriscada de Fanatio em usar Alice como uma lança, enquanto o exército será o escudo era uma aposta que corria muitos riscos. - Talvez você não tenha notado, mas o seu poder mágico supera o de qualquer Cavaleiro da Integridade e de qualquer humano em Underworld, assim como o seu, Eugeo. Como você sendo a garota-prodígio, tenho certeza que você poderá utilizar ele agora. O verdadeiro poder sagrado que pode dividir as nuvens dos céus e rasgar as fundações da terra.
- Então o plano de eliminar os ataques de longa distância do inimigo sou eu, não? - Alice concluiu, pensativa.
- Sim, Alice. Você será a nossa lança, enquanto todos nós seremos o escudo. Por fim, Eydis e Eugeo. Vocês serão as nossas espadas. Eydis, com sua habilidade de clones das sombras e sua magia sombria, você será a capitã da equipe de comunicações durante o campo de batalha, auxiliando os outros batalhões como reforço. Já Eugeo, devido a sua falta de experiência como líder de esquadrão e para evitar um descontrole com a Espada da Rosa Vermelha e aqueles olhos, você ficará comigo e as Lâminas Giratorias. Entendidos?
- Sim senhora! - Todos acentiram em uníssono, com o gesto militar de Shinzou wo Sasageyo.
Eugeo sabia que Alice era bem poderosa em Artes Sagradas desde criança, mas não sabia que era tanto assim. Também não era pra tanto, já que ela era a terceira no comando e uma das primeiras Cavaleiras da Integridade em dominar sua Arma Divina em tão pouco tempo.
Eldrie, Eydis, Renly, Entokia, Sheyta, Golgorosso, Sortiliena, Nelgius, Dakira e todos ali no local olhavam para Alice com um olhar de como se ela fosse a única esperança.
Mas mesmo assim, a preocupação de Eugeo chegava no seu coração pois sua amada seria colocada em um lugar bem perigoso para recolher energia mágica. Se esse era o melhor plano que Fanatio conseguiu colocar em teoria, a prática agora seria posta a prova.
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Após a revelação dos planos para a batalha na ravina, o Comandante Bercouli havia ordenado Eugeo para treinar um pouco com Eydis antes da batalha começar. Como a guerra já iria começar daqui a quatro dias, ele teria que relembrar um pouco das técnicas da Igreja de Axioma. E afinal de contas, a acinzentada era sua mentora antes do exílio. Então nada mais justo seria fazer ele ser temporariamente instruído por ela.
- Ainda acha que é uma boa ideia?! - Eugeo atacou Eydis pela direita com uma espada de madeira em mãos, com um golpe da Raiva Espinhenta do Estilo Aincrad.
- Eu não acho! - Eydis respondeu de volta, se defendendo do golpe de Eugeo e atacando as pernas dele. O loiro rapidamente percebeu na hora e acabou dando um mortal para trás, no intuito de se defender do ataque. - Mas é o único jeito.
- Esse plano tem muitos riscos, e ainda assim, a Alice vai ter que ir voar com a Amayori enquanto tiver absorvendo os recursos naturais e a energia vital na ravina. - Ele parou de atacar, e mudou a sua postura de combate para um outro estilo de ataque. - E além disso, nós dois vamos fazer parte do reforço especial.
- Mas você é brabo, então não vai nem mesmo precisar de tanto esforço. Além disso... - Eydis deu um chute rápido nas pernas blindadas de Eugeo com uma rasteira, e antes que ele caísse, ela o segurou pela mão. - Quando você se re-acostumar com a gente, alguma hora você vai conseguir me derrubar de novo, mané.
- Tá bom, você me pegou com essa. - Ele deu uma risada de lado, enquanto era erguido pela acinzentada. Isso ficou bem claro para Eugeo que ele não foi o único que estava treinando nesses últimos seis meses.
- A Alice finalmente me contou que vocês tão namorando. - A acinzentada dos olhos vermelhos riu. - Eu fico feliz por vocês dois terem finalmente se declarado um pro outro.
- Ah, v-valeu. - Eugeo falou meio envergonhado, já que a Eydis é sempre tão esquisita perto dela agindo de forma pervertida e brincalhona.
- Mas já fica a dica que eu vou te dar. - Agora o olhar vermelho de Eydis era como de uma assassina, que deu um certo medo no loiro naquele momento. - Se você fizer a Alice triste, ou se pelo menos eu ouvir ela chorar perto de você e por sua causa, eu te mato. Te empacoto, faço você ir de base e sem o "F" no chat. Tá me entendendo? Captou a mensagem? Tá claro pra você? Hã?
- Entendi, e já tá captado. Tá bem claro como cristal. - O loiro respondeu a ela, sorrindo de nervosismo. Deu pra ver que a Eydis sabe mesmo ser assustadora quando quer. - Mas enfim, você ficou de boa depois que fomos embora da Igreja de Axioma? O Eldrie contou pra gente que você ficou triste.
- Bom, a Alice é a minha melhor amiga. Ela é como uma irmã pra mim e quando soube que ela tinha ido junto com o meu aluno, fiquei meio pra baixo por um tempo. - Ela deu um olhar cabisbaixo, mas se recompôs na hora. - Mas eu fiquei feliz já que você e o Kirito estavam lá do lado dela esse tempo todo, quando todo mundo naquela aldeia do cafundó de Judas ignorava ela.
- Foi difícil no começo, só que mesmo assim, ela mesma encontrou a força dela pra voltar a ser o que era antes. Com o Kirito tendo reagido ao comandante, temos uma chance de trazer ele de volta. E quando descobrirmos, nós três vamos poder ficar juntos de novo. - Dei um sorriso, apertando firme a minha mão direita.
- Tá bom, mas até esse dia chegar, você bem que podia me fazer o favor de me levar até a minha tenda? - Ela me pediu.
- Mas como assim "te levar"? - Ele estranhou com o que ela pediu.
- Me levar nas suas costas, ué. Já se esqueceu de que você é o meu cavalinho quando o Eldrie não tá? - Ela apenas riu convencida, fechando seus olhos. - Agora vê se me leva pra lá, que daqui a pouco vai começar a hora do almoço.
- Tá bom. - O loiro apenas suspirou em derrota e se agachou, fazendo ela grudar nas suas costas. Ele havia se esquecido de que a Eydis gostava de ficar assim agindo que nem uma preguiçosa.
Enquanto Eugeo levava Eydis pra tenda dela como sua "mula particular", Alice estava andando pelo destacamento do Exército da Humanidade, estava vendo que todos os soldados estavam prontos para a batalha. Era o horário de almoço, e a loira foi pegar comida para ela, Eugeo e Kirito. Já que ele estava treinando com Eydis, para ver se ele se relembra das táticas de combate da Igreja de Axioma.
Quando ela chegou na tenda, estavam lá às duas pajens de Eugeo e Kirito cuidando dele.
- Alice-sama! - As pajens Ronye e Tiese fizeram um gesto de respeito a ela, devido a sua chegada.
- Muito obrigada por cuidarem dele, garotas. - A loira agradeceu a elas.
- Não foi nada. - Ronye respondeu alegre. - Esse é o nosso dever como soldadas em proteger o nosso senpai.
- E falando nele, aonde está o Eugeo-senpai? - Tiese perguntou a Alice. - Não vimos ele desde hoje cedo.
- Ele está treinando com a cavaleira Eydis, já que ela é a mentora dele e... - A ruiva deu um olhar cômico de trauma, fazendo ela ficar para baixo. Só de Alice falar o nome daquela cavaleira dos cabelos acinzentados, que ela notou na hora o que a Eydis fez. - Ela tocou nos seus peitos, não foi?
- S-Sim. - A ruiva respondeu, balançando a cabeça.
- Provavelmente vocês já devem saber, mas ela é assim mesmo. Pode ficar tranquila que aquela doida não vai fazer coisa pior do que aquilo - Alice explicou a ela, e foi colocar os pratos da comida dos três na mesa. No momento em que ela ia deixar o suco ali, ela sentiu uma tontura vinda com o enjôo ao cheirar o líquido com a polpa da fruta açucarada.
E estranhamente, não era a primeira vez que isso acontecia. Provavelmente deve ser devido o vôo que teve com a sua dragonete há alguns dias atrás, já que ela, Eugeo e Kirito voaram por quatro dias e a falta de treinamento deu alguma coisa na loira que fez mal. Era bem provável que não devia ser nada mesmo.
- Alice-sama, está tudo bem? - Ronye notou algo estranho vindo da bela cavaleira.
- S-Sim, está tudo bem sim. - A loira deu um sorriso fraco. - Foi só uma tontura mesmo. Deve ter sido algo que comi hoje no café da manhã, então não precisam se preocupar.
- Quer que trazemos um remédio de enjôo para a senhora tomar, Alice-sama? - Tiese fez uma sugestão.
- Não precisa, eu tenho aqui na minha bolsa. - Ela apontou para sua bolsa ali na bancada da tenda.
- Tudo bem. Mas se a senhora estiver cansada ou se sentir mal, é melhor ir tomar um banho pra relaxar. - Ronye ainda insistia em ajudar Alice.
- Está bem. Eu vou. - A loira acentiu, e as duas adolescentes saíram da tenda deixando os dois sozinhos. Ela suspirou de exaustão, já que desde manhã estava revendo algumas estratégias com Fanatio, Bercouli e Deusolbert desde a reunião de hoje de manhã. Mas desde que estava voando de dragão ontem, esse enjôo estranho havia começado. Provavelmente deve ter sido porquê ela estava desacostumada a voar com a Amayori depois de tanto tempo. Então não deve ser nada demais.
- Ah... Ah... - Kirito deu um sussurro inteligível, fazendo Alice sair de seus pensamentos.
- Me desculpa, Kirito. Você deve estar com fome. - Ela deu um sorriso e pegou a comida de Kirito. - É ensopado de carne com batatas e pão.
- Ah... Ah... - O Espadachim Negro sussurrou, apontando para um cachecol azul na mochila de Eugeo. Ela pensou que provavelmente ele estava perguntando aonde estava o loiro.
- O Eugeo já deve estar vindo comer com a gente. Não se preocupa com isso. - Ela falou para Kirito, que não emitiu mais nenhum som. Alice pegou a Espada da Rosa Azul e a Espada do Céu Noturno da mão esquerda do garoto de cabelos pretos e começou a alimentá-lo de pouquinho e pouquinho. - Coma com calma, tá bem?
Com o sobretudo dele, dava pra ver que o corpo de Kirito não era mais o mesmo de antes. E isso preocupava muito o casal. Ele estava agora com os ossos quase visíveis na pele dele, devido não conseguir se alimentar direito pelo seu estado catatônico.
- Oi, Alice. Kirito. - Alice ouviu a voz de Eugeo adentrando a tenda e deu um beijo na testa dela. - Como foi lá com os Comandantes?
- Bom, eu conversei bem com eles e vi que a estratégia vai ter que ser aquela mesmo que a Vice-Comandante sugeriu. - Ela suspirou em derrota. - Aquela tática é tão arriscada.
- Eu também acho. Mas talvez seja a única chance que temos de defender o Portão Leste. - O loiro disse pensativo. - Você deu aquele livro pro senhor Bercouli?
- Sim, eu já dei o livro pra ele. - A namorada respondeu a ele. - Expliquei que aquele livro tava na biblioteca da Cardinal e que fala sobre os deuses. Mas quase ninguém da Ordem entende direito a Língua Sagrada com boa fluidez, só a Sheyta sabe ler. Então eu deixei o livro com ela, que sabe ler aquela língua com tanta facilidade.
- E sabe quanto tempo ela pode terminar de ler o livro e decifrar ele? Porquê talvez não vamos ter tempo até daqui a quatro dias. - Eugeo a lembrou que o portão estava para cair, e o tempo deles era bem curto.
- Ela disse pra mim que consegue terminar a tradução do livro na madrugada do dia 8. - A loira explicou enquanto terminava de dar comida para Kirito. Ela se levantou e deixou o prato vazio do moreno ali na mesa. - Mas já vai ser quando a guerra vai começar, pois o livro tem mais de 820 páginas.
- Assim tão tarde... - O loiro ficou meio receoso só de pensar que o tempo que Sheyta teria para traduzir todo aquele livro levaria o mesmo tempo em que no campo de batalha, ela estaria ocupada. - Mas como ela vai ler o livro no meio da batalha, enquanto estiver lutando?
- Já que ela é a capitã do Flanco Direito, ela provavelmente não vai se envolver em tanto combate. Mas se acontecer algo, a Eydis pode usar seus clones das sombras pra trocar de lugar com uma delas, usando um pouco do sangue que a Eydis tem gravado na espada dela. - Alice respondeu a ele.
- Como assim? - Ele estranhou a explicação de Alice. - Pode me explicar direito?
- Outra das habilidades únicas sobre os poderes da Espada do Corte Sombrio é a Assimilação Sanguínea. - A loira explicou a ele, de uma forma mais compreensível. - Quando um clone da Eydis é ativado, ela pode clonar a si mesma com suas mesmas energias, habilidades e força dependendo do quando de energia ela tenha, apesar do clone ser mais fraco do que a Eydis original. Mas quando ela usa a Assimilação Sanguínea, ela consegue trocar os clones dela de lugar com uma pessoa com quem ela deve ter feito esse contrato de sangue, trazendo por exemplo, eu, o comandante, o senhor Deusolbert e por aí em diante. Dessa forma, ela consegue sumonar e trocar seus clones com a presença de qualquer Cavaleiro da Integridade que ela quiser escolher em um piscar de olhos.
- Ah, então isso significa ela pode trazer um "clone" da Sheyta e terminar de ler o livro. - O loiro falou, já entendendo como se tratava essa habilidade complexa.
- Isso aí.
Eugeo se recordou de ontem, quando o seu Modo Vecta captou algumas visões sobre o que estava acontecendo e explicou para Bercouli.
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- Acham que tem mesmo alguém por trás da Ordem dos Dez Lordes controlando todos eles? - Bercouli perguntou a Eugeo.
- Eu ainda não sei direito e não tenho muita certeza. Mas essa pessoa era muito poderosa a ponto de matar tantos guerreiros de lá, sem nem precisar se mexer direito. - O loiro explicou a ele.
- Talvez nós descobriremos mais sobre isso na batalha. Mas até lá, relaxa um pouco e descanse. - O azulado explicou a ele. - Quando estiver descansado, treine um pouco com a Eydis. Vocês ainda são mentora e aluno, então seria bom vocês passarem um tempo juntos.
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- Vamos descobrir sobre o mistério daquele livro e ir pro Altar do Fim do Mundo. Vamos te trazer a ser o que era antes, Kirito. É uma promessa.
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Após esses três longos dias de treinamento e de simulações de batalhões com o Exército da Humanidade e os Cavaleiros da Integridade, o casal de loiros decidiu descansar um pouco do treinamento que tiveram nesse tempo e foram a uma banheira improvisada que os comandantes fizeram, semelhante aquela grande banheira que havia no 90º Andar. Não era tão grande como aquela na Torre da Igreja de Axioma, mas era o bastante para duas pessoas. Aquele lugar era envolto por pedras, como um muro pra evitar que os outros indivíduos não vissem suas intimidades.
Assim como no mesmo sistema da Igreja de Axioma, eles tinham que marcar horário pra ir tomar banho naquelas águas borbulhantes. Eugeo foi o primeiro a adentrar aquelas águas calmas e relaxantes daquela banheira.
- Senti tanta falta do 90º Andar agora... - O loiro suspirou de alívio ao sentir aquela boa água. Ele notou que Alice estava com o seu roupão e estava com certa vergonha de querer ficar nua a céu aberto iluminado pela lua nova e as nuvens, ainda mais com Eugeo olhando. - Não precisa ficar com vergonha. Somos só nós dois aqui e esses murinhos são trancados pra ninguém ver a gente.
- Eu sei, mas é a primeira vez que eu fico nua ao ar livre. - A loira falou, meio ruborizada. - E você tá me olhando!
- Mas não tem nada que eu já não tenha visto, ora. - O loiro deu um sorriso malicioso, fazendo Alice se desestruturar.
- Se não fosse por você falando essa besteira, eu já teria ido embora. - Ela desviou o olhar envergonhado, e desamarrou seu roupão branco ficando com seu belo corpo curvilíneo a mostra. Ela entrou na água aos poucos, começando pelos pés e assim suspirou relaxada ao sentir a água pelo seu corpo. - Ah, isso me trás boas lembranças de Centória.
Eles estavam aproveitando esse momento na banheira, já que provavelmente seria o último deles.
É claro que Eugeo e Alice não eram lá tão otimistas como Kirito, mas eles realmente esperam que essa guerra não tire nenhum deles. Afinal, estão lutando pelas suas vidas e as vidas de suas famílias.
A loira estava do lado dele, pensativa quando se revelou para sua família em Rulid como uma Cavaleira da Integridade. Graças a eles, Rulid estava a salvo. Mas e o resto do Império Humano?
Nunca acabaria se continuasse do jeito que está. O futuro do Império Humano, não, o futuro de Underworld estava nas mãos dessa guerra. Eles nunca lutaram em uma, e como já leram nas histórias, todas elas terminavam com algum herói salvando a todos. Mesmo se iludindo com isso, Eugeo imagina Kirito como o seu herói. Afinal, o seu melhor amigo foi a esperança que ele tinha pra seguir em frente.
Apenas por ela.
- Alice... - Eugeo quebrou o silêncio agradável entre eles.
- O que foi? - Ela perguntou para ele.
- O que você acha que vai acontecer lá amanhã? - Eugeo a perguntou. - Sabe, lá no Portão Leste.
- Bom, a guerra vai começar e portanto tudo vai começar. - Ela explicou a ele, mesmo o namorado já sabendo disso. - Mas por quê?
- Sei lá, eu... - O loiro suspirou fundo. - Só tenho medo do que pode acontecer lá quando a guerra começar.
- Mas vai ficar tudo bem. Você vai ficar ao lado da Fanatio e das Lâminas Giratorias. - Ela o lembrou desse detalhe. Afinal, os poderes de Eugeo são um mistério e uma fatalidade amiga seria um problema no campo de batalha.
- Mas não é sobre mim. Eu não tenho medo de morrer. - Ele a fez ficar estática, o olhando com um olhar tristonho. - E se alguma coisa acontecer com você e com o Kirito? Eu tenho medo de que vocês se machuquem, e ainda mais você que está logo em um lugar perigoso.
- Eu também tenho medo. - Ela o abraçou, fazendo o loiro levar seu braço para a cintura dela. - Mesmo eu sendo a sua supervisora, eu tenho o dever de te subordinar e te repreender no caso de você se ferir. Mas eu não quero ter que fazer isso com você. Eu só digo que... se alguma coisa acontecer com você, eu vou me retirar do meu posto e vou descer da Amayori só pra ir lá na linha de frente te salvar, e aí depois eu vou te repreender.
- Mas você é a terceira Cavaleira da Integridade no comando. Não pode fazer isso, mesmo que nós dois... - Eugeo ia continuar, mas ela o interrompeu com um beijo nos lábios do loiro fazendo ele "acordar".
- Eu não ligo. - Ela se desgrudou dos lábios do namorado. - Ainda não passamos todo o nosso tempo juntos, e eu espero muito que um dia as minhas memórias vão voltar contanto que estejamos juntos.
- Eu também. Mesmo que não tenhamos mais o amanhã, ainda temos hoje. Por você e pelo Kirito, eu vou empunhar a minha espada para proteger vocês. - Eugeo tocou o rosto de Alice, com aquele sorriso gentil e alegre que ele tinha. - Vamos aproveitar essa noite que temos pra nós dois.
- Eugeo... - Ele era uma luz no fim do túnel. Mesmo ela ter conhecido ele como um assassino com sangue em mãos, era dono de uma alma tão pura e bondosa. Um verdadeiro Cavaleiro da Integridade, com o dom de proteger e enfrentar a todos, mesmo com as leis o ditando.
A loira roubou um beijo dele novamente, fazendo o loiro ficar surpreso com isso. Não tardou muito tempo, que ele já estava a beijando de volta.
As mãos de Eugeo começaram a descer pela cintura de Alice, fazendo a sentir aqueles toques especiais que ele mesmo sabia como fazer. Seus beijos apaixonados antes calmos e necessitados, agora estavam começando a se mover com certa velocidade, mas sem perder a ardência da paixão deles.
A loira levou suas mãos aos cabelos dele, enquanto continuavam com o movimento de sua língua. Já Eugeo, começava a desamarrar a trança e a tiara de sua amada enquanto a beijava.
- Vamos aproveitar juntos esse momento. - O loiro sorriu com um tom de luxúria. - Além disso, é a primeira vez que a gente transa numa banheira.
- Você pode até parecer puro, mas é só a aparência mesmo. - Alice brincou, enquanto continuava beijando-o.
- Talvez eu seja, talvez não. Mas eu posso tocar nos seus seios? - Ele pediu a ela e ela permitiu o toque.
Eugeo começou a massagear os seios avantajados de Alice, tocando primeiramente nas auréolas dela e nos bicos dos mamilos rosados, fazendo a loira gemer ao toque já que as mãos do loiro se encaixavam perfeitamente naqueles seios alvos da sua cavaleira.
- Ah... - Alice soltou um gemido abafado, enquanto se segurava nos ombros de Eugeo e começava a apalpar o seu abdômen musculoso.
O cavaleiro levou a sua boca até o bico do seio direito da cavaleira, chupando delicadamente aquela parte macia.
Alice não deixava de se saborear com aquela sensação maravilhosa. Agora ele trocou para o outro seio e continuou a chupá-lo enquanto ela beijava o pescoço de Eugeo e dava um chupão, marcando a pele de seu amado.
Após essa fase de carícia inicial, Eugeo levou seus dedos para a intimidade da loira, fazendo a voz de Alice se elevar um pouco mais.
- Ah... Eugeo...
- Você gosta quando eu toco em você aqui, não é? - Ele sussurrou no ouvido dela em um tom carregado de luxúria, enquanto estimulava o seu clitóris.
- Eu... Ah... Eu gosto... Gosto muito... - Ela respondeu com dificuldade, enquanto sentia os dedos de Eugeo massageando o botão íntimo do "ponto G" dela. Após algum tempo tocando sua amada, o loiro a ergueu até a borda da banheira fazendo ela se sentar. - O-O que tá fazendo?
- Já que você vai ficar com a Amayori amanhã, eu vou te fazer ficar sem andar. - O loiro deu um sorriso pra ela, enquanto abria suas pernas e olhava a intimidade rosada dela. - Você tá ficando mais molhada ali. Eu posso?
- É claro que pode. - Alice falou em um tom meio reprimido. - Nós não fazemos isso há dias... E além disso, nós temos um bom tempo de banho pra aproveitar. Então me faça sua, enquanto eu faço você ser meu.
Eugeo apenas sorriu e inseriu sua boca nos lábios da intimidade de Alice, fazendo-a gemer com tamanha vontade, tocando nos cachos loiros do namorado que inseria com a língua na vagina dela.
- A-Ah... Ooohh... - A loira tentava conter os seus espasmos de prazer, mas não conseguia. - Ahh... Eugeo...
Eugeo sabia que Alice não resistia quando ela era estimulada naquela intimidade, que estava encharcada com os sucos vaginais devido a excitação que a loira estava emitindo pelo seu amado.
- Sabia que eu gosto tanto da sua voz nesse tom? Ela me acalma tanto em momentos como esse, de você chamando por mim. - Eugeo tirou por um instante a sua boca da intimidade de Alice, com sua mente e coração sendo carregados pela luxúria assim como a sua namorada também estava.
- Ahh... Eu sei... - Ela sorriu, enquanto sentia que o seu ápice estava próximo. - Eugeo, eu tô... Eu tô quase lá.
O loiro então continuou a estimular e chupar o clitóris dela, até que Alice segurou Eugeo pelos cachos loiros de linho trazendo ele ainda mas para a sua intimidade, finalmente se desmanchando na boca dele enquanto o rapaz provava os sucos vaginais de Alice vazando, assim como os gemidos altos do orgasmo dela.
- Ah... Ah... - A bela loira se recuperava do seu orgasmo inicial. Agora, ela olhou para o membro de Eugeo já excitado e decidiu fazer uma coisinha especial pra ele. - Eugeo... Quero fazer uma coisa pra você.
- E o que é? - O loiro sorriu pra ela. Ela pegou o membro grande e excitado do seu amado e começou a masturbá-lo. Isso fez Eugeo ficar completamente surpreso, já que geralmente Alice não fazia isso. - Mas... O que tá fazendo?
Alice não falou nada e apenas começou a chupar a glande dele, fazendo Eugeo gemer pelo prazer que a sua parceira estava oferecendo a ele.
- Ah... Alice... - O loiro gemia, ao sentir a boca e a língua dela se percorrendo pela sua parte enrijecida. Depois de algum tempo, Eugeo começou a sentir o seu ápice chegando aos poucos, mas não queria fazer isso na boca de Alice pra não se assustar. - Alice, eu preciso de você. Agora.
- Eu também. - Alice falava manhosa. Com uma posição nova, ela estava de quatro se segurando na borda da banheira enquanto o cavaleiro estava atrás dela posicionando o seu membro na intimidade delicada dela, enquanto a segurava na cintura.
- Eu posso? - Ele a perguntou, antes de tudo. Já que ele sempre fazia as coisas com a resposta dela, pelo fato de sempre se preocupar com ela.
- Por favor. Eu quero você dentro de mim. - A bela loira suplicava para ele.
Sem pensar duas vezes, o loiro adentrou a intimidade quente e úmida da sua amada que deu um gemido alto ao ter o seu vazio preenchido pelo membro dele.
- Ahhh... Eugeo... - Alice falava entre gemidos, enquanto tentava se manter firme naquela posição. - É tão grande...
- E você é tão apertada... - O loiro deu um grunhido ao sentir seu membro sendo apertado pelo interior de Alice. Já ele, começou lentamente com os movimentos de vai e vem, movendo as suas cadeiras e estocando a cavaleira por trás.
Era uma sensação que ela tanto gostava, ainda mais enquanto estava com ele. O namorado a puxou para mais perto, abraçando-a enquanto a estocava firme e com mais velocidade. Já ela, levou sua mão direita para o rosto de Eugeo e o beijou como podia enquanto sentia o membro enrijecido dentro da sua intimidade.
- Eugeo... Eu te amo... Eu te amo! - Alice declarava a ele, enquanto o loiro continuava com seus movimentos, agora se segurando na cintura dela e nos seus seios fartos.
- Eu também te amo, Alice... - Eugeo falava pra ela, enquanto a fazia se sentir leve e plena.
Eles compartilhavam esse momento íntimo a sós, sempre que seus corpos e corações não conseguiam se controlar. E aí, de um jeito ou de outro, ficavam compartilhando esse maravilhoso amontoado de gemidos, declarações, carícias e várias outras sensações que tinham enquanto faziam amor. Afinal, a partir de amanhã, era provavel que eles nunca mais iriam se ver e compartilhar essa expressão íntima de amor era a melhor forma que podiam fazer.
Trocando as posições, Alice estava agora sentada em no colo de Eugeo enquanto o loiro a estocava com mais velocidade, com o seu rosto coberto naqueles belos seios da cavaleira podendo ouvir os batimentos dela com ajuda de seus sentidos aprimorados.
- Eu consigo sentir o seu batimento. - O loiro falou, enquanto seu rosto estava sendo pressionado nos belos seios dela.
- Eugeo... Aaahh... Mais rápido, meu amor! Por favor... - Ela pedia, enquanto o abraçava com a sensação prazerosa de sua intimidade sendo apreciada pelo membro do loiro.
- Sim, meu amor! - O loiro a estocou mais rápido e forte, conforme ela pedia e ambos entrelaçaram as mesmas mãos aonde estavam os anéis de compromisso, como forma de mostrar demonstrar também o amor verdadeiro que sentiam um pelo outro. Os olhos azuis da cavaleira e os olhos verdes do espadachim brilhavam, como se combinassem apenas um para o outro, enquanto eles se entreolhavam durante o ato do casal fazendo amor naquela banheira.
Com o tempo, Alice finalmente chegou ao seu orgasmo com um gemido alto, apertando fortemente o membro de Eugeo. Isso acabou fazendo com que o loiro não resistisse e chegasse ao seu ápice também. Com uma última estocada forte dentro de Alice, ele preencheu o vazio dela com seu orgasmo e tirou seu membro dentro da intimidade dela, com ambos tendo finalmente todas as vontades e partes saciadas. Em seguida ele a abraçou por trás em um gesto de trazer a sua amada para perto de ti.
- Eu te amo, Alice. - Eugeo sussurrou, enquanto suspirava de exaustão e abraçava Alice, beijando o ombro dela por trás. - Mesmo que alguma coisa aconteça comigo amanhã, não quero que se preocupe. Eu ainda vou voltar pra você de um jeito ou de outro.
Ela toda ruborizada apenas sorriu e o beijou, levando suas mãos até o rosto dele e aprofundando o beijo ainda mais.
Após esse momento íntimo deles, o casal de loiros saiu da banheira agora já secos pelas toalhas, colocaram de volta seus roupões e voltaram para a tenda deles, aonde Kirito dormia tranquilamente de forma serena, como se nada atrapalhasse seu descanso em paz. Não demorou muito pra que eles se entregassem ao sono também, e pelo fim da noite, Alice estava abraçada a Eugeo com a garantia de que ele nunca se afastasse dela.
O amor que ela tinha por Eugeo era diferente de tudo o que ela já vivenciou na vida. E ela aproveitaria isso, fazendo de tudo por ele, assim como Eugeo também faria.
- Eu também te amo, Eugeo.
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07 de Novembro de 380...
O dia do Teste de Carga Final e o início da Guerra de Underworld...
Naquela manhã, todos os Cavaleiros da Integridade já estavam acordando aos poucos. Mas sobre o foco com os nossos protagonistas, Alice foi a primeira a acordar ao sentir um forte enjôo como o de três dias atrás. Ela se levantou com uma grande vontade de esvaziar tudo que estava em seu estômago acabou correndo em direção ao banheiro da tenda e vomitou, despejando todo o jantar de ontem. Também, foi pelo fato dela também começar a ficar com mais fome que o normal.
Com a sensação horrível de enjôo, não esperava que isso poderia piorar tanto de um dia para o outro.
- Alice, você tá bem? - Ela ouviu a voz preocupada de Eugeo, que ouviu o vômito da loira e olhava para ela que se via no espelho.
- Sim, eu tô bem. Foi só alguma coisa que eu devo ter sido exposta no vôo com a Amayori. - A bela loira respondeu a ele, enquanto lavava sua boca com água e começou a escovar ela com pasta de dente, no intuito de eliminar o mau hálito do vômito.
- Quer mesmo ir lutar desse jeito? - Ele falava preocupado com ela, já que não queria ver Alice se sentindo mal. - Você vai ter que ficar voando com ela e talvez pode acabar tendo uma recaída.
- Não se preocupa com isso, Eugeo. - Ela sorriu da melhor maneira que podia. - Só foi algo que eu comi, já falei que deve ter sido pelo vôo com a Amayori nesses últimos dias. Deixa que eu posso tomar um remédio ou Arte Sagrada se eu voltar a sentir isso, não se preocupa.
- Tá bom. - O loiro encostou seus lábios na testa dela de uma maneira casta e gentil, como forma de preocupação. - Mas qualquer coisa, me avisa. Tá bem?
- Tá bem. - A loira falou beijando a mão dele, e bebeu uma água fresca que Eugeo trouxe pra ela, para ver se melhorava um pouco. - É hoje que o Comandante Bercouli vai fazer o discurso pro exército, não é?
- Junto com todos os dezessete Cavaleiros da Integridade. - Eugeo afirmou a ela. - Só não sei se vai ser uma boa se eu ficar na frente de todo o nosso exército.
- Não se preocupe. Você é membro da Ordem dos Cavaleiros da Integridade, e tem o mesmo título de nobreza como eles. Não tenha medo deles, só por causa do seu poder.
- E também, acho que pode ser bom você mostrar que é o verdadeiro dono da Espada da Rosa Azul e da Espada da Rosa Vermelha. - Eles ouviram uma voz adentrando a tenda dele, ao bater os guizos na entrada. - Bom dia, crianças.
- V-Vice-Comandante? - O casal se surpreendeu pelo fato de Fanatio aparecer ali. - O que tá fazendo aqui?
- Já se esqueceram? O discurso vai começar mais cedo, porquê a Alice já vai pro Portão Leste absorver a energia das trevas. - Fanatio recordou eles do plano, e deu uma risada de lado. - E também porquê eu vim ver o Kirito.
- Só pode ser brincadeira... - A loira se irritou pelo fato de sua superior vir ali ver o Espadachim Negro.
- Enfim, mudando de assunto, se arrumem logo. - A mulher dos cabelos roxos saiu da tenda. - Lembrem-se que o Comandante Bercouli vai começar a falar o discurso daqui a uma hora.
Após se arrumarem, vestirem suas armaduras, capas, sobretudos, botas e colocarem suas armas divinas nas bainhas, Eugeo e Alice estavam prontos para a batalha que se iniciaria perto do fim da tarde.
No campo de treinamento, estavam todos os soldados olhando para os Cavaleiros da Integridade em um morrinho acima. Bercouli estava no meio com sua armadura azul simples e leve, empunhando sua Espada Perfuradora de Tempo e olhando para os soldados com um semblante sério.
- Soldados do Império Humano! - O azulado iniciou, chamando a atenção deles. - Agradeço a vocês por se juntarem a nós nessa guerra pelas suas famílias. Daqui a algumas horas, o Portão Leste será destruído e sendo sincero, não tenho certeza se muitos de nós voltaremos vivos. Mas nós, os Cavaleiros da Integridade estaremos aqui para proteger vocês. E por isso agora, eu darei a palavra para o capitão do Primeiro Batalhão da Vice-Comandante Fanatio: Eugeo Synthesis Trinta e Dois!
Já Alice, Eydis, Eldrie, Renly, Nelgius e Entokia ficaram completamente surpresos ao ouvir o nome de Eugeo. Enquanto o loiro, estava com a mesma surpresa deles.
- C-Comandante... - O loiro riu de vergonha ao ser chamado por ele.
- Venha cá, capitão. - Bercouli riu gentil, enquanto puxava o loiro contra sua vontade. Isso fez Alice e Eydis dar uma pequena gargalhada com isso. - Não precisa ter vergonha.
Todos os soldados estavam olhando para ele. O Cavaleiro da Integridade que ajudou a matar a Pontífice. E além disso, os rumores de que ele era um demônio de fortaleceu em peso. Provavelmente essa era uma oportunidade que Bercouli e Fanatio arranjaram para fazer com que Eugeo limpasse o seu nome.
Percebendo que único jeito era aceitar, Eugeo apenas suspirou e olhou para todos eles. Ele olhou e viu que Sortiliena, Golgorosso e Volo estavam ali também. Kirito estava lá em baixo com Ronye e Tiese vestindo uma armadura dos Cavaleiros da Integridade de cor preta e com partes douradas, ostentando seu lado do Kirito Synthesis Trinta e Três, mesmo que não seja um cavaleiro real.
- Soldados do Império Humano... - Eugeo começou, decidindo se iniciar com uma apresentação. - Meu nome é Eugeo, o espadachim. Sou o Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Sei que vários de vocês vieram de muitos lugares dessa parte oeste de Underworld e acredito que vocês acham que eu sou o demônio que matou a Pontífice. Estou aqui para dizer... Que é tudo verdade. - Isso fez todos os soldados ficarem completamente boquiabertos ao saber da própria confirmação do loiro.
- O que esse doido tá falando? - Eldrie sussurrou para Eydis, vendo que o cavaleiro de armadura azul e prateada estava falando coisas que não deveria para os cidadãos do Império Humano.
- Não tá vendo, cara de cavalo? - Eydis deu um sorriso de lado em direção ao seu aluno. - Ele tá abrindo o coração dele em público.
- Eu era um dos dois Discípulos de Elite que matou a Alta Sacerdotisa Quinella. Mas não fiz isso para vingança. Pelo menos, não em parte dela.
- Por quê você matou a Pontífice, Eugeo-sama? - Um soldado aleatório o perguntou.
- Ela estava manipulando esse mundo e os Cavaleiros da Integridade há centenas de anos, e por um ato covarde, ela ordenou que um deles levasse a minha amiga como uma prisoneira de um castigo bobo e sem intenção. - Eugeo se recordou do dia em que Alice foi levada sob a custódia e os cuidados de Deusolbert. - E por alguns anos, eu me culpei por aquilo. Já que eu não era forte o bastante pra deter os Cavaleiros da Integridade. Meu sonho era ser um deles para poder salvar a menina que foi levada pelos Cavaleiros. Porém, não consegui realizar esse meu sonho do jeito que esperava. A Administradora me manipulou, usou o meu corpo como um... - O loiro se lembrou dos momentos horríveis de "amor" que Quinella transmitia para ele. - Brinquedo pessoal por eu ser diferente dos outros Cavaleiros da Integridade ao ter derrotado o Comandante, e isso me fez ser como um deles. Mas graças a um herói que me salvou dela... - Ele olhou pra Kirito e deu um sorriso em direção a ele. - Eu pude retornar a vida pelo mesmo objetivo que eu tinha. Salvar a mulher que eu amo, a Cavaleira da Integridade Alice Synthesis Trinta.
Agora isso fez Alice corar ao ser nomeada pelo seu amado em um grande público. Mas mesmo assim, toda a confissão que ele está fazendo dava a ela um grande sentimento poderoso em seu coração.
- Vai chover. - Nelgius deu uma risada de lado.
- Esse garoto... - Fanatio ficou impressionada com a atitude do Trinta e Dois.
- Ele falou mesmo. - Entokia sorriu, sussurando para Sheyta.
A morena do rabo de cavalo não falou nada, como de costume e ficou com um olhar estranho em relação a Alice e Eugeo.
- Eugeo... - Alice olhou para ele, envergonhada ao ter seus sentimentos expostos ao público.
- Eu sou um demônio de gelo que derreteu ao desenvolver sentimentos por essa Cavaleira da Integridade. E podem ter certeza. Minha intenção não é machucá-los e sim, proteger vocês no campo de batalha. - Eugeo sorria abertamente para todos. - E quero que confiem em mim quando a guerra começar. Pois sempre estarei aqui para vocês.
O loiro terminou de falar, e os soldados, freiras e monges não falaram nada a não ser uma única coisa. Com um gesto militar deles segurando seus corações com a mão direita e a esquerda nas costas, todos eles apenas disseram aquele significado de proteção eterno ao Império Humano.
Todos os batalhões gritavam em uníssono, oferecendo seus corações pelo Cavaleiro da Integridade novato. Isso foi o suficiente para Eugeo entender que mesmo sendo quem é, nunca será uma ameaça para eles. Ele é apenas uma vítima como todos ali. E também, um herói que ajudou Kirito a salvar Underworld pela primeira vez. Agora, ele fará isso por ele pela segunda vez.
Alice sorria de emoção ao ver seu amado sendo chamado de "Eugeo-sama" por todos eles, com um tom de orgulho e saudação para ele. Bercouli e Fanatio deram um sorriso de lado ao ver ele pronto para lutar não pela Ordem, e sim pelos seus amigos e por sua amada.
Antes de se despedirem de Kirito provavelmente pela última vez, Alice e Eugeo foram se despedir de Kirito. Já que Ronye e Tiese cuidariam dele.
- Talvez essa será a nossa última vez em que nos vemos. - Alice tocou a manopla esquerda de Kirito Synthesis Trinta e Três, que segurava a Espada do Céu Noturno e uma cópia perfeita da Espada da Rosa Azul em uma bainha branca semelhante a de Eugeo. - Se algo acontecer comigo, quero que se levante e lute contra todos aqueles soldados do Território Negro. É só você fazer um milagre acontecer de novo, que iremos vencer. Então peço que... Assim como você protegeu Eugeo, todos esses anos, quero que você me proteja também, Kirito. - Alice beijou de forma casta e gentil o rosto catatônico de Kirito.
- Ah... Ah... - O Espadachim Negro sussurrou.
- Você é o meu melhor amigo e sempre vai ser, Kirito. - Eugeo abraçou Kirito, com um grande amor fraternal de irmandade que havia entre aqueles três. O Trio de Rulid. - Você me deu forças pra treinar, pra empunhar minha espada e para proteger aqueles que eu amo. Pode ter certeza de que quando a Sheyta desvendar o segredo do livro e chegarmos ao Altar do Fim do Mundo, vamos voltar pra Rulid de novo. Como amigos. Porquê também... Eu te amo, Kirito.
- Assim a gente vai ficar com ciúme. - Alice, Ronye e Tiese brincaram.
- Vocês também são difíceis, sabiam? - O loiro corou e se distanciou das duas Pajens e do Espadachim Negro. Com um último beijo de despedida, Alice e Eugeo compartilharam um selar de lábios por um determinado tempo. Já Tiese, desviava o olhar pelo fato de que ela gostava de seu ex-mestre. Mas mesmo assim, seus sentimentos não eram correspondidos a ela e o jeito era aceitar. - Eu vou voltar por você, eu prometo.
- Eu espero que cumpra com sua promessa. - Com um abraço meio demorado e longo e um selinho, Alice se despediu de Eugeo, Kirito e as Pajens.
Enquanto Alice ia para a área dos dragões pegar Amayori para levantar vôo e Eugeo se reunia com Fanatio, Dakira e as Lâminas Giratorias no Segundo Batalhão, Tiese, Ronye e Kirito foram junto com o batalhão de Renly até a Tropa de Apoio. Já que como o batalhão do esverdeado ficava na frente deles, era de passagem para lá.
- Olha lá. - Ronye apontou para dois Cavaleiros da Integridade indo embora a bordo de dois dragões, em direção a capital de Centória. - O Nelgius-sama e o Entokia-sama estão indo para as Montanhas do Fim para proteger as fronteiras.
- Espero que possamos voltar dessa guerra inteiras e com o Eugeo-senpai também. - A ruiva dos cabelos vermelhos juntou suas mãos em um gesto de oração. - “Por favor, proteja o Eugeo-senpai, Alice-sama.”
Enquanto Alice chegava no hangar, lá estava um certo lilás a espera dela. A loira parou ao olhar para ele.
- Alice-sama. - Eldrie a chamou. - Os soldados já vão se juntar. Vamos.
- Eldrie. - A loira o chamou. - Foi uma grande honra em ter você ao meu lado.
- Mas como assim? - O lilás fechou seus olhos. - Eu não aproveitei bem o seu treinamento. Mesmo quando a senhora quis me treinar, nunca fui bom o bastante.
- Eldrie, não é por isso. Quando você se tornou o meu aprendiz como Cavaleiro da Integridade era para ter sido escolhido como o aluno de Eydis, mas recusou. - A loira começou a falar. Ela sabia que Eldrie tinha sentimentos por ele, e provavelmente estava ali para isso. - Eu sei que você poderia ter escolhido ela ou Deusolbert por ser mais experiente, mas escolheu a mim por ser novata na época e por se identificar mais comigo.
Era para ele ter sido o aluno de Eydis, mas até hoje, Alice nunca descobriu o verdadeiro motivo por trás. Até mesmo Quinella nunca contou a Bercouli, sendo que ele era o único Cavaleiro da Integridade que ela sempre pedia conselhos e conversas com uma taça de vinho as horas vagas(sem falar das sessões de lavagem cerebral e apagação de memórias com todo mundo). Por esse motivo, Eydis havia ficado indiferente com Eldrie a partir dessa época e por isso brigavam por Alice frequentemente.
- Não, não era por isso. - O lilás corou com o que Alice havia deduzido. - Era por suas habilidades, e sua experiência no campo de batalha e...
- Graças ao seu apoio, consegui seguir em frente. Cavaleiro da Integridade Eldrie Synthesis Trinta e Um. - Alice o interrompeu, levando o seu tom sério e sentimental ao mesmo tempo. - Nesses últimos oito meses, você foi o melhor aprendiz que eu pude ter. Mas o seu treinamento já chegou ao fim. Depois que essa guerra acabar, quero que seja livre para procurar sobre a sua vida passada, pela sua família e pela sua amada. - Com essa parte, Eldrie viu uma silhueta de uma mulher mais velha com o mesmo tom de cabelo dele segurando sua mão. - Não posso corresponder aos seus sentimentos, mas como amiga e irmã, estarei aqui para você.
A loira terminou de falar e apenas foi para Amayori, montando o arreio nela deixando o lilás ali sozinho com um coração quase partido.
Enquanto o final da tarde chegou finalmente, todos os seis batalhões estavam reunidos na ravina em frente ao Portão Leste.
No Primeiro Batalhão do Flanco Direito, estava Deusolbert armado com seu Arco da Chama Conflagrante, acompanhado de Golgorosso e uma clone de Eydis como suporte. Já que ela seria a capitã de comunicações, as clones dela serviriam de fonte de comunicação entre todos os Cavaleiros da Integridade.
No Centro do Primeiro Batalhão, estava a Vice-Comandante Fanatio empunhando sua Espada Perfuradora dos Céus com Dakira e as Quatro Lâminas Giratorias, e Eugeo ao lado deles, empunhando sua Espada da Rosa Azul.
Já no Flanco Esquerdo do Primeiro Batalhão, Estava Eldrie açoitando seu Chicote da Escama de Gelo e a verdadeira Eydis estava ao lado dele, empunhando sua Espada do Corte Sombrio preparada para o combate.
- Chegou a hora. - O lilás sussurrou.
- Aí, cara de cavalo. - Eydis chamou a atenção dele. - Sobre aquela noite, eu... Eu quero poder me... - Antes que a acinzentada continuasse, Eldrie a interrompeu.
- Não pense nisso em uma hora como essa, sua cabeça de vento. - O lilás falou, em um tom frio. - Foque no combate e na comunicação de suas clones.
No Flanco Direito do Segundo Batalhão estava Sheyta como capitã deixando sua Espada do Lírio Negro na bainha da cintura. Ela estava em posse do livro de Alice em mãos, e ao lado dela havia mais uma clone de Eydis e as assassinas Linel e Fizel do seu lado que observavam a frente do portão.
- Já vai começar. - Fizel olhava para as rachaduras, que começavam a ficar coloridas em um tom roxo.
No Centro do Segundo Batalhão de Bercouli, estava ele armado com sua Espada Perfuradora de Tempo olhando calmamente para o portão, Sortiliena ansiosa com o início da batalha e enquanto o azulado olhava para o portão brilhante, ele estava curioso com o que Eugeo viu na visão dele. Provavelmente o Território Negro havia um líder, e eles precisavam descobrir quem era o cabeça.
No Flanco Esquerdo do Segundo Batalhão estava Renly como capitão e mais uma clone da acinzentada. Mas pelo semblante de medo do esverdeado, provavelmente aconteceria alguma coisa não planejada por ali.
Já Ronye e Tiese, elas observavam o Portão Leste lá na Tropa de Apoio ao lado de Kirito sentado na cadeira de rodas, usando sua armadura preta-dourada e um sobretudo de Cavaleiro da Integridade, segurando a sua Espada do Céu Noturno e a cópia da Espada da Rosa Azul de Eugeo enquanto no céu, estava Alice a bordo de Amayori como o suporte deles pronta para fazer a sua parte como a Lança.
O loiro estava completamente ansioso em ver o que vai acontecer no momento em que aquele portão cair.
- Alice... - Ele se recordou da sua amada, mas teve que deixar ela para depois. Ele seria o capitão do batalhão de Fanatio e então, não poderia dar bobeira como um oficial superior em sua missão de guerra. - Não, esse é o meu dever. Seja lá o que for, preciso lutar por aqueles que dependem de mim. Espada da Rosa Azul... Me dê forças pra sobreviver nessa guerra.
Todos os humanos viram aquelas letras se formando em fogo naquele lugar. Elas se formavam em uma frase escrita como “Teste de Carga Final”, enquanto toda aquela imensa luz roxa brilhava pelos dois lados do Portão Leste, sendo vista também pela Ordem dos Dez Lordes.
Lá, Iskahn estava com sua legião de Pugilistas sorrindo ansioso batendo seus punhos blindados.
Os Gigantes, Ogres, Orcs e Assassinos, todos se preparavam para a batalha olhando fixamente para o portão brilhante.
As legiões de Goblins olhava o portão, já preparada pra matar e saquear todos os humanos, na guilda dos Magos Negros, a Chanceler deles sorria com um olhar ganancioso, com o objetivo de ser a imperatriz do Território Negro. Não, a imperatriz de Underworld.
Já sobre a legião dos Cavaleiros Negros, uma certa adolescente de cabelos roxos estava vestindo uma capa preta por baixo da armadura leve com um sorriso de lado.
- Vou te encontrar e matar você, Cavaleiro Safira. - Yuuki sorria, enquanto seus olhos brilhavam em um tom demoníaco igual ao do Imperador Vecta.
Enquanto isso em um lugar mais afastado, em cima de uma carruagem estavam Gabriel em sua imagem divina de Imperador Vecta e ao seu lado, Vassago em sua armadura de Cavaleiro Negro. O hispânico sorria todo ansioso pra caçar os dois A.L.I.C.E.s, enquanto Gabriel olhava para o portão com um olhar de falso desinteresse, sorrindo sentado em seu trono.
- Que venham, crianças.
Chapter 15: Capítulo XV - Batalha dos Cavaleiros(Alicization Exploding)
Summary:
A Batalha na Ravina começa em grandes proporções, e o Primeiro Batalhão de Fanatio tenta lutar a toda contra os inimigos do Território Negro. Eugeo começa a lutar, mostrando um bom jeito para com a liderança no campo de batalha. Eldrie e Eydis se atrapalham, deixando os goblins passarem por eles.
Chapter Text
Todos os líderes da guerra olhavam fixamente para o Portão, que se iniciava a guerra. Gabriel e Vassago estavam em uma carruagem real, olhando o belo resplendor do Portão Leste sendo destruído, e por sinal era uma linda vista computadorizada e ao mesmo tempo com magia, que começou a alcançar aos céus de Underworld.
- Uau, então esse é o Teste de Carga Final, é? - Vassago admirou a vista púrpura há alguns metros de distância do campo de batalha. - Isso aqui é de fazer inveja até mesmo em Hollywood. Se for pensar direito, a gente talvez devesse roubar essa tecnologia de vídeo ao invés dos dois A.L.I.C.E.s, bro. E daí, com sua atuação, a minha genialidade de roteiro, a nerdizice do Critter e o resto do pessoal da equipe como apoio, podemos abrir um estúdio de efeitos especiais e ficaríamos podres de rico fazendo filmes com essa tecnologia. Nem os caras da Disney vão superar a gente.
- A sua ideia até que é boa da gente fazer um estúdio de filme com essa tecnologia, mas só que infelizmente esses efeitos visuais não podem ser replicados em nenhuma outra mídia, a não ser na Rath. - Gabriel respondeu ao hispânico do cabelo cacheado, enquanto apreciava a vista única do Portão Leste junto com o final da tarde. - Já que as coisas nesse mundo não são feitas de polígonos, e sim de pura computação mental. Esse é um espetáculo visual que só pode ser visto por aqueles conectados ao STL do Soul Translation. Mas até que é bonito de se ver essa coisa única.
- Isso é um sonho que nunca vai acontecer. - Vassago sorriu com certa dor de não poder roubar isso e fazer sua ideia de montar um estúdio avançado. - Mas fazer o quê, é a vida.
Com a queda total do Portão Leste, o loiro decidiu que essa era a hora perfeita para anunciar ao seu exército, e ordená-los a sua missão de batalha. Com sua magia, ele ativou um crânio na carruagem da cabine, fazendo ela brilhar. Ao ajeitar a garganta, Gabriel finalmente começou a levar o seu lado de Imperador Vecta para atuar.
- Soldados do Território Negro! O momento que vocês tanto esperavam se aproxima! - Vecta gritou para o crânio, fazendo com que a voz se repercutir por todo o campo de batalha. - Matem todos os seres vivos que encontrarem, pilhem e roubem o quanto quiserem! Acabem com aquela terra! - Após o Imperador Vecta atuar falsamente como um ator merecedor de um Oscar, todos os seus súditos estavam gritando animados, esperando pelas ordens divinas do loiro. - Primeiro grupo de Goblins das Planícies, Goblins das Montanhas e dos Gigantes... Comecem o ataque!
Com isso, os Goblins das Montanhas foram para a direção do grupo de Eldrie e Eydis, os Gigantes foram para o grupo de Eugeo e Fanatio, enquanto o grupo de Goblins das Planícies foi em direção ao grupo de Deusolbert.
- Matem eles, matem todos os iums brancos! - O líder dos Goblins das Montanhas ordenou ao seu grupo.
- Esmaguem os Cavaleiros da Integridade! - O líder dos Gigantes ordenou ao seu batalhão, enquanto liderava o ataque a Eugeo e Fanatio.
- Avançar! Matem os iums! - O Líder dos Goblins das Planícies ia em direção ao grupo de Deusolbert, armados e com sua selvageria a mostra.
Enquanto o primeiro grupo de ataque do Território Negro ia na frente, na retaguarda estavam os outros sete exércitos. Lilpilin e seus orcs aguardavam as ordens de seu deus, assim como Furgr e seus lobisomens Ogres, Iskahn e seus Pugilistas ansiosos, Dee Eye e suas feiticeiras dos Magos Negros aguardavam pacientemente.
Com os Cavaleiros Negros e Yuuki, ela esperava ir sozinha com os Goblins das Montanhas a mando do Imperador Vecta, já que com o "poder" dele, ela seria capaz de encontrar o Cavaleiro Safira no campo de batalha.
Agora lá na vanguarda do Exército da Humanidade, Eugeo, Deusolbert, Eydis, Eldrie, Dakira e o resto das Quatro Lâminas Giratórias aguardavam atentamente as ordens de sua Vice-Comandante, esperando que os inimigos ataquem primeiro.
- Primeiro Batalhão! Saquem suas espadas agora! - Fanatio gritou, ordenando a todos para colocar suas espadas a postos. - Preparem-se para a batalha! Monges e freiras, preparem as magias de regeneração e seus encantamentos mágicos!
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso! - As freiras ativavam suas magias de Artes Sagradas em conjunto, fazendo com que suas mãos brilhassem em uma luz solar e meio esbranquiçada, no intuito de curar os feridos.
- Vice-Comandante. - Eugeo chamou a mulher dos cabelos roxos. - A senhora já lutou em muitas guerras. Você acha que essa é diferente delas?
- Sim, é a maior guerra que já existiu em Underworld na qual eu já vivenciei. - A arroxeada respondeu a ele, olhando para sua Espada Perfuradora dos Céus. - Mas mesmo assim, dependemos de você e da Alice pra vencer. Afinal de contas, você é o melhor Cavaleiro da Integridade que a Pontífice já produziu. Não por suas habilidades, mas sim pelo bem maior de proteger aqueles com quem ama. Talvez essa seja a primeira vez que você vê uma chacina mortal de perto, mas se Bercouli e Alice confiam e você, eu também confio, Capitão Eugeo.
- Vice-Comandante... - O loiro sorriu com a atenciosidade dela, apesar dela ser a Cavaleira da Integridade mais tradicional e mente firme da Ordem.
- Eles estão vindo... - Deusolbert olhava atentamente para os Goblins das Planícies vindo na direção de seu grupo do Flanco Direito. O ruivo olhou para Eugeo, notando um pouco de ansiedade no loiro. - Eydis, suas clones conseguem ver o que está acontecendo ao redor da gente?
- Afirmativo, senhor Deusolbert. - A clone da acinzentada respondeu a ele. - Não estamos cercados por cima da ravina, já que a minha confirmação das Montanhas do Fim serem íngremes demais para escalada ou em incursão aérea estava certa.
- Bom... Então já vai começar. - Deusolbert já começou a sacar seu arco divino, preparando-se para o seu ataque a longa distância.
- Malditos habitantes das trevas. - Eldrie açoitou seu chicote novamente. - Vamos mostrar a vocês do que somos feitos.
- Nem todos eles são maus, idiota. - A verdadeira Eydis bateu na cabeça dele com um tapa. - Se lembra da Faya, a Lipia e dos moleques do orfanato dela?
- Tá, tá! Eu sei disso. Mas pra quê você me bateu por causa disso, sua cabeça de vento do caralho?! - O lilás esbravejou.
- Só pra ver se tá acordado mesmo. - Eydis riu, enquanto ouvia telepaticamente a conversa com as suas clones das sombras. - Eles já tão chegando perto do grupo do Deusolbert.
- Não vai demorar muito para que os Goblins das Montanhas cheguem até a gente, então. - O lilás confirmou.
Já lá atrás na retaguarda do Segundo Batalhão, Sheyta, Linel, Fizel e Bercouli esperavam pelo ataque lá na frente. Já Renly, estava com um certo medo ao ver aquele grande exército se aproximando, enquanto seus soldados esperavam pelas ordens do esverdeado mais novo.
E enquanto lá em cima nos céus, Alice estava a bordo da garupa de Amayori vendo o início do desenrolar da guerra, com um monte de gigantes se aproximando do grupo aonde Eugeo estava.
- Já começou. - A bela loira fechou seus olhos, suspirando pesadamente com o que estava para fazer agora. Tudo isso dependia dela, então o seu poder especial era a chance para acabar com a batalha na ravina. Apertando firmemente o cordão de seu Módulo Piety, ela fechou seus olhos e pensou primeiramente em Eugeo, Selka, Kirito, Eydis e todos os seus amigos e família, rezando internamente e esperando que nada de ruim acontecesse com eles e com seu namorado. - Eu tenho que fazer o que eu preciso. Acabar com essa guerra e descobrir quem é que está por trás disso.
Agora lá no Flanco Direito, Deusolbert começava a se preparar. Mas durante isso, ele estava se lembrando de um passado aonde havia uma mulher da mesma idade que ele, acordando-o. Pelos anéis nos dedos, ele era casado com a moça no seu flashback mental.
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- Acorde, meu querido. - A mulher dos cabelos castanhos presos em tranças o chamava. - Já está de manhã.
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Esse pensamento aprofundava muito no coração do ruivo por todos esses anos, já que se na sua vida passada ele teve alguém especial, de que garante que todos os outros Cavaleiros da Integridade também vivessem desse jeito? Quando ele soube por Eugeo e Kirito que havia levado Alice embora de Rulid há oito anos atrás, ele não sabia que tinha sido ele, pois afinal de contas, Quinella apagou a memória do cavaleiro.
O mesmo amor que a sua vida passada tinha por essa mulher era o mesmo que Eugeo tinha por Alice. Sendo uma forma de poder se redimir pelos dois jovens, ele lutaria nessa guerra até o fim.
- “Essa é a única memória do meu passado que ainda restou. Eu não sei quando ela aconteceu, por causa da Pontífice, mas para proteger o mundo no qual a mulher nos meus sonhos viveu comigo... preciso lutar e seguir em frente, reparando os meus erros.” - Deusolbert falava mentalmente, enquanto pegava algumas flechas em sua aljava e apontava para os goblins que chegavam em sua frente. Com vários círculos cibernéticos vermelhos, ele ativou a sua encarnação do Controle Total do Sistema de Armas. - Enhance Armamento! - A partir do Arco da Chama Conflagrante, todo o seu corpo se incendiou em uma aura de fogo, cobrindo todo o seu externo. - Eu sou o Cavaleiro da Integridade Deusolbert Synthesis Sete! Vocês que se colocam contra mim, irão queimar tanto que nem mesmo restarão seus ossos!
Com algumas rajadas de suas flechas de fogo, ele jogou para os goblins que se aproximavam. Ao ter contato com eles, as flechas se explodiram em chamas, carbonizando as criaturas inimigas.
Com isso se iníciou, já que ele não esperava que os Goblins das Planícies seriam tão numerosos. Enquanto Golgorosso e seus soldados davam cobertura a ele, Deusolbert focava em seu ataque a longa distância.
- Todos vocês! Matem aquele Cavaleiro da Integridade com o arco de fogo! - O líder dos Goblins das Planícies ordenava ao seu grupo. - Cerquem, destrinchem e esmaguem-no até ele morrer!
O ruivo começou a notar que os Goblins estavam focando em cercá-lo. E como Deusolbert não poderia se afastar do ataque de longa distância, ficaria ali.
- Protejam o Capitão Deusolbert! - Golgorosso ordenou aos outros soldados rasos. - Não deixem que encostem nele!
- Foi mal aí! Estou contando com vocês! - O ruivo continuou com as rajadas de flechas, começando a elevá-las ao nível dois.
- Deixa com a gente, senhor! - O ex-Discípulo de Elite foi para cima do inimigo com os soldados rasos, enquanto Deusolbert começava a ficar a segunda encarnação do Arco da Chama Conflagrante.
- Liberação de Memória! - Com uma saraivada de flechas no ar, todas elas perderam a forma de ponta, criando pequenos pássaros caindo como chuva nos goblins, fazendo o inimigo começar a perder sua quantidade de guerreiros.
Lá atrás, no Flanco Direito de Sheyta, Linel e Fizel viam como estava indo a batalha. Com uma grande explosão de chamas, as mais novas admiravam a morte de pirocinese que os Goblins das Planícies estavam tendo na mão de Deusolbert.
- Então já começou. - Fizel olhava para o campo de batalha. - O Tio Deusolbert tá dando tudo de si, e já apelou pra Liberação de Memória dele.
- É o que parece. - Linel respondeu de volta. - Os gigantes já estão chegando no batalhão da Vice-Comandante e do Eugeo-kun, então talvez deve ser bom como isso vai acontecer.
- É mas só que... - Fizel olhou para o Flanco Esquerdo aonde o famoso trio de Eydis, Eldrie e Renly eram os responsáveis por proteger.
- O Flanco Esquerdo não tá com cara de estar tão bem assim, não é? - A menina de tranças olhou para o trio.
- Tem razão. - Fizel respondeu. - O Eldrie no Primeiro Batalhão tem boa habilidade, mas ele é só um cavaleiro novato, e só a Eydis ficou ali pra dar uma moral pra ele, diferente do Eugeo que ultrapassou a força deles dois.
- Não acha que a Vice-Comandante não deve ter se arriscado em usar ele na Linha de Frente, ao invés de ajudar o Eldrie? - A menina de cabelos loiros escuros questionou.
- Vai saber no que aquela velha acha. Ela sempre tem uma estratégia na cabeça pra ganhar alguma coisa. - A jovem de tranças deu de ombros, não se importando muito. - Mas você tem razão nisso. O Eugeo é um dos mais poderosos da Ordem, e mesmo ali, poderia dar uma mão pro Tio Deusolbert ou até mesmo pro Eldrie. Mas acho que a Fanatio-sama tem alguma coisa em mente, além do poder da espada vermelha do Eugeo e os olhos de capeta dele. Atrás do Eldrie e Eydis, temos o Renlicchi, que não parece ser muito confiável no campo de batalha. - Linel olhou para o esverdeado, que parecia estar com medo.
- Se me lembro bem, as Tropas de Apoio estão bem atrás do Flanco Esquerdo, junto com o Kirito, que é amigo do Eugeo e da Alice. - Fizel olhou para sua parceira, e só com um sorrisinho maroto, elas já planejaram bem o que havia em mente, saindo do Flanco Direito e correndo até a área aonde a Tropa de Apoio estava.
Enquanto isso, Sheyta e a clone de Eydis nem notaram o sumiço das duas garotinhas, já que a morena focava em decifrava e traduzia o livro dos deuses de Underworld que Alice havia dado a eles. Como já haviam passado quase quatro dias desde que começou a ele, dentro de algumas horas ela terminaria com a leitura.
- Parece que o Deusolbert começou a lutar. E então? O que descobriu nesse livro? - Outra clone de Eydis perguntou a morena.
- "Pelo que parece, consegui chegar nos Capítulos Finais. Mas mesmo assim, a deusa Lunaria descobriu que Vecta escravizava secretamente o seu povo, e usava eles como uma fonte de poder para enfrentar as Deusas Stacia, Solus e Terraria." - A assassina silenciosa respondeu, em sua linguagem de braile. Eydis se irritava um pouco pelo fato de Sheyta ser tão introvertida, e até quando ela apalpava o corpo de tábua da morena, Sheyta não tinha nenhuma reação.
- Uau, o Vecta então era um filho da puta no final. - A acinzentada respondeu, chocada como se tivesse descobrido um plot twist de uma cena de teatro. - Se eu fosse a Lunaria, teria pedido pensão daquele cara.
- "Parece que esse livro não tem muito a ver só com o passado. Ele fala sobre uma profecia de que uma mulher com o poder superior das deusas nascerá, e se unirá ao filho de Lunaria para enfrentar o Imperador Vecta." - Sheyta explicou a Eydis.
- Espera, você tá supondo que essa profecia pode rolar a qualquer momento? - A acinzentada questionou a ela.
- É uma teoria minha. - Sheyta apenas falou curtamente, liberando sua voz depois de três dias inteiros. A morena deu um olhar para Alice, que começava a fazer sua parte absorvendo todo o poder das trevas em uma gigantesca esfera espelhada refratária de luz, iniciando o seu feitiço. - Mas eu acho que talvez uma das Cavaleiras da Integridade seja de fato a mulher que salvará Underworld.
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Ponto de Vista(Eugeo)
Eu estava armado com a minha Espada da Rosa Azul e começaria atacando sozinho primeiramente. A Vice-Comandante cuidaria do ataque de longo-alcance enquanto eu, Dakira e os outros três membros das Lâminas Giratorias iríamos cuidar dos Gigantes.
Enquanto eu uso o Controle Total do Sistema de Armas, também consigo usar a técnica antiga de Armas Encarnadas que a Quinella me ensinou fazendo com que eu mova objetos com a mente. Só que eu fiz isso apenas duas vezes, na Igreja de Axioma quando eu enfrentei o Kirito e na segunda lá na vila quando pegaram a minha espada da mão dele. Se só eu, o comandante e muitos poucos temos essa habilidade especial, não sei se ela será muito útil em batalha. Até que eu não treinei ela direito.
Mas mesmo assim, com a ajuda dos membros das Lâminas Giratórias: Dakira, Hobren, Giro e Jeis, posso ter um apoio bom para o combate.
- Se preparem, Cavaleiros da Integridade. - A senhora Fanatio olhava fixamente para os gigantes. - Ainda não... Ainda não... Agora!
Com o sinal verde dado para mim, fui sozinho correndo em direção aos gigantes. Eles provavelmente estavam rindo de mim, por achar que estou indo me matar pelo fato de eu estar indo sozinho, mas é apenas o que eles pensam.
- Matem aquele Cavaleiro da Integridade! - Um dos gigantes ordenava, enquanto eles vinham para cima me mim.
- Enhance Armamento! - Estoquei a minha lâmina azul-embranquecida no solo da ravina, criando um grande circulo cibernético no chão. Com isso, joguei as minhas raízes para congelar todo o chão conforme os Gigantes vinham em peso, fazendo todos eles cair no chão.
Basicamente, eu criei um grande ringue de patinação ao redor do centro do campo de batalha. Agradeço muito por essa armadura nova, já que essas botas são muito boas pra patinar.
- O quê?! - Um deles se perguntou, mas quando olhou para o alto, o Hobren já decapitou o gigante enquanto se levantava.
- Continue deslizando, Eugeo-sama! - A mulher por baixo da armadura branca me falou, enquanto eu continuava com a patinação.
- Obrigado, senhora Giro! - Aproveitei o momento para deslizar pelo gelo com uma boa velocidade, acertando o primeiro deles pelo braço aonde estava uma arma dele, e em seguida, cortei os pés do próximo.
- Você não vai me derrotar, humano! - O gigante veio pra cima de mim atacando com sua clava, chocando-se com a minha espada com bastante força. Eu não esperava que esses gigantes seriam tão fortes assim em força física. Quando ele ia me atacar, aproveitei e desmembrei os braços e pés daquele gigante. Mesmo que seja bem cruel da minha parte, não vou matar eles. Não quero matar ninguém, mesmo que eu esteja autorizado a fazer isso.
O ser de grande estatura agonizava no chão, enquanto eu olhava para os próximos gigantes que vinham.
- Então isso é uma guerra... - Olhei com certa dor em ver aqueles gigantes no chão sendo dilacerados pelo pessoal da Dakira.
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- Eugeo, com sua habilidade criocinética da Espada da Rosa Azul, você pode fazer com que o inimigo se desequilibre durante a batalha. Aproveitaremos esse momento para que você e as Quatro Lâminas Giratorias ataquem os inimigos, enquanto eu dou cobertura e procuro pelo líder. Quando eu encontrar, quero que vocês se afastem da rajada solar da Perfuradora dos Céus.
- Mas Vice-Comandante... - Ouvi a voz de Nelgius chamando a atenção da mais velha. - Seja lá qual for o inimigo que venha, não acha que seja demais para o Eugeo? Afinal, os poderes totais da Espada da Rosa Azul são desconhecidos.
- Eu sei disso. - A senhora Fanatio respondeu ao esverdeado. - Mas essa é a melhor maneira de conseguirmos reduzir o tempo dos nossos esforços. Com esse meu plano, acabaremos com o grupo inimigo ao início do anoitecer. Entendeu, Eugeo? Precisamos do seu poder para equilibrar a batalha na linha de frente.
- Sim senhora. - Respondi a ela, com o gesto militar colocando minha mão em meu peito, oferecendo o meu coração.
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Se uma guerra é isso, que faz as pessoas morrerem e serem obrigadas a se matar, por quê isso existe? Isso é tão natural assim? Matar pessoas para sobreviver? Isso também meio que faz parte de mim, já que eu tô lutando pra proteger a Alice e Kirito.
Depois de um bom tempo desmembrando todos os gigantes que vi pela frente, enfiei a minha espada na mão do próximo deles na terra e girei ela, fazendo o ser de alta estatura lacrimejar de dor. Em seguida, arranquei seus braços e pernas deixando-o ali.
- Mesmo que esse não seja o meu dever de verdade, não quero matar vocês. - Falei para os gigantes que tentavam se equilibrar. Quando notei o sinal da encarnação da Espada Perfuradora dos Céus da senhora Fanatio, me distanciei. Ela encontrou o líder dos gigantes.
- Eugeo! Lâminas Giratórias! Recuar e Reagrupar! - A Vice-Comandante nos chamou de volta. Deslizei no gelo, retornando a faixa de terra já correndo e finalmente estava lá ao lado dos cinco. Com vários círculos cibernéticos brancos na espada dela, ela se enclinou finalmente e atirou a sua encarnação especial. - Enhance Armamento! Parte-Estrelas!
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Com uma poderosa rajada solar de chamas brancas da Espada Perfuradora dos Céus, Fanatio atirou bem no líder dos Gigantes, mas no momento em que estava para a rajada pegar nele, o indivíduo acabou de desviando do ataque, pegando nos seus soldados e fazendo uma grande explosão ocorrer atrás dele.
O gigante de cabelo loiro olhava aterrorizado ao ver a poderosa Vice-Comandante dos Cavaleiros da Integridade usando o seu poder.
- Não...
- Liberação de Memória! Asas da Ensolarada! - Dessa vez, Fanatio girou seu corpo e atirou sete rajadas de uma só vez, deixando todos os gigantes com medo da Cavaleira Implacável ao vê-la explodir quase uns 100 oponentes com a Liberação de Memória.
- Não... Não pode ser... - O líder dos gigantes olhava com medo para a mulher em sua frente, junto com aqueles cinco Cavaleiros da Integridade como cobertura e eles nem mesmo começaram a atacar junto com os soldados. Ao tocar em sua orelha, ele notou que foi queimada pela rajada solar junto com seus companheiros mortos. - Como eu posso acabar ficando com medo de uma mera humana? Não pode ser, não pode ser, não pode ser, não pode ser, não pode ser, não pode ser, não pode ser... NÃO PODE SER!!! MATAR! MATAR! MATAR!
- O que tá acontecendo com aquele cara? - Eugeo estranhou o comportamento do líder dos Gigantes, que olhava estranho em direção a Vice-Comandante.
- Eugeo, em posição. - Fanatio olhava o loiro mais novo, com cautela. - Não deixe que o comportamento daquele gigante te desequilibre.
- Sim senhora! - O loiro acentiu.
Durante os movimentos do líder dos Gigantes, seu olho direito começou a se clarear com cor vermelha.
- Mas o quê que... - Dakira olhou, vendo o líder pular em cima do seu grupo, matando dezenas de sua própria espécie arrancando a cabeça deles e começou a focar um olhar de puro ódio em direção a Fanatio, que por algum motivo ficou com o corpo paralisado.
- O quê? N-Não consigo me mover... - Fanatio ficou com suas pernas bambas, e caiu no chão. Eugeo viu a Vice-Comandante no chão, e a segurou.
- Vice-Comandante, o que aconteceu? - O loiro perguntou, enquanto colocava o braço dela apoiado em seu ombro.
- CUIDADO, EUGEO! - A mais velha gritou, vendo que o líder dos Gigantes estava gritando com palavras inteligíveis e já estava bem ali na frente deles, armado com um martelo gigante em mãos. Antes que a arma encostasse na pele do Capitão e da Vice-Comandante, Dakira interviu no golpe e segurou toda a força do ataque.
A mulher dos cabelos castanhos em tom bege tentava segurar com sua espada de aço resistente, mas mesmo assim não era o bastante para deter a selvageria do gigante. A arma de Dakira quebrou, fazendo com que ela segurasse com as mãos aquele martelo pesado. Mas mesmo com sua força de Cavaleira da Integridade, não era o bastante pra isso. Com sangue saindo de seus machucados na canela, nos braços, olhos e boca, e com toda força que lhe restava, ela ativou sua habilidade mais poderosa.
- DAKIRA! - Eugeo, Fanatio, Hobren, Giro e Jeis gritaram ao mesmo tempo, com um olhar de preocupação com a mulher.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso! Pulso da Compadecida! - Uma aura azul percorreu pelo corpo dela, jogando o gigante para vários metros longe, de volta para onde o seu exército estava.
- DAKIRA! - Fanatio ergueu seu braço para ela, e notou olhando para sua mão que seus movimentos retornaram ao normal. Ao se desgrudar de Eugeo, ela pulou até a líder das Quatro Lâminas Giratorias segurando-a antes que ela caísse no chão. - Não, por favor, não morra!
- Fanatio-sama... - A acastanhada tocou no rosto dela.
Eugeo olhava aquela cena aterrorizado ao ver que Dakira se sacrificou por ele e Fanatio.
- Por quê você fez isso, Dakira? - O loiro a perguntou, ainda chocado com isso.
- É o meu dever... proteger o Capitão e a Vice-Comandante, Eugeo-sama... - A acastanhada falou, da forma que podia. A sua armadura estava toda quebrada, seu sobretudo e a capa estavam todos rasgados. E o sangue... Continuava a descer. - O senhor e a Alice-sama... São importantes demais pra morrer...
- Não se preocupe, Dakira! - A mulher dos cabelos roxos continuava a chorar, enquanto abraçava a sua aprendiz. - Eugeo, em posição com as Lâminas Giratorias! Vou curar os ferimentos dela agora!
- S-Sim senhora! - Não era hora para o loiro pensar nisso, então precisava agir como proteção para o Centro do Primeiro Batalhão. Haviam gigantes vindo, e em um movimento de impulso, ele foi junto com os três membros para frente, acertando os gigantes que começavam a chegar. No primeiro, ele foi com tanta força a ponto de acertar o corpo da criatura com o golpe do Ataque Vorpal, fazendo o gigante ser morto na hora. - Protejam a senhora Fanatio e a Dakira!
- Sim senhor! - Os três membros do grupo responderam, atacando na defensiva das duas.
Enquanto Fanatio via Eugeo na liderança das Quatro Lâminas Giratorias, ela tentava fazer com que a mais jovem se regenerasse, mas o seu HP já havia sido zerado no momento em que ela usou aquele feitiço.
- Não morra, Dakira! Isso é uma ordem! - A mulher dos cabelos roxos ordenava a ela, mas Dakira apenas sorria enquanto limpava as lágrimas de Fanatio. - Você converteu o que restou da sua barra de vida e redirecionou para o feitiço. Por quê?!
- Por quê... Fanatio-sama?
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- Dakira, soube que você não tem muitas habilidades como os outros Cavaleiros. Por isso, eu decidi perguntar a você. - Uma mulher de longos cabelos lilás questionou a cavaleira. - Pelo quê você luta?
- Pelo que eu luto? - A acastanhada não conseguia encontrar uma boa resposta, mas se recordou de uma bela Cavaleira da Integridade que ocultava a sua beleza por seu uma mulher. - A Fanatio-sama... Ela é uma mulher tão forte, dedicada e protetora a Ordem. Quando meus olhos se focaram nela pela primeira vez, nunca vi tamanha beleza e poder em um só lugar.
Um dos motivos para que Dakira tenha sido exposta ao Ritual de Síntese por Quinella era as regras de relacionamento no Índice de Tabu, aonde mulheres não poderiam se relacionar com outras mulheres, pois Dakira era lésbica e gostava de uma amiga na vila aonde morava. Porém, como agora a acastanhada fazia parte da Ordem e superava as leis do Tabu, a Pontífice daria liberdade para que ela pudesse se relacionar com quem quisesse.
- Então você a ama, eu presumo. - Quinella deduziu. - Sabe que ela já é casada com o Comandante Bercouli, não?
- Sim, eu sei. - Ela deu um sorriso fraco. - Mas mesmo assim, eu quero ser mais forte do que qualquer um para proteger a Vice-Comandante de qualquer perigo. Mesmo que isso custe com a minha vida.
Quinella admirou a vontade da jovem, e decidiu fazer com que ela provasse o seu valor.
- Gostei de você. Dakira Synthesis Vinte e Dois, eu farei de você a líder de uma unidade de quatro cavaleiros que lutam como um só Cavaleiro da Integridade. - A mulher dos cabelos lilás declarou. - Lhe ensinarei um feitiço especial para proteger a sua professora. Quando mais precisar dele, entenderá o porquê do seu amor vale tanto a pena.
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- Fanatio-sama... - Dakira falava, com seus últimos suspiros se recordando dos momentos como mestra e aluna. - Eu te amo... E mesmo que o meu amor não lhe corresponda... eu adorarei a senhora... para todo o sempre.
Os olhos cansados de Dakira finalmente se fecharam, deixando a Vice-Comandante dos Cavaleiros da Integridade completamente triste pela declaração de amor da sua aluna, derramando-se em lágrimas. Porém, mesmo sendo um momento triste como esse, ainda era uma guerra. Colocando sua dor e luto de lado, ela deitou o corpo morto de Dakira no chão e focou todo o seu ódio naquele líder dos Gigantes.
O líder jogou os três membros das Lâminas Giratorias para longe, deixando apenas Eugeo como o único combatente de pé. O loiro focava em ver toda a tática dele, mas notou algo de famíliar.
- Aquele olho direito... - O loiro não teve tempo de pensar, e deu um mortal para trás desviando da martelada. - Quem é você, líder dos Gigantes?
- Meu nome... - O líder dos Gigantes falava, enquanto o seu FluctLight bugava junto com seu corpo. - É Sigurosig. Vou matar aquela vadia... Por ter matado... Meus companheiros!
- Não vai não! Chamada de Sistema: Gerar Elemento Elétrico! Onda de Choque. Disparar! - Eugeo ativou uma potente Arte Sagrada, fazendo o gigante ser eletrocutado com força pela potência mágica de Eugeo.
- EUGEO! SAIA DA FRENTE! - O loiro ouviu a voz autoritária de Fanatio, que começava a liberar uma aura invisível sob o seu corpo. O loiro se recordou da postura que a Vice-Comandante estava fazendo com sua espada, e rapidamente saiu dali junto com o restante das Quatro Lâminas Giratorias. - Ó, minha deusa! Assim como a caçadora dos céus criou a luz que tudo queima, você me dará toda a minha força para vaporizar meus inimigos! - Erguendo sua Espada Perfuradora dos Céus, um gigantesco círculo cibernético branco se formou no céu, como uma explosão de várias estrelas. - Release Recollection! Fúria de Solus!
- Essa é a primeira vez em que a Fanatio-sama usa a Release Recollection dela com o controle total. - Jeis comentou ao olhar o belo vislumbre da lâmina azul e branca no céu, que rasgava as nuvens como uma rajada infinita de sóis brancos.
- Em que nível a senhora Fanatio tá? - Eugeo se perguntava. - Com todo esse poder, ela poderia ter me matado naquele treinamento.
Agora o líder dos Gigantes estava completamente boquiaberto ao ver o tamanho poder da Cavaleira Implacável, mas mesmo assim sua selvageria não entendia a morte na sua frente e pulou para cima de Fanatio.
- M-M-MATEM OS HUMANOS! - O gigante gritou com fúria, mas mesmo assim, o pequeno toque da Release Recollection de Fanatio desintegrou o líder dos gigantes e quase a metade de seu exército com seu poder, deixando Eugeo, todos os Cavaleiros da Integridade e os próprios membros de sua divisão boquiabertos.
Tendo isso com o líder dos Gigantes e seu exército literalmente cortado pela metade, Fanatio, Eugeo e o resto da divisão do Centro estava em vantagem. A mais velha desativou a encarnação de sua Espada Perfuradora dos Céus, e olhou com convicção e intimidação para os seus inimigos.
- Primeiro Batalhão do Centro, avançar! Mandem o inimigo de volta para a morte! - Fanatio ordenou aos soldados rasos, que apenas gritaram em acentimento. A mulher dos cabelos roxos foi até Eugeo, e o questionou. - Você está bem, Eugeo?
- A senhora tinha esse poder todo? - O loiro não conseguia deixar de ficar boquiaberto com essa informação. - Se quisesse, poderia ter matado eu e o Kirito lá na Igreja.
- Depois conversamos, pois agora temos uma batalha pra vencer. - Fanatio apoiou sua mão no ombro da armadura de Eugeo. - E não hesite. Eu sei que você tem um senso de moralidade, mas mesmo assim, é uma guerra. Terá que aceitar o sangue em suas mãos.
Eugeo nunca sequer lutou para matar, já que ele tinha seu trauma por isso. Mas desde que ele se tornou um Cavaleiro da Integridade, a morte já fazia parte dele. E além disso, ele era classificado como o membro mais poderoso da Ordem dos Cavaleiros da Integridade, então não podia deixar mais esse seu senso de moralidade falar por ele.
- Eu posso não ser um Cavaleiro da Integridade muito bom, mas mesmo assim... - Ela notou um brilho vermelho da lâmina azulada de Eugeo aparecer e sumir de repente. Com um sorriso gentil do loiro, ele olhou para os seus inimigos com uma grande seriedade agora. - Eu luto apenas pela Alice, e eu espero muito ver ela ao meu lado depois de tudo isso acabar. Então pelos meus objetivos, vou seguir em frente!
Com Eugeo avançando junto com os seus soldados, ela viu uma coisa que provavelmente Bercouli notou desde a cerimônia do loiro.
- Você é o único Cavaleiro da Integridade que realmente tem convicções de lutar pelo povo e pela garota que ama. - Ela sorriu, e foi até Dakira que começou a ter o seu corpo sumindo aos poucos. Antes que o corpo dela fosse embora, Fanatio deu um beijo tristonho de despedida na testa da acastanhada. - Você cumpriu a sua missão muito bem, minha aprendiz. Mesmo eu nunca tendo ideia do seu amor por mim, ele já pertenceu a você. Pode descansar, que agora o Eugeo dará conta disso para você.
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- Já tá indo bem aí? - A clone de Eydis perguntou a Deusolbert, enquanto atacava com a sua katana negra.
- Até agora não muito! - O ruivo mais velho respondeu, enquanto atirava seus arcos ainda na Liberação de Memória. Ele já notou que pelo menos um bom tempo a guerra já deve ter começado. - Como estão as outras divisões?!
- O Eugeo e a Vice-Comandante Fanatio já derrotaram o líder dos Gigantes, e estão começando a eliminar o restante. E até agora a minha verdadeira eu e o Eldrie estamos esperando pelos outros Goblins das Montanhas.
- Volte para a sua original então! - Deusolbert atirou mais uma rajada. - Daqui a algum tempo estará controlado.
- Tem certeza? - Um goblin se chocou com Eydis, mas a lâmina amaldiçoada dela atravessou a arma da criatura, fazendo o goblin ser morto pela técnica traiçoeira da Espada do Corte Sombrio. - Você e o Golgorosso dão conta?
- Vá logo, Eydis! - O ruivo mais velho ordenou. - Eldrie não conseguirá lutar sozinho.
- Tá, tá bom. - A acinzentada suspirou em derrota e decidiu acatar as ordens de seu superior. - Só toma cuidado, senhor Deusolbert.
Com um balançar de cabeça do ruivo, o clone de Eydis se desfez rapidamente em fumaça branca, deixando o campo de batalha e retornando a Eydis original. Tendo em vista, Deusolbert notou que os seus homens lutando para protegê-lo estavam morrendo. Com mais uma saraivada de flechas potentes de chamas, ele colocou fogo naqueles Goblins e ofegou um pouco ao usar tanto a Enhance Armamento e a Liberação de Memória.
- “Então isso é uma guerra. Há quanto tempo será que a batalha já começou? Até agora não deram a ordem de retirada.” - Indo colocar a mão na sua aljava, o ruivo percebeu que suas flechas já estavam completamente em falta na bolsa, e desativou as encarnações. - Merda.
- Então acabou, né? - Deusolbert ouviu uma voz se aproximando, acompanhada de mais cinco goblins das Planícies - Você finalmente ficou sem flechas, não é?
- Você faz parte do Conselho dos Dez Lordes do Território Negro, não é? Um chefe goblin? - O ruivo questionou, sem deixar de ficar com cautela.
- Isso aí. Sou o chefe dos Goblins das Planícies, Shibori! - O goblin se apresentou orgulhosamente.
- Eu sou o Cavaleiro da Integridade Deusolbert Synthesis Sete, e a minha missão é matar você e os seus homens. - O ruivo tirou sua espada da bainha, apontando para ele. - É aqui que você será...
- Não escuto um ium falando mais de dez palavras. - Shibori o interrompeu. - E além disso, não tô nem aí pra você! Pra mim, você é só carne presa na cabeça que irei arrancar!
- É o que veremos! - Deusolbert ajeitou sua postura de combate.
- Peguem ele! - O líder dos Goblins das Planícies ordenou aos goblins restantes, fazendo com que eles tentassem cercar o ruivo, mas com um ataque, ele cortou o primeiro ao meio, o segundo, atacando verticalmente, fazendo com que suas viceras saíssem.
- Restam quatro deles - Deusolbert atacou o goblin, mas não percebeu que ele havia sido empalado pelo mesmo companheiro, fazendo com que o cavaleiro da armaduras avermelhada se protegesse com a blindagem de sua manopla e sendo jogado no chão pelos outros dois. E quando o ruivo visse o seu fim pelo líder dos Goblins das Planícies, Golgorosso apareceu para ajudar o cavaleiro.
- Capitão! - Golgorosso tentou atacar, mas foi jogado por Shibori a uma certa distância. Quando o líder decidiu matar ele por sua coragem, isso deixou Deusolbert completamente furioso por ver ele atacar o seu companheiro de batalha.
- Morra! - Com um grito, ele reativou as encarnações do Arco da Chama Conflagrante, e improvisou com a sua própria espada, criando uma aura de chamas ainda maior do que antes. - Ó, chamas! Com o poder da deusa criadora dos sóis, faça com que o meu arco crie toda a chance de vitória e proteção para o meu esquadrão! Release Recollection! Fênix de Solus!
Com a sua encarnação final, Deusolbert ativou a sua Release Recollection, fazendo com que os goblins que o prendia fosse completamente vaporizados pelas chamas de seu arco. E quando Shibori viu Deusolbert ativando aquela rajada poderosa em sua direção, não sentiu mais nada além de ser acertado por uma poderosa flechada improvisada, sendo morto na hora e dando a chance de Golgorosso sobreviver ao ataque. Como um efeito secundário da Release Recollection de Deusolbert, a sua rajada de chamas foi até o restante dos goblins inimigos, criando uma gigantesca fênix de fogo puro gritando e acertando todos os goblins ao redor, dando mais uma vitória ao Exército da Humanidade.
Indo em direção ao moreno da roupa verde, Deusolbert levou sua mão a ele para se apoiar, que aceitou.
- Muito obrigado por salvar minha vida, Capitão. - Golgorosso agradeceu a ele.
- Fiz apenas o meu dever, soldado. - O ruivo acentiu com a cabeça. - Com os Goblins das Planícies derrotados, a vitória do Flanco Direito é nossa.
Enquanto isso, lá no Centro do Segundo Batalhão, Bercouli recebeu uma mensagem de uma das clones de Eydis que acabou de chegar no local.
- Comandante, o senhor Deusolbert derrotou o chefe dos Goblins das Planícies, o Eugeo e a Vice-Comandante já derrotaram o líder dos Gigantes. - Eydis relatou para o azulado mais velho, que estava apoiando a sua Espada Perfuradora de Tempo.
- Saquei... - Bercouli ouviu a explicação da acinzentada. Até que a ideia de colocar Eugeo como capitão do centro para liderar com Fanatio deu certo. O azulado esperava muito pelas habilidades do Eugeo sendo colocadas em prática durante essa batalha, então é mais ou menos um teste para ele ver como se sai. - Você ensinou o Eugeo bem.
- É claro, eu sou a melhor Cavaleira da Integridade de todas. - Eydis sorria toda debochada.
- Tá, tá bom. - O azulado riu de lado. - E as forças aéreas do inimigo?
- A minha outra clone tá vasculhando os céus com a Kirimai, e até agora nada de dragões voadores, Minions ou outra unidade aérea. - A acinzentada explicou a ele.
- E o seu esquadrão e o de Eldrie? - Agora essa pergunta deixou a acinzentada completamente temerosa de responder.
- Então né... - Eydis apenas riu, enquanto coçava a sua nuca. - Acho que meio que deu merda lá em baixo.
- Como é? - Bercouli deu um olhar repreensivo para ela. - O que aconteceu, Eydis? Onde está o inimigo?!
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Alguns momentos antes...
No Flanco Esquerdo de Eydis, Eldrie e Renly...
Eydis e Eldrie estavam aguardando pela chegada dos Goblins das Montanhas, que se aproximavam com grande velocidade. Se tratava de um grupo de mais de 3.500 goblins, então era um probleminha bem sério.
- Caramba, esses caras tão é no pique do Flat Uno, correndo no máximo! - Eydis olhava para eles, enquanto se aproximavam. Ela desembanhou sua Espada do Corte Sombrio, e apontou pra eles. - Cara de cavalo, não vai dar bobeira como capitão.
- Eu não vou perder, Eydis. - Eldrie falou, com uma certa arrogância em vista em seu rosto e agora levou sua atenção para a sua divisão do Flanco Esquerdo. - Não deixem nenhum deles passar por nós!
- Sim senhor! - Os soldados acentiram, já a postos com as armas. Como a ideia de Fanatio era fazer com que o inimigo atacasse primeiro, os dois Cavaleiros teriam que usar essa ideia. Afinal, os poderes de Eydis servem bem para uma grande quantidade.
- Enhance Armamento! - Com um círculo cibernético negro e roxo, ela fez com que dez clones surgissem ao seu lado. - Atacar, garotas!
- VAMOS!
Eydis e suas clones começaram o engajamento da luta, usando já a habilidade passiva de sua Espada do Corte Sombrio atacando diversos Goblins que chegavam e fatiando eles, deixando os seres esverdeados com certo medo.
Já Eldrie, estava irritado em ver que a acinzentada dos olhos vermelhos atacava sem ele opinar nada, se arriscando. Afinal, eles dois eram co-capitães e seriam responsáveis com seu batalhão.
- Ei, sua pervertida! - O lilás se irritou com o ato imprudente dela. - Nós devemos coordenar o batalhão juntos, e não separados.
- Eu estou com as minhas clones! - A acinzentada decapitou mais de catorze apenas com uma única clone da sombra. - Mais acompanhada que isso, impossível.
- Puta que pariu...
Devido o misterioso conflito entre eles, Eydis e Eldrie não estavam conseguindo agir juntos liderando o ataque. Decidindo aceitar isso, o lilás se juntou a acinzentada e iniciou a luta contra os goblins. Quando o primeiro chegou em cima dele, Eldrie pegou o seu Chicote da Escama de Gelo e atacou o goblin com sua força, espetando e cortando a criatura ao meio.
- Não acha que o Capitão Eldrie e a Capitã Eydis não estão lutando em sincronia, Volo? - Um dos soldados rasos questionou o ex-Discípulo de Elite, enquanto viam o combate da dupla de Cavaleiros da Integridade.
- Eu não sei o que tem entre aqueles dois, mas mesmo assim é o nosso dever proteger o Flanco Esquerdo. - O loiro da roupa elegante de Discípulo de Elite respondeu. Ele se recordou do lilás que havia derrotado Sortiliena na final do Torneio das Quatro Unidades, se tornando Cavaleiro da Integridade ao invés dela. Então Eldrie havia boas habilidades. - Pelo menos, é o que eu espero.
Enquanto os dois Cavaleiros da Integridade continuavam lutando com certa imprudência, eles não notavam que o líder dos Goblins das Montanhas tinha uma carta na manga.
O ser esverdeado corria, segurando uma bomba mas mãos.
- Disparar! - O líder dos goblins ordenou ao seu exército, jogando bombas.
- Aí, ferrou! - O lilás pegou a acinzentada e se abaixou, no intuito de protegê-la. Mas na hora em que as bombas estouraram, não eram bombas explosivas, e sim bombas de fumaça para disfarçar as cortinas de ataque. - Isso é...
- Passem por eles! - O líder dos Goblins começou a correr em quatro patas, junto com o seu exército. Eydis olhou para os goblins passando pela cortina de fumaça, ignorando o seu exército.
- Aí, fudeu! Aqueles caras tão indo pro Segundo Batalhão, em direção ao pessoal do Renly! - A acinzentada olhava para eles correndo pela fumaça, não conseguindo mais ver aonde estavam o inimigo. - E ele não vai conseguir tancar sozinho.
Quando um dos soldados rasos já atacar as cegas na fumaça preta, Eldrie o parou segurando o seu braço.
- Espera aí, soldado! - O lilás o parou. - Se nós atacarmos as cegas nessa cortina de fumaça, vamos acertar o nosso próprio pessoal.
- Mas o quê vamos fazer, capitão? - O soldado o questionou.
- Temos que avisar ao Flanco Esquerdo do Segundo Batalhão, o que tá acontecendo. - Eldrie explicou a ele, e indo agora até a acinzentada. - Eydis, manda a sua clone falar pro Renly e o comandante dos goblins!
Após Eydis ter explicado todo o ocorrido ao Comandante Bercouli, o azulado teve que contar até dez... Três vezes só pra não se estressar com a acinzentada.
- Tá bem, então. Já que os Goblins passaram pela divisão de vocês dois, cadê o Renly? Avisem a ele pra ficar de olho no ataque surpresa. - O azulado ordenou.
- Mas é aí que tá o problema... - Eydis deu um olhar meio preocupado no estilo "Perdemo família". - Ele sumiu. A minha clone que tava com ele perdeu o Renly de vista.
Vendo que a merda estava começando a aparecer pro lado dos três patetas, Bercouli teria que encontrar uma forma de contornar essa situação tensa. Como as divisões de Fanatio e Deusolbert já estavam controlando a batalha, o jeito teria que ser usar uma cartada especial pra ver o que poderia ser evitado.
- Tá bem, eu tenho um plano. Deixe Eldrie lá em baixo resolvendo um bloqueio com os goblins, e manda a sua Eydis original ajudar o batalhão do Renly. Vou mandar o Eugeo como reforço. - Bercouli decidiu e explicou a ela.
- Espera, ele nunca liderou de verdade. Você quer mesmo testar ele em pleno campo de batalha, Comandante? A Alice vai é matar a gente se alguma coisa aconte... - A acinzentada ia continuar, mas o azulado mais velho a interrompeu.
- A Alice terá que me perdoar, mas agora temos que resolver essa situação. Agora vá!
- Tá bom. - A clone de Eydis sumiu com uma fumaça branca no ar.
Decidindo logo resolver o plano de eliminar a invasão dos goblins, sendo que também o Flanco Esquerdo levava até às Tropas de Apoio e também o resto das portas do Império Humano, o azulado pegou um pedaço de papel de sua agenda, escreveu um recado, fez o papel em forma de aviãozinho e jogou no ar.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo. Recado! - O avião percorreu com grande velocidade pelo campo de batalha, chegando rapidamente nas mãos de Fanatio, que por sinal acabou de dilacerar mais de 60 gigantes em apenas dois minutos. Ao chutar a criatura com uma certa violência, fazendo ter um momento para pegar fôlego, ela viu o aviãozinho de papel em sua mão e pegou.
- Mas o quê... - Ela olhou o papel em forma de aviãozinho e abriu ele, se recordando da caligrafia de seu comandante. - “Eydis e Eldrie perderam a posição deles para os goblins e agora Renly sumiu do Segundo Batalhão, deixando os homens dele a deriva. Envie Eugeo como reforço para restabelecer as tropas.” - Ao terminar de ler as notas do recado, Fanatio ficou com uma certa raiva dos três patetas que basicamente se atrapalharam na esquerda. - Droga, o que esses garotos tão fazendo?! Eugeo!
- Vice-Comandante! - Eugeo atirava suas pétalas azuis, congelando e dilacerando os gigantes em sua frente. Ele ouviu Fanatio e foi até ela.
- O comandante lhe ordenou ir no Flanco Direito do Segundo Batalhão garantir a proteção e liderança deles. Eldrie e Eydis se atrapalharam com os goblins, e agora eles estão indo pro grupo de Renly, que sumiu. - Fanatio explicou a ele. - Leve alguns homens e vá para o Flanco Esquerdo garantir a defesa pra consertar a cagada daqueles três.
- Mas e aqui? Ainda tem muitos gigantes atacando. - O loiro falou, olhando em volta do campo do Centro.
- Até o começo da noite, as linhas de frente estarão controladas. Se não contermos aquele lado, os goblins vão invadir o Império Humano. Agora vá! É uma ordem, capitão! - A mulher dos cabelos roxos ordenava a ele.
- Sim senhora! - O loiro saiu de sua posição e começou a correr com a sua velocidade sobre-humana, em direção ao Flanco Esquerdo. - “O que será que aconteceu com a Eydis e Eldrie? Se aqueles goblins passarem pelo grupo do Renly, eles vão chegar aonde Kirito, Tiese e Ronye estão.”
- Seu Cavaleiro da Integridade maldito! - Eugeo saiu de seus pensamentos, notando um grupo de gigantes perseguindo ele. - Você e aquela puta mataram o nosso líder!
Eugeo tinha que aceitar que em uma guerra, não existe o bem e o mal. Apenas lados, e o inimigo não vai pensar em sentir pena dele, assim como ele sente pena desses gigantes. Era matar ou morrer, então não existe pena em um campo de batalha.
- Me perdoem. - O loiro fechou seus olhos e parou apenas na frente do primeiro, atravessando a sua lâmina azul-embranquecida no gigante. Com sua força monstruosa, Eugeo atravessou a sua espada até separar o corpo da criatura pelo crânio. - Eu posso até não gostar disso, mas não tenho escolha. Assim como vocês querem me matar, eu preciso matar vocês pra eu proteger quem eu quero.
Sendo assim, Eugeo passou a sua lâmina divina matando o restante dos gigantes que o perseguia, e finalmente chegou aonde alguns soldados aguardavam pelas ordens de Fanatio.
- Soldados, preciso de vocês comigo agora! - Eugeo falou em um tom autoritário. - O Capitão Eldrie, a Capitã Eydis e o Capitão Renly precisam de ajuda no Flanco Esquerdo e nas Tropas de Apoio, senão os goblins vão invadir o leste do Império Humano.
- Sim senhor! - Os soldados acentiram em uníssono e seguiram o loiro em direção ao lado de Eldrie e Eydis.
Enquanto eles corriam para o Flanco Esquerdo do Segundo Batalhão, Eugeo notou Eydis vindo logo atrás com seus homens. A dupla se encontrou e já iniciaram um diálogo durante o trajeto.
- Eydis, o que foi que aconteceu lá atrás? - Eugeo perguntou, enquanto corriam. - Como os goblins furaram a linha de frente?
- Eles usaram bombas de fumaça como isca pra se deslocarem. - A acinzentada respondeu a ele. - Não esperava que os Goblins das Montanhas seriam tão engenhosos usando bombas pra nos enganar.
- Mas você é boa em perceber isso. O que foi que aconteceu pra você não ter notado? - Eugeo sabia bem que mesmo Eydis sendo meio descuidada e esquisita, ela não era assim de cair em armadilhas do inimigo. Afinal, ela era a sua mestra e ele com certeza sabe que alguma outra coisa aconteceu lá atrás.
- Olha... Eu só tô tendo uma coisa ruim no momento por causa do idiota do Eldrie. - Eydis tentava disfarçar o seu olhar para o loiro. - Por causa daquela besteira lá na linha de frente, agora temos um problema pra resolver. Só vamos logo, porquê eu não sei quanto tempo o pessoal do Renly vai conseguir aguentar lá.
- Tá bom!
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Na Tropa de Apoio...
Os goblins conseguiram atravessar o Flanco Esquerdo devido a negligência de Renly, e no momento estavam na área da Tropa de Apoio.
- MATEM TODOS! - Um goblin gritava, enquanto acertava a sua clava de madeira no soldado, que foi jogado no chão e morto por outro goblin. - Ha ha... Esses iums não são de nada. Até agora não tem nenhum Cavaleiro da Integrida... - Antes que a criatura terminasse de falar, levou uma poderosa facada na garganta, tendo a cabeça arrancada e fazendo escorrer sangue para todo lado.
- Chamou chegou, otário. - Fizel falou, enquanto arrancava a cabeça do corpo do goblin. Com Linel ao seu lado, as assassinas aspirantes a Cavaleiras da Integridade continuavam esfaqueando os invasores com as suas facas especiais. - O que os goblins estão fazendo aqui atrás nesse lado?
- Zel, tô achando que tem mais goblins do que pensamos que teria. Com tantos assim, vai ser difícil contermos eles sozinhas. - Linel corria ao lado de sua parceira, enquanto passava pelos soldados, salvando um deles se ser morto.
- Por quê o Renlicchi não tá defendendo a área esquerda do Segundo Batalhão, como combinado? - Fizel questionou mais para ela, do que para o mistério disso.
Foi quando as duas rapidamente perceberam uma presença familiar do esverdeado, em direção a área de mantimentos que o Exército da Humanidade tinha, quase próximo a área da entrada da ravina.
- Eu já sabia... - Linel arrancou a mão de um goblin e a sua cabeça em seguida, enquanto olhava para a área de mantimentos. - Aquele covarde de merda tá se escondendo da luta.
Em uma tenda de mantimentos na área da Tropa de Apoio, um certo Cavaleiro da Integridade se escondia de toda a ação da batalha.
- Se levanta, levanta! Os meus homens precisam de mim. - O esverdeado falava para si mesmo, enquanto estava abraçadando suas pernas. - Não, melhor não. E mesmo que eu ficasse lá, só atrapalharia.
Desde que Renly foi sintetizado por Quinella, ela sempre o considerou como um erro. Afinal, ele foi o primeiro prodígio jovem que encontrou. Isso até Eugeo e Alice aparecerem de bandeja para ela, com o casal tendo superá-lo completamente a todos os membros da Ordem, incluindo os mais velhos. Isso só piorava no interior do esverdeado, se achando como um inútil. E ele ouvia dentro do Módulo Piety na sua testa as vozes daquela mulher.
- “Você não passa de um lixo, Renly. Pior que lixo. Nunca irá vencer, se continuar se acovardando enquanto seus preciosos amigos morrem.” - A presença maligna de Quinella o assombrava.
- Eu sei que não mereço esse símbolo no peito, não sou especial. - Ele tocou o seu símbolo de Cavaleiro da Integridade no peito. - Nunca fui. E não importa se eu existo pra ninguém ou não. No final de contas, eu sou só um lixo qualquer que a Pontífice colheu do chão.
Renly se castigava tanto, já que desde que se tornou Cavaleiro da Integridade, jamais conseguiu usar perfeitamente as encanações das Adagas das Asas Gêmeas, nem ao mesmo usando sua perícia perfeita na Arte do Controle Total de Armas. Pegando uma delas, ele olhava para a lâmina da adaga verde. Provavelmente pensando em como iria fugir dali. Se ele fugisse da batalha, provavelmente seria executado por fugir do seu dever. Então, seria melhor para ele se ele mesmo finalizasse com sua vida antes que isso acontecesse.
- O que acha daqui? - O esverdeado começou a ouvir vozes do lado de fora da tenda.
- É, acho que essa tenda deve ser segura. Vamos proteger o senpai aí dentro e proteger a entrada. - A outra voz apareceu, deixando agora o esverdeado em alerta. Ele vigiou a entrada da tenda, esperando para que não fosse o inimigo.
Na hora em que o adolescente de cabelos esverdeados olhou para a cabeleira ruiva adentrando o local, ele se recordou na hora.
- Tiese? - Renly sussurou, não passando despercebido por Ronye e Tiese.
- Tem alguém aqui? Apareça!
- Sou eu. - Finalmente Renly saiu de seu esconderijo, revelando-se para as Pajens. - Não sou um inimigo.
- Renly? - Tiese se surpreendeu pelo fato do adolescente estar ali, e guardou sua espada. - Perdoe a nossa grosseria.
- Não, foi minha culpa ter dado um susto em vocês. - O esverdeado suspirou.
- Renly-sama? O que o senhor faz aqui? - Ronye perguntou a ele.
- Eu não sou mais um Cavaleiro da Integridade. Eu fugi do meu posto, e pelo que vejo, deve tá todo mundo lá da minha unidade em pânico por minha causa. - Ele falava cabisbaixo. - Acho que algumas mortes já começaram. E mesmo assim, minhas pernas não querem sair daqui. Nem eu posso me considerar um cavaleiro de verdade.
Tiese e Ronye provavelmente se identificavam com Renly, já que eles três eram adolescentes e ainda por cima estavam lutando em plena guerra. Mas nunca viram um Cavaleiro da Integridade agir assim, pois mesmo com medo ele ainda era um ser humano.
- Renly-sama, nós fomos designadas pra proteger o Discípulo de Elite Kirito. - A morena saiu da frente, revelando o Espadachim Negro com sua armadura negra-dourada de Cavaleiro da Integridade a mostra.
- Kirito? - Renly rapidamente viu o moreno sentado naquela cadeira de rodas, com o seu olhar catatônico.
- Renly, eu não queria te pedir isso. Mas pode nos ajudar? - A ruiva pediu a ele. - Precisamos proteger o Kirito-senpai.
- Com o nosso treinamento, talvez possamos derrotar um goblin. Mas o nosso dever é com o Kirito-senpai, e o Eugeo-senpai e a Alice-sama nos confiaram essa missão.
- Eu queria estar lá lutando ao lado do Eugeo-senpai nas linhas de frente, mas ainda somos muito novas. - Tiese explicou ao esverdeado. - E com aqueles invasores lá fora, não sei se podemos lutar com eles e proteger o senpai ao mesmo tempo.
Desde que se reencontraram no alistamento da Igreja de Axioma, Renly e Tiese começaram a ter mais contato. Já que na época, Bercouli havia designado a ruiva para a tropa de treinamento que ele instruía.
- Tiese, eu... - Quando o esverdeado ia continuar, eles começaram a ouvir barulhos de algo estourando. - Mas o quê?
- Eles já estão aqui? - A ruiva correu até a fenda que havia na entrada daquela tenda, e começou a ver várias fumaças. Mas não se tratava de fogo. - Isso é...
Tiese saiu da fenda ao ser puxada por Renly e ambos se entreolharam com o esverdeado pedindo para que ela e Ronye fizessem silêncio. Os três esperavam que nenhum inimigo viesse ali. Ao ouvir passos andando lá fora, eles suspiravam ao ver que foram embora.
Mas por um descuido dos três adolescentes, que da entrada da tenda um goblin adentrou a estalagem com um cutelo nas mãos.
- Vocês se descuidaram. E olha, tem duas garotas ium na minha frente, só pra minha sorte. - O goblin riu ao olhar para Ronye e Tiese em sua frente.
- Tiese... - Foi apenas isso que Ronye tirou de suas palavras, enquanto ficava assustada com a criatura na frente deles. Os três ficaram olhando de pânico ao ver que estavam cercados com aquele goblin bloqueando a saída.
Já Renly, ele não tinha nem mesmo coragem para pegar a sua arma divina.
- O que eu faço?
Chapter 16: Capítulo XVI - As Asas da Liberdade
Summary:
Renly faz uma decisão definitiva de lutar, e ele salva o dia. Eugeo e Eydis enfrentam os Cavaleiros Negros para garantir a proteção da Região Leste do Império Humano e ambos possuem momentos que acabam fazendo eles repensarem durante a batalha, enquanto Alice usa a bomba laser e destrói toda a área inimiga da ravina.
Chapter Text
- Eu vou vencer hoje, Renly. - O rapaz de cabelos pretos empunhava a espada para o esverdeado de tranças.
- Eu também irei! - Renly foi para cima do amigo, no intuito de desarmá-lo. A luta parecia estar equilibrada, só que por um descuido quando Renly ia dar o golpe final, o seu amigo teve a lâmina quebrada devido a força do ataque do esverdeado. Isso fez com que a espada atingisse com força o peito do outro, dando um ferimento incurável.
- O-O quê? - Renly olhou assustado para a espada em suas mãos, e notou que de sua lâmina estava escorrendo algo vermelho. O líquido era pesado, bem espesso como o próprio ferro. Quando o esverdeado notou, era o sangue do amigo que estava vazando.
- Renly... Quero que se torne um grande... cavaleiro.
Essa era a única memória que Renly tinha. A vitória sangrenta de ter ganhado o Torneio das Quatro Unidades, tendo o direito de se tornar um Cavaleiro da Integridade para servir a Pontífice e ser parte da Igreja de Axioma. Não levou nem pouco tempo após o Ritual de Síntese ter sido realizado, que Quinella não gostou muito do rendimento dele estar abaixo do ideal. No dia em questão, a mulher o chamou lá na sua morada no 100º Andar, para discutir sobre sua posição.
- Mandou me chamar, Alta Sacerdotisa? - Renly se ajoelhou a ela.
- Renly... Você me parece tão estragado. - Quinella deu um olhar de desprezo para o adolescente.
- E-Estragado? - O esverdeado gaguejou com o medo que ela jogava nos olhos.
- Você é um fracasso! Um fracassado! - O Ancião Chefe Chudelkin ficava debochando do mais novo, falando mal dele como se fosse uma criança. - Um cavaleiro defeituoso.
- Renly, vejo que não tenho escolha a não ser te deixar em criostase por algum tempo. Afinal, mesmo você ter sido escolhido como o mestre das Adagas das Asas Gêmeas, nunca teve uma perícia perfeita com elas e nunca usou a sua Release Recollection. - Tudo o que saía da boca de Quinella, e ia para os ouvidos de Renly era puro desprezo por ele. Em passos lentos, a bela mulher dos longos cabelos lilás voltava para a sua cama. - Como um Cavaleiro da Integridade, lhe falta algo essencial. Espero que tenha uma boa noite, Renly. Vejo você daqui a três anos.
- A Vossa Eminência te deu boa noite, quanta sorte você tem. Seja grato por isso! - O Ancião com as vestes de bobo da corte ativou um feitiço especial no esverdeado, fazendo com que ele se transformasse em pedra. - Chamada de Sistema: Congelamento Profundo!
- Um fracasso...?
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- Um fracasso... Sou apenas um fracasso? - Ele não parava de pensar, nisso mesmo sendo congelado naquele momento. Isso fez ele retornar ao presente naquela tenda com aquele goblin indo atacar Ronye, Tiese e Kirito. O esverdeado tentava pegar sua arma divina nas costas, mas o medo era maior. Ele não conseguia se mover.
- S-Se afaste! Ou vamos... matar você! Não chegue mais perto! - Tiese tentava manter sua coragem em frente, mas mesmo assim não conseguia agir também.
- Tiese... - Renly começou a se preocupar com a ruiva, mas não conseguia fazer nada. Foi quando ele ouviu um ruído um pouco abaixo dele. Na cadeira de rodas, Kirito tentava inutilmente empunhar a Espada do Céu Noturno e a cópia da Espada da Rosa Azul em sua mão esquerda, mas fisicamente era incapaz disso. - Você tá... Tentando proteger elas? - Isso fez o esverdeado se surpreender com esse feito. - “Mesmo não podendo levantar, sacar as espadas ou nem mesmo falar, você tem tanta força de vontade assim?”
O esverdeado não sabe o que houve no seu passado antes de tornar um Cavaleiro da Integridade. Mas mesmo assim, se até mesmo Kirito ficando ao lado de Eugeo e Alice durante todo esse tempo deu determinação para eles, Renly também precisava seguir ela. O verdadeiro dever de um Cavaleiro da Integridade não é servir a Pontífice. É proteger as pessoas do mal.
O mal ali era aquele goblin na frente deles. Antes que a criatura atacasse Ronye, o esverdeado atacou primeiro.
- Enhance Armamento! - Com um pequeno círculo cibernético verde em sua mão, ele jogou uma das adagas fazendo com que cortasse a cabeça, a mão e o resto do corpo do goblin, fazendo com que a criatura caísse no chão com o corpo morto todo mutilado. Após a adaga ter retornado a mão de Renly, o esverdeado finalmente acalmou sua respiração.
- Renly, muito obrigada! - Tiese foi até o esverdeado e tocou a mão dele, sorrindo agradecida. - Você salvou a gente.
- Vocês estão bem? - Ele perguntou, preocupado com elas.
- Sim, ele não nos atacou. - Ronye respondeu a ele.
- Que bom. Quero que vocês duas fiquem aqui mantendo o Kirito a salvo. Posso contar com vocês? - Ele pediu a elas.
- Sim, senhor. - As duas responderam em uníssono. Mas antes que o esverdeado fosse embora, ele notou que ainda estava segurando a mão da pajem de cabelos vermelhos. Quando os dois perceberam o tempo em que estavam com as mãos entrelaçadas, eles rapidamente se soltaram ficando ruborizados com o toque.
- Me desculpa por isso, Renly! - Tiese corou ao ter tocado o esverdeado. - Eu não queria fazer isso, foi só por impulso.
- T-Tudo bem, eu que devo me desculpar. - Renly corou ao sentir o toque macio das mãos da ruiva.
Decidindo evitar perder mais tempo nesse momento embaraçoso, ele seguiu caminho correndo em direção ao campo de batalha para proteger o seu batalhão.
- Sério, Tiese. Fez aquilo por impulso? É sério mesmo? - Ronye não pôde deixar de brincar com sua amiga. - É impressionante que o Renly-sama te deixa chamar ele só pelo nome.
- Foi só um acidente, Ronye! E nós somos amigos. - A ruiva continuava ruborizada, tentando disfarçar o seu rosto que estava com o mesmo tom que o seu cabelo. - Vamos, temos que proteger o Kirito-senpai.
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Iniciando a primeira noite da batalha, Eugeo e Eydis finalmente chegaram a área do Flanco Esquerdo no Segundo Batalhão, notando já o massacre que estava por ali. E pelo visto, a coisa estava na pior.
- Eles conseguiram atravessar as Tropas de Apoio. - Eugeo olhava para todos os soldados humanos enfrentando os goblins.
- E o Renly sumiu. Cadê aquele baixinho? - Eydis olhava ao redor do campo de batalha. - Enfim, loirinho... esse é o meu plano. Eugeo, eu e os meus homens vamos ficar aqui nessa parte do campo. Já você, vá até a ponta das Tropas de Apoio, defendendo aquela parte e criando uma barreira. Se conseguirmos deter as duas pontas cercando pelos dois lados, isolaremos eles garantindo a defesa do leste do Império Humano.
- Entendido! - Eugeo foi junto com seus homens, indo em direção a batalha para proteger as Tropas de Apoio. Como Kirito estava por lá, era parte de seu dever proteger o seu amigo.
Já Eydis, começou a recitar seu cântico para ativar o segundo nível de aprimoramento sua Enhance Armamento.
- “Se eu conseguir distorcer os sentidos desses goblins, vou poder matar todos eles com as minhas clones. Tendo isso resolvido, essa ponta vai estar resolvida e depois com o Eugeo resolvendo a parte dele, os goblins serão isolados. Depois disso, eu só vou é dar um tapa na orelha do Renly.” - A acinzentada pensava em seu consciente, enquanto terminava de recitar o cântico da encarnação e absorvia energia sombria do céu noturno de Lunaria. - Não é nada pessoal, gente. Mas eu não posso deixar vocês irem além daqui. Enhance Armamento! Matança Silenciosa!
Com a ativação de sua Espada do Corte Sombrio, uma poderosa névoa negra apareceu cobrindo os inimigos.
- Que névoa esquisita é essa? - Um dos goblins notou a escuridão roxa cobrindo toda a sua visão e distorcendo os seus sentidos.
- Matem a ium de cabelo cinza! - Outro deles gritava.
- Vocês...
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Há poucas horas atrás enquanto o sol estava se pondo, uma das clones de Eydis a bordo de Kirimai estava voando na área do Território Negro para marcar reconhecimento sob comando de Bercouli. Afinal, uma das pistas que Eugeo tinha era sobre um possível senhor por trás da guerra que havia matado a sangue frio a Comandante Lipia Zancale e o Comandante-Líder Vixur ul Shasta. Ela precisava descobrir se isso era mesmo verdade.
Em seu coração, ela realmente esperava que não, afinal ela não queria perder uma amiga tão importante como Lipia.
- Não acho que tem muita coisa anormal dessa parte do Território Negro. É tão chato fazer um reconhecimento nessa ponta, e nem mesmo o inimigo tem por aqui. - A acinzentada falou para a dragonete branca e preta, enquanto olhavam ao redor. Mas só que do nada, viu um trio de Cavaleiras Negras a bordo de dragões negros a abordando. - Até agora. Oi, garotas. Não sabia que o grupo de ataque aéreo estaria tão afastado da batalha. Pensei que vocês fosse lutar na guerra com os outros guerreiros.
- Quem você pensa que é pra falar aonde nós estamos ou vamos, sua desgraçada? - Uma das Cavaleiras Negras se irritou, mas a do meio a interrompeu. Provavelmente ela era a líder do trio.
- Calma, Gwine. - A Cavaleira do meio a acalmou e agora levou sua atenção para a acinzentada na sua frente. - Sou a 93ª Oficial da Brigada Aérea dos Cavaleiros Negros Vicki Vados. Qual é o seu nome, humana?
- Meu nome é Eydis. Sou a Cavaleira da Integridade Eydis Synthesis Dez. - A acinzentada dos olhos vermelhos se apresentou a elas. - Eu tenho uma pergunta a vocês. O que aconteceu com o Comandante-Líder Shasta? É ele que está comandando o seu exército, não é? Afinal os Cavaleiros Negros são a espécie mais poderosa do Território Negro.
- O ex-comandante-líder Shasta está morto. Ele tentou atacar o imperador e pagou o preço por isso. - Vicki respondeu, deixando a acinzentada completamente surpresa ao saber disso. Mas mascarando suas emoções em seu rosto, ela apenas continuava neutra. Afinal, quem era esse tal imperador?
- Entendi... E a Comandante Lipia? Com o Shasta morto, ela é quem deve ter assumido o posto como líder dos Cavaleiros Negros. - A acinzentada esperava profundamente que Eugeo estivesse errado pela primeira vez em sua vida imortal, que Lipia estivesse bem.
- Ah, a ex-comandante. - Uma outra Cavaleira Negra no lado da direita se recordou de algo e agora começou a falar em tom de deboche. - Ela também cavou o mesmo buraco que o de Shasta. Ela foi pega nos aposentos do imperador, tentando matar ele com uma faca no cabelo.
- E pensar que disseram que ela deveria só ter ido dar pra ele, ao invés de arriscar a vida. - A tal Gwine falou agora, fazendo as outras duas a rirem histericamente, enquanto Eydis apenas olhava para elas sem nenhuma expressão. - Que vadia burra, com certeza ela mereceu a morte! O Imperador Vecta realmente deve ter até se aproveitado dela antes de sua morte.
Eydis arregalou os olhos ao saber que a morte de Lipia era mesmo verdade. Mas o quê ela não esperava era a confirmação sobre o próprio Deus das Trevas em pessoa. Abatida e com raiva, a acinzentada decidiu dar um fim naquele papo e ir levar aquilo a Bercouli e Fanatio.
- Já chega. - A acinzentada apenas falou, e com um olhar vermelho cheio de ódio mascarado pela calma, ergueu a sua Espada do Corte Sombrio para o alto, enquanto absorvia a energia sombria do local e assim, criando alguns círculos cibernéticos roxos e pretos.
- M-Mas o que é isso?! - Vicki olhava assustada para a acinzentada.
- Pra mim, isso pode até parecer vingança, mas mesmo assim... Ela sempre teve os seus momentos de fofura como amiga. Enhance Armamento. Matança Silenciosa. - Ampliando mais o seu poder usando a Enhance Armamento completa, ela liberou mais de 50 clones da sombras dela e de Kirimai em volta delas, enquanto cercava as três Cavaleiras Negras em uma poderosa névoa negra carregada pela raiva. Nesse momento todas as clones falavam em unissono, deixando as mulheres assustadas ao perderem Eydis de vista. - Adeus pra vocês três. Quando vocês chegarem lá no pós-vida, peçam perdão a Lipia por ofenderem ela.
- Que merda! Aonde ela tá?! - Vicki pegou sua espada e continuava a atacar inutilmente a névoa negra.
- NÓS. Nós estamos bem aqui. - Com vários cortes e desmembramentos, todas as clones mataram aquelas Cavaleiras Negras do mesmo jeito que Vecta matou Lipia, sem piedade.
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Saindo de seus pensamentos, Eydis não podia mais deixar a ter o luxo de se distrair no campo de batalha, ou tudo iria piorar. Deixando o seu bom-humor de lado, ela continuava com sua missão como capitã e indo matar o primeiro goblin que encontrou.
- Foi mal aí, camarada. Mas você já está no domínio da minha Espada do Corte Sombrio. - Eydis falou, enquanto enfiava sua lâmina na garganta do goblin, matando-o na hora. - Menos um. Faltam uns 1.200 agora.
Enquanto ela continuava matando o resto deles, a acinzentada atacava agora com mais ódio no coração enquanto pensava na sua amiga, que agora não tinha mais as suas crianças no orfanato para cuidar. Até mesmo a pequena Faya...
- “Imperador Vecta...”
Enquanto Eydis cuidava da sua ponta, Eugeo e seu pessoal seguiam caminho em direção a outra no intuito de bloquear a passagem.
Enquanto o loiro limpava a passagem em sua frente com seus homens derrubando o inimigo pela frente, ele percebeu que os soldados da divisão de Renly estavam com problemas naquela direção.
- Capitão Eugeo, quais são as suas ordens? - Um dos soldados o perguntou. Inicialmente Eugeo estava um pouco nervoso ao agir como um líder, mas era necessário. Um Cavaleiro da Integridade deve seguir e liderar em momentos como esse.
- Ajudem os outros soldados nessa parte aqui com o Flanco Esquerdo. - Eugeo explicou a ele. - Eu irei sozinho usar o meu poder pra bloquear a parte das Tropas de Apoio, e assim vamos expulsar os goblins. Não deixem eles invadirem mais as Tropas de Apoio, ou vamos perder a defesa do leste. Entendido?
- Sim senhor! - Eles acentiram em uníssono, aceitando as ordens do loiro e indo ajudar os soldados na outra área.
Enquanto ele limpava o caminho, dilacerando os goblins na sua frente ele percebeu que todos esses goblins aqui estavam praticamente próximos a área de mantimentos do exército.
- Se isso continuar assim, eles vão invadir o império de Eastabarieth. - Eugeo olhava bem no que estava acontecendo, e precisava encontrar uma solução. - Preciso dar um jeito aqui, mas sem o Renly pra ajudar...
Antes que ele pudesse analisar a situação com mais clareza, com seus super-sentidos ele pressentiu uma aura assassina vindo em direção a ele. Abaixando sua cabeça, um pouco dos seus fios loiros foram cortados ao sentir uma lâmina roxa tentando atacá-lo. Ao desviar, Eugeo deu um mortal de costas para ter uma certa distância do misterioso agressor.
- Você conseguiu desviar do meu ataque, então. - Uma figura encapuzada se irritou. Aparentemente não era um goblin, pelo tamanho e os cabelos . - Se não tivesse se mexido, você já estaria no chão. Você deve ser bem forte.
- Quem é você? - Ele levou sua espada em direção a figura de aparência diminuta. Como estava com capuz, era difícil de ver o seu rosto junto com a escuridão do céu azulado e a fumaça. - “É uma criança?”
- Meu nome não é importante agora, Cavaleiro da Integridade. - Ela respondeu, ajeitando sua postura de combate enquanto falava em um tom animado e divertido. - Sou apenas uma guerreira encarregada de capturar o Cavaleiro Safira. Sem ele e a Sacerdotisa da Luz, essa guerra vai acabar.
- Cavaleiro Safira... Sacerdotisa da Luz? - Eugeo estranhou, pensativo nesses títulos lendários. - “São os nomes de seres mitológicos de Underworld. Quem é ela?” - Não deixando de olhar ao redor para que não houvesse nenhuma armadilha, ele ficou bem atento a assassina na sua frente. - Quem lhe ordenou essa missão?
- O meu imperador. Eu vi você lutando contra aqueles gigantes, e você estava se segurando o tempo todo. Com certeza você é ele. Azure Chevalier, o Cavaleiro Safira! - A figura misteriosa atacou Eugeo com sua espada, fazendo ele ter que se defender com a Espada da Rosa Azul. Ela lutava com tanta fúria, que isso fazia Eugeo ter que apelar constantemente para a defesa forte dele.
Com golpes horizontais para as pernas de Eugeo, ele pulava para trás na tentativa de se esquivar da encapuzada. Essas técnicas de combate faziam o loiro se recordar de uma certa Cavaleira Negra com quem ele duelou há seis meses atrás e também, as técnicas faziam se lembrar um pouco de Kirito.
- “O estilo de luta dela é igual o da Lipia, só que mais forte. Parece até que ela treinou quase a vida inteira.” - O loiro pensou, enquanto começava a atacar a misteriosa com mais vantagem usando o Salto Sônico, pulando enquanto ataca verticalmente.
Mas quando ele atacou na quinta vez, ela contra-atacou com um chute rápido na perna dele, fazendo Eugeo se desequilibrar por um instante.
Mesmo sabendo que essa figura era um mistério, isso estava desviando ele de seu objetivo principal. Então não poderia simplesmente perder tempo com essa garota. Ou teria que fugir dela, ou matá-la.
Com um golpe do Estilo Balto do seu ex-mestre Golgorosso, Eugeo inclinou o seu corpo para o lado em 180 graus e atacou a figura de tamanho diminuto, que tentou bloquear firmemente a força bruta do loiro.
A encapuzada não conseguiu absorver todo o impacto do ataque e foi jogada para trás.
- Que droga... - Ela falou, enquanto se recuperava do golpe.
- Você é muito habilidosa, mas não vai me fazer perder tempo. - Eugeo olhava para ela, com seu olhar fixo para trás e deu um suspiro frio de seu corpo. - Enhance Armamento!
Estocando sua lâmina azul-embranquecida no solo, uma avalanche de rosas e raízes de gelo foram até a figura, no intuito de prendê-la nas raízes. Mas só que por alguma ironia do destino, a sua Enhance Armamento foi bloqueada pela espada da oponente com um brilho roxo da lâmina, fazendo dezenas de combos com a arma, anulando a encarnação de Eugeo.
- Combo das Vinte Violetas! - A misteriosa continuava atacando o gelo com a Sword Skill misteriosa, anulando por completo a primeira encarnação de sua Espada da Rosa Azul.
- Mas o quê... - O loiro arregalou os olhos, vendo o seu gelo sendo completamente cortado. A oponente nem perdeu tempo ao anular a magia de encarnação, que rapidamente foi para cima dele.
Sem parar para pensar em como revidar isso, Eugeo acabou tendo que ir pensar em outra ideia.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Térmico! - Com a ativação do feitiço de Arte Sagrada, ele criou cinco flechas vermelhas na mão direita. - Disparar!
As flechas foram para cima da atacante, mas ela desviou na primeira flechada. Já na segunda, ela cortou com sua espada e a terceira ela rebateu de volta para o loiro, que desviou rapidamente. Aproveitando que ela estava distraída com o resto das flechas, Eugeo decidiu ir logo tentar afastá-la de uma vez.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo. Gerar Elemento Criogênico. - Agora, ele com a Espada da Rosa Azul brilhando em um tom azulado mais forte, ele ativou um feitiço mais forte para derrubá-la de vez. - Forma de Elemento: Lufada de Neve! Burst Elemento!
A misteriosa atacante foi jogada para alguns metros de distância pela magia potente, enquanto se segurava no chão no intuito de se proteger da encarnação e do frio infernal que ela trazia como efeito adicional. Ao ver que a garota ainda estava ali inteira, era chocante para ele saber como uma pessoa conseguia resistir a uma combinação de feitiços projetada pra matar gente.
- “Ela resistiu a minha Lufada de Neve... Se ela também conseguiu aguentar a minha Enhance Armamento e alguns feitiços especiais meus, ela deve ser muito forte. Seja lá quem for essa garota, é muito perigosa pra continuar viva. Mas mesmo assim, ela deve ser tão jovem... O que eu faço?”
- O que acha que vai me fazer perder tempo? O Imperador Vecta me disse que quer você ileso, mas como ele é um deus, acho que ele não vai se importar quando te ressuscitar de volta depois que eu matar você. - Ela se recompõs e empunhou sua lâmina com a outra mão, mas antes que fosse atacar Eugeo, ela percebeu duas presenças assassinas atacando a encapuzada fazendo seu capuz ser rasgado, tendo que desviar obrigatoriamente do ataque.
- Parece que a gente te salvou também, Eugeo-kun. - A pequena assassina de cabelos curtos sorriu, empunhando sua faca de metal verde ao lado de sua parceira.
- Sinta-se honrado em ter ajuda nossa. - A outra pequena de tranças sorriu orgulhosa.
- Linel e Fizel! - Eugeo se surpreendeu ao ver as duas aspirantes a Cavaleiras da Integridade chegando para dar um apoio a ele.
A figura misteriosa se revelou como uma Cavaleira Negra adolescente de cabelos roxos em um tom escuro, olhos castanhos, pele caucasiana com uma armadura leve dos Cavaleiros Negros. Pelo visto, não conseguiria cuidar de três Cavaleiros da Integridade de uma só vez. Além disso, a bomba de fumaça dos Goblins estava começando a ir embora. Isso era um sinal de que o líder dos Goblins das Montanhas e seus soldados estavam ocupados em outra área das Tropas de Apoio, e provavelmente seriam derrotados com o tempo.
- Parece que os seus reforços chegaram. Eu adoraria lutar contra vocês agora, mas parece que o meu tempo tá acabando. Foi bom testar você nessa luta, Cavaleiro Safira. Qual é o seu nome? - A adolescente perguntou a ele com um sorriso divertido.
- Meu nome é Eugeo. Sou o Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - O loiro se apresentou a ela. - E você?
- Meu nome é Yuuki Konno, e sou a 17ª Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros. - Ela falou, segurando uma bomba de fumaça e jogando ela no chão, sumindo nas sombras. - Até mais, Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Da próxima vez em que nos vermos de novo, eu vou matar você.
- “Ela é um membro da Ordem dos Dez Lordes...”
Eugeo, Linel e Fizel viram que a garota havia sumido na fumaça, percebendo que a presença dela não foi para matar eles.
- Comandante-Líder... - O loiro sussurrou, enquanto olhava para a fumaça. - O que será que houve com a Lipia e o Shasta-sama?
- Ou melhor ainda, o que será que ela veio fazer aqui? - Fizel estranhou a presença da Cavaleira Negra. - Se agora ela é a líder, por quê o exército dela não veio junto?
- Eu ainda não sei. Ela aproveitou a distração dos goblins e com isso ela deve ter vindo até aqui pra testar a gente. - Eugeo respondeu, supondo que seria isso. E provavelmente não acabaria tão cedo por causa do deus citado por Yuuki. - E tô achando que o livro que a Sheyta tá decifrando pode ter algo a ver com isso.
- “Não pode ser verdade.” Aquela visão que Eugeo teve há alguns dias no Portão Leste, sobre a morte de Lipia e dos seres do Território Negro... Aquela visão do seu misterioso Modo Vecta se tratava do próprio Imperador Vecta? - “Então o deus Vecta foi trazido a esse mundo? Ele é verdadeiro inimigo por trás da guerra?”
- Eu ouvi aquela garota falando alguma coisa a ver com o Imperador Vecta. Ele é o tal do Deus das Trevas, não é? - Linel estranhou, lembrando-se de quando Yuuki citou o deus.
- Depois nós vemos isso. Agora precisamos fechar essa ponta e acabar de vez com esses goblins. - O loiro as lembrou de sua missão. - Me ajudem a criar uma barreira aqui, por favor.
Elas acentiram e os três foram até a ponta estratégica, e em conjunto utilizaram suas Artes Sagradas para bloquear a entrada do Império Humano.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Terreno! Parede de Lama! - Os três utilizaram o feitiço combinado, bloqueando finalmente a barragem e evitando que os goblins avancem para o Império Humano, completando a missão.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Criogênico. Estrela Polar! - O loiro ativou em seguida um feitiço de gelo, jogando uma estrela de gelo brilhante no ar marcando o seu sinal de sucesso da missão. Dito isso, Eugeo ainda estranhava a presença das duas assassinas ali na área do Flanco Esquerdo e finalmente foi perguntar o mistério para elas. - Mas e aí... O que vocês duas estão fazendo aqui no Flanco Esquerdo? - O loiro as questionou finalmente. - Não deviam estar na divisão da Sheyta?
- Nós vimos que o Renlicchi parecia estranho no Flanco Esquerdo, e então viemos aqui pra garantir que não invadissem o Império Humano. - Linel respondeu ao loiro. - E além disso, a Sheyta é tão lerda que nem notou a gente indo embora.
Eugeo riu disso, afinal a morena do rabo de cavalo realmente era do tipo de pessoa que se surpreende fácil.
- E viram aonde o Renly está? - Eugeo perguntou, já que como o esverdeado junto com Eydis e Eldrie eram responsáveis pelo Flanco Esquerdo, era óbvio que a presença de Renly era necessária.
- Ele deve é estar na área de mantimentos, chorando de medo. - Fizel deu de ombros, irritando-se com o esverdeado.
- Talvez não. Eu confio no Renly, e sei que ele não vai desistir da luta. - Eugeo notou lá na ponta de Eydis vendo que ela estava usando a outra encarnação especial da Enhance Armamento dela, criando uma névoa de sombras ao redor dos goblins naquele local. Isso significava que ela estava tendo controle naquela parte também. Então só o que restava agora eram os goblins nas Tropas de Apoio e na área de mantimentos. - Fizel, Linel. Eu tenho um favor a pedir para vocês antes de irem de volta pro Flanco Esquerdo.
- Que tipo de favor? - As duas questionaram?
- Então, eu preciso que vocês... - O loiro explicou bem para elas, que acentiram. - Peço que façam isso por mim, por favor.
- Pode deixar, Capitão Eugeo. - As duas acentiram, fizeram o gesto militar de oferecer seus corações e foram embora fazer favor de Eugeo.
- Conto com vocês, garotas. - O loiro suspirou, enquanto olhava para o campo de batalha notando que todos os goblins já estavam quase derrotados. - Ainda faltam mais alguns. Só espero que você fique seguro, Kirito. - Ele notou lá longe no céu da ravina, Alice carregando todo o poder mágico que ela esteve acumulando. E sua amada estava em um local seguro, mas mesmo assim estava preocupado com ela. Afinal, ela não se sentia muito bem há alguns dias e se sente tão preocupado com a saúde dela. - Espero muito que você fique segura também, Alice.
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Renly corria em direção aos goblins que estavam se esgueirando a área das Tropas de Apoio, e começou a atacá-los com as Adagas das Asas Gêmeas.
- Tem tantos deles por aqui... - O esverdeado de tranças olhava ao seu redor. - Se eu conseguir acabar com esse grupo, posso fazer o Flanco Esquerdo e as Tropas de Apoio se recomporem e assim, recuperar o controle.
Ao ser cercado por pelo menos uma centena de goblins, Renly parou para ver todos aqueles seres esverdeados o focando. Determinado por Kirito, agora o adolescente queria reaver o controle de sua divisão para finalmente ajudar seus companheiros. Com isso, Tiese e Ronye estariam seguras. Com as suas Adagas das Asas Gêmeas em mãos, ele olhou para os seus oponentes com convicção e finalmente se revelou.
- Meu nome é Renly! Cavaleiro da Integridade Renly Synthesis Vinte e Sete! Se querem tanto a minha cabeça, podem dar suas vidas por ela a vontade! - O esverdeado os ameaçou.
- É a cabeça do capitão! Peguem ele! - Os goblins gritaram, indo em direção ao cavaleiro. Na hora em que alguns deles pularam para cima de Renly, ele jogou suas adagas neles, fazendo com que todos eles fossem mortos por desmembramento. Retornando para suas mãos, ele olhou focado para aquela centena de goblins.
- “Eu consigo. Se eu segurar um pouco aqui, a fumaça nas linhas de frente vão começar a sumir e o reforço vai voltar pra ajudar. Daí eu vou poder ajudar a Eydis e Eldrie, recuperando o controle do Flanco Esquerdo!”. - Ele pensava completamente focado enquanto jogava suas armas divinas nos goblins. Dando alguns mortais, desviando-se de cutelos e clavas, Renly ativou a segunda encarnação de suas Adagas das Asas Gêmeas. - Liberação de Memória!
Com a ativação, seus dedos fizeram pequenos círculos cibernéticos verdes, fazendo com que as Asas Gêmeas se multiplicarem em vinte lâminas, dilacerando toda aquela centena de goblins de uma só vez.
Mas na hora em que pensava que estava tudo bem, uma de suas adagas retornou a sua mão de forma rebatida. Quando ele olhou para a origem da retribuição do ataque, ele se surpreendeu ao ver um goblin diferenciado com uma espada grande em mãos.
- Você é o capitão, não é? - Renly olhou para o goblin, focado com suas duas adagas em mãos.
- Isso aí, moleque. Sou o chefe dos Goblins das Montanhas Kosogi. - O goblin se apresentou sorridente, e começou a olhar em volta para o chão aonde seus homens estavam mortos. - Caramba, você matou um monte deles, né? Não esperava que teria um Cavaleiro da Integridade tão recuado da batalha assim. Mas só que o meu palpite tava errado.
- Foi erro seu. E é aqui que a guerra termina pra vocês! - Renly jogou as Adagas das Asas Gêmeas em para a esquerda e direita, no intuito de cercar aquele goblin. Mas mesmo assim, Kosogi bloqueou os ataques fazendo as armas retornarem as mãos do esverdeado com tanta força, que uma delas fizeram a mão de Renly sangrar.
- Pela sua expressão, você deve tá achando "Ah, mas ele é apenas um goblin." Mas isso é o que eu direi a você. - Ele deu um sorriso orgulhoso para o adolescente. - Você se acha um grande cavaleiro? Fiquei sabendo que a força de um só único Cavaleiro da Integridade já vale por mais de mil soldados. Mas você não vale isso, não é? Por isso você estava escondido da batalha aqui, como um covarde. Que fracasso.
Isso fez com que Renly ficasse pensativo ao se lembrar que estava se acovardando há pouco tempo, enquanto seus homens lutavam. Realmente, aquele goblin disse a verdade. Com as palavras do oponente, ele se recordou de quando Quinella o colocava para baixo constantemente.
- “Então eu sou mesmo um fracasso depois de tudo aquilo? Só que mesmo assim, mesmo eu sendo...” - Ele se recordou de algumas de suas memórias com Eldrie e Eydis lutando juntos, sendo mais ele para apartar as brigas cômicas deles, o Eugeo aparecendo como um ombro amigo, a determinação de Kirito o encorajando junto com a devoção de Tiese e Ronye em proteger ele. Ele sorriu quando se lembrou ao salvar a vida da garota de cabelos vermelhos, alegrando-se por deixá-la a salvo. - É isso aí. Como um Cavaleiro da Integridade, eu sou um fracasso. Mas não se confunda. Eu sou um um fracasso, essas armas aqui não! Voem alto para o mais longe puder. Assim com um pode virar dois, dois se tornam um. Me dê forças pra garantir a proteção das Asas da Liberdade! - Ao terminar o seu cântico, Renly com um olhar determinado e uma aura invisível ao seu redor, jogou suas lâminas em direção a Kosogi, mas só que ele conseguiu rebatê-las de volta para o alto.
- Pode fazer isso quantas vezes quiser mas não vai mudar nada, moleque! - Ele gritou para o adolescente.
- Obrigado pelo impulso. Release Recollection! - O esverdeado estendeu sua mão para o alto na direção das Asas Gêmeas, com um círculo cibernético verde circulando o seu braço, fazendo as duas lâminas brilharem. Com a junção das Adagas das Asas Gêmeas, elas se formaram em uma shuriken gigante com quatro pontas no ar. Não era tão poderosa como a dos outros Cavaleiros da Integridade, mas todas elas eram únicas com um poder próprio. Para a sua agilidade, essa Release Recollection era perfeita para ele. - Que maneiro. Essa é a minha primeira vez usando a Release Recollection e com certeza a Administradora iria ficar de boca aberta ao ver isso.
Começando a controlar ela com a magia de Armas Encarnadas, Renly abaixou a shuriken telecinéticamente, fazendo ela ir girando em direção ao goblin.
- Já falei que não vai adiantar nada! - Kosogi gritou, indo em direção a Release Recollection de Renly. Mas antes que pudesse rebater novamente, a shuriken desviou dele. - Mas o quê? - Aproveitando o momento por pensar que a arma havia errado, ele foi atacar o esverdeado. Mas antes que chegasse perto dele, foi cortado ao meio pela shuriken gigante por trás, fazendo o seu corpo se separar em dois.
Com isso, o Exército da Humanidade tinha a sua terceira vitória. Ao fazer as Adagas retornarem ao tamanho normal e separadas em duas, Renly pegou elas em sua mão.
- Consegui... Agora tem menos um exército pra se preocupar. - O esverdeado suspirou.
- Renlicchi? - Uma voz famíliar o chamou. Quando ele se virou, estavam Linel e Fizel olhando para ele com um olhar repreensivo. Fizel começou a debochar dele. - Olha só, alguém finalmente resolveu ganhar coragem pra ser um cavaleiro na hora "H". Talvez a gente nem precisava te salvar, mas bem que queríamos ganhar os créditos por isso.
- Mas ainda assim eliminamos mais inimigos do que você. - Linel debochou do esverdeado, assim como a sua parceira.
- Me desculpem, é que eu acabei... - Antes que Renly pudesse arrumar uma desculpa melhor, elas o interromperam.
- Capitão Renly, as suas ordens. - Elas fizeram o sinal de respeito ao oferecer seus corações. Já o esverdeado, não esperava que elas iriam fazer isso a ele. Mesmo ele sendo de uma patente maior do que a delas, elas quase nunca respeitavam ninguém na Igreja de Axioma. Mas também, isso fazia Renly se sentir melhor e mais aceito.
- Temos que garantir que Tiese, Ronye e Kirito fiquem seguros na área de mantimentos. - Renly falou, agora com mais foco de liderança.
- Pode relaxar. O Eugeo já pediu a gente pra conduzir eles ao resto das Tropas de Apoio. - Fizel respondeu ao esverdeado, aliviado em saber que a sua amiga está bem. - Não se preocupa, que a sua namorada de cabelo vermelho está segura.
- E-Ela não é a minha namorada. - O esverdeado corou.
- E eu não sou uma freira. - Linel riu de lado, ao entrar na brincadeira com Fizel.
- Tá, tá bom. E os inimigos que se infiltraram no Flanco Esquerdo? - Renly decidiu se desviar das perguntas bobas daquelas duas.
- Matamos todos eles. - Fizel respondeu com um sorriso orgulhoso. Isso fez o esverdeado ficar completamente surpreso.
- Sozinhas?
- Eu até diria isso, mas não fomos só nós. O Eugeo e a Eydis ajudaram muito no isolamento dos goblins. - Linel respondeu, deixando de ter menos orgulho. - O Flanco Esquerdo já está seguro.
Renly não esperava que Eugeo e Eydis iriam ajudar o seu batalhão a recuperar a força deles de volta.
- Tá bom. Vou me juntar a minha unidade. Retornem a unidade da Sheyta e aguardem novas ordens. - O esverdeado explicou a elas.
- Sim senhor. - Linel falou.
- Copiado. - Fizel falou, junto com sua parceira e foram correndo de volta para a divisão do Flanco Direito de Sheyta.
Antes de se juntar ao seu batalhão, Renly olhou para a área de mantimentos aonde Kirito e as Pajens dele estavam. Se não fosse pela determinação dele e de seus amigos, ele não teria forças pra ativar a sua Release Recollection. Agora mais motivado, ele correu em direção ao seu batalhão.
- Obrigado, Kirito e Eugeo. Obrigado, Tiese.
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Na retaguarda do Território Negro, estavam o grupo de Magos Negros de Dee Eye Ell. Coordenando seu exército de bruxas, ela perguntou a sua imediata. Ao descobrir que três membros da Ordem dos Dez Lordes foram mortos em batalha, ela estava irritada ao ver que o seu comando como terceira depois do Cavaleiro Negro Vassago e do Imperador Vecta estava sob ameaça ao ver essas falhas.
- E então, já conseguiram localizar a posição dos Cavaleiros da Integridade? - A bruxa dos cabelos brancos perguntou, já irritada.
- Nós já identificamos nove cavaleiros nas linhas de frente e dois na retaguarda, mas precisamos de tempo pra ter a posição exata deles. - A bruxa imediata respondeu a Chanceler.
- Só onze ainda? Eles são tão poucos assim? - A morena estranhou a quantidade diminuta. Mas ignorando isso, ela ordenou a sua imediata que levassem todos os Minions em direção a um ataque aéreo. - Mandem todos os Minions em um incursão aérea, e assim, aniquile todos os inimigos.
- Mas a unidade de demi-humanos nas linhas de frente levaram o choque do ataque aéreo. - A imediata a lembrou.
- Não estou nem aí pra eles. Não passam de lixo. - Dee Eye falou, enquanto bebericava o seu vinho tinto com a taça de cristal. - Mande todos os Minions ao ataque aéreo agora.
- Como desejar, senhora. - A bruxa acentiu. - Ah, a Comandante dos Cavaleiros Negros Yuuki retornou do reconhecimento. Ela localizou um dos alvos principais do Imperador Vecta, mas não conseguiu capturá-lo.
- Mas que pirralha inútil. - A bruxa debochou dela. - O Shasta não sabe mesmo treinar os seus guerreiros. Não é tão difícil sequestrar uma pessoa.
Após a ordem dada, todos os 800 Minions despertaram-se da forma de gargula e foram levantando vôo a um ataque aéreo na ravina do Portão Leste.
Lá no Centro do Segundo Batalhão, Bercouli aguardava pacientemente para que os Minions viessem em direção a ravina. Ao ver eles adentrando a uma área dizimada do Portão Leste, eles passaram por centenas de linhas invisíveis aguardando para serem ativadas pelo azulado. Com seu desembanhar da Espada Perfuradora de Tempo, ele ativou sua encarnação de longo alcance e apertou firmemente a arma.
- Liberação de Memória! Karagiri! - Com a ativação do poder, centenas de serras brancas e vermelhas começaram a cortar e dilacerar todos os Minions a partir das linhas invisíveis, tendo mais uma vitória para os humanos. - Menos 800. Quem diria que o inimigo fosse usar Minions para o ataque...
Ao aparecer uma clone de Eydis correndo cansada e com a armadura toda manchada de sangue, ela chegou ofegante.
- Se você está aqui, quer dizer que não conseguiu realizar a missão. Não é? - Bercouli já esperava por uma negatividade da acinzentada.
- Pelo contrário. - Ela riu, dando um sinal de paz e amor com as mãos. - O Eugeo ajudou a gente a recuperar o Flanco Esquerdo, e agora já estamos sob controle. O Renly matou o terceiro membro da Ordem dos Dez Lordes. Com o Eldrie conseguindo conter lá na frente o resto dos goblins, ganhamos a primeira leva.
Ele se surpreendeu que o trio havia se esforçado tanto pra defender o Portão Leste, e ficou impressionado como Eugeo conseguiu pela primeira vez agir como líder de batalhão.
- Mas ainda não acabou. Faltam os ataques de longa distância do inimigo. - Ele a recordou. - Aonde está a Alice?
- Ela já está terminando de realizar o feitiço. - A acinzentada respondeu a ele. Olha... Já que ela e o Eugeo não estão por perto, você achou meio estranho o jeito como ela tá agindo ultimamente?
- Como assim? - Bercouli estranhou a pergunta de Eydis.
- Ela parece estar meio doente, sei lá. Ela falou pra mim que era a falta de treino lá no interior, mas eu não acho. - Ela falou, pensativa. - Tem alguma coisa errada com ela.
- Quando a batalha terminar, pergunte isso a ela. Mas agora, precisamos que ela use o poder mágico dela pra derrotar o restante dos inimigos na ravina. - O azulado explicou, deixando Eydis um pouco desconfortável. - Vá descansar um pouco, já que usar tantas clones gasta muita energia mágica. E Eydis... Bom trabalho.
- Valeu, Comandante. - A acinzentada riu. - Tu é o meu favorito!
Dito isso, Eydis desapareceu com uma nuvem de fumaça branca no ar deixando Bercouli ali sozinho com seu grupo do Centro do Segundo Batalhão. Realmente, ele sentiu que havia algo de errado com a Alice nesses últimos dias. Provavelmente ela não deve saber bem o que é, mas mesmo assim seria melhor deixá-la em paz com isso.
Ponto de Vista(Alice)
Observei bem como estava o rumo da batalha. Eu não esperava que teríamos tantas baixas por causa do Flanco Esquerdo, mas parece que a Eydis, Eldrie e Renly conseguiram resolver o problema com a ajuda de Eugeo.
Fiquei tão preocupada ao ver a Enhance Armamento dele sendo ativada lá na área das Tropas de Apoio, mas ao ver ele jogando uma Estrela Polar no céu, vi que ele completou sua primeira missão como líder. Fico aliviada em saber que ele tá bem.
O que o Tio Bercouli e a Vice-Comandante Fanatio inventaram de fazer ao levar ele ir pra lá? Isso me deixa um pouco com raiva, por sinal.
Notei que a encarnação do Tio Bercouli foi ativada lá na frente ao ver aquele grupo de Minions ser dilacerado pela técnica da Espada Perfuradora de Tempo.
- Aquela foi a perícia perfeita da Espada Perfuradora de Tempo do Tio Bercouli. - Falei ao olhar para aqueles Minions dilacerados. - Então ele acabou de entrar na batalha.
Sobre o meu feitiço, consegui absorver toda a energia das trevas que havia nessa ravina e converti ela em Elemento Luminoso. Mas agora, eram tantos seres mortos. Humanos, demi-humanos... Essas auras das almas deles são tão iguais. Como as almas dos humanos e dos demi-humanos geram um poder sagrado tão quente e puro?
Isso quer dizer que a diferença do Império Humano e do Território Negro tendo a mesma essência de alma é apenas uma diferença do lugar aonde nascemos e crescemos, de uma certa forma somos todos iguais.
Ao completar a magia da esfera refratária, fiz com que ela voltasse ao tamanho normal de uma bola de cristal. Sobre esse feitiço, eu nunca iria conseguir reunir Elementos Térmicos e Elementos Criogênicos de uma só vez sozinha como os Magos Negros. Então tive uma ideia de converter toda a energia vital e das trevas que eu absorvi, trocando todas elas em Elementos Luminosos capturados em uma esfera refratária que vivem refletindo dentro dessa esfera de forma infinita. O quanto mais refletiva essa habilidade mágica é, maior e mais poderosa ela vai ser.
Eu sei que precisamos lutar pra salvar as nossas terras do Território Negro, mas mesmo assim, por quê? Por quê nós estamos lutando uns contra os outros?
Por quê a Administradora fez com que esse mundo fosse bloqueado por tanto ódio, dor e sofrimento a ponto de termos que matar todos os nossos inimigos? É tão doloroso assim trocar milhares de vidas em troca de uma?
O fato de eu ter descoberto o meu amor por um Cavaleiro da Integridade, que realmente se importa comigo é uma das coisas que me deixam tão forte apesar de eu não precisar de proteção, pois o Eugeo me protege e já me deixa segura. Também, graças a ele e Kirito eu estou aqui. Então além de eu lutar pela minha família, eu luto pelos meus melhores amigos e pelo homem que amo.
- Eugeo, Kirito... Contanto que vocês dois estejam seguros, eu posso... Aceitar a minha responsabilidade como uma guerreira que enfrentou a Pontífice. Por vocês, eu seguirei avançando em frente. - Eu ouvi a Amayori me despertando da minha distração, apontando sua cabeça para os Ogres e os Magos Negros que adentravam a ravina, com magias e armas de longo alcance. Vi que agora seria a minha parte. Depois disso, a segunda leva seria completamente derrotada. Com a minha Espada da Oliva Perfumada, ativei a minha segunda encarnação com minhas flores de Osmanthus, que ajuda a fortalecer minhas magias de ataque. - Liberação de Memória! Revolvam-se, minhas flores!
Com a minha encarnação da Espada da Oliva Perfumada, criei uma gigantesca flor de Osmanthus com a junção das minhas milhares de flores e no meio da flor gigante estava a esfera refratária pra eu combinar com a minha Liberação de Memória, como um escudo que amplia os meus feitiços mágicos ao toque.
- Burst Elemento. - Com a combinação do feitiço com a minha Liberação de Memória, atirei uma poderosa rajada laser que iluminou toda aquela ravina escura, rasgando o solo e carbonizando por completo todos aqueles Ogres e algumas bruxas no processo, enquanto aquela parte atingida da ravina estava pegando fogo.
O calor daquela rajada era tão grande e iluminado, que fazia aquele lugar ser tão ensolarado como o sol.
Com isso, ganhamos mais uma vitória para o Exército da Humanidade, mas mesmo assim muito sangue foi derramado no processo. Eu não sei como a minha primeira vez em uma guerra foi tão difícil, mas era o jeito. Nenhum deles teria pena de mim, mas eu meio que me sinto mal por matar todos eles.
Enquanto eu desativava o feitiço da bomba laser, comecei a sentir um enjôo ainda maior do que o de hoje de manhã. O meu corpo parecia estar mais fraco, e nem mesmo aguentava mais ficar na garupa da Amayori. Provavelmente era um efeito colateral da minha Liberação de Memória combinada com esse feitiço.
Já aterrissei logo para baixo na área segura da ravina aonde estavam lá o Eugeo, a Eydis e a Vice-Comandante me aguardando com os homens deles com aplausos.
- Alice, você conseguiu. - Escutei a única voz que eu queria ouvir, enquanto a Amayori aterrissou finalmente no chão. - Eu fiquei tão preocupado com você, como você tá?
- Eu estou... - Eu ia responder ao Eugeo, mas tropeçei ao sair da garupa e quase caí no chão, mas antes que eu caísse, o loiro da armadura prateada e azul me pegou. Ainda bem que eu senti os braços reconfortantes dele me segurando no estilo de noiva. Não esperava que estaria tão mal assim depois de tanta falta de treinamento.
- ALICE! - As vozes de Eugeo, Eydis e da senhora Fanatio vieram, preocupadas comigo. - Você tá bem?
- Eu estou, estou sim. - Respondi a eles, ainda um pouco cansada. - Completei a missão.
- Você se saiu bem. - Ouvi a voz sorridente da senhora Fanatio. - Depois de você ter usado aquele poder, o inimigo está recuando, graças a você.
- Senhora Fanatio, a batalha ainda não está decidida. Precisamos usar magias de cura e consumir todo o poder sagrado do meu ataque pro inimigo não utilizar. - Lembrei a ela desse detalhe, enquanto estava me segurando nos ombros de Eugeo. - Além de quê, os Pugilistas e os Cavaleiros Negros são os exércitos mais fortes e nem apareceram ainda.
- Entendido. - A mulher dos cabelos roxos acentiu com a cabeça e foi em direção ao soldados. - Todos que puderem se mover, peguem os feridos e reagrupem-se no destacamento! Monges e freiras, se concentrem em curar os feridos até todo o poder mágico da Capitã Alice ser consumido, e cuidado com o inimigo!
- Sim senhora! - Todos foram para as suas posições, deixando apenas nós quatro ali.
- Consegue ficar de pé? - Eugeo me perguntou e eu acenti com a cabeça. Ele me deixou em pé, mas ainda estava me segurando em seu corpo pra evitar outra queda. - Fica perto de mim.
- Acho que eu tô virando é vela aqui. - Tava demorando pra essa pervertida me deixar irritada.
- Por favor, Eydis. Sem piadinha agora. - Pedi a ela falando baixinho, que apenas acentiu com um sorriso e me deu um beijo na minha testa.
- Pra quê esse beijo? - O loiro perguntou a ela, provavelmente com um pouco de ciúme.
- Porquê a Alicezinha é a minha melhor amiga, ué. Então beijar ela não é problema nen... - Quando essa pervertida ia continuar, ela deu um urro de dor ao levar uma beliscada na orelha da Vice-Comandante. - AÍ, AÍ, AÍ!
- Tenho que dar o meu relatório pro Comandante, e ainda por cima dar uma repreensão nessa cabeça de vento e os dois patetas quando eu achar eles. - A senhora Fanatio falou irritada, enquanto continuava beliscando a Eydis e assim, elas voltaram para o destacamento na frente. - Vamos embora, Eydis.
- Ái, Vice-Comandante. Isso é agressão aos animais! - A acinzentada lacrimejava, enquanto era levada pela Vice-Comandante de uma forma bem carinhosa, eu diria.
- Tem coisas que nunca mudam. - Eugeo deu uma risada nasal.
- É verdade. - Respondi a ele, me sentindo agora um pouco melhor. - Fico feliz em saber que você tá bem. Aquela velha da Fanatio não te colocou em perigo, né?
- Não, eu tô bem. Eu quase fui morto por uma garota assassina há algum tempo atrás, mas acho que vou sobreviver. - Ele sorriu um pouco exausto. - Olha, eu acho que descobri alguma coisa sobre o inimigo que pode ser muito importante. Quero ir lá mandar um relatório para os comandantes, mas acho que é melhor ir levar você pro destacamento primeiro.
- Eu não sou de vidro, Eugeo. Eu vou ficar bem. - Bufei as minhas bochechas, e me soltei dele indo em direção a Amayori. Estou tão grata pela minha bichinha, já que ela fez o trabalho pesado voando comigo. Acariciei a sua pele escamosa e sorri. - Você fez um bom trabalho, Amayori. Volte pro Hanayuki, descanse e coma bem.
Com a ordem dada a ela, a Amayori voltou voando para a área dos dragões descansar.
- Alice-sama. - Ouvi a voz de Eldrie aparecendo na nossa frente, e pelo que vi da armadura toda manchada de sangue, fiquei preocupada com ele.
- Eldrie! - Eugeo me ajudou a chegar mais perto dele, perguntando preocupado com o lilás na nossa frente. - Você não tá ferido, não é?
- Eu estou bem, Trinta e Dois. Não tive ferimentos graves. - O lilás falava com uma voz um pouco depressiva. - Mas eu acho que deveria ter morrido nessa batalha.
- Eldrie... Não diga uma coisa dessas! - Esbravejei para ele, que dizia uma coisa tão mórbida.
- Alice-sama... Eu não previ que os goblins iriam usar bombas de fumaça, e pra piorar o líder deles foi morto pelo Renly. Entende a minha posição? - Ele se castigava. Realmente, o fator surpresa daqueles goblins o pegou de jeito. Mas se não fosse por ele, a Eydis e o Renly trabalhando em conjunto pra defender o batalhão, teria sido bem pior. - E o pior que eu nem consegui responder as suas expectativas.
- Não, você fez um bom trabalho. - Falei para ele. - Você é bem mais importante do que imagina. Por quê se martiriza tanto?
- Eldrie... - Eugeo falou, se aproximando dele. - Você é muito importante pra Alice e pra todo mundo na Ordem. Se não fosse por você ajudando lá na linha de frente, eu poderia ter morrido. E talvez... Nem mesmo a Eydis e Renly estariam aqui também.
- Eugeo...
- Você, Cavaleira da Integridade... - Olhamos a direção da voz de onde nos chamaram atenção.
- A sua vitalidade já está quase vazia. Quem é você? - Vi que se tratava de um lobisomem dos Ogres. Metade do corpo dele estava todo queimado do lado, provavelmente por causa da fusão do meu feitiço com a Liberação de Memória. Quando eu olhei para a criatura, fiquei meio surpresa ao ver o corpo quase morto daquele lobisomem.
- Eu sou Furgr, o líder dos Ogres.
- Um membro da Ordem dos Dez Lordes? - Olhava para o lobisomem com os ossos a mostra, quase saindo da carne da perna.
- Eu vi você... Aquela magia de luz era sua, não é? Só pode ter sido você, a Sacerdotisa da Luz. Se eu levá-la, a guerra vai acabar e o meu povo poderá ter paz de novo nos campos.
- Do que você tá falando? Sacerdotisa da Luz? O fim da guerra? - Estranhei com o que aquele Ogre estava falando, já que a Sacerdotisa da Luz é pura lenda de folclore e ela não existe.
- Nunca ouvi tanta besteira em um só lugar! - Notei que Eldrie ia atacar o líder dos Ogres, mas o impedi. - Mestra?
- Espera. - Segurei o braço de Eldrie, e decidi agir do jeito que ele está me chamando. - Sim, eu sou a Sacerdotisa da Luz. Mas afinal, por quê você quer me levar? Quem está a minha procura?
- O Imperador Vecta, o Deus das Trevas. Ele quer apenas você e o Cavaleiro Safira. - Quando o lobisomem falou aquilo, Eugeo fez um semblante meio estranho. - Com isso, ele garantirá qualquer desejo para quem capturar ambos e entregar as mãos dele. Vou usar esse desejo para fazer os Ogres voltarem aos campos, criarem gados, fazendas e viverem felizes com as crianças.
Esse lobo não tem nenhum desejo ganancioso. Ele realmente sacrificou a sua vida e os seus homens pela liberdade que o seu povo tanto almejava... Só pra acabar assim?
- Cavaleiro Safira... Sacerdotisa da Luz... - O loiro estava repetindo esses nomes e começou a me olhar com um semblante preocupado. - Esses dois são antigas lendas de Underworld, e fazem parte de histórias. Por quê o Imperador Vecta quer tanto a gente?
O Eugeo também?! Ele também foi chamado com esse nome de Cavaleiro Safira?
- Você não tem ódio de mim? Eu matei muitos do seu povo nesse último ataque. - Eu o questionei. Se esse lobo tinha mesmo algum ódio de mim, ele provavelmente foi obrigado a lutar levando todos os Ogres dele para a morte.
- Como o líder dos Ogres, é o meu dever pagar por esse preço. Todos nós já estávamos em conjunto com a missão de encontrá-la. E agora que vocês estão aqui... - Ele começou a andar em minha direção, mancando com a sua perna ferida junto com a metade do seu corpo de lobo carbonizado e já pulando pra cima de mim, com a intenção de me atacar com as garras afiadas dele. - EU VOU LEVÁ-LOS COMIGO!!!
Antes que ele me atacasse, aproveitei que ele já estava ferido e acabei com o seu sofrimento atacando a minha Espada da Oliva Perfumada em seu abdômen, matando ele. Enquanto o seu corpo começava a sumir, usei um feitiço especial que eu aprendi para libertar a alma dele em direção aonde a sua casa estava.
- Ao menos, essa alma pode voltar para os campos. - Disse enquanto olhavamos a alma do líder dos Ogres indo embora em paz. Eu nunca fui chegada a ter misericórdia com os meus inimigos, mas essa foi a segunda vez hoje que eu me senti tão culpada por matar tantos indivíduos.
- Alice-sa... - Eldrie me chamou, mas consertou a maneira que me chama. - Alice. Por quê fez isso? Por quê deixou a alma daquele ogre ir embora?
- Não acha que ele se sentiria em paz, sabendo que a essência dele está retornando para sua casa? - Comecei a explicar ao Eldrie. - Talvez essa foi uma maneira de deixar a sua alma mais aliviada.
- Assim como nós, eles não são tão diferentes da gente. - Eugeo acrescentou, um pouco cabisbaixo. - Tantos seres do Território Negro morreram hoje pelas nossas mãos, mas mesmo assim era o nosso dever lutar e proteger a nossa casa. O único jeito de podermos superar toda essa dor, é avançando em frente.
O lilás suspirou exausto depois de tanta luta, que provavelmente não acabaria tão cedo e voltamos para o destacamento. Eldrie foi na frente, falando que iria lá receber a bronca com a Eydis e Renly, enquanto nós íamos passar na Sheyta primeiro e saber se ela já conseguiu decifrar o livro.
- Por quê você falou pra aquele ogre, que você era o tal Cavaleiro Safira? - Perguntei ao Eugeo.
- Enquanto eu tava ajudando no Flanco Esquerdo, uma Cavaleira Negra me chamou com esse nome. - Ele me respondeu. - Só não sabia que você também seria chamada assim como a Sacerdotisa da Luz. Você tá bem depois de hoje? - Eugeo me perguntou, todo preocupado comigo.
- Só por você estar vivo e ao meu lado, eu estou. - Abracei ele, enquanto estávamos andando. Que estranho, por quê será que eu tô tão carente assim de uma hora pra outra? Tô até preocupada com isso. - E eu tô com tanta fome.
- Tá bom, deixa eu te levar de volta pra gente comer alguma coisa. - Ele falou em um tom todo gentil de sempre, e apenas acenti como uma boa garota que sou.
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Do outro lado das Montanhas do Fim, Gabriel olhava com a sua magia de Olho Caleidoscópico, vendo o momento em que Alice usou o seu misterioso poder divino para dizimar os Ogres e algumas bruxas dos Magos Negros.
- Aquela garota é bem forte, mas ainda tem muito potencial escondido. - Ele olhava atentamente para a flor gigante, que começava a se desmanchar no ar. - Vai ser difícil pegar ela enquanto aqueles Cavaleiros da Integridade estiverem por ali, ainda mais com o Eugeo por perto. - Enquanto ele observava o resplendor iluminado da Liberação de Memória da Alice combinada com o poder bruto das trevas e dos mortos, uma presença chegava perto dele.
- Vecta-sama, retornei da minha missão. - Uma adolescente de cabelos roxos apareceu, se apresentando a ele.
- Bom trabalho, Comandante-Líder Yuuki. - Ele a elogiou. - Pela sua expressão, vejo que se encontrou com o Cavaleiro Safira, estou certo?
- Sim senhor. Ele é muito forte, e conseguiu deter quase um terço dos Goblins no Flanco Esquerdo. - Ela explicou a Vecta, que se levantava de seu trono e ia olhar para os outros guerreiros que aguardavam por suas ordens. - Se o senhor vai querer mesmo capturá-los com a segunda leva?
- Não precisa se preocupar, Comandante-Líder. - Ele ativou seu Modo Vecta, fazendo Yuuki ficar completamente paralisada de medo como se toda a sua alma ficasse fria de repente, e Gabriel não pode deixar de dar um sorriso de psicopata enquanto mexia nas vontades da menina. - Você terá grande utilidade para mim depois. A sua missão será muito importante.
A adolescente de cabelos roxos começava a soltar lágrimas ao ter a sua alma tocada pelo Deus das Trevas e enquanto estava naquele transe mental causado pelo Modo Vecta, Yuuki estava completamente furiosa em seu interior. Dentro da sua mente, ela conseguia ver o imperador manipulando ela após matar Lipia e Shasta.
- “Imperador Vecta... Eu vou te matar!”
Chapter 17: Capítulo XVII - Descoberta Inesperada
Summary:
Eugeo e Alice tem um plano para chegarem até o Altar do Fim do Mundo, e eles recebem o apoio de Bercouli para atravessarem a ravina do Portão Leste. Eydis descobre um segredo de Alice que talvez possa mudar o rumo de toda a guerra. Eldrie faz uma ofensiva ousada para proteger os seus aliados.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Durante alguns minutos "programando" a alma da Yuuki, Gabriel deu a ela um dever muito especial e a deixou ir. Mas isso havia muitos riscos. Se ela adentrar a esses riscos, ela pode acabar saindo do controle e matar Eugeo e a Alice. E o loiro de franjas não podia arriscar em fazer com que a adolescente mate o casal.
Poderes divinos em um mundo falso podem ser muito difíceis de se manusear, e ainda mais de controlar. Mas como o Vecta, o Deus das Trevas era um dos cinco grandes deuses de Underworld, sua conta de administrador fazia ele ter o controle total do seu poder.
Gabriel podia até mesmo ser um monstro cruel e um assassino insensível, mas ainda assim tinha escrúpulos o bastante para se preocupar com Eugeo. Afinal, ele precisava ficar ileso enquanto ao mesmo tempo deixar os dois pombinhos juntos até chegarem em algum console e assim, acabar finalmente com essa missão.
Mas como o Palácio Obsidia fica mais ao leste, enquanto o Altar do Fim do Mundo fica lá longe no Hemisfério Sul, o loiro precisava se decidir bem qual escolha faria. Afinal, se ele levá-los até Obsidia acabaria a missão mais rápido.
Porém, agora que os Cavaleiros da Integridade começaram a ter mais vantagem em diminuir quase pela metade o exército do Território Negro, ele e Vassago precisariam agir em algum momento no que fariam.
Agora mesmo que a Chanceler dos Magos Negros chegou com uma baita de uma cara de derrotada, e ainda por cima teria que encarar o olhar frio e silencioso do Deus das Trevas. Por fora, Gabriel estava apenas com um semblante frio e com desinteresse falso, mas por dentro ele apenas aguardava atentamente o que aquela bruxa falaria enquanto o seu orgulho se despedaçava em milhares de pedaços.
- I-Imperador Vecta... - A morena dos cabelos brancos o olhava com medo da presença do loiro - Eu posso explicar... A Sacerdotisa da Luz apareceu e destruiu tudo com o poder dela, e nossas fontes não sabiam que ela estaria ali absorvendo o poder das trevas e dos mortos.
- Então está me dizendo que as unidades de milhares de Goblins, Gigantes, Magos Negros, Minions e Ogres foi morta por causa da falta de informações das suas fontes, causando uma chacina que fez nossa forças perder mais ou menos 40% do nosso exército? - Vecta deu uma pergunta retórica pra essa bruxa, que apenas se encolhia no chão conforme ele falava. - Por causa que o inimigo absorveu e consumiu o poder das trevas e dos mortos na ravina antes de nós, é isso mesmo?
Apenas uma mexida de pernas enquanto ele estava sentado deixava a Dee Eye completamente temerosa ao deus.
- S-Sim, isso mesmo Vossa Majestade. Não fomos informados que o Exército da Humanidade tinha uma feiticeira ainda mais forte do que a própria Pontífice. Como eu já disse, as nossas fontes disseram que a Sacerdotisa da Luz causou a rajada na ravina, dizimando toda a força de longo-alcance.
- E não tem nenhum jeito de recuperarmos o poder das trevas que a Sacerdotisa da Luz usou? - Vecta perguntou a ela, escutando atentamente as respostas humilhantes que ela teria que responder.
- Receio que não, Majestade. Para conseguirmos usar poder das trevas o bastante para dilacerar o inimigo, nós precisamos de muitos recursos do solo inclusive a luz do sol, que não temos em nossa posse no campo de batalha.
- Entendi... - Vecta apoiou sua mão no queixo, pensativo enquanto se lembrava dos livros que ele leu que falavam sobre isso no Território Negro. Aparentemente, desde a Guerra dos Deuses aonde estavam nas suas memórias falsas, o Território Negro ficou completamente árido após Stacia e Terraria manipularem todo aquele continente, fazendo com que os solos fossem muito inférteis no começo. Mas agora, ele precisava agir com um plano alternativo para contornar isso no campo de batalha. Ele olhava ao redor de todo o local além da sua carruagem real. - Mas pelo que vejo, não existem muitas moitas ou árvores nessa terra avermelhada e o sol já se pôs há mais de duas horas. Que fonte de energia você poderia usar para utilizar uma magia forte e específica o bastante para destruir os Cavaleiros da Integridade?
- Bem, o sangue derramado dos soldados mortos dos dois lados e as vidas deles que foram arrancadas poderiam se misturar com o poder das trevas, se misturando no ar como um feitiço de longo alcance que seria usado contra as encarnações das armas divinas deles.
- Já entendi então. Vocês usam sangue e vida, não é? - Vecta riu e apenas se levantou, enquanto a bruxa se acovardava de medo dele. Enquanto ele olhava para um ponto específico, ele parou perto da líder dos Magos Negros a questionou. - Dee Eye Ell. Acha que três mil serão o bastante?
- O-O quê? Três mil... - A morena estranhou com o que o Imperador Vecta estava sugerindo. Mas quando ela olhou para o mesmo ponto em que o loiro dos olhos de demônio se fixava, ela arregalou os olhos e em seguida apenas sorriu com um enorme prazer pelo Deus das Trevas.
- Serão o bastante sim, Vossa Majestade. - A mulher respondeu, enquanto olhava para o exército de Orcs nos seus postos.
Estrategicamente falando, Gabriel percebeu que os Orcs eram os guerreiros mais fracos do Território Negro e com certeza seriam inúteis em combate. A melhor maneira de que eles serviriam ao seu povo, seria com certeza se fossem o sacrifício para o feitiço da bruxa.
- Vamos testar essa teoria de Sangue e Vida. - O loiro olhava para o exército de Orcs da borda da sua carruagem. - Chanceler dos Magos Negros Dee Eye Ell. A minha ordem é que você faça com que os 3000 orcs sejam usados como sacrifícios e convertidos em combustível mágico para o seu feitiço anti-encarnação contra os Cavaleiros da Integridade.
- Sim senhor, Vossa Majestade. - A morena continuava rindo, enquanto se retirava da presença dele. - “Estou a poucos passos de ter os Cavaleiros da Integridade nas minhas mãos. Quando eu absorver a magia deles, vou usar o poder divino deles pra matar você, Imperador Vecta. Mesmo você sendo o Deus das Trevas, não vai poder aguentar as maldições de magia negra. Você pode até ser bonito, mas pra mim não interessa. Eu vou matá-lo e me tornarei a senhora de Underworld!”
Gabriel apenas ria vendo a mulher indo embora, rindo maliciosa de tudo que viu nos pensamentos dela. Era tão bom ter esse poder de telepatia pra ver os podres que falavam dele. Seria no caso bem interessante ver essa bruxa tentando ceifar sua vida, mas no momento ele não precisava se preocupar com uma pessoa insignificante.
Enquanto ali, Vassago apenas observava como o seu chefe era tão frio e sem alma. Usar esses seres de Underworld era uma coisa, mas a vida deles como puro combustível? Depois de algum tempo, tendo que receber o aval forçado do líder dos Orcs, o loiro apenas continuava frio e sem emoções enquanto aguardava o plano
- Caramba, chefe. - O hispânico chegava mais perto dele, enquanto olhava para os "porquinhos" lá na frente deles. - Eu sei que isso é importante e tal, mas não acha que a gente vai perder um pouco mais das nossas forças?
- Os Orcs são o povo mais fraco do Território Negro, e com certeza apenas atrapalhariam no campo de batalha. - Gabriel falou, enquanto apenas suspirava olhando para o céu diferenciado do Território Negro observando que a atmosfera do Império Humano e do Território Negro era diferente, até mesmo de noite. - Nosso objetivo dos dois A.L.I.C.E.s ainda continua o mesmo.
Vassago riu do seu chefe, não por sua aparência fria e calculista. Mas sim pelo respeito mútuo de assassino cruel que ele era só por querer causar a morte de milhares de pessoas.
A centenas de metros na frente deles, Gabriel e Vassago apenas observavam uma bela luz roxa no horizonte. Isso era um sinal de que as bruxas cercando os Orcs e iniciando o seu feitiço anti-encarnação para matar os Cavaleiros da Integridade.
- Chamada de Sistema: Transferir Durabilidade Humana. Área para Unidade. - As bruxas começaram a absorver a energia vital dos Orcs, que agonizavam de dor no momento. - Gerar Elemento Umbra: Forma de Elemento. Worm Shape!
- Você é bem mau, bro. - O hispânico riu. - Não se arrepende mesmo de matar os porquinhos?
- Sou um diabo necessário. - O loiro apenas falou em um tom neutro, enquanto se lembrava das suas memórias falsas como o Deus das Trevas e recordando da mulher em seus sonhos. - Eu não aceito bem essa ideia de Sangue e Vida, mas também não me arrependo de matar todos eles. É pelo bem da nossa missão.
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07 de Novembro de 380...
Área de Destacamento do Exército da Humanidade...
Fanatio estava prestando seus respeitos a sua falecida aluna Dakira, junto com Giro, Jeis e Hobren em um túmulo improvisado para ela. Como ela nunca ganhou uma arma divina por não ser como os outros Cavaleiros da Integridade, ela teria o seu lugar de destaque no santuário sagrado dos cavaleiros lá na Igreja de Axioma.
- Não devemos lamentar, e sim celebrar pela vitória que Dakira nos trouxe na ravina. Sem ela, não estaríamos aqui.
- Que Dakira esteja conosco. - Giro, Jeis e Hobren terminaram de rezar pela falecida líder deles e se retiraram para retornarem aos seus afazeres. Afinal, uma guerra ainda não era local para luto.
Eydis, Eldrie e Renly estavam agora na tenda de Bercouli e Fanatio, bem a frente deles enquanto aguardavam a repreensão deles. Como Bercouli estava resolvendo algumas coisas com a divisão dele, apenas Fanatio estava ali responsável por dar a bronca para os três.
- Vocês três não só perderam a posição de vocês para os goblins, como também causou centenas de baixas para o nosso exército, e ainda por cima tive que mandar o Eugeo para ajudar vocês. - Fanatio olhava para os três, que estavam cabisbaixos. - Estou certa?
- Sim senhora. - Eydis respondeu a ela.
- Vocês dois ficaram discutindo no campo de batalha, e ainda por cima não estavam interagindo bem. - Agora ela se referiu ao lilás e a acinzentada. - Eu estou certa de novo?
- Sim senhora. - Eldrie respondeu a ela, olhando com um semblante cabisbaixo.
- E se não fosse pela ajuda de Eugeo, Linel, Fizel e eles dois, a sua divisão teria sido massacrada. - Fanatio agora levou seu olhar para Renly, que se sentiu intimidado pela mulher de cabelos roxos ondulados. - E mais uma vez, eu estou certa?
- Sim senhora. - Renly respondeu com um semblante cabisbaixo, igual ao dos dois ao seu lado.
- Mas ainda assim... Se não fosse por vocês três trabalhando juntos, o Império Humano seria invadido e teríamos um problema ainda maior. Apesar de vocês terem se atrapalhado, fizeram um bom trabalho protegendo o seu pessoal. E com isso, devo parabenizar a vocês três: Eydis Synthesis Dez, Renly Synthesis Vinte e Sete e Eldrie Synthesis Trinta e Um.
Os três ficaram mais animados ao verem um sorriso de aprovação da mais velha.
- Escuta, Vice-Comandante... - Eldrie e Eydis se entreolharam e decidiram falar logo para ela. - Descobrimos uma coisa importante lá no campo de batalha. Eu com certeza duvido muito que seja verdade, mas isso tem a ver com a Alice e o Eugeo.
- Como assim? - O esverdeado e a mulher dos cabelos roxos estranharam.
Enquanto Eldrie e Eydis explicavam direito para Fanatio sobre o que descobriram com as Cavaleiras Negras e o líder dos Ogres, Eugeo e Alice foram até a tenda de Sheyta que estava um pouco afastada das outras. Vai entender o porquê disso, né.
- Por quê ela tinha que ficar tão afastada dos outros? - Alice se perguntou irritada.
- Ela é meio anti-social, mas ela não faz isso por mal. - Eugeo falou, enquanto andavam até lá.
Ao adentrar a tenda de Sheyta, eles observavam para uma cama arrumada com tudo bem ajeitado e preparado. Mas além disso, o local parecia estar vazio.
- Mas a Eydis não falou que ela ia estar aqui? - O loiro olhava em volta da tenda. - Cadê ela?
- O que vocês estão fazendo aqui? - O casal ouviu uma voz silenciosa atrás deles, fazendo eles ficarem com um certo medo e deram um pulo.
- Eita... - Eugeo se acalmou ao ver que era a Assassina Silenciosa atrás deles.
- Precisava assustar a gente assim? - Alice suspirou aliviada, tentando se acalmar. - Essa sua cara de sono dá medo em mim.
- Mas eu só tenho essa cara. - A morena tocava no seu rosto, tentando entender o que havia de errado com sua face.
- Deixa pra lá. - A loira falou, nem tentando consertar.
- Sheyta, você já descobriu o que tem naquele livro dos deuses? - Eugeo perguntou a ela.
- Quase tudo, mas ainda não consegui decifrar o final. Ainda faltam algumas horas para eu terminar de traduzir o livro todo. Eu li a parte dos capítulos aonde Stacia, Solus e Terraria e Vecta são citados, mas ainda não cheguei na parte de Lunaria. - Sheyta explicou a eles, enquanto adentrava a sua tenda. - Ainda não li tudo, mas querem saber o que eu já descobri? - Ela perguntou ao casal, que acentiu coordenadamente. - Aparentemente, acho que descobri alguma coisa que pode acontecer enquanto a guerra continua seguindo em frente.
- E o que é isso? - Eugeo questionou a ela. - Pode explicar melhor pra gente?
- Como nas antigas lendas de Underworld, já existiu uma mulher tão poderosa que sozinha conseguia ter o poder divino de dizimar centenas de exércitos apenas com sua magia. - Ela mostrou a eles, enquanto mostrava a imagem de uma bela mulher de longos cabelos loiros utilizando um poder de Elemento Luminoso. - Essa mulher aqui é conhecida como a...
- Sacerdotisa da Luz? - Alice olhou muito bem para aquela imagem, que já havia visto há meses atrás.
- Ela não é meio familiar pra você? - Sheyta olhava para a imagem, apontando para a mulher na figura. - Eu vi você usando aquele feitiço no céu. A sua aparência é igual a dela, como nas imagens do livro.
Decidindo ignorar um pouco disso, Eugeo queria saber sobre mais do que a Assassina Silenciosa descobriu lendo aquele livro.
- O que mais você descobriu, Sheyta? - O loiro perguntou a ela.
- Essa coisa do Cavaleiro Safira e da Sacerdotisa da Luz... Eles eram amantes como as histórias dizem, mas isso acabou quando as deusas descobriram sobre o romance deles. Depois de alguns anos, eles se reencontraram e se juntaram para levantar-se contra as divindades. Eles fazem parte de uma profecia especial aonde eles se juntarão para enfrentar o Imperador Vecta em uma grande guerra que envolverá não apenas Underworld, como também os dois mundos. Um mundo que interliga ao nosso e aos deuses, que fara todo o Underworld mudar.
- Dois mundos? - Alice deu uma olhada para Eugeo, que também estranhou. - Está falando do céu dos deuses ou um mundo além desse aqui, de Underworld?
- Não tenho tanta certeza, mas é o que eu suponho. - A morena explicou, enquanto fechava o livro. - Ainda preciso terminar o livro para ter certeza total. Nós estamos em uma guerra, então só posso dar mais uma olhada para vocês depois e... - Quando Sheyta ia terminar, ela e Eugeo ouviram um ronco de estômago. Eles olharam para Alice, que estava meio envergonhada.
- Eu tô com fome, tá bom? - Ela desviou o olhar, bufando as bochechas com o rosto todo avermelhado.
- Se quiser, eu acho que tenho algum sanduíche guardado na minha bolsa e... - Quando a morena já abrir, a loira da armadura dourada já pegou a bolsa dela já caçando pela comida que estava lá. Eugeo olhava assustado ao ver a namorada procurando comida como uma draga condenada, enquanto Sheyta apenas fazia uma cara de paisagem.
- Desculpa por isso. - Alice falou com a fome na mente, enquanto começava a se alimentar com o sanduíche natural de presunto com queijo e salada.
- Tá bom então. - A morena apenas falou isso, e casal agradeceu a ela saindo da tenda. Eles foram em direção a tenda dos comandantes, enquanto estavam conversando.
- Você tá mesmo com fome. - Eugeo riu, enquanto via a bela namorada comendo.
- Eu não comi nada desde o almoço e a minha Liberação de Memória me desgastou quando eu juntei todo aquele poder mágico em uma só rajada. Se eles querem que a gente lute, eu preciso ficar com as energias estáveis. - Alice se defendeu, enquanto se alimentava. - Sem falar que além disso, foi culpa sua que você exagerou ontem lá na banheira. Até agora ainda nem sinto as minhas pernas direito.
- M-Mas você também exagerou um pouco também, ué. - O loiro corou, ao se lembrar do momento deles na banheira e decidiu falar na mesma moeda, sussurrando no ouvido dela de forma sedutora e dando um sorriso lascivo. - Não tenho culpa se você é tão sexy quando pede pra fazer aquilo chamando o meu nome enquanto eu te pego com vontade. Afinal você sabe como eu faço do jeito que você gosta e se quiser, posso repetir a dose pra você agora.
Dessa vez foi o momento de Alice corar em tons que nem mesmo ela conhecia ao ouvir o que Eugeo falou. Realmente, o cavaleiro de azul e prata era dono de uma habilidade incrível pra deixar Alice já com as pernas quase bambas por ele.
- V-Você é tão pervertido, sabia disso? - A loira estava ruborizada ao imaginar o loiro em cima dela fazendo-a gemer com vontade, do jeito que ela gostava de sentir. - Você ainda por cima tem a audácia de falar uma coisa dessas enquanto a gente não tá a sós, e ainda por cima eu sou uma mulher respeitada e crente.
- Crente, eu já não sei. Até porquê, eu acho que não sou o único pervertido aqui. - Ele riu, mas decidiu voltar a ter um pouco mais de seriedade e guardar esse momento de flertes para depois. Afinal, ele poderia acabar levando alguma rajada das flores de Osmanthus da Oliva Perfumada, vindos da loira tsundere ao seu lado. - Acha mesmo que o Imperador Vecta realmente tá vivo em carne e osso? - Ele perguntou a Alice, que já estava terminando de comer o sanduíche para ver se aguentava até a hora da janta.
- Aquele líder dos Ogres não morreu a toa só pra ir pegar a gente. - A bela loira terminou de mastigar o pão. - Se aquele lobisomem e essa garota com quem você lutou chamaram a gente com aqueles nomes, com certeza não deve ser coincidência. Ainda assim, não acredito que o Vecta tenha sido realmente ressuscitado, mas precisamos saber da verdade. O que você acha?
- Talvez seja melhor se você, o Kirito e eu formos sozinhos até o sul. - O loiro sugeriu em um plano. - Se o Imperador Vecta realmente estiver atrás da gente, talvez possamos atrair ele pra lá e derrotar ele juntos. Daí, quando chegarmos ao altar, vamos procurar pela pista que o Kirito encontrou no 100º Andar.
- Tá maluco? Ele é um deus. Não se mata um deus assim da hora pra outra. - Ela se irritou com o plano de Eugeo. - E ainda assim com o seu Modo Vecta... Se vocês se encontrarem, não tem como saber o que vai acontecer.
- Os Cavaleiros da Integridade foram criados pela Pontífice, mas talvez a gente tenha poder pra isso. As nossas espadas divinas não são feitas de metal fazendo a gente ter uma vantagem, os nossos corpos foram adaptados para serem máquinas de guerra e os meus olhos... - O loiro deu uma pequena pausa antes de continuar, e levou sua mão para perto de seu campo de visão. - Preciso descobrir o segredo deles.
- Mesmo assim, não tem como fazer tudo sozinho. - Ela tocou a sua mão, no intuito de tentar sentir o calor do espadachim mesmo com a manopla atrapalhando. - O seu treinamento ainda não tá completo e eu tenho que te acompanhar como supervisora. Você é tudo pra mim, e nem pense que você vai sem mim. Somos uma equipe e decidimos o que é melhor juntos.
- Então... Vamos nós três então. Tudo isso começou com a gente, então não vai ser diferente. - Ele falou decidido e ela acentiu.
O casal chegou na tenda dos comandantes e adentraram, já anunciando com os sinos da entrada.
- Alice, Eugeo. O que lhes trazem aqui? - Fanatio perguntou, enquanto ainda anotava alguns papéis em uma mesa ali no canto.
- Precisamos dar um relatório nosso sobre a batalha na ravina. Descobrimos uma coisa muito importante. - Alice explicou inicialmente para a Vice-Comandante.
- Se for sobre o que a Eydis e Eldrie falaram na ravina, talvez a gente já saiba um pouco. - Eles ouviram a voz de Bercouli aparecendo com comida em mãos atrás deles.
- Tio Bercouli.
Assim como no relato de Eydis e Eldrie sobre o Imperador Vecta, Alice e Eugeo explicaram o mesmo para eles. O casal também relatou sobre o líder dos Ogres e a atual líder dos Cavaleiros Negros chamando eles de...
- Sacerdotisa da Luz e Cavaleiro Safira? - Bercouli estranhou os nomes especiais que o casal de loiros foi chamado. - Eles não são parte da mitologia de Underworld? Achei que eles fossem só folclore.
- Eles estavam sendo citados no nosso livro que a Sheyta ainda tá decifrando. Eu também acho isso pura baboseira pra crianças, mas não temos dúvidas de que é isso que o líder inimigo tanto almeja. - Alice explicou a eles, deduzindo a ideia do verdadeiro líder do Território Negro.
- E acho que provavelmente ele vai querer ir atrás da Alice e de mim, enquanto estivermos por aqui. - Eugeo complementou a explicação da sua amada.
- É tão difícil de imaginar que o Imperador Vecta retornou. - Fanatio dizia, enquanto enchia um copo com a jarra de leite. - Um dos cinco grandes deuses sendo ressuscitado, é impossível de crer isso. Mas por outro lado, não é a toa que o inimigo esteja tão desesperado para querer capturar vocês.
Eugeo ainda não estava gostando dessa ideia de Alice ser chamada de Sacerdotisa da Luz, já que isso fazia dela um alvo no meio das costas. Sem dúvidas, o loiro teria que aumentar a sua cautela em relação a namorada, cada vez mais.
- E então garotos, deixa eu recapitular mais uma vez. - Bercouli falou ao terminar de mastigar um pouco da sopa. - Vamos supor que o Imperador Vecta, o Deus das Trevas e o verdadeiro senhor do Território Negro retornou a esse mundo e está agora liderando esse exército do outro lado do mundo, e está dominando todos os Dez Lordes e usando-os para irem atrás da Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira, que são vocês dois?
- Pelo menos é isso o que a gente acha. - Eugeo falou, ao se lembrar do duelo contra Yuuki.
- Mas só que eu preciso saber o que isso pode afetar com o decorrer da batalha, já que vocês dois são os nossos membros mais fortes da Ordem. - Bercouli falou, enquanto mastigava um pão.
Alice também estava pensativa a respeito disso, e conversou bem com seu parceiro enquanto vinham para cá. Desde o dia em que a Alta Sacerdotisa Quinella e o seu reinado de ditadora da ordem caiu, eles se recordaram das vozes de Kirito falando com alguém desconhecido que queria levar eles dois para o altar.
É claro que haviam várias chances de isso ser uma armadilha e com certeza não haviam garantia alguma de que era seguro. Mas só que na mente deles se passava nada além desses seis meses sobre esse plano, e seria hoje que Eugeo e Alice finalmente dariam início a missão especial de Kirito.
- “Se o Altar do Fim do Mundo fica no hemisfério sul, precisamos apenas de uma navegação e dos nossos dragões. Mas precisamos primeiro passar pela ravina sem sermos atacados pelo inimigo...” - Eugeo olhava pensativo para o mapa que a Vice-Comandante estava usando no dia do conselho de guerra, aonde determinava bem a área do Portão Leste e a passagem da ravina.
- “As tribos da Ordem dos Dez Lordes com certeza estão interessados em saquear e invadir o Império Humano, enquanto o Vecta está interessado só na gente. Além de quê, o Altar do Fim do Mundo estar no sul. O nosso plano então seria...” - Alice olhou para Eugeo, que acentiram apenas sabendo de tudo pelo olhar e ela finalmente começou a explicar. - Tio, a gente tem um plano. Vamos atravessar as linhas inimigas e entrar na área do Território Negro.
- Se a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira são tão importantes pro deus Vecta, ele pode acabar seguindo a gente com vários do exército dele. Com o nosso poder de dispersão de flores, podemos matar vários daqueles soldados e seguir caminho para enfrentar ele. - Eugeo explicou ao mais velho, que continuava escutando atentamente ao plano do casal.
- E assim que nós nos separarmos do Exército da Humanidade e o exército do inimigo, vocês podem contra-atacar e aniquilar o resto dos inimigos. - Alice terminou de relatar o plano.
Na mente de Bercouli e Fanatio, era bem óbvio que aquele era um plano bom e muito bem elaborado do casal. Contudo, isso era uma missão de ataque. E como em todas as missões de ataque, a defesa era necessária. Afinal, a ideia dos loiros tinha algumas falhas.
- Bom... Por mim, está tudo bem. - Bercouli concordou com a ideia do jovem casal, e pegou uma colherada da sua sopa e abocanhou a comida. - Mas só que vocês dois vão levar um terço do nosso exército com vocês.
- Mas... Isso é muito arriscado, senhor Bercouli. - Eugeo sabia que mesmo com a luta na ravina, o inimigo poderia começar a avançar novamente.
- O Eugeo tá certo! A gente não pode deixar vocês sem um terço do exército. - Alice concordou com o raciocínio do namorado.
- O inimigo ainda tem mais ou menos uns 60% das forças, que devem dar entre uns 30.000 soldados restando para a guerra. - Ele terminou de mastigar, e agora começou a falar de forma mais legível. - Eu duvido muito que o inimigo vai atrás de vocês, se só vocês forem a isca. Se eles virem mais soldados do nosso exército indo com vocês, eles vão ser atraídos e assim o plano pode funcionar muito bem.
Eugeo e Alice não esperavam por isso. Realmente, o plano deles haviam falhas sérias ao ser utilizado. Eles podem até ser os Cavaleiros da Integridade mais poderosos, mas em termos de numeração eles seriam apenas moscas voando no céu e não chamariam tanta atenção assim. Não era a tôa que os trezentos anos de experiência como o primeiro Cavaleiro da Integridade faziam Bercouli ser um mestre estrategista.
- Além disso, o seu treinamento com a Espada da Rosa Azul e a Espada da Rosa Vermelha ainda estão incompletos, Eugeo. - Fanatio o lembrou desse detalhe criticamente importante. - Com esses seus olhos especiais do "Modo Vecta", realmente o nome do Deus das Trevas pode significar algo ruim se vocês dois ficarem por perto. Como vocês pretendem lutar sozinhos contra um deus, sem toda a força de vocês?
- Vocês tem razão, mas... - Alice não conseguia pensar numa estratégia melhor. Ela podia ser uma garota-prodígio, mas mesmo assim o raciocínio lógico dos comandantes os pegaram de vez.
- “Isso não é bom...” - Eugeo ainda estava pensativo sobre isso. Se esse poder de Modo Vecta significava parte do nome do Imperador Vecta, era provavel que ele poderia talvez ter os mesmos olhos de demônio, como ele já viu no livro. - “Nas histórias daquele livro, falavam que a Deusa Lunaria e o Imperador Vecta eram os pais de Azure Chevalier, conhecido na nossa lingua como o Cavaleiro Safira. Eu não sei como e nem porquê, mas eu tenho o poder e os olhos do Imperador Vecta. Se essa profecia que a Sheyta tá falando for mesmo verdade, isso pode significar que talvez o Vecta e eu...”
- E além disso, tenho mais uma coisa. - Bercouli terminou de tomar a sua sopa, e começou a passar o pão no restante do caldo que estava na tigela, fazendo o loiro sair de seus pensamentos. - Tenho uma outra condição.
- Mais uma? - O espadachim perguntou, um pouco sem jeito.
- E o que é? - Alice decidiu querer saber mais o que o seu mentor estava planejando.
- Eu vou com vocês no grupo de ataque. - Bercouli riu, enquanto terminava de comer o seu pão fazendo Eugeo e Alice se entreolhar com isso. - Eu nunca vi um deus de perto, a não ser nas histórias e livros. O mais perto disso que eu vivenciei foi a Administradora e os seus olhos. Sem a Fanatio pra te vigiar no Centro do Primeiro Batalhão, a cadeia de comando ainda continua e eu sou o seu superior indicado pra te vigiar. Mesmo com alguns defeitos com o seu poder, quero muito saber se você pode dominar a sua Release Recollection nessa batalha, Eugeo. Se você deixar aos meus cuidados, Vice-Comandante.
Após alguns segundos pensando sobre a tal proposta, a Cavaleira Implacável apenas suspirou em derrota e decidiu acatar a solicitação do seu comandante/marido.
- Só toma cuidado com o menino, Bercouli. - Fanatio segurou sua Espada Perfuradora dos Céus. - Antes dele ser um guerreiro, ele ainda é uma criança mesmo tendo a maioridade.
- “Já vi que esses dois querem é usar o Eugeo como trunfo de novo.” - A loira se irritou um pouco, e já estava irritada por eles estarem usando o Eugeo como arma desde a batalha na ravina mais cedo.
Após o casal discutir um pouco mais com os comandantes sobre os planos de ataque e a separação deles do exército, Eugeo estava indo ver como Hanayuki estava ao lado de Amayori, lá na área de descanso dos dragões para ver como o seu dragão estava para levantar vôo e iria vê-lo um pouco antes de ir jantar com Alice. Ele realmente havia se apegado a criatura pálida nesses longos meses.
- Quero que você coma bem hoje, Hanayuki. - O loiro tocou a pele escamosa do réptil e acariciou ela. - Daqui a algumas horas eu vou precisar de você.
Mesmo para uma primeira batalha, Eugeo realmente não esperava que poderia ter tanto um lado meio egoísta quando você luta pela sobrevivência. Afinal, ele não queria morrer lá e faria de tudo para rever Alice novamente depois daquele inferno.
As pessoas que ele matou... Mesmo não sendo humanos, ainda assim eram pessoas e continua sendo a mesma coisa pra ele. O arrependimento por ter matado tantos gigantes e goblins era grande, mas o seu dever era ainda maior.
- Eu vi a senhora Dakira lutando lá na ravina, e ela foi muito corajosa até o final. As vezes ser um Cavaleiro da Integridade é tão doloroso, sabia? - Ele falou para o dragão que comia os peixes, enquanto se recordavam do sacrifício dela para salvar ele e Fanatio. - Mas fico grato que os meus amigos fiquem bem. Mesmo na morte, ela ainda vai estar aqui ajudando a gente a lutar. Eu sinto isso.
- Não acredito que ainda por cima você fala com um dragão sozinho. Sabia que você não batia bem da cabeça, Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - Uma voz arrogante e familiar apareceu atrás dele, e acompanhado com mais dois indivíduos.
- Eldrie? Eydis? Renly? - O loiro estranhou a presença da sua mentora junto com seus colegas. - Achei que vocês já estivessem comendo.
- Eu já comi. - Renly respondeu a Eugeo. - Como eu vou junto com você e a Alice no grupo de ataque, o Comandante Bercouli e a Vice-Comandante Fanatio mandaram que a gente se alimentasse antes das 22:00, já que o plano é a gente ir embora antes de dar 23:00 em ponto.
- Eu só vim dar comida pro Hanayuki e preparar ele pra voar. Depois eu vou lá comer junto com a Alice. - Eugeo respondeu a ele, enquanto saía da área dos dragões e ia para mais perto deles.
- Ai, aí, loirinho. Eu nem sei como você aguenta ficar sem comer. - Eydis falou em um tom falso de choro, já imaginando uma cena dessas mas voltou a sua postura seria e divertida ao mesmo tempo. - O Eldrie quer te falar uma coisa, não é mesmo, cara de cavalo?
- A gente falou que ia junto, sua mentirosa. - O lilás revirou seu olhar.
- Gente, vamos logo senão o tempo vai passar. - Renly os lembrou e os outros dois acentiram com um suspiro, fazendo Eugeo não entender praticamente nada. - Eugeo, por sua causa, você ajudou muito a gente no Flanco Esquerdo e nas Tropas de Apoio. Mesmo eu ter dado uma mancada lá, se não fosse por você mandando Linel e Fizel me ajudarem, eu nunca conseguiria sozinho.
- Eu só fiz um pouco da minha parte, Renly. Eu sabia que vocês iam fazer todo o trabalho pesado, então tudo o que eu fiz foi só tentar ajudar. - O loiro sorriu gentil. - Você salvou o Kirito, Tiese e Ronye e isso é o bastante por mim.
- E você... Se não fosse por você lutando lá no Centro do Primeiro Batalhão e ajudando a gente a proteger o Flanco Esquerdo, eu teria perdido muito mais do que a minha vida. A minha honra teria sido manchada e nunca mais poderia reavê-la. Eu posso ainda não aceitar, mas sou grato pela sua ajuda, Eugeo. - Dessa vez o lilás chamou Eugeo apenas pelo primeiro nome, ao invés de sua numeração. - Mas mesmo assim, não considero você como um protetor certo para a Alice nem de longe!
Eydis sorria enquanto estava um pouco distante olhando Eugeo com o seu semblante todo envergonhado ao ser elogiado por Renly e Eldrie criticando-o como de costume, mas de forma saudável.
- Ah, é. Até esqueci de ver a minha vitalidade depois de ter usado todo aquele poder da Espada do Corte Sombrio. - A acinzentada fez um "S" para materializar uma pequena Janela Stacia para ver a sua vitalidade, mas ao notar que não era a vida dela ali, Eydis estranhou. - Que esquisito, essa aqui não é a minha quantidade de vida. - Ao se lembrar de que havia beijado Alice mais cedo, ela se recordou que era a vitalidade da loira. - “Ah, é! Eu beijei a Alicezinha agora pouco, então essa vida aqui é dela.”
Quando Eydis ia desativar a Janela Stacia de Alice, ela notou uma coisa estranha um pouco abaixo da vitalidade de Alice. A acinzentada viu que poderia ser alguma doença, já que ela não estava se sentindo bem ultimamente. - “Que esquisito... Que numeração pequena é essa aqui na borda da vitalidade da Alice? A vida dela tá cheia, então por quê tem uma fonte de vida separada na Janela Stacia que...” - Ao pensar por alguns segundos, Eydis arregalou os olhos ao ver que aquela outra vida não era da loira e a pequena vitalidade estava crescendo aos poucos, sem contar que havia um pequeno batimento naquela tela.
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Nome: Alice Schuberg/Alice Synthesis Trinta
Idade: 19
Autoridade: Cavaleira da Integridade e Camponesa
Arma Divina: Espada da Oliva Perfumada(Lâmina de Osmanthus)
Vitalidade: 7524/7524
???: 61/280
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Ao Eydis ver a vida daquela anormalidade naquela Janela Stacia, ela rapidamente percebeu o porquê da Alice estar fraca ultimamente. Pra evitar que Eugeo visse as notas naquilo, ela rapidamente fechou a Janela pra evitar algo que pudesse acabar se tornando um desentendimento. Ao ter se lembrado do feitiço que Alice usou na ravina, ela não pensou duas vezes e saiu em passos rápidos da presença dos rapazes, que estranharam o comportamento dela ao vê-la esbarrando no lilás.
- Que bicho mordeu ela? - Eldrie estranhou a acinzentada indo de volta para a área das tendas.
- Vai saber. - Renly deu de ombros.
Já Eldrie, olhava meio estranho para Eydis desde hoje cedo na batalha. Se não fosse pela desorganização e a falta de trabalho em equipe dos dois no Flanco Esquerdo do Primeiro Batalhão, eles não teriam tido problemas lá no começo da batalha.
Mas ele se irritava tanto não apenas por ela, mas consigo mesmo. Ela o odiava tanto assim a ponto de colocar ele pra baixo direto? O que exatamente ele fez pra ela agir tão mal com ele? Era verdade sim que eles trocavam algumas farpas, mas não era nada demais.
Mas quando ele soube que ela seria uma das Cavaleiras que iriam na missão de ataque da Alice e do Eugeo, ele estava com tanto ciúme do loiro já que a sua ex-mestra e e a acinzentada iriam junto com ele.
Tanto ciúme que fazia o coração dele se desmanchar de tanta dor e a falta no seu vazio.
- “Por quê essa pervertida me odeia tanto?”
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Algum tempo depois...
Ponto de Vista(Eugeo)
Eu já havia jantado junto com a Alice, mas notei que ela parecia um pouco estranha. Provavelmente deve ser pelo comportamento temporário dela, então eu acho que não deve ser nada demais. Apenas ignorei isso estava me preparando.
No grupo de ataque, os Cavaleiros da Integridade que iriam comigo e com a Alice seriam o Comandante Bercouli acompanhado pela Sheyta, Renly e Eydis como apoio e comunicação a longa distância, que iria ficar junta com a Alice devido alguma insistência da acinzentada. Já que Kirito iria conosco sob os cuidados da Tiese e Ronye, e com o apoio do Golgorosso-senpai e da Liena-senpai, não teríamos que nos preocupar.
Faltam uns dez minutos para levantarmos vôo e adentrarmos a ravina do Portão Leste, que agora já não existia mais. A partir de lá, iniciariamos o nosso ataque contra os líderes restantes da Ordem dos Dez Lordes, até termos confirmação se era mesmo o Imperador Vecta ou não. Sendo bem sincero, eu espero muito que isso não passe de um rumor.
O Vecta tá atrás de mim e da Alice, então basicamente ele é o nosso verdadeiro inimigo. Eu não sei bem o que pode acontecer depois de atravessarmos a ravina, mas o nosso plano secreto é ir em direção ao Altar do Fim do Mundo junto com o Kirito.
Se o meu Modo Vecta realmente tiver alguma coisa a ver com o Deus das Trevas, eu vou precisar me precaver se eu der de cara com ele.
- Eugeo... - Alice me chamou, enquanto eu terminava de colocar o arreio em Hanayuki. Ao preparar o meu dragão, fui dar atenção a ela.
- O que houve, Alice? Tá tudo bem? - Perguntei a ela.
- Só quero te abraçar. - Ela enrolou seus braços na minha cintura e encostou sua cabeça no meu peitoral. Com um sorriso de lado, eu apenas retribui o abraço de volta para ela. - Você me ama, não é?
- É claro que eu te amo. - Respondeu com toda a sinceridade no mundo. - Eu amo você mais do que tudo, e mais do que a minha vida. Mas por quê você tá assim?
- Eu só estou preocupada quando entrarmos no Território Negro. - Ela me olhou com aqueles belos olhos azuis, um pouco tristonhos por algum motivo. - Se alguma coisa acontecer com você, me dá um sinal que eu vou direto até onde você estiver.
- Amor, eu vou ficar bem. O que me interessa é a sua segurança. Não quero que se preocupe comigo, tá bom? - Falei para ela, que apenas acentiu.
A Alice me deu um beijo um pouco demorado, mas retribui na hora o gesto. Com certo valeu a pena aproveitar o tempo gasto nele ao saborear os lábios carnudos e saborosos dessa loira que mexe tanto comigo. Ao nos separarmos irritantemente por causa da falta de ar, encostamos as nossas testas umas nas outras e apenas ficamos ali.
- Eu te amo. - Alice falou pra mim, enquanto tocava o meu rosto.
- Eu também te amo. - Respondi a ela de volta com um sorriso, e finalmente fomos terminar de nos prepararmos.
As Tropas de Apoio junto com o Comandante e os outros iriam com a gente. Assim que se iniciasse a operação de ataque ao adentrarmos a ravina, iríamos finalmente dar um segundo passo na lista para a missão de Kirito.
- Todos prontos? - O senhor Bercouli nós perguntou, e apenas acentimos em resposta. Vamos então!
Usei o meu poder telecinético de Armas Encarnadas pra trazer a minha mochila até mim, e coloquei ela em um compartimento atrás nas costas do Hanayuki. Finalmente levantamos vôo e iniciamos a operação.
Só espero que nada de errado aconteça com ninguém, especialmente pra Alice. Desde o jantar, ela parecia um pouco estranha.
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- Estamos de partida. Estão todos prontos?! - Bercouli perguntou a eles, que acentiram balançando com a cabeça.
Eldrie, Fanatio, Deusolbert, Linel, Fizel e o restante das Quatro Lâminas Giratórias olhavam para o alto, aonde Eugeo, Alice, Bercouli, Eydis, Renly e Sheyta estavam levantando indo em direção a ravina na frente deles.
Todos os soldados das Tropas de Apoio começaram a seguir a pé os Cavaleiros da Integridade, enquanto as carroças começavam a se mover junto.
Fanatio se recordava do plano de Alice sobre o ataque aos líderes da Ordem dos Dez Lordes, e discutindo um pouco sobre as falhas que haviam nele para ver se ajudava um pouco os garotos. Afinal, era a ideia dela e de Eugeo.
“(___ ___ ___ ___ ___
- Então, se vocês dois já tem tudo planejado, quero que repitam o plano novamente. - A mais velha ordenou e eles acentiram.
- O nosso plano nesse ataque é dividir as forças inimigas e derrotar os seus líderes. - Alice começou a explicar. - Assim que nós passarmos pelo Portão Leste, a unidade de guardas, a unidade de monges e freiras e as Tropas de Apoio devem seguir ao sul de imediato. E se o terreno for favorável, preparem as tropas e coloque elas em formação. Como enfrentaremos os Cavaleiros Negros e os Pugilistas lá dentro, é provável que receberemos ataque em peso.
- E então, seis Cavaleiros da Integridade contando com nós três seremos a distração na ravina. Com a minha Liberação de Memória, eu posso absorver a vida e energia do inimigo se formos atacados por magias. - Eugeo falou, recordando-se do poder especial de sua arma e apontou para o final da ravina no mapa. - Nessa parte aqui, existe um matagal aonde poderemos fazer um posto avançado. De lá, iremos fazer um acampamento e planejar melhor um ataque em massa com a Assimilação Sanguínea da Eydis. Depois disso, quando tivermos a confirmação real de Vecta, Alice e eu cuidaremos disso sozinhos.
Bercouli e Fanatio se entreolharam e aprovaram a ideia deles.
- Você realmente se tornou um líder nato, Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - A mulher de maquiagem riu. - Espero que a vontade de Dakira lhe ajude nessa missão.
- Sim senhora. - O loiro acentiu em respeito a ela.
___ ___ ___ ___ ___)”
A mulher de maquiagem deu um último olhar para Bercouli e apenas suspirou, antes de olhar para o seu exército.
- Soldados! Defendermos essa posição com as nossas vidas. Todos de volta as suas posições! - Ela ordenou a todos eles, que acentiram e saíram daquela área.
Enquanto Eugeo, Alice, Eydis, Bercouli, Renly e Sheyta começavam a voar em velocidade baixa para dentro da ravina do Portão Leste, estava um silêncio bem calmo para um lugar cheio de morte e sangue.
- Olha, Alice... - Eydis chegou mais perto dela, sem que Kirimai se encostasse em Amayori para não se colidirem. - Me desculpa sobre mais cedo. Não queria ter falado assim daquele jeito.
- Não, está tudo bem. - A loira apenas sorriu, de uma maneira meio falsa por trás de uma grande preocupação.
- “Você tem que contar a verdade pro Eugeo, Alice.”
Todos os seis estavam ouvindo vozes e sussurros estranhos pela ravina escura lá a distância, e ao perceberem alguma coisa estranha no ar viram alguns excessos de magia negra derivada do Elemento Umbra no meio do ar.
- Mas o que é isso? - Eugeo olhava para os lados, olhando fixamente para ver se não era mesmo uma armadilha.
- Parece ser várias pessoas em conjunto realizando um cântico de magia. - Alice começou a ouvir com mais autenticidade, mas ao olhar lá no final da ravina com sua visão apurada, havia um pequeno pontinho de energia roxa brilhante. Os sentidos de todos eles apitaram com o Módulo Piety na testa deles na hora, só de perceberem o grande perigo na frente deles. - Mas que coisa é aquela?! Magia negra de Elemento Umbra?!
- O que aquelas bruxas estão fazendo?! - Bercouli olhava fixamente para a esfera roxa.
Após verem a esfera roxa disparar uma poderosa rajada de vermes, Eugeo ficou rapidamente focado em tentar usar o poder das suas rosas.
- Eugeo, não faça isso! - Bercouli o avisou, enquanto voavam em alta velocidade.
- Mas eu posso absorver aquilo com as minhas rosas, Comandante! - O loiro insistiu, enquanto desviava dos vermes.
- Aquela coisa foi feita com energia anti-encarnações. Se você usar a sua Arte do Controle Total de Armas, aquilo vai ser atraído pra você!
- Caralho... O que vamos fazer? - O loiro guardou sua espada na bainha, tentando desviar dos vermes. Mas na hora em que viu Alice descendo para mais baixo da ravina, ele viu Eydis perseguindo ela. Ele percebeu que a acinzentada estava indo tentar salvá-la de uma manobra arriscada. - ALICE! NÃO FAZ ISSO!
- Eu cuido disso! - Alice apenas ignorou as ordens de Eugeo e Eydis, enquanto preparava sua encarnação para ver se matava aqueles vermes. Mas quando ela estava voltando na direção contrária, ela viu um pequeno ponto azul voando em alta velocidade. - Mas o quê... Eldrie?!
Eydis notou o lilás dando um rasante naquela rajada separada em duas, notando que ele conseguiu atrair a atenção dos vermes de Worm Shape.
- Serpente divina dos tempos antigos! Se você tem todo o seu poder para matar os meus inimigos, libere tudo o que tiver para matar aqueles vermes! Faça isso pela Cavaleira do Abismo. - Ele recitou o seu cântico enquanto ele e Takiguri passavam por um grande círculo roxo e branco de energia. - Me sigam, seus vermes!
- NÃO FAÇA ISSO, ELDRIE! - Alice gritou enquanto se aproximava dele.
- SEU IDIOTA! NÃO FAZ ISSO! - A acinzentada gritava enquanto ele apenas deu um sorriso um pouco convencido e começou a subir para mais acima da altura das Montanhas do Fim.
- Enhance Armamento! - Eldrie estalou seu Chicote da Escama de Gelo, fazendo uma das suas cobras brancas irem para cima do feitiço anti-Cavaleiro da Integridade. Mas a outra rajada ainda não estava fora da cola de Alice e Eydis. - Liberação de Memória! - Dessa vez, dezenas de cobras começaram a atacar a encarnação fazendo o lilás conseguir chamar a atenção dos vermes.
- Ele conseguiu. - Bercouli olhou para o alto, aonde viu Eldrie sendo unicamente perseguido pelos vermes. - Ele vai perder a arma dele.
- Ele vai é perder a vida. - Sheyta o corrigiu, fazendo o azulado engolir em seco.
- Ótimo... A Eydis e Renly estão a salvo. - Para ter a chance de que os outros ficassem a salvo, Eldrie teria que usar todo o seu poder pra impedir o feitiço. - O coração de milhares de serpentes está dentro de mim, como uma única serpente da morte. O veneno delas não traz dor e agonia, e sim a calma e paz. Como um meio termo, me deem todo o poder de vocês pra salvar aquela Cavaleira do Abismo. Então eu rezo... Release Recollection! Veneno das Mil Serpentes!
Sua Release Recollection foi ativada, fazendo agora todos os vermes na ravina serem chamados a atenção enquanto as suas milhares de cobras atacavam o feitiço. Mas só que ao mesmo tempo, elas também estavam corroendo as suas serpentes e Eldrie não podia ficar parado ou seria atingido pelo feitiço. Ele e Takiguri fizeram várias acrobacias pelo ar na tentativa de escapar dos vermes. Mas não bastou muito tempo, até que o lilás fosse finialmente atingido com os vermes começando a mastigar a sua carne com brutalidade.
- AAAAAAHHH!!! - Eldrie agonizava de dor ao sentir a sua vitalidade diminuindo aos poucos, e já estava chegando ao zero. Com sua vida praticamente zerada, ele estava quase desistindo de se segurar na garupa do seu dragão. Mas ele se lembrou... Se lembrou do porquê de estar fazendo aquilo. Colocando o restante de suas forças na sua Release Recollection, ele ainda avançava bravamente. - NÃO POSSO DESISTIR! TENHO QUE CONTINUAR ATÉ O FIM!
- ELDRIE! - O lilás ouviu a voz de Eugeo ao seu lado, e o loiro pulou do seu dragão para ajudar o lilás. Ele segurou o corpo dele, enquanto evitava ser tocado pelos vermes. - Se segura em mim! Liberação de Memória! Desabrochar, Rosa Azul!
Com a sua segunda encarnação ativada, Eugeo atirou ela para cima dos vermes que absorviam o poder da arma do lilás, e o corpo todo mastigado dele. Embolando o seu corpo e o de Eldrie com as suas raízes em uma esfera de gelo, o poder da espada do loiro estava sendo usado no intuito de ajudar a converter toda aquela magia anti-encarnação em energia luminosa pra curar o corpo do lilás, enquanto ao mesmo tempo era mastigado. Afinal, a sua Liberação de Memória não era como a dos outros.
- Eydis...
- EUGEO! ELDRIE! - Ao verem uma grande explosão no meio do ar, Alice começou a voar toda desesperada para cima, vendo Eugeo e Eldrie caindo no ar em queda livre. Eugeo estava tentando se equilibrar enquanto procurava pelo seu dragão, mas estava longe. Já Eldrie, era o que estava mais próximos do chão. Felizmente, Eydis e Renly foram mais rápidos e conseguiram pegar o lilás, enquanto Eugeo foi pego pelas mãos de Alice.
Quando todos os dragões se juntaram no chão, Eydis e Renly estavam juntos do corpo ferido do lilás. Se não fosse por Eugeo e sua arma divina, as coisas seriam bem piores.
- Eldrie, acorda logo, por favor! - Renly pedia a ele. - Por quê você salvou a gente?!
- Qual foi, seu cara de cavalo! Acorda agora! - A acinzentada chacoalhava o seu corpo para ver se ele acordava. O corpo do lilás estava todo ensanguentado, mas ainda apenas um resquício de vida. Era o suficiente para continuar vivo, mesmo que ainda estivesse a beira da morte. - Ninguém precisava de você aqui, seu idiota! Por quê você fez isso?! Queria tanto proteger a Alice até o final sem nem mesmo se preocupar consigo próprio?! Por quê você... Arriscou a sua vida pra proteger a gente, seu idiota?!
A Cavaleira do Abismo ainda não continuava tendo nenhuma resposta do lilás ainda.
- Acorda, Eldrie! - Alice lamentava ao ver o seu aluno inconsciente, enquanto era segurado por Eydis. - Você é muito importante pra gente. Você precisa abrir os seus olhos!
Enquanto Eydis e Renly lamentavam pela tentativa suicida do amigo, algo dentro de Alice despertou com fúria em seu coração. Ela se desgrudou de seu ex-aluno e passou pelo seu namorado.
- Eu vou matar aquelas bruxas. - Ela falou com ódio, enquanto algumas lágrimas saiam. Ela subiu na garupa de Amayori e ordenou com que Takiguri a obedecesse. Eles voaram até o final da ravina, aonde aquelas bruxas estavam. - Enhance Armamento.
Com suas flores de Osmanthus vindo da Oliva Perfumada, Alice começou a perfurar e matar cada uma daquelas mulheres lá em baixo com um ódio sem igual. Eugeo, Bercouli e Sheyta olhavam para aquilo e se surpreenderam como Alice fazia aquilo com sua espada e os irmãos dragões.
- Alice... - Eugeo não conseguia falar mais nada além disso. A bela cavaleira ordenava os dragões que vaporizassem as bruxas com o fogo e as rajadas de plasma. - ALICE!
- MEU NOME É ALICE SCHUBERG! CAVALEIRA DA INTEGRIDADE ALICE SYNTHESIS TRINTA! SOU A SACERDOTISA DA LUZ, ENCARREGADA DO TRABALHO DAS QUATRO DEUSAS PRA JOGAR TODA A MINHA AUTORIDADE DE ACABAR COM CADA UM DE VOCÊS! - A loira gritava com ódio para as portas do Território Negro, finalmente adentrando aquela paisagem vermelha e árida enquanto se lembrava de sua conversa com Eydis há algumas horas atrás.
- Alice... - Eydis sussurou ao olhar a sua melhor amiga na liderança, e se recordou de algumas horas atrás.
(___ ___ ___ ___ ___
- Que bicho mordeu ela? - Eldrie estranhou a acinzentada indo de volta para a área das tendas. Nessa hora, ela estava olhando para os soldados rasos das Tropas de Apoio começando a jantar, já que eles iriam junto com o grupo de Eugeo e Alice. Sem querer se distrair, Eydis finalmente chegou na tenda do casal e adentrou já sem pedir.
- Alice! - Eydis gritou enquanto olhava para a tenda, procurando pela loira mas só o que ela viu era um jantar no meio da mesa para ela e Eugeo, Kirito Synthesis Trinta e Três sentado na sua cadeira de rodas ali ao lado e mais nada. - Ué, só tem você aqui, Kirito? Cadê ela?
- Ah... Ah... - Kirito sussurrou falando palavras inteligíveis.
A acinzentada ouviu alguns grunhidos que vinham direto do banheiro, mas a porta estava fechada. Ao tentar ouvir o que tinha lá dentro através da porta, Eydis apenas ouviu Alice passando mal enquanto vomitava dentro do banheiro.
- "Alice..." - Eydis falava em seus pensamentos. - "O que você e Eugeo fizeram?"
Dentro do banheiro, Alice terminava de limpar sua boca depois de ter vomitado o seu jantar.
- Que estranho... Eu nem comi muito, e acabei expulsando tudo isso. - A bela loira olhava para o seu reflexo no espelho, querendo saber de verdade o que estava acontecendo com ela mesma. Ela pegou um analgésico que havia retirado da bolsa e engoliu um comprimido para ver se o efeito passava. - Será que isso é mesmo uma doença? Por quê eu me sinto assim com o corpo tão fraco? Não tô gostando disso.
Ao sair do banheiro, ela notou que Eydis estava bem ali em pé na frente dela com um olhar sério de preocupação. A loira até estranhou o que era.
- Eydis, o que você tá fazendo? - Alice perguntou, ainda estranhando a presença dela.
- Alice, há quanto tempo você tá passando mal assim? - A acinzentada dos olhos vermelhos nem perdeu tempo decidiu questionar a ela. - Você tá enjoada e vomitando já tem quanto tempo?
- Eu não sei direito, só faz alguns dias. - Alice respondeu, se lembrando da quantidade de vezes em que passou mal. E acha estranho, já que mesmo Eydis sendo a sua melhor amiga não era de perguntar essas esquisitices. - Mas por quê a pergunta assim de repente?
- Você por acaso se lembra qual foi a última vez que você menstruou?
- Oi?! É claro que eu me lembro, sua pervertida! - A loira corou ao responder. - A última vez que eu menstruei foi...
- Alice... - Eydis levou as palmas das suas mãos até a boca, ao faltar apenas uma última coisa para confirmar a sua suspeita. - Abre a sua Janela Stacia pra ver a sua vitalidade.
Alice estava estranhando o comportamento de Eydis. Por quê ela estava fazendo essas perguntas estranhas assim de repente? Sem querer questionar o porquê do pedido de Eydis, ela apenas fez um "S" com os dedos e abriu a sua Janela Stacia olhando para a sua vitalidade. Inicialmente, ela viu que não havia nada demais além da vida e o nome dela. Mas quando ela viu uma pequena numeração de vida no canto e um pequeno batimento fraco, ela arregalou os seus olhos e deu uma expandida na Janela para ver exatamente o que se tratava das perguntas esquisitas de Eydis, o seu enjôo pertubador, a sua expansão de apetite e os momentos em que ela havia feito amor com Eugeo.
- A minha menstruação tá atrasada há duas semanas... - Ela nem mesmo precisou contar mentalmente, que já estava bem na cara todas as provas. Só para ela se lembrar, seu período menstrual estava atrasado e ela havia errado ao contar os dias. Inevitavelmente, a loira tocou na parte de sua armadura onde estava a sua barriga e usou uma magia especial para sentir qualquer fonte de vida dentro dela. Foi quando ela ouviu dentro do seu ventre um pequeno e fraco batimento cardíaco. Isso fez com que um frio se passasse na sua espinha ao ouvir o som de um pequeno coração dentro dela. - Não, não pode ser isso. Por favor, tudo menos isso. Tudo menos isso, tudo menos isso!
- Alice, você tá gravi...
- NÃO FALA ISSO! - A loira esbravejou, gritando bem alto a ponto de falar como se estivesse se defendendo.
- Alice, por favor. Olha pra mim e fala a verdade, pelo amor de Stacia. - Eydis chegou mais perto dela, no intuito de querer saber se era mesmo verdade. - Você tá mesmo grávida, não tá?
- Eu não tô! - Ela começava a ficar com os seus olhos marejados, só apenas de descobrir o verdadeiro motivo do seu corpo estar tão estranho a fazia começar a se derramar em lágrimas. Havia um ser dentro dela. - Eu não tô grávida!
Eydis sabia que Alice era teimosa e orgulhosa demais para querer aceitar que estava errada, mas mesmo assim, não podia fazer muita coisa. No intuito de dar um apoio, ela apenas abraçou ela no intuito de transmitir um pouco de afeto, já que Eydis era como uma irmã mais velha para ela. Alice não falou nada, e apenas aceitou o abraço enquanto se derramava em lágrimas, junto com a verdade irrefutável.
- Você tem que contar a verdade pro Eugeo. - Eydis falou, enquanto dava um cafuné nos cabelos da loira.
- Eu não posso... - Ela apenas continuava chorando. - Se eu falar pra ele, não vamos conseguir seguir com o plano e a missão de ataque vai falhar.
- Mas que porra, Alice! Tem um bebê dentro de você, não entendeu?! Deixa desse seu egoísmo e orgulho! - Eydis esbravejou para Alice, sendo a primeira vez em que ela viu esse comportamento agressivo da acinzentada que era tão gentil e brincalhona. - Aquela magia que você usou combinada com a sua Liberação de Memória poderia até ter te matado e matado ele. Se tivesse usado uma Arte Esotérica ou então a sua Release Recollection, seria aínda pior! Não tá na hora de você achar o que é melhor pra você ou pra humanidade, e sim pela criança que tá dentro de você. Cavaleiras da Integridade são diferentes das mulheres normais, e você vai ficar de gestação por cinco meses ao invés de nove. Fala logo de uma vez a verdade pro Eugeo, Alice.
- Não conta pro Eugeo, por favor, Eydis. - Alice suplicava fortemente a ela, que não revelasse ao namorado. - Eu não quero que ele tenha mais um fardo pra carregar além de mim.
- Alice... Tá bom. Eu prometo, pela nossa amizade. Mas me promete que você só vai usar o aprimoramento da Arte do Controle Total de Armas.
___ ___ ___ ___ ___)
O forte medo ao descobrir que ela estava abrigando uma criança dentro dela era o que assombrava tanto. Afinal, suas memórias foram apagadas há anos e ela não tinha nenhum tipo de lembrança materna de sua mãe. O único jeito de Alice resistir a esse desespero era levar o seu ódio e descontar sua raiva em seus inimigos.
Naquele momento, Gabriel observava lá longe o resplendor amarelo da Sacerdotisa da Luz voando no meio do ar. Aquele poder, aquela bela aparência divina... Aquela alma... Era tão graciosa.
- Alice... Alicia, eu estou mais perto de te trazer de volta. - Agora ele deu um sorriso de lado ao ver a bela loira voando lá longe a bordo do dragão azulado. - “Preciso encontrar o Lightcube aonde o FluctLight dessa garota está e me degustar dele até ficar satisfeito. Aí quando eu pegar aquela garota e converter a alma dela, vou trazer você e o Eugeo de volta pra casa.” - Ele ajeitou sua garganta e ativou um feitiço na caveira de enfeite. - Tropa de Cavaleiros Negros e Pugilistas! Sigam os Cavaleiros da Integridade em direção ao sul.
- Parece então que está na hora de agir, bro.
Notes:
Pois é, a Alice tá grávida. Estranho, não é? Quando eu lancei esse capítulo há três anos atrás, eu pensei: "Mano, imagina se ela tivesse grávida durante a guerra e ela tivesse que encarar o Gabriel assim?" É agora que começa uma das partes-chave da minha War of Underworld alternativa que envolve tanto o Eugeo quanto a Alice: a maternidade.
Por ela não ter memórias de sua vida passada e nem mesmo do amor materno de sua mãe, ela não sabe reagir bem com esses novos instintos que ela tá sentindo e tipo, eu não sei pessoalmente como as mulheres reagem dessa forma quando descobre uma gravidez, então não esperem que a Alice não vai fazer coisas precipitadas e arriscadas, pois ela com certeza vai.
Até mais 🤙
Chapter 18: Capítulo XVIII - Mundo de Espadas e Sonhos: Bloodstorm Wrath
Summary:
A pedido de Asuna, Yui vai junto com Moonphase e Mei-Mei Xiang para cobrarem a Argo sobre o suposto passado de Eugeo no Sword Art Online. Em 2024, o tal Mensageiro das Rosas recebe a tarefa de encontrar um item lendário de rastreamento para a missão de extermínio da Caixão Sorridente, porém a portadora desse item não será fácil de ser convencida.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
15 de Outubro de 2022 - Tóquio, Japão
Liquidação do NerveGear para o lançamento do Sword Art Online...
Há quatro anos atrás, o mundo deu o seu primeiro passo para a expansão da tecnologia de imersão total. E para darem a população a oportunidade de aproveitar essa tecnologia, um belo mundo foi criado dentro de um gigantesco castelo flutuante, aonde em cada andar era uma terra diferente com climas diferentes.
Um certo adolescente aguardava em uma fila há dias esperando que a loja aonde os NerveGears estavam fosse aberta, e ao lado dele estava um homem loiro de franjas esperava junto com ele.
- Eu não imaginava que esse monte de pessoas iriam criar tanta aglomeração assim. - O loiro de franjas suspirou ao ver todos ali naquela fila. - Mas pelo que parece, esse jogo do Sword Art Online deve ser muito bom. Afinal, a tecnologia de imersão total está começando com ele.
- Por isso que vale a pena esperar. Pai, quando conseguirmos os dois NerveGear, vamos poder explorar aquele mundo juntos. - O loiro mais novo deu um sorriso de entusiasmo. - Vamos poder explorar todos os andares daquele castelo.
- Mas primeiro, temos que pegar os NerveGear e o jogo primeiro, Eugeo. - O mais velho riu, lembrando ele desse detalhe. - Temos que determinar o tempo de abertura da porta da loja, a quantidade de pessoas que vão entrar, as prateleiras com os dispositivos e por fim a velocidade que o balconista do caixa tem pra confirmar as compras.
- Com isso, a gente vai ter pouco tempo. - Eugeo ficou pensativo enquanto ouvia o plano de seu pai. - E nós não somos os primeiros da fila, então vamos ter que ser bem rápidos. Qual é o plano?
- Deixa comigo. - O loiro de franjas riu. - Enquanto as pessoas começam a correr pra dentro da loja, vamos pelo caminho mais rápido até a prateleira de NerveGear. Depois disso, você vai na frente quando eu barrar a passagem do corredor. Confia em mim? - O loiro mais velho perguntou, com um sorriso gentil.
- Sempre. - O mais novo sorriu e tocou o seu punho com o do pai, já iniciando a sua "missão" de comprar o jogo com o NerveGear.
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16 de Outubro de 2022 - Instituto Médico Kurisutaru Tsu, Jardim da Serenidade...
- É sério isso? Você foi mordido por uma garotinha? - Uma garota de cabelos curtos gargalhava do relato do loiro.
- Você tinha que ver quando abriram a loja. A menina já foi avançando pra cima de mim e um outro cara apareceu já em cima lá avançando no caixa, que nem o Erwin avançando com a Tropa de Exploração. - Eugeo explicou a ela, ainda rindo pensativo com a cena passada.
- Mas foi bem ruim o seu pai não ter conseguido comprar o outro NerveGear. - A garota dos cabelos curtos deu uma mordida no hambúrguer.
- É, mas quando chegarem as próximas expansões de NerveGear no mês que vem, a gente vai poder jogar junto. - O loiro olhou para a janela. - Eu prometi aos meus amigos que iria esperá-los pra jogar com eles, e você também faz parte deles.
- O gesto é muito bacana, mas acho que vai ser meio chato se eu ficar só nessa cama com intravenosa atrapalhando, Eugeo. - A mais nova falou em um tom meio sarcástico.
- Eu te comprei um lanche de verdade pra você comer escondida do médico, eu já estou arriscando a minha vida só pro médico não me esganar e ainda por cima você tá reclamando, Yuuki? - O loiro falou, em um olhar de "sério mesmo?" pra morena deitada naquela cama fria.
- Mas é claro, Eugeo! Comida de hospital faz qualquer idiota passar mais fome ainda. E faz meses que eu não como um burgão de verdade. - Yuuki riu enquanto comia o lanche em mãos.
O loiro riu do comportamento otimista dela. Yuuki Konno foi uma amiga que Eugeo conheceu antes da época de lançamento do SAO. Ela era doente com um diagnóstico terminal de AIDS, sua família inteira havia morrido e ela não conseguia sair do hospital. Sempre ficava presa em meio de soro e não tinha muito o que fazer naquele quarto além de simplesmente estudar, mas seu sorriso nunca diminuía.
Isso fez o loiro se identificar ela com a sua falecida mãe Alicia, que tinha uma doença rara quando era jovem e morreu depois de dar a luz a ele. Eugeo já se sentia feliz em ter seu pai Gabriel ao seu lado, afinal de contas a família é muito mais do que no sangue. E ele gostou muito de conhecer a menina naquele quarto de hospital.
Afinal, Yuuki e Alicia enxergavam tudo e todos ao redor delas com a maior animação e otimismo possível e gostava também de conhecer gente nova, pois assim nunca se sentiria sozinha.
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06 de Novembro de 2022 - O dia de abertura do Sword Art Online...
Os 10.000 jogadores do jogo recém-lançado Sword Art Online estavam agora se aventurando pelo mundo e aproveitando as maravilhas que o mundo virtual traziam. Apesar de algumas dificuldades, Eugeo acabou se adaptando bem rápido ao jogo.
Enquanto estava segurando uma espada, o loiro tentava atacar um monstro na sua frente. Enquanto era atacado por um lobo, ele ativou uma Sword Skill de cor verde com a sua arma. Dando um golpe de direita e mais dois de esquerda, Eugeo finalmente derrotou a criatura e fazendo ela sumir como um cristal.
- Que legal! - O loiro olhava para os cristais, enquanto notava os seus resultados da luta e experiência subindo na sua frente. Até agora, ele ainda estava no nível 1 pois ainda era o primeiro dia. - Se eu continuar assim, vou ser um jogador mais forte.
- Se quiser, eu posso te ajudar com isso. - Ele ouviu uma voz sorrateira atrás dele. - Você é bom, apesar de estar começando o jogo.
Quando Eugeo notou, se tratava de uma garota de cabelos cor de mel com uma capa e alguns bigodes de gato na bochecha. Ela sorria e dava um olhar bem afiado de observadora.
- Você é uma beta tester do jogo, não é? Posso ver pelos seus bigodes. - O loiro notou os detalhes do rosto dela.
- Uau, você fez a sua lição de casa. - Ela se aproximou dele e deu um assobio de impressionada. - O meu nome é Argo, a Rata. Sou uma Doadora de Informações dos beta testers. E você, quem é?
- Meu nome é Eugeo. Ainda sou um novato. - O loiro riu.
- Pelo seu sotaque e aparência, você não me parece ser japonês. - Argo notou só pelo olhar. - Você é gringo por acaso?
- Sim, eu sou americano. Eu sou um dos poucos usuários do servidor norte-americano do SAO. - O loiro sorriu meio envergonhado.
- Ah, você então é guerreiro, já que você deve é ter mofado numa fila só pra comprar um dos dez mil primeiros jogos estourando toda a sua paciência que sobrou. - A garota falou em um tom humorado.
- Pior que foi mesmo. - O loiro de cabelos ondulados riu. - Eu e o meu pai ficamos quase uma semana esperando na fila pra comprar e planejamos todos aqueles dias sobre como conseguir comprar os dois NerveGear. Mas quando o dono da loja abriu, foi tanta bagunça tipo na liquidação das Casas Bahia, que só conseguimos um.
Ela riu do comentário humorado que Eugeo falava, enquanto andavam por aquele campo cruzado.
- Eu gostei de você, Eugeo. Quer se juntar a mim e fazer um grupo de informantes comigo? - Ela o questionou, fazendo uma proposta. - Eu consegui chegar até os andares intermitentes, e assim eu posso ajudar você a se tornar expert nesse jogo.
- Acho que ia ser uma boa, mas só que eu vou ter que deixar isso pra depois. - O loiro recusou o convite. - Eu aínda quero experimentar esse mundo com o meu pai, por isso que tô esperando chegar às novas expansões do NerveGear.
- Eu entendo. Mas se pensar de ideia ou se precisar de alguma coisa, me adiciona no seu contato que a gente se encontra. - A garota dos olhos de mel riu, estendendo a mão pra ele que aceitou e apertou firmemente. - Mas enfim, deixa eu ir embora que daqui a pouco já tá começando a minha novela. Foi bom conhecer você, novato.
- Igualmente, Argo. - O loiro sorriu gentil enquanto ia andando.
- Mas ué... - As falas de Argo chamavam a atenção de Eugeo novamente. - Por quê isso aqui não tá funcionando?
- O que houve? - Ele a questionou, indo até ela. - Tem alguma coisa errada.
- O botão de logout. Eu não consigo achar ele. - A garota dos cabelos de mel reclamou. - Se for algum bug lá do pessoal de fora, vai é me fazer perder a minha novela!
- Mas o botão tá bem aqui. - Eugeo deslizou sua mão para baixo, para ativar o menu. Mas ao procurar o botão de logout para sair, ele não estava lá. - Mas o quê...
- Ferrou! A minha novela vai começar e eu tô presa aqui. - Argo choramingava.
- Mas... O que é isso aqui?
Ao serem levados de volta na Cidade do Gênese, lá no centro do 1º Andar, o grande criador do jogo Ahihiko Kayaba explicou a todos os jogadores a respeito do Sword Art Online, e os prendeu ali permanentemente como simples gados de fazenda. Eugeo ficou completamente sem chão ao descobrir que não podia mais voltar pro Mundo Real, se não zerasse esse jogo e limpasse o último andar. Nos primeiros dias, Eugeo ficou se sentindo deprimido mas teve que aguentar a dor pois jamais voltaria para o Mundo Real e reveria o seu pai, se não se fortalecesse nessa armadilha mortal e subisse até o último andar para matar o último chefão. Com o passar dos meses, poucos jogadores começaram a se fortalecer e iniciaram uma linha de frente contra os chefes dos andares.
Uma batalha pela sobrevivência de todos ali.
E Eugeo não ficou pra trás nisso, afinal ele conseguiu ficar entre alguns dos dez jogadores mais poderosos naquele jogo, quase se rivalizando com o Espadachim Negro Kirito, a Flash Relâmpago Asuna, a Ceifadora Púrpura Mito, o Comandante dos Cavaleiros do Pacto de Sangue Heathcliff e o Filho do Diabo PoH. Nesse meio tempo, passaram-se dois anos e durante a época de 2024, as linhas de frente estavam muito enfraquecidas por causa do fortalecimento dos Chefes de Andar e os ataques dos assassinos da Caixão Sorridente, liderados por XaXa, Johnny Black e o seu fundador PoH.
Asuna estava se irritando com isso, já que na época isso atrapalhava a missão dos jogadores de sair desse mundo e eles precisariam dar um jeito de acabar com a Caixão Sorridente de uma vez por todas, sendo com sangue em mãos ou não.
- Essa foi a terceira vez esse mês que aqueles caras da Caixão Sorridente tão atrapalhando a gente nas linhas de frente. - Kirito suspirou exausto enquanto se sentava em uma poltrona da sua casa no 50º Andar.
- Isso é verdade. A tática dos líderes deles mudaram muito ultimamente. - Asuna falou pensativa, enquanto se lembrou do ataque no 72º Andar. - Kirito-kun, o que você acha que tá acontecendo na guilda deles?
- É difícil dizer. - O moreno da longa capa negra deu de ombros, enquanto colocava a sua espada Elucidator no inventário. - Aqueles caras ficaram tão fascinados na gente desde o 67º Andar, que eles começaram a ficar mais doidos do que já são atacando o pessoal das linhas de frente.
- Até o meu pessoal lá da Furinkazan tá se arriscando com aqueles caras atacando a gente na estrada. - Klein falou enquanto tomava uma caneca de cerveja. - Não dá mais pra continuar assim.
- Isso é verdade. Se aqueles caras continuarem matando os jogadores, só vai piorar pra podermos sair desse mundo. - Agil falava enquanto limpava as suas ferramentas. - Sem contar que muitos já morreram pra a gente se libertar desse jogo. A metade deles foi por causa da Caixão Sorridente.
- Até hoje estamos procurando pelo esconderijo daquele bando de psicopata, e até agora não tivemos nenhuma confirmação. - Kirito suspirou enquanto pensava naquele bando de psicopatas que arriscavam a própria vida tentando matar os jogadores mais fortes, como ele e Asuna por exemplo. - Mas isso vai acabar. A Argo descobriu que tem uma DLC nova chegando no Sword Art Online, e o item lendário é um dispositivo de rastreamento que pode fazer com que a gente encontre a Caixão Sorridente e aí, vamos acabar com aquela guilda de uma vez por todas.
- Mas então por quê a Argo não mandou você fazer essa missão? - Lisbeth estranhou o que Kirito falou. - Já que você luta e anda como um hack ambulante, dava pra resolver isso mole.
- Eu não sou hack não, Lisbeth! - O moreno se encolheu um pouco. - É só experiência de jogo.
- Que a gente adora chamar de hack. - Klein sussurrou, fazendo o resto do pessoal rir deixando Kirito um pouco irritado, mas já estava acostumado como um Beater em receber piadinhas dos seus amigos como essa.
- Desculpa, Kirito-kun. Mas só que nisso a gente concorda. - A bela garota dos cabelos castanhos-ruivos riu dele. - Você sempre vence com o seu hack.
- Vocês não valem nada, gente. - O Espadachim Negro sussurrou em derrota. - E só pra vocês saberem, eu tentei convencer a Argo a me dar essa missão da DLC nova, mas só que ela mandou o Mensageiro das Rosas ir atrás do item raro. Pensei que ela iria mandar a Mito, mas ela mandou ele.
- Eu já ouvi falar desse Mensageiro das Rosas. - Sílica falou, enquanto dava carinho na sua pequena dragonete. - Ele é um membro da guilda secreta de informações da Argo-san e nunca fracassou nas missões dele.
- Ele faz parte das linhas de frente por ser um dos jogadores mais fortes, mas quando ele descobriu que o trabalho da Argo-chan fazia era tão importante ele não pôde recusar e começou a fazer parte do grupo dela, sendo um mensageiro. - Asuna explicou a eles, lembrando-se de um certo jogador loiro que usava roupas azuis em combate.
- Eu conheci ele uma vez, mas foi só em uma reunião com o pessoal das linhas de frente. - Kirito falou a eles. - Eu não acho uma boa ideia, mas se a Argo confia naquele cara então eu confio também.
Enquanto os seis conversavam, do outro lado da cidade chuvosa do 50º Andar um certo rapaz encapuzado andava pelas ruas de Algade vestindo um traje azul e uma armadura leve por baixo. Ele parou em um beco e olhou para os dois lados antes de finalmente entrar em uma porta secreta e adentrar um local secreto com alguns membros da Guilda de Informações.
- Pessoal, eu já voltei. - O loiro chamou por eles, que apareceram acompanhados pela líder do grupo.
- Eugeo, você conseguiu! - Argo falou impressionada, enquanto o cumprimentava. - Você é o melhor heroí mensageiro do SAO.
- Ah, que isso. Sou só um mensageiro comum. - Eugeo riu um pouco envergonhado. - Pra falar a verdade, os verdadeiros heróis do SAO são o Kirito e a Asuna-sama.
- Você também é um herói também, loirinho. Se não fosse por você, a gente nunca chegaria aonde estamos. - A garota dos cabelos de mel falou com um sorriso discreto como sempre. - Eu sei que você acabou de chegar agora, mas preciso de você pra uma missão muito especial.
- E que missão especial é essa? - Ele a perguntou, interessado do que se tratava. - Me explica direito.
- Acabou de chegar a última DLC do Sword Art Online, que consegui encontrar durante a época da Fase Beta. A saga de "Alice no Reino de Underworld." - A rata começou a explicar. - Essa foi a última DLC programada que eu consegui colocar na minha agenda antes de acabar a função de Beta Tester.
- Você quer que eu conclua uma DLC sozinho? - O loiro estranhou. - Não quer que eu vá com ninguém?
- Eu até acho, mas acho que não vai precisar de ajuda. Essa DLC não é lá bem dificil para enfrentar inimigos, eu espero. O verdadeiro motivo pra essa missão é por um item especial que pode rastrear qualquer pessoa, independente do local aonde esteja se escondendo. - Argo falou a ele.
- Se for pra procurar um aliado que esteja preso em algum local de perigo pode ser muito arriscado, mas com isso facilita muito as buscas. - Eugeo entendeu a facilidade do item.
- Esse até que poderia ser bem útil, mas não é bem o que esse item pode fazer. - Ela chamou a atenção dele, que estranhou o sentido que Argo queria mostrar.
- Ué, mas eu não entendi. - O loiro voltou atrás para questionar. - Esse item não serve para rastrear pessoas?
- Provavelmente, mas talvez esse item só dê para utilizá-lo uma única vez. E o uso dele não vai ser para rastrear pessoas em perigo. Será usado pra caçar e deter a guilda da Caixão Sorridente. - A resposta da Rata deixou o loiro completamente perplexo ao descobrir a verdadeira intenção do item.
- Isso é por causa das Linhas de Frente sendo barradas pelos ataques deles, não é? - Ele questionou a ela, já sabendo da resposta e ela acentiu. - Tá bom então. Eu aceito essa missão. Mas sabe aonde esse evento de DLC pode ocorrer?
- Eu pesquisei bem sobre esse evento, e como é um derivado dos livros de "Alice no País das Maravilhas", talvez ele deva acontecer lá nas montanhas do 43º Andar, em um local isolado. Eu não sei o que pode acontecer por lá, mas seja o que for não se arrisque e traga de volta o item com você por segurança. Você tem pelo menos três meses de prazo, já que lá vai ser a próxima preparação para explorarem a próxima sala do Chefão do Andar.
- Pode deixar. Amanhã eu vou pra lá procurar pelo evento. - Eugeo apenas deu um sorriso gentil. - E Argo, muito obrigado por lutar ao meu lado por esses dois anos.
- Não, eu que agradeço. Se não fosse por você, que a gente seria a maior e mais grandiosa guilda de informações do SAO. - A garota dos cabelos de mel o cumprimento com o punho direito, que fez o loiro fazer o mesmo. - Afinal, você é o Mensageiro das Rosas e tá entre os jogadores mais poderosos do Sword Art Online. Sem contar que você é um grande amigo meu.
O loiro deu um sorriso meio envergonhado e apenas decidiu ir logo para o seu quarto se preparar para a missão de amanhã. No dia seguinte, ele se despediu de Argo e seus companheiros, e se dirigindo para o andar relatado por Argo no intuito de finalizar a sua missão para ajudar o pessoal das linhas de frente. No 43º Andar era um local de aparência montanhosa e repleta de vida artificial de NPCs animais.
- Onde será que está esse tal evento? - Ele olhava para todos os lados na procura de algo.
- Com licença, moço. - O loiro ouviu uma voz feminina bem melodiosa atrás dele. Ao se virar, estava uma bela garota de longos cabelos loiros presos em uma trança e uma tiara branca. Seus olhos azuis brilhavam como a cor do céu, ela vestia um longo vestido branco e azul bonito sem alças, deixando ele completamente perplexo ao ver a beleza sem limites daquela garota, que praticamente simbolizava um tipo de esperança encarnada em ser humano. Só de perceber a aparência dela, não era uma garota asiática como já estava acostumado a ver. Além de quê nunca havia conhecido uma garota tão linda assim em sua vida. Ela era mesmo uma jogadora? - Ei, você está bem? Por quê você tá babando tanto?
- Eu tô babando? - O loiro se envergonhou, limpando a baba em sua boca. - Me desculpa, é que não esperava que havia uma jogadora tão bonita assim por aqui nesse andar.
- M-Muito obrigada... - A loira falou, um pouco envergonhada. - Qual é o seu nome?
- O meu nome...? Meu nome é Eugeo. E eu sou o Mensageiro das Rosas. Eu vim aqui procurar por um evento que me contaram, aonde existe um item especial que pode fazer com que os meus amigos... - Quando ele ia terminar de falar, a bela loira já deu um olhar mais sério e irritado para ele.
- Ah, então você é o primeiro que veio aqui pra pegar aquele item, é? - A garota falou em um tom mais agressivo para Eugeo.
- Espera, você também quer ele? - O loiro não conseguiu perceber, mas agora se deu conta de uma coisa que estava bem em sua frente. Essa garota aí não tinha nenhuma vitalidade a mostra! Ela não era uma jogadora, mas mesmo assim ela conseguia interagir e falar com Eugeo tão bem.
- Você não vai conseguir colocar suas mãos imundas ele, humano. - Ela estendeu a sua mão para ele e começou a recitar algumas palavras. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo. Vendaval da Águia! Burst Elemento!
O rapaz foi rapidamente jogado para longe com uma poderosa rajada de vento, enquanto a garota materializou um item em suas mãos. Era uma bela bússola tecnológica, que detalhava todos os jogadores do SAO em apenas um único toque. Ao terminar de olhar, a loira fez o item sumir com as mãos.
- Eu realmente não esperava que esse garoto fosse tão idiota. Se ele acha que eu vou dar o item raro pra ele, que ele lute pra conseguir isso. - A garota se virou para o lado e começou a andar no lado inverso.
- Espera... - A voz do loiro a chamou e começou a andar aos poucos em direção a ela, um pouco machucado com uns hematomas digitais de marca vermelha e com mais ou menos uns 7% de vida diminuída. - É você, não é? Você que tem o item especial? E o que foi isso que você tacou em mim? Foi magia?!
- É isso aí. - A bela loira respondeu a ele em um tom quase indiferente. - Mas eu não vou dar ele pra uma pessoa gananciosa como você.
- Gananciosa? Mas eu nem tenho ganância, só vim aqui porquê os meus companheiros lá nas Linhas de Frente precisam da minha ajuda pra saírem desse mundo. - Eugeo tentou explicar a ela, mas ainda estava com dúvidas sobre ela. - E quem é você? Por quê você fala comigo com tanta fluidez, se não tem uma barra de vida?
- Eu não tenho o porquê de te explicar. - Ela falou, meio brusca com ele. Já o jogador, apenas suspirou em derrota e colocou a sua espada no inventário. - Espera, o que tá fazendo? Por quê você ocultou a sua lâmina?
- Eu preciso do item pra ajudar os meus amigos, e pra isso eu preciso fazer com que veja que não sou uma má pessoa. - Ele levantou as suas mãos com um gesto de rendição. - Vamos começar de novo. O meu nome é Eugeo, e sou o Mensageiro das Rosas. Pode me dizer qual é o seu nome?
A loira estava estática ao ver a tentativa dele de se aproximar dela. Com certeza se tratava de alguma técnica para enganá-la e aí, roubar o seu tesouro raro. Mas mesmo assim, não iria tratá-lo com falta de respeito pois afinal ele levou uma rajada de vento dela.
- Meu nome é Alice, e sou a Sacerdotisa da Luz. - Ela finalmente se apresentou a ele, falando com um tom um pouco orgulhoso.
- Você mora por aqui? - Ele perguntou no intuito de tentar diminuir a inimizade entre eles.
- Em um bosque um pouco abaixo dessas montanhas. - Ela respondeu em um tom ríspido.
- Legal, eu posso ir com você então?
- Como é que é?!
- Eu preciso daquele item em pelo menos três meses, e já percebi que você não gosta de mim e nem de ninguém. Eu sou o único humano que você acabou de conhecer e provavelmente quer que eu seja o último. - Eugeo explicou a Alice com mais clareza na palavra dele. - Se eu for com você como seu refém, ninguém vai descobrir que eu estou contigo e assim, você vai estar segura durante o evento. Depois disso, eu vou embora e você ficará segura.
- “Ele só pode ser idiota, deve ser isso. Mas por algum acaso, ele também tem uma certa razão. Se eu conseguir mantê-lo aqui até o evento acabar, ninguém vai descobrir aonde eu moro e ficarei segura.” - Alice terminou de pensar e finalmente chegou a uma conclusão. - Muito bem, eu deixarei que você venha comigo. Mas nem ouse chamar mais ninguém para cá. Está me ouvindo?
- Ouvi bem, senhora sacerdotisa. - O loiro sorriu com os olhos fechados, apenas recebendo um olhar de desprezo da garota em sua frente. Em seguida, ela o levou a um lugar seguro longe dos outros jogadores, no seu bosque secreto.
- Então... Eu sei que isso pode até ser um evento, mas pelo menos eu posso conversar com você um pouco? - Ele quebrou o silêncio pertubador entre eles.
- Cala a boca e continua andando. - A loira apenas falou enquanto andava na frente. - Você é o meu refém por esses três meses, e independente do que você fizer, eu não vou te dar esse item.
- Então está bem. - Eugeo sorriu para ela enquanto caminhavam. - Eu vou adorar fazer companhia pra você.
Com o passar dos dias, o loiro a ajudava com as tarefas domésticas no local aonde Alice morava. Ali naquele local, ela vivia solitária e quase sem ninguém. Apenas estavam alguns animais NPCs por ali, então aquele bosque não chegava a ser tão solitário. Mas mesmo assim, com o passar do tempo Eugeo conseguiu conquistar a confiança de Alice e nesse meio tempo se tornaram amigos... E algo a mais durante esses meses.
- Então, Mensageiro das Rosas... - A bela loira falava, enquanto enchia uma xícara de chá com o bule. - Tem algo que eu quero te perguntar.
- Claro, pode perguntar o que quiser, Alice.
- Lá, do outro lado... No mundo de vocês humanos, também existe um mundo bonito e vasto como esse? - Ela o perguntou.
- Bom, lá é um mundo bem vasto. E tem muitas coisas que eu nunca vi, mas não é lá tão bonito. Tem muitas coisas ruins e pessoas ruins, mas ao mesmo tempo existem pessoas boas e lugares aonde esse mundo e o mundo real são de fato uma coisa única. - Ele falou, enquanto se recordava das coisas que o seu mundo era enxergado. - Mas um dia eu entendi que o mundo não é da maneira de como as pessoas enxergam, e sim da maneira de como você enxerga. Enquanto esses dois mundos durarem e existirem pessoas boas preenchendo o amor e a amizade, a bela face dos dois mundos podem coexistir.
Alice ficou fascinada com o relato do rapaz de cabelos loiros com tom de linho. Essa era a primeira vez que ela interagiu com ele de forma mais longa, e mesmo sendo parte do Sword Art Online, ainda não entendia o porquê de ter a capacidade de dialogar com um jogador com a melhor fluência.
- Eu não sei o que sou, e não sei qual é o meu propósito aqui nesse mundo. Provavelmente eu seja mais do que apenas um NPC de eventos, mas sinto que preciso fazer alguma coisa. - A loira começou a falar, enquanto dava uma pausa para bebericar a xícara com o líquido quente. - Já se passou mais de dois meses, e você poderia ter ido embora na hora em que quisesse, mas ainda está aqui comigo. Por quê você nunca foi embora?
- Porquê eu acho que... Eu acabei descobrindo uma coisa que não encontrei no Mundo Real. - Eugeo ficou com o rosto ruborizado e terminou o seu chá e deixou ele na mesa, enquanto olhava fixamente para os olhos celestes da beldade em sua frente. - Eu descobri que eu vim fazer muito mais do que ajudar meus companheiros. Posso ter vindo aqui pra conseguir aquele item, mas talvez eu tenha encontrado um outro objetivo na minha vida.
- Que objetivo é esse de querer abandonar o seu objetivo de ir embora desse mundo?
- O objetivo de te proteger, senhora Sacerdotisa. - Ele falou, um pouco envergonhado mas com um olhar sério e determinado mesmo pela timidez. Isso fez com que a loira se surpreendesse com o ato dele. - Eu não sei como isso aconteceu, mas desde que comecei a ficar aqui com você, comecei a nutrir sentimentos que nunca tive lá do lado de fora, por você. O que me faz querer ficar pra te proteger é um dos motivos pelo qual eu sou apaixonado por você.
Essa declaração de amor fez ela se surpreender pelo fato de nunca acreditar que teria alguém nutrindo sentimentos por ela, uma inteligência artificial extremamente valiosa que não se encaixava em nenhum lugar.
- Isso tá errado. Você é um humano do Mundo Real, e eu sou uma IA desse mundo aqui. - Ela desviou o olhar, enquanto se virou pra olhar para o campo do lado de fora da casa. - Está mentindo. Você não pode nutrir sentimentos por mim, pois eu não sou como você.
- Então por quê você tá desviando o olhar? - Isso fez Alice se estremesser, o que não passou despercebido por ele. Com uma voz mansa e calma, o loiro de traje azul falou. - Deixa eu te olhar.
- Não, eu não irei fazer isso. - Ela respondeu em um tom ríspido, sem deixar de desviar sua visão.
- Por quê não? - Ele a questionou.
- Eu não posso. Simplesmente isso.
O loiro se levantou para ir vê-la, e se surpreendeu que os olhos daquela bela garota estavam cheios de lágrimas, que caíam mas nunca chegavam no chão, já que elas começavam a sumir em meio de poucos centímetros de seu peito.
- Eu não posso te amar. - Ela não conseguia esconder, mas o mesmo sentimento que ele desenvolveu pela sacerdotisa era mutuamente correspondido e ao mesmo tempo, tão doloroso. - Existem pessoas lá fora que estão te esperando. Acha mesmo o que você sente por mim pode ser o que você realmente quer?
- Se for pra eu te proteger, eu realmente quero muito. - Eugeo ativou o seu inventário, aonde estava o tal item lendário de rastreamento. - Na primeira noite que eu comecei a morar junto com você, eu notei o que o item tava no meu inventário. Se você não queria me dar, por quê me deu o item? Sabia que com aquele item eu poderia ter ido embora, mas me entregou.
- No começo eu achei que você fosse logo embora, pra eu poder viver em paz. Mas eu nunca entendi o motivo real de você querer ficar. Então o meu interesse sobre você cresceu e eu queria saber... Como era viver com um humano do mundo real. Só o que eu não esperava era que fosse me apaixonar por um. - Ela olhou para as iris verdes dos olhos do loiro. - E por quê você não foi embora?
- Eu já lhe disse isso antes, Alice. Por causa que não havia motivos pra eu ir.
Ambos os adolescentes se entreolhavam enquanto se aproximavam aos poucos os seus rostos, de forma tão tímida e pura até que no final ambos os lábios se encontraram em um beijo calmo e normal, mas cheio de sentimento, paixão e carinho por ambos. Alice acabou levando as suas mãos para o rosto de Eugeo, enquanto continuava com seus lábios encostados com os dele. Ambos se separaram do beijo, mas com suas testas carinhosamente encostadas uma na outra.
- Eu te amo e eu já fiz a minha escolha. O que você diz agora? - Mais uma vez, o loiro a perguntou.
- Eu também te amo. Não vejo um segundo sem você ao meu lado e quero passar o resto da minha vida com você. - Ela respondeu a ele, sentindo um forte batimento dentro de seu peito pulsar mais forte. Suas lágrimas que antes caíam invisíveis começaram a se desabar no chão, fazendo ela perceber o porquê disso. - Mesmo sendo impossível, eu quero tentar superar esse impossível. Eu quero ser uma humana que deseja amar e ser amada.
Com o passar dos dias, Eugeo e Alice finalmente conseguiram se casar no Sword Art Online. Mesmo que tivesse se iniciado como uma missão, algo entre eles se tornou completamente maior e indescritível. Ele jamais iria deixá-la. Nesses dois anos que o loiro passou dentro do Sword Art Online podem ter começado como um pesadelo sem fim, mas ao perceber que encontrou algo que poderia chamar de lar, ele agarrou firmemente isso. Teria a sua felicidade com Alice.
Um dia, o loiro foi em uma floresta ali perto para pegar lenha. E foi aí que no caminho, ele percebeu que havia alguma coisa errada. Ele conseguia ouvir passos, mas não estavam vindo do chão. Foi aí então, que ele ouviu uma lâmina chegando perto dele. Eugeo rapidamente pegou uma das madeiras da lenha e atacou a figura encapuzada que sorria com uma risada assassina, mas a figura cortou a lenha com a arma em mãos.
- Agora você tá ferrado até o talo, moleque! - O encapuzado ajustou sua postura e se distanciou um pouco de Eugeo.
- Mas que porra é essa? - O loiro tentou entender do que se tratava desse ataque bem repentino.
- Pode ter demorado, mas eu finalmente encontrei você, Mensageiro. - O homem alto com o poncho de couro riu enquanto andava em direção a ele. Ele estava armado com um cutelo de combate. - Fiquei pensando onde você estaria, e veio parar logo em um andar montanhoso.
- É você... - O loiro arregalou os olhos ao se tratar daquele assassino hispânico. O encapuzado tirou o seu capuz, mostrando seus longos cabelos castanhos cacheados, uma tatuagem no rosto, um piercing na sombrancelha e um sorriso maléfico bem a mostra. - Como descobriu aonde eu estava, PoH?
- Eu levei dois meses procurando por todos os andares a sua busca, quando alguém da guilda secreta de informações vazou o boato da última DLC. - PoH falava, enquanto olhava ao redor da floresta. - Mas tenho que concordar que aqui é mesmo um lugar muito bonito. Bonito o bastante pra ser o seu túmulo.
- “Ele não deve estar sozinho. O resto da guilda dele pode estar espalhado por aí. Não posso deixar eles chegarem perto da Alice.” - O loiro olhava em volta a procura dos outros PKs. Decidindo se preparar, ele trocou as roupas casuais dele pelo traje de combate que costumava usar em missões e dropou uma espada azul na cintura. - Todos esses anos, e eu sempre quis te perguntar uma coisa. Vocês PKs sentem mesmo prazer em matar gente aqui? Você não se arrepende de machucar tantas pessoas assim? A sua guilda matou mais de 2000 jogadores nesses anos e acha que essa matança vai livrar a gente desse mundo?
- Hã?! Por acaso você é idiota, garoto? Esse mundo é perfeito! Um mundo aonde você pode sentir medo de qualquer criatura e de assassinos, aonde você pode sentir dor e transmitir ela. Pra mim é o lugar perfeito pra eu poder matar todos os japoneses que eu encontrar. - PoH falava enquanto apoiava seu cutelo no ombro. Em um momento de distração do loiro, PoH aproveitou para dar um assobio alto. - Se até monstros como o Espadachim Negro e a Relâmpago sabem sobreviver nesse mundo, você também vai. É bom que você saiba lutar como eles.
Eugeo arregalou os olhos ao ver uma centena de jogadores com o painel vermelho sorrindo de forma psicótica se aproximando e cercando-o por todos os lados.
- Puta que pariu... Agora fudeu. - Ele olhava para os lados na tentativa de encontrar alguma solução para se defender, mas eram muitos. Mesmo sendo um jogador de alto nível, não dava pra saber mesmo se poderia derrotar tantos e para piorar, seus cristais de teleporte já expiraram após dois meses sem uso. Só com o hispânico na sua frente já iria ser o mais difícil, mas com todos juntos, essa chance de sobrevivência diminuía a cada segundo. Eugeo apenas suspirou e fechou os seus olhos em busca de algo para ter vantagem. Se ele usasse todas as suas Sword Skills para bloquear as defesas deles, daria pra tentar pegar Alice e fugir em direção a uma área segura, de preferência para o pessoal da Argo. Com um grito alto do loiro, ele estocou a sua lâmina brilhando em amarelo no chão e apenas gritou. - Sharp Earthquake!
O loiro ativou uma Sword Skill de terremoto para desequilibrar a terra sobre alguns deles e já ir pulando pra matar, sim, matar os que tivessem distraídos. Afinal, eram PKs, e não dava para sobreviver a eles se não fosse matando. Indo para o primeiro, Eugeo atacou com um golpe de direita de sua espada lendária Sapphire Saber, quebrando a defesa e acertando a cabeça do primeiro membro da Caixão, matando-o na hora fazendo ele sumir como vidro. Em seguida, atacou o próximo com o seu Ataque Vorpal e acertando a cintura de mais dois.
PoH aproveitou que Eugeo estava distraído com os seus capangas, que pulou em cima do loiro e começou a combatê-lo.
- Se você consegue matar tantos assim, você é mesmo muito forte. - O hispânico sorria pra ele. - Você vai ser uma presa tão boa, Mensageiro das Rosas! - Fazendo o loiro ser jogado para trás, ele ativou alguma habilidade especial fazendo que todo o seu corpo começasse a surgir sombras e uma aura de sorriso ao redor dele. - Assassin Fatality!
Ao primeiro ataque, ele acertou a Sapphire Saber de Eugeo mas jogou o loiro para trás com o choque do ataque. Em seguida começou a atacar ele, dando alguns arranhões vermelhos em seu corpo.
- Droga... - Eugeo tentava se desviar dos ataques de PoH, como também dos outros membros da Caixão Sorridente. Eram mais de 100 deles, nunca iria conseguir derrotar todos eles sozinho. Na hora em que um membro aleatório iria atacar, ele foi acertado por uma poderosa estaca de metal e morto no mesmo instante, tendo o corpo fincado em uma árvore. - Mas o quê?!
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Metálico. Estaca de Cobalto. - Alice gritou enquanto criava uma espécie de feitiço com a grande lança de metal em suas mãos. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Elétrico. Gerar Elemento Térmico. - Os poderes daquela bela loira começaram a reagir naquela lança de raios, formando uma enorme quantidade de calor proporcionado pelos raios e a chama térmica daquela magia. - Forma de Lança: Descarga de Trovão! Burst Elemento!!!
Combinando os dois elementos, um poderoso relâmpago solar se formou na lança de Alice e ao arremessar, matou dezenas daqueles assassinos sendo arremessados no ar com os corpos todos queimados com o choque de alta voltagem.
(N/A: É um dos feitiços que ela usa em Alicization Rising Steel/Unleash Blading)
Em uma certa distância, dois membros da Caixão Sorridente olhavam estupefatos ao ver magia sendo usada pela primeira vez no Sword Art Online, nas mãos de uma bela garota feiticeira.
- Quem diabos é essa garota?! - Johnny Black questionou irritado para o seu parceiro com máscara, ao desviar do ataque da Sacerdotisa da Luz.
- Seja lá quem for, ela não é uma garota qualquer. Fica esperto, Johnny. - XaXa falou para ele, enquanto continuava com sua estoc em mãos observando a luta.
- Alice? - Eugeo se surpreendeu que a sua amada apareceu para salvá-lo de um ataque que iria levá-lo a morte certa. - O que você tá fazendo aqui?! Vai embora! Aqui não é seguro!
- Cala a boca! Você estava se arriscando tentando lutar sozinho e ainda por cima me deixa preocupada por demorar tanto?! - Alice esbravejou para ele.
- Eles me querem, Alice. Não pode ficar aqui ou eles vão machucar você!
- Ei, Eugeo. Não se esqueceu da promessa que você me fez? - Ela o fez parar de falar, enquanto curava um pouco de seus ferimentos. - Você disse que mesmo que levasse o tempo que custasse, ajudaria os seus companheiros e ficaria comigo. Não precisa fazer isso sozinho. Quanto tempo você leva pra mandar o item lendário?
- Alice... - Ele realmente não queria que ela se arriscasse, mas se ela não fizesse ele não teria nem mesmo a chance de lutar sem ela. E ao lado dela, ele ficaria e lutaria até o final. - Levam cinco minutos.
- Eu vou ganhar esse tempo pra você mandar o item para os seus amigos. - Ela criou mais uma Estaca de Cobalto e juntou com a sua magia de raios. - FAÇA AGORA!
Ela correu para cima daqueles PKs com um olhar sem medo, acertando o primeiro e queimando-o na hora. Vendo que Alice estava chamando a atenção daqueles PKs, Eugeo não desperdiçou a chance que a loira havia dado a ele e rapidamente pegou o item no seu inventário e começou a enviar como mensagem para a Argo, junto com um recado de voz.
"Esse item levará aproximadamente 5 minutos para que o envio seja bem sucedido, incluindo com a Mensagem de Voz. Aceita enviar os 2 itens para Argo?"
Sim - Não
Com esse envio, provavelmente ele nunca mais reveria seus amigos e também não poderia voltar para o Mundo Real para ver o seu pai, e seus amigos distantes como a Yuuki, Moonphase e Mei Mei. Mas se isso contribuísse para que um dia os jogadores do SAO pudessem sobreviver até completarem o último andar e saírem desse mundo, valeria a pena.
- Argo... - Eugeo apertou o botão "sim", enquanto iniciava a mensagem de voz. Em seguida, ativou a Habilidade Única de seu banco de dados na sua Sapphire Saber, materializando uma cópia da sua espada na mão esquerda, como uma Empunhadura Dupla. - Eu consegui encontrar o item lendário de rastreamento, mas mesmo assim a Caixão Sorridente me encontrou. Nesse momento, eu estou lutando contra eles e não tenho nenhum item de teleporte pra usar. - Ele começou a correr em direção dos PKs, retornando ao combate junto de sua amada pulando para o alto e acertando dois membros da Caixão ao mesmo tempo. Em seguida, ele deu um chute forte no próximo capanga, e cortou ele ao meio. - Na verdade, eu nem mesmo tenho intenção de fugir. Obrigado por tudo, Argo. Você foi uma grande amiga nesses últimos dois anos. Acabei descobrindo uma coisa que não encontrei no Mundo Real, e quero que você me faça um favor. Ajude as Linhas de Frente a darem um futuro merecido a todos e a liberdade desse mundo. Conto com todos vocês. Adeus, Argo.
Dando o fim da mensagem de voz, o loiro continuava a atacar os assassinos em sua frente com todas as forças que lhe restava.
- MATEM ELE!
- Ei, bro. Que habilidade é essa? - PoH olhava com um certo temor para Eugeo, que começava a matar todos aqueles assassinos sem hesitar. Decidindo acabar com isso, ele correu em direção ao loiro e se chocou contra ele. - Essa aí é a sua Habilidade Única, não é?
- Isso mesmo. - Eugeo tentava segurar seu lado contra o Filho do Diabo em sua frente. Não se admirava do hispânico estar entre os jogadores mais poderosos do jogo. - Com a minha Habilidade Única, se eu matar um jogador, as minhas espadas se alimentarão do poder deles e me dando a oportunidade de usar uma Sword Skill proibida, que nem mesmo os Beaters conhecem! Ela ainda não está completa, mas deve ser forte o bastante pra matar vocês!
Conseguindo fazer o hispânico dar um passo para trás, Eugeo aproveitou a chance e cortou o braço esquerdo dele e o chutou para longe, se livrando da distração.
- Eugeo... - Ao chamar pelo seu amado, Alice sentiu uma fisgada no peito e ao olhar, foi acertada por um dos PKs.
- ALICE!!! - O loiro olhou para ela sendo atacada pelos PKs e entrou em ódio. Ele foi correndo até ela e continuou a atacar com as Sapphire Sabers, que agora começaram a se transformar em duas espadas puramente cristalizadas em vermelho como o sangue das suas vítimas. - Vocês vão pagar por isso, seus desgraçados! BLOODSTORM WRATH!!!
Ativando a sua Sword Skill mais poderosa, ele gritou e atacou dezenas daqueles membros da Caixão Sorridente com uma grande fúria. No primeiro atingido, o loiro atacou na panturrilha direita com a espada esquerda e a cabeça, com a espada direita. No segundo, ele chutou a cabeça do falecido antes que desaparecesse como vidro no próximo e arrancou os braços e pernas, com extrema violência.
- Esse moleque... Ele tem uma habilidade ainda mais poderosa do que a minha?! - PoH olhava para Eugeo lutando enquanto matava seus capangas. A Habilidade Única da Sapphire Saber dele era semelhante a da sua Mate-Chopper, porém com efeitos adicionais ainda mais fortes. Sem contar com a Sword Skill de Empunhadura Dupla. Ao completar pelo menos 50 ou 100 hits com a Bloodstorm Wrath, trinta membros daquele grupo de batedores da Caixão Sorridente estava morto, enquanto PoH e seus capangas fugiram com os cristais de teleporte. Antes de sumir, ele deu um sorriso de psicopata ao ver o loiro todo fincado com espadas presas nas costas, completamente encharcadas de veneno. - Quem diria que esse moleque... Seria ainda mais forte que o Espadachim Negro e a Relâmpago. - Dessa forma, o hispânico sumiu com seu cristal de teleporte e fugiu daquele bosque montanhoso.
Ao loiro ver a sua barra de vida, ela estava diminuindo aos poucos devido a um dardo de veneno daqueles caras da Caixão Sorridente e com as lâminas estocadas em suas costas. Ao sentir tanta dor daquelas espadas, não dava para arrancar ou fariam mais dor ainda e sua barra de vida diminuiria mais rápido. E Alice estava ali deitada com o ferimento no peito, grunhindo de dor.
"4:57... 4:58... 4:59... 5:00! - Mensagem enviada com sucesso."
Depois de longos cinco minutos, a mensagem de voz com o item raro já havia sido enviado para a Rata com sucesso e significando o sucesso da missão do loiro.
- Eugeo... - Ela sussurrou pra ele. - Tá doendo tanto.
- Alice... - Ele tentou tocá-la para poder chegar mais perto dela. Ambos queriam tanto falar tudo o que sentiam antes da morte deles, mas era inevitável. A quantidade de mana para a magia de Alice acabou e Eugeo não tinha mais itens de cura utilizáveis. - Não use todas as suas forças.
- Você também... Está machucado, não está?
- Parece que em breve eu não vou poder mais ter a chance de voltar pra casa. - Ele acariciou os cabelos loiros dela, no intuito de confortá-la e fazer ela ignorar a dor. Ela se surpreendeu quando começou a cair lágrimas nos olhos dele. - Eu sinto muito por não poder te proteger contra aqueles caras. Eu não queria que você se arriscasse por mim.
- Ei... - A loira sorriu e limpou uma lágrima na bochecha direita dele. - Não precisa se preocupar. Não foi culpa sua. E além disso, você já cumpriu com a sua missão. De uma certa forma, é uma coisa boa para os outros usuários desse mundo sobreviverem pela liberdade. Não vou me separar de você, porquê você é a minha liberdade, Eugeo. Afinal de contas, é dever de uma esposa proteger o seu marido. Não importa como nós dois vamos estar. Se estivermos separados novamente, eu sinto que de alguma forma, nós vamos nos encontrar de novo.
- Alice... - Ele se emocionou tanto ao ver a loira demonstrando seus sentimentos, mesmo não sendo completamente humana como ele. Mas compartilhavam a mesma emoção e o sentimento mútuo um pelo outro. E isso, já era o bastante para ele. Ele encostou seus lábios com os dela em um gesto de amor tão puro, movendo suas bocas em um movimento curto e calmo enquanto a vida de Eugeo diminuía a cada segundo. - “Pai, eu não consegui avançar por esse mundo e provavelmente eu não sei o que me espera depois que eu morrer aqui. Mas se algo acontecer comigo também lá no Mundo Real, não quero que fique triste com a minha falta. Graças ao destino, pude encontrar uma garota muito especial pra mim aqui e me apaixonei por ela. Depois desses dois anos eu pude finalmente entender que o SAO não é apenas uma prisão. É um lugar aonde todos podem ser livres e em paz, diferente do Mundo Real. Fique tranquilo, pois eu vou estar lá em cima no Céu com a mamãe protegendo-o. Adeus. Adeus a todos vocês.”
Enquanto compartilhavam seus últimos momentos, Eugeo finalmente acabou falecendo e seu corpo sumiu com o vidro virtual se quebrando em centenas de fragmentos brancos e azuis, enquanto Alice sumia em pequenos pontos de luzes amarelas, sumindo no ar e voando por todos os andares. Vários jogadores notaram vários fragmentos brancos e as partículas amarelas em todos os andares e podiam ouvir sussurros inteligeiveis, que nem mesmo podiam entender do que se tratavam.
Em uma caverna do 73º Andar, um certo Espadachim Negro andava em seu reconhecimento, na busca de tentar reunir mais informações sobre o Chefão do Andar. Enquanto andava com cautela em busca dos inimigos, ele ouviu um sussurro do casal com um pouco mais de nitidez.
- Salve eles, Kirito.
- Mas o quê... - Kirito olhou em volta de todo o corredor daquele andar, mas não havia nada ali. Apenas ele e uma grande aura de luzes no meio do céu. Isso fez o moreno estranhar uma coisa e sentiu um líquido descendo pelo seu rosto. - Mas que estranho. Por quê eu estou chorando? Por quê eu sinto que já vi isso?
Em outro andar, uma certa garota encapuzada com seus marcantes bigodes de gato anotava suas informações, organizando-as nos envelopes digitais. Mas enquanto ela fazia isso, do nada uma notificação se abriu na caixa de mensagens.
- O quê? - Ela viu o sininho aparecendo e estranhou com o que havia. Será que era Kirito e Asuna em busca de informações sobre o Chefão do Andar, provavelmente? Não, era bem longe disso. De tratava de uma mensagem privada. Mas viu quem era, e o item que estava compartilhado, a grande jogadora de informações começou a desabar em lágrimas. - Eugeo...
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Agora...
07 de Julho de 2026 - 00:49 da Madrugada
Salão dos Três Gumes, Gun Gale Online...
- E foi isso o que aconteceu quando eu o conheci. - Argo terminou de explicar para a pequena fada ao lado da garota ruiva e do rapaz dos longos cabelos verdes ouvindo atentamente a história do Mensageiro das Rosas.
- E o que aconteceu com ele depois de ter enviado o item importante? - Yui perguntou, tentando entender o lado de Argo.
- Eu nunca descobri o que houve. Ele só tinha mandado o item por mensagem privada, e junto dela só tinha um recado por voz enquanto ele tava lutando contra os caras da Caixão Sorridente. - Argo falou. - Ele disse: “Obrigado por tudo, Argo. Você foi uma grande amiga nesses últimos dois anos. Eu acabei descobrindo uma coisa que não encontrei no mundo real, e quero que me faça um favor. Ajude as Linhas de Frente a darem a todos eles a liberdade desse mundo. Conto com todos vocês.” Foi assim que o Eugeo conseguiu realizar uma missão que ajudou muito as linhas de frente pra deter a Caixão Sorridente de uma vez por todas. E como ele nunca falhou em uma missão, ele conseguiu fazer com que muita gente continuasse viva. - Argo terminou de explicar para a pequena fada e ambos os jogadores na sua frente. - Ele foi um grande amigo, e o melhor companheiro que poderia ter.
- O que você acha que deve ter se passado naqueles meses na DLC aonde ele estava? - Moonphase questionou a garota com os bigodes de gato no rosto.
- Ele falou que encontrou uma coisa que não tinha no mundo real. - Mei-Mei Xiang citou o que a Rata havia relatado. - O que você acha que deve ser?
- Eu não sei. Mas só sei que quando ele mandou e mensagem junto com o item lendário pra mim, foi só a certeza de que ele conseguiu encontrar a felicidade dele. Mesmo não conseguindo mais ver ele na minha lista de amigos, tenho certeza de que o Eugeo deve ter encontrado a paz que ele tanto desejava.
- Depois de quatro anos, a gente sempre quis saber o que aconteceu com ele lá dentro do SAO. A gente era amigo dele há tanto tempo, e agora com a gente sabendo disso... - Mei-Mei limpou uma pequena lágrima na sua bochecha. - Ele lutou como um herói pra salvar os Sobreviventes do SAO.
- Mesmo que a gente não possa mais ver ele, a gente agradece por ter contado a história dele pra gente.
- Argo, muito obrigado por contar a gente a história dele. - Moonphase agradeceu a ela.
- Não, eu que agradeço por ele ter amigos como vocês. - A garota de bigodes tocou as mãos rapaz de longos cabelos verdes e na garota dos cabelos vermelhos em um gesto casto e gentil. Após terminar de contarem tudo, eles se despediram dela e de Yui e saíram do bar andando.
O coreano e a chinesa andavam pela cidade chuvosa de Gun Gale Online, enquanto ficavam pensativos sobre o amigo deles. Moonphase notou que estava saindo uma lágrima solitária no canto esquerdo de sua amiga, e ela apenas a abraçou em uma tentativa de dar um alívio a ela.
Mei-Mei apenas aceitou o carinho do parceiro e o abraçou de volta, se derramando em lágrimas.
- Ele poderia ter ido embora daquele mundo cruel. - A chinesa começou a se descontar nas palavras que ela dizia. - Por quê aquele idiota não voltou?!
- Eu também queria saber. Mas só o que podemos fazer agora é poder seguir em frente com isso. - O esverdeado fez um cafuné nas madeixas avermelhadas do cabelo dela. - Tenho certeza de que ele vai estar com a gente.
Pelo que Yui pôde ver sobre o lado da Argo em relação a história de Eugeo, era bem óbvio que o relato que Kikouka, Higa e Rinko tinham sobre ele era completamente verdade. Eugeo era um humano do mundo real, que foi morto pelos PKs da Caixão Sorridente, conseguiu reencarnar em um mundo virtual e agora fazia parte da nova humanidade junto com Alice. Ambos renasceram através do Projeto Seed que Kayaba projetou ao reviver todos os mundos de VRMMORPG, e em Underworld eles haviam um lugar.
- Yui, eu sei que isso não é muito a ver comigo, mas por quê você quis vir me procurar sobre isso depois de dois anos? - A garota dos bigodes de gato a questionou curiosa. - Por quê você queria saber da história do Eugeo?
- Não haviam muitas coisas sobre ele no Livro do SAO. A minha mamãe me pediu pra investigar sobre o passado dele. Você percebeu que eu não falei muita coisa sobre o meu papai pro Moonphase e a Mei-Mei Xiang. Mas na verdade, é que o meu papai e o Eugeo estão conectados com o por quê dele estar sumido nesses últimos dias.
- Aquele Kirito metido a hack sempre se mete em cada uma. - Argo riu de lado, enquanto tomava um gole da caneca de cerveja. - Mas mesmo assim, eu sinto que você não me contou o que tá acontecendo por causa daqueles dois que você me trouxe. Não é mesmo?
Isso fez o pequeno coração de Yui acelerar mais rápido. Mas era lógico que a lendária rata das informações iria conseguir descobrir que algo estaria errado.
- Eu já esperava que você iria deduzir isso, mas peço por favor que você não fale nada disso pra ninguém, pelo menos não ainda. - A pequena fada explicou a ela da melhor forma que podia. - Provavelmente você vai achar isso um grande absurdo, mas o que estou dizendo agora é verdade. O Eugeo... Ele está vivo.
- O QUÊ?!
Notes:
Na época em que lancei esse capítulo, eu pensava em mostrar como seria se o Eugeo e a Alice tivessem um passado no Sword Art Online antes de Underworld e tudo aquilo. No jogo do Hollow Realization foi onde eles apareceram pela primeira vez no game, e já como Cavaleiros da Integridade, se aliaram ao Kirito e se tornaram amigos. Aqui, eu fiz como se eles fossem jogadores reais ou IAs especiais.
Seria bem legal ver uma profundidade na história envolvendo mais eles dois, mostrando tanto um passado deles no arco Alicization.
Até mais 🤙
Chapter 19: Capítulo XVIII - Emboscada no Matagal
Summary:
Os Cavaleiros da Integridade e o exercito humano adentram no Território Negro com o objetivo de escoltarem Eugeo, Alice e Kirito até o Altar do Fim do Mundo. Sheyta finalmente entra em ação, e Eugeo se surpreende com a tamanha truculência e sede de sangue que a Assassina Silenciosa tem, enquanto a Comandante-Líder Yuuki aparece para mais um ataque noturno.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Em Underworld...
07 de Novembro de 380 - 23:48 da Noite
Área Montanhosa do Leste das Montanhas do Fim - Lado do Território Negro...
Após ao ataque dos vermes de magia negra, Eldrie rapidamente foi levado pela Eydis para as Tropas de Apoio receber apoio médico enquanto ao mesmo tempo, Alice, Eugeo, Sheyta, Renly e Bercouli estavam observando os soldados indo em direção ao matagal ao sul, como planejado. Como eles já estavam em uma determinada distância do resto do Exército da Humanidade, não havia como levar o Cavaleiro da Serpente de volta. Então, Bercouli decidiu que Eldrie viesse junto com eles na missão de ataque, mesmo estando inconsciente e ferido.
- Eugeo, como está a sua vitalidade? - Alice perguntou a ele pela terceira vez. Mesmo tendo usado um feitiço de cura do Elemento Luminoso para fazê-lo se recuperar de alguns ferimentos, ainda se preocupava muito com ele.
- Eu estou bem, Alice. - Ele sorriu, tentando acalmá-la. - Minha Liberação de Memória me salvou junto com Eldrie, então eu não me machuquei tanto como achei que seria.
- Mas você poderia ter se ferido ou coisa pior. - Ela falou com ele, em um tom de repreensão mas com dor em suas palavras. - Por sua falta de cuidado, você perdeu dois pontos da Igreja comigo.
- Eu precisava salvar o Eldrie. Ele salvou a gente daqueles vermes, e se não fosse por isso talvez eu nem estaria aqui agora. - O loiro falou enquanto olhava em direção a caravana aonde o lilás estava. - Peço perdão por te deixar preocupada, não queria fazer isso.
- Só não me assusta de novo! - Ela bufou suas bochechas em um tom raivoso, enquanto beliscava a orelha direita do loiro, e fazendo-o dar um urro pequeno de dor.
- Ái! Tá bom, Alice. Me desculpa. - Eugeo se curvou pra ela, pedindo perdão a ela em um tom choroso.
- Hmph. - Ela o soltou, com suas bochechas ainda infladas de ar. - Você pensou rápido quando usou a sua Liberação de Memória pra absorver a vida e energia daqueles vermes. Usou o efeito secundário da Liberação de Memória, não é?
- Usei sim. A Cardinal me falou que esse poder é projetado contra qualquer magia que não seja de encarnações, por causa do dragão de gelo morto nas Montanhas do Fim. - Ele explicou a ela. - Assim, a Espada da Rosa Azul pode absorver e continuar ficando mais forte a cada uso dela enquanto a energia é absorvida, mas perde o poder quando é convertida em um combustível mágico. Foi assim que eu salvei o Eldrie.
- Então foi assim que você conseguiu fazer aqueles vermes explodirem, não é? - Eles ouviram a voz do Comandante ao lado deles.
- É, eu percebi que o feitiço anti-encarnação daquelas bruxas se tratava de um atrativo de magia encarnada. Daí então, eu ativei a Liberação de Memória da minha Rosa Azul e congelei ela na temperatura exata pra absorver o poder do feitiço. - Eugeo explicou ao Bercouli. - Assim como magia negra pode ser usada no Elemento Umbra, ela também pode ser convertida como uma grande quantidade de energia vital e mágica. Eu aprendi isso com a melhor, Comandante. - Eugeo deu um olhar sorridente pra Alice, que se ruborizou e desviou o olhar.
- Aquela manobra que você usou com a sua Liberação de Memória foi arriscada, mas por outro lado, se não fosse por isso o Eldrie seria morto. Você fez bem em querer proteger ele, Eugeo. E você também, Alice. Ao ter ensinado a ele sobre feitiços, você e Eydis se tornaram grandes professoras para ele.
- Obrigada, Tio Bercouli. - Alice apenas sorriu acentindo com a cabeça.
Enquanto os três conversavam, ouviram um grito alto vindo lá longe no horizonte aonde havia uma nuvem de poeira. Era nítido que se tratavam dos Pugilistas e Cavaleiros Negros.
- Meu palpite é que o Deus das Trevas Vecta deve estar bem obcecado com vocês, na verdade com a Alice em especial. - Bercouli especulou, enquanto ativava o seu Olho Caleidoscópico para olhar o exército inimigo à distância. - A sua Liberação de Memória deve ter chamado a atenção do Imperador na ravina, e agora o plano dele é ir atrás de você com todas as tropas. - O que Bercouli falou era verdade, afinal a Espada da Oliva Perfumada é a arma mais poderosa entre todos os Cavaleiros da Integridade, e o Objeto Divino mais antigo. Ela foi criada através da Árvore de Osmanthus, a mais antiga de toda a Underworld que Quinella usou para criar a arma. Devido ao tempo antigo, a energia solar infinita com propriedades de poder imortal das flores ficou impregnada na espada feita somente de flores, sem nenhum metal como as espadas de Eugeo e de Kirito.
Uma bela obra prima feita por Quinella.
- Devíamos agradecê-lo por isso. - A loira respondeu enquanto olhava lá longe para os Cavaleiros Negros e Pugilistas se aproximando. - Se formos ignorados por enquanto, melhor vai ser. Com o meu poder, talvez a minha Release Recollection pode matar o Imperador Vecta se ele for mesmo real.
- Mas ainda assim, não podemos subestimar um dos Cinco Deuses de Underworld. - Eugeo falou, recordando-se do mistério que o livro ocultava. - Ainda não sabemos de quase nada sobre eles e se for mesmo um deus de verdade, ficaremos em desvantagem. Só a Administradora era basicamente uma deusa. Imagina então um deus de verdade?
- Nisso você tem razão, Eugeo. - O mais velho concordou com o loiro. - Bem, a estratégia de vocês dois daqui pra frente continua a mesma então, não é? O grupo de ataque e eu vamos afastar os inimigos para diminuir as forças deles. Depois disso vocês farão a sua parte. Tudo bem assim pra vocês dois?
- Sim, senhor. - Eugeo aceitou a continuidade do plano, assim como Alice. - Vamos formar um posto avançado no matagal ali próximo ao final da ravina.
- Já aniquilamos metade do exército do Território Negro, o que deixa apenas a força principal deles com os Cavaleiros Negros e Pugilistas. Deixaremos eles sobrecarregados até o limite, e se conseguirmos localizar o Deus Vecta, mataremos ele e com os inimigos restantes, é provável que aceitem uma trégua. - Alice falou para a sua figura paterna, que ainda estava de vigia.
- Isso é bom. Mas o problema mesmo é, quem vai liderar as tropas inimigas quando isso acontecer? Provavelmente o velho Shasta e a sua aluna Lipia estão mortos, como a Eydis falou.
- Tio Bercouli, acha que o líder dos Cavaleiros Negros esteja realmente morto?
- Sim. Eu não consigo achar ele no meio dos inimigos. Eugeo... - O azulado levou seu olhar ao loiro da armadura prata. - O que você achou da nova Comandante-Líder, Eugeo? Ela foi amigável com você?
- Eu não diria lá tão amigável. O nome daquela garota é Yuuki Konno. - Eugeo começou a relatar do que se lembrou do combate entre ela. - Ela é muito forte, e parecia até mesmo que sabia como lutar igual ao Kirito. A velocidade, agilidade, fúria total... Ela pode até parecer uma criança, mas parece até que está agindo pelo instinto e ela até mesmo derrotou minha Enhance Armamento da Espada da Rosa Azul.
- Então o Shasta tinha uma prodígio em mãos. Acham que conseguem derrotá-la se lutarem juntos? - Ele agora olhou para o casal, que olhava meio receoso. Se Yuuki conseguiu superar a primeira técnica de Encarnação da Arte do Controle Total de Armas, era difícil de saber se poderiam ganhar dela ainda mais em força total.
E além disso, a Release Recollection de Alice ficaria fora de questão. Mesmo ela sendo a cavaleira e feiticeira mais poderosa dos Cavaleiros da Integridade, o próprio poder mágico dela poderia prejudicar sua saúde junto com a saúde da criança que estava em seu ventre. Além de quê... Até o fim de toda essa guerra, teria que ocultar a sua gravidez de Eugeo por vários motivos. Olhar para a sua Janela Stacia várias vezes para ver se era coisa da sua cabeça também não deu certo. Afinal de contas, a Janela Stacia nunca mente e é sempre precisa.
Alice não estava demonstrando isso naquele momento, mas por dentro estava uma pilha de nervos. Jamais na vida desejou em ser mãe aos 19 anos e descobrir que engravidou de Eugeo não deveria ser ruim a primeira vista. Mas infelizmente estava no meio de uma guerra e com tantos perigos para se preocupar, tudo poderia acontecer e a criança dentro dela também se tornou uma enorme prioridade. Eydis prometeu que não contaria para Eugeo sobre o bebê, mas mesmo assim Alice se preocupava muito com o que isso traria.
Ela não gostava nem um pouco de mentir, mas era necessário para a missão continuar. Se o Deus das Trevas for derrotado, a guerra já estará praticamente ganha. A tarefa deles viria em primeiro lugar. A criança depois.
- Bom, eu não sei se...
- Meu relatório, Comandante! - A voz apressada de Renly apareceu, aterrissando com seu dragão Kazenui atrás dos três. - Nossas tropas poderão usar o local combinado no sul para a armadilha.
- Bom trabalho, Renly. - O azulado mais velho agradeceu balançando a cabeça. - Junte-se as unidades e faça os preparativos. E também, dê um pouco de descanso ao seu dragão.
- Sim senhor! - Renly fez seu sinal de respeito, oferecendo seu coração e voltando até o réptil.
- Ei, Renly. - Eugeo o chamou, fazendo parar. - Como está o Eldrie? Ele está bem?
- Ele ainda está ferido e inconsciente. - O esverdeado falou cabisbaixo. - Nunca vi nada do tipo. Aqueles vermes de magia negra fizeram um grande estrago nele e a verdadeira Eydis aínda tá do lado dele.
- Entendi. - O loiro respondeu cabisbaixo.
- Renly, não fique assim. - Alice o fez acordar. - Ainda temos uma missão a cumprir. E tenho certeza de que o Eldrie vai se recuperar logo. Agora vá, o seu dragão precisa descansar.
- Pode deixar, Alice! - O esverdeado pulou em seu dragão enquanto Eugeo, Alice e Bercouli olhavam Renly levantando vôo e voltando para o matagal, aonde ficaria o posto avançado.
- Sabem de uma coisa? Arrancar as memórias de alguém e congelar suas vidas para criar Cavaleiros da Integridade pelo Ritual de Síntese é um crime sem dúvida. Mas acho que se não fosse por isso, seria uma vergonha de não ver jovens imortais como Eydis, Eldrie, Renly e vocês dois entrando pra Ordem. - Bercouli olhou para o casal. - Nos meus trezentos anos de servidão a Igreja de Axioma, nunca vi cavaleiros tão fortes como vocês dois. Fico feliz por conhecer você, garotinha e por me dar a chance de lutar contra você, Eugeo.
- A honra é minha, senhor Bercouli. - O loiro sorriu alegre, com um grande orgulho pelos amigos e a nova família que tinha.
- Minha também. Não acho que precisamos ter memórias alteradas, corpos modificados e a imortalidade para nos tornarmos Cavaleiros da Integridade, Tio. - Alice deu um sorriso de lado e encostou sua mão com a de Eugeo. - Eu não tenho a intenção de morrer, mas mesmo que isso aconteça, as nossas almas e o nosso propósito sempre estarão aqui... - Alice se lembrou da novidade em que em breve seria uma mãe. Agora o sorriso dela sumiu, o que não passou despercebido por Eugeo e Bercouli. - Por aqueles que vierem depois de nós. É o que eu acredito.
- Ei, garotinha... - Quando Bercouli ia perguntar algo a ela, os três ouviram um grande baque lá no horizonte atrás deles.
Eugeo ativou um Olho Caleidoscópico com uma certa dificuldade, mas conseguiu observar uma grande fumaça lá longe se aproximando para a posição deles a toda velocidade.
- Tem alguma coisa chegando.
- Devem ser eles. Os Pugilistas. - O mais velho explicou. - Esses caras aí é que vão dar trabalho. Afinal, eles aceitam ser feridos por socos mas se recusam a ser atacados por espadas.
- Eles se negam? - Alice estranhou.
- E isso faz sentido? - Eugeo ficou com a mesma cara de estranheza da sua amada.
- Quando eles recebem mais treinamento, mais eles se acham que podem ser superiores as espadas. - Bercouli continuou a explicar, dessa vez com gestos de mão. - Seus corpos ficam mais fortes para se desviarem de qualquer espada, apenas usando os punhos e pernas. Isso é o que determina a vontade deles. Vamos precisar de uma estratégia contra aqueles caras.
- Eu vou lá. - Uma voz silenciosa deixou os três boquiabertos ao se virarem para trás. Sheyta apenas olhava com o seu olhar calmo e assassino enquanto observava aqueles lutadores chegando em peso. Isso fez Eugeo e Alice gritarem cômicamente, pois eles nem notaram a Assassina Silenciosa ali atrás deles e com seu dragão Yoiyobi ao lado dela.
- OOOOOIIII???!!!
- Tem mesmo certeza disso, Sheyta? - Bercouli a questionou antes que fizesse algo que se arrependesse.
- Eu solo eles. Serão o bastante pra eu afiar a minha lâmina. - A morena do rabo de cavalo falou em um tom um pouco convencido e ao mesmo tempo introvertido.
Sem Bercouli questionar a mente misteriosa da Assassina Silenciosa, apenas deixou ela cuidar desse trabalho.
- Espera, Sheyta! Não vai querer ajuda? Eu posso te dar cobertura. - Eugeo insistia em querer ajudá-la.
- Eugeo! - Alice gritou com em um tom repreensivo.
Sheyta olhou para a loira e apenas colocou sua mão no queixo, ficando pensativa por um tempo e finalmente chegou a uma conclusão.
- Eu aceito... a sua vontade de me ajudar. - A morena do rabo de cavalo finalmente se decidiu. - Mas peço que não me atrapalhe, ou posso te matar por acidente.
- Pode deixar, Sheyta. - Eugeo deu um olhar decidido. Ele foi até Alice e apenas acariciou os cabelos da loira. - Fica tranquila, Alice. Eu vou ficar bem.
Enquanto Eugeo ia junto de Sheyta para intervirem os Pugilistas e Cavaleiros Negros, Alice apenas deu um olhar irritado para Bercouli, que apenas riu dando de ombros.
- Não me olhe assim, ele que aceitou. - O mais velho ria, enquanto tentava desviar o olhar irritado da loira.
- Eu não gosto do senhor e da senhora Fanatio mandando o Eugeo fazer o que bem entenderem. - A bela loira de trança decidiu se opor. - Eu sou a supervisora do Eugeo, então tudo o que for mandado a ele, eu mesma devo checar se é seguro ou não.
- Tá bom, foi mancada minha. - O mais velho suspirou em derrota, enquanto olhava para Eugeo e Sheyta andando em direção a Hanayuki e o dragão da assassina, Yoiyobi. - Mas você conseguiu ver que o poder da Liberação de Memória do Eugeo foi muito engenhoso pra deter o feitiço de anti-encarnação dos Magos Negros. Eu sei que não é legal da minha parte, mas antes tudo, nós Cavaleiros da Integridade ainda somos supersoldados treinados para obedecer e aceitar qualquer missão sem questionar. - O azulado fez Alice se tocar com algo em sua mente. - Eu entendo o seu amor pelo Eugeo, mas não pode segurá-lo sempre que ele estiver fazendo o dever dele.
Enquanto Alice ficava pensativa com essa última frase de Bercouli, Eugeo e Sheyta andavam até o local específico para receberem os Pugilistas com "boas vindas". Afinal, eles precisavam ganhar tempo para os soldados do Exército da Humanidade e as Tropas de Apoio no matagal.
- Ficaremos aqui. - Sheyta parou de andar, deixando o loiro estático.
- Espera, aqui? Você não quer surpreender eles com um ataque surpresa? O Hanayuki consegue se camuflar, e pode dar cobertura escondido nessas pedras atirando plasma e fogo.
- Não será preciso. Seremos sutis. A força de um Cavaleiro da Integridade se equivale a mais de mil guerreiros. Quando se usa uma habilidade de encarnação, isso se multiplica em umas quatro vezes. - A morena falou enquanto olhava para os seus inimigos chegando em poucos metros de distância.
- Isso é uma teoria da conspiração. Tem vezes que eu tenho medo da senhora, Sheyta. - O loiro falou um certo temor pela Assassina Silenciosa.
- E isso é bom? - Ela o questionou com uma curiosidade de lado.
- Sinceramente, nem sei como responder essa pergunta. - Eugeo falava com um certo medo.
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- Vamos rápido! Em breve vamos lutar contra um Cavaleiro da Integridade! - O Campeão dos Pugilistas sorria ansioso junto de seu exército em direção ao campo de batalha. - Mas o quê que... - Iskahn parou de correr e viu apenas dois Cavaleiros da Integridade. Era um rapaz loiro vestindo sua armadura prata-azulada, armado com uma espada de gelo na mão. Do outro lado estava uma mulher de cabelo preto preso em um rabo de cavalo, vestindo uma armadura prata-escura, com um semblante inexpressivo. - Só tem vocês dois aqui? Deviam é ter trazido mais reforços! Quem são vocês, afinal?!
- Estamos aqui... Para deter vocês todos. - Sheyta falou com seu tom de curiosidade sempre a mostra, virando sua cabeça de lado em uma forma de tentar raciocinar.
Enquanto a missão de ataque ocorria lá em baixo, a bordo de Kirimai, uma das várias clones de Eydis olhava atentamente a quantidade de Pugilistas chegando ali.
- Mas o quê a Sheyta tá fazendo com aquele loirinho? - A clone da acinzentada olhava com seu Olho Caleidoscópico, visando bem o que estava pra acontecer. Eydis conhecia a morena há cem anos e até hoje nem entendia no que se passava na cabeça dela. - Aquela doida tá é querendo morrer, só pode!
- Isso só pode ser brincadeira. Agora a gente tá lidando com uma desmiolada e um oxigenado. - Uma Pugilista suspirou em derrota ao ver a cavaleira sem expressões na sua frente junto com o loiro, olhando em volta os exércitos dos Pugilistas.
- Eugeo, eu mudei de ideia. Fique de cobertura e vigie os Cavaleiros Negros. Eu cuidarei dos Pugilistas. - Sheyta o ordenou, com seu tom introvertido. - É uma ordem.
- Tem certeza? São muitos deles, Sheyta.
- É o meu dever cuidar disso. Ainda temos os Cavaleiros Negros vindo.
- Acha mesmo que pode deter todos nós, mulher?! Duvido muito que você sem ele consegue nos parar. Afinal, vocês Cavaleiros da Integridade são também grandes feiticeiros com magia, não é?
Eugeo sabia que isso era com um calo pisado no pé da Sheyta, já que ela era a única membra na Ordem dos Cavaleiros da Integridade que não sabe usar feitiços. Não que fizesse diferença, já que ela nem mesmo precisa de magia. E ela sempre afirmava que podia ficar invisível, mas ninguém acreditava nela.
- Não possuo poderes mágicos, e não sei usar Artes Sagradas. - Ela fez seu raciocínio esquisito, desviando o olhar novamente.
- Ah, foda-se. Yotte, luta contra aquela magrela ali. - Iskahn apenas deu de ombros e pediu para que a sua subordinada fosse pegar a Cavaleira da Integridade no caminho deles.
- Deixa comigo, Campeão! - A pugilista ruiva de mechas brancas acentiu e foi até a Sheyta. Com uma postura de combate físico, Yotte a encarou. - Então, sua varapau? Saque sua espada!
- Só uma? - Eugeo deve ter enlouquecido ao ver que o Campeão dos Pugilistas estava subestimando Sheyta mandando apenas uma guerreira contra a assassina mais letal dos Cavaleiros da Integridade.
- É isso aí, seu oxigenado! E você, sua varapau. Vai cair na mão?! - Yotte chamava Sheyta para a luta, mas a morena não estava entendendo o sentido de provocação. Ela apenas deu de ombros e decidiu desembanhar a sua Espada do Lírio Negro, e para a surpresa de todos ali e incluindo para Eugeo e Alice, a arma divina de Sheyta era completamente fina! Tão fina que você poderia até comparar ela com uma folha de pergaminho.
- Hã?! Mas que merda é aquela? - Iskahn olhou estupefato com a arma divina.
Yotte foi para cima de Sheyta em um ataque frontal, mas o soco bateu na espada fazendo-a entortar por poucos segundos. Sheyta mexeu um pouco a sua lâmina, fazendo a espada ficar completamente flexível deixando a pugilista com metade do seu braço direito dilacerado pelo golpe da cavaleira. Tanto Eugeo e Alice, como Iskahn, Bercouli e a clone de Eydis ficaram completamente abismados ao ver uma simples fração do poder assassino de Sheyta.
- Enhance Armamento... - A morena suspirou como se estivesse apenas se segurando para não matar a mulher na sua frente, que agora estava no chão agonizando de uma extrema carga de dor.
- AAAAAAAAAAHHHHHHH!!!!!!
- Eita caralho... - Eugeo e Alice falaram ao mesmo tempo olhando para aquela cena, mesmo separados em uma determinada distância. - Ela é muito mais fodona que o Kirito!
Sheyta suspirou dando um olhar um pouco exaustivo, enquanto se recordava do dia em que conheceu sua senhora pela primeira vez.
“(___ ___ ___ ___ ___
Há 100 anos atrás, havia se iniciado uma época de extrema guerra em Underworld, que ficou conhecida como a Época de Sangue e Ferro. Uma guerra sangrenta aonde o Território Negro estava prevalecendo contra os Cavaleiros da Integridade, devido eles serem poucos. Nada comparado a guerra de atualmente, que está ainda pior. Na época, apenas Bercouli, Fanatio e Deusolbert estavam conseguindo liderar na guerra. E como Eydis estava sob efeito de Criostase, não poderia ajudar.
A única forma seria convocar um Cavaleiro da Integridade novo para finalizar a guerra sangrenta naquele campo de batalha. Quinella sorriu de lado, quando se recordou que a campeã do Torneio das Quatro Unidades se tornou membra da Ordem dos Cavaleiros da Integridade, dessa maneira virando a 12ª Cavaleira.
Ao ouvir o elevador subindo junto com uma morena com um sobretudo cinza, a mulher dos longos cabelos lilás apenas se levantou e foi esperar a sua nova "arma viva."
- Olá, minha criança. Tenho o orgulho de parabenizá-la por ter se tornado uma Cavaleira da Integridade. - Quinella a elogiou, mas a morena do rabo de cavalo não emitia nenhuma palavra. Seu rosto inexpressivo também dificultava muito com a comunicação. - Eu soube que você não é de falar muito. Na verdade, você não fala nada desde antes do Ritual de Síntese. Você não se importa com os outros? Pode me dizer se é por algum motivo de você temer por matá-los... Ou será porque você quer me matar?
O rosto inexpressivo da morena fez uma expressão diferente ao ter sido chamada a atenção pela lilás, depois de chamar ela com uma "provocação", como posso dizer.
- Sim, eu senti isso. Está no seu rosto o seu desejo de matar tudo o que estiver pela frente. Você parece ser um tipo de pessoa que tenta se conter a todo custo em uma luta, e por causa disso, matou todos os seus oponentes no Torneio das Quatro Unidades. Mas fique tranquila, não estou brigando com você. Na verdade, eu estou lisonjeada. Trouxe a flor que eu pedi?
- Sim senhora. - Sheyta pegou de sua cintura um lírio negro manchado de sangue.
- Você conseguiu pegar o último lírio daquele campo de batalha sangrento que absorveu um grande poder mágico. Farei dele a sua Arma Divina. De acordo com os seus parâmetros cerebrais, você tem uma raridade psicológica que chamam de "instinto assassino." - A jovem mulher dos longos cabelos lilás fez com que da sua cama aparecesse uma longa barra de metal fino flutuar no ar, e se fundindo com a flor sangrenta. A fusão dos materiais se uniu, forjando da própria magia de Quinella uma espada negra extremamente fina com um punho de lírio preto. - Com essa prata misturada com o lírio sangrento, você ganhará uma arma tão forte que poderá cortar e esmagar tudo o que você desejar. O melhor de tudo é que graças a sua vontade de matar, você atingirá um nível grande da Arte do Controle Total de Armas, com uma representação da sua alma. Contemple o meu presente para você, Cavaleira da Integridade Sheyta Synthesis Doze. A arma divina mais afiada de toda Underworld. Ela se chama de Espada do Lírio Negro. Mate, assassine, destrua tudo e todos que quiser. Quando chegar o dia em que ela finalmente quebre com a sua maldição sangrenta, entenderá o porquê de você querer proteger o que tanto almeja.
___ ___ ___ ___ ___)”
Eugeo estava completamente abismado ao ver a Pugilista lá no chão agonizando de dor. O loiro não pôde hesitar e rapidamente foi até ela, no intuito de fazer os primeiros socorros.
- Droga, Sheyta... Precisava ser tão violenta desse jeito? Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. - O loiro focou o seu feitiço de cura no braço dela, passando de cima para baixo.
- Por quê... Argh!!! Você tá me ajudando?! - Yotte lacrimejava de dor, enquanto via o loiro curando ela.
- Digamos que eu não sou como os outros Cavaleiros da Integridade. - Eugeo terminou de usar o feitiço e pegou de um dos seus bolsos uma bandagem, embolando no braço da Pugilista. - Tente não se mover muito até cicatrizar.
- Você aí, Cavaleiro da Integridade do cabelo loiro! - Eugeo ouviu a voz do Líder dos Pugilistas. - Sai de perto dela!
- Eu estou tentando ajudar a sua companheira, Lorde Iskahn! - O loiro terminou a bandagem com a Pugilista, mas antes que pudesse encerrar o processo de cura, o líder dos Pugilistas deu um pulo alto até ele e parou em alguns metros de distância. Sheyta já ia atacar o moreno do cabelo oxigenado, mas parou quando ouviu as palavras de Eugeo. - Se eu não fizer os primeiros socorros, ela vai morrer. Por favor, eu preciso que confie em mim.
Iskahn e Sheyta ficaram surpresos ao ver que Eugeo estava interessado em ajudar o inimigo ao invés de matá-lo. Ele apenas deixou o loiro terminar de curar a Pugilista de cabelos ruivos e Iskahn levou ela de volta para os seus companheiros.
- Eugeo... - Sheyta o chamou, com o seu tom costumeiro. - Não precisa se envolver nessa luta. Lembre-se. Apenas me dê cobertura a distância.
Realmente agora que o loiro entendeu. Sheyta nem precisa de ajuda pra cuidar daqueles boxeadores. A sede de sangue nos olhos dela já eram farejados de longe, até mesmo para ele. Além de quê, a morena era sua superior de qualquer jeito e continuaria cobrindo ela.
- Sim senhora. - O loiro pulou de volta com um super salto, retornando para Alice e Bercouli. Ao aterrissar no solo, fez uma cratera no chão.
- Viu? Eu disse que não precisava se preocupar, Alice. Ele nem mesmo lutaria com eles. - Bercouli deu uma risada de lado.
- Ainda bem. - A loira suspirou um pouco mais aliviada. - Eugeo, você fez bem em querer salvar aquela pugilista.
- Obrigado, Alice.
Enquanto isso, o casal de loiros olhava para Sheyta massacrando todos aqueles Pugilistas com sua lâmina fina, cortando as pernas, braços e várias partes do corpo enquanto dava rodopios e manobras defensivas contra eles. Parando para pensar, a intenção de Eugeo em curar aquela Pugilista havia acabado de ser completamente jogada pro espaço com a sede de sangue desenfreada da Sheyta.
- Que jeito mais feroz de se lutar. - Alice ainda olhava com surpresa. - Mesmo com violência, não sinto nenhum desejo de matar da Sheyta.
- Então é desse jeito que ela age no campo de batalha. - Agora Eugeo ficou com um certo medo da Assassina Silenciosa. - Estou aliviado que ela não é minha mentora.
- Eu conheço ela já faz mais de 100 anos e até hoje eu nunca soube no que se passa na cabeça dela. - Bercouli falou enquanto via Sheyta continuar com o seu massacre. - Acho que ela não precisa da nossa ajuda, mas pelo menos um apoio a distância seja útil. Alice, vamos dar apoio ao exército. Eugeo, continue dando cobertura a Sheyta. Precisamos nos preparar para os Cavaleiros Negros e a nova líder deles.
- Entendido, Comandante! - O casal falou em unissono. Antes de se separarem, Alice segurou firme a manopla prateada de Eugeo. - Tenha cuidado, está bem?
- Eu vou ter, minha cavaleira. - Ele deu um sorriso caloroso pra ela. Ao darem um beijo rápido, eles se separaram.
Enquanto Alice e Bercouli iam em direção ao resto dos soldados do Exército da Humanidade, Eugeo apenas ficou ali como parte do planejado e observando a luta de Sheyta contra os Pugilistas no intuito de dar cobertura a distância para a morena.
Enquanto isso, Renly e seus homens aguardavam atenciosamente pelo ataque. Como era de noite, era normal em tempos de guerra de haverem ataques noturnos.
- “De acordo com o Comandante, os Pugilistas são vulneráveis a ataques mágicos. Nesse matagal não tem muita coisa para eles usarem como fonte de energia, mas como ainda tem alguns recursos naturais, os monges e freiras vão poder usar os recursos para darem a Eydis e coordenarem um ataque com a Assimilação Sanguínea dela. E depois da gente usar os dragões pra queimarem o resto das forças inimigas, a guerra então vai finalmente...” - O esverdeado pensava fixamente no plano de ataque, mas ao mesmo tempo estava se recordando que as Tropas de Apoio iriam parar em algum lugar do matagal para levantar acampamento. E isso fez ele se lembrar da Tiese. - Cabo, cadê as Tropas de Apoio?
- Estão longe das Linhas de Frente para não se envolverem em combate. - O soldado respondeu a Renly.
- Entendido. - Ele suspirou aliviado em saber que Tiese estaria segura, sem saber que já estavam começando a ocorrer assassinatos lá atrás nas Tropas de Apoio.
Uma hora atrás antes do ataque...
Ponto de Vista(Gabriel/Vecta)
Durante essas últimas horas, eu ainda estava aguardando pacientemente a guerra para se locomover aos poucos. Como agora Eugeo e Alice estão indo para o sul, eles não devem estar querendo agir de forma agressiva contra os guerreiros do Território Negro.
Acho que alguma coisa deve ter chamado a atenção deles, ou talvez eles realmente querem ir para o sul. Provavelmente não devem saber muito sobre o Altar. Pensando bem, eu estava pensando em uma coisa.
Essas memórias que eu acabei herdando da Superconta Vecta são falsas, mas mesmo assim elas não estão sendo tão precisas. Quero tentar entender o que está acontecendo comigo.
Não foi a toa que eu decidi esperar por aqui em observar o curso da guerra, já que nessa parte do Território Negro fica perto de um templo antigo que encontrei nos livros da biblioteca no Palácio Obsidia, que citava bem sobre um lugar antigo aonde os Cinco Deuses se reuniram para construir esse mundo.
- Aí, bro. - Ouvi a voz de Vassago me despertando dos meus pensamentos. - Já se passaram horas desde que a guerra começou. - Não acha que tá na hora da gente sair e causar um pouco de diversão?
- Hm... Eu ainda vou esperar pelo momento certo. - Respondi ao hispânico, enquanto criava uma bolinha de luz e apontei ela para um matagal que ficava depois do Portão Leste. - Se quiser, você pode ir lá lutar e causar alguma confusão para o inimigo. Fique nesse matagal por aqui.
- Vai rolar alguma coisa boa se eu ficar lá, é? - Ele bateu na mesa, todo ansioso. Já eu, apenas dei um sorriso de lado e comecei a explicar.
- Primeira regra no livro de estratégias do meu manual: Nunca duvide quando o inimigo se esconder em lugares óbvios. Só depois de ver de perto os poderes deles, os Cavaleiros da Integridade devem planejar um ataque em massa contra nós daqui a algum tempo. Por isso, eu tenho um Plano B.
- Gostei da sua ideia. Não é a toa que esse seu poder de inteligência do Imperador Vecta é muito util. Mas e os dois A.L.I.C.E.s? - O hispânico o recordou da armadilha fracassada na ravina. - Quando vamos pegar eles? Aquela loirinha bonitona tacou um monte de flor naquelas bruxas, todo mundo lá ficou tremendo de medo. E eu duvido que vai dar pra pegar ela agora que eles estão vindo pra cá.
- É tudo parte do meu plano. Por enquanto eles não podem ser tocados. Ainda. - O lembrei desse detalhe importante. - Eu descobri uma pista quando estava lendo um livro lá na biblioteca do palácio. Eu sei que não faz parte da nossa missão, mas ainda temos vantagem com o Tempo Acelerado de Underworld. Eu irei a um lugar aqui perto dar uma olhada, e enquanto isso leve a Comandante-Líder Yuuki com você e ataquem os soldados do Império Humano. - Dei um sorriso de lado. Já que o Vassago gosta de matar gente, deixo isso com ele. Sempre que eu dou uma missão de assasinato pra ele, o hispânico aproveitava ela até o fim. - Pode ir lá se divertir matando eles do seu jeito.
- Aí sim. Você que manda, bro. - Ele sorriu e saiu da carruagem com um sorriso de orelha a orelha. Antes dele sair, o hispânico parou. - Fica de olho nos Cavaleiros da Integridade, bro. Eles não brincam em serviço. Comandante-Líder, vamos logo!
A garota de cabelos roxos no fundo acentiu com seus olhos brilhando em um tom esverdeado e retornando ao normal, e foi junto com o hispânico.
- Espere, Comandante-Líder. - Eu a chamei, fazendo ela parar. - Estará lidando com o Cavaleiro Safira pela segunda vez. Não deixe brechas, pois agora ele sabe de suas habilidades.
- Pode deixar comigo, majestade. Meus homens e eu estaremos de prontidão. - A Yuuki respondeu e indo com Vassago para o matagal.
Eu não sei bem se devo ir seguir essa pista ou não.
Talvez os Cavaleiros da Integridade sejam muito fortes pra eu deter sozinho, mas acho que nenhum deles vai gastar tempo pra me seguirem até aquele templo. O que me preocupa mesmo é sobre como estão as coisas lá fora no Mundo Real. Os pesquisadores da Rath devem estar achando que aqui está se passando mais ou menos um ano, mas nem esperam pelo que eu planejei.
Então acho que nesse meio-tempo, eu posso ir fazer alguma coisa. O templo que pretendo ir está a mais ou menos meia-hora de vôo.
Eu levantei do meu trono, saí da carruagem real e peguei um dragão negro que estava ali descansando. Eu acariciei sua pele, dei a ele uma quantidade generosa de carne e após ele estar alimentado, levantei vôo e comecei a voar indo em direção a um templo que ficava uns 20 quilômetros ao leste da onde eu estou. Seria melhor se eu tivesse um carro de 4x4 pra dirigir nesses desertos, mas como eu não tenho muito o que fazer sem tecnologia, usarei apenas o que eu tiver a minha disposição. De dragão me dá mais ou menos uns 15 minutos, muito mais rápido do que um carro.
Ainda bem que no GGO e no ALO eu tenho uma boa habilidade em montaria de animais.
Se eu conseguir usar todos os seres do Território Negro até amanhã para o meu plano especial, eu já terei Eugeo e Alice em minha posse. De lá, eu vou pro Altar do Fim do Mundo com o caminho livre e sem nenhum problema. Talvez eu possa improvisar, mas verei isso quando a hora chegar.
Agora sobre a minha vontade de ir até esse templo, é outra coisa interessante.
- Eu preciso descobrir o verdadeiro motivo de eu ver essas memórias. O que a Deusa Lunaria tanto tem com o Imperador Vecta? E por quê a Lunaria é tão parecida com a Alicia? Isso não é uma coincidência, está longe de ser. Vecta e Lunaria eram deuses e irmãos que tiveram uma relação incestuosa, se apaixonaram, se casaram, tiveram um filho e governaram o Território Negro por milhares de anos. Pelo menos é a versão que as minhas memórias revelam. Se a Pontífice e sua contraparte ocultaram tudo o que existia sobre os deuses para a população de Underworld, de um jeito ou de outro eu vou descobrir o porquê.
- Não há melhor diversão apenas roubando almas, como resolvendo enigmas também. - Dei um sorriso de lado e continuei em vôo com o meu dragão negro.
Deusa Lunaria, eu vou descobrir a verdade sobre você e os deuses. De um jeito ou de outro. Depois, vou pegar a Alice... E me saborear com a sua alma pura.
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Enquanto Gabriel ia com o seu dragão para um outro lugar, os soldados do Império Humano rondavam pelo matagal em dever de vigiarem o inimigo. Foi só um dos soldados humanos piscar o olho, que Vassago rapidamente apareceu matou cinco deles na sua furtividade.
- E esse aí foi o meu quinto kill. - O hispânico riu enquanto pegava a sua quinta vítima, arrastando o cadáver e escondendo ele em um arbusto para não chamar atenção.
No momento, a luta entre Sheyta e os Pugilistas seguia frenética, com a mulher atacando igual a um tubarão no cardume de peixes com uma poça de sangue, causando uma chacina desenfreada.
- “Que droga, essa magrela não para de atacar eles!” - Iskahn olhava irritado para Sheyta e deu um olhar interessado para o Cavaleiro da Integridade lá em cima sentado nas pedras daquele vale. - “E quem é esse cara? Por quê ele curou a Yotte, mesmo sendo nosso inimigo? Não sinto nenhum instinto assassino vindo dele. Não, não é isso. Ele é bem diferente dessa magrela aqui. Consigo sentir a aura assassina dele de longe.”
Decidindo parar logo com a chacina de Sheyta, Iskahn pulou para cima de Sheyta com um soco, mas a morena rapidamente bloqueou o golpe com sua lâmina fina. Como resultado, o soco do Pugilista destroçou parte da armadura e o sobretudo dela.
- Sheyta! - Eugeo gritou se levantando.
- Não se intrometa, Eugeo. Essa luta é minha. - Ela falou em um tom baixo, mas a super audição do loiro entendeu rapidamente a distância.
Quando Eugeo e Iskahn notararam que todos os Pugilistas estavam vivos e apenas cortados ou feridos pela Assassina Silenciosa, o líder dos Pugilistas ele se irritou com Sheyta que apenas ficava com o seu olhar inexpressivo. Mas aquele olhar não significava tédio por não haver nada de interessante, e sim porquê era como ela se sentisse superior a aqueles lutadores fazendo com que o tédio a rodeasse.
- Sua desgraçada, você tá fazendo pouco da gente! - Ele deu um olhar irritado para ela, apertando firme os seus punhos.
Depois de uma dança tribal de seu povo, Iskahn começou a converter toda a sua energia cinética em força.
Partindo para cima de Iskahn, Sheyta começou a atacar o Pugilista com golpes horizontais, conseguindo arranhar um pouco o braço do moreno. Com dois ataques de esquerda e um de direita, a Assassina Silenciosa estava na vantagem por enquanto. Mas com uma distração, o pugilista dos cabelos oxigenado conseguiu dar uma rasteira na perna de Sheyta, destroçando parte das botas.
- Não vai achando que Pugilistas sabem só socar, mulher!
- Eu sou... Muito mais velha do que você. - Sheyta se irritou um pouco ao ser chamada de mulher constantemente.
- Hã? É claro que é. Vocês Cavaleiros da Integridade são monstros imortais que podem viver pra sempre, apesar de poderem morrer por ferimentos. - Iskahn olhou pensativo para ela. - Como eu não sei qual é o seu nome, posso te chamar de "vovó" então?
- Eu permito isso. Já que você é muito forte. - Sheyta acentiu para ele.
Lá nas pedras, Eugeo olhava aquela batalha com tamanho cuidado. Não era sempre que ele via Sheyta lutando. Essa era a segunda vez em que ele vê ela em combate com um outro oponente.
- O Lorde Iskahn está conseguindo lutar de igual pra igual com a Sheyta. Isso é uma coisa inédita. - O loiro observava bem a luta lá em baixo. Enquanto isso, ele decidiu ir curar os Pugilistas feridos. Afinal, ele deixaria dessa luta com a Cavaleira do Silêncio. Com um super salto, ele pulou novamente para aonde estavam aqueles Pugilistas.
- O inimigo retornou!
- Eu vim em paz. - Eugeo ergueu suas mãos para o alto. - Vou curar os ferimentos dos seus companheiros, não vou me envolver no combate de vocês.
Demorou para serem convencidos, mas os Pugilistas acabaram aceitando a ajuda do loiro e ele começou a curar os feridos.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. - O cavaleiro começou o procedimento de cura naqueles lutadores, enquanto continuava a ver a luta de Sheyta e Iskahn. - Aonde essa luta vai dar?
Suspirando ao absorver energia, o líder dos Pugilistas converteu energia vital em chamas pelos seus punhos e foi para cima de Sheyta. A morena apenas agiu em uma postura defensiva e se preparou para receber todo o choque do impacto.
No processo do golpe, Iskahn conseguiu destroçar o resto da armadura de Sheyta e seu sobretudo, completamente rasgado e esfarrapado. Com alguns ferimentos superficiais pelo seu corpo esguio revelado, Sheyta estava apenas com uma cara normal de "foda-se" e deu uma tosse fraca. Isso fez Iskahn sorrir agora com uma empolgação lá nas alturas.
- Agora sim você tá parecendo uma lutadora de verdade. - O moreno dos cabelos oxigenados se empolgou. - Só precisa comer mais um pouco.
- Eu gostei desse seu último golpe. - Sheyta o elogiou, de certa maneira. - Deu pra ver que você ainda está se segurando.
- Tsc, você acha mesmo que consegue perfurar esses punhos, magrela?
- Eu não acho. Eu sei que posso. - A morena do rabo de cavalo deu um olhar fixo para o Pugilista em sua frente, que apenas se irritou.
- Então que seja! Chega dessa sua cara de sono, porquê eu vou atacar com força total agora! Não se segura mais!
Sheyta colocou passou sua mão pela testa, na tentativa de encontrar alguma irregularidade em sua face. Mas como não encontrou nada, ela apenas deixou esse mistério de lado e apenas continuou com seu sangue nos olhos para cima do líder dos Pugilistas.
- Se é assim que deve ser... Que seja!
- É isso aí, que seja! - Ele suspirou em derrota em ver que ela finalmente começaria a lutar a sério. Tentando focar toda a sua força e poder no corpo musculoso do seu oponente, Sheyta se inclinou e começou a fazer com que a sua Espada do Lírio Negro começasse a brilhar fortemente em uma cor roxa. Iskahn foi para cima de Sheyta com uma aura flamejante pelo corpo, focando um golpe final em apenas um único soco.
- Liberação de Memória. - Sheyta pulou para cima de Iskahn agora correndo para cima do Pugilista, com sua espada fina. Ao se chocarem, uma onda de choque iluminada percorreu pelo campo de batalha fazendo Eugeo ativar um feitiço de Elemento Luminoso e usar uma barreira de proteção. Enquanto a assassina e o Pugilista estavam entrelassados, o choque do golpe mostrou vários tipos de sentimentos se passando por ambos os combatentes.
- Eles estão empatados. - Eugeo estranhou a conexão dela com Iskahn nesse combate. - O que tá acontecendo ali?
Iskahn começou a sentir uma perfuração em seu punho direito vindo da encarnação da Sheyta, e ele percebeu que estava sendo superado. Ao sorrir para aceitar a sua morte, um Pugilista entrou no meio do golpe e salvou o oxigenado, interrompendo a luta deles.
- Mas o quê?! - Iskahn olhou para o seu lado, aonde o tal Pugilista de olhos quase fechados suspirava ofegante por ter entrado na luta de dois monstros. - Dampa, por quê entrou no meio?!
- Acabou o tempo, Campeão. Os Cavaleiros Negros já nos alcançaram. - Dampa explicou a ele.
- O quê?! - Iskahn se levantou rapidamente e viu milhares de Cavaleiros Negros se aproximando no local.
- Sheyta, vamos embora! - Eugeo a chamou. Ao ver que Yoiyobi apareceu para pegar Sheyta pelas patas, o loiro pulou na garupa do dragão e subiu vôo junto.
- Que droga, mulher! Já que estão fugindo, pelo menos fala o seu nome! - Iskahn gritou para a cavaleira que se segurava nos pés de seu dragão.
- Não estou fugindo. E o meu nome é... Sheyta Synthesis Doze. - A morena sussurrou, mas alto o bastante para que o pugilista ouvisse.
- Sheyta, aguenta aí. - Ao pegar uma corda na garupa de Yoiyobi, Eugeo trouxe a morena para cima e começou a curar um pouco de seus ferimentos enquanto reconstituia o resto de sua armadura e roupas, que antes estavam destruídas. - O plano de distração funcionou. - Eugeo olhava para os milhares de Cavaleiros Negros lá se reagrupando com os Pugilistas. - Achei que você iria matar o Lorde Iskahn.
- Eu terei outra chance. - A morena do rabo de cavalo assumiu as rédeas de seu dragão. - Conseguiu localizar a tal Cavaleira Negra?
- Ainda não. Ela não estava entre o inimigo. - Ele respondeu a ela, ainda estranhando esse motivo do inimigo não estar lá.
- Então ela deve vir para um ataque surpresa. Se prepare para o confronto, Eugeo. É a sua vez agora.
- Eu sei. - O loiro se recordou da sua luta contra a líder dos Cavaleiros Negros, se recordando da dificuldade em enfrentá-la.
- Você fez bem em querer curar o inimigo. - A morena tocou no cabelo loiro dele, como praticamente a primeira vez em que faz um gesto de afeto em algum bichinho de estimação. - Eu... Aprecio o seu gesto.
- Então tá né, Sheyta. - O loiro estranhou o cafuné que ela estava fazendo nele, mas apenas aceitou e foram logo retornar as Tropas de Apoio no intuito de deixar a assassina descansar e em seguida, ir para Alice e o Comandante e aguardar novas ordens.
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Lá na área das Tropas de Apoio, Tiese e Ronye estavam cuidando de Kirito que ainda continuava em seu estado catatônico constante.
- Tiese, como será que o Eugeo-senpai deve estar no campo de batalha? - Ronye perguntou, enquanto limpava um pouco de baba do Espadachim Negro com um lenço.
- Eu sei que ele vai ficar bem. O Eugeo-senpai é muito forte e nunca perdeu pra ninguém. - A ruiva respondeu enquanto olhava para para fora da janela da carruagem. - A Alice-sama sempre esteve com ele, e eu sei que ele ficará seguro ao lado dela.
Ronye notou que as palavras de sua amiga transmitiam um pouco de ciúme, mas era óbvio. Já que ela ainda gostava de Eugeo.
- Você ainda não contou o porquê de ter segurado a mão do Renly-sama. - A morena decidiu tirar a sua amiga do sério um pouco.
- Aí, Ronye. De novo isso?
- O Renly-sama deixa você chamar ele só pelo nome. - A morena citou. - Na verdade, eu acho que ele gosta de você.
- É impossível um Cavaleiro da Integridade gostar de uma pajem. E com certeza ele deve gostar de outra pessoa. - A ruiva apenas desviou o olhar para a janela, e começou a notar alguma coisa fora do comum. - Que estranho. Por quê está tão silencioso lá fora?
- Eu não sei. Cuide do Kirito-senpai que eu vou lá dar uma olhada. - Decidindo dar uma conferida lá fora, Ronye saiu da carroça para dar uma olhada. Consequentemente, um Cavaleiro Negro de longos cabelos cacheados apareceu tentando atacá-la, mas os ensinamentos de Kirito a ajudaram a evitar sua morte. Ela rapidamente girou sua espada para trás, surpreendendo o Cavaleiro Negro.
- Ei, baby. Como notou a minha presença? - O hispânico questionou a Pajem.
- O meu senpai me ensinou a como enxergar além dos meus olhos em um combate. - Ronye respondeu a ele, já com sua postura de combate do Estilo Aincrad.
- Espera, você falou "senpai"? - Ele estranhou a maneira da adolescente de se referir ao seu mestre, professor ou seja lá o que fosse quem ela estava chamando. Apesar de Underworld ser um mundo virtual aonde a língua padrão era o japonês e o inglês, nenhum habitante de lá era asiático. Todos tinham aparências e nomes de europeus. Era algo estranho que Vassago percebeu.
Ronye não esperava que o inimigo aparecesse na furtividade, então apenas fez o que qualquer um faria.
- INIMIGO! INIMIGO!
Todos os soldados do Exército da Humanidade foram alertados e correram em direção a Ronye. Tiese saiu pulando da carruagem do Kirito, foi até a sua amiga, chegou lá e sacou sua espada em direção ao inimigo.
- Aí galera, hora do trabalho. - O hispânico sorriu e fez um sinal no matagal morto, fazendo com que de lá saíssem dezenas de Cavaleiros Negros.
- Não pode ser... - A morena olhou em volta. - Estamos cercados.
- Hora do show. - Vassago sorriu de lado e começou a atacar Ronye com golpes de uma faca preta que estava na sua bainha.
Ronye foi treinada por Kirito, mas nunca conseguiu dominar por completo o Estilo Aincrad como Eugeo fez.
Como todos estavam cercados pelos Cavaleiros Negros no matagal, Renly ficou completamente surpreendido pela emboscada que estava sendo feita pelo Exército da Humanidade.
- Eles estão atrás da gente?! - O esverdeado se surpreendeu, ao ouvir o relato dos seus homens. - “Que merda... Se eles forem pra área das Tropas de Apoio, eles vão acabar queimando os suprimentos. Mas logo agora que a missão de ataque tava começando... O que eu faço? Mando o meu pessoal voltar? E a Tiese e Ronye estão lá com o Kirito, assim como a Eydis tá cuidando do Eldrie. Eu tenho que fazer alguma coisa ou então...”
- Quem diria que o inimigo iria descobrir os nossos planos de ir para o sul, não é? - Uma voz familiar apareceu atrás de Renly. O esverdeado olhou para trás, aonde estavam Bercouli e Alice ali.
- Comandante!
- Parece que eles já estavam nos esperando. Renly, dê a ordem de retirada. Alice, vá depressa para as Tropas de Apoio e ajude Eugeo com auxílio. Eu cuido dos inimigos ao norte.
- Sim senhor! - Renly obedeceu às ordens de Bercouli e foi lá fazer a sua parte.
- Tio, você fala que vai cuidar deles, mas a Guilda de Pugilistas tem 5000 guerreiros. - Alice falou preocupada com seu mentor. Afinal de contas, se tratava de um ataque surpresa descoberto pelo inimigo e a loira sabia bem que até mesmo Bercouli tinha limites.
- Vamos dar um jeito. Agora vá, Alice!
- Está bem, Comandante. Boa sorte. - A loira foi em direção as Tropas de Apoio correndo para dar auxílio ao seu amado. Ela não sabia no que poderia acontecer lá, então Alice apenas continuava em frente. - “Eugeo, estou chegando. Aguenta firme, amor!”
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Ponto de Vista(Eugeo)
Sheyta havia acabado de me deixar no matagal, e levou Yoiyobi para a área de descanso para os dragões, no intuito de me ajudar a se encontrar com a Alice e o Senhor Bercouli para falar o meu relatório sobre os Pugilistas, mas ainda havia muito chão para terminar essa batalha.
A missão de ataque havia se iniciado há uma hora atrás, e agora os Pugilistas e Cavaleiros Negros estavam se aproximando da gente assim do nada? Não fazia o menor sentido. Como o inimigo soube que estaríamos vindo pra cá?
- Capitão Eugeo, novas notícias! - Um dos soldados apareceu se aproximando de mim.
- Pode falar, soldado. - Dei a palavra a ele.
- Os Cavaleiros Negros se infiltraram na área das Tropas de Apoio e pretendem atacar os suprimentos.
- O quê?! A Capitã Alice e o Comandante? Onde eles estão?
- O Comandante disse que irá cuidar dos Pugilistas e Cavaleiros Negros vindo do norte, e a Capitã Alice está vindo para dar auxílio nas Tropas de Apoio. - O soldado me explicou.
- As Tropas de Apoio... Se está tendo um ataque surpresa, então é provável que nós... - Quando eu estava terminando de falar, o tempo passou lentamente e eu vi. Eu vi uma lâmina negra dilacerando o soldado ao meio dos pés a cabeça, e sumindo da minha vista. - Não!
- Sentiu a minha falta, Cavaleiro Safira? - No meio das sombras daquele matagal, uma pequena silhueta apareceu. Dessa vez, aquela garota se revelou para mim enquanto andava acompanhada com alguns homens.
- É você de novo. - Olhei para a Comandante dos Cavaleiros Negros, que dava um sorriso estranhamente divertido. Mesmo sendo uma adolescente, deve ser normal aquilo? O caralho que ela tá normal! Parece até que... - Por quê fez isso?!
- Estamos em uma guerra, então é isso o que acontece quando você está com a guarda baixa. Naquela vez eu fui até você para testar a sua força. Mas agora, eu vim pegar sua carcaça e a da sua namorada, Cavaleiro Safira. - Yuuki falou com agora com mais seriedade, enquanto olhava ao redor da clareira do matagal. - Homens, não deixem que ele use os feitiços de magia dele. Ataquem juntos para ganhar mais vantagem!
- Sim, senhora!
Todos aqueles Cavaleiros Negros começaram a me rodear, com um estilo de combate interessante. Os pés direitos deles estavam para frente, enquanto suas espadas ficavam apontadas para baixo. Se eu usar o meu golpe original da Super Inclinação, posso matar todos esses caras de uma só vez.
Eles deram um passo lento para frente, se aproximando cada vez mais perto de mim. Quando o primeiro finalmente começou a correr para cima, os outros também foram. Suas espadas estavam brilhando em uma coloração roxa, e começaram a me golpear com um ataque direto. Eu simplesmente dei um pulei e passei pelos Cavaleiros Negros pisando em seus ombros.
Dei um golpe do Quadrado Horizontal para atacar quatro deles de uma só vez, e em seguida dei um chute para afastar o mais próximo a mim. Quando todos iriam me atacar de uma vez, usei a minha técnica única da Inclinação e enfiei a minha lâmina de gelo em todos aqueles homens com um corte congelante e jogando todos eles para todos os lados, fazendo o sangue deles espirrar.
- Me perdoem... - Sussurrei com um certo pesar ao finalizar o meu golpe.
- Eu sabia que estava se segurando durante o nosso combate. - A garota olhou para os seus homens mortos no chão e se agachou para vê-los mais de perto. - Mas não pensei que você tivesse tanto poder assim. O que você é? Soube que você é o Cavaleiro da Integridade mais poderoso da sua Ordem. E as suas habilidades são a prova disso.
- Mas isso não é algo que me orgulho. Sou só um experimento fracassado que a Pontífice criou. Do mesmo jeito que ela fez com todos os Cavaleiros da Integridade e os humanos do Império Humano, o Imperador Vecta está fazendo com vocês do Território Negro, Comandante Konno. Não precisamos matar uns aos outros. - Eu apelei para que ela pudesse rever a sua razão. Como aquele lobisomem que a Alice matou queria levá-la ao Vecta pelos motivos mais humildes que existissem, talvez eu poderia mudar a mente dela.
- A minha antecessora, a Comandante Lipia... Ela era a Cavaleira Negra mais jovem do exército. Ela se tornou guerreira aos oito anos de idade. Mas quando eu a conheci, ela me levou para o seu orfanato e cuidou de mim. Ela era praticamente como uma irmã mais velha pra mim. Há anos ela sempre vigiou os humanos, esperando que pudéssemos ter paz entre o Território Negro e o Império Humano. Mas isso não vai acontecer, se você e a Sacerdotisa da Luz não forem capturados e levados ao Deus das Trevas. Com isso, a guerra vai acabar.
- Eu... Já conheci a Lipia e ela também queria a paz. Sei que não vou poder mudar a sua mente, mas pelo menos me fala uma coisa antes de lutarmos. - Falei um pouco cabisbaixo, mas levantei o meu semblante pra ela. - O Imperador Vecta é mesmo real? Acha mesmo que é o verdadeiro Deus das Trevas que está governando vocês? Uma matança dessas não vai levar ninguém a lugar nenhum. Como você tem certeza de que não é um farsante que está manipulando todo o seu povo?
- Ele não é um farsante. Eu mesma vi em primeira mão o poder divino dele. E ele me mostrou o paraíso, e como fazer isso. Você é um deus, Cavaleiro Safira. Assim como você, a Sacerdotisa da Luz também é uma deusa. Se o Deus das Trevas pegar vocês dois, o mundo entrará em paz. - A mais nova levantou sua espada contra mim. Mas não era a mesma espada que eu vi antes quando a gente lutou pela primeira vez. Era uma espada ornamental como a da Eydis, e era negra com vários símbolos iguais a arranhões. Não é uma espada comum. - Essa é a única Arma Divina que existe no Território Negro, herdada por todo o Comandante-Líder dos Cavaleiros. Essa é a Oborogasumi. Não sei qual é o seu verdadeiro significado, mas o meu povo costuma chamar ela de Espada da Névoa Sangrenta. Eu herdei isso do Comandante Shasta e agora eu estou empunhando essa lâmina contra você. Não me obrigue a matá-lo, Cavaleiro Safira. Preciso de você e da sua namorada vivos.
- Sabe que eu não posso. Eu preciso proteger a Sacerdotisa da Luz, e é o que eu farei. - Empunhei a minha Espada da Rosa Azul para ela, com mais força. - Mesmo você sendo quatro anos mais jovem do que eu, não vou fraquejar.
- Que ótimo. Eu pretendia levar você vivo, mas já que você não aceita o que eu peço, vou esquartejá-lo aos pedaços do jeito que eu fiz com o seu subordinado e levar a Sacerdotisa da Luz até o Vecta com as minhas próprias mãos.
Me irritei por ela ter falado da Alice e finalmente avançamos um contra o outro. Eu consigo sentir alguma coisa estranha nessa garota. Por quê ela não quer me ouvir? É como se o que ela falasse nem mesmo fosse dito por ela mesma. Os olhos dela até mesmo estão com uma coloração diferente. Estão verdes, ao invés de castanhos.
Dei um golpe de direita, mas ela acabou sendo mais veloz e desviou para me dar um chute. Consegui desviar do chute dela me inclinando para trás. Ao dar um mortal, eu pulei contra uma dessas árvores mortas e peguei impulso contra a madeira podre para atacar a Yuuki.
Eu não pretendia usar tão cedo às técnicas especiais que eu desenvolvi além da Super Inclinação, mas se continuar assim ela pode acabar me derrotando. Eu não sei como são os poderes de encarnação da Arte do Controle Total de Armas dela. Preciso fazer ela vir com tudo contra mim! Vou apelar para as minhas duas artes da Enhance Armamento e usar o resto do poder anti-encarnação que absorvi nela.
- Enhance Armamento! - Estoquei com força a minha espada no chão formando dela um grande círculo cibernético azul e ativei a primeira fase da Enhance Armamento jogando minhas raízes e formando uma avalanche de gelo para cima da Yuuki.
- Quer usar o mesmo truque de novo?! Combo das Vinte Violetas! - A sua espada começou a brilhar e ela começou a destroçar as minhas raízes, contra-atacando com aquele ataque de combo. Ótimo, ela tá mordendo a isca!
- Acho que você não viu isso na nossa última luta! - Ergui a minha Espada da Rosa Azul para cima e comecei a criar a segunda fase da 1ª encarnação. - Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas!
Disparei milhares das minhas pétalas azuis que estavam carregadas com a energia extra daqueles vermes, indo em direção a ela. O suficiente pra cortar e congelar o seu corpo!
- Não... Enhance Armamento! - Ela ergueu sua espada negra, fazendo a própria lâmina atirar uma rajada de névoa vermelha contra as minhas pétalas. Tive que colocar mais força quando as nossas encarnações se chocaram.
- Espera, isso é o seu...
- É isso aí. O meu próprio sangue. Como você está em uma distância considerável, não está sendo afetado. Essa é a verdadeira habilidade da Arte do Controle Total de Armas de Oborogasumi. Ela corta qualquer coisa que estiver nessa névoa e manipula o sangue do usuário e de quem estiver em uma distância próxima, em busca de mais sangue. E como a névoa tem um frenesi e dilacera tudo pela frente, é daí que ela tem esse nome alternativo. A Espada da Névoa Sangrenta. Liberação de Memória! Expansão Sanguinária!
Ela levou o poder dela para o nível dois ativando a Liberação de Memória. O poder começou a fazer vários cortes no meu rosto e na armadura. Até senti uma dor forte no corpo. Devo estar com algum ferimento e preciso tratar disso aqui o quanto antes. A névoa estava ficando ainda mais forte e não vou poder conter o restante. A névoa sangrenta se aproximava cada vez mais de mim. De novo, essa garota me coloca entre as cordas com o poder dela. Preciso dar um jeito de virar isso ao meu favor.
- Ficou maluca?! Você ainda não domina por completo a Arte do Controle Total de Armas! Se você continuar fazendo isso, vai acabar morrendo de anemia!
- Não quero saber! Vou gastar até a minha última gota de sangue até te matar! - Ela começou a botar ainda mais força e poder na névoa, me deixando sem escolha. Eu estava guardando esse feitiço pra uma outra hora, mas vai ter que ser essa!
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aquático! Gerar Elemento Elétrico! Forma de Elemento! Estilo Tempestade: Pantera Negra!!! - Atirei um feitiço poderoso do Estilo Tempestade para cima da Yuuki, atirando uma pantera de raios negros. Ela foi basicamente obrigada a se defender do ataque mágico da minha Arte Sagrada usando a sua Liberação de Memória. - Renda-se, Yuuki. Acabou.
- Não acabou ainda, Eugeo. Eu tenho algumas cartas sobrando na minha manga! Release Recolle... - Quando ela ia ativar a sua Encarnação Final, um grande clarão no ar apareceu de repente interrompendo a nossa luta.
Mas o que quê é aquilo? Naquele clarão, a luz parecia estar se movendo. Foi aí que eu vi. Cabelos ruivo-acastanhados, uma roupa branca e um semblante forte. Parecia até mesmo como as lendas. Foi aí então que me lembrei da minha Janela Stacia. A criadora desse mundo, a matriarca dos deuses. A irmã mais velha dos Cinco Deuses de Underworld.
- É a Deusa Stacia...?
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Alguns momentos durante a luta de Eugeo contra Yuuki, Ronye estava lutando contra Vassago, mas não estava indo muito bem. Suas habilidades do Estilo High-Norkia misturadas com o Estilo Aincrad de Kirito e Eugeo não davam conta.
O Cavaleiro Negro na sua frente atacava firmemente usando a sua adaga contra a espada de Ronye. A morena atacava com sua espada simples usando golpes padrões que Kirito havia ensinado a ela. Sua técnica ainda não estava padronizada ao seu estilo de luta, e por isso Ronye estava tão crua em lutar.
Ela deu dois golpes de direita e três de esquerda para acertar o hispânico, mas não adiantava. Ele começou a atacar com sua adaga até fazer com que ela perdesse sua defesa e caísse no chão.
- RONYE! - Tiese gritou preocupada com sua amiga.
- Isso, esse sentimento! O prazer de brincar com a vida e os laços de alguém com a sua espada. É por isso que eu não desisto de matar pessoas como um PK. - O hispânico ria enquanto ameaçava Ronye com a espada dela encostada na garganta. A morena choramingava de medo por ser morta, mas antes que Vassago atacasse Ronye, ela começou a olhar para cima e o hispânico fez o mesmo arregalando os olhos.
- Mas o quê... - Apenas isso saiu da boca de Tiese. De repente uma grande luz apareceu no meio do ar. Toda a atmosfera estava brilhando com pequenas bolinhas de luz brancas, que desciam lentamente no ar.
- Stacia-sama... - Ronye sussurrou ao ver Stacia, a Deusa da Criação flutuando no ar.
Uma bela voz angelical apareceu enquanto aquele belo ser de luz criava uma aurora boreal no meio do céu do Território Negro, deixando todos lá no chão surpresos. De repente, a aurora boreal começou a se mover horizontalmente pelo coro musical da figura no ar.
- Aaaaaaaaaaahhh... - Stacia cantarolava.
De repente uma grande fenda de mais ou menos uns 100 quilômetros de comprimento e 100 metros de largura apareceu no chão. Todos os Cavaleiros Negros no matagal caíram no meio da fenda em direção a morte certa, dando aos humanos uma chance para respirarem.
Alice olhava para o deslumbrante cantarolar no céu com a vista divina. Mas mesmo assim, estava descendo lentamente em direção a área das Tropas de Apoio. A loira colocou mais força em suas pernas e usou sua velocidade sobre-humana para correr mais rápido até lá.
- São 100 quilômetros de comprimento... - A clone de Eydis olhava perplexa lá em baixo. - Kirimai, desce!
No momento em que Yuuki ia usar a distração no céu para atacar Eugeo, o desfiladeiro apareceu na área aonde ela estava, fazendo-a cair.
- YUUKI!!!!! - Antes que Yuuki caísse, Eugeo a segurou com a mente e usou sua magia telecinética de Armas Encarnadas para jogar ela com força até os cem metros do outro lado do desfiladeiro, salvando-a da morte certa.
Lá no local do desfiladeiro, o hispânico não parava de olhar fixamente para a figura divina flutuando no ar.
- Você tá brincando comigo. - Vassago começou a cair naquele desfiladeiro após a deusa criar um buraco único para ele, e ele a fitava suas mãos como uma câmera para o rosto da deusa se revelando como uma adolescente de cabelos ruivo-acastanhados. - Aquele rosto, aquele cabelo, só pode ser ela! A Vice-Comandante dos Cavaleiros do Pacto de Sangue. É a Relâmpago!
- Onde está você, Kirito-kun?
Notes:
Sim, o Eldrie continua vivo nesse AU, pois a morte dele na minha opinião foi muito repentina e acho que ele merecia ter o seu devido desenvolvimento.
A Yuuki é bem assustadora quando tá do lado do mal, não é? Até tá dando trabalho pro Eugeo.
Até mais 🤙
Chapter 20: Capítulo XX - Stacia, a Deusa da Criação
Summary:
Asuna chega no campo de batalha e faz um desfiladeiro de mais de 100 quilômetros para garantir vantagem sobre o exército do Território Negro e finalmente se encontra com Kirito mais uma vez. Os Cavaleiros da Integridade se reúnem novamente e descobrem um pouco mais sobre o que está acontecendo dentro e fora do Underworld. Sheyta termina de ler o livro dos Cinco Deuses, o que faz com que Asuna descubra com seu novo poder que uma deusa misteriosa está na presença de Eugeo e Alice já algum tempo.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
06 de Julho de 2026 - 17:10 da Tarde...
Ocean Turtle, Base Móvel da Rath - Em algum lugar do Mar do Japão...
Ponto de Vista(Asuna/Stacia)
Eu havia acabado de aceitar entrar em Underworld usando a Superconta da Deusa Stacia, mas como a minha conta era a mais problemática em termos de poder, tinham algumas consequências em usá-la.
Naquela hora, a enfermeira do Kirito-kun já tinha me dado soro de intravenosa e eu já mandei uma mensagem no grupo do pessoal que eu iria entrar em Underworld pra salvar o Kirito-kun, a Alice e Eugeo pra levá-los até o Altar do Fim do Mundo. Uma vez lá, a missão vai acabar e esses caras que invadiram a Ocean Turtle iriam ser presos pela marinha do Japão.
Depois que a doutora Rinko, o Higa e o Kikouka me contaram a versão deles sobre o Eugeo e Alice no Sword Art Online, eu ainda não acreditava. Mas por outro lado, eu me lembrei do lendário Mensageiro das Rosas que morreu ao matar mais de 30 PKs da Caixão Sorridente. E isso não é pra qualquer um. Se o Eugeo for mesmo ele, preciso saber da verdade. E de todas as versões dela.
Como a Argo era uma Beater igual ao Kirito-kun na época do SAO, com certeza ela sabe de alguma coisa. Pedi para que a Yui fosse atrás dela e daqueles dois coreanos, e que investigue esse lado. O problema é que eu só vou saber sobre isso se eu voltar pro Mundo Real.
- Asuna-san, como você vai entrar no Underworld com a Superconta Nº1 da Stacia, a Deusa da Criação, mas ela tem alguns erros. - O Higa começou a falar no áudio que a sala de FluctLights tinha. Mas pensando bem, que erros são esses? - Ela tem as habilidades e direitos de administrador para manipular o terreno todo em si, mas só que o feitiço dela é demais para o seu FluctLight aguentar o controle devido aos dados entre o Soul Translation e o visualizador da central. Então use só quando for necessário. Se você usar o seu poder divino e sentir uma dor de cabeça ou achar que vai desmaiar, desative o comando na hora.
- Pode deixar, Higa-san! - Afirmei a ele, enquanto me deitava e era introduzida nesse novo mundo virtual.
- Yuuki-san, você é forte. Cuide-se lá e proteja o Kirigaya. - A enfermeira do Kirito-kun me pediu com preocupação.
- Deixa comigo. - Respondi a ela com um sorriso e um olhar determinado. - Link Start. - Após eu me deitar, fechar os olhos e ativar o comando da máquina, ela me levou a uma série de memórias falsas em relação a Deusa Stacia e os seus irmãos. Eu não sei o que é isso, mas agora não é a minha prioridade em saber.
Agora, em Underworld...
08 de Novembro de 380 - 00:35 da Madrugada...
Área dos Matagais Secos, Território Negro. - Hemisfério Central de Underworld...
Eu havia acabar no céu de Underworld, usando um belo vestido branco e revelador igual ao de uma noiva, com uma armadura branca leve, e levando uma espada com uma jóia roxa na bainha.
Quando cheguei em Underworld, vi que estava tudo tão bagunçado. Aquilo não era só um simples mundo virtual. Era uma porra de uma guerra desenfreada pela chacina rolando solta lá em baixo. Isso aí é o sistema de eliminação de simulação, o Teste de Carga Final?! Se eu conseguir voltar, vou me lembrar de dar um soco no Kikouka.
Não pude evitar e me introduzi naquela guerra no momento em que usei a minha habilidade especial de manipular o terreno.
Eu criei uma aurora boreal e guiei ela ao solo, fazendo uma fissura de mais ou menos meio quilômetro. Daí, fiz mais outra fissura que me fez ter uma dor de cabeça das grandes. E o que acham que eu fiz pra piorar ainda mais? É, isso aí. Eu criei um puta desfiladeiro ainda maior com mais ou menos 100 quilômetros de comprimento, mandando o inimigo pro buraco. A minha cabeça tá toda arregaçada, mas pelo menos isso deve me fazer ganhar um dia no máximo de vantagem pra ir até algum Cavaleiro da Integridade e pedir ajuda.
- Então essa é a reação da minha manipulação da terra. - Falei enquanto massageava a minha cabeça. Agora que eu me lembrei quando o Higa me contou sobre os poderes da Deusa Stacia. Pelo fato deles serem muito poderosos, o meu FluctLight fica muito limitado dando a razão de eu ser a deusa mais forte, podendo acabar me matando. - Kirito-kun, aonde você tá? - Me perguntava, enquanto o sistema do Underworld me descia aos poucos. Notei que os humanos e os Cavaleiros da Integridade estavam seguros, enquanto o inimigo estava lá do outro lado.
Aterrissei no chão daquele matagal, aonde estavam duas garotas adolescentes. Uma delas tem cabelos castanhos e olhos azuis, e outra era uma ruiva de cabelos e olhos vermelhos como a cor de sangue.
- Stacia-sama... - A morena me chamou.
As duas meninas ficavam boquiabertas ao me verem, era como se eu parecesse uma deusa de verdade pra elas.
- A senhora é uma deusa? - A ruiva me perguntou, ainda vidrada em mim.
- Não, sinto muito, mas eu não sou uma deusa. - Respondi a elas.
- Só que você fez um milagre e salvou todo mundo. Os soldados, os monges, o Kirito-senpai e o Eugeo-senpai também. - A garota de cabelos castanhos citou os nomes do Kirito-kun e do Eugeo, me fazendo arregalar os olhos! Elas conhecem eles!
- Eu... Eu vim aqui pra encontrar o Kirito-kun e o Eugeo. - Apertei o meu peito com certa força, ao pensar na minha dor, na dor do Kirito e na dor da Yui. A minha filhinha depende de mim e eu quero ver ele. - Por favor, me digam aonde eles estão. Quero vê-los, garotas.
Quando o efeito da minha aurora boreal acabou, as duas garotas se entreolharam e acentiram com a cabeça.
- Claro, Stacia-sama. Nos siga. - Elas falaram em conjunto e fui junto com elas em direção a uma carruagem. No lado de dentro, havia luzes. Eu hesitei um pouco, mas finalmente girei a maçaneta e abri a porta, só pra me deparar com o amor da minha vida ali sentado em uma cadeira de rodas. Ele estava todo de preto como sempre, mas agora estava vestindo uma armadura negra-dourada, com capa e sobretudo preto, igual a aqueles Cavaleiros da Integridade com o símbolo da Igreja de Axioma que o Higa e o Kikouka me explicaram. Então ele virou um Cavaleiro da Integridade. Sua armadura se completava com um capuz entre a capa e o sobretudo, que ocultava seu rosto sem emoções. Ele estava com duas espadas na mão esquerda com luvas sem dedos, enquanto a outra estava imóvel. Fiquei chocada ao ver que ele perdeu o braço direito dele. Os seus olhos negros perderam a cor e pareciam até mesmo que a vontade de viver dele foi embora. O que foi que fizeram com o meu Kirito?
- Kirito-kun...
- Hã... - Ele se mexeu, quase fazendo as duas espadas dele caírem no chão enquanto levantava a sua cabeça pra me ver. Tirei seu capuz para vê-lo e ele sentiu a minha presença, fazendo lágrimas derramarem de seu rosto. Ele está me vendo. Não pude hesitar e abracei ele, finalmente apertando ele firme num abraço tão caloroso. A minha dor não se compara a do Kirito, que passou dois anos preso na porra desse mundo. Enquanto minhas lágrimas caíam na sua armadura elegante, ele começava a me chamar com um som inteligível. - A... su... na... Asuna...
- Kirito-kun, agora tá tudo bem. Eu tô aqui com você. - Sussurrei pra ele, enquanto estava em seus braços e beijei sua bochecha. Ao me soltar dele um pouco contra a minha vontade, me levantei. Por mim ficava abraçando o Kirito a noite toda, mas a nossa missão continua de pé. Tenho que encontrar o Eugeo e a Alice. - Obrigada, garotas. Vocês estavam protegendo ele, não é mesmo?
Elas acentiram ao limparem suas lágrimas que caiam de seus rostos.
- Se você não é a Deusa Stacia, então quem é você? - A morena me perguntou.
- Meu nome é Asuna. Eu sou humana como vocês e venho de um outro mundo, igual a ele. - Me referi ao Kirito-kun sobre sermos humanos. - Mas isso é o de menos. Eu vim de muito longe para ajudar a cumprir o objetivo dele.
- Do mesmo mundo do Kirito-senpai? - As duas me perguntaram, ainda sem entender nada. A morena então começou a querer entender as dúvidas. - Vocês são do mundo dos deuses, aonde vivem os Cinco Deuses de Underworld e que controlam os elementos e os anjos?
- N-Não, não é bem assim. É um outro mundo com pessoas normais, mas só que... Me desculpem, não posso só resumir o meu mundo em poucas palavras. Vocês falaram sobre esse "Eugeo-senpai". Quero que me levem até ele e aos seus líderes, por favor. Preciso falar com todos para me ouvirem o que tenho a dizer.
- Claro, Asuna-sama. Pode nos seguir, por favor. - A morena me chamou e as segui. Mas antes de sair, voltei até o Kirito-kun e acariciei o seu rosto lindo e inexpressivo.
- Relaxa, Kirito-kun. Vai dar tudo certo. - Eu dei um sorriso enquanto encostava a minha testa na dele. Dei um selinho nele depois de longos dez dias, coloquei o capuz nele e finalmente sai da carruagem fechando a porta. Ao virar para o lado, meus super sentidos de deusa apitaram do nada. Instintivamente, peguei a minha espada para me defender de um golpe furioso de uma luz dourada de energia. Pareciam até mesmo flores. Ao ver o ataque, se tratava de uma espada mágica de uma bela garota de cabelos loiros presos em uma trança, provavelmente um ou dois anos mais velha do que eu. Ela estava vestindo uma armadura igual a do Kirito-kun, então ela também deve ser uma Cavaleira da Integridade!
Não pude evitar e comecei um combate com ela. Com minhas habilidades da Deusa Stacia e a minha experiência de esgrima nos jogos, eu era invencível. Com três golpes de sequência, iniciei um combate com ela.
Mas por alguma razão, eu já vi ela lá na Rath. Nas câmeras de segurança, o Kikouka me mostrou que havia uma câmara secreta aonde ele escondia os corpos dos dois A.L.I.C.E.s em animação suspensa. Então essa garota aqui é...!
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Alice atacava com fúria ao ver que um dos seus melhores amigos estava ameaçado com a presença da tal deusa que apareceu e salvou os humanos. Sendo inimiga ou não, era padrão dos Cavaleiros da Integridade de exterminar o inimigo se necessário. Ambas as belas garotas se chocaram com o ataque e Asuna se lembrou da A.L.I.C.E. que dormia lá no Mundo Real, naquela câmara.
- Ei, você...
- Alice-sama, por favor, pare de lutar com ela. - Tiese pediu a bela loira para que parasse de lutar.
- Ela não é a nossa inimiga, Alice-sama! - Ronye respondeu, com medo de se aproximar da loira.
- “Alice?!” - Asuna arregalou os olhos ao ver que o alvo principal da missão dela estava bem na sua frente, lutando contra a própria. - Ei, eu não sou inimiga. Para de lutar.
- O caralho que eu vou parar! Quem é você e o que quer com o Kirito?! - Alice falou entre os dentes ao ver a garota de cabelos ruivos invadindo a carruagem do Espadachim Negro.
- Como assim?! Porquê ele é meu namorado, porra! - Asuna se irritou, pois já estava de saco cheio com o pessoal da Rath, o tiroteio, a invasão e agora com uma loira estourada que ela teria que lidar pelas próximas 24 horas.
- Que besteira! - Alice saiu do entrelace de lâminas, e começou a girar no ar para atacar a tal Deusa Stacia com sua Espada da Oliva Perfumada, usando golpes do Quadrado Horizontal que ela aprendeu com Eugeo.
Enquanto Ronye e Tiese viam Asuna e Alice duelando, elas se entreolharam suspirando de medo em ver como é que iria levar a luta de uma estranha com o poder da Deusa Stacia contra a feiticeira mais poderosa do mundo.
- É uma dádiva em ver algo do tipo. - Ambas as Pajens se surpreenderam ao ver Bercouli ao lado delas. - Duas lindas flores em plena floração. É bem incrível de se ver. - O azulado sorriu enquanto apenas tocou a palma de sua mão no entrelace de espadas, fazendo Asuna e Alice quase caírem no chão e de repente, ambas sentiram uma força invisível fazendo elas flutuarem no ar.
- Tio Bercouli, por quê nos parou?! Me solta agora que eu vou matar essa metida!
- Eu sou metida?! Foi você que veio pra cima de mim!
- Primeiramente, eu estou com os braços cruzados. Olha pra trás de você. - O azulado apontou seu dedo para a direção de um certo cavaleiro com armadura azul-prateada furada em arranhões pequenos com sangue, e mesmo assim usando a magia telecinética de Armas Encarnadas pra apartar elas duas. Mas Alice e Tiese arregalaram seus olhos ao ver o capuz que cobria seu rosto ferido e cansado. - "Eu nunca imaginaria que o Eugeo fosse superar a minha habilidade de Armas Encarnadas. A telecinese dele é muito mais poderosa do que a minha, mas mesmo assim a mente dele ainda é muito instável."
- EUGEO!!! - Alice fez um pulso de ar se livrando da telecinese de Eugeo e foi até ele, só deixando Asuna ainda mais perplexa ao ver que eram os dois A.L.I.C.E.s na sua frente de bandeja. Ela viu Eugeo caiu sentado no chão, suspirando como uma criança asmática enquanto Alice corria para cima dele.
- Senpai! - Tiese olhava para o seu mestre todo machucado, mas viu a aproximação de Alice com ele.
- Alice... - O loiro nem mesmo pôde falar mais nada, que seu corpo foi exposto ao abraço caloroso de Alice. Ele retribuiu o abraço dela, apertando-a com carinho.
- Por quê você tá assim, todo machucado?! Eu pedi que não se arriscasse! - Ela esbravejou enquanto curava os ferimentos do loiro com magia. Como eram só alguns arranhões, não era grave.
- Sinto muito, Alice. Eu vi a Comandante dos Cavaleiros Negros e ela me atacou em grupo. Ela também tinha uma Arma Divina na mão, mas consegui ganhar tempo com a Pantera Negra. Se não fosse pela Stacia-sama, eu estaria morto agora. - Eugeo explicou, enquanto soltava Asuna do seu poder da mente.
- Ela deve ser uma espiã do inimigo. Não podemos confiar nela. - Alice respondeu a Bercouli ainda olhando com seriedade pra Asuna, enquanto terminava curar o loiro e de consertar a armadura dele.
- Eu duvido muito disso, garotinha. - O azulado afirmou, enquanto acalmava Alice. - Eu estava prestes a me render e a garota ali me salvou, e o Eugeo também. Eu encontrei ele machucado no caminho e o trouxe pra cá. Também vi ela criando o desfiladeiro de mais de 100 quilômetros. As sete cores de luz apareceram no céu, deixando os Cavaleiros Negros e Pugilistas espantados lá do outro lado. Ela ganhou tempo pra nós sobrevivermos.
- Então se você diz que não é uma espiã do inimigo e nem uma maluca se vestindo de deusa, mas sim a verdadeira Deusa Stacia? - Alice perguntou a Asuna, enquanto ajudava Eugeo a se levantar. A garota dos cabelos ruivo-acastanhados acabou olhando de lado.
- Talvez não, Alice. - Eugeo respondeu a ela. - Eu sinto o poder dela transbordando, mas ela não é uma deusa.
- Você tá certo, Eugeo. Se ela fosse uma deusa de verdade, seria muito mais assustadora do que a Pontífice e a Cardinal juntas, e sem contar que você atacou ela sem nem mesmo conversar direito. - Bercouli deu um sorriso de lado, fazendo Alice se envergonhar com o absurdo que ela causou a atacar Asuna. As duas estavam se fitando, mas elas suspiraram e guardaram as suas espadas.
- Tem razão, senhor. Eu não sou uma deusa. Sou humana, assim como todos aqui. Mas já sei um pouco da situação de vocês em relação a guerra. - Asuna falou para Bercouli, fazendo o mais velho ficar pensativo.
- Os outros Cavaleiros da Integridade deveriam ouvir isso. - Bercouli falou, enquanto olhava para o casal de loiros. - Alice e Eugeo, os homens do Renly e da Sheyta já absorveram a energia do matagal. Vão até a Eydis e peçam que ela use a Assimilação Sanguínea da Espada do Corte Sombrio pra fazer uma conferência entre a Fanatio e os outros, enquanto tomamos um chá.
- Entendido, Comandante. - Alice respondeu, ainda fitando a deusa na sua frente.
- Aí, garotas. Preparem um chá quente e tragam alguma coisa mais forte pra mim e pros outros Cavaleiros da Integridade, por favor. - O azulado pediu a Ronye e Tiese, que acentiram. - Vocês também podem vir e ouvir o que essa garota aqui vai falar, garotas. - Bercouli apenas saiu ali com um sorriso animado, deixando Alice, Eugeo e Asuna junto com Ronye e Tiese ali no local. Asuna aproveitou para dar mais uma olhada em Kirito, mas Alice decidiu dar um ultimato.
- Já te aviso logo. Não entre nessa carruagem sem a minha permissão ou a do Eugeo. É o nosso dever manter ele a salvo. - Alice falou com um tom sério e um pouco ciumento demais que Asuna notou.
- De novo isso, Alice? Você tentou desafiar a Vice-Comandante, e agora ela? - Eugeo deu uma risada de dor, enquanto via sua namorada buscando motivos idiotas pra brigar com Asuna.
- Primeiramente, pode parar de chamar o meu Kirito-kun pelo apelido dele! - Alice se aproximou do casal, fitando seu olhar ciumento em Alice.
- Apelido? - Eugeo estranhou o que Asuna falou. Esse não era o nome de verdade do Kirito?
- Falou alguma coisa, "Stacia-sama?" Eu não ouvi nada. - Alice respondeu sarcástica fazendo aspas com as mãos, deixando Eugeo cair no chão todo dolorido.
- Não, não falei nada. - Asuna respondeu irritada, bufando as bochechas junto com a bela loira e indo em direção a carruagem aonde Eydis e Eldrie estavam.
- Alice, não se esqueceu de nada não? - Eugeo estava dando um sorriso um pouco irritado ao ver que sua amada deixou ele cair no chão como um saco de batata. - Você me deixou cair, droga! Eu ainda tô machucado!
- Ai, amor! Me desculpa. - A loira ficou preocupada, fazendo Asuna dar uma risada discreta enquanto via Alice levando Eugeo e segurando o amado nos braços e os três foram embora, deixando Ronye e Tiese refletindo ao ver essa cena de Eugeo, Alice e Asuna andando calmamente em uma cena cômica e hostil.
- Que doideira. Ninguém imaginaria uma coisa dessas. - Tiese falou, enquanto via seu mestre sendo levado pela cavaleira ao seu lado. - Enfim, bora lá ferver a água. As bebidas alcoólicas estão ali, né? Vamos lá, Ronye.
- Espera, Tiese. - A morena ergueu seus braços, enquanto a ruiva abria a carruagem com os suprimentos. Isso fez Ronye refletir um pouco o seu relacionamento de mestre e aprendiz com Kirito. - Mas ele era o meu senpai...
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Em uma fogueira, estavam alguns soldados e os dezesseis Cavaleiros da Integridade bem ali, com exceção de Kirito e a falecida Dakira. Graças a magia de Eydis, Fanatio, Deusolbert, Nelgius, Entokia e os outros puderam ser invocados ali no local com o poder da Assimilação Sanguínea. Enquanto o resto dos soldados não chegava, todos ali em volta da fogueira conversavam.
- Como estão as coisas lá no Portão Leste, Fana? - Bercouli perguntou a Cavaleira Implacável, que estava sentada ao seu lado. - Graças ao plano da Alice e do Eugeo, metade do inimigo começou a seguir a gente como planejado.
- Os Goblins, os Magos Negros e os Assassinos estão resistindo por enquanto. Mas sem seus líderes, amanhã já estará controlado. - Fanatio suspirou um pouco enquanto olhava para Eugeo com alguns curativos tentando evitar uma briga entre Alice e Asuna. - E você não matou o Eugeo não, né Bercouli?
- Ele foi ferido pela Comandante dos Cavaleiros Negros, mas já está bem. Não corre tanto perigo. - O azulado acalmou a sua esposa. - Ele não desencadeou sua Release Recollection ou o Modo Vecta, mas ainda estou de olho nele.
- É melhor assim. Se o Modo Vecta for ativado e a Alice não estiver por perto, pode acontecer o caos ou coisa até pior. - A mulher dos cabelos roxos pegou uma xícara de chá e começou a beber.
- Tá tomando chá hoje? Não vai querer um pouco de vinho, Fana? - Bercouli estendeu a jarra alcoólica pra ela.
- N-Não precisa, Bercouli. Eu vou ficar só no chá hoje. - A mulher dos cabelos roxos respondeu a ele, sorrindo um pouco temerosa. - Você sabe que eu sou fraca pra bebida.
- A gente quer vinho! - Fizel pediu a ele.
- Nada disso, Fizel. Você e sua irmã devem ficar sóbrias. - Deusolbert falou, enquanto bebia um pouco de vinho.
- Isso não vale, velhote. - Linel bufou.
Enquanto todos estavam ali, Eydis e Renly estavam juntos com Nelgius e Entokia ao lado do corpo de Eldrie, que ainda estava inconsciente e coberto de curativos e ataduras por baixo da armadura.
- Aquelas bruxas acabaram com ele. - Nelgius olhou para o lilás. - Quer dizer então que o poder da Chanceler dos Magos Negros mandou ver até contra um de nós.
- Se o Eugeo não tivesse salvado ele, Eldrie estaria morto. Ele não te ouviu aínda, Eydis? - Entokia olhava para o corpo sereno de Eldrie, enquanto a Cavaleira da Integridade mais otimista de todos apenas negava com uma cara meio depressiva.
- O idiota usou a Release Recollection por muito tempo, e não sei por quanto tempo ele continuará dormindo. - Eydis respondeu, limpando os ferimentos de Eldrie. - Tudo o que podemos fazer é esperar e quando ele acordar, eu vou dar um murro da cara dele.
- Pra você fazer isso, precisa deixá-lo descansar, Eydis. - Renly tocou no ombro da sua melhor amiga, enquanto olhava pra Eldrie ainda dormindo. - Eu sei que ele vai voltar pra você. Você é a melhor estrategista em pegadinhas, então sabe como pegar qualquer um.
- Só não vá fazer com a gente de novo, tá Eydis? - Nelgius já deu seu aviso a acinzentada. - Eu não gosto quando você nos faz de alvo.
- É, você sempre exagera com aquela pegadinha da água fria. - Entokia respondeu, já sentindo a água em seu psicológico.
- Tomem cuidado então, rapazes. Vai que alguma hora eu te acordo com uma bombinha. - A acinzentada deu uma risada nasal pra descontrair um pouco a sua dor. Ela se virou para pensar em como Alice iria esconder a gravidez dela pra Eugeo. Diferente das mulheres normais, as Cavaleiras da Integridade tem uma gestação mais rápida e daqui a poucas semanas, não importava quanto tempo levasse, cedo ou tarde Eugeo vai acabar descobrindo.
Do outro lado, Eugeo foi chamado por Golgorosso e Sortiliena sobre como viram ele lutar no matagal contra a Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros.
- Então você aperfeiçoou a habilidade da Inclinação. Não esperava que ficaria ainda mais forte, Eugeo. - Golgorosso elogiou alegre para o seu ex-aluno.
- Obrigado, Golgorosso-senpai. Você me ensinou muita coisa.
- Tenho certeza de que o Kirito deve gostar de saber que você está ainda mais forte do que antes. - Sortiliena deu um sorriso para ele.
- Eu não sei se um dia eu vou poder lutar contra o Kirito com todo o poder dele. - Ele se recordou daquela noite em que viu ele com sua transformação de Espadachim Negro e aqueles olhos dourados a mostra. - Existe alguma coisa nele que ainda pode ganhar de mim.
Asuna ouvia a conversa de Eugeo com aqueles dois, e estava pensativa em ver como aquele tal Mensageiro das Rosas se tornou membro da ordem militar mais forte de todas e conviveu com Kirito nesses últimos meses. Como ela ainda não conhecia direito Eugeo e Alice, ela irá arrumar tempo para conversar com eles a sós depois.
Quando todos estavam finalmente naquela fogueira, a garota decidiu começar a explicar mais sobre o que está acontecendo em Underworld e o motivo da Deusa Stacia estar ali.
- É um prazer conhecê-los. - Asuna começou a se explicar para os Cavaleiros da Integridade, mas sem falar muitos detalhes do mundo moderno. - O meu nome é Asuna Yuuki, e venho do Mundo Real. - Nessa hora, Alice e Eugeo se entreolharam ao recordar do nome que Kirito citou antes do coma. Então essa era a tal Asuna que ele falou! - Apesar do mundo da onde venho e o Underworld não estarem conectados fisicamente, são de mundos distantes. Nesse momento, num certo lugar do Mundo Real, duas forças lutam pelo controle de Underworld. Eu pertenço a Rath, uma delas.
- Então qual é o objetivo de vocês, Asuna-sama? - Golgorosso a questionou com esse mistério. - A senhora veio se apoderar desse mundo?
- Não. Tenho o dever de proteger Underworld, mas o objetivo do inimigo é sequestrar dois humanos de Underworld e destruírem esse mundo. - A bela garota de cabelos ruivo-acastanhados respondeu ao ex-Discípulo de Elite.
- Sequestrarem dois humanos? - Entokia cochichou para Nelgius. - Se trata de um cívil?
- Não pode ser. Os humanos de Underworld não são tão especiais como os Cavaleiros da Integridade. - O esverdeado de cabelos longos respondeu para o seu parceiro.
- Não é verdade, Nelgius. - Fanatio o corrigiu. - Como você acha que o Território Negro veio nos atacar pelo Portão Leste, ao invés de uma incursão aérea?
- Do lado do Império Humano, temos o Território Negro. - Bercouli comentou, enquanto tomava um gole de vinho do seu cantil. - Eram boatos de que estavam armando um exército para invadir a gente, mas poucos acreditavam nisso. Incluindo eu. Não acho que seja muito difícil de acreditar que exista outro mundo, além desse aqui.
- Mas ainda falta uma outra variável. - Deusolbert indagou, e Fanatio e Bercouli acentiram. - Quem são esses humanos?
- É, Asuna. Essas pessoas que planejam destruir Underworld estão procurando por quem? - Bercouli perguntou para a garota ao seu lado.
Asuna não precisou nem mesmo de palavras para responder, e apenas usou a sua visão como resposta. Ao olhar fixamente para Eugeo e Alice, todos ali arregalaram os olhos em direção ao casal mais poderoso da humanidade. Isso fez o coração de Eugeo palpitar ainda mais em relação a sua amada.
- Por quê vocês estão olhando pra gente? - Alice se levantou e foi procurar mais dúvidas a Asuna.
- O que a Alice tem de especial pro inimigo? - Eugeo a abraçou de forma protetora por ela, pois sua amada também era alvo dos humanos de fora.
- Já entendi então. A Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira. - Bercouli já adivinhou apenas de olhar os dois prodígios.
- Olha, não temos muito tempo. - Asuna decidiu explicar para o casal o resumo do que eles precisam fazer. - Pra evitar que o Underworld seja destruído, vocês dois terão que vir agora comigo e com o Kirito-kun pro Mundo Real, Alice e Eugeo. Se o inimigo descobrir que vocês não estão aqui, eles deixarão de atacar esse mundo.
- Tá brincando comigo?! Você me pede pra que eu fuja e abandone o meu povo, indo pro Mundo Real? Não vou fazer algo assim! Como uma Cavaleira da Integridade, é o meu dever de proteger os humanos. - A bela loira se estressou com a ordem de Asuna.
- O meu também! - Eugeo entrou na conversa. - Asuna-sama, por favor. Reconsidere essa questão. Nós dois temos família e se abandonarmos eles, temos a chance de nunca mais voltar! Além de quê, nós somos Cavaleiros da Integridade e temos um juramento e o dever com o nosso povo.
- São mais razões pra vocês irem, Eugeo. - Asuna falou séria para o casal. - Se os inimigos do Mundo Real capturarem vocês, serão usados como experimentos, como supersoldados lá fora ou até pior. Com isso, eles vão destruir esse mundo. As pessoas, seu povo, a terra, o céu, tudo! Eles poderiam atacar a gente agora mesmo com um simples estalar de dedos.
- Creio que você esteja fora das notícias, Asuna. - Bercouli interrompeu a conversa dos três, tomando um gole do seu vinho e deixando a garota com dúvidas, agora focando na vista de Alice e Eugeo abraçados. - O seu inimigo já está aqui, e agora faz mais sentido o que ele deseja. O Imperador Vecta, o Deus das Trevas quer a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira. E como o Vecta controla o Território Negro, ele é exatamente como você. Um humano do Mundo Real usando poderes divinos.
- Vecta, o Deus das Trevas?
- Ei, Asuna-chan. O que o Vecta quer com a Alice e Eugeo? - Eydis questionou ela, mas mesmo assim Asuna estava pensativa.
- Eu ainda não sei bem o que o Deus das Trevas quer. - Asuna começou a se desesperar em ver como as coisas lá fora na Rath estavam começando a fugir do controle. - “Mas é impossível! As contas do Território Negro não foram bloqueadas pelo Higa a tempo! Tem alguém usando a Superconta Vecta!”
- Posso perguntar uma coisa, Asuna-sama? - Renly levantou sua mão, chamando a atenção dos outros e da ruiva. - Nós já sabemos quem são a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira. Mas por quê essa gente do Mundo Real quer tanto a Alice e o Eugeo?
- É por causa que eles romperam o Selo do Olho Direito. - A voz silenciosa de Sheyta pareceu como um barulho ensurdecedor para os dois loiros. Eles se lembraram de como perderam seus olhos direitos, antes de serem curados depois de um certo tempo. - Estou certa, não?
- Como você sabia disso, Sheyta?! - Eugeo se surpreendeu que a Assassina Silenciosa descobriu o segredo deles.
- Quando vocês fugiram da Igreja de Axioma com o Kirito. - Ela respondeu a eles, enquanto cobria o seu olho com a mão direita. - Uma das regras que a Pontífice criou era para que não abandonássemos a Ordem dos Cavaleiros da Integridade em hipótese alguma. E no momento, vocês dois são os únicos com liberdade e direito de escolha no mundo. O meu olho direito dói tanto só de pensar em como seria matar a Pontífice e destruir a Igreja de Axioma, a única construção indestrutível de toda Underworld.
- Como é que é?! - Linel e Fizel se assustaram com a explicação de Sheyta.
- Essa mulher é psicótica. - Eydis ficou um pouco com medo da assassina.
- Acho que mais de um sabe do que estão falando, né? Quando uma pessoa duvida da Pontífice e das leis da Igreja de Axioma, aparecem algumas letras vermelhas no seu olho direito e ele começa a arder. Ele te deixa ficar sem pensar por um tempo, até que em algum momento... - As falas de Bercouli foram complementadas pela fala dos loiros.
- O seu olho direito explode! - Alice e Eugeo responderam em uníssono, fazendo Ronye e Tiese se recordarem de quando foram salvas por Eugeo e Kirito ao matarem Raios e Humbert na Academia de Espadachins. Eles viram que o olho de Eugeo explodiu quando ele evitou que elas duas fossem estupradas por aqueles nobres que abusavam de sua autoridade.
- Quer dizer então que vocês dois... - Eydis e Renly olharam para Alice e Eugeo que se entreolharam e acentiram a eles dois.
- Passamos a noite inteira lutando contra o Ancião Chefe Chudelkin e a Pontífice. - Alice explicou a eles. - Antes de me preparar, enquanto a Quinella tava expondo o Eugeo durante o Ritual de Síntese e fazendo ele virar um Cavaleiro da Integridade, Kirito me ajudou e perdi o meu olho direito por um tempo. Por isso, eu estava usando aquele tapa-olho.
- Enquanto comigo, perdi o meu olho direito para salvar Tiese e Ronye de serem atacadas por dois nobres na Academia de Espadachins. - Eugeo explicou a eles todos, falando o suficiente para não deixar as duas Pajens desconfortáveis. - Parando pra pensar... Alice, você se lembra de quando a Quinella falou sobre os nossos olhos direitos?
- É verdade, eu me lembrei agora! - A loira respondeu pensativa. - Quando a gente lutou contra a Administradora, ela falou alguma coisa sobre o meu olho. Acho que era "código oito, sete..." Código 871! Era desse jeito que ela chamava o Selo do Olho Direito, e me perguntou como desativamos aquilo por conta própria.
- Ainda não entendemos muito sobre isso. Mas teve uma hora em que o Kirito se transformou com uma roupa de capa preta e falou que esse mundo poderia ser destruído com um simples toque de botão. Isso é algo do mundo real? - Eugeo perguntou a Asuna, que agora estava com ainda mais coisas para se pensar.
- Código 871? Esse selo foi implantado por alguém da Rath? - Asuna começou a cochichar e se sentou para pensar no que estava acontecendo, deixando todos os soldados e Cavaleiros da Integridade confusos. - “O pessoal da Rath quer criar uma inteligência artificial que pense por sí própria. O Kikouka e o Higa criaram o mundo de Underworld pra programarem uma simulação de séculos pra isso. E o Kikouka deixou tudo certinho pras IAs de Underworld desobedecerem o Índice de Tabus. Um código assim pra fazerem eles se submeterem a dor iria inutilizar o experimento. E se esse selo for um tipo de sabotagem?! Isso quer dizer que lá dentro na Rath deve ter algum traidor infiltrado na equipe! Tenho que avisar o Kikouka e o Higa sobre isso! Mas o único console que sobrou tá no Altar do Fim do Mundo... Kirito-kun, o que eu faço?!”
Foi aí que Asuna se lembrou quando ela abraçou o seu amado depois de um bom tempo, e a única voz que ela ouviu em sua mente dele.
- Asuna... Confiarei tudo em suas mãos!
- Asuna? - Fanatio decidiu acabar com a fonte de mistério ali. - Por quê está tão calada? Aconteceu algo?
- Não é nada, senhora Fanatio. - A bela garota respondeu a mais velha. - Quem implantou o tal Código 871 nos olhos da Alice e do Eugeo deve ser alguém entre os meus superiores no mundo real que está trabalhando com o inimigo nas sombras.
- E não tem como acabar com esse código sem perdermos o olho? - Bercouli questionou a garota vestida de deusa.
- Não posso fazer isso aqui em Underworld. Sem um local de extração, eu não consigo contatar os meus aliados lá fora. - Asuna respondeu cabisbaixa.
- Então, pelo que você fala, o inimigo está procurando por alguém capaz de romper o selo do olho por si mesmo. No caso, a Alice e Eugeo. - O azulado mais velho deduziu. - Por acaso, vocês do mundo real tem selos também?
- Não, não possuo nenhum selo. Mas sinto que a semelhança de vocês de Underworld e eu do Mundo Real temos o fato de obedecermos as leis a todo custo. - Asuna falou, como um meio-termo. - Como o Imperador Vecta foi enviado a esse mundo para pegar vocês dois, ele teme que se a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira se aliarem comigo, que é da Rath, vai ser difícil de pegá-los. Eles são muito importantes para o meu povo no Mundo Real.
- Mas ainda não entendi. Se o que nos diferencia de você e as pessoas do Mundo Real é o selo no olho, então quer dizer que a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira são iguais as pessoas do Mundo Real, não é mesmo? - Esse argumento de Bercouli fez Asuna se encolher com os olhares de dúvida vindos de Alice e Eugeo, sem contar com todo mundo ali. - Você não respondeu a gente. Por quê eles dois são tão importantes assim pra quererem que você ou o inimigo os leve pro seu mundo?
- Me desculpem, mas não posso responder isso pois só vai depender da resposta de vocês dois, Alice. Você e Eugeo precisam se decidir por si mesmos se vão vir comigo ou não com Kirito. - Asuna começou a se dirigir para o casal. - Da onde eu venho não é um mundo de deuses ou uma utopia libertadora. De certa forma, é um mundo moderno mais corrupto e desagradável do que esse aqui. Mas lá não é só isso. Lá também tem muitas coisas boas e existem pessoas como eu que querem proteger esse mundo, como o Kirito-kun fez. Ele é amigo de vocês, então pensem bem no que podem escolher.
- Asuna-sama. E se eu for sozinho no lugar da Alice? Posso ir com você e o Kirito pro Altar do Fim do Mundo, e deixar ela segura com os Cavaleiros da Integridade. - Eugeo deu uma sugestão, quase como uma decisão pra ele. - Com ela aqui, o Vecta não virá atrás dela. Eu posso fazer com que ele venha atrás de mim e não capture ela.
- Ei, Eugeo! - Alice ficou irritada com a ideia egoísta que o namorado tinha ao deixá-la ali. - Você não vai lutar contra ele sozinho! Ainda não confio muito no que a Asuna falou, mas é muito perigoso se nós nos separarmos dessa vez e sem contar que o Vecta tá por aí. Se eu não ficar por perto de você, você pode se descontrolar... ou pior.
- Eu sei disso, Alice. Mas não se trata mais só da gente. Se trata da nossa família, os nossos amigos, o mundo inteiro. O motivo de todo mundo estar vindo atrás da gente é uma coisa ainda maior do que nós dois. Ainda não sabemos o que meus olhos são, ou o porquê de todo mundo chamar a gente desses nomes mitológicos, mas eu não quero ver você morrendo por minha culpa. - Ele revelou a ela, já quase entre as lágrimas. - Não dá mais pra te perder outra vez. Não dá. Já passei por isso uma vez e não quero que aconteça de novo. Não quero que você se machuque por minha culpa.
- Eugeo... - Alice olhou para o namorado, tocada com o que ele falou.
Os Cavaleiros da Integridade e o resto dos soldados do Exército da Humanidade viam os dois loiros ali discutindo, mas de fato, não era justo. Eles teriam que abandonar tudo que tinham nesse mundo e irem para outro mundo desconhecido e provavelmente hostil.
Asuna ficou completamente surpreendida ao ver que o que Eugeo e Alice sentiam um pelo outro era basicamente o mesmo amor verdadeiro que ela e Kirito tinham um com o outro. Dois A.L.I.C.E.s se encontraram nesse mundo, se apaixonaram e se tornaram muito mais do que simples IAs. E era além do experimento que Kikouka e Higa programaram. Eles são oficialmente humanos do Mundo Real. E pelo que ouviu do casal, ela viu que eles não podiam ficar separados um do outro depois de tudo que devem ter passado.
- Eugeo, eu entendo a sua posição e o que você propõe é uma ideia boa. Mas o Imperador Vecta está atrás de vocês dois. Mesmo que você aceite vir comigo, ele pode ficar pra pegar a Alice mesmo que esteja escondida até na mina mais profunda. Ele só precisa de pelo menos um de vocês, então não é uma boa ideia se vocês se separarem. O mais seguro é se os dois vierem comigo. Terei as respostas que vocês tanto procuram, quando chegarmos lá.
O casal olhou novamente para eles mesmos e depois para todos os outros ao redor da fogueira. Eydis estava olhando para os dois, como se fosse a última vez em que veria o seu aluno e a sua melhor amiga nunca mais, como uma despedida eterna. Mas no fim, todos os Cavaleiros da Integridade ali acentiram entre eles e levantaram suas Armas Divinas para cima, como um tipo de voto.
- Com excessão de Alice, Eugeo, Eldrie, Dakira e Kirito, são treze no total. - Bercouli olhou em volta, segurando a sua Espada Perfuradora de Tempo e vendo seus companheiros com as Armas Divinas levantadas. - Sem objeções?
- Nenhuma. - Deusolbert falou.
- Por mim tanto faz. - Sheyta disse indiferente.
- Nós aceitamos. - Nelgius e Entokia falaram ao mesmo tempo.
- Contanto que a minha Alicezinha e o meu aluno fiquem seguros, eu aceito. - Eydis respondeu.
- Se os dois estão sendo chamados lá fora, é muito importante. Então eu aceito também. - Renly aceitou.
Já Giro, Jeis e Hobren, os três membros das Lâminas Giratórias aceitaram com um balançar de cabeça.
- O que é isso? - Ronye olhou para os Cavaleiros em volta votando, fazendo ninguém entender além dos Cavaleiros da Integridade.
- Vice-Comandante, o que vocês estão fazendo? - Tiese questionou a Fanatio.
- Os Cavaleiros da Integridade fizeram uma votação, Pajem Sctolienen. - Fanatio deu um sorriso meio tristonho para Eugeo e Alice. - Todos aceitaram, crianças. Alice Synthesis Trinta e Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Sigam a deusa e vão pro Mundo Real.
Ao verem que esse era o único jeito, Alice apenas estendeu o dedo mindinho dela pro namorado.
- Juntos?
Os dois finalmente chegaram em um consenso que determinaria a escolha de vida deles e acentiram com um sorriso. Eugeo segurou o mindinho da namorada com o seu dedo e a respondeu.
- Juntos.
- Tudo bem, Asuna. Nós vamos com você pro Mundo Real. - Alice deu a resposta do casal. - Mas ainda temos que dar um jeito na guerra, e o outro mundo terá que esperar. Como Underworld está uma zona por causa do Vecta, precisamos tentar firmar a paz com o Território Negro.
- Eu entendo. Mas mesmo sabendo que o Vecta é do Mundo Real, é perigoso se nós três formos embora ainda essa noite. Então lutarei ao lado de vocês, e eu mesma cuidarei do Vecta. Com os poderes da Deusa Stacia, tenho mais chances de derrotá-lo.
Todos perguntaram sobre os poderes divinos de Asuna e a manipulação de terra, mas ela respondeu que não podia usar muitas vezes pois depende do Mundo Real pra ficar em Underworld. Além de que o seu Soul Translation poderia fazê-la colocar ela em coma se exagerasse com a manipulação de terra. Os guerreiros ali se animaram ainda mais sabendo que Asuna iria lutar ao lado deles e Sheyta falou que queria combater o líder dos Pugilistas novamente e mas antes que pudessem terminar, a morena do rabo de cavalo interrompeu para falar algo bem importante.
- Na verdade, Asuna-sama... O Eugeo e Alice também tem poucas, mas relevadas chances de matá-lo. - Sheyta se levantou e foi em direção a Alice, com o livro dos deuses na mão. - Eu terminei o livro todo e já traduzi.
- Você conseguiu?! - Alice olhou surpresa para a Assassina Silenciosa.
- E que livro é esse, Sheyta-sama? E como assim eles tem mais chances? - Asuna olhou para o casal, que se lembrou do mesmo poder que eles podem usar pra matar Vecta.
- Eu descobri como os Cinco Deuses de Underworld previram que no futuro, a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira fazem parte de uma profecia antiga, aonde se levantariam para enfrentar o Imperador Vecta em uma batalha que determinará o futuro dos dois mundos. A Deusa Lunaria foi exilada pelas suas irmãs, e foi viver com o Deus Vecta no Território Negro. Alguns milênios se passaram, e a Deusa Lunaria acabou falecendo por uma doença misteriosa. E devido a isso, Vecta se revoltou e culpou suas outras irmãs. Até algumas horas atrás, eu achei que essa teoria minha seria besteira. Mas como você apareceu nesse mundo, as chances de isso acontecer se tornaram ainda mais reais. A Alice é uma Cavaleira da Integridade e também a feiticeira mais poderosa do mundo, enquanto Eugeo é o Cavaleiro da Integridade mais forte. Seus olhos demoníacos possuem o mesmo poder do Imperador Vecta, sua espada de sangue é sua especialidade oculta e o Cavaleiro Safira é o único que pode usar isso. - Sheyta terminou de explicar o resumo do livro para todos ali no local. - Vocês dois são o verdadeiro trunfo de Underworld, Alice e Eugeo.
- Me mostrem então. - Asuna segurou as mãos do casal. - Preciso ver se isso é verdade.
- Eu... eu não posso fazer isso aqui. Eu ainda não controlo esse poder e se eu me descontrolar de novo, posso acabar matando a todos que estão nesse matagal. - Eugeo falou com receio do que aconteceria no momento em que ativasse o seu poder.
- Entendo, mas mesmo assim talvez não seja o fim do mundo. - Asuna se aproximou dos dois e estendeu sua mão a eles. - Eu posso ver uma coisa de vocês? Preciso saber como o seu poder é ativado.
- Espera, o que você vai fazer com a gente? - Alice estranhou o que Asuna estava fazendo, querendo dar a mão pra ela.
- Apenas relaxem.
- Aí, Asuna-chan. Que poder é esse que você tá querendo usar? - Eydis olhou para o que Asuna planejava fazer.
- Um dos meus poderes da Deusa Stacia é a telepatia, Eydis. - Asuna explicou a Cavaleira do Abismo, fazendo ela entender melhor. - Se eu ler as suas mentes, posso entender como e porquê vocês são tão importantes. Eu apenas lerei o necessário, e não verei nada pessoal. Eu juro a vocês.
Eugeo acentiu, mas Alice relutou um pouco ao olhar instintivamente para a sua barriga. Depois de alguns segundos, ela finalmente aceitou o toque da mão de Asuna. Ambos fecharam os olhos, eles começaram a sentir várias coisas enquanto suas mentes estavam conectadas e Asuna tentando hackear o Módulo Piety dos dois. Ao conseguir, ela viu tudo sobre as memórias deles. Apesar das memórias da Alice estarem embaralhadas, ela viu como eles se tornaram amigos, conheceram Kirito quando eram crianças até ver os dois loiros já adultos revelando o seu amor um para o outro. Sobre o poder de Alice, era visto que todo o poder dela na potência máxima poderia até mesmo em teoria, destruir o Underworld com sua Release Recollection. Já o Modo Vecta de Eugeo, ele é ativado através da raiva descontrolada ou por um instinto de proteção pela Alice, e que dentre esses momentos de descontrole, sentia uma presença divina rodeando Eugeo. O semblante misterioso se tratava de uma mulher de cabelos loiro-alaranjados com mechas negras, usando um belo vestido negro com armadura leve levando um cajado nas costas.
- “É a Deusa Lunaria, a Deusa da Lua. Essa é a Superconta perdida que o Kikouka falou! Essa mulher está rodeando a presença de Alice e Eugeo há meses, mas o que ela quer com eles e quem tá usando a Superconta da Lunaria?”
Ao final da sessão de memórias, ela viu e sentiu não só as mentes e os corações de Alice e Eugeo. Se tratava de uma presença bem pequena e referente a Alice, semelhante a um... bebê? Ao ver um grande segredo, a ruiva-acastanhada parou a sessão de poderes deixando o casal confuso.
Ao terminar de ver o que Alice tanto escondia, ela não poderia falar nada com ninguém e nem mesmo com Eugeo.
- Asuna-sama, tem alguma coisa errada? - Eugeo perguntou a ela, confuso com o que ela deve ter visto.
- Não, está tudo bem. Eu só vi o que precisava saber. - Asuna deu um sorriso, respondendo rapidamente. - Mas acho que descobri alguma coisa importante. Nas suas sessões com o Modo Vecta, eu vi a presença da Imperatriz do Território Negro. A Deusa Lunaria, a Deusa da Lua está rodeando a presença de vocês a alguns meses.
- A Deusa Lunaria?!
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Depois da reunião, Asuna ainda estava cansada com o ocorrido no Mundo Real. Então não seria nada mais justo ela dormir por algumas horas junta de Kirito depois de tantos dias. Ela estava usando um pijama que pegou emprestado de uma das Pajens de Kirito e Eugeo, e estava andando pelo acampamento procurando pela tenda de Eugeo, Alice e Kirito. Quando ela se virou, ela viu os dois loiros com roupas de dormir ali do lado de fora de uma das tendas esperando por Asuna.
Eugeo estava vendo o climão entre as duas garotas e finalmente decidiu dar uma voz naquele silêncio ensurdecedor.
- Então, Asuna-sama. A Tiese te emprestou uma roupa de dormir, não é? Fico grato que ela te ajudou. - O loiro deu um sorriso gentil.
- Sim, obrigada por ter pedido a ela, Eugeo. - A garota dos cabelos ruivo-acastanhados agradeceu.
- Eu sabia que você viria pra cá. - Alice acabou desconversando. - Antes que nós deixemos você ver o Kirito, faremos um trato. Se eu te deixar ver o Kirito, você nos conta mais sobre ele e nós contamos mais sobre o que sabemos dele pra você.
- Eu tô de acordo. - Asuna acentiu com um sorriso. - Mas eu já vou avisando que vai levar até uma semana só comigo falando.
- Uma semana inteira?! - Alice arregalou os olhos.
- Isso vai ser divertido. A gente conhece o Kirito a muito tempo. - Eugeo deu um sorriso de lado, mas estava com medo do que Alice poderia fazer. Afinal, ela era protetora demais quando se tratava de seus amigos. - Alice, só não vai arrumar briga nessa conversa.
- Não vou fazer isso, se a deusa ali colaborar. - Alice cruzou seus braços, virando seu rosto de lado. - Mas fala aí, Asuna. Você e o Kirito são namorados, não é? Há quanto tempo vocês estão juntos?
- Deixa eu ver... - Asuna começou a contar nos dedos. - A gente lutou lado a lado por dois anos, a gente namora a mais de um ano e meio e nesse meio tempo, nós vivemos juntos em uma lua de mel por duas semanas. O que dá pelo menos quase quatro anos.
- Uau, você conhece o Kirito há muito tempo. Sabia que eu... - Quando Eugeo ia contar mais sobre eles dois, a sua namorada a interrompeu.
- A gente lutou junto por uma noite inteira, e depois disso eu fiquei cuidando dele debaixo do mesmo teto por pelo menos uns seis meses. - Alice deu um sorriso convencido, finalmente fazendo o que Eugeo temia e deixando Asuna com um ciúme lá nas alturas.
- Entendi então.
- Ah, com licença, Asuna-sama. - Os três ouviram a voz de uma certa pajem se aproximando um pouco tímida. - Eu cuidei do quarto do Kirito-senpai e ele me treinou por pelo menos dois meses. Ele sempre comprou pra mim tortas de mel e não sou como você, o Eugeo-senpai e a Alice-sama que passaram mais tempo, mas também posso ajudar nessa conversa.
As duas garotas mais velhas se entreolharam e sorriram, dando aval para Ronye também poder conversar com eles.
- Tudo bem então, Ronye. Pode se juntar com a gente. - Asuna falou gentil pra ela.
- Posso participar dessa troca de informações também, Eugeo? - O loiro ouviu a voz de Sortiliena aparecendo perto dos quatro. - Você me conhece, então sabe como serei útil nessa conversa.
- Liena-senpai, é claro que pode. - Eugeo acentiu sorrindo. - O Kirito vai gostar de ver a senhora por perto.
- Você tava na reunião também. - Asuna se recordou da espadachim de roxo.
- Sim, eu sou Sortiliena Serlut, uma das cavaleiras nobres da guarda de Norlangarth e uma amiga do Eldrie-sama. - A morena se apresentou a ela. - Eu pensei que seria bom esperar até a guerra acabar, mas como a minha relação de professora com Kirito é extensa, não pude deixar de ajudar.
- E como foi exatamente essa sua relação com o Kirito, senhorita Serlut? - Alice perguntou a mulher dos longos cabelos castanhos.
- Por favor, me chame de Liena, Alice-sama. - Sortiliena a corrigiu, e ajeitou um pouco a sua garganta. - Na Academia de Espadachins da Centória do Norte, assim como Eugeo foi aprendiz do meu amigo Golgorosso Balto, Kirito foi o meu aprendiz durante um ano. E ele aprendeu várias coisas comigo para adicionar no seu Estilo Aincrad.
- Então você também tem muita informação, Liena-senpai. - Asuna supôs, agora animada ao ver que apesar de que o costume de Kirito não tenha mudado, era bom ter conhecido os amigos(amigas, na maioria) que ele fez em Underworld. - Mas e você, Eugeo? Você ainda não falou há quanto tempo conhece o Kirito-kun.
- Ah, Asuna-sama. Eu não tenho lá tanta coisa pra dizer. - Eugeo sorriu meio envergonhado, pensando em como isso poderia complicar pra ele.
- Eugeo-senpai, qualquer coisa é melhor que nada. - Ronye falou para o loiro e ao receber olhares das garotas e mulheres ao seu redor, Eugeo suspirou em derrota.
- Tá bom. Nós nos conhecemos a vida inteira. Desde crianças, nós sempre brincávamos juntos eu, Alice e o Kirito. Depois que ele voltou pra esse mundo depois de crescemos, eu pedi pra ele me treinar com tudo que ele sabia e foi assim que fiquei tão forte quanto ele. Desde a nossa infância até o tempo em que passamos escondidos em Rulid, eu conheço o Kirito há dezenove anos. Sempre passávamos o tempo juntos como melhores amigos em Rulid e Centória, também sempre tomamos banho juntos e... - Antes que Eugeo continuasse, Alice tapou a boca dele de uma forma um pouco ciumenta, para a gratidão de Asuna e todas elas ali que estavam com ciúmes do loiro. Agora com Alice, ela não sabia mais se ela tinha ciúme do Kirito ou do Eugeo, porquê esses dois tem mais cara de namorados do que amigos!
- Já tá bom, Eugeo. Não me faz ter que ficar viúva antes mesmo da gente se casar. - Alice deu um sorriso daqueles que só ela conseguia fazer pra deixar Eugeo com medo.
Ao adentrarem a tenda, todos foram na frente com excessão de Alice que ficou pra trás por um momento. Ela tocou a sua barriga e usou sua magia para ver como estava a criança dentro dela.
- “O que eu vou fazer com você? Como eu vou ser uma mãe, se nem mesmo eu sei como é ter o amor de uma?” - Ela soltou uma lágrima silenciosa, enquanto as preocupações dela iam as alturas. Agora que Asuna falou que existia um outro mundo, se essa criança nascer, Alice tem medo do que pode acontecer com ela. Mas não era só a gravidez que ela tinha medo, e Eydis sabia disso. Como era ainda o primeiro mês de gestação, seu abdômen não estava inchado. Porém o primeiro mês era o equivalente a dois meses normais, então eventualmente ele iria saber. - “Me desculpa, Eugeo. Mas eu não posso te contar ainda.”
- Alice, há quanto tempo você tá assim? - A voz de Asuna fez Alice quase pular ao ver a garota do lado dela.
- Como assim? - A loira estranhou.
- Eu vi nas suas memórias, e senti o seu bebê. - Quando Asuna falou isso, Alice rapidamente tapou a boca dela.
- Eugeo não pode saber! - A loira falou, mais uma vez com seu instinto defensivo.
- Não vou contar a ele, eu prometo. Mas você deve. - Asuna falou um pouco mais séria pra ela. - Eu entendo que a missão de vocês seja importante, mas se ele souber da verdade e perceber que você mentiu pra ele, só vai afastá-lo.
- Eu nem mesmo sei o que fazer com esse bebê. - Alice suspirou em um semblante tristonho, tocando a sua barriga com um instinto materno já visto. - Eu perdi as minhas memórias há muito tempo, não me lembro da minha infância, e de nenhum instinto materno da minha mãe. Não sei fazer nada além de ser uma guerreira, e nem mesmo eu sei o que vai acontecer quando ou se essa criança nascer. Eu com certeza não sirvo pra ser mãe.
- Alice, nenhuma mulher nasce sabendo ser mãe. Todas aprendem na prática e assim, vai saber como é ser uma. Quando estiver mais segura, conte a verdade pro Eugeo. - Asuna tocou o ombro da bela loira e apenas a empurrou fracamente pra dentro para pelo menos se distraírem um pouco. - Agora vamos contar algumas histórias?
Alice olhou pra ela, e decidiu deixar essa história de gravidez de lado por um tempo, pelo menos nessa noite. As duas adentraram a tenda, mas Asuna ainda continuava pensando como Alice e Eugeo eram FluctLights A.L.I.C.E. e acabaram se apaixonando. Agora o fruto do amor deles é uma futura criança que será um FluctLight semelhante ao casal, ou até mesmo uma coisa nova. Se Kikouka, Higa e a doutora Rinko descobrirem sobre isso, o que eles farão? E se o inimigo descobrir?
No lado de dentro, Asuna foi logo para ver aonde Kirito estava dormindo tranquilamente com uma espada preta e a espada de Eugeo.
- Por quê você deixa a sua espada com ele? - Asuna estranhou o comportamento do loiro.
- Ele se acostumou a ficar com a minha espada. E quando eu não estou por perto, eu crio uma espada de gelo pra ele cuidar. - Eugeo explicou a Asuna. - É pra ele saber que mesmo longe, eu estarei sempre perto dele.
Asuna sorriu em ver como Eugeo era um bom rapaz que Kirito conheceu durante todos esses anos em Underworld. Pelo que ela viu nas memórias de Eugeo, eles eram como irmãos.
- O Kirito-kun deve estar orgulhoso de ter um amigo tão bom quanto você. Você disse que ele te ensinou a lutar, não é?
- É, ele me ensinou o Estilo Aincrad dele.
- Estilo Aincrad? - Asuna perguntou mais pra ela e deu uma risada. - “Kirito-kun, sério que você usou esse nome nada original ensinando pro Eugeo sua técnica pessoal? Quem diria que você se tornou um professor.”
- Kazuto Kirigaya, não é? Então esse é o verdadeiro nome dele. - Alice foi até eles dois, vestindo o sobretudo azul de Eugeo como um conforto que ela gostava de sentir. - É bem óbvio.
- É assim que chamam ele lá fora, no meu mundo. - Asuna explicou a eles. - Kirito da Dupla Empunhadura e o Espadachim Negro.
- Tá bom então. - Alice falou, abrindo um pacote com biscoitos na bolsa dela devido a sua nova expansão de apetite e foi até a cama de casal dela e de Eugeo. Ela se sentou na borda, se abraçando no corpo quente do loiro.
- Vai me dar um? - Eugeo pediu manhoso, apoiando sua cabeça no ombro de Alice. - Eu gosto dos seus biscoitinhos caseiros também.
- Se você me pedir com educação, eu dou. - Alice flertou com um sorriso ao mordiscar um e estender o pacote ao namorado, que pegou. Ao comer, ela roubou um beijo com o gosto doce nos lábios dele.
- São biscoitos, Alice-sama? - Ronye ficou aguada com o cheiro doce daqueles biscoitos com gotas de chocolate.
- Alice-sama, posso ter a honra de pedir um? - Sortiliena também pediu a loira.
- Você vai querer também? - Alice perguntou a Asuna, que rapidamente aceitou com um sorriso esfomeado, para a tristeza da fome de Alice. - “Eu odeio dividir meu biscoitinho.” - Relutantemente, a loira deu um biscoito de cada para as outras e finalmente comeu o seu. - Então, Asuna. Vamos começar essa história.
Notes:
Pois é, pessoal. A Alice tá com dúvidas sobre o que fazer com o bebê dela e ela nem mesmo cogitou em falar com o Eugeo a respeito disso. Cara, se eu descobrisse que iria ser pai, com certeza ia ficar doido ou desmaiar, vai saber. Mas no caso dela, é pior por ela ser uma guerreira que não se lembra de nada do passado dela.
Nelgi e Tokia apareceram de novo, e eu gostei de introduzir eles na guerra, já que no canon eles estão nas Montanhas do Fim. Mas aqui eles dois já conhecem a Asuna e de brinde, são companheiros do Eugeo também.
Até mais 🤙
Chapter 21: Capítulo XXI - Caça as Lembranças
Summary:
Enquanto o exército humano e os Cavaleiros da Integridade passam a noite em área inimiga, vários ocorridos acontecem enquanto a noite passa. Eydis lembra da sua primeira noite com Eldrie enquanto Sinon e Leafa compartilham de algum segredo pessoal. Vecta e Lunaria são ordenados por Stacia a ficarem nas Montanhas do Fim para protegerem Underworld e Renly e Tiese observam as estrelas.
Notes:
‼️🔞‼️
Esse capítulo tem cenas +18 e smut(não sei se é assim que falam em inglês, mas ok)
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Uma hora antes de Asuna chegar...
Ponto de Vista(Gabriel/Vecta)
Enquanto Vassago, e a Comandante dos Cavaleiros Negros iam para o matagal fazer um ataque surpresa aos Cavaleiros da Integridade e o Exército da Humanidade, eu já estava chegando no tal templo.
Só de ver como a guerra estava andando, os Cavaleiros da Integridade eram realmente poderosos e difíceis de se enfrentar de frente. Para abrir acesso até chegar em Eugeo e Alice, terei que matar alguns deles.
Como tenho algum tempo sobrando até voltar e continuar comandando a guerra pelo Território Negro, eu irei adentrar mais sobre o mistério das memórias. Por quê essas memórias que eu vejo através da Superconta Vecta parecem querer me mostrar algo? Estava decidido a ver do que se tratava e finalmente cheguei ao local. Ao meu ver, esse lugar não parece ser habitado há anos. Mesmo assim, não deixarei minha guarda baixa.
Aterrissei com o meu dragão, pousando a alguns metros da entrada daquele templo.
- Fique aqui. - Ordenei ao dragão sem nome, que apenas acentiu. Ao andar um pouco até a entrada, notei alí alguns textos em Língua Sagrada, ou melhor, em inglês falando sobre os deuses. - "Cinco foram feitos, cinco foram projetados. Os Cinco Deuses de Underworld para sempre, jamais desmantelados." Isso é um tipo de enigma?
Ao adentrar a construção de rochas, acendi uma tocha com uma magia de fogo e comecei a olhar em volta. Ali estavam estátuas que se tratavam de dois deuses segurando uma criança. Era eu como Vecta, e do lado dele estava uma bela mulher. A mesma em que eu vi nos meus sonhos. Era a Deusa Lunaria. Mas no meio, os dois seguravam um bebê.
- Eles devem ser a minha família, eu suponho. - Olhei para a estátua, mas ao notar alguma coisa irregular, decidi me aproximar um pouco mais da estátua. E ao ver o rosto da deusa naquela estátua e do bebê em seus braços, rapidamente me lembrei das únicas coisas que me seguravam da minha mentalidade quase instável. - Alicia e Eugeo?! Como eles se parecem tanto com eles?!
Isso fazia a minha cabeça ficar presa em um nó invisível, me deixando com mais dúvidas ainda. Decidido a descobrir mais sobre esses mistérios do porquê da Lunaria e aquele bebê se parecerem tanto com a minha esposa e o meu filho, adentrei mais sobre o templo que parecia revelar mais mistérios ainda.
Encontrei uma escada e comecei a descer, encontrando um tipo de campo subterrâneo. Lá, haviam várias estátuas de pessoas aterrorizadas que sussurravam palavras meio estranhas.
- Socorro, Stacia-sama! Nos salve!
- O demônio voltou!
- Vecta-sama, tenha misericórdia conosco! Por favor!
- Eu não sei o que aconteceu com vocês, mas não estou aqui pra salvá-los. Vocês são almas mortas há muito tempo. - Eles são almas que eu poderia roubar, mas já estão espessas demais. Não valem nem o esforço. Decidi ignorar os sussurros de agonia e misericórdia daquelas almas amarguradas, enquanto andava em direção a uma espécie de plataforma no meio do chão daquele campo. Ao iluminar o chão, notei diversos símbolos em celta e em inglês falando sobre os Cinco Deuses. Como eu tinha uma certa habilidade em linguística antiga graças a ajuda da Superconta Vecta, eu posso ler essa linguagem celta do Mundo Real.
- "Para as memórias que você quer tanto olhar, basta para o seu passado enxergar. Os Cinco Irmãos chamados para esse mundo criar, devem de uma forma ou outra se relembrar." - Terminei de ler tudo, enquanto raciocinava no que aquilo queria dizer para mim. - Os Cinco Irmãos... Significa então que é aqui. Aqui eu posso mesmo voltar às minhas memórias e descobrir um pouco mais sobre a Lunaria.
Usei minha tocha para iluminar todo aquele lugar e ao se sentar no chão, cruzei as minhas pernas e fechei os olhos, ativando o meu Modo Vecta. Com o meu olhar demoníaco, respirei fundo e comecei a focar um pouco da sua Magia Divina.
- Chamada de Sistema: Desativar Comando Neural. Ativando Função de Administrador. Retransmitindo Cargas Neurais. - Ao destravar os meus comandos de memória, a minha mente me levou para um túnel com vários flashs de luz até encontrar uma memória bem interessante. Luna, Alicia... - Release Recollection.
(___ ___ ___ ___ ___
6.000 anos atrás...
Palácio do Nono Quartzo - Dominio Divino do Império Humano...
Vecta andava pelos corredores de um antigo e belo palácio divino, aonde lá só viviam ele e as suas quatro irmãs. Como ele era o Deus das Trevas e da Escuridão, seu dever era garantir que os humanos em Underworld tivessem a noite para substituir o sol de Solus.
Ao chegar em uma espécie de escritório, lá estava uma mulher de cabelos ruivo-acastanhados vestindo um belo vestido branco com de noiva escrevendo algumas coisas em um pergaminho com uma pena e tinta.
- Stacia, o resultado da expansão colonial de pioneiros está indo para o sul do Império Humano. Parece que eles estão formando alguns povoados por lá. - Vecta explicou a ela, dando a irmã seu relatório vocal.
- Entendi. - Stacia deu sua atenção para o seu irmão. - Naquela parte do sul, existem alguns animais para caça que podem ajudar os humanos a sobreviverem durante o inverno. Vou pedir para Solus e Terraria cuidarem de lá.
- Entendido.
- Ah, e só mais uma coisa, Vecta. - Stacia chamou a atenção do loiro. - O Cometa de Luna está se aproximando de Underworld, e pelo que a Lunaria disse, ele vai durar por pelo menos alguns meses. Vocês terão que passar esse tempo nas Montanhas do Fim para garantir que o cometa não afete a vida humana, pois existe grande chance da radiação cósmica afetar os humanos.
- Mas por quê eu tenho que acompanhá-la?! Ela não precisa de mim pra cuidar de um cometa.
- Esse cometa está previsto para poder durar por alguns meses, e pode acabar fazendo com que o poder lunar e o controle de sonhos da Lunaria sob os humanos sejam interferidos pela radiação do cometa, sem contar que as Ultra-Criaturas serão atraídas durante o evento. Você tem mais experiência e afinidade com o controle da escuridão, então dessa maneira você é o único que é capaz de ajudá-la. - Stacia explicou a ele. - Além disso, faz parte do castigo de vocês dois.
- Sabia que tinha alguma coisa a ver com isso. Quer que eu fique "de castigo" com a Lunaria?
- Eu não sei o que vocês dois tem, mas eu e as garotas não estamos mais aguentando essas briguinhas de vocês.
- Droga... - O loiro de franjas suspirou em derrota. - Entendido. Vou falar com ela e então decidiremos quando iremos para as Montanhas do Fim.
Vecta deixou o escritório da sua irmã mais velha e foi lá para os aposentos de sua irmã caçula. Era evidente como ela era teimosa, pois ela não estava lá. Mas ele conhecia Lunaria muito bem, e foi para onde ela sempre gostava de visitar. Um belíssimo jardim com diversas plantas que se podia imaginar, no qual Terraria sempre cuidava. Para Lunaria, esse era o lugar favorito dela naquele palácio.
E como Vecta imaginava, lá estava ela ali sentada em um banco, acariciando os animais enquanto fazia uma coroa de flores para eles.
Só de olhar, Lunaria parecia até mesmo uma criança inocente. Mas ela sempre gostou dessa serenidade da vida, das flores, plantas, os animais e até mesmo os humanos. Ela sempre os achou fascinantes ao observá-los de perto. Mas como eram as regras dos cinco deuses, eles não podiam se aproximar romanticamente dos humanos pois era um pecado grave. E se os deuses se apaixonassem entre eles mesmos, seria pior ainda pois isso mexe muito com o equilíbrio de Underworld.
Decidindo acabar com esse momento água com açúcar, Vecta apenas deu uma ajeitada na garganta fazendo a loira-alaranjada despertar de seu momento belo com a natureza.
- Não, não. Pode continuar. Eu não me importo muito se demorar. - Vecta debochou de Lunaria, fazendo ela se irritar com ele.
- O que você quer agora, Vecta? Eu vim aqui justamente pra não ter que ver a sua cara agora. - A mais nova falou irritada para ele.
- A Stacia me pediu pra te ajudar enquanto o Cometa de Luna passa pelo mundo. - Vecta explicou a ela, deixando Lunaria com um semblante de dúvida. - Se você tá tentando querer entender o que falo, sim. Vou ter que conviver com você durante o período do cometa.
- Eu não preciso de ajuda. Eu cuido daquele cometa sozinha.
- Caso você não se lembre, o meu poder da escuridão pode controlar os astros por onde o cometa vai passar. Então você precisa de mim para te ajudar, querendo ou não. - O loiro falou pra ela, e também se irritando com isso. Afinal de contas, ele achava Lunaria imatura demais para realizar uma tarefa tão importante. - Nós vamos para as Montanhas do Fim amanhã cedo, ouviu?
- Como é?! Amanhã cedo? - Ela ficou sem palavras ao ver que o Deus das Trevas queria ir o mais cedo possível para as Montanhas do Fim e terminar a missão deles. Vecta nem mesmo conseguiu fazer ela terminar de falar, que já foi embora deixando a loira-alaranjada irritada com ele ainda mais. - Que droga.
Pelo que Gabriel pôde entender, Vecta e Lunaria sempre tiveram uma diferença de lógicas sobre o que era preciso para os humanos sobreviverem. Vecta era frio e calculista, pensando na maneira mais rápida e fácil de resolver suas questões enquanto Lunaria era mais emocional pensando na maneira mais longa e demorada.
Se passaram dois dias e ambos os irmãos estavam nas Montanhas do Fim aguardando pela chegada do tão aguardado Cometa de Luna.
- Esse cometa é diferente de vários outros, e se eu não tiver controle, é capaz dele ser atraído para o Underworld e destruir esse mundo. - Lunaria falava, enquanto olhava para os céus esperando pelo cometa.
- Foi por isso que a Stacia me chamou pra te ajudar. - Vecta falou, enquanto se sentava em uma das pedras próxima da irmã enquanto abria um dos livros humanos. - Você ainda é muito inexperiente para cuidar desses assuntos.
- Talvez. - A loira-alaranjada suspirou ao ver que teria que conviver com seu irmão mais velho. - É o que a Stacia diz. Mas Terraria fala que eu tenho muitas chances de aumentar o meu poder com esse cometa. Afinal, eu sou a Deusa da Lua e você é o Deus das Trevas. Temos uma combinação de divindade por causa desse poder. Nada mais.
- Ainda está chateada por causa daquilo? Eu já te disse que não.
- Você não me deu uma resposta concreta, Vecta. - A loira-alaranjada se virou contra ele. - Nós deuses não podemos nos apaixonar, eu sei. Mas você nunca me respondeu direito.
- Por isso mesmo. Nós somos deuses, e irmãos. Sabe que se você continuar com o que sente por mim, só vai piorar para nós dois se a Stacia descobrir. - Vecta decidiu colocar juízo na cabeça de sua irmã caçula. - Não estrague a sua vida por minha causa, Lunaria.
- Você me ama? - Ela o questionou.
- Você é minha irmã, então é incondicional isso. - Ele respondeu, como se estivesse dizendo como uma forma de omitir algo. - Olha, Lunaria... Você sabe que não podemos nos aproximar. Mesmo que você sinta algo por mim, precisa entender que as nossas irmãs nunca irão... - Antes que Vecta pudesse continuar, ele sentiu uma presença estranha chegando perto deles. Em um instinto de defesa, o loiro pegou sua irmã e virou-se para o lado, desviando de uma potente rajada de energia negra. - Ultra-Criatura.
- Eh... - Lunaria corou com o toque de Vecta, mas rapidamente viu a presença da entidade acéfala por ali. - O cometa ainda não atingiu o ápice lunar e sem contar que a lua ainda não está alinhada.
- Seja como for, ataque! - O Deus das Trevas desembanhou sua espada com pomo de cristal e foi para cima da criatura, enquanto a Deusa da Lua lhe dava cobertura por trás. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Umbra. - Uma flecha negra apareceu nos dedos do deus, que rapidamente estendeu para frente e atirou na criatura desfigurada. A Ultra-Criatura gritou ao sentir a dor da magia. - Use a sua Lunar Moonblast pra acabar com isso, que eu uso a minha Darkness Clarinight para prendê-lo nos meus pesadelos! - O loiro falou para ela, que acentiu tirando o seu cajado das costas e balançando os anéis presos nele com um barulho ensurdecedor de metal e agora, apontando para a lua.
Vecta atacou o seu oponente com a sua espada azul-cinzenta, usando sua força para afastar a Ultra-Criatura da distância de sua irmã. Ao encostar o metal de sua espada na testa, ele começou a recitar um cântico em língua antiga, fazendo a sua lâmina gerar uma silhueta de escuridão circulando por toda a extensão da arma.
- Darkness Clarinight. - Vecta apontou a espada para a criatura, fazendo com que uma imensa névoa negra do Elemento Umbra percorresse por ela, parando os seus sentidos e o movimento do corpo, dando a chance de Lunaria dar o seu golpe final. - Agora, Lunaria!
- Lunar Moonblast ! - Lunaria começou a focar no seu poder cósmico para absorver o poder da lua, criando uma poderosa luz branca percorrendo no céu caindo em queda livre e circulando o seu corpo, criando então uma poderosa chama branca encandecer nos anéis do cajado de prata e ao redor do seu corpo. - Burst Elemento! - Ela disparou uma imensa rajada senciente de energia misturada com a chama branca, atacando a criatura e fazendo com que ela vaporizasse com o poder, destroçando a Ultra-Criatura de vez. - Finalmente acabamos com aquela coisa. - Ela se sentou no chão, suspirando ao conseguir vaporizar o oponente deles e finalmente recuperar um pouco de ar fresco.
- Agora você entende o motivo da Stacia em ter me pedido pra te ajudar? - O loiro estendeu sua mão a ela.
- Tá, eu entendo. - Ela respondeu, cruzando os seus braços e negando a mão estendida do irmão. - Mas você ainda não me explicou o motivo de ficar sempre me evitando.
- Luna, eu...
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- Vejo que gosta do que vê, Usuário. Mas já devia saber que aqui é meu território, e daqui você não sai. - Uma misteriosa voz atrapalhou toda a sessão de memórias que eu tentava acessar, fazendo com que a minha recordação de memórias fosse desativada. Eu acordei e rapidamente me levantei do circulo dando um salto para trás, sacando a minha espada. - Pelo visto você já é bem treinado com a espada.
- Quem é você? Apareça. - Exigi para que a voz misteriosa se revelasse, olhando ao redor do templo. Ao ver que toda a construção se iluminava com uma luz bioluminescente, olhei para dois espectros amarelados em sua frente. Se tratava da transparência física de uma bela mulher jovem com longos cabelos lilás que chegavam em seus pés com uma espécie de anel flutuando na cabeça vestindo um vestido bege e fino da mais alta qualidade. E bem ao seu lado uma criança com aparência de doze anos vestida com uma túnica parecendo uma bibliotecária. Ao meu ver, elas não são simples pessoas. - Parece que eu não era o único que sabia sobre esse lugar. E pelo que eu suponho, vocês duas eram as governantes desse mundo, não era?
- Creio que você esteja falando com uma memória nossa. Sim, sou a cópia da Administradora e essa aqui é a Cardinal. - A voz da mulher de cabelos lilás voltou a ressoar pelo templo. - A verdadeira Administradora nos criou como forma de proteger esse local restrito de qualquer um que se aproxime, sem minha autoridade. Agora nos diga o real motivo de você ter vindo até aqui, Usuário da Superconta Vecta.
- Eu estou aqui em busca de respostas. - Decidi deixar bem claro o meu ponto de vista, falando em um tom neutro com aquelas mulheres. - Nesse mundo, eu fui invocado duas vezes e nessas imersões, as minhas memórias sobre essa conta me levaram até a Deusa da Lua. Por quê a minha Superconta possui essas memórias falsas?
A Administradora olhou para a mais nova, levando sua mão até o queixo pensando em como o seu subconsciente não preveu que os Humanos do Mundo Real retornariam em peso após morrer.
- Creio que essas memórias sejam efeitos colaterais da Release Recollection dos Cavaleiros da Integridade. - A Cardinal falou pensativa, mas sem deixar de olhar para mim. - Você tentou usar o mesmo ao meditar aqui. Mas isso não muda o fato de que como você encontrou esse lugar.
- Vocês do Mundo Real são mesmo engenhosos. Mas o seu instinto assassino tá pulsando só para vir nos matar e arrancar nossas almas.
- Exatamente. E eu não sairei daqui sem uma resposta concreta de vocês duas. - Falei em um tom de silêncio agressivo para elas, dando um sorriso meio sanguinário. Se elas tem almas ou não, vamos descobrir. - Estou com muita sede.
- Então não tem jeito, não é? - A Cardinal suspirou em derrota, girando seu cajado marrom de anéis em direção a mim. - Quinella, esse homem não é uma pessoa normal. Temos que tomar cuidado com ele, ou o sistema de armazenamento que nos prende aqui vai nos levar embora.
- Nem precisa falar duas vezes, Lyceris. - Quinella sorriu de lado e sacudiu sua mão, trazendo um belo florete de prata nas suas mãos. - Eu nunca conheci um deus de verdade. Mesmo sendo eu apenas uma memória da verdadeira Administradora, vou gostar de matar um deus.
Fui para cima da Administradora fazendo nós dois nos chocarmos com o golpe, soltando faíscas com as espadas.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aquoso. Maremoto Marinho! Burst Elemento! - Lyceris atirou uma rajada de água no solo, formando de lá uma poderosa onda através do chão e indo na minha direção.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Umbra. Gerar Elemento Aquoso. - Dei um sorriso cínico e apenas estendi minha mão para cima, gerando uma espécie de capa nas mãos. - Bloqueio Anti-Aquático. Dispersar!
A capa nas minhas mãos se expandiu, formando um grande escudo sombrio impulsionado pela magia sombria. Deve ser um feitiço ainda mais poderoso do que a magia sombria comum que os magos de Underworld usam.
Como resultado, a água acabou sendo refletida pelo meu escudo negro e sendo levado de volta para a Cardinal.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Mineral. Gerar Elemento Terreno. Gerar Elemento Metálico. Encanamento Líquido! - A Administradora criou vários buracos grandes no chão daquele tempo, fazendo com que toda a água fosse escorrida daquele lugar. Ela é boa, não posso mentir. - Parece que eu subestimei a Superconta Nº5 do Deus Vecta.
- Pare de brincar, Quinella. - A menor se irritou com a lilás, enquanto a luta rumava. - Precisamos matar ele antes que ele aprenda a usar a Darkness Clarinight dele.
- Acho que vocês já não precisam mais se preocupar com isso, garotinha. - Dei um sorriso maléfico, fazendo agora a minha espada brilhar em um tom azulado e mostrando o pomo cristalizado em uma luz branca e pura gerando uma espécie de corrente gasosa e começando a sair da espada.
- Elemento Umbra? - A Administradora sentiu algo naquela corrente de gás e começou a se afastar de mim, flutuando para trás. - “Seja como for, esse humano tem segredos bem estranhos e a Conta Vecta também. Preciso matá-lo...”
- ”Antes que ele me mate?” - Terminei de ler exatamente o pensamento da lilás e a ataquei com a minha espada. Eu dei três de direita e quatro de esquerda, mas a Administradora conseguiu desviar disso e rebater de volta com seu florete prateado. Eu apenas dei um mais um sorriso de psicopata enquanto olhava para as duas. Estava me divertindo com elas, mas tudo tem um "basta". - Como vocês duas governavam esse mundo antes de morrerem, com certeza vocês de verdade seriam muito mais poderosas do que eu. Eu não vim aqui lutar, só vim atrás de respostas. Mas como vocês duas são orgulhosas demais, irei acabar com esse bate-papo de uma vez por todas. Darkness Clarinight! - Comecei a criar uma enorme quantidade de energia do nada, e ao fechar meus olhos por um instante, eu os abri ativando também o Modo Vecta, causando um desabamento de Elemento Umbra naquele templo.
Ao sair daquele lugar sem respostas por enquanto, eu pelo menos encontrei uma pista. Alicia e Lunaria haviam alguma conexão. Eugeo e o Cavaleiro Safira também.
- Parece que estou perto de descobrir mais coisas sobre você, Lunaria. - Enquanto chegava perto do meu dragão, olhei para o céu com um olhar surpreso. Lá perto havia uma belíssima aurora boreal iluminando o Território Negro, e com meus sentidos aprimorados de Vecta, consegui sentir uma enorme quantidade de mortos do exército do Território Negro. Mas isso não foi o de menos. Eu pude sentir algo ainda mais poderoso. E irritantemente familiar. É a Superconta Stacia.
- Parece que o pessoal da Rath mandou reforços contra mim. E agora a Deusa Stacia está no meu encalço. - Suspirei com um pouco de raiva, mas também não era só isso pois eu dei um sorriso de lado. - Isso será divertido. Veremos quem chega no Altar primeiro, "irmã".
- Gabe...
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Ontem, no Mundo Real...
0 6 de Julho de 2026 - 18:02 da Noite
Casa da Família Kirigaya. Tóquio, Japão...
Ponto de Vista(Leafa/Terraria)
Acabou de chegar a noite e os últimos raios de sol do dia chegavam ao fim. Eu estava terminando de fazer o meu dever de casa após ter conversado mais com o pessoal sobre o meu maninho e a Asuna estarem na Ocean Turtle, e ficarem de "reféns" por aqueles invasores.
Por mais que eu não quisesse me preocupar achando que tudo vai ficar bem, só piorou ainda mais quando descubro que o meu irmão está em estado catatônico. A mamãe e o papai estão tristes ao saber que como o Kirito se envolveu com o governo de novo, uma coisa tão ruim assim foi acontecer pra ele.
E a Asuna e Yui, coitadas, devem estar sofrendo ainda mais por causa disso. Mas como eu conheço a Asuna e ela é muito forte, sei que ela dará um jeito de salvar o maninho.
- Suguha, a Shino-san já está aqui. - A minha mãe Midori me chamou.
- Tá bom mãe, já vou descer! - Falei pra ela, deixando o meu caderno na escrivaninha e desci as escadas pra receber a Asada. Quando eu abri, lá estava ela com seus óculos e o cachecol branco de sempre que ela usava. - Oi, Asada. Achei que não viria.
- Claro que eu iria vir, Sugu. - Sinon me cumprimentou, e pedi para que ela fosse entrando e fomos até o meu quarto. Até que era uma boa poder ver ela depois dessa coisa toda lá com o maninho. - Bom, eu vim aqui pra ver como você tá. Eu sei que o pessoal não tá nada bem com a invasão na Ocean Turtle e pra ser sincera, eu também não.
- Eu sei que o Kazuto sempre se envolve nas maluquices do governo que o Kikouka faz, e as vezes acaba até envolvendo a gente. Mas se o meu irmão estivesse aqui, ele diria que não seria bom se eu ficasse triste. - Dei uma risada nasal, enquanto olhava para o poster na parede com a minha foto de Leafa. - E aposto que você também. Vocês dois parecem até um pouco iguais.
- Pera aí, não sou lá igual aquele hack ambulante do Kirito. - Sinon riu um pouco após eu falar isso.
- Não, eu não quis dizer sobre o hack dele, falei sobre a força que vocês dois tem de encarar seus medos. - Expliquei a ela de forma mais exata.
- Ah, eu não sei. O meu trauma de armas até que tá de boa. Mas só que nas últimas semanas, eu comecei a... Ter pesadelos.
- Pesadelos? - Me aproximei dela querendo saber mais. - Como assim? Me fala sobre esse tipo de coisa.
- Tá bem, então. Se lembra da equipe do cara loiro que a gente enfrentou semana passada no GGO? - Ela me perguntou.
- Ah, a equipe daquele loiro gringo. É o tal do Subtilizer, né? - Me lembrei o nome daquele loiro de franjas e ela acentiu.
- Quando eu lutei com ele pela primeira vez no BoB, ele superou a minha Hecate II e quis me estrangular até a minha barra de vida acabar. - Ela começou a me falar, com um pouco de dor nas palavras. - Aquela foi a terceira vez na minha vida que eu fiquei com tanto medo. Aquele cara me matou de um jeito tão desumano, que nem parecia ter coração.
- Ei, não fica assim. Era só uma partida.
- Não foi só uma partida. Eu me senti a mercê daquele filho da puta e não pude fazer nada. Entende como eu me senti?
- Não, eu não sei. Mas eu quero te entender. Me fala mais sobre esse cara. - Cheguei mais perto dela abraçando-a e nossas peles estavam basicamente roçando uma com a outra pelo atrito. Parecia que estava sentindo alguma coisa estranha sobre ela, sei lá. - Assim como você não me quer ver triste, também não quero te ver assim.
- O Subtilizer falou... Que a minha alma seria doce e pelo que ele falou, parecia que queria roubar ela de mim. Era como se ele soubesse exatamente aonde tocar no meu coração, aonde doía. Eu me senti com tanto medo. E eu não pude fazer nada.
- Asada Shino. - Eu olhei fixamente para ela com um olhar sério. - Você é a grande franco-atiradora Sinon do Gun Gale Online e a melhor atiradora que eu já vi. E você tem várias habilidades que eu não tenho. Quando você encontrar esse cara e você precisar, eu vou estar perto de você pra te ajudar. Isso é uma promessa.
- Sugu... - Ela agora começou a olhar fixamente pra mim, e me deixou ainda mais estranha. Aqueles olhos escuros dela pareciam querer me mostrar alguma coisa, e isso parecia ser tão bom. Por algum motivo estranho, nós duas começamos a nos aproximar aos poucos e nossos lábios estavam quase se tocando até que eles se formaram em um beijo.
Era um beijo lento e calmo, e primeiramente eu pensei. "Que porra eu tô fazendo?!" Nunca beijei ninguém, e o meu primeiro beijo foi com a Sinon? Mas essa sensação parecia ser diferente de como eu me sinto com o Recon ou com outra pessoa. Era diferente, como se fosse necessário. Como se eu precisasse proteger ela e ela me protegendo.
Nossas bocas começaram a mover um pouco mais rápido e as mãos dela se entrelaçaram no meu rosto, e as minhas na cintura dela.
- Não! - Ela se afastou de mim, e levou seus dedos aos lábios dela. - Isso... Isso foi um erro.
- Ei, Asada. Você não...
- Não, eu tenho que sair daqui. - Ela se levantou e pegou a bolsinha dela, indo até a porta. - Até depois, Sugu.
- Asada, espera! - A segurei pelo braço, querendo que ela não fosse embora.
- Leafa, isso que nós fizemos foi um erro. Olha, nós somos só amigas e não podemos repetir o que fizemos nunca mais. - Ela falou o meu apelido em um tom frio me deixando chateada, o que me fez enfraquecer o meu agarre. - Por favor, me deixa ir.
- Mas que erro?!
- Tem tanta coisa acontecendo como aquilo lá com o Kirito e a Asuna, e eu acabo fazendo uma coisa dessas? Acorda, Leafa. Esse beijo foi um erro! - Ela gritou como se tivesse com raiva.
- Um erro? - Será que ela....
Ela se soltou de mim e apenas foi embora, provavelmente com um rosto quase choroso enquanto fiquei naquele quarto pensando. O que foi que eu fiz? E o que nós fizemos? Eu beijei ela. E parecia que eu queria mais. E a Sinon também. Eu sei disso. Lágrimas começaram a descer do meu rosto, enquanto começava a pensar sobre esse beijo de nós duas juntas. Mas por quê ela não quis me esperar? Que droga, Sinon.
Eu saí correndo e desci a escada, tentando alcançar ela. Passei pela minha mãe que provavelmente não tava entendendo nada. Eu corri até o portão de casa, ela não tava mais ali na rua. A Asada praticamente fugiu da minha vista.
- Que erro foi esse?! Porra Sinon, me fala no que foi que eu errei! Por quê você não me esperou pra falar?! - Gritei igual uma doida porquê aquela sniper tinha que vir aqui em casa só pra bagunçar a minha cabeça ainda mais. Por causa de tudo que tá acontecendo, o Kazuto e a Asuna, a preocupação minha e do pessoal... e agora a Asada e eu nos beijamos e ela foge, me deixando triste por isso?! Por quê?!
- Suguha! - Minha mãe gritou vindo até mim, e me viu chorando. - Você está bem? O que houve? E por quê a Shino-san saiu assim correndo?
- Esse é o problema, mãe. Eu não sei. Por isso eu saí correndo atrás. - Me abracei a ela, já que não podia simplesmente falar que "Ah, eu só beijei a Sinon." Tenho medo de que ela não goste do que eu diga.
E agora, Asada Shino conseguiu mexer com a minha cabeça.
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Agora, em Underworld...
08 de Novembro de 380 - 04:57 da Manhã...
Área dos Matagais Secos, Território Negro - Hemisfério Central de Underworld...
Naquelas dezenas de tendas, alguns soldados das Tropas de Apoio dormiam para tentar recompor as energias na próxima luta e outros faziam ronda no local. Graças ao poder de Asuna, os humanos teriam um dia de vantagem para o combate.
E em uma dessas tendas, uma certa acinzentada dos olhos vermelhos estava tentando dormir ao lado de Eldrie, que ainda não havia despertado desde o ataque dos vermes na Ravina do Portão Leste.
Mesmo com os olhos fechados, Eydis ainda não conseguia dormir. Tanta coisa aconteceu nessas últimas horas, e mesmo sendo o dever dela de ser a Capitã de Comunicações dos Cavaleiros da Integridade, ela sentiu que falhou em seu dever.
Ela era uma ótima professora, como Eugeo diz. Mas no fundo, falhou em proteger seu colega e rival amoroso.
- Ei, cara de cavalo. Eu ainda não consigo dormir direito. - Eydis começou a falar, enquanto olhava para o rosto sereno e inexpressivo de Eldrie. - Eu sei que você não consegue me ouvir, mas mesmo assim eu quero que ouça pois assim faz eu me sentir menos sozinha e quero conversar um pouco, se você não se importar. Sabia que a Alice tá grávida? Pois é, acho que só eu e a Asuna-chan sabemos disso. A Alicezinha tem muito medo de contar a verdade pro Eugeo. E acho que até entendo bem o que ela está fazendo. Mas mesmo assim, não é justo com ele.
A acinzentada relatava tudo o que aconteceu nas últimas horas, mas mesmo que Eldrie ainda estivesse dormindo, a presença dele sobre ela a acalmava e lhe deixava em paz.
- Se estivesse acordado, com certeza você iria pirar e encher aquele loirinho de porrada. Eu não te culpo, faria o mesmo também. Acho que nós dois somos assim, sabe? - Ela levou sua mão ao rosto do lilás e encostou sua testa na dele. - Nós somos péssimos em mentir.
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Dois dias antes da guerra, o por do sol havia chegado e Eydis estava entrando radiante como sempre na tenda de Eldrie, mas o lilás estava quieto sentado na cama com seus pensamentos.
E la se aproximou devagar, e viu que ele estava de olhos fechados e pensativo em algo. Provavelmente ele deve ter notado a proximidade de Alice com Eugeo, e agora estava com ciúmes dele perto de sua mestra.
- Tá tudo bem aí? - A voz da acinzentada fez ele pular da cama em um susto.
- Aí, droga! - O lilás suspirou aliviado. - O que você tá tentando fazer, sua maluca? Quer me matar?
- Você tava aí com cara de idiota e a melhor coisa que eu poderia fazer e te acordar, só isso. - Ela se sentou ao lado dele, batendo suas pernas pra lá e pra cá.
- Você não tem nada melhor pra fazer agora não? Talvez ir lá se pegar com alguma soldada ou algo assim? - O lilás se levantou, em direção a mesa aonde estava o jantar dele.
- A Alice e o Eugeo tão jantando, o Renly tá andando por aí, e então fiquei entediada e decidi dar um pião por ai. Por isso eu vim te fazer companhia. E então? O seu batalhão já tá pronto?
- Já, até amanhã todos já estarão a postos. - Ele respondeu a ela. - E o seu?
- Eles já tão de prontidão, mas só que a Vice-Comandante ainda vai me fazer usar mais alguma coisa na guerra com a minha Assimilação Sanguínea. - Eydis bufou as bochechas.
- Até hoje eu nem sei porquê você vem me ver, sendo que não gosto da sua presença. Sempre que você tá por perto, eu acabo me metendo em problema. - Eldrie decidiu ignorar a presença da cavaleira e foi se servir.
Enquanto ele comia, Eydis apenas olhava para ele enquanto tentava desviar o olhar para a sua espada ornamental em uma das mesas.
- Você não parece estar odiando me ver. Se não fosse por isso, você já teria me expulsado da sua tenda. - Os olhos vermelhos de Eydis visavam o lilás, que continuava quieto.
- Você é inacreditável, então eu me acostumei.
- É sou mesmo. - A acinzentada riu, mas agora fez um semblante mais sério. - Você tá bem? Eu notei hoje cedo que você tava com ciúme do Eugeo. Eldrie, eu entendo que dói já que a Alice ama ele, mas você tem que tocar a vida. Só porquê vocês são mestra e aluno, não quer dizer que ela iria sentir alguma coisa por você.
- Acabou? - Ele largou o garfo no prato, irritado ao ouvir esse final. - Não precisa jogar na minha cara que eu não tinha chance. Afinal, por quê você se importa?
- Isso não é da sua conta. - Ela desviou o olhar pra ele.
- Você também é apaixonada pela Alice, não é? Você não ia querer estar lá no lugar do Eugeo agora?! Porquê eu sim! Eu detesto pensar que ele compartilha o mesmo espaço com a Alice, o mesmo ar e a mesma cama! Você não queria ficar no lugar dele?!
- É claro que sim! - Ela respondeu em um alto som, deixando o lilás surpreso. - Você acha que eu não tentei encontrar alguém especial nesses últimos 100 anos pra preencher o meu vazio?! Acha que eu não queria ficar ao lado dela, poder beijá-la e tocar naquele corpo até não poder mais?! Não, você não acha! Mas o único jeito é ter que aceitar isso e apoiar ela como melhor amiga.
- Eydis...
- E além do mais, por quê você escolheu ela como sua mentora, seu idiota do caralho?! - Ela continuava a gritar, agora fazendo seus olhos cor de rubi ficarem lacrimejados. - A Pontífice falou que era você que ia ser o meu aprendiz, só que você preferiu ela no final!
Ela dizia com certo ciúme já que mesmo sendo apaixonada pela Alice, Eydis não aceitou de primeira quando soube por Quinella que chegaria um Cavaleiro da Integridade novo e ele seria responsabilidade dela, e sim, Eydis era pansexual por ter gostos por homens e mulheres. Apesar de ter sentimentos românticos fortes por Alice, eles jamais iriam chegar ao coração da loira e serem correspondidos por ela.
Foi aí que ela se lembrou daquele dia a Administradora fez com que ela conhecesse Eldrie pela primeira vez.
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- Eydis. - A voz da bela mulher de cabelos lilás em um tom prateado chamava a cavaleira.
- Mandou me chamar, minha senhora? - A acinzentada perguntou, se ajoelhando para ela.
- Temos um novo membro que chegou na Ordem. - Quinella explicou a ela, enquanto brincava com seus longos cabelos lilás.
- Um membro novo?! Tomara que seja uma mulher! - Eydis nem conseguiu disfarçar a boa oportunidade pra ter uma melhor amiga.
- Não, não é uma mulher. - A resposta de Quinella deixou a acinzentada pra baixo.
- Poxa, Vossa Eminência. Não dava pra arrumar uma garota não? Não tem quase nenhuma mulher entre os Cavaleiros da Integridade além de Vice-Comandante, a esquisita da Sheyta, Giro ou a Dakira. - A maneira chula de Eydis falar com a Pontífice era bem costumeira entre elas duas, já que diferente dos outros Cavaleiros da Integridade, Eydis era a mais vida louca.
- Não é assim que os deuses trazem os Cavaleiros da Integridade. Eles não trazem homens ou mulheres no cara ou coroa, sua folgada! - Quinella esbravejou e a expulsou do 100º Andar. - Agora vá lá pra baixo, que ele já está chegando.
- Vixe... - A acinzentada desceu o elevador em direção ao 60º Andar, aonde um certo Cavaleiro da Integridade com uma armadura prateada, capa e sobretudo lilás olhando para uma janela na direção oposta. - Ah, se isso é uma ordem da Pontífice, é o jeito né. Só preciso pensar naquele pagamento no fim do mês pra ir passear com a Alicezinha. - Ela sorriu aproximando-se do cavaleiro e o chamou. - Com licença, novato. Eu sou a Cavaleira da Integridade Eydis Synthesis Dez, e serei a sua mentora. - O cavaleiro se virou, aonde se revelou um homem alto de mais ou menos uns 25 anos, cabelo lilás, olhos azuis e um olhar meio nervoso. Ela ficou um pouco cativada por ver a vista daquele rapaz tão bonito. - “Caralho... eu já tava na expectativa por uma mulher, mas até que esse novato é bem gato.”
- Ué, aonde você tá? - O lilás olhava a sala de um lado pro outro, até que notou um laço preto no topo daquela cabeleira cinza. Ao notar a beldade da jovem mulher de longos cabelos cinzas, ele se ruborizou ao ver algo que nunca viu em sua vida quando olhou para aqueles olhos vermelhos. - Ah, agora eu percebi você aí. Não imaginava que minha instrutora seria uma mulher.
- Você tá me chamando de baixinha, é? - Ela levantou seu corpo com a pontinha dos pés, em direção a ele fazendo ambos os rostos ficarem bem próximos. - Eu sou a sua superior, cara de cavalo.
- Espera, cara de quê?! - Agora foi ele que se irritou com o apelido que ela colocou nele. - Eu posso até ser o seu aluno, mas pelo menos eu esperava um pouco mais de respeito. Me chame de Eldrie Synthesis Trinta e Um, "baixinha". - O lilás riu de deboche, fazendo aspas com as mãos.
- Que seja. - Eydis bufou as bochechas, já se irritando por aquele lilás orgulhoso. - Agora pra começar a sua introdução na Igreja de Axioma, então te levarei pra conhecer a torre toda.
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Eldrie ainda pensava que naqueles dias não valeriam a pena se ele continuasse como aluno de Eydis, então escolheu alguém mais novo. E no caso, a própria Alice. Agora, acinzentada continuava lacrimejando ali na cama. Por culpa dele.
- Eydis...
- Eu não quero mais falar com você! - A acinzentada gritou aos choros, e se levantou da cama de Eldrie pronta para ir embora. - Eu te odeio!
O lilás saiu da mesa e foi até ela, segurando a sua mão para ver ela. Ele tentava tirar as mãos do rosto choroso dela, mas ela queria ocultar sua face triste.
- Diga que me odeia de novo e fala que é verdade. - Ele sussurrou, próximo ao rosto dela coberto pelas mãos.
- Cala a boca! Não quero te ver!
Em um gesto inesperado, Eldrie segurou as mãos de Eydis tirando elas do rosto e olhava aqueles belos olhos vermelhos como rubis, tão tristonhos que nem pareciam de alto-astral como sempre.
- Se você me odeia tanto, repita de novo depois disso. - Ele encostou seus lábios com os dela, deixando a acinzentada completamente surpresa com o feito. Ela tentava se afastar do lilás dando socos nas costas dele, mas não conseguiu e acabou se entregando ao desejo daquele beijo.
- Que se foda. - Ela apertou o botão do "dane-se" e agora ambos os lábios estavam se balançando em uma única velocidade naquele beijo compartilhado por dois cavaleiros com o coração partido se reparando aos poucos naquela afeição.
O lilás levou o corpo da acinzentada para o seu colo, segurando a cintura de Eydis e continuou a beijá-la, enquanto ela entrelaçava seus braços atrás do pescoço dele.
- Eu não consigo mais parar, e nem pretendo. - Eldrie falou entre os beijos. - Mesmo que você me odeie.
- Então não pare agora. - Ela respondeu a ele com um olhar carregado de luxúria e o empurrou na cama, deixando ele deitado.
Ele apenas continuou beijando ela, balançando as suas línguas em uma única intensidade durando esse momento a noite inteira. Mesmo com poucos dias para que aquele portão caísse e a guerra sendo inevitável, eles não deixariam de compartilhar esse sentimento apesar de pequeno, se florescer aos poucos.
Como eles estavam sem as suas armaduras, seria bem mais fácil deles se despirem. O lilás começou a levar seus beijos para o pescoço alvo da acinzentada, fazendo-a gemer com a sensação do chupão que ele fazia nela.
Eydis começou a desabotoar o sobretudo roxo de Eldrie, revelando-se em um corpo musculoso que ela sempre via e se excitava com ele. Mas dessa vez, parecia até mesmo diferente. Ele estava tão atraente para ela.
O lilás levou sua mão aos cabelos de Eydis e desamarrando o laço, deixando as longas mechas lisas de cor acinzentada caindo em suas costas. Em seguida, começou a desabotoar o sobretudo negro colado no corpo dela, revelando um belo corpo curvilíneo com seios fartos presos em um sutiã preto de renda que implorava fortemente para ser solto.
- E quem diria que esse sobretudo esconde um corpo tão belo desses. - O lilás a tentou, enquanto a beijava. Óbviamente, ele sabia que ela era muito bonita. Uma das mulheres mais lindas que ele já conheceu.
- Não diga isso, cara de cavalo pervertido. Você sempre me vê pelada. - Eydis falou entre os beijos, corando ao pensar nisso.
- Eu sei. Mas é a primeira vez que nós estamos nos despindo, então é diferente. - Ele riu, enquanto terminava de tirar a calça preta e as botas dela, deixando-a seminua.
- Você é tão pervertido. Aprendeu isso com quem? - Ela sorriu em um tom malicioso, enquanto o via tirando sua roupa estando completamente nu para ela.
- Com você, sua pervertida. - Ele riu no mesmo tom de malícia enquanto levou suas mãos até os belos seios da acinzentada que ansiava por meses, apalpando-os com vontade. - Pelo amor de Stacia, seus peitos são muito lindos. Você é tão linda.
- Agora eu tô vendo que você curte garotas com uns peitões iguais aos meus. - Ela riu sussurrando com malícia enquanto dava um chupão no pescoço dele, fazendo-o dar um gemido rouco. - Você é sortudo por aproveitar isso tudo, cara de cavalo.
- Não diga bobagens. Estou só tentando sentir o seu coração, sua pervertida. - Ele riu enquanto continuava com as carícias nos seios sentindo um forte e rápido batimento cardíaco com seus sentidos aprimorados, deixando Eydis corada com o elogio bem raro dele. Ao remover a última peça de roupa da acinzentada, ambos estavam completamente nus e o lilás começou a chupar os seios de Eydis fazendo-a gemer com o toque da boca dele chupando os mamilos rosados da pele cor de creme dela, enquanto sentia as mãos firmes dele apalpando o seio esquerdo e alternando entre eles.
- Eli... - Eydis o chamou pelo apelido carinhoso que ela deu a ele, com o desejo nos seus olhos vermelhos pedindo por mais. Ele entendeu e começou a se abaixar pelo tronco de curvas dela, chegando a sua intimidade. - Eu quero que você faça eu me sentir melhor.
- Deixa comigo, baixinha. Eu farei isso com prazer. - Ele sorriu e começou a inserir sua boca na intimidade da acinzentada, fazendo-a gemer ainda mais.
Eydis instintivamente tentava trazer Eldrie para mais perto dela segurando seus cachos lilás, enquanto ele a estimulava com os lábios e ela levava as mãos dele aos seus seios leitosos, que ele apalpava com vontade apertando os mamilos dela.
- Ah, isso aí... - A acinzentada gemia enquanto atiçava seus desejos pelo lilás, sendo completamente induzida pela satisfação que ele estava dando a ela. - Eldrie, eu estou quase lá.
Ele aumentou a velocidade dos seus dedos e de sua língua, fazendo Eydis chegar ao seu ápice com um alto gemido, espirrando pela cama inteira.
- Ah... Ah... - Ela suspirava enquanto ainda se contorcia de tamanho prazer do lilás. Seu corpo estava completamente sensitivo pelo orgasmo que teve ainda naquele instante.
- Você tem um gosto muito bom, sabia? - Eldrie lambeu os seus lábios que ainda estavam encharcados pelos sucos vaginais de Eydis.
Ela se excitou ainda mais ao vê-lo saboreando ela, e ela queria mais. Estava sedenta por muito mais.
- Isso foi tão bom. Mas ainda não acabou. - Eydis se sentou e tocou no membro dele, que estava grande e ereto. - Falta nós dois estarmos conectados.
- É a primeira vez que fazemos isso juntos. Tem certeza disso?
- Nesses meus 100 anos de vida, eu peço pra você estar dentro de mim, Eli. Por favor. - A acinzentada pedia para ele, quase as lágrimas.
O lilás apenas acentiu e colocou seu membro já excitado em posição da acinzentada, e decidiu tomar as rédeas ficando em cima.
- Vou começar agora. Se começar a doer, é só pedir que eu paro. - Ele falou e ela balançou a cabeça em positivo. Eydis apenas suspirou para tentar aguentar a dor, e após Eldrie adentrar a intimidade da acinzentada, ela deu um grito de dor ao ter ele inteiro dentro dela e também sobre ter perdido sua virgindade.
- Ahhh!!! - Eydis deu um gemido alto ao sentir toda a extensão do lilás esvaindo sua castidade, enquanto ele ficou parado para que ela se acostumasse com a dor. Com o tempo, Eydis começou a sentir menos dor e seu corpo percebeu que queria sentir mais do lilás. - Cara de cavalo, já estou pronta. Pode se mover.
O lilás então, começou a se mover dentro da acinzentada fazendo-a sentir um grande êxtase que nunca sentiu em seus 100 anos de vida.
- Ah, isso é tão bom. - O lilás soltou um gemido discreto ao sentir a profundidade da intimidade de Eydis, indo e vindo sem parar. - Você é sempre assim pervertida, mas essa é a primeira vez? Não esperava por isso.
- Eu já me deitei com mulheres, mas você é o primeiro cara com quem eu fico. Então não se sinta tão especial, cara de cavalo. - Ela o beijou enquanto se segurava nas costas do lilás. Ele deu um chupão no pescoço da acinzentada, fazendo sua voz ecoar naquela tenda.
- Aposto que nenhuma delas fez você se sentir desse jeito como eu estou fazendo. - Ele brincou com um sorriso de lado. Decidindo agir diferente, Eldrie a ergueu na cama fazendo-a ficar de quatro enquanto ela se segurava na bancada da cama.
- Então você gosta assim, não é? Eu também. - Eydis deu um sorriso malicioso, enquanto sentia o membro ereto do lilás novamente entrando dentro da sua intimidade rósea. - Ah... Ah...
- Geme pra mim, Eydis. - Ele continuava com suas estocadas, enquanto a beijava os ombros, apalpava um dos seios com uma mão e dedilhava o clitóris dela com a outra, deixando a acinzentada em um estado desconhecido e maravilhoso de prazer. Algum tempo se passou e ambos os amantes continuaram a expressar seus gemidos naquela tenda, não se importando mais com o que aconteceria ou não. Eram apenas eles e ninguém mais.
- Ah, Eldrie! - Eydis começou a sentir sua intimidade se contraíndo, mostrando que ela estava levando-a ao seu ápice. - Eu tô quase lá. Tô quase lá! Eu vou gozar!
- Eydis... ! - Ambos finalmente chegaram ao seu orgasmo, dividindo uma enorme onda prazerosa juntos enquanto o lilás a abraçava por trás terminando de estocá-la bem fundo e saindo dela com um gemido rouco e abraçando-a por trás enquanto se deitavam na cama com as mãos entrelaçadas.
- Isso foi incrível, Eli. - Eydis falou entre os gemidos, sorrindo com lágrimas que seu coração diziam ser de felicidade.
- Você é tão...
- Eu sei.
- Eydis, eu...
- Não precisa me falar agora. Eu sei. - A acinzentada sorriu com os olhos fechados, enquanto seu coração palpitava após esse momento de luxúria e emoção com o lilás. - Eu também.
Ambos se entreolharam novamente e ele roubou mais um beijo dela, que ela retribuiu de volta. Eldrie tocou no rosto de Eydis, e ambos encostaram suas testas uma na outra.
- Eu quero você, pervertida.
- E eu te quero, cara de cavalo.
Eles deram um beijo novamente, cheio de paixão e desejo onde os lábios continuavam a se chocar e deslizar de forma macia e contínua. Eydis parou para observar os olhos azuis de Eldrie, vendo como as duas safiras que combinavam com os olhos vermelhos como rubis que ela tinha eram perfeitos um para o outro. Aquilo não se tratava de sexo sem compromisso, e eles dois sabiam disso.
- ''Eu te amo."
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A acinzentada se recordou de quando eles passaram cada momento prazeroso em que eles compartilharam na cama, deixando seus sentimentos e desejos agirem por eles.
- Eydis... Sua pervertida... - O coração da acinzentada falhou uma batida por um segundo ao ouvir o sussurro fraco do lilás. - Eu te quero... tanto...
- Eldrie... - A acinzentada se emocionou ao ver que Eldrie apesar de estar inconsciente, ele continuava pensando nela.
Eydis se aproximou do rosto sereno de Eldrie e acariciou aqueles cachos lilás, beijando os lábios dele enquanto caíam lágrimas pelo seu rosto. Nos seus cem anos de vida, ela se apaixonou por pessoas que jamais teriam a imortalidade como ela. Ela pode ter se apaixonado pela Alice, mas o sentimento que Eydis tinha pelo lilás era além da rivalidade e das brigas deles. Era basicamente o núcleo de uma química forte que rodeava eles dois.
Ela agradeceu fortemente a Quinella por ter feito a acinzentada se tornar uma Cavaleira da Integridade mesmo com a restrição de poder, pois dessa maneira jamais conheceria um lilás orgulhoso tão importante pra ela como Eldrie. Tudo o que ela poderia fazer naquele momento era apenas rezar pelas deusas para que ele acordasse.
- Eu te amo, Eldrie Synthesis Trinta e Um. - Eydis se declarou para ele, ao parar o beijo e levou sua mão até a dele. - Eu sou apaixonada por você, cara de cavalo. Então acorda logo e volta pra mim, eu imploro. Eu já perdi a Lipia, não posso te perder também.
Enquanto Eydis tomava conta de Eldrie, Renly havia acabado de acordar e foi dar uma olhada pelo acampamento. Durante as últimas horas, várias coisas aconteceram. Uma garota na imagem da Deusa Stacia apareceu e salvou o exército.
Mas não haviam motivos para celebrar, pois agora Eugeo e Alice viraram alvos cruciais do Imperador Vecta. E sem contar que Eldrie ainda estava inconsciente e a verdadeira Eydis estava com ele. Ironicamente, os dois estavam a beira de um abismo e ele não conseguia fazer nada por Eldrie agora.
Enquanto olhava em volta, percebeu que o local estava calmo. Mas o esverdeado notou uma longa cabeleira ruiva sendo levada pelo vento estava olhando para o céu estrelado.
- Pensei que você estaria dormindo. - Renly liberou sua voz, olhando para a pajem.
- Eu me acostumei a acordar cedo antes do sol nascer para servir o Eugeo-senpai. É quase automático. - A ruiva explicou a ele, sem desviar de olhar para o céu. - Nunca pensei que um dia eu estaria no Território Negro. Aqui é um lugar quase morto, mas ele não deixa de ser bonito.
- Essa é a terceira vez que eu venho pra cá. - O esverdeado apreciou a beleza das estrelas no céu. - Posso me sentar ao seu lado?
- Pode sim. - Tiese permitiu.
- Eu fico aliviado em saber que você está bem. Pra falar a verdade, eu tinha medo de achar como seria encontrar o inimigo. Bem, eu ainda tenho medo. Mas não tanto quanto antes.
- O que fez você se esconder, Renly? - Ela perguntou, mas um pouco tímida pois ele era um Cavaleiro da Integridade e mesmo conhecendo ele há alguns meses, era estranho chamar ele pelo nome sem nenhuma formalidade. - Quero dizer, você não parecia querer lutar então... Não precisa me falar se não quiser. Afinal, até mesmo eu iria fazer aquilo pra evitar ser morta.
- Tranquilo, tá tudo bem. - O esverdeado deu um sorriso tímido. - Eu... Tive medo de matar o inimigo pois eu já matei uma pessoa do meu passado, no Torneio das Quatro Unidades. Eu não sei o que foi que me fez ficar assim, mas durante anos eu estive com medo. E quando você e a Ronye iriam ser atacadas por aquele goblin, eu pude ver a vontade do Kirito em proteger vocês duas. Eu não pude ficar sem fazer nada e joguei o meu medo de lado.
- Obrigada por ter salvado a gente, Renly. - A ruiva agradeceu a ele de novo. - Muitos pajens normais nunca iriam ter a habilidade de enfrentar um soldado inimigo, e eu sendo mais forte do que a média não pude me mexer.
- Você e Ronye me disseram há três meses atrás que queriam vencer o Torneio das Quatro Unidades e se tornarem Cavaleiras da Integridade. Era pra salvar Eugeo e Kirito, não é?
- Era sim. - A ruiva acentiu. - Quando eu estava pra ser estuprada por um nobre, o Eugeo-senpai me salvou. Mesmo sendo culpa minha dele ter se tornado um criminoso, ele aceitou de bom grado e foi embora com a Alice-sama. E naquele dia, eu jurei pra mim mesma que me tornaria uma Cavaleira da Integridade pra salvar ele, não importa como. Mas acho que eu não preciso mais disso, afinal... - As lágrimas de Tiese começaram a cair de seu rosto, enquanto tentava escondê-las de Renly sem sucesso. - A Alice-sama sempre esteve com ele e meu sonho não precisa mais ser realizado.
O esverdeado se sentiu mal por vê-la chorando assim. Pelo que deu pra entender em suas palavras, ela era apaixonada por Eugeo. Mas não havia como mudar isso por vários motivos, já que Eugeo e Alice se amam e nada mudaria isso.
Ela teria que esconder esses sentimentos no mais fundo em que seu coração pudesse habitar, pois ele era um sonho que jamais se realizará.
Em um momento inesperado, Renly abraçou Tiese no intuito de dar um conforto amigo a ela. Como ela ganhou "permissão restrita" do esverdeado por ele ser um Cavaleiro da Integridade, ela o abraçou de volta enquanto deixava derramar suas lágrimas no seu cobertor.
- Tiese, um dia você vai encontrar uma pessoa que você realmente ama, assim como ela te ame de volta. Eu sei disso. - Ele sussurrou no ouvido dela, enquanto a abraçava. Após alguns minutos, o esverdeado decidiu deixar a ruiva em seus pensamentos, mas ela tocou na mão dele instintivamente.
- Renly... Você se importa de ficar um pouco aqui comigo? - Tiese pediu tímida, enquanto limpava as suas lágrimas um pouco mais calma.
- C-Claro que não, Tiese. - O esverdeado se envergonhou com o pedido dela, e decidiu ficar ali sentado ao lado dela. Agora um pouco mais calma, Renly estava olhando para a ruiva enquanto tocava nos belos cabelos vermelhos dela. Ele não era cego, ela era bonita e seus cabelos e olhos vermelhos eram algo que lhe chamavam atenção. Ela levou seu olhar para ele, que rapidamente desviou e voltou a olhar o abismo na sua frente. Ela deu um lado do seu cobertor a ele que aceitou, fazendo ambos se aconchegarem com o cobertor.
- Renly, obrigada por estar aqui. Significa muito pra mim. - Ela sorriu pra o esverdeado, olhando nos seus olhos verdes.
- Imagina, é pra isso que servem os amigos. - Ele coçou sua nuca por timidez, sorrindo pra ela. - “Só amigos.”
Ambos estavam se encarando por algum tempo, mas acabaram estranhando esse comportamento e desviaram o olhar.
De certa forma, algo nele o deixava enciumado pois um dia, Tiese encontraria alguém especial para ela enquanto ele continuaria com o seu corpo jovem e imortal pra sempre. Afinal, Cavaleiros da Integridade não deveriam ter laços com humanos normais. E consequentemente nesses três meses em que conheceu a ruiva, acabou desenvolvendo sentimentos por ela. Apesar de um momento como esse, ele não diria isso a ela pois está tentando superar o seu coração partido.
- Tiese, até essa guerra acabar eu juro que vou protegê-la com a minha vida.
A ruiva se ruborizou com o que ele falou, mas aceitou isso em um sorriso. Afinal, soldados e Cavaleiros da Integridade protegem um ao outro de forma mútua.
- Eu também vou protegê-lo, Renly.
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Ponto de Vista(Alice)
Eu acabei de acordar e estava agarrada de conchinha com Eugeo. Pelo amor das deusas, ele é muito lindo. Sentir o calor dele, mesmo ele tendo poderes de gelo me deixa muito segura. Sem contar que eu adoro olhar pra ele enquanto dorme, e isso deixa ele mais gato ainda. Mesmo que os outros o veem como um demônio, ele é o meu anjo da guarda.
Notei que Asuna estava dormindo sentada do lado de Kirito enquanto Ronye e a Liena-senpai dormiam do outro lado da tenda.
Durante essas últimas horas, tanta coisa aconteceu. Agora essa Asuna Yuuki apareceu, disse que é namorada do Kirito e falou que veio para terminar a missão dele de levar o Eugeo e a mim para o Mundo Real. Eu não confio nela ainda, mas ela atacou o inimigo e criou um abismo gigantesco sem fim. Mas agora tem muita coisa que eu não sei o que vai acontecer.
Pelo que senti dentro do meu útero, consegui sentir o meu bebê usando minha magia. E realmente era verdade. Eu estou grávida do Eugeo de mais ou menos umas quatro semanas. Só pelo fato da Eydis ter descoberto isso me dá medo, pois ela era um papagaio ambulante.
E agora a Asuna sabe pois leu minha mente. O que mais essa garota esconde sobre a gente? Ela sabe de coisas que não pode nos dizer. Mesmo ela sendo confiável ou não, é melhor ela ficar mais por perto da gente.
Decidi sair um pouco da tenda, peguei o sobretudo azul de Eugeo e andei um pouco pelo matagal até uma colina para olhar as estrelas. Me sentei para admirar o local. De dia o Território Negro fica com a atmosfera completamente avermelhada, diferente do Império Humano que é azul. Mas de noite, mesmo tendo atmosferas diferentes é bem semelhante e bonito. A noite sempre me acalmou pois posso ver a verdadeira face do mundo com as milhares de estrelas que existem afora.
- Não consegue dormir? - Ouvi a voz de Eydis aparecendo acompanhada com Asuna e as duas foram até mim. - É melhor descansar um pouco mais, Alice. Não é bom você ficar com horas de sono a menos.
- Eu sei, Eydis. Mas não consigo parar de pensar no que tá acontecendo. - Falei com um suspiro enquanto pegava o pacote de biscoitos que eu consegui salvar. Ainda bem que eu fiz vários pra eu poder comer.
- É biscoitinho caseiro? - Ai, que droga. Esqueci que a Eydis gosta de mendigar comida perto dela.
- Aí, toma! - Ofereci a ela e a acinzentada esfomeada pegou mais de cinco e começou a comer. Cinco! Que filha da puta, isso é que audácia! Eu adoro a Eydis e ela é a minha melhor amiga, mas coisas que possuem limite. Os meus peitos ela querer apalpar, até tento relevar isso daquela pervertida. Mas os meus biscoitos... Isso é outra história.
- Eu esqueci de perguntar. Vocês aqui em Underworld sabem fazer biscoitos, não é? Como deve ser a culinária daqui? - Asuna me perguntou sorrindo com cara de quem gosta de cozinhar. Fiquei até surpresa com a reação dela.
- Bom, a culinária aqui é como qualquer outra. Nós assamos, fritamos, ensopamos comida. - Respondi a pergunta de Asuna, um pouco curiosa com isso. Mas nas últimas horas que já se passaram, ainda não entendi o motivo dela querer nos levar pro Mundo Real. - Asuna, não tem ninguém aqui além de nós três. Pode me contar sobre essa missão de levar a mim e Eugeo ao Altar do Fim do Mundo?
- Eu... - Asuna começou a desviar o olhar com cara de quem tá escondendo algo. E ela tá! - Não posso falar isso. Eu já te disse.
- Então só apenas conta pra gente o necessário, Asuna-chan. - Eydis pediu, enquanto comia mais um biscoito meu. Ainda tô irritada com isso. Mas não vou reclamar agora.
- Tá bom. - A acastanhada decidiu respirar um pouco antes de falar. - Da onde eu venho, o meu mundo sempre esteve em uma "guerra interna" sobre tecnologia, dinheiro, poder, autoridade, acessos, tudo. Mas aí chegou um dia aonde o meu povo decidiu usar esse mundo aqui para encontrar seres que possam ser usados como armas vivas. E como só apenas os mais fortes que superam o Selo do Olho Direito devem conseguir ter esse efeito, é isso o que o inimigo da Rath quer. Você e o Eugeo são valiosos demais para algum povo inimigo do Mundo Real. Pelo menos isso é até o máximo que eu posso dizer sem segredos. Não posso falar mais nada.
Fiquei em silêncio tentando refletir sobre como era esse mundo que Eugeo e eu iríamos conhecer, ou se iremos conhecer já que tudo isso ainda tá só começando. Esse povo que a Asuna falou é tão hostil assim? Quer dizer então que uma vez em que nós estivermos lá e algo der errado, talvez eu terei sempre que ficar olhando para os lados. Enquanto a esse inimigo, se eles pegarem um de nós dois e chegar no Altar do Fim do Mundo, acabou.
Eu devia ficar preocupada com isso, mas essa informação da Asuna só me fez ficar ainda mais preocupada é com o futuro do meu bebê. O que vai acontecer se eles tirarem ele de mim?
- Alice, e sobre o bebê? - Essa pergunta da Eydis me deixou com um nó na garganta só de pensar nisso. - Quando você vai contar ao Eugeo que você tá grávida?
- Eu... Eu ainda estou pensando nisso. Acho que eu não quero esse bebê. - Decidi encerrar as minhas dúvidas sobre essa criança. - Vou até uma das freiras aqui quando isso tudo acabar e vou abortar essa criança.
- O QUÊ?! - As duas gritaram ao mesmo tempo e Asuna já começou falando na frente. - Alice, você não pode fazer isso!
- Como não? Eu ainda estou começando a dar vida a ele, então tenho o direito de abortar.
- Como pode falar isso, Alice? Você quer mesmo ser tão egoísta sem nem ao menos sentar e conversar com Eugeo sobre isso?
- E falar sobre o quê? Que eu engravidei dele e agora estou com um filho dele? Não dá pra eu simplesmente falar isso.
- Não foi só você que fez essa criança, Alice. O Eugeo também foi responsável nisso.
- Eu nem mesmo sei mais sobre o que pensar! - Comecei a desabar em lágrimas abraçando a Eydis fortemente. - Eu não sei mais o que fazer. Essa criança depende de mim pra viver, mas eu mal sei como é ter uma família. Agora imagina criar uma? Não sei como é! Daqui a quatro meses essa criança vai nascer e não tem como esconder uma coisa dessas.
- Então não precisa ficar escondendo essa dor, Alice. - A acinzentada me abraçava, tocando os meus cabelos. - Você e Eugeo tiveram que passar por muita coisa nos últimos anos, mas agora estão aqui juntos protegendo um ao outro. Não precisa ficar escondendo sua dor dele ou de mim. Nós somos irmãs, se esqueceu?
- E além do mais, Alice, você não é a única que já deve ter passado por isso. - Asuna começou a falar comigo de uma forma mais calma e benevolente. - Do mundo aonde eu venho, muitas garotas ainda mais jovens do que nós duas acabam fazendo sexo sem proteção na adolescência e muitas das vezes acabam tendo que cuidar do bebê ou abortam.
- Como?! - Eu e Eydis nos surpreendemos com o que Asuna falou. - Garotas mais jovens que eu abortam?! Isso é um caso ainda pior do que o meu!
- É, eu sei. É coisa da puberdade e elas não querem assumir riscos. Nesse momento você tá agindo igual as garotas do meu mundo sobre não querer aceitar essa criança. Eu não tenho filhos pois sou jovem demais, mas eu e o Kirito adotamos uma garotinha como filha. Não foi fácil no começo, mas acabei gostando muito. E eu amo a minha filha. Isso é quase a mesma coisa de você ter a obrigação de cuidar e salvar uma pessoa, pois você é uma Cavaleira da Integridade. Cuidar dessa criança é o mesmo da obrigação cuidar e proteger o seu povo. Se você não quer mesmo aceitar a criança quando tudo isso acabar, pelo menos sente-se com Eugeo e converse com ele sobre isso. Ele é um bom rapaz e tenho certeza de que ele vai entender. Só depende da sua honestidade.
- Da minha honestidade... Eu praticamente menti pra ele sobre isso só de esconder dele. Como ele vai aceitar a minha decisão?
- Só depende da honestidade de você, eu já disse.
Nós estávamos conversando tanto que agora o sol estava quase nascendo.
- Parece que hoje vai ser um dia longo. - Falei agora, um pouco menos chorosa enquanto olhava para o céu anoitecido de estrelas que começavam a desaparecer devido aos raios de sol. - Eydis, Asuna. Eu posso até não ser uma boa pessoa, mas quando isso acabar, eu vou contar a verdade pro Eugeo e vou falar com ele.
- Isso aí, loirinha do tchan. - A acinzentada me deu um beijo na testa e ficamos mais assim por um tempo. Nem demorou muito, e a Eydis já estava apalpando os meus peitos. Eu sei que ela não quer que eu aborte, mas a criança é minha. Eu decido o que é melhor pra ela. A Eydis sempre foi como uma irmã mais velha pra mim, e mesmo não gostando do que eu quero fazer, só espero que ela me apoie nisso. Afinal, não tenho muita coisa de valor além do Eugeo, Kirito, Selka, meus pais, os Cavaleiros da Integridade e agora... Um fruto que cresce no meu ventre a cada dia.
Quem diria... Sou a terceira Cavaleira da Integridade no comando da Ordem e também sou a feiticeira mais poderosa do mundo. Eu estou com mais medo de querer ser mãe, do que ter que enfrentar o Imperador Vecta.
Sou uma pessoa horrível, e ninguém precisa falar disso. Eu estraguei a vida do Eugeo por anos e ele acabou morrendo, ganhando aquela cicatriz enorme no corpo por minha causa. Ele é o homem que eu tanto amo, e estou sendo egoísta de novo por querer escolher algo tão importante sem mesmo falar com ele.
Mas mesmo assim... Com essa ideia de eu querer abortar antes que não tenha mais chance, ainda estou pensando no que vai acontecer. Uma parte de mim não quer isso. Afinal, se eu assumir a minha gravidez, não quero que o meu filho sofra na vida como eu e Eugeo sofremos. Eu vi através do meu corpo um pequeno batimento cardíaco dele, sem precisar usar a minha Janela Stacia. E isso mexeu um pouco comigo. Daqui a algum tempo ele vai começar a ter mais vida, e vai ter praticamente o direito de viver.
Eu não consigo decidir o que fazer sozinha. Vou ter que conversar com o meu loirinho sobre isso.
No momento certo.
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Ponto de Vista(Eugeo)
Depois de tudo o que aconteceu na noite passada, pude refletir um pouco mais no que estava acontecendo. Fiquei feliz em saber que o Kirito tem pessoas esperando por ele no outro mundo, e gostei de conhecer a Asuna-sama. Parece que ele conseguiu despertar como a mesma coisa que aconteceu quando o senhor Bercouli fez usando as adagas encarnadas dele.
Mas foi diferente. O amor que o Kirito e a Asuna-sama compartilham deve ser tão forte a ponto de fazer aquilo. Apesar desse segredo, fico feliz pelo meu melhor amigo ter pessoas do Mundo Real que se importem com ele.
Pelo que pude entender, o Deus Vecta tá atrás de mim e da Alice enquanto a Deusa Lunaria está na nossa presença desde o início das minhas sessões de descontrole com o Modo Vecta. Ela não é como a Asuna-sama, pois ela está usando o corpo da Deusa Stacia. Seja o que for, aínda penso também sobre a Deusa Lunaria. O que essa deusa quer conosco?
Talvez eu deva pensar mais sobre isso, talvez não. Eu não sei. Agora veio essa bomba que existe um outro mundo além desse! Ainda estou tentando digerir isso, mas isso não é pra eu ficar aliviado. Muito pelo contrário.
Existem pessoas que querem a Alice. Mas eu não deixarei isso acontecer tão fácil. Eu fui treinado pelo Kirito para ser um espadachim e a Eydis me ensinou a sobreviver no campo de batalha. Se me obrigarem a matar lá por causa da minha amada, eu matarei cada um que tocar nela.
Desde que viemos para o matagal, a Alice parece estar diferente. Não sei se é por causa do enjôo dela, ou se é pela fome expandida que agora ela começou a ter. Tô com medo dela me comer, pois agora a minha loira virou uma draga esfomeada.
Mas ainda assim, eu sinto que ela não quer me contar alguma coisa.
As vezes eu penso um pouco naquele homem, Gabriel Miller. Apesar dele ter ficado na nossa casa por um tempo, eu gostei de conhecer ele. Eu sei que fazem alguns meses, mas naquela época eu senti que tinha alguma coisa naquele homem que eu não sabia o que era. Alice e Selka diziam que eu e ele éramos iguais, mas eu não achava isso. Pelo menos é o que eu tentava negar.
Quem sabe quando a guerra acabar, eu possa vê-lo de novo? Minha autoridade de Cavaleiro da Integridade me dá acessos especiais, então eu posso encontrá-lo. Será que ele conseguiu se lembrar das suas memórias?
Só espero que ele já tenha encontrado a família dele e as suas memórias.
- Eugeo...
- O quê? - Ouvi uma voz de alguém. Quem me chama?
- Eugeo. - Dessa vez a voz misteriosa apareceu. Era a voz de uma mulher me chamando. Ao abrir os meus olhos naquele vazio escuro, eu vi a lua. Mas isso não era o mais impressionante. A dona da voz se revelou na imagem de uma mulher com cabelos loiro-alaranjados tendo mechas negras nas pontas e olhos azuis. Seu vestido era negro e longo com uma armadura leve, e em suas costas estava um cajado de prata com uns seis anéis. Ela sorria pra mim de um jeito estranho. - Eugeo, não tenha medo.
Esse lugar escuro, essa lua... Agora entendi tudo! Essa mulher quem eu estou olhando bem na minha frente é na verdade a...
- Lunaria-sama?
Notes:
Eu queria muito que o Eldrie e a Eydis ficassem juntos no canon, mas infelizmente eles nem mesmo puderam se encontrar pela última vez. Quando eu lembrei dela chorando por ele e as interações deles no Unleash Blading, vi que eles tinham química e um laço especial. Mas aqui é diferente, e quero poder mostrar mais sobre eles dois!
Até mais 🤙
Chapter 22: Capítulo XXII - Decisão Fria e a Assimilação Sanguínea
Summary:
O dia amanhece, e o Exército Humano se prepara para uma nova batalha. No mundo real, o grupo de Gabriel se prepara para fazer uma manobra inesperada. Vendo que isso pode trazer vários problemas, Yui planeja trazer todos os aliados de Kirito e Asuna para ajudar enquanto Sinon e Leafa vão na frente. Eydis mostra uma carta na manga para enfrentar o temido Deus das Trevas.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
08 de Novembro de 380 - 05:49 da Manhã
Área dos Matagais Secos, Território Negro...
Bercouli havia acabado de acordar após uma boa noite de sono, apesar da guerra e nesse meio tempo o homem dos cabelos azuis-cobaltos estava pensativo sobre como o apoio de Asuna no corpo da Deusa Stacia veio muito a calhar.
O Imperador Vecta realmente estava atrás de Alice e Eugeo, mas por algum motivo desconhecido. Sem contar que existia um mundo além desse aqui.
O homem deu um bocejo, e decidiu olhar para o vão de luz da sua tenda lá para fora sobre como estava o céu. Os raios de sol sobre o Território Negro ainda não apareceram, mas a atmosfera avermelhada começou a aparecer aos poucos.
- Provavelmente você já devia saber que o Eugeo tinha aqueles poderes. E por algum motivo, você já deveria ter descoberto sobre ele, não é? - O azulado começou a falar, enquanto vestia o seu kimono azul casual. - Houve uma vez em que você me perguntou se eu tinha medo daquilo. Acho que não tive uma boa resposta pra você naquela época, Vossa Eminência.
(___ ___ ___ ___ ___
No centésimo andar da Igreja de Axioma, uma bela mulher de longos cabelos lilás estava deitada em um sofá vermelho luxuoso bebericava uma taça de vinho, degustando da bebida naquele grande andar escuro.
Apenas algumas velas iluminavam o lugar, e Quinella agraciava pelo escuro daquele local.
Já Bercouli, ele estava sentado no chão com as pernas cruzadas também dividindo o vinho com a sua Administradora. Há muitos anos, os dois sempre mantiveram uma boa amizade entre eles já que mesmo Quinella sendo uma sociopata impulsiva, ela era como uma mãe para os Cavaleiros da Integridade mais antigos.
- Você por acaso já teve alguma premonição sobre a morte, Bercouli? - Ela questionou ao azulado, que estava mastigando um petisco no seu prato.
- Uma premonição com a morte, é? - Bercouli começou a pensar em que época da sua vida viu isso. Como ele já lutou em várias guerras, ele se recordou de uma em especial. - Acho que foi quando eu era um Cavaleiro da Integridade menos experiente e algum dois últimos Comandantes dos Cavaleiros Negros me derrotou facilmente. Os Cavaleiros Negros tinham uma Arma Divina em mãos, então estava complicado pra mim. Achei que fosse o meu fim.
- Ah, mas você já trouxe a cabeça dele até mim há muito tempo. - Quinella sorriu em um tom sem neutralidade, apenas fluindo em uma conversa entre o seu Comandante dos Cavaleiros da Integridade. - Desde então você nunca mais teve nenhuma premonição assim?
- Pra falar a verdade, eu nem me lembro mais disso por algum motivo. - Ele respondeu com um sorriso, e bebeu um pouco mais do seu vinho. - Mas por quê você me perguntou algo assim de repente? Você, é livre dessas sensações humanas, não é, Vossa Eminência?
Ela deu uma risada nasal, vendo sobre como o azulado era tão interessante de se conversar. Ela se sentou e cruzou suas pernas, para olhar nos olhos do Comandante dos Cavaleiros da Integridade com mais nitidez.
- Acho que você não entendeu ainda, Bercouli. Todos os dias, dia após dia, eu posso sentir a morte. Sempre que eu acordo, ou melhor, até mesmo em meus sonhos. - A lilás levantou sua taça para o alto, olhando para a textura de cada gota daquele vinho. - E sabe qual é motivo disso? Porquê eu ainda não controlo tudo. Possuo inimigos que ainda estão respirando. E sempre existe a possibilidade de um inimigo novo aparecer no futuro.
- Puxa vida... - O homem de cabelos azuis deu uma risada nasal, notando em quanto a Quinella tinha de preocupação por tudo. Ele sempre quis saber da onde vem toda essa preposição que a sua Administradora tinha. - Ser a Pontífice não deve ser fácil, não é?
- Não, mas eu gosto de trabalhar assim. Afinal, vocês Cavaleiros da Integridade são muito mais do que os meus supersoldados. Vocês são meus filhos, e todos são obedientes a sua mãe.
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Ao se lembrar dessas memórias com sua ex-soberana, Bercouli deu um sorriso de lado pensando em como ela estaria se visse essa guerra? Afinal, tudo começou com Kirito, Eugeo e Alice. Nada mais justo seria em ver como aqueles garotos levaria isso ao fim.
- “Vossa Eminência, acho que eu finalmente entendi o que você quis dizer. Sou grato por tudo que você me deu nos últimos 300 anos. Você me deu a oportunidade de ser uma pessoa melhor nesse tempo, e pude conhecer o amor da minha vida. Você fez com que Eugeo e Alice fossem separados do amor deles, então deve essa a eles.” - O azulado apenas saiu sorridente de sua tenda, pensando em como seria o dia. - “Fanatio, acho que em breve vou poder ver vocês duas de novo.”
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Enquanto Bercouli andava pelo acampamento, Eugeo havia acabado de despertar de um estranho sonho que teve na noite passada. Ele sentiu a presença da deusa que o observa, e agora se sentiu estranho com o que isso traria.
- Bom dia, Eugeo. - O loiro ouviu a voz melodiosa de Alice do lado dele, fazendo-o dar um sorriso só por ver a bela loira do seu lado.
- Bom dia, Alice. - Eugeo retribuiu de volta o gesto, e deu um beijo nela aproveitando para ver que todas as outras mulheres ali estavam acordando ainda. O loiro encostou na nuca da namorada, trazendo-a delicadamente para mais perto. - Você está bem? Parece até que não dormiu direito.
- Não, eu tô bem. Só acordei um pouco mais cedo. - Alice respondeu a ele, olhando para Asuna sentada ao lado de Kirito enquanto Sortiliena e Ronye começavam a acordar. - Eu tava conversando com a Asuna sobre algumas coisas do Mundo Real que ela podia falar.
- Ah, tá bom. - Ele falou, e notou algo novo na namorada. Ao perceber o que era, ele sorriu um pouco com a novidade.
- Do que você tá rindo, Eugeo? - Alice rapidamente se irritou com o que ele fez, já que o seu comportamento de tsundere sempre foi bem afiado. - Eu tô com cara de palhaça por acaso?
- Não é nada disso. - Ele rapidamente respondeu, antes que ele levasse um beliscão dela. - Eu só notei que vi você usando o meu sobretudo e eu gosto quando você usa ele. É como se eu estivesse abraçando você através dele. Use ele mais vezes, por favor.
Ela se ruborizou ao se recordar que estava com o sobretudo azul do seu namorado desde antes de dormir depois da história da Asuna. Eugeo apenas beijou a bochecha de Alice, e se levantou para ir até Asuna. Como sempre, Kirito estava ali deitado segurando a Espada do Céu Noturno e a sua Espada da Rosa Azul.
- Acho que o Kirito gostou de ter você por perto, Asuna-sama. Bom dia. - O loiro cumprimentou a ruiva.
- Bom dia pra você também, Eugeo. E por favor, não precisa me chamar de "sama" toda hora. - Ela sorriu, estranhando as vezes em que ele a chamava de "senhora" em japonês.
- Desculpa, é hábito. - Ele notou que a mão de Kirito que segurava as duas espadas estava entrelaçada apenas na de gelo.
- Você e o Kirito estão muito agarrados não estão? - Alice falou em um tom protetor, que Eugeo estava prevendo como levaria outra desavença entre as garotas.
- Nós dois somos um casal, então é normal isso. - Ela se defendeu, respondendo a altura da loira. - Eu gosto de ver você e o Eugeo juntos. Vocês também combinam perfeitamente um para o outro.
Os loiros coraram com o relato de Asuna e eles apenas riram com isso. Ela gostou de ter conhecido a Alice e antes pensava que ela gostasse de Kirito no começo, mas não era bem o que ela imaginava.
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Enquanto Alice conversava com Asuna a algumas horas atrás, ela questionou a loira sobre a relação dela com Kirito.
- Ei, Alice. Por acaso você gosta do Kirito?
- Bom, quando nós estávamos escalando o lado de fora da Igreja de Axioma, eu meio que estava achando ele interessante.
- Você por acaso se apaixonou por ele?
- Não, na verdade eu nunca dei bola pra isso. Afinal, ele me disse que o Eugeo era apaixonado por mim e que queria resgatar as minhas memórias. Sem contar que ele é um dos meus melhores amigos, e agora eu vejo ele com um irmão. - Alice respondeu a Asuna, enquanto brincava com suas franjas loiras. - Eu só não esperava que minha busca por amor nunca esteve tão perto de mim quando eu o conheci. Foi o Eugeo que me deu a liberdade da Administradora e me uma vontade de viver melhor. Sem contar que ele é tão gentil, inteligente, doce, fofo, um bom ouvinte e sempre se preocupa com os outros antes dele. E ele até se declarou pra mim quando quis me proteger, mesmo eu não sabendo quem ele era na época. Mesmo eu não me lembrando da minha infância com ele, quero fazer com que a minha outra "eu" possa se orgulhar de mim recomeçando por ela.
- Você realmente ama mesmo o Eugeo, não é?
- Sim, eu amo muito ele. - Alice sorriu ruborizada, pensando nas vezes em que passou com ele. - Mesmo que a Administradora tenha feito ele virar uma arma viva, eu vejo muito mais no que os outros vêem nele. O Eugeo é como um anjo da guarda que veio pra esse mundo me proteger. E eu quero garantir que ele esteja sempre comigo.
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Asuna gostou de ver como Kirito, Eugeo e Alice cresceram juntos em Underworld como irmãos e dessa forma, os dois loiros se reencontraram depois de anos. O amor de Eugeo e Alice era tão puro e eles dois mereciam estar felizes juntos.
Não dava para saber se aquela história do Kikouka, Higa e da doutora Rinko era mesmo verdade e se Eugeo era uma vítima do Sword Art Online ou não. Ela confiou a Yui para procurar Argo, Mei-Mei Xiang e Moonphase sobre a verdade e que ligasse todos os pontos. Mas independente do que fosse, essa era uma nova vida que apenas ele teve como vítima daquele mundo. E ele merecia ser feliz aqui e no Mundo Real novamente, ao lado de Alice.
- Eugeo. - Ela chamou a atenção do loiro, que estava dando bom dia para Kirito.
- Sim?
- A Alice pode ser bem forte, mas sempre proteja ela. Afinal, uma feiticeira sempre pode precisar de um cavaleiro ao seu lado. - Asuna sorriu gentil pra ele.
- Eu não preciso de proteção. Sou eu quem protejo ele. - A bela loira sorriu um pouco corada, falando em um tom orgulhoso.
- Isso é verdade, Asuna. A Alice sempre me protegeu. Mas mesmo assim, também não é tão ruim eu proteger ela. Não é, amor? - Ele olhou para a namorada com um olhar sorridente, enquanto afagava os cabelos dela e deixando o rosto da loira tão avermelhado como o de uma fogueira em brasas.
Após todos ali acordarem, Alice, Asuna e Ronye prepararam o café da manhã enquanto Eugeo foi dar banho em Kirito. Após isso, os seis ali naquela tenda estavam começando a comer o café. Alice estava comendo sua terceira salada de frutas sentada ao lado de Sortiliena, de frente para Eugeo que estava comendo um misto quente ao lado de Asuna. Eugeo e Asuna estavam um pouco assustados ao ver o jeito que a loira comia.
- O que foi? Eu tô com fome. - Alice falou ríspida enquanto tomava o seu café da manhã. E não era a toa que a gravidez de Alice atingiu a fome dela tão rápido.
- Aqui. - Ronye dava uma colherada da salada de frutas para Kirito, que começou a comer aos poucos. Isso fez Eugeo e as garotas notarem isso. - Você parece um pouco melhor hoje, Kirito-senpai. Está até comendo direitinho.
- É a primeira vez em seis meses em que a gente vê ele desse jeito. - Eugeo falou, notando que Kirito havia mudado um pouco desde que Bercouli e Asuna ajudaram ele a reagir um pouco. Já era um progresso. - E ele parece estar mais feliz e mais forte.
- Acho que dormir ao lado de quatro garotas e um espadachim treinado fez bem a ele. - Alice sorriu, fazendo o restante rir um pouco tímido.
- Creio que esteja certa, Alice-sama. - Sortiliena respondeu, enquanto comia um misto. - O Kirito sempre gostou de treinar comigo, então isso deve ter ajudado ele a dormir melhor.
Isso fez Asuna rir com um pouco de ciúme devido da relato da mais velha. Mas antes que pudessem conversar mais, os cinco ouviram o som de um berrante. Alice e Eugeo rapidamente perceberam o som daquilo, e se levantaram.
Era o som de emergência dos Cavaleiros da Integridade.
Após terminarem, Eugeo e Alice colocaram suas armaduras de Cavaleiros da Integridade e foram com Asuna já vestida com sua roupa de Deusa Stacia em direção ao som. No local estavam Eydis, Renly, Bercouli e Sheyta com suas armaduras de Cavaleiros da Integridade olhando para o abismo que Asuna criou.
- Agora eu já vi de tudo. - Bercouli falou, enquanto olhava para o outro lado usando o seu Olho Caleidoscópico. - O inimigo do Mundo Real tem mesmo estratégias excepcionais. O Imperador Vecta está se arriscando.
- Como assim? - Eugeo perguntou ao comandante e ele ativou o Olho Caleidoscópico. Agora estava se acostumando com o feitiço. Quando ele olhou para o outro lado, viu alguns pontinhos há alguns quilômetros de distância. Quando ele viu, arregalou os olhos ao ver o que era. - Meu deus... Eles passaram a madrugada inteira fazendo isso?
- Mas o que é aquilo? - Alice questionou surpresa, olhando para algumas cordas se conectando do outro lado para cá. Ela ficou impressionada ao ver o que o Deus das Trevas estava fazendo com seus exércitos.
- Isso é guerra. - Bercouli respondeu a loira, e olhou para a garota do vestido branco. - Asuna, ao contrário do Imperador Vecta, não podemos ter pena do Território Negro agora. Precisamos aproveitar essa chance.
- Chance? - Eugeo e Alice perguntaram em uníssono.
- Isso aí. - O azulado respondeu. - Eydis, suas clones já estão descansadas?
- Estão sim, Comandante. - A acinzentada respondeu sorrindo com um joinha.
- Ótimo. Mantenha a comunicação intacta. Nós vamos fazer o seguinte...
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Do outro lado, o exército de Pugilistas de Iskahn e os Cavaleiros Negros de Yuuki tentavam atravessar aquele imenso desfiladeiro sem fundo. Enquanto atravessavam, o vento passava forte, dando um frio na barriga deles. Apenas aquelas cordas davam a sensação de que estavam bambas, a ponto de caírem e despencarem direto para a morte certa.
E para dizer a verdade...
Atravessar os 100 quilômetros que Asuna criou iria demorar muito, e como Gabriel não tinha mais a ajuda de Vassago, ele decidiu apenas dar um incentivo básico para os líderes do Território Negro.
- “Vamos lá, gente. Mais rápido!” - Iskahn olhava pensativo para que os seus homens chegassem até o outro lado, mas consequentemente eles acabavam caindo devido as correntes fortes de ar. - Não pode ser... Isso é impossível.
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Vecta estava sentado naquele trono enquanto Yuuki e Iskahn se ajoelhavam aguardando as ordens do Deus das Trevas.
- Façam seus homens usarem cordas para atravessarem o abismo. - O loiro de franjas ordenou com seu tom de falso desinteresse. - Não ligo para baixas, apenas para a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira em minhas mãos. Quero que obriguem eles a subir nas cordas, custe o que custar.
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Isso deixava Iskahn irritado, fazendo-o apertar seus punhos pois ele estava vendo seus companheiros morrendo tentando atravessar aquele desfiladeiro perigoso, pois estavam praticamente morrendo em vão. E não era pelo objetivo das tribos do Território Negro em conquistar o Império Humano, mas sim em apenas dar a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira para o Imperador Vecta.
E eles precisavam atravessar o desfiladeiro, antes que os Cavaleiros da Integridade percebam.
- Se ficar assim, nunca vai conseguir seus homens chegarem lá. Tenha fé, Iskahn. - O lutador ouviu a voz da adolescente ao seu lado.
- São os seus homens também, Yuuki. - Iskahn falou para ela, preocupado ao ver os dois exercitos atravessando. - Você também devia se preocupar com isso!
- Eu sei disso. Mas eu tenho fé nos meus homens. Olha lá. - Yuuki apontou para os soldados finalmente alcançando ao outro lado.
Isso fez Iskahn se acalmar ao ver que pelo menos o objetivo de ter os dois alvos para o Imperador Vecta estava próximo de ser realizado. Mas ele e Yuuki rapidamente perceberam uma presença monstruosa vindo do outro lado uma nuvem de poeira criada por cavalos.
Quando a poeira baixou, eles viram alguns soldados cavalgando em uma formação de cavalaria.
Isso fez Yuuki vidrar o casal de loiros indo atacar os seus homens ao seu lado.
- É ele. E trouxe a namorada junto.
- INIMIGO AVISTADO! PROTEJAM AS CORDAS A QUALQUER CUSTO! - Iskahn ordenou a todos lá do outro lado. - ELES SÃO POUCOS! NÃO DEIXEM ELES CHEGAREM PERTO DAS CORDAS!
- NÃO, EVASIVA! SÃO OS CAVALEIROS DA INTEGRIDADE. PREPAREM A EVASIVA! - Yuuki ordenou, gritando bem alto para que os seus homens ouvissem.
Mas era tarde demais. Os Cavaleiros da Integridade chegaram também.
Bercouli deu o seu primeiro ataque, matando o primeiro Cavaleiro Negro em sua frente. Do outro lado, Sheyta literalmente estraçalhava os Pugilistas com sua Espada do Lírio Negro, Asuna atacava com sua espada e Eugeo começou a atacar com golpes do Ataque Vorpal naqueles homens, enquanto se segurava na cintura de Alice enquanto cavalgavam.
Quando Yuuki e Iskahn notaram o Cavaleiro da Integridade de cabelo verde tirando uma de suas Adagas das Asas Gêmeas, eles arregalaram ao ver o que estava para acontecer com os que ainda estavam atravessando aquelas cordas.
- Aquele garoto vai...
- Não... NÃO!!!
Renly atirou uma das Adagas no desfiladeiro e cortou a primeira corda, fazendo um pelotão de Pugilistas cair naquele abismo sem fundo, em direção a morte certa.
- Então isso é uma guerra, é? Todos eles morreram mesmo com todo aquele treinamento?! Como isso pode ser chamado de batalha?! - Iskahn se irritava com dor ao ver seus companheiros morrendo lá naquelas cordas. Seu instinto pedia para que ele pulasse lá, e tentasse salvar algum deles. Mas seu imediato Dampa o segurou, enquanto Yuuki olhava para Eugeo dando um dos mortais dele atacando os seus homens, e Alice dando cobertura pra ele.
- Cavaleiro Safira... - Yuuki se irritou com a presença de Eugeo, já que ele escapou das mãos dela de novo e além disso, salvou a vida dela. Isso não é coisa que um Cavaleiro da Integridade faria. Mas também, um novo rosto se deixou bem surpreso pra ela. Lá do outro lado, estava uma garota ruiva de vestido branco lutando ao lado dos Cavaleiros da Integridade, e sua habilidade de luta era inigualável. - Quem é aquela garota? Ela me parece familiar...
Do lado dos Cavaleiros da Integridade, Eugeo pulou do cavalo de Alice e começou a lutar contra os inimigos usando técnicas do Estilo Aincrad adaptadas pra matar, enquanto Sheyta rapidamente pegou um inimigo atrás do loiro e o fatiou ao meio com sua lâmina fina, salvando-o de um golpe.
- Cuidado com suas costas. - A voz introvertida de Sheyta alertou o loiro.
- Eu te avisei, Eugeo! - A loira falou, bloqueando um golpe de um dos Cavaleiros Negros usando a sua Espada da Oliva Perfumada, acertando a cabeça e jogando o corpo para longe.
- Me desculpa, Alice. - Eugeo nem conseguiu tempo de fazer um dos seus perdões, que voltou a ser atacado. Isso fez o loiro voltar para o combate. Assim como ontem na batalha da ravina, tudo que ele via como um Cavaleiro da Integridade era bem diferente. Ser um líder e guiar era algo original em ser aprendido, mas matar só para sobreviver era complicado. Afinal de contas, Eugeo é um espadachim e não um assassino. Mesmo tendo milhares de vidas com sangue nas mãos.
Asuna olhava para Eugeo, e viu um pouco do Kirito nas técnicas de luta dele. Apesar deles serem bem diferentes, eram quase iguais. Ela parecia olhar diretamente para um clone dele.
Enquanto os Pugilistas e Cavaleiros Negros lutavam para sobreviver, Gabriel estava lá vendo os seus dez mil soldados mais poderosos aguardando para atravessar aquele desfiladeiro perigoso. Mesmo sem a ajuda de Vassago, ele poderia se virar para completar a missão.
Isso fez o loiro rir e se impressionar ao ver como Eugeo e Alice estavam reagindo no campo de batalha. Eles dois estavam bem ali.
- Como eu já esperava, as forças do Império Humano são ainda superiores do que as do Território Negro. - Gabriel apenas apreciava a bela vista daquele campo de batalha sangrento, como se estivesse vendo uma série da Netflix em uma tela plana. - Na verdade, não são superiores como os Cavaleiros da Integridade. Mas no caso dos humanos, eles apenas possuem um equipamento melhor do que o do Território Negro.
Daqui a poucas horas, ele finalmente irá agir. Ele iria rever Eugeo e Alice depois de três meses. O loiro pensa em como o casal reagirá ao ver que a pessoa quem eles deram um lar, é na verdade o seu verdadeiro inimigo.
- É igual quando ele estava treinando naquele dia. A técnica de luta dele é muito habilidosa, mas mesmo assim ele continua hesitando. - Gabriel olhou os golpes de Eugeo, vendo que mesmo com treinamento avançado além da capacidade humana, ele ainda estava muito cru sem os seus poderes totais. Isso fez algo se passar pela cabeça instável do loiro, dando uma olhada na destreza elegante de Alice no campo de batalha em derrotar o inimigo. - Acho que eu vou dar um bom incentivo pra ele vir atrás de mim. Talvez ele goste disso.
Era um deleite para a sua possessão por almas puras. E ele estava fixado em Alice. Ele queria saber como seria os parâmetros cibernéticos de um FluctLight A.L.I.C.E. em um estágio avançado, no caso ela. E aquela bela garota loira da armadura dourada seria a sua presa perfeita, sua obra prima. A sua grande sobremesa guardada para o final.
Ao olhar para o céu avermelhado, Gabriel apenas começava a pensar em como será que o seu pessoal da GDS no Mundo Real está fazendo, e lembrando-se também das suas memórias como Vecta sobre esse mundo quando iniciou uma grande guerra contra as suas irmãs.
- Não estrague essa chance, Critter. É hora de trazer a verdadeira batalha de deuses. Que a Grande Guerra de Underworld recomece mais uma vez.
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No Mundo Real...
Terça-Feira - 07 de Julho de 2026, 00:05 da Madrugada
Sala de Controle Principal, Ocean Turtle - Em algum lugar do Mar do Japão...
Na Sala Principal, Critter estava terminando de realizar o início do Plano B de Gabriel. Como estava tudo no plano, o hacker decidiu levar a ideia do seu líder. Ele havia acabado de reduzir a velocidade do Tempo Acelerado de Underworld para 0,01 por minuto, semelhante ao tempo do Mundo Real para sincronizar a velocidade, para organizar o plano de Gabriel do lado de fora.
Ali atrás estava Vassago dormindo em uma maca, se recuperando do efeito de morte em Underworld. O hacker debochou sobre como ele morreu tão cedo, mas agora não era hora para criticar ele.
- Critter, como é que tá indo aí? - Um homem moreno armado com uma metralhadora M16 apareceu entrando na sala e indo até o hacker.
- Já está feito, Brigg. - Critter respondeu a ele. - Eu finalmente terminei de reduzir a velocidade do Tempo Acelerado pra sincronizar o Underworld com o Mundo Real. E agora com os satélites americanos, chineses e coreanos hackeados, agora sim é que vai começar a chover fogo de verdade lá dentro.
- Foi o chefe que planejou isso? - Brigg questionou ao homem de óculos. - Ele é um gênio.
- Foi. E agora ele quer que eu mande isso pra todos os lugares. E você sabe como jovens gostam de jogar no AmuSphere. - Critter explicou a ele, e mostrou algo no monitor para o restante do pessoal de Gabriel. - Começando o envio... Agora!
Critter terminou o algoritmo no computador da Sala Principal e enviou um link para todos os jogadores de AmuSphere nos Estados Unidos. Ao ver as redes sociais, o hacker viu em vários lugares na América nas redes sociais e grupos de WhatsApp tendo várias repercussões sobre uma versão beta de um novo jogo chamado “War of Underworld”. No Twitter, Instagram, Facebook e todas as mídias sociais de VRMMO estavam falando sobre isso, um jogo beta de VRMMORPG aonde as pessoas poderiam matar todo mundo que quisesse sem nenhum tipo de restrição.
No Facebook estava mais ou menos assim: “Um mundo aonde todo mundo pode matar uns aos outros?!”
Nas tags do Twitter de #War of Underworld estavam assim: “Sem restrições?! Agora sim eu tô nessa!”
- Eu vou dar a todos vocês contas de baixo nível dos Cavaleiros Negros pra virem para Underworld. - Critter sorriu maléfico, enquanto continuava olhando a repercussão nas redes sociais. - Venham e destruam o Exército da Humanidade do Império Humano do jeito que quiserem.
Pouco momento depois, Yui havia acabado de sair do Gun Gale Online após ter terminado com sua investigação com Moonphase, Mei Mei Xiang e Argo. E agora ela foi procurar saber sobre a anomalia na internet, com o objetivo de ver o que estava acontecendo. A pequena fada digital olhava para os sistemas americanos sendo transmitidos através dos satélites em órbita, em direção a Ocean Turtle. Melhor dizendo, na matriz do próprio Underworld. Eram milhares de contas convertidas sendo levadas para o mesmo local aonde Kirito e Asuna estavam.
- Isso não é bom! - A garota dos longos cabelos pretos se assustou com a enormidade de jogadores que estavam convertendo as suas contas pessoais para adentrarem o mundo de Underworld, sobre a mesma fonte de controle da Superconta do Imperador Vecta. Ou seja: um exército instantãneo para o Deus das Trevas. - A mamãe e o papai estão em perigo.
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03:05 da Manhã - Apartamento de Sinon. Tóquio, Japão...
No apartamento de Sinon, a sniper tentava descansar um pouco em tentar esquecer no que houve mais cedo entre ela e Leafa.
Não era da noite para o dia isso acontecer, e ela não queria isso. Afinal de contas, ela não tem um bom histórico de confiança com pessoas. Afinal, o Shinkawa era um grande amigo que ela tinha. Pelo menos isso era até o momento em que ele tentou abusar dela. Se não fosse pelo Kirito para ajudá-la naquela noite, poderia ter acontecido até o pior.
Ela gostou daquele beijo que compartilhou com Suguha. Mas esse que era o problema. Ela queria mais. E não podia simplesmente fazer isso.
Afinal, não podia simplesmente se abrir ainda mais por outra pessoa.
Quando ela continuava aproveitando o seu sono, ela ouviu o seu celular vibrar no criado mudo fazendo a sniper cair da cama assustada.
- Ái... - Asada gemeu de dor enquanto ligava o interruptor do quarto e ia até o seu celular ver do que se tratava. Foi quando ela se surpreendeu ao ver uma ligação do Kirito. - Hã? Kirito?
- Sinon-san!
- Yui? O que houve?
- Não dá tempo pra explicar agora! Preciso que chame um táxi agora e se encontre com a Leafa-san na estação de metrô. Vocês duas precisam ir para o laboratório da Rath em Roppongi! Eu conto tudo pra vocês duas no caminho.
- Pro laboratório da Rath a essa hora? E com a Leafa?
- Vai logo, mulher! - A garotinha gritava exaltada no celular, deixando a sniper assustada com o comportamento dela. - Underworld tá em perigo!
- Tá, tá bom! - Sinon não perdeu tempo e se arrumou da maneira mais rápida que pôde pra sair de casa. Ela colocou um dispositivo de Augma no rosto, pois precisava ver Yui cara a cara para entender o que estava acontecendo. Como não tinha muitos motoristas de Uber em ativa nesse horário, Yui chamou um táxi pra ela. Ao sair do apartamento e trancar a porta com a senha eletrônica, a sniper desceu correndo as escadas.
Nesse mesmo instante na casa de Kirito, Leafa recebeu também uma ligação de Yui e rapidamente se arrumou e saiu de casa, onde um táxi já esperava ela.
- Pra onde, moça? - O taxista perguntou, enquanto a adolescente se sentava no banco de trás.
- Pode me levar pra estação de trem no distrito de Minato, por favor? - Ela pediu, e o taxista acentiu já dando partida em direção a estação de trem. Sair naquela madrugada fria era meio preocupante, e com certeza seria bem estranho ela se encontrar com a Sinon depois daquele beijo delas de ontem. Além de quê... Sair de casa a essa hora sem que os pais dela soubessem realmente não era lá uma boa. Mas se isso é importante pra salvar Kirito e Asuna, era preciso. - “Mãe, pai. Me desculpem. Eu juro que salvarei o meu irmão.”
Após um trajeto rápido, ela rapidamente chegou na estação, pagou a corrida do taxista e correu pra subsolo. Ao olhar para os lados, ali estava ela. Vestindo uma calça azul, uma camisa branca e um Augma no rosto. Suguha se envergonhou um pouco, e ela não era a única ali que estava assim.
Sinon estava meio com vergonha, já que depois daquele beijo ela praticamente fugiu. E agora, mesmo com aquele climão ainda rodeando elas, não podiam deixar aquilo para agora.
- Oi, Sinon. - Sugu falou em um tom introvertido.
- Oi, Leafa. - Asada falou no mesmo tom envergonhado dela, enquanto mexia os óculos.
- Ainda bem que vocês duas já estão juntas. - Yui rapidamente saiu da tela do Augma, fazendo com que as duas pudessem ver ela. Sinon agradeceu internamente pela interrupção da fadinha. - Agora eu preciso falar o que tá acontecendo agora, enquanto vamos pra Roponggi.
Nesse momento, o trem rapidamente chegou na estação e as três embarcaram para partir em direção a sede da Rath, em Roppongi e se sentaram para conversar.
- Yui-chan, o que tá acontecendo? - Leafa perguntou a fadinha, enquanto a olhava no visor do Augma. - Por quê você nos acordou a essa hora da madrugada?
- Todos em Underworld estão prestes a receber um ataque em massa pelos jogadores daqui do Mundo Real. Os soldados que invadiram a Ocean Turtle estão hackeando os satélites americanos e agora vão mandar milhares de jogadores de VRMMO pra atacar todos em Underworld, incluindo a mamãe e o papai.
- O QUÊ?! - As duas gritaram. - Mas e a Asuna? Ela ainda não encontrou Eugeo e Alice?
- Eu não sei dizer. Não tenho um sistema de mapeamento em Underworld, pois estou limitada a ficar entre o Mundo Real e os jogos de realidade virtual. - A Yui respondeu a elas, um pouco cabisbaixa. - Sem contar que entre o lugar que a mamãe pousou e o Altar do Fim do Mundo, a distância é de quase mil quilômetros de distância. E o pior é que aqueles invasores possuem alguém usando uma Superconta Divina.
As duas arregalaram os olhos.
- Temos que ajudar a Asuna então. - Sinon falou decidida, enquanto olhava o trem passando por uma ponte e adentrando o centro de Tóquio.
- Mas como vamos fazer isso? A conta da Asuna e a conta desse Vecta já estão sendo usadas.
- Ainda existem duas contas de deusas sobrando. Vocês precisam chegar na Rath, dizer sobre o Tempo Acelerado em Underworld e obrigar eles a darem as contas pra vocês duas. E também... Preciso que saibam de uma coisa e contem para a mamãe, se eu não conseguir vê-la de novo. Preciso que saibam de toda a verdade sobre o Eugeo e a Alice.
Ao chegarem na estação, Yui já havia contado tudo o que descobriu na investigação dela e ambas se surpreenderam com o que fizeram para Eugeo reencarnar em Underworld, assim como Alice. Após isso, elas se despediram de Yui e correram para o prédio da Rath.
Elas chegaram lá, mas rapidamente foram barradas pelo segurança.
- Espera, não podem entrar aqui. - O segurança falou a elas.
- Isso é uma emergência. Precisamos falar com o chefe de vocês, Seijirou Kikouka. O Underworld está em perigo. Nós viemos ajudar. Eu sou Sinon e essa aqui é a Leafa.
Algum tempo após conseguirem a permissão de Kikouka a distância, Asada e Suguha podiam adentrar em Underworld sobre a Superconta Nº2 da Deusa Solus, a Deusa do Sol e a Superconta Nº3 da Deusa Terraria, a Deusa da Terra.
Enquanto calibravam as máquinas de Soul Translation, ambas estavam olhando um pouco envergonhadas. É claro, as duas estavam olhando uma pra outra já havia algum tempo, e esse clima abafado iria atrapalha-las enquanto estivessem lá em combate.
- Olha, Sugu... - Sinon finalmente disse algo para desabafar aquele silêncio. - Me desculpa por ter fugido ontem e ter falado aquilo. Não queria fugir daquele jeito.
- Não, tudo bem. Era só um erro que nós cometemos. - Essa palavra alfinetou o peito da sniper.
- Eu fiquei com medo. - Asada finalmente decidiu falar a verdade. - Eu tive medo pois já que somos garotas e que eu não tenho mais confiança em me abrir romanticamente. O Shinkawa quase abusou de mim, e desde que o Kirito me salvou, não pude mais ficar confiando em amar as pessoas.
- Asada... - Suguha se aproximou para mais perto dela. - Eu não sabia que você estava assim. Eu também não tinha muita confiança pra me relacionar com as pessoas e desde que o Recon se mudou pra Kyoto, eu não estive com mais ninguém. Eu também não confiava nas pessoas, até o dia em que eu descobri mais sobre o meu irmão falando do Sword Art Online. Ele também não confiava nas pessoas lá, mas com o tempo todos os amigos que ele fez fizeram parte da gente.
- Sugu... - Um áudio atrapalhou a conversa de ambas, falando que as contas de Solus e Terraria estavam prontas para uso. Asada apenas suspirou em derrota. - Outra hora nós conversamos melhor, eu te prometo.
As duas decidiram deixar essa conversa para depois e se sentaram na máquina de STL para fazer a imersão total. Leafa suspirou um pouco ao pensar um pouco sobre como ela e Sinon iriam resolver isso. Mas agora... Kirito, Asuna, Eugeo e Alice eram a prioridade.
- Link Start.
Nesse momento, ambas se sentiram em queda através de um túnel cheio de luzes e ambas estavam com roupas diferentes das que estavam usando no mundo real.
Leafa estava com seu longo cabelo loiro que tinha, mas diferente dos jogos, seu rabo de cavalo estava preso em um véu e ela vestia uma armadura leve acobertando seus seios volumosos, uma saia verde e luvas pretas. Sinon estava de volta agora com os seus cabelos azuis-ciano dos jogos com pequenos anéis de ouro circulando suas mechas e usando uma leve armadura azul tapando os seus seios medianos, uma longa saia branca e meias pretas e luvas brancas nas mãos, tendo em destaque quatro lâminas flutuantes atrás das suas costas.
As duas se entreolharam e ruborizaram com as roupas novas de deusa que elas estavam trajando.
- Nossa, você tá tão... Uau. - Apenas isso saiu da boca de Sinon, pois a loira dos olhos verdes estava tão linda.
- Obrigada, você também tá muito bonita. - Leafa elogiou a amiga, notando também a beleza de Solus nela.
Elas estavam vendo todas as memórias sobre Solus e Terraria, enquanto adentravam o mundo de Underworld.
- Irmã, e se a Stacia descobrir que estamos fazendo isso? Não quero que ela expulse a gente como ela fez com o Vecta e a Luna. - Terraria falou, envergonhada com sua irmã.
- Então é só não falar pra ela. Isso é o nosso segredinho, Terraria. - Solus sorriu de lado e roubou um beijo da loira, que não parou por aí. Ambas começaram a despir suas roupas naquele quarto, e com o poder de Solus de voar, ela levou a irmã nos braços e ambas foram para a cama.
Sinon e Leafa se envergonharam ao ver que as deusas nas quais elas estão usando os corpos e contas divinas, eram amantes secretas de sua família. E também, como as duas deusas eram semelhantes a elas, era difícil de ver que elas não eram iguais pois a semelhança era idêntica!
Ao verem mais sobre as memórias dos seus outros irmãos, viram uma coisa sobre o Deus Vecta. Ele estava de frente para a loira, segurando um coração humano ainda pulsando em sua mão.
- Terraria, eu sei que você e a Solus tem esse casinho de vocês duas escondidas há anos, e não vou contar pra Stacia se você me ajudar. Me dê o segredo do seu Poder da Natureza.
- Vecta, por favor. A Lunaria está morta. Você quer mesmo fazer isso com as suas irmãs? Eu fui contra quando a Stacia e Solus expulsaram vocês dois, e não quero perder o meu irmão de novo. Você quer ir tão longe assim pra trazer ela de volta?
- Eu jogaria a minha divindade fora por isso. Agora eu não vou repetir, Terraria. Me dê o segredo do Poder da Natureza. Agora!
- Que coisa é essa? - A sniper fechou seus olhos pensativa com essa memória. - Eu ainda não entendi como nós conseguimos herdar as memórias dessas deusas, já que Underworld é um mundo falso. Mas deixa isso pra lá. Leafa, se lembra das habilidades da Deusa Terraria?
- Lembro sim. Eu tenho Fator de Cura Ilimitada, Poder da Natureza e a habilidade do Verdurous Anima com a Lâmina de Terraria. - Suguha respondeu a ela. - E você?
- Eu tenho Vôo Ilimitado, a técnica do Annihilate Ray, pelo Arco de Solus e... - Quando Asada já ia continuar, ela percebeu que sua parceira estava se distanciando aos poucos. - Leafa, o que você tá fazendo?
- Eu não tô fazendo nada. O que tá acontecendo? - Leafa questionou, enquanto começava a se distanciar de Sinon.
- Leafa? - A sniper notou o distanciamento. - Volta aqui! Você vai se separar!
- Não consigo voltar. - A loira falava, enquanto tentava mover seus braços em direção a Sinon. Ao ver que o túnel estava para sumir, as duas gritaram enquanto se separavam. - Sinon, eu não tô conseguindo voltar! Sinon, socorro!
- Leafa!!! - Sinon estendeu sua mão pra ela, mas a loira estava se distanciando cada vez mais.
- Sinon!!! - Leafa se afastou cada vez mais, o que fez as duas sumirem no final do túnel de luzes.
Alguns minutos atrás...
04:32 da Manhã - Na Sala de Controle Secundária, na Ocean Turtle...
Higa observava atentamente o computador da Sala Secundária enquanto quase todo o pessoal da equipe já havia adormecido. A doutora Rinko estava dormindo na cadeira, Yanai estava dormindo na parede e alguns membros da equipe estavam dormindo no chão em macas improvisadas. Mas só ele e Kikuoka ainda estavam acordados vigiando tudo o que acontecia em Underworld e do outro lado também.
- Já se passaram dez horas desde que a Asuna-san entrou em Underworld. Isso significa que já deve ter se passado cerca de um ano lá. - O rapaz de cabelos espetados bocejou de cansaço. - O Altar do Fim do Mundo precisava ser tão longe assim do Império Humano?
De repente, uma ligação do telefone rapidamente deixou a doutora Rinko e alguns ali despertados, e Higa já lembrou o seu chefe da ligação.
- Chefe, o telefone! - O loiro de cabelos espetados chamou por Kikouka.
- Ah, é! - O moreno de óculos rapidamente pegou o telefone sem fio da Sala Secundária e atendeu. - Sala de Controle Secundária. Tenente-Coronel Kikouka falando.
- O que tá acontecendo? - Rinko se espreguiçou ao ser acordada, tentando ignorar a dor do duro da cadeira.
- Ah, aí é a Matriz da Rath fazendo o desenvolvimento do Soul Translation, não é? - Um cientista do outro lado do telefone falou. - Aqui é o Hiraki da filial de Roppongi. Acho que temos um problema, ou melhor, duas pessoas apareceram aqui fora da Rath de madrugada.
- De fora? É algum dos nossos clientes? - Kikuoka questionou o cientista do outro lado da linha.
- Eu acho que não. Não devem ser os nossos clientes. Quando o segurança me chamou pra ver elas, vi que eram só duas garotas adolescentes.
Kikouka, Higa e a doutora Rinko gritaram de surpresa ao ver do que se tratava. Os três se entreolharam ao querer saber do mistério que se tratava lá na outra filial da Rath.
- Você falou "duas adolescentes?"
- Sim, isso mesmo. Elas me disseram pra que eu falasse com Seijirou Kikuoka na matriz da Rath e avisar a você pra conferirem o ritmo de FLA do Tempo Acelerado em Underworld imediatamente. - Ao Higa ouvir isso, o rapaz de cabelos espetados foi conferir no computador o Tempo Acelerado de Underworld.
Quando ele foi ver, ele percebeu que Asuna não havia passado em Underworld nem mesmo poucas horas. Os invasores alteraram o Tempo Acelerado de Underworld!
- Ainda tá normal! Desde quando eles deixaram assim?!
- Nomes! Me fala os nomes dessas garotas! - Kikuoka pediu para o cientista do outro lado.
- Ah, é mesmo! Isso pode parecer estranho, mas elas não disseram os nomes reais. Só me falaram que os nomes delas eram "Sinon" e "Leafa". - Ao Kikuoka ouvir os apelidos da irmã de Kirito e a amiga dele, ele percebeu que isso seria coisa da filha dele. - É um nome estranho, e elas são japonesas, mas mesmo assim elas tinham conhecimento das Supercontas de Stacia, Solus, Terraria, Lunaria e Vecta, e tem alguém lá dentro além da Asuna Yuuki usando uma Superconta divina. Elas falaram que querem ajudar a levar os A.L.I.C.E.s pro Altar e...
- Hiraki-san, prepare as contas da Solus e da Terraria pra elas duas agora! - Kikuoka rapidamente deu permissão ao cientista do outro lado da linha.
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04:40 da Manhã...
Nova Aincrad, Mundo de ALO - Casa de Kirito e Asuna, 22º Andar...
Enquanto Sinon e Leafa foram na frente pra ajudar Asuna, Kirito, Eugeo e Alice, Yui acordou todo o pessoal e pediu pra que entrassem em Alfheim para conversarem melhor. Ela explicou tudo o que aconteceu nas últimas horas sobre a investigação a história de Eugeo e Alice, os últimos ocorridos em Underworld e o que estava acontecendo nesse exato momento lá.
- Caramba, aquele Kirito tinha mesmo que se envolver em coisa pior ainda. - Klein suspirou ao ver como Kirito estava em apuros ainda mais piores do que o estado catatônico dele. - Underworld é um mundo virtual criado pela Rath, e existem duas IAs chamadas Alice e Eugeo, sendo que Eugeo foi o tal Mensageiro das Rosas que ajudou as linhas de Frente a deter a Caixão Sorridente. Coisa que a Argo sabia sobre a história do Eugeo. E agora a Rath usou o cadáver dele pra fazer ele renascer em Underworld? Mas isso faz tudo o que você falou fugir muito de uma pegada de jogo, Yui.
- E além disso, o governo quer colocar a Alice-chan e o Eugeo-san num caça e fazer ela guerrear ou serem soldados do exército? - Silica perguntou a Yui.
- Parece que no momento a Rath quer fazer demonstrações dessa tecnologia aqui no Japão e no exterior também. Mas eu acho que os invasores na Ocean Turtle tenham outros planos aplicados para eles dois. - A fada explicou a garota.
- Mas quem diabos são esses invasores, hein? Você conseguiu descobrir algo?
- Eu acho que seja provável que o pessoal da Força Naval Japonesa ou até mesmo uma agência americana privada estejam envolvidos nisso. - Todos arregalaram ao ouvir o que Tio falou.
- Americanos?! Tipo o Exército dos Estados Unidos? - Lisbeth questionou surpresa ao ver que essa "guerra" estava levando a uma futura briga interna entre nações.
- Se a Alice e Eugeo pararem nas mãos do Exército Americano, daqui a alguns anos eles serão futuramente usados em batalhas como armas vivas sencientes. - Yui fechou seus olhos cabisbaixa, começando a lacrimejar ao ver o que isso vai trazer ao casal futuramente. - Eu sei que a mamãe e o papai querem evitar isso, custe o que custar. Por causa que Alice e Eugeo... São a prova que todos os mundos de VRMMO a partir do Sword Art Online e todos que viveram naquele mundo existiram. E que eles são frutos de uma enorme quantidade de tempo, materiais, recursos mentais e pelo amor que eles sentem um pelo outro!
Isso fez todos ali se surpreendem com o que Yui falou, e ficaram tocados com a emoção da fada.
- Eu trouxe de volta um backup do banco de dados do Sword Art Online e descobri o que a Argo me contou enquanto eu investigava a história do Eugeo, e juntei todas as partes. Ele conheceu a Alice no início da missão do item de rastreamento para o extermínio da Caixão Sorridente. Ele desistiu de tudo e se apaixonou por ela, uma IA. Eles morreram juntos, mas mesmo assim as mentes e corações deles se reuniram de novo em Underworld. Não tenho dúvidas que o verdadeiro motivo do Projeto Seed de Ahihiko Kayaba era a criação de Alice, através da ressurreição de Eugeo pois ambos nasceram com um dia de diferença. Através de vários mundos conectados, incontáveis pessoas riram, choraram, sofreram e amaram. E por conta desse brilho iluminado pelas suas almas, uma nova humanidade foi criada em Underworld. O papai, a mamãe, Leafa-san, Sinon-san, Klein-san, Silica-san, Agil-san... E todo mundo que ajudou a criar esse manto de emoções que foi costurado pelos próprios corações que deram luz ao casal mais forte da humanidade. Foi assim que Eugeo e Alice renasceram em Underworld! - Ao terminar de falar, a pequena fada suspirou de tanto falar, enquanto chorava ao ver como Eugeo e Alice eram como ela, e basicamente mereciam ser livres.
- Pois é, não é mesmo? - Lisbeth lacrimejava sorridente ao se lembrar daqueles dias no SAO e tudo o que passou ao lado de seus amigos. - Todos estamos conectados a isso tudo. O tempo, as pessoas e os nossos corações inclusive.
- Não se preocupa com isso, Yui-chan. - A pequena Cait Sith de cabelos castanhos abraçou a fada, sorrindo com uma lágrima de lado. - Vamos salvar o Kirito e a Asuna-san de qualquer jeito.
- É isso aí, Yui. Você devia ter dito antes pra gente. Nenhum de nós abandonaríamos o Kirito. - O samurai de vermelho sorriu gentil.
- Sem contar que nós devemos muito a ele. - Agil complementou a fala de Klein. - Acho que tá na hora da gente começar a retribuir o favor.
Todos acentiram balançando suas cabeças com um sorriso, mas agora não era o momento para tanta alegria. Afinal, Underworld estava prestes a entrar em puro caos.
- Mas mesmo assim, tem cerca de 30.000 jogadores americanos entrando em Underworld, não é? Isso pode chegar a 100.000 ou talvez mais. E todos eles vão estar ao lado do inimigo do Império Humano, não é mesmo?
- E se a gente revelasse nas redes sociais os experimentos da Rath ou o ataque nós sites de VRMMO americanos sobre isso? - A ferreira de cabelos rosados sugeriu. - Podemos pedir pra eles não participarem do teste beta falso.
- Bom, essa guerra interna entre o Japão e os Estados Unidos está sobre um segredo militar. Se revelarmos algo assim a público, o tiro pode ser jogado no escuro. - A fadinha explicou a Lis, vendo que isso seria uma péssima ideia.
- Se a gente postasse tipo: "seus oponentes são humanos reais, não os matem" não iria ajudar, não é? - Sílica deu um exemplo de como a ideia de Lisbeth daria errado, e Yui acentiu.
- Ah, galera. Isso é tão simples. Vamos fazer o mesmo que os invasores. A gente cria nosso próprio site notificando o teste beta, e se os caras da Rath derem a gente contas do mesmo nível da Asuna e das garotas, podemos conseguir uns 30.000 ou 40.000 fácil.
- É, mas ainda temos mais um problema. - O moreno lembrou a Klein sobre mais uma incógnita. - A diferença de tempo do mundo. Nessa hora, é 04:30 no Japão e tem pouca gente aqui jogando enquanto é 12:30 em Los Angeles e 15:30 em Nova York. Eles tem muito mais jogadores ativos agora.
- Agil-san está certo. - Yui acentiu para o maior. - Não tem como arranjarmos nem mesmo 10.000 jogadores agora. E se tivermos de usar contas do mesmo nível que o inimigo, nossas chances de revidar serão muito baixas.
- Mas não existem outras contas divinas como as que Asuna, Sinon e Leafa estão usando? Não tem como a gente ficar tão forte e se nivelar como o Kirito fez lá em Underworld assim de repente. - Lisbeth indagou a ideia complicada, já que Stacia, Solus e Terraria estão ocupadas no momento enquanto Vecta e Lunaria eram literalmente uma chance impossível de usar.
- Então não tem como. - Klein suspirou em derrota.
- Espera, Klein-san! Não existem mais contas divinas sobrando em Underworld, mas tem como usarmos a tecnologia da Conversão de Dados das contas de VRMMO com armas e equipamentos bem maior e mais poderosas do que os do inimigo, como as contas que vocês estão logados agora. Vocês terão que converter os seus personagens dos mundos do Projeto Seed como o Sword Art Online, Alfheim Online, Gun Gale Online e vários outros ao entrarem em Underworld.
- Que genial, Yui! - O ruivo sorriu animado com a ideia da pequena.
- Mas só que... - Isso fez todos ali se surpreenderem com o que Yui falou ao parar. - Esse método da Conversão de Dados tem alguns problemas. E bem sérios.
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05:20 da Manhã - Cidade Neutra de Arun, a Árvore do Mundo...
No centro de Alfheim, os amigos de Kirito e Asuna pediram uma reunião com vários jogadores de ALO, inclusive entre os líderes Sylph, Cait Sith e Salamander: Sakuya, Alicia Rue e Eugene. Até mesmo os amigos de Asuna e Yuuki da Sleeping Knights estavam ali.
Todos ali naquele salão se entreolharam em busca de saber qual era o motivo de tanto mistério a essa hora da manhã. E foi aí que a voz de Lisbeth ecoou por aquele salão.
- Peço perdão por tirar vários de vocês das suas camas, mas eu não chamaria vocês se não fosse bem sério. O que eu vou falar não é uma piada e nem mentira. Em breve, milhares de jogadores americanos entrarão sem saber no Underworld, um mundo virtual baseado na Seed criado por uma empresa privada de pesquisa japonesa e eles vão matar todos que estiverem por lá! Os moradores de Underworld não são só NPCs. Eles também tem almas e emoções como nós! Por favor, nos ajudem a proteger eles! Precisamos que convertam seus dados de personagens para o Underworld!
- Lisbeth, eu sei que você e os seus amigos não iriam brincar com algo assim, já que você não nos acordou essa hora da manhã de terça só pra falar isso. - Sakuya impôs sua voz naquele salão. - E também o fato do Kirito não logar em ALO há mais de dez dias mostra que isso não é brincadeira. Mas é muito difícil de acreditar que IAs com mesmas almas que os humanos do Mundo Real e o Exército Americano indo atrás delas. É bem impossível de acreditar nisso. E sem contar que você disse que teriam problemas sérios com a Conversão de Dados, não é? Conte mais para nós sobre eles.
Agora sim esse pedido de Sakuya fez a ferreira se incomodar com o que iria falar, e com certeza trará uma grande repercussão por todo aquele salão.
- Tem razão, Sakuya-sama. O Underworld não funciona como os jogos de VRMMO, então teremos muitos problemas ao entrar naquele mundo. O Underworld não tem uma interface operacional, então não tem como deslogar pois a única forma de sair é morrendo. - Isso fez todos os milhares de jogadores ali arregalaram os olhos com a surpresa de como seria se ficarem presos lá. - Mas isso trás mais um outro problema. Esse mundo não tem um sistema de absorvedores de dor, então se você tomar danos que reduzam sua vida a zero, é provável que você sofra uma dor absurda como no Mundo Real.
- Como é que é?
- Tá me tirando, só pode!
- E por último, agora mesmo os desenvolvedores do Underworld não conseguem controlar aquele mundo no momento. - A ferreira chamou a atenção deles novamente, já temendo a bomba que isso irá causar bem ali para cima dela. - Isso significa que se vocês converterem os seus personagens para esse mundo, a probabilidade de perder suas contas pessoais permanentemente são bem altas como no Sword Art Online.
Isso foi a gota d'água para todos ali. Agora sim os jogadores começaram a entrar em pânico, furiosos com as consequências de como a entrada deles em Underworld traria para as suas contas pessoais.
- Até parece que eu vou sacrificar o personagem que eu ralei pra modificar só pra perder a toa! - Um dos jogadores entre aquele amontoado decidiu se exaltar.
- É isso aí! Vocês que são os Sobreviventes do SAO se acham melhores do que a gente só porquê sobreviveram naquele inferno? Eu nunca vou perder o meu personagem pra um bando de NPCs!
- Me desculpem, mas não vamos poder recompensar vocês. - Lisbeth se aproximou para a borda do palco. - A gente sabe muito bem que o dinheiro que vocês gastaram nas suas contas dos jogos não pode comprar os personagens que vocês mesmos criaram, eu sei disso. É por isso que viemos aqui pra implorar pela ajuda de vocês pra ajudar os nossos amigos que estão tentando resistir ao ataque em Underworld!
- Os seus amigos são os Sobreviventes do SAO, não é mesmo?! - Um dos jogadores se irritou ao ouvir pela "súplica" da garota de cabelos rosados. - Você não vai enganar a gente. A gente sabe que vocês que jogaram SAO fazem pouco da gente!
- E o que a gente tem a ver com essa coisa de invasão, inteligência artificial e almas humanas?!
- Nem pensa em gastar o nosso tempo falando de trazer o Mundo Real para um VRMMO!
Vários ali continuavam gritando de raiva, fazendo Lisbeth ficar sem palavras e Klein queria fazer com que todos ali parassem de gritar com a sua amiga, mas ela fez um gesto para ele não fazer nada e deixar que ela cuidasse de tudo. Mas diferente dos jogadores raivosos, os três dos oito lordes de ALO: Sakuya, Alicia Rue e Eugene, assim como os Cavaleiros Sonolentos e alguns outros ali apenas observavam em silêncio. Foi aí que a ferreira conseguiu reacender uma chama de esperança.
- Vocês tem razão. - Se esses jogadores raivosos não iriam escutar as palavras de Lisbeth, então ela teria que usar as suas palavras de sua verdadeira "eu", Rika Shinozaki. Ela se lembrou de tudo que ela passou naquele inferno do Sword Art Online ao lado de Kirito, Asuna e os outros. E houve uma época em que ela odiava o SAO, mas com o tempo ela se sentia em casa naquele lugar. - Isso tudo mesmo está acontecendo no Mundo Real. E como vocês já disseram, nós que viemos do Sword Art Online temos uma tendência egoísta de misturar o real com o virtual. Mas não nos vemos como heróis, pelo menos não eu. Essa garota aqui e eu... - Ela tocou em seu peito, mostrando que ela não precisava de mais nada a esconder. - Frequentamos uma escola especial para os Sobreviventes do SAO e os estudantes lá são obrigados a passar por terapia individual uma vez por mês, mesmo você querendo ou não. Eles sempre perguntam pra gente algumas coisas desconfortáveis e alguns alunos são obrigados a tomar remédios controlados contra a sua própria vontade. Eu e todos os meus colegas estamos encabeçados em uma lista de criminosos em potencial do governo, e não é só os estudantes de lá que são tratados desse jeito. Todos nós, assim como vocês jogadores de VRMMO são tratados como lixo pelo governo, dizendo que não servimos para nada na sociedade, que não pagamos impostos e que devíamos ser forçados a prestar o serviço militar por obrigação. Mas o que eu acredito é que a realidade está bem aqui! Esse mundo e vários outros conectados não são só lugares de conforto pra gente. E pra mim, essa realidade virtual é onde eu posso viver de verdade, ter amigos reais, sorrisos e lágrimas reais! Vocês também não se sentem assim?! - Lisbeth começou a chorar ao abrir o seu coração para todos ali, e alguns se sentiram tocados por se identificarem e outros com raiva contínua. - Vocês não tentam se esforçar porquê esse mundo é a sua realidade alternativa? Mesmo sendo só um jogo, foi aqui que a minha vida mudou pois não dá pra abandonar esse mundo só porquê é uma mentira virtual. Então falem pra mim, cadê a nossa realidade, gente?! Assim como a Árvore do Mundo, todos esses mundos floreceram em conjunto. E foi daí que uma rosa chamada Underworld nasceu, pois no Sword Art Online houve sim um herói que se sacrificou naquele mundo para garantir a sobrevivência de todos contra a Caixão Sorridente ao lado de uma garota muito especial. E nesse momento, eles estão sozinhos com o Espadachim Negro e a Relâmpago precisando de ajuda lá naquele mundo agora mesmo. Por favor, nos ajudem.
Ela se curvou como forma de respeito em seu país, assim como Klein, Sílica, Agil e Yui também. Apesar de ainda ocorrerem vários ali saindo do local com raiva por serem obrigados a perder os seus personagens, alguns poucos sorriam pois já concordaram em ajudar. E entre aquele amontoado de players irritados, um certo Spriggan do lado de uma pequena fada guia de cabelos brancos sorria enquanto olhava para cima daquele palco.
- Lisbeth, se quisermos ter uma chance significativa de vitória lá em Underworld, precisamos da ajuda de Recon. Ele é o mago de magia negra mais forte.
Apenas a fala de Sakuya fez ela levantar a sua cabeça e se animar ao ver que ali existiam algumas boas pessoas que não tem nada a perder para ajudar os amigos de Kirito e Asuna.
- Nós sabemos disso, e pedimos pra ele ir em outro lugar. - Ela se lembrou de que sem a ajuda de Recon para lutar era impossível, já que ele era um dos magos mais fortes em ALO, se rivalizando com Asuna, Chrysheight(Kikouka) e Siune. - Mas o Recon vai vir. Eu prometo.
Yui havia contatado Nagata lá em Kyoto, e ele atendeu o chamado da fada sobre o que estava para acontecer em Underworld. No Gun Gale Online, Recon havia falado o mesmo que Lisbeth para alguns jogadores que pudessem pelo menos ajudar, pois Sinon e Kirito eram bem famosos ali.
- ...e por isso que os amigos do Kirito-san e da Sinon-san precisam de ajuda. Eu sei que isso pode acabar fazendo vocês perderem suas contas, mas eles precisam de ajuda. Por favor, gente. - O esverdeado pediu a eles.
- Quer dizer então que a Sinon-san foi nesse tal de Underworld pra ajudar a Kirito-chan? - Um certo jogador com chapéu de caubói questionou ao garoto de cabelos verdes.
- Isso aí, Dyne-san. Eles precisam da nossa ajuda, se não Kirito-san não vai poder se recuperar.
- Por quê não falou logo, moleque? - Uma mulher de cabelos pretos com uma tatuagem no rosto de aproximou de Recon, que ficou assustado com a presença dela. Alguns ali ao lado dela como LLENN, M, Yamikaze, Dyne, Musketeer, Kureha, Zeliska e Itsuki estavam como destaque naquele local. - Quem quer meter bala em alguns players num supermundo virtual?!
- Vamos!!! - Todos aqueles quem a Pitohui citou acentiram, para o alívio do esverdeado que sorriu.
- Valeu, pessoal. - Recon sorriu feliz já que alguns dos amigos de Kirito e Sinon realmente iriam ajudá-los com os outros lá em ALO para lutar em Underworld. - “Suguha-chan, eu vou ajudar vocês. Esperem por mim!”
Naquele amontoado de jogadores ali animados por participarem da guerra em Underworld, uma certa garota de cabelos cor de mel com bigodes de gato no rosto olhava determinada para o link que Yui havia mandado sobre como entrar em Underworld.
- ”Eugeo, dessa vez você vai voltar pra cumprir a sua missão, loiro de farmácia. É uma promessa!” - Argo olhou fixa para todos ali no local, agora mais determinada.
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Em Underworld...
10:24 da Manhã - Desfiladeiro Norte, Território Negro/Hemisfério Central de Underworld...
Já haviam se passado algumas horas e os soldados do Exército da Humanidade ao lado dos Cavaleiros da Integridade lutavam para cortar o restante das cordas que os Cavaleiros Negros e Pugilistas usavam para atravessar o desfiladeiro.
Quatro Cavaleiros Negros foram para cima de Eugeo, mas o loiro ajeitou a sua postura e deu dois golpes de direita e três de esquerda com a sua Espada da Rosa Azul, cortando a armadura deles.
- Menos dois. Já contei 335. - O loiro falou enquanto continuava a lutar.
- Tá ficando pra trás, amor! - Alice sorriu e atacou um Pugilista com um chute da sua super força, jogando-o para longe. - Eu contei 338.
- Muito bem, pessoal! - Bercouli elogiou montado em seu cavalo. - Vamos no rumo a sexta corda!
- Sim senhor! - Renly acentiu, enquanto jogava uma de suas Adagas das Asas Gêmeas no inimigo, cortando a cabeça deles instantâneamente.
No momento em que Asuna terminava de atacar alguns soldados, ela ouviu um estranho som no ar. E ao ver uma luz vermelha no céu, ela estranhou com que era.
- Mas o quê é aquilo? - Ela se questionou ao ver a luz vermelha se tornando dezenas de milhares de luzes chegando até o chão. Ao se revelarem, se tratavam de algo que ela não esperava nem de longe. Eugeo e Alice, assim como Eydis, Bercouli, Sheyta, Renly e Iskahn estranharam a presença das luzes. Ao se revelarem, se tratavam de indivíduos vestindo armaduras vermelhas semelhante aos Cavaleiros Negros.
Todos eles levantaram as suas armas para cima, e gritaram feito loucos igual a um grito de guerra em uma partida de futebol.
E lá longe do outro lado do desfiladeiro, Gabriel apenas sorriu de lado ao ver o seu trunfo começando a agir. Ele se levantou do seu trono e saiu da carruagem, andando em direção ao seu dragão negro.
- Hora de ver vocês de novo, Eugeo e Alice.
Do outro lado do desfiladeiro onde os Cavaleiros Negros e Pugilistas estavam lutando, um dos soldados vermelhos se aproximou de um humano e o matou a sangue frio com seu machado.
- Avançar! - Um dos vermelhos gritou em inglês, junto com aquele gigantesco exército vermelho atacando inclusive os guerreiros do Território Negro.
- Ei, vocês não são do nosso lado?! - Um Cavaleiro Negro questionou o soldado vermelho, enquanto se defendia.
Após Asuna descer de seu cavalo, ela ficou aterrorizada ao ver um massacre lá do outro lado do desfiladeiro. Vários daqueles vermelhos estavam se divertindo ao matar qualquer um que estivessem na sua frente, sejam humanos, Pugilistas ou Cavaleiros Negros.
- Não pode ser. Eles são jogadores do Mundo Real. - A ruiva não pôde ficar sem fazer nada e ela ergueu sua espada para o céu, começando a cantarolar com um coro angelical. - Divine Earthia! - Asuna fez uma aurora boreal no céu, criando uma fenda no meio daqueles soldados vermelhos fazendo alguns serem mortos, para ganharem vantagem e salvar o inimigo. Mas mesmo assim, os efeitos do poder da Deusa Stacia apareceram ainda mais dolorosos, e Asuna sentiu uma agonizante dor de cabeça e um sangramento nasal. - “Não posso desmaiar aqui. Preciso manter o controle.”
Quando ela ia continuar o feitiço divino, uma mão tocou a sua para interromper a magia dela.
- Alice?
- Asuna, não exagere. Deixe isso com os Cavaleiros da Integridade. - A loira falou em um tom sério para ela.
- Mas eles são do meu mundo. - A adolescente tentava argumentar com a cavaleira.
- Pode deixar com a gente, Asuna. - Eugeo tocou no ombro dela, sorrindo gentilmente. - As vezes não se dá pra fazer tudo sozinha.
- Eugeo tem razão. Se aqueles caras são só idiotas brincando com espadas, então não temos problema com isso mesmo sendo milhares deles.
- E isso aí. - Bercouli se aproximou deles em seu tom otimista de sempre. - Que tal dividir um pouco da glória com a gente?
- Pessoal, vocês... - Ela olhou para todos os Cavaleiros da Integridade ali, que apenas sorriram acentindo com a cabeça. Isso fez ela se animar também. - Muito obrigada.
- Fechou então! - O Comandante dos Cavaleiros da Integridade levantou a sua Espada Perfuradora de Tempo para o ar. - Todas as tropas, formem uma falange! Passaremos por eles no ponto A!
- SIM SENHOR! - Todos os soldados humanos acentiram.
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Gabriel já estava a bordo do seu dragão negro, procurando atentamente pela área onde os Cavaleiros da Integridade estavam. Mas estava complicado de encontrar Eugeo e Alice por ali.
- Onde eles estão? - Ele se perguntou enquanto planava no ar. Decidindo agir para uma abordagem um pouco mais agressiva, o loiro de franjas se virou para trás onde estava uma certa garota presa em um transe do Modo Vecta. - Comandante-Líder Yuuki Konno. Procure pelo Cavaleiro Safira e separe-o da Sacerdotisa da Luz. Pode atacá-lo com intenção de matar. Tem a minha permissão.
- Sim, Majestade. - Seus olhos se re-iluminaram através da raiva e ela pulou da garupa do dragão, caindo lá em baixo.
Quando Iskahn viu que o Deus das Trevas estava abandonando o seu posto, ele não podia deixar seu povo morrer lá do outro lado do desfiladeiro. Foi aí então que seu Selo do Olho Direito se ativou, mas ele teve força de vontade o bastante para aguentar a dor e arrancá-lo, superando a submissão de autoridade.
- O Imperador Vecta não nos falou nada sobre esses soldados vermelhos, então se matarmos eles não terão nada a ver com ele. - O moreno falou para os seus homens. - Me escutem. Quando uma ponte aparecer, quero que avancem. Precisamos resgatar o nosso povo que tá preso do outro lado.
- Mas que ponte, Campeão? - Dampa questionou.
- A deusa que apareceu no matagal. Ela vai fazer a nossa ponte. - Ele não falou mais nada, e focou o seu poder bruto nas pernas para tentar pular aqueles 100 metros de distância, mas com a ajuda de Dampa, ele conseguiu.
No local onde os Cavaleiros da Integridade estavam lutando, Eugeo, Alice, Eydis, Renly, Sheyta, Bercouli e Asuna combatiam os vermelhos, mas estava ficando complicado.
- Salto Sônico Duplo! - Eugeo e Eydis combinaram uma das técnicas do Estilo Aincrad, atacando com um chute reversal e com um corte combinado, acertando mais dez vermelhos. Como ambos eram aluno e professora, estavam lutando em sincronia perfeita.
- Que merda, eles não param de vir. - A acinzentada suspirou um pouco.
- Não vai acabar tão cedo. - O loiro falou, também um pouco ofegante. - Eydis, você consegue usar mais clones agora?
- Preciso de alguns minutos. A minha Espada do Corte Sombrio tá tentando arrancar o máximo de vida daqueles caras fracotes, só que eles não são como a gente. Aí fica complicado.
No momento em que Asuna se desequilibrou na luta um pouco mais afastada de Alice e Eugeo, ela teve seu braço arrancado por um vermelho, o que fez ela lacrimejar. A dor de perder um membro importante foi completamente indescritível, e nesse momento ela sentia muito a falta dos absorvedores de dor nos jogos. Quando ela ia ser acertada por um machado, um certo Pugilista sem um olho direito sangrando apareceu para salvá-la socando o inimigo.
- Obrigada.
- Deusa, vamos fazer um trato. Foi você quem fez aquele precipício gigante e essas fissuras, não é?
- Isso mesmo.
- Preciso que faça uma ponte sobre esse precipício. Mesmo sendo estreita, faça ela ser resistente para trazer os meus outros 4000 Pugilistas pra ajudar vocês contra esses vermelhos. - Iskahn pediu a ela.
- O Exército do Território Negro vai lutar conosco? - A adolescente estranhou o pedido do Pugilista.
- Eu não creio que esse homem mentiria, Asuna-sama. - A voz silenciosa de Sheyta apareceu atrás dela.
- Olha, quem tá viva sempre aparece. - Iskahn apreciou a ajuda de Sheyta em conseguir a confiança de Asuna.
- Está bem. Vou fazer a sua ponte. - Asuna suspirou para aguentar mais uma dor de sua magia e começou a cantarolar novamente. - Divine Earthia! - Após mais uma aurora boreal, ela criou uma ponte do outro lado do desfiladeiro, trazendo restante dos Pugilistas para o combate.
Do outro lado, Eugeo começou a correr pelo campo de batalha ao lado de Renly. O esverdeado jogava as suas Adagas das Asas Gêmeas para atacar os inimigos enquanto Eugeo usava Armas Encarnadas para esmagar as armaduras dos vermelhos que se aproximavam.
- Eles não param de vir. - Renly falou enquanto trazia de volta suas adagas e olhando os vermelhos mortos sumindo em uma espécie de cor azul em ruídos. - Eugeo, cadê a Asuna-sama?
- Eu não sei. Ela deve estar com a Sheyta. - Eugeo respondeu a ele, pegando a sua Espada da Rosa Azul e voltando para o combate físico. Mas ao olhar para uma sombra veloz no céu, sobrevoando ao campo de batalha, o loiro rapidamente congelou ao sentir um enorme poder divino vindo daquela figura misteriosa a bordo daquele dragão. - Não pode ser. Aquele é...
- EUGEO, CUIDADO! - Renly não conseguiu terminar de falar, pois só apenas viu Eugeo sendo atacado por uma garota de cabelos roxos. - EUGEO!
- Renly, segue aquele cara no dragão! - Eugeo pediu, enquanto começou a se defender dos golpes daquela garota. - Aquele é o Imperador Vecta! Ele vai pegar a Alice!
- Mas e você?! - O esverdeado perguntou, enquanto matava mais um vermelho com uma acrobacia e um corte no pescoço.
- Eu cuido da Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros! - O loiro respondeu, enquanto começava a atacar Yuuki agora de forma mais ofensiva. - Vá logo!
O esverdeado não falou mais e seguiu correndo em direção aonde o Imperador Vecta estava indo.
- Então você voltou de novo. - Eugeo riu de lado. - Não nosso mentir, Yuuki. Você sabe como fazer ataques surpresas.
- É, mas esse vai ser o último ataque que eu vou dar a você, Cavaleiro Safira.
- Esses soldados vermelhos estão atacando os seus homens, Comandante. Seria mais sábio se juntássemos forças e depois nos resolvessemos. - O loiro tentou ser o mais benevolente que era para tentar pará-la.
- A sua benevolência não me convencerá. Sou leal ao meu deus, então vou matá-lo e levar o seu corpo para ele. - A adolescente empunhou a sua Oborogasumi em outra posição. - Vamos acabar com isso, Cavaleiro Safira.
Eugeo podia ver que os olhos de Yuuki não eram como antes. Agora os olhos dela estavam brilhando em um verde bem potente e enjoativo. Era bem óbvio que o Deus das Trevas estava manipulando Yuuki com os poderes dele.
- “Se alguns dos meus poderes são como os do Vecta, talvez eu possa livrar a Yuuki do transe mental dele.” - Eugeo pensou, enquanto enfiava a sua espada transparente na testa de um vermelho enquanto olhava para a Cavaleira Negra. - “Eu ainda não controlo o meu Modo Vecta, mas talvez eu possa usá-lo por dois segundos completos.” - Ele se lembrou que ela ainda tinha sua habilidade de manipulação de sangue. Isso seria um problema. - Vamos acabar com isso, Yuuki.
Os dois começaram a correr um em direção ao outro. Yuuki atacou Eugeo com três golpes consecutivos, fazendo o loiro bloqueá-los com a sua espada.
Quando ele pegou uma brecha na defesa da garota, Eugeo atacou ela com a técnica da Unha Afiada de Kirito misturada com a sua força bruta de Cavaleiro da Integridade. Isso fez ela se desequilibrar para trás por alguns instantes, dando tempo o bastante para fazer o loiro puxá-la com as suas Armas Encarnadas, mas isso fez ela apontar sua espada em direção a ele.
- Enhance Armamento! - Ela ativou sua Encarnação, apontando a arma contra Eugeo e atacando ele com seu frenesi de sangue a queima roupa, fazendo ele grunhir de dor enquanto era arranhado por vários cortes da névoa sangrenta.
- Isso vai doer um pouco, Yuuki. Aguente firme. - Eugeo aguentou a dor da encarnação o máximo que pôde e fez seus olhos brilharem com um formato demoníaco e assim, desarmou Yuuki e socou a armadura da garota fazendo a sua mão atravessar o corpo dela intangivelmente. - Chamada de Sistema: Acessar Função da Administradora! Liberar Controle Mental!
- NÃO!!! ME SOLTA! - Ela socava o rosto do loiro, fazendo ele grunhir com a dor mas ele aguentou o bastante para encontrar algo que ele não esperava. Sua mente encontrou uma lembrança completamente estranha de uma sala branca onde Eugeo e Yuuki estavam juntos comendo uma espécie de sanduíche em algum lugar, e a menina estava doente sentada em uma cama com fios ligados em seu braço. Ao se recordar de algo que não deveria ser nem um pouco real, ele encontrou a fonte de manipulação do Imperador Vecta e destruiu ela, livrando Yuuki do controle mental fazendo-a gritar de dor.
- Yuuki? Você está bem? - O loiro perguntou a ela, que ainda estava desequilibrada.
- Eugeo? Eugeo?! Você está vivo? - A garota olhou para ele estranhamente confusa e perplexa.
- Como assim? - Ele ficou confuso com o que ela estava dizendo.
- Ah, essa não... - Ela se recordou exatamente do que ia acontecer agora. - O Imperador Vecta quer a Alice!
Isso fez Eugeo rapidamente se lembrar de que Renly foi atrás de Vecta. O loiro decidiu deixar essa estranheza com Yuuki para depois e decidiu se aliar a ela, correndo em direção do Imperador Vecta.
Do outro lado do campo de batalha, Alice seguia firme empunhando a sua Espada da Oliva Perfumada atacando os seus inimigos vermelhos, mas eles não paravam de vir.
- Eles são como anomalias. - Ela se irritou ao ver alguns deles morrendo e sumindo com ruídos, já percebendo que eles não iriam parar de atacar. - SAÍAM DA MINHA FRENTE!
A bela loira ativou um pulso de ar ao seu redor e começou a usar feitiços de fogo do Elemento Térmico para fazer os guerreiros se afastarem com uma explosão. E ao ver uma colina, ela teve uma ideia.
- “Que se dane, vou usar a minha Encarnação pra fazer todos esses vermelhos explodirem.” - Alice começou a correr rapidamente em direção a colina, mas quando já estava quase chegando, uma figura misteriosa apareceu na sua frente, segurando-a pelos pulsos, fazendo ela se debater. Ela pensou que fosse um Cavaleiro Negro, mas quando ela viu o seu rosto, isso fez ela ficar completamente chocada ao ver o loiro de franjas sorrindo. - Não pode ser verdade. Você não!
- Há quanto tempo, Alice. Eu senti a sua falta. - O loiro de franjas continuava sorrindo, enquanto matava dez soldados vermelhos com sua espada de pomo cristalizado. Ao sentir uma aura assassina na sua frente, apareceu quatro Cavaleiros da Integridade na sua frente.
- Você deve ser o Deus das Trevas, não é? - Bercouli conseguiu finalmente olhar para aquele loiro que por incrível que pareça, era igualzinho a Eugeo na aparência.
- Em carne e osso, por assim dizer.
- Você matou a ex-Comandante Lipia, dos Cavaleiros Negros, não foi? - A voz de Eydis apareceu na frente dele, com um pouco de raiva a mostra.
- Isso mesmo, Cavaleira da Integridade. Por quê? Vai fazer algo a respeito? - Vecta a desafiou com um sorriso de lado.
- Se eu te matar aqui, vou fazer o favor de vingar a morte dela e de vários outros que morreram. - A acinzentada sorriu de lado ocultando um pouco dos seus olhos vermelhos. - E você tem sorte de que os comandantes me deixaram usar isso contra você, seu filho da puta!
- Eydis, agora! - Bercouli gritou para ela, dando carta branca.
- Enhance Armamento! - Eydis ativou a sua primeira Encarnação, fazendo Vecta se surpreender com a fumaça branca e a névoa roxa, que traziam uma dezena de clones ao lado dela. - Multi Clones das Sombras! - Ela mordeu seu dedo, fazendo-o sangrar e dedilhou o sangue na lâmina da sua espada, fazendo a lâmina negra brilhar em uma cor vermelha. - Assimilação Sanguínea! Liberar!
De repente, todas as clones dela sumiram, fazendo com que fossem transformadas em outros indivíduos no lugar delas, fazendo o deus se surpreender com o poder da acinzentada.
Quando a fumaça sumiu, ali estavam Fanatio, Deusolbert, Nelgius, Entokia, Hobren, Giro, Jeis, Linel e Fizel ao lado de Bercouli, Eydis, Sheyta e Renly. Todos os Cavaleiros da Integridade estavam ali de frente para o Deus das Trevas, armados com as suas Armas Divinas.
- Então esse aí é o Deus das Trevas? Não esperava que um humano do Mundo Real era desse jeito. - Fanatio observava fixamente o loiro com sua arma.
- Você quer mesmo capturar uma aliada nossa sem lutar conosco? Cometeu um erro grave, majestade. - Deusolbert falou para o loiro, segurando firmemente o seu arco.
- Olha, por essa eu não esperava. Vocês Cavaleiros da Integridade são mesmo fascinantes. - Ele sorriu impressionado enquanto segurava Alice com sua força divina, e a loira não podia fazer nada pois estava imobilizada por ele.
- Gabriel Miller. Quando eu me soltar de você, eu juro que nada vai me impedir de matá-lo, seu mentiroso desgraçado do caralho! - Alice esbravejou irritada para o deus atrás dela.
- Relaxa, Alice. Quando eu matar eles na sua frente, teremos muito o que conversar enquanto viajamos para o Altar juntos.
- Imperador Vecta, Deus das Trevas. Solte a minha aluna agora ou morrerá. - O azulado ordenou a ele.
- Não farei isso. Já que vocês não vão me deixar ir, a única coisa que posso fazer é passar por todos vocês. - O loiro rapidamente ativou o seu Modo Vecta, olhando fixamente para cada um deles. - E então? Qual de vocês será o primeiro que eu vou matar e roubar a alma?
Eugeo e Yuuki corriam rapidamente para salvar Alice, mas ele ainda estava muito distante de sua amada naquele campo de batalha. Quando aquele deus mostrou a sua face para todos ali, ele ficou chocado ao ver quem era o humano que estava usando o corpo do Deus Vecta. Mas o pior ainda era que ele sabia exatamente quem ele era. E isso fez uma raiva inexplicável se acender no peito do cavaleiro.
- Gabriel Miller...
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo enorme ;-;
O capítulo foi ainda maior que o último, mas era necessário.Os caras do mundo real foram tão hipócritas e egoístas naquele episódio onde a Liz faz aquele discurso, que me deu raiva deles de novo ao escrever aqui.
Finalmente Eugeo conseguiu livrar a Yuuki do controle mental. Como a Asuna vai reagir ao ver ela?
Com Gabriel vindo pra pegar a Alice, agora fico pensando em como Eugeo vai reagir ao ver Gabriel cara-a-cara de novo, já que invoquei todos os Cavaleiros da Integridade do anime contra o Imperador Vecta sozinho no x1.
Quem ganha? 👀Ah, e só pra explicar direito. O poder da Assimilação Sanguínea da Eydis é tipo uma fusão de individualidades como a troca de clones do Twice e a cópia de poderes da Toga de Boku no Hero Academia. E não, essa não é a Release Recollection dela. A Encarnação Final dela vai aparecer só lá pra frente no Alicization Awakening.
No próximo capítulo será finalmente o último de Alicization Exploding, e em seguida vou iniciar a Parte 4 da história.
Até mais 👍
Chapter 23: Capítulo XVIII - Solus, a Deusa do Sol
Summary:
Os Cavaleiros da Integridade são invocados por Eydis e eles enfrentam Gabriel, que sequestra Alice em uma manobra inesperada. Eugeo desencadeia a sua Encarnação Final e perde o controle, porém uma aliada inesperada aparece para ajudá-lo com o seu Modo Vecta.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Naquele campo de batalha violento, milhares de soldados vermelhos que eram apenas jogadores americanos do Mundo Real atacavam brutalmente os soldados humanos de Underworld, assim como também os Cavaleiros Negros e os Pugilistas.
Enquanto Asuna estava ocupada se curando e Eugeo estava se aproximando com Yuuki para salvar a Sacerdotisa da Luz, o Imperador Vecta estava apenas ali segurando Alice por trás enquanto estava cercado por treze Cavaleiros da Integridade. Sem a ajuda de Eugeo ou Asuna contra Vecta, a desvantagem deles era enorme. E não dava para saber quais eram os limites do Deus das Trevas.
- É a segunda vez em que eu vejo um deus de perto. - Nelgius se armou com as sua Lança da Tempestade Brotante e estava se aproximando aos poucos do loiro. O esverdeado de lança estava vidrado no deus em sua frente. - Por causa de suas ordens, uma grande amiga minha foi morta por sua causa.
- Nelgius, teremos que usar a nossa eletricidade sem parar. - Entokia se aproximou ao seu lado, tão cuidadoso quanto o seu parceiro empunhando a sua Lâmina do Trovão Rugente. Era uma enorme espada de metal azul com um símbolo da Igreja de Axioma no lado sem lâmina.
- Eu sei disso, Entokia. - O esverdeado dos longos cabelos lisos falou, enquanto fazia sua lança se eletrificar com faíscas.
- No momento em que eu te soltar, eles vão vir me matar. Pra ficar mais divertido, vou fazer outra coisa. - Gabriel sussurrou no ouvido de Alice e em seguida, ele fez uma névoa negra se passar pela bela loira, fazendo-a ficar imóvel.
- Por quê eu não consigo me mexer?! - Alice perguntou irritada, tentando sentir o seu corpo.
- É uma das minhas habilidades. Eu posso fazer o seu corpo ficar imóvel por algum tempo. Quando eu terminar com os seus amigos, eu vou voltar pra irmos juntos pro Altar do Fim do Mundo. Vou explicar tudo a você depois. - Ele não falou mais nada, e apenas jogou Alice com uma força inexplicável fazendo com que ela gritasse pela altura, sendo segurada pelos braços do dragão negro dele.
- ALICE! - Eydis gritou preocupada ao ver sua melhor amiga presa nas garras daquele dragão.
Como o dragão negro estava a uma altura distante, não dava para Bercouli, Fanatio e Deusolbert atacarem a criatura, ou então Alice cairia.
- Enfim, sem ela perto de mim, nós já podemos lutar sem distrações. Eu darei três minutos para todos vocês tentarem me matar da melhor forma que puderem. - Vecta chamou os Cavaleiros da Integridade para cima dele, enquanto ele erguia a sua espada de pomo cristalizado.
- Acha que consegue subestimar e ameaçar a gente pensando que pode nos matar, Majestade? - A Cavaleira Implacável a questionou irritada para ele.
- Não estou subestimando ou ameaçando, senhora. Eu estou apenas avisando. - O loiro colocou a última palavra com mais intensidade.
Não demorou muito para começar o ataque, que Fanatio foi a primeira a atacar o deus usando sua Espada Perfuradora dos Céus. Ambos se chocaram com o golpe, mas rapidamente se separaram do entrelace de espadas. Em seguida, ela deu um chute com sua super força para acertar no rosto do deus, mas ele apenas segurou com a mão direita e jogou ela para trás.
- Droga... - A mulher dos cabelos roxos começou a atacar Vecta constantemente, enquanto Sheyta e Eydis acompanhavam ela. A força bruta de Sheyta em seus cortes extremamente finos e a destreza de Eydis com seus poderes sombrios estavam deixando o deus em uma pequena desvantagem, mas isso não era o suficiente. A Assimilação Sanguínea de Eydis funcionava em trocar suas clones das sombras com outros Cavaleiros da Integridade que tiveram contato com a sua Arma Divina. Mas eles na forma de clones tem a metade da força deles reduzida por serem muitos, então Fanatio e os outros tinham uma enorme desvantagem.
- Enhance Armamento! Parte-Estrelas! - Fanatio tentava atirar em Gabriel suas rajadas solares, mas o loiro conseguia desviar com destreza da encarnação dela. - Liberação de Memória! Asas da Ensolarada!
- ''Essa mulher é como se fosse uma sniper do Mundo Real e uma espadachim ao mesmo tempo com essa espada de luz branca.'' - Gabriel observava, enquanto se desviava das rajadas de Fanatio. Hoje ela não estava para brincadeira.
A Vice-Comandante dos Cavaleiros da Integridade atacava constantemente, já que ela era a melhor combatente em luta corpo-a-corpo na Ordem. Ela parou com seus disparos e deu quatro golpes de direita tentando dar chutes e rasteiras no loiro de franjas, mas não adiantava muito. Gabriel se adaptou a força da arroxeada, e agora estava atacando ela com suas habilidades da conta divina. Ao acertar três golpes consecutivos, ele fez ela se afastar para trás, fazendo com que Eydis e Sheyta continuassem a lutar.
Agora Linel e Fizel substituíram a Vice-Comandante, enquanto Renly, Giro, Jeis e Hobren adentraram o combate, enquanto Bercouli, Fanatio, Deusolbert, Nelgius e Entokia tentavam manter aquele perímetro seguro daqueles soldados vermelhos do Mundo Real para enfrentarem o Imperador Vecta. Afinal de contas, eram treze Cavaleiros da Integridade contra apenas um deus.
Mas mesmo assim, estava muito complicado de lutar. Eugeo não está por perto, Alice está presa nas garras daquele dragão negro, Kirito está em estado catatônico, Eldrie ainda está inconsciente no momento, Dakira foi morta em combate e Asuna ainda está regenerando o seu braço decepado. Com todas essas cartas sem uso, enfrentar um deus nessas condições realmente não era coisa muito fácil para os Cavaleiros da Integridade, mesmo em treze.
Sheyta continuava atacando ferozmente contra Gabriel, mas ele começou a entender a ferocidade da mulher e atacou com o mesmo vigor.
- Você tem uma personalidade muito invisível e morta. Não me satisfaz. - O loiro falou com um sorriso de lado e rapidamente sumiu com uma velocidade sobrenatural.
- O quê?! - Sheyta olhou surpresa ao ver que o Deus sumiu de sua visão.
Gabriel rapidamente apareceu atrás dela, fazendo com que ela levasse um corte no lado esquerdo do corpo e sendo chutada brutalmente para a direção de Renly, que recebeu um baque forte pela queda da assassina.
- Matem ele! - Giro falou para Hobren e Jeis, que acentiram a ordem da mulher e foram para cima de Vecta, juntos com Eydis, Linel e Fizel. As duas garotinhas estavam lutando com suas adagas verdes e até estavam conseguindo reagir contra Gabriel.
- Você não é nada, seu deus fracote! - Fizel atacava o deus constantemente girando no ar, conseguindo arrancar uma das penas pretas da armadura.
- Não devia ser tão convencida, garotinha. - O loiro sorriu ao encontrar uma abertura dos golpes dela e agora a segurou pelo colarinho da roupa de freira dela, prestes a roubar a alma dela com seu poder.
- Fizel! - Linel gritou ao ver sua irmã sendo enforcada, e pulou para salvar ela de ter sua alma arrancada. Gabriel jogou as duas garotinhas para longe, mas acabou sendo atacado por Eydis, fazendo-o bloquear o golpe.
- É a minha vez agora, Majestade! - Eydis sorria atacando com raiva. No momento em que a Lâmina de Vecta tocou a Espada do Corte Sombrio, a lâmina da Eydis atravessou intangivelmente o material da arma fazendo o loiro se surpreender com o feito e pular para trás, devido a técnica do toque intangivel.
A acinzentada aproveitou a distração e começou a atacar em sequências, usando suas técnicas de espada contra o Deus das Trevas.
- Você quer mesmo me matar, garota. Talvez consiga se usar todo o seu poder contra mim. - Ele conseguiu encontrar uma brecha nos golpes dela, pegou seu braço e começou a girar ela com extrema força, fazendo a acinzentada ser brutalmente usada como saco de pancada batendo nos três membros das Lâminas Giratórias e fazendo ela voar para trás, sendo rapidamente segurada por Giro antes que ela caísse.
- Droga... - Eydis esbravejou, um pouco dolorida enquanto saía dos braços da cavaleira. - Esse cara tá dando uma surra na gente. Cadê aquele loirinho? A gente precisa dele agora.
- Pessoal, se afastem! Enhance Armamento! - Nelgius chamou a atenção de todos, fazendo-os se afastarem. Ele ativou a sua encarnação da Lança da Tempestade Brotante, criando diversos relâmpagos no céu e sendo redirecionados para o deus. Porém, Vecta apenas ergueu sua mão direita e criou um escudo de Elemento Umbra, fazendo com que todos os raios do esverdeado fossem bloqueados. - Tokia, sua vez!
- Pode deixar, Nelgi! Enhance Armamento! - Entokia entrou para ajudar seu parceiro, usando sua Encarnação criando raios através da sua espada e atirando um relâmpago em direção ao escudo que o loiro utilizava para se proteger. - Que merda, esse escudo não quer quebrar.
- Aquele escudo não está protegendo ele, está fazendo outra coisa. Precisamos de mais energia. Nelgius, Entokia! Se afastem dele agora! - Deusolbert gritou para os dois, que rapidamente pularam para trás. O ruivo estendeu uma flecha da sua aljava e começou a focar todo o seu poder de Encarnação no seu Arco da Chama Conflagrante. - Release Recollection! Fênix de Solus!
Uma enorme fênix de chamas saiu do disparo da Release Recollection de Deusolbert, indo em direção a Vecta sendo completamente acertado em cheio.
- Pegamos ele? - Entokia olhava para o redemoinho de chamas que balançava com o cintilar de brasas daquele enorme poder do ruivo.
- Essa não. - O ruivo suspirou surpreso ao ver que todo o fogo daquele pássaro foi absorvido pelo loiro, que sorria maleficamente mexendo os seus braços de forma simples, e dessa vez jogando todo aquele fogo misturado com a eletricidade de Nelgius e Entokia de volta para todos eles.
- Essa não. - Giro arregalou os seus olhos ao ver o tamanho poder sombrio vindo para os Cavaleiros da Integridade, e sem poder fazer nada apenas olhava para Jeis e Hobren. - “Dakira, o que eu posso fazer?”
- Liberação de Memória. Matança da Profundidade! - Eydis ativou sua segunda Encarnação, fazendo a sua espada brilhar em uma espécie de fumaça negra e roxa. Após alguns segundos, ela rapidamente disparou uma enorme rajada roxa de corte sombrio na parte mais baixa daquela capa de fogo e eletricidade, fazendo com que toda aquela energia fosse redirecionada para o céu com uma certa dificuldade, explodindo a rajada um pouco longe do dragão aonde sua melhor amiga estava. Afinal, ela e o bebê não podiam ser atingidos ou seria fatal para ambos. - Ainda bem. A Alicezinha não foi afetada pela explosão.
- Não, Eydis. As coisas não estão indo nada bem. - Bercouli corrigiu a sua ex-aluna enquanto olhava para os seus colegas sendo subjugados pelo Deus das Trevas, e não estava fácil.
- Se usarmos a nossa Release Recollection, o efeito de poder acabará acertando a Alice ou os nossos homens. - Fanatio falou, enquanto se levantava novamente para olhar o Deus das Trevas ali com um sorriso de lado, com seu Modo Vecta ativo. - Se lembra do dia do treino com o Eugeo no campo de treinamento? Esse homem tem mesmos os poderes dele, ou talvez mais. Mas não é só isso. Você também percebeu, Bercouli?
- Sim, eu percebi. - O azulado respondeu a ela, olhando para a aparência do deus. - O rosto de Eugeo se parece com o dele. Você acha que aquele homem ali seja o seu...
- Eu não queria ter que usar isso agora, mas acho que não vou ter problemas em usar esse poder. - O loiro suspirou e ergueu sua espada em direção aos Cavaleiros da Integridade na sua frente.
- POR FAVOR, GABRIEL! NÃO FAZ ISSO! - Gabriel ouvia as súplicas de Alice lá em cima daquele dragão. - Sou eu quem você quer, não eles!
- Comovente. - Ele a olhava com curiosidade ao ver que ela realmente se preocupava com os seus companheiros. O loiro apenas ignorou ela e fez uma aura negra poderosa percorrer pelo seu corpo inteiro, sorrindo maléficamente. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Umbra. Gerar Elemento Térmico. Gerar Elemento Luminoso. Gerar Elemento Aéreo. Forma de Elemento: Nevoeiro Explosivo!
O loiro de franjas criou uma poderosa explosão com a névoa naquela área, fazendo alguns Cavaleiros da Integridade serem pegos pela rajada, quando de repente Gabriel sentiu um cheiro familiar de rosas se aproximando.
- “Ele chegou.”
- Enhance Armamento! - Primeiramente uma avalanche de gelo apareceu no chão de pedras, fazendo com que a encarnação se chocasse com a explosão. - Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas! - Eugeo elevou sua primeira encarnação no potencial total jogando milhares de pétalas frias de gelo, mas ainda não era o bastante para cessar a explosão. - Liberação de Memória! Desabrochar, Rosa Azul! - Uma grande quantidade de raízes de gelo apareceram naquela avalanche como uma forma de defesa daquela explosão, conseguindo absorver toda a energia com as rosas, protegendo apenas Eydis, Nelgius, Renly, Bercouli, Entokia e Sheyta. Já o restante dos outros Cavaleiros, eles começavam a sumir em fumaça aos poucos, com excessão de Nelgius e Entokia devido o efeito da Assimilação Sanguínea de Eydis ter acabado. A acinzentada suspirou exausta, tentando recuperar toda a escuridão e luz que ela usou nessa luta com o sangue dos vermelhos e dos combatentes do Território Negro.
- A gente não sumiu. A Eydis usou o resto do poder dela pra deixar a gente aqui, mesmo os nossos corpos de verdade estando lá nas Montanhas do Fim. - Entokia suspirou enquanto se levantava olhando para o loiro que acabou de chegar, salvando todos eles.
- Eugeo... - Foi apenas isso que Fanatio disse, antes de sumir na fumaça de volta para o Portão Leste. - Todos vocês tomem cuidado com ele. Essa é a sua missão. Matem o Deus das Trevas e salvem a Alice.
- Pode deixar comigo, senhora Fanatio. - Eugeo falou, enquanto olhava para o mesmo loiro com quem ele conversou e confiou há três meses atrás. Era mesmo ele. Não havia mudado nada, a não ser pela armadura negra, as penas no pescoço e a coroa-tiara na sua testa. - É mesmo você, seu mentiroso.
- Eu não queria ter que fazer isso com você, Eugeo. - Dessa vez Gabriel falou em um tom mais amistoso. - Mas eu preciso de você e da Alice, é o único jeito.
- Aquela coisa sobre você se esquecer de quem era e sobre negar aquela semelhança comigo. - Eugeo rangeu os dentes. - Aquilo era mentira também?
- Um pouco dos dois. - O loiro mais velho respondeu a ele, dessa vez em um tom mais apaziguador. - Se eu dissesse o que eu era de verdade, traria atenção indesejada. Mas quero que entenda que eu não quero ter que fazer isso com você. Você é uma boa pessoa e eu gosto de você, Eugeo. Preciso que saiba... que eu vou roubar a alma da Alice e brincar com ela até eu ficar satisfeito.
- NUNCA!!! EU VOU MATAR VOCÊ!!! - Eugeo pulou para cima de Gabriel, que apenas sumiu em uma névoa negra deixando o loiro confuso. Quando ele foi olhar para o dragão negro onde sua amada estava, Gabriel aparecendo com a névoa, sentando-se na garupa. - Não, não, não! NÃO! ALICE!!!
- Eugeo... - Alice sussurrou ao olhar o seu amado e ficou triste por ver como ele também estava irritado por se sentir traído ao confiar em Gabriel. De repente, ela sentiu um pouco da sensibilidade do seu corpo e moveu os seus dedos em direção a sua espada. Também impulsionada pela raiva, ela desembanhou sua Espada da Oliva Perfumada, no intuito de sair das patas grossas daquele dragão, usando suas flores de Osmanthus. - Enhance Arma...
- Durma um pouco. - Gabriel esticou sua mão para trás e atirou uma névoa negra em Alice, fazendo a bela loira inalar o cheiro daquilo e começando a sentir seus olhos pesados.
- NÃO! ALICE!!! - Eugeo gritou ao ver sua amada sendo sequestrada. Ele pensou em apontar as suas raízes da Liberação de Memória no dragão negro, mas não dava para disparar seu poder nele, ou Alice iria se machucar. - Merda!
- Essa não. Aonde esse desgraçado tá levando ela? - Bercouli esbravejou enquanto o Imperador Vecta começava a levantar vôo para mais alto. Ao ver que estavam sendo cercados pelos soldados vermelhos, o mais velho se irritou. - Saíam da minha frente!
- Release Recollection! - Renly transformou suas Adagas das Asas Gêmeas em uma shuriken gigantesca cortando todos aqueles soldados vermelhos no caminho, dando a oportunidade para que pudessem perseguir o Deus das Trevas. - Eugeo, Comandante. Vão atrás deles!
- Obrigado, Renly! - Bercouli agradeceu e ambos começaram a correr, assobiando para chamar por seus dragões. Naquele momento, o Hanayuki de Eugeo, a Amayori da Alice, o Takiguri de Eldrie e o Hoshigami de Bercouli apareceram lá no horizonte e chegando rapidamente até eles.
Ambos pularam nos dragões, com Eugeo e Hanayuki rapidamente conseguindo se aproximar de Gabriel e o seu dragão negro.
- EUGEO, TOMA CUIDADO! - Bercouli chamou a atenção do loiro, mas não adiantou. Uma das lanças daqueles soldados vermelhos acertou a asa de Hanayuki, fazendo o dragão pálido grunhir de dor.
- HANAYUKI! - Eugeo se preocupou ao ver seu dragão ferido caindo para baixo, com um grunhido de dor. O loiro pulou com sua superforça na garupa e indo em direção até Gabriel, fazendo com que ambos se chocassem com o golpe. - Solta a Alice. Eu não vou repetir.
- Você quer ela? Vem pegá-la! - Gabriel deu um sorriso de psicopata, contra-atacando a espada de Eugeo e chutando-o com a sua força divina, fazendo o loiro mais novo ser jogado para bem longe no chão, sentindo todo o baque da gravidade.
Ao ficar fixado apenas em uma única pessoa levando a sua amada para longe, Eugeo ficou tão furioso que seus globos oculares ficaram pretos e suas pupilas verdes em um tom demoníaco. Isso foi o despertar perfeito para que sua raiva fosse impulsionada para ativar todo o seu poder.
- O frio intenso que carrega o meu coração sobrevive. O Cavaleiro Safira sempre cheio de fúria, jamais inquieto pela sua chacina. Meu ódio jamais parará, se a minha Sacerdotisa da Luz eu não a encontrar. Minhas memórias são as nossas memórias. Assim como nossos sonhos e sentimentos se tornam apenas um só, entrelaçados pelos laços do amor eterno. No frio da vida, desconheço a morte pois o calor da liberdade me aquece. Meu coração apenas queima de tanto parado estar. Que o meu amor floreça nesse mundo, para eu cuidar. Minha lâmina e o meu corpo, ambos para protegê-la. Release Recollection... Primeira Pétala... Florescência das Rosas Azuis! - O loiro terminou o seu cântico e apontou a sua lâmina para o céu, fazendo com que centenas de milhares de raízes de gelo criassem uma gigantesca rosa azul feita de gelo quase do tamanho da torre da Catedral Central naquele campo de batalha e criando uma onda de choque tão forte como uma explosão, que fez milhares de guerreiros lá no campo de batalha sair voando. Renly quase iria ser levado pelo vento, mas Eydis rapidamente o segurou pela capa branca dele. Entokia estocou sua espada no chão, segurando Nelgius enquanto aguentava a onda de choque. Todos os guerreiros no local ficaram boquiabertos ao ver o poder completo da Release Recollection do Cavaleiro Safira na sua forma de Rosa Azul.
- Agora fudeu de vez. O anticristo acabou de descer no Eugeo. Ele tá usando o Modo Vecta. - A acinzentada olhava boquiaberta olhando para o seu aluno usando a Encarnação Final dele combinada com a transformação divina. Ao ver de Eydis e os rapazes, aquela Release Recollection dele era a mais poderosa de todas superando até mesmo a dela e a do Comandante Bercouli. Sabe se lá até mesmo ele superou a Release Recollection da Alice com aquilo? Afinal, ela é ainda mais poderosa do que ele em termos de magia. - “Alice, pra onde esse cara tá levando vocês dois?”
- Eugeo... - Foi a única coisa que Alice sussurrou antes de fechar seus olhos olhando para o seu amado, e caindo no seu sono. Sem ela, Eugeo jamais iria recuperar a sua lucidez de volta. Enquanto era levada por Gabriel, que estava sendo seguido por Bercouli e os três dragões. Ele ia descer para ajudar o loiro, mas talvez seria melhor para Eugeo não enfrentar o Imperador Vecta devido ao descontrole e o mistério que rodeia a todos ali.
- Então essa aí é a verdadeira forma da Release Recollection do Eugeo em poder total... Ela é incrível. Eu nem sei como isso seria se ele estivesse com o efeito da Espada da Rosa Vermelha. - Bercouli olhou para trás surpreso com a rosa gigante de gelo terminando de desabrochar e iniciar o processo de florecimento. Como não poderia ficar para ajudar, ele teria que confiar em Asuna e nos Cavaleiros da Integridade para pararem Eugeo, enquanto persegue Vecta para tentar salvar Alice. - Me perdoem, pessoal. Vamos, Hoshigami! - O dragão de pele azul-escura acentiu, seguindo o vôo com Amayori e Takiguri em frente a perseguição.
- Eugeo... - Foi apenas isso que Gabriel olhou para lá em baixo, enquanto via o cavaleiro completamente fora de controle. Instintivamente, ele sentiu uma grande vontade de ir ajudá-lo a controlar seu Modo Vecta. Mas precisava ignorar os seus instintos paternos e seguir em frente, deixando que ele viesse atrás de Alice. - “Seja forte. Estarei te esperando no Altar com ela, filho.”
Quando a rosa gigante terminou de florecer, um imenso dragão de gelo ainda maior do que os dragões dos Cavaleiros da Integridade se materializou e começou a rugir selvagemente, congelando vários indivíduos naquele campo sem se importar se fosse amigo ou inimigo. Eugeo andava com o seu Modo Vecta ativo se fixando em todos aqueles soldados vermelhos. Ao parar perto de um, o loiro deu um golpe com sua Espada da Rosa Azul fazendo com que o sangue espirrasse pela lâmina e absorvesse o líquido vermelho.
Nos primeiros vinte que corriam atrás dele, Eugeo atacou eles no pescoço, arrancando suas cabeças da forma mais violenta possível. Em seguida, ele pegou um que estava no chão pela garganta e enforcou ele pelo elmo, esmagando a traquéia dele com a sua super força. Em seguida, fez centenas deles rapidamente flutuarem no ar usando a sua telecinese de Armas Encarnadas. Nessas ultimas 24 horas, Eugeo demonstrou uma poderosa forma de controle com sua encarnação mental. Usar Armas Encarnadas constantemente ao invés de feitiços se torna bastante facil ao aperfeiçoar seus poderes.
- Eu vou arrancar a alma de todos vocês agora mesmo. - Ele sorriu maléficamente e abriu sua boca. Com uma aura negra e branca graças a névoa de gelo percorrendo pelo seu corpo, Eugeo começou a absorver a alma de todos aqueles jogadores, incluindo suas forças físicas, deixando-o ainda mais poderoso.
- O que esse cara tá fazendo?! Socorro! - Um dos jogadores vermelhos falava em Língua Sagrada, se debatendo para saír dali mas já era tarde. Na mesma hora, a sua alma através do seu AmuSphere já havia sido roubada, fazendo com que aquelas pessoas do outro lado no Mundo Real sofressem um estado catatônico.
- Eugeo, para com isso! - A voz de Yuuki apareceu atrás dele, segurando-o pela capa. - Você vai matar eles que estão no Mundo Real, se fizer isso!
- E agora você se importa? - O loiro disse em um tom sombrio para ela, ostentando seus olhos demoníacos do Modo Vecta. - Você tentou me matar três vezes e agora tenta me impedir de acabar com essa barbárie? Não me atrapalhe, Yuuki!
O loiro atacou ela com um golpe giratório, e Yuuki foi obrigada a se proteger com sua espada negra. Ele estava completamente diferente de como lutaram nas últimas vezes. Ele estava mais brutal, mas insensível e mais forte. Mas aqueles olhos representavam tudo o que havia de mal no mundo. A falta do branco daquele globo ocular completamente preto e os olhos verdes em formato demoníaco deixavam toda a falta de esperança ali.
Eles se chocaram com as espadas, e Yuuki estava tentando enfrentar Eugeo com suas habilidades. Mesmo ela sendo a Cavaleira Negra mais poderosa de Underworld superando até mesmo Shasta e Lipia, ela estava em outro nível. Mas o descontrole de Eugeo e a inexperiência dela com as técnicas de Encarnação da Arte do Controle Total de Armas não a deixavam com vantagem. Ela teria que usar o restante de seu sangue, se fosse preciso para parar ele.
- Aquela não era eu, Eugeo. O Imperador Vecta me manipulou com os poderes dele, você viu. - A garota de cabelos roxos falou pra ele, enquanto se defendia. - Você se lembra de mim, não se lembra? Você é Eugeo Klingerman, filho de Gabriel Miller e Alicia Klingerman! Seus amigos eram Mei-Mei Xiang, Moonphase e eu, Yuuki Konno! Nós dois éramos amigos no Mundo Real. Você se lembra daquele dia em que você me comprou um burgão pra mim escondido do médico? E que iria me visitar de novo quando fosse voltar ao Japão? Você fez essa promessa, cara. Se lembre de mim. Nós somos amigos, Eugeo!
Isso fez Eugeo se recordar das estranhas memórias em que estava junto com Yuuki naquela sala branca. Ambos sorriam como se fossem amigos. Era estranho, mas lá no fundo ele sentiu que era verdade. Foi assim como ele viu naquele sonho com a deusa misteriosa que ele tanto ouviu falar nessas últimas horas.
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- Eugeo...
- O quê? - O loiro ouviu uma voz de alguém. Seja quem fosse, estava chamando por ele.
- Eugeo. - Dessa vez a voz misteriosa apareceu. Era a voz de uma mulher me chamando. Ao abrir os seus olhos verdes naquele vazio escuro, ele viu um belo resplendor da lua. Mas isso não era o mais impressionante. A dona da voz se revelou na imagem de uma mulher com cabelos loiro-alaranjados tendo mechas negras nas pontas e olhos azuis como um lápis-lazuli. Seu vestido longo era negro com uma armadura leve, e em suas costas estava um cajado prateado de anéis. Ela sorria pra o espadachim com um sorriso que ele nunca viu antes. - Eugeo...
Esse lugar escuro, essa lua. Agora deu a ficha para Eugeo entender do que se tratava. Essa mulher quem ele estava olhando bem na sua frente...
- Eugeo, não tenha medo. - Ela se aproximou dele, olhando-o no fundo ds olhos.
- Lunaria-sama?
- Há muito tempo não me chamam desse nome. - A deusa na sua frente começou a falar, enquanto Eugeo apenas ficava com medo de se expressar perto dela. Ela é a Deusa da Lua. Isso deve ser o poder dela, ele pensava. Só podia ser isso!
- Como você... Sabe o meu nome? - Foi apenas isso que o loiro conseguiu dizer a Deusa Lunaria.
- Como assim, oras? - Ela perguntou retóricamente, dando uma risada nasal. - Esse foi o nome que eu escolhi para a sua mãe te dar, criança de Vecta.
- Você também é do mundo real como a Asuna-sama... Ou é mesmo a verdadeira Deusa da Lua na minha frente?
A mulher apenas começou a rir histericamente, quase lacrimejando com isso.
- Você sempre me fez tantas perguntas em uma outra época, criança. Mas eu vou te responder. - Ela falou, tentando segurar o seu riso. - Vamos dizer que... Eu sou como a garota que chegou sim. Sou uma humana do Mundo Real usando o corpo da Deusa Lunaria.
- E qual é o seu verdadeiro nome? - Ele a perguntou.
- Não posso dizer o meu nome a você ainda. - Lunaria respondeu a ele em um tom cabisbaixo. - Eu tenho total confiança em você, criança. Mas mesmo assim, se o Deus da Trevas o encontrar, ele descobrirá aonde eu estou e preciso evitar que ele venha atrás de mim.
- Vocês não eram casados? Por quê vocês dois se separaram? Ou melhor, por quê você está seguindo a mim e a Alice? - A sua pergunta agora fez ela criar um semblante um pouco estranho. Eu acho que ela está escondendo alguma coisa, ele imaginou.
- Como sua amiga assassina lhe contou, a Deusa Stacia "me" expulsou da terra dos humanos por descobrir o meu relacionamento com Vecta. Por milhares de anos, o nosso amor continuou crescendo. Até que um dia, eu descobri um desaparecimento de vários dos meus súditos do Território Negro. O Vecta estava usando o meu povo com cobaia de experimentos para um exército contra Stacia, Solus e Terraria. Nesse mesmo dia, eu também descobri que estava grávida dele. Eu fugi de Obsidia, me escondi da presença do Vecta e das minhas irmãs por anos e enfim criei o meu filho longe do convívio coletivo para que ele fosse diferente do pai. Mas eu acabei falecendo depois de alguns anos devido a uma doença degenerativa que um deus desenvolve ao usar em excesso a Arte Esotérica.
- Você... Usou a Arte Esotérica? Mas isso é uma arte proibida que custa com a força vital, ao invés de recursos naturais e espaciais. - Eugeo congelou ao ver como foi que a Deusa da Lua acabou morrendo por usar em excesso uma arte proibida até mesmo para os deuses. - Por quê você foi tão longe assim?
- Eu não tenho como te responder isso ainda, criança. Continuando com a minha história, o meu filho consequentemente se apaixonou por uma humana e deu no que deu. Eu sigo vocês dois desde que a Alice encontrou esse livro na biblioteca da Cardinal. E então a partir daí, eu estive cuidando de vocês dois pois você é a reencarnação do meu filho. Provavelmente você já deve saber sobre essas histórias, não é?
- A Grande Guerra de Underworld, envolvendo o Imperador Vecta contra a Deusa Stacia, a Deusa Solus e a Deusa Terraria, incluindo povos do outro mundo. - Eugeo se lembrou das histórias que sua mãe adotiva contava sobre aqueles quatro, que devastaram o mundo inteiro. O loiro ainda tentava compreender em como aquilo tudo era verdadeiramente real. - O seu filho era o Cavaleiro Safira e essa garota por quem ele se apaixonou era a Sacerdotisa da Luz. Não é mesmo? - Ele nem precisava de uma resposta, pois o olhar da deusa já lhe respondeu. - O que acontece se o Vecta pegar a Alice ou a mim?
- Como seu amigo já disse há seis meses atrás na Catedral Central da Igreja de Axioma, esse mundo será destruído por completo. Você precisa derrotar o Deus das Trevas antes que isso aconteça.
- Mas os meus olhos... Eu preciso deles pra isso. Preciso salvar a Alice com eles.
- Eu sei. E sei que o seu gatilho de transformação para os seus olhos é o sentimento de proteção pela sua amada. É daí que você vai começar. Você precisa focar nisso, se concentrar na sua meta. Se o seu objetivo é usar os seus poderes divinos, precisa aprender a como controlar isso.
- Então como eu faço isso, Lunaria-sama? Nesses últimos dois anos e meio, eu já tentei de tudo, treinei bastante a ponto de criar calos nas minhas mãos e pernas. Quase matei os meus amigos ao usar esses olhos de novo, porquê fiquei com medo de que eles tirassem a Alice de mim outra vez. Eu não quero que ninguém mais machuque ela ou o Kirito. Eu amo os meus amigos e não quero que eles não se sintam em perigo nunca mais!
- Agora já entendeu? É assim que você controlará os seus poderes, como o homem que eu amava um dia já conseguiu. Eugeo Synthesis Trinta e Dois. Não, Eugeo Miller. - Isso fez Eugeo se lembrar do mesmo sobrenome de Gabriel, o homem que ele conheceu naquela floresta em Rulid. Então aquela pessoa sem memória era algum familiar desconhecido ou então o seu... - Você é um rapaz incomum com um bom coração. Mesmo com toda a dor que já sentiu, com a sua mente convertida a imortalidade por esse prisma no meio do seu cérebro e o seu corpo separado em dois, você sobreviveu e conseguiu seguir em frente com sua gentileza e amor por ela. Apenas por ela. Seus amigos e a sua amada são a sua maneira de como controlar os seus olhos. - Ela segurou seu rosto sorrindo abertamente para ele, enquanto o loiro se fixava nas íris azuis da loira-alaranjada. - O poder divino e os genes que você herdou do Gabe e de mim vão além de todas as divindades existentes nesse mundo, pois é desse jeito que você descobrirá que pode se tornar mais poderoso do que pode imaginar, pois os humanos de Underworld tem algo do meu poder que vocês sempre podem contar. A esperança. Você é o nosso sucessor, e portanto é o verdadeiro herdeiro do trono do Território Negro e também a Esperança de Lunaria encarnada em ser humano. Confie sempre nos seus amigos, assim como eu sempre confiei em você, Eugeo. Meu pequeno príncipe.
- Ei, você...
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Eugeo se recordou tudo do que Lunaria falou para ele naquele sonho. Os poderes dele vão além de sua divindade, pois mesmo tendo poderes de um deus e não sendo mais um mortal por ser um Cavaleiro da Integridade, ele ainda era parte humano. E essa é a parte mais poderosa dele.
- É isso. É assim que eu vou controlar. - Eugeo fechou os seus olhos, tentando focar toda a sua poderosa Release Recollection naquele dragão de gelo em direção aos céus. Enquanto utilizava o seu poder, ele pensava e focava toda a sua mente e coração materializando-se na imagem dele com Alice aproveitando seus dias felizes juntos em Rulid, desde o ínicio do namoro deles e na primeira noite quando ambos declararam seus sentimentos e se entregaram de corpo e alma um para o outro. - “Alice...” - Essas sensações de memória combinadas com sua Release Recollection eram o ponto perfeito de controle, para usar todo o seu poder. Ao sentir que a Encarnação Final dele estava em uma altura perfeita, Eugeo moveu sua Arma Divina para o chão, fazendo descer o seu dragão de gelo até o chão e congelando toda a área onde estavam vários soldados vermelhos enfileirados, salvando seus amigos junto com o seu dragão ferido. Em seguida, o loiro explodiu todas aquelas fissuras de gelo em milhares de cacos, fazendo com que todos os vermelhos sumissem. Ao abrir seus olhos novamente, eles pareciam estar mais controlados e sua sede de sangue diminuiu um pouco. - Então é assim que eu vou controlar os meus poderes. Amor e ódio são o meu equilíbrio. - O loiro falou ao matar um dos vermelhos com sua espada, completamente transformada agora em seu estado de rubi completamente denso. Sua Espada da Rosa Vermelha estava em controle total, assim como o seu Modo Vecta e a espada de cor escarlate retornando juntos ao normal.
O loiro deu um suspiro fundo e expirando, soltando um bafo de névoa fria ao recobrar todo o seu controle. Todos os seus homens viam ele controlado e totalmente diferente com a aura assassina da névoa congelante cintilando pelo seu corpo.
- Não posso acreditar nisso, o Eugeo agora tá o bichão mesmo. - Entokia o olhava impressionado, vendo como ele mudou muito nesses últimos meses.
- Não é a toa que ele conseguiu. Ele é o primeiro Cavaleiro da Integridade na história a conseguir dominar a Release Recollection tão cedo, assim como a Alice. - Nelgius olhou impressionado, mas sem deixar de estar sério como sempre.
Eugeo olhou para Yuuki e ambos tocaram os seus punhos, podendo sentir a força e a paz nas mãos daquela garota e depois se abraçaram. Eles deram um sorriso se entreolhando, já que ambos não se viam há quatro anos no Mundo Real. Essas memórias eram tão estranhas, mas pra ele eram reais com certeza.
- Obrigado por me lembrar de quem eu era, Yuuki. - O loiro sussurrou no ouvido dela, enquanto abraçava a amiga.
- Eu que agradeço, gringo. - Ela riu, enquanto se soltava do abraço.
- Eugeo... - Dessa vez, uma voz cansada de uma certa acinzentada apareceu ali atrás dele. - Você está bem?
- Eu vou ficar, eu acho. - O loiro fechou seus olhos, sentindo-se desapontado ao se lembrar de tudo o que fez nos últimos cinco minutos, podendo sentir e ouvir vozes estranhas e perturbadoras percorrendo dentro da sua cabeça. - Aqueles soldados vermelhos de quem eu arranquei as almas...
- Ei, relaxa. Isso foi uma recaída, e eu sei que não vai acontecer de novo. - Eydis tocou no ombro da armadura dele, com um sorriso de foco. - A gente vai salvar ela.
- Será que alguém dava pra me explicar uma coisa? - Renly perguntou, enquanto ajudava Sheyta a andar segurando-se nos ombros do esverdeado. - Quem era aquele cara usando o corpo do Imperador Vecta? E como você conhece ele, Eugeo? Você se parece um pouco com ele.
- Isso é verdade. - O esverdeado mais velho apareceu atrás de Renly. Nelgius o olhava sério como de costume, já com seu olho tapado pela longa franja verde escura. - Eugeo, o que aquele deus tem com você? Vocês dois tem os mesmos poderes, você se parece com ele e também ele parecia te conhecer. Não é coincidência.
- Pode falar, cara. A gente até encarou o Castelo Escarlate e um baile de gala da Família Orthinanos. Isso não é nada comparado com aquilo. E além disso nós somos amigos, não somos? - Entokia insistia para Eugeo já que diferente de Nelgius, o azulado era o mais gentil e aberto da dupla.
Dizer a eles que havia conhecido um homem no meio da floresta e que deram um teto para ele por uma semana com certeza não seria simplesmente fácil para ele.
- Isso é uma longa história, pessoal. E o pior é que nem sei por onde começar ainda. - O loiro respondeu, cabisbaixo ao se lembrar do homem em que confiou em morar na sua casa, só para ter essa confiança quebrada. Alice estava certa. Gabriel era de longe uma pessoa normal. E pra piorar, ele era o humano que estava usando os poderes de um deus, assim como Asuna. - Há alguns meses atrás, eu e Alice conhecemos aquele cara, quando ele estava perdido no meio da floresta da nossa vila, então nós deixamos ele dormir na nossa casa por alguns dias. Ele parecia ser uma boa pessoa e até mesmo ajudou a gente a fazer a nossa casa em Rulid. Mais isso acabou no momento que ele quebrou nossa confiança mentindo pra gente. Eu nem sabia quem ele era de verdade, pelo menos até agora.
Eugeo deveria ter percebido isso. Mesmo naquela época de isolamento em Rulid, ele continuava sendo um Cavaleiro da Integridade mesmo aguentando as críticas, insultos, rejeições e a raiva daqueles de Rulid que trataram ele e Alice como lixo. E agora, ele se sentiu traído ao ver o homem em que ele realmente confiou. E nesse momento ele acabou levando sua namorada embora, para roubar a alma dela ou sabe-se lá o quê mais. Sem contar que ele ainda estava sem o seu dragão para voar atrás e...
- Hanayuki! - O loiro se recordou do seu dragão ferido e pulando com um super salto até onde o seu dragão estava, Eugeo se aproximou do réptil pálido e olhou para o ferimento de Hanayuki. A sua asa esquerda, uma das cartilagens ósseas estavam cortadas e uma de suas patas estavam com um corte extremamente profundo devido aquelas lanças dos vermelhos. E ele não podia pedir um dragão para Eydis, Renly ou Sheyta mesmo que deixassem, pois seus dragões eram bem leais aos seus donos. - Posso não conseguir curar isso agora, amigão. Eu vou curar a sua perna, mas sua asa e a cartilagem ainda vão demorar muito, Hanayuki. Quero que você descanse um pouco enquanto não termino o processo de cura. - O loiro falou, enquanto focava seu feitiço de cura do Elemento Luminoso na perna dele. O dragão deu um grunhido tristonho, ao olhar para a direção aonde Amayori foi atrás de Alice. Eugeo pôde perceber naqueles olhos frios de Hanayuki, e ele sabia que ele e Amayori criaram um vínculo muito especial lá em Rulid, e agora a sua parceira se distanciou dele. - Eu sei. Também sinto falta delas, mas não tem como a gente ir pra lá agora. Quando eu terminar de te curar, vamos lá com a Amayori salvar a Alice.
Do outro lado do campo de batalha, Asuna ainda se recuperava de seus ferimentos. Com seus poderes de Deusa Stacia, ela não era tão habilidosa quanto aos poderes do Fator de Cura Ilimitada da Deusa Terraria, mas pelo menos podia compensar com isso tendo regeneração celular para restaurar membros decepados. Apesar de ter sentido toda essa dor, com certeza os players americanos tambem agonizavam ao serem atacados. Afinal, esse era o efeito colateral de quem entra em Underworld. Mas mesmo apesar de sentir compaixão para não querer machucar ninguém, Asuna precisa engolir esse fato irrefutável e focar na sua sobrevivência nesse mundo matando novamente. Ao terminar de se recuperar por completo, a adolescente se levantou aínda com um pouco de dor.
- Caramba, o poder da Deusa Stacia é mesmo incrível. - Asuna falou, ainda sentindo um pouco da dor mesmo estando completamente curada.
- Isso é legal sim, mas se impressionar não vai resolver o que tá acontecendo. - Iskahn cruzou seus braços, levando sua mão até o seu olho arrancado, tentando ignorar a dor. - Se a gente chegar no sul, o que vamos fazer lá? Até pra gente, essa quantidade de inimigos vermelhos serão muito difíceis de derrotar.
- Se passarmos pelos inimigos, vamos precisar continuar avançando e tomando distância deles até chegarmos ao sul. Eu vou criar uma outra fissura e deixar o inimigo isolado. - Asuna explicou a ele o seu plano.
- Asuna-sama, meu relatório. - Um dos soldados das Tropas de Apoio apareceu. - Parece que o Imperador Vecta apareceu e enfrentou os Cavaleiros da Integridade, mas ele sequestrou a Capitã Alice e saiu voando com um dragão negro. Agora nesse momento, o Comandante Bercouli foi atrás com três dragões, em direção ao sul.
- O QUÊ?! - Asuna arregalou os olhos.
- Como é que é? Ele saiu voando?! Quer dizer então que ele não tava só de espectador? - Iskahn ficou tão surpreso quanto Asuna. - Aí, garota. Me fala uma coisa. A Alice é a Sacerdotisa da Luz, ele não precisa de mais nada mesmo sem o Cavaleiro Safira, não é? Por que o Deus das Trevas quer tanto eles? O que acontece se ele capturar os dois e levá-los para o sul?
- Esse mundo vai ser destruído. - Isso fez o Pugilista ficar boquiaberto. - Se o Imperador Vecta, o Deus das Trevas capturar pelo menos a Alice ou Eugeo e levá-los até o Altar do Fim do Mundo, o Império Humano e até mesmo o Território Negro serão dizimados. E agora que ele pegou a Alice, preciso dar um jeito de encontrar o Eugeo e ir logo embora com ele para o sul. Talvez ele seja o único que pode bater de frente com Vecta, assim como eu.
- Ainda não é o fim do mundo. - A voz introvertida de Sheyta apareceu, segurando-se no ombro de Renly enquanto Eugeo, Eydis, Nelgius e Entokia se aproximavam juntos. - Dragões só podem voar 24 horas por dia no máximo, então aínda dá para alcançar o Imperador Vecta e a Alice.
- Beleza então. Vocês precisam ir atrás deles. - Iskahn bateu seus punhos um pouco mais animado, se fixando na adolescente de cabelos roxos que se aproximou ao lado de Renly. - Yuuki, vá com os Cavaleiros da Integridade atrás do Imperador Vecta.
- Yuuki? - Asuna estranhou ser chamada pelo Pugilista com seu sobrenome, afinal, como Iskahn sabia o seu sobrenome? Foi então que ela percebeu que ele não olhava para ela, e sim para quem estava atrás dela. Asuna se virou, e ao olhar para aquela longa cabeleira roxa, os olhos marrons e uma bandana vermelha na testa, ela se recordou do dia em que conheceu a jogadora mais habilidosa de todos os outros jogos de VRMMO, ainda mais habilidosa do que Kirito. Seu rosto começava a descer em lágrimas ao perceber que aquela garota na sua frente não era uma ilusão de sua mente lhe pregando peças, e sim era mesmo a famosa Imp que conseguiu derrotar a Flash Relâmpago e o Espadachim Negro. Ela levou a sua mão até a sua boca, torcendo para que aquilo não fosse mentira. - Não pode ser...
- Oi, Asuna. - A garota dos cabelos roxos deu um daqueles sorrisos otimistas que sempre dava para Asuna e os seus membros da Sleeping Knights. - Eu não esperava que você fosse a Deusa Stacia, e pra ser sincera, eu gostei muito de ver você novamen... - Yuuki não conseguiu terminar de falar, já que logo foi abraçada fortemente pela ruiva.
- Vocês duas se conhecem? - Eugeo perguntou a ela.
- Sim, nós duas somos amigas e...
- MAS O QUÊ?! COMO VOCÊ TÁ VIVA AQUI EM UNDERWORLD?! COMO VOCÊ TÁ ANDANDO?! VOCÊ É UMA ASSOMBRAÇÃO?! POR FAVOR, NÃO SOME MAIS! - Asuna gritava aos choros, fazendo a mais nova rir com a exaltação da ruiva.
- Eu não sei o que houve, mas só sei que quando o Eugeo me tirou do controle mental do Vecta, eu me lembrei do Mundo Real e do Eugeo. - Yuuki explicou a ela, enquanto retribuia o abraço e sussurrava no ouvido dela para que apenas Asuna ouvisse. - Parece que esse mundo é um mundo falso, não é?
- É sim. - A ruiva respondeu a ela no mesmo tom baixo.
- E eles sabem da verdade? - Ela perguntou.
- Ainda não. - Asuna respondeu, ainda no tom discreto.
- Comandante Yuuki, seja lá qual for a relação de você com a Asuna-chan, terão que deixar isso pra depois. - Eydis sempre adora um reencontro com tudo que tem direito, mas esse não era o melhor momento para isso. - Iskahn, e quanto a vocês?
- Pois é, Lorde Iskahn. Vocês não são do Território Negro? Por quê quer que nós vamos atrás do Imperador Vecta? - Eugeo questionou o ponto de vista do Pugilista.
- O Imperador Vecta falou para todos os membros da Ordem dos Dez Lordes que a única coisa que ele queria era a Sacerdotisa da Luz ou o Cavaleiro Safira. - Iskahn começou a explicar para eles, e agora olhou para Eugeo. - Quando ele sequestrou a sua namorada, ele conseguiu o que queria. Agora que ele conseguiu o que ele queria em parte e nos abandonou, não temos mais que obedecer a ele. Em outras palavras, o que a gente do Território Negro escolher agora mesmo ajudando o Exército da Humanidade do Império Humano a salvar a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira, será a nossa escolha. Você curou os meus homens, mesmo sendo o inimigo. Tenho uma dívida de vida com você, Eugeo. Não podemos desafiar o Imperador Vecta por causa da ordem de autoridade, então se ele der uma ordem para a gente lutar contra vocês, teremos que obedecer a ele. Então nós Pugilistas e Cavaleiros Negros iremos ficar aqui cuidando desse bando de vermelhos, enquanto vocês Cavaleiros da Integridade e humanos podem encarar aquele desgraçado filho da puta, e quando vocês chegarem até ele, digam a ele que não somos mais fantoches com pauzinhos para ele manipular!
- Por quê você quer que eu vá, Iskahn? Não posso abandonar os meus homens aqui. - Yuuki falou um pouco cabisbaixa, se recordando de seu dever como líder dos Cavaleiros Negros.
- O Eugeo te livrou do controle mental do Imperador Vecta, então está livre para desacatar as ordens dele. - O Pugilista tocou no ombro da garota. - Você é muito forte, então ao lado dos Cavaleiros da Integridade terá mais vantagem em batalha sem se preocupar com a gente. Precisa fazer isso, Yuuki.
- Iskahn... - Ela olhou para o Pugilista, e para os seus Cavaleiros Negros que apenas acentiram para sua líder seguir em frente com os Cavaleiros da Integridade. - Fechou então. Vou confiar meus homens a você.
- Isso aí! - O Pugilista bateu suas pernas no chão, enquanto via os Pugilistas e Cavaleiros Negros criando uma fenda para abrir caminho aos Cavaleiros da Integridade e os membros das Tropas de Apoio. - HOMENS, CONTENHAM LOGO ESSA FENDA! NÃO DEIXEM NENHUM DESSES SOLDADOS VERMELHOS ATRAPALHAREM OS CAVALEIROS DA INTEGRIDADE! - Ele ordenou para os guerreiros do Território Negro, que acentiram. - E vocês oito, vão logo e puxem o carro daqui. Não vamos segurar eles por muito tempo.
Todos os soldados ali do Território Negro acentiram, ao ouvir a ordem do líder dos Pugilistas. Eugeo, Asuna, Eydis, Renly, Yuuki, Entokia e Nelgius acentiram, mas com exceção de uma deles.
- Eu fico por aqui também. - Sheyta falou, deixando Eugeo, Eydis e Renly surpresos com a escolha da Assassina Silenciosa.
- O quê?! Sheyta, não pode fazer isso. - Renly já insistiu para ela, dizendo que era uma má ideia.
- Existem muitos inimigos aqui, e você é necessária pra matar o Deus Vecta. - Entokia tentou explicar a razão.
- Sem contar que a sua Release Recollection é perfeita para os seus assassinatos. Sheyta, você precisa ir conosco. - Entokia falou, lembrando das habilidades dela.
- Sheyta, o Renly, Entokia e Nelgius estão certos. Você pode até ser uma soladora de guerreiros, mas ainda tem pelo menos uns 50.000 desses vermelhos por aqui! Até você tem limites! - Eydis gritou, tentando fazer a sua colega entender a razão de que ficar seria arduamente perigoso, até mesmo para ela que é a maior assassina dos Cavaleiros da Integridade.
- Eydis, eu tenho mais de 150 anos de idade e eu nunca descobri qual é o motivo para a Administradora ter me feito uma máquina de guerra criada para matar. Pelo menos até ontem a noite. Eu sempre tive a vontade de matar até dizer chega, mas agora entendo que não deve ser só apenas isso. Chegou a hora de vocês descobrirem o motivo de vocês seguirem em frente. - A morena do rabo de cavalo explicou a eles, e agora se aproximando de Eugeo, acariciando seus cachos loiros como se fosse um cachorrinho. - Eugeo, depois que eu li aquele livro falando sobre os deuses, eu pude ter certeza de que você não é uma pessoa comum e não sei o que o Imperador Vecta e a Deusa Lunaria são pra você. Eu sempre gostei de matar pessoas. Mas quando você chegar até ele e enfrentá-lo novamente para salvar a Alice, você terá que entender o motivo de estar fazendo isso pois ele é muito mais do que apenas um inimigo pra você, não é? Salve a Alice, derrote o Deus das Trevas e vão embora desse mundo. É a minha primeira e última ordem para você, Eugeo Synthesis Trinta e Dois.
- Sheyta... - Ele olhava para o rosto sério da mais velha, lembrando-se de como sentia no fundo a verdade, querendo só evitar ela. De alguma forma ou de outra, Gabriel provavelmente era o seu verdadeiro pai e acabou levando Alice embora. Como os deuses de Underworld se manifestavam nesse mundo através de corpos dos humanos do Mundo Real, com certeza era ele. Afinal, ambos eram muito parecidos físicamente. Isso nutriu uma grande sensação de ódio no coração do loiro, pois teria que lidar com isso também. Sheyta podia ver isso nos olhos de Eugeo e precisava ver como ele iria enfrentar seus próprios demônios ao seguir em frente.
- Eugeo. - Asuna tocou no ombro blindado do loiro. - Eu entendo que esteja separado em seu dever, mas a Alice precisa de você agora. Não é a hora de ter dúvidas.
- Eu sei disso, Asuna. - Vendo que talvez fosse a última vez em que veria a Assassina Silenciosa, Eugeo e os outros apenas acentiram com a ordem dela. - Entendido, Sheyta. Cuide da retaguarda e fique bem.
Os Cavaleiros da Integridade aproveitaram a distração dos Pugilistas e Cavaleiros Negros, e nesse meio tempo, Eugeo ordenou para que Hanayuki ficasse em um dos reboques das caravanas pois como ele estava com a asa ferida, não poderia voar no momento. Ele teria que curá-lo no caminho e depois iria tratar do ferimento.
O loiro subiu na garupa do dragão Kirimai de Eydis e Renly em cima do seu dragão Kazenui, deixando Nelgius e Entokia na garupa do réptil. Todos os soldados das Tropas de Apoio estavam seguindo os Cavaleiros da Integridade em terra juntos com Asuna em cima de um cavalo e sendo segurada por Yuuki, indo em direção ao sul para onde Gabriel estava levando Alice, enquanto era perseguido por Bercouli e os dragões.
- Já estão indo embora. Tem mesmo certeza de que quer ficar aqui, mulher? - Iskahn questionou novamente a sanidade da Assassina Silenciosa, enquanto notava ela vendo seus "irmãos" indo embora para o sul.
- Acho que já disse o meu nome a você. - Sheyta olhou para o Pugilista do seu lado, com uma voz calma e ameaçadora ao mesmo tempo.
- Está bem então, magrela. Tem certeza de que quer ficar aqui, Sheyta. Eu não garanto que você saia viva daqui. - Iskahn deu um sorriso de lado, enquanto dialogava com a morena e finalmente chamando-a pelo seu nome.
- Deveria se preocupar consigo mesmo pois serei eu quem irei lhe fatiar, Iskahn. Eu não posso deixar você ser morto por outra pessoa que não seja eu. Quando isso acabar, vamos lutar de novo. E dessa vez lutaremos até a morte. - Ela deu um pequeno sorriso a ele, que acentiu animado.
Ao começar a juntar seus planos de ataque contra os jogadores vermelhos, Sheyta desembanhou sua Espada do Lírio Negro, enquanto Iskahn batia em seus punhos, se preparando para atacar. Ao sair correndo junto com os Pugilistas e Cavaleiros Negros, os dois atacaram em dupla um golpe brutal, fazendo alguns vermelhos saírem voando.
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No Mundo Real...
Terça-Feira - 7 de Julho de 2026, 06:01 da Manhã
Ocean Turtle, Base Móvel da Rath. Em algum lugar do Mar do Japão...
Na Sala de Controle Principal, Critter continuava agindo de acordo com o plano de Gabriel, enquanto calibrava novamente os satélites. Ele notou que a Superconta Vecta estava se movendo em direção ao Altar do Fim do Mundo em alta velocidade. Se continuar do jeito que está, Gabriel chegará ao Altar daqui a três ou quatro horas no máximo.
Neste momento, um certo hispânico deitado numa maca começou a acordar piscando os seus olhos repetidamente. Ao ver que estava de volta ao Mundo Real, olhou para o loiro de óculos que estava ali digitando no computador.
- Bom dia, flor do dia. Você finalmente acordou. Eu tinha achado que você tivesse fritado o resto dos seus neurônios lá. - Critter deu uma risada nasal, debochando do hispânico.
- Cala a boca, seu merda. A minha cabeça tá girando. - Vassago falou, enquanto sentia um pouco de dor de cabeça e levou sua mão direita até ela. - É, eu me lembrei que cai num buraco sem fundo e aí então...
- Como foi que você morreu lá pra ficar assim? Você apagou por oito horas. - A fala do hacker deixou Vassago com o coração disparado, já que havia se passado muito tempo sem ele estar lá em Underworld! - Pode relaxar. No momento em que você morreu lá, eu reduzi o Tempo Acelerado de Underworld pra 0,01.
- Oito horas?! - Ele olhou em seu relógio, vendo que estava marcando umas seis da manhã e foi até Critter, segurando-o pelo colarinho do colete a prova de balas. - Por qual motivo você desativou o Tempo Acelerado, seu retardado? Você sabe o que isso significa, não sabe, seu quatro-olhos sem noção?! Daqui a doze horas, o pessoal da Força Naval Japonesa vai atacar esse lugar. A gente vai perder tempo por causa disso!
- É, eu sei disso e já ia te falar o motivo. - Critter falou calmamente para o hispânico, enquanto tirava a mão dele do seu colete. - Essas foram as ordens do Capitão Miller. E agora mesmo, eu estou enviando vários jogadores americanos para o Território Negro por conexão via satélite.
- Como assim? - O hispânico ficou confuso.
- Deixa eu explicar melhor. - Critter falou, e ao digitar alguns códigos no computador, ele mostrou um mapa geral do mundo de Underworld, focando-se a partir do Portão Leste e o desfiladeiro que Asuna criou, mostrando uma linha para onde Gabriel estava se movimentando e com um pequeno grupo atrás dele. - Esse aqui é o registro de movimentos seus e do capitão. Agora mesmo, o capitão passou por onde você morreu e agora está indo para o sul. Ele já abandonou os seus súditos do Território Negro e agora está indo para o Altar do Fim do Mundo sozinho. E você sabe o que isso quer dizer.
- Isso quer dizer então que ele está atrás de Alice e Eugeo, ou provavelmente já capturou eles. - Vassago olhou para a tela, um pouco mais aliviado. - Isso é uma boa notícia, pelo menos.
- É, pois é. Mas ainda temos um problema. Olha só ali. - Ele apontou para um ponto branco perseguindo Gabriel, mas com dezenas de quilômetros de distância. - Aquele ponto vermelho espalhado pelo ponto preto são os jogadores americanos que eu joguei para lá, que estão cercando as forças do Território Negro. Mas o problema mesmo são aqueles ali naquele ponto branco. São os Cavaleiros da Integridade e os soldados do Império Humano, e estão em mais ou menos uns 700 homens. Se eles alcançarem o capitão, isso pode nos dar problemas. Terei que parar eles de algum jeito.
- Como você quer fazer isso, quatro-olhos? - Vassago questionou ao hacker.
- Ainda tenho milhares de jogadores americanos, chineses e coreanos esperando por uma segunda conexão pra entrarem em Underworld. Quando atingirem uma quantidade além de 20000 e 80000, eu vou jogar eles na posição dos Cavaleiros da Integridade e os humanos do Império Humano. Eles vão ser esmagados pelos jogadores com 28x mais de força em peso do que no desfiladeiro. Depois disso eu vou voltar a ativar o Tempo Acelerado de volta para 1000, e isso vai dar bastante tempo pro capitão capturar Alice e Eugeo, e depois levá-los até o console no Hemisfério Sul.
- Tomara que esse plano dê certo. Os caras do Império Humano são bem mais fortes do que você pensa. - Ele se lembrou da luta breve que teve com Ronye e quando Alice desencadeou sua Liberação de Memória na ravina. - Aqueles Cavaleiros da Integridade são mesmo osso duro de roer. Só na batalha da ravina, eles literalmente limparam o chão com a primeira leva do exército do Território Negro com um superfeitiço da Alice. Foi horrível eu ter sido derrotado de forma tão vergonhosa como... - O hispânico se lembrou da garota dos cabelos ruivos chegando em Underworld com aquela aurora boreal, usando os poderes da Deusa Stacia. - A Flash Relâmpago! Agora sim eu não duvido de mais nada!
- Tá falando do quê, doido? - O hacker resmungou.
- Escuta aqui, seu nerd. - Vassago colocou a palma da sua mão nos cabelos de Critter. - Esse pessoal da Rath lá na Sala Secundária tá fazendo o mesmo que a gente! Tem uma jogadora japonesa de VRMMO no meio do Exército da Humanidade do Império Humano. E ela deve estar usando uma Superconta de Deusa.
- O quê?! - O hacker se surpreendeu com a dedução do hispânico.
- Se a Flash Relâmpago Asuna tá aqui, então ele deve estar aqui também. Caralho, o que eu tô fazendo aqui parado? Preciso voltar pra lá! - O hispânico sorria animado, pensando em como se reencontraria com Kirito e Asuna depois de dois longos anos. - Quatro-olhos, prepara logo aquela máquina porque eu vou voltar pra lá agora! Me manda junto com esse pessoal de jogadores contra o grupo branco, que eu vou liderá-los no campo de batalha.
- Se a sua dedução tiver certa, não é tão simples assim. Se você quiser voltar, não tem mais como você usar contas de Cavaleiros Negros. - O hacker explicou a ele. - Se você quiser, eu posso te dar uma conta de nível baixo. Tenho várias delas aqui, mas não garanto muito que você vá sobreviver com isso.
- Fica safe aí, pois eu tenho uma conta bem especial aqui. - Vassago sorriu em um tom maléfico e escreveu um nome de conta e senha em um papel e deu para Critter colocar no sistema do Projeto Alicization, enquanto olhava para as câmeras de segurança naquela câmara aonde os corpos inanimados de Eugeo e Alice estavam. - Você não acha estranho uma coisa?
- O quê, doido? - Critter o perguntou, sem deixar de ficar atento ao computador.
- Aquele garoto ali se parece um pouco com o chefe, não acha? E eu sinto que já vi esse rosto em algum lugar... - O hispânico olhava para a câmara, vendo fixamente o rosto de Eugeo. Ao ver aquele rosto com mais exatidão, ele se lembrou daquele dia em que quase 40% dos membros da Caixão Sorridente foram dizimados por um simples mensageiro lá no 43º Andar, em Aincrad. Isso fez ele ficar ainda mais animado e sorridente ao saber que o alvo de sua missão era o cara que quase estragou o seu plano no Sword Art Online há dois anos atrás. Ele pegou um cigarro e esqueiro, acendendo e dando uma tragada e expirando o ar sufocante da nicotina. - A máquina de STL do Soul Translation já tá ativa?
- Já sim. E vê se para de fumar esse Marlboro perto de mim, ou vai estragar esse seu corpo de merda ainda mais. - O hacker respondeu rispidamente, agora virando a cadeira para a esquerda vendo o hispânico saindo da Sala de Controle Principal. - Haja o que houver, essa vai ser a última chance. Depois disso, só vai dar pra você sair de Underworld com a Alice e Eugeo.
- Pode deixar, eu vou fazer esse trabalho direitinho. - Vassago sorriu de lado e saiu da sala passando pela comporta grossa de aço e terminando de dar uma última tragada no cigarro, jogando-o no chão andando pelo corredor em direção a máquina de STL para entrar.
- E hora do show. - Ele apenas dava um sorriso maléfico, andando radiante de forma sádica enquanto pensava em como iria rever seus inimigos do Sword Art Online, de uma forma mais nostálgica e relembrante para todos eles. - O pai tá on, Relâmpago. Eu vou pegar todos vocês dessa vez.
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Enquanto isso, em Underworld...
08 de Novembro de 380 - 11:49 da Manhã
Eugeo, Asuna, Eydis, Renly, Yuuki, Nelgius e Entokia acompanhados por Kirito e Eldrie nas carruagens, Ronye, Tiese e Sortiliena, junto com os soldados das Tropas de Apoio seguiam em frente tentando alcançar Bercouli e Gabriel, que voavam bem alto. A Comandante dos Cavaleiros Negros se segurava na cintura de Asuna enquanto olhava para Eugeo voando lá no alto com Eydis naquele dragão branco.
- Eu nem sei como eu renasci nesse mundo e não esperava por ter uma segunda chance pra viver aqui. - Yuuki falava, enquanto sentia o seu corpo e mente ainda diferentes após o feitiço de Eugeo tê-la libertado do controle mental do Imperador Vecta. - Mas o quê vocês vieram fazer aqui, Asuna?
- Eu vim aqui pra salvar o Kirito-kun, Eugeo e Alice e trazer eles dois para o Mundo Real. - Asuna respondeu a ela, enquanto cavalgava em frente. - Se aquele cara chegar no Altar, vão destruir esse mundo. Preciso levar eles em segurança pra um pessoal lá fora que pode ajudar.
- Entendi. - A garota dos cabelos roxos acentiu ao visualizar a atmosfera avermelhada do Território Negro. - Quem diria que o dia começou tenso desse jeito. E o pior é que eu nem sei como o Eugeo me libertou e trouxe as minhas memórias do Mundo Real de volta.
- Você sabe como veio parar nesse mundo? - Asuna perguntou a ela, que estava massageando a sua têmpora. - Não consegue se recordar de nada depois daquele jardim de flores?
- Nadinha. Só o que eu me lembro foi de tudo até aquela reunião. Depois disso eu comecei a ter consciência nesse mundo, e depois de alguns anos eu comecei a treinar pra me tornar uma Cavaleira Negra. Mas acho que o peso de ser a líder deles é muito grande depois de me lembrar do que fiz enquanto estava sendo controlada pelo Vecta.
- Não posso te culpar. Quando tudo isso acabar, eu vou até o pessoal que controla esse mundo e vou falar umas poucas e boas com eles. - Asuna falou, já pensando em inúmeras maneiras de como dar um soco no rosto de Kikuoka assim que ela saísse de Underworld. - Como você conhece o Eugeo?
- Nós éramos amigos desde antes do lançamento do jogo do Sword Art Online. Ele veio no Japão comprar uma das primeiras 10.000 cópias originais, mas acabou ficando preso no jogo. - Yuuki explicou a ela, fazendo Asuna ficar completamente chocada ao ver que o mistério de Eugeo ia até mesmo além. Yuuki Konno conhecia Eugeo antes do Sword Art Online? Isso significa que a história do Kikouka, Higa e da doutora Rinko era verdade, não? Não, provavelmente não. Yui ainda estava investigando e com certeza ela saberia de toda a verdade sobre o Eugeo quando ela saísse de Underworld.
Enquanto isso lá em cima no alto, Eugeo, Eydis, Renly, Entokia e Nelgius continuavam voando em frente observando atentamente os dragões em uma altura mais distante.
- Vocês vão ficar bem ajudando a gente? Afinal de contas, vocês deviam estar nas Montanhas do Fim e protegendo os Corredores do Sul. - Eugeo falava um pouco inseguro ao ver que Entokia e Nelgius estavam ajudando eles na jornada ao Altar.
- E deixar toda a ação com vocês? Nossa divisão derrotou um grupo imenso da Tribo dos Assassinos enquanto a luta de verdade estava rolando aqui. - Nelgius deu um sorriso de lado, acalmando Eugeo. - Nossos homens não precisam mais da nossa ajuda.
- E enquanto a Eydis deixar a gente aqui pra ajudar com a Assimilação Sanguínea dela, vamos garantir que você e Alice cheguem no Altar do Fim do Mundo juntos. Confia no pai aqui, Eugeo. - Entokia deu um sorriso gentil, dando um joinha com a mão.
- Gente... - O loiro riu, vendo que todos eles realmente iriam se comprometer apenas para salvar Alice e ajudarem o Comandante a derrotarem o Deus das Trevas.
- Só tentem não exagerar de novo quando estiverem usando a Liberação de Memória e a Release Recollection de vocês, seus idiotas. A minha Liberação de Memória quase não salva a gente daquela rajada do Imperador Vecta. - A acinzentada se irritou, lembrando da dificuldade de desviar aquele ataque para os céus.
- Já nos desculpamos, Eydis. Pare de cutucar onça com vara curta. - Nelgius apenas falou indiferente, como de costume.
Asuna, Yuuki e as Tropas de Apoio avançavam em frente, passando por uma cratera e enquanto os Cavaleiros da Integridade voavam em direção ao Altar do Fim do Mundo, Eugeo começou a ouvir um barulho estranho no ar.
- Vocês estão ouvindo esse som? - O loiro perguntou ouvindo um ruído metálico e estridente ao seu redor.
- Não é só você. - Renly olhou em volta do céu, enquanto voavam. Ao ver diversas linhas vermelhas começando a cair em peso, cercando a todos eles acima daquela cratera.
- Essa não, agora não. - Asuna foi obrigada a parar o seu cavalo, vendo que todos das Tropas de Apoio estavam cercados naquela cratera. Eram novamente milhares de jogadores com suas armaduras vermelhas.
- Merda, eles lá em baixo estão cercados! - Eydis esbravejou, enquanto olhava em volta das Tropas de Apoio.
- Deixem comigo. - Renly olhou para o esverdeado mais velho e o azulado. - Entokia, Nelgius. Pulem para o Kirimai da Eydis, que eu e Kazenui vamos distrair eles.
- O quê? - Entokia não teve nem tempo de perguntar direito, pois Renly ativou sua telecinese de Armas Encarnadas, jogando os dois para o outro lado gritando ao saírem flutuando do dragão.
- Renly, não faz isso! - Eugeo pediu para que ele parasse, enquanto segurava o esverdeado mais velho e o azulado com suas Armas Encarnadas, trazendo eles para a garupa de Kirimai. Diferente de Eugeo, Renly era completamente fraco com sua telecinese pois ele não era um prodígio como ele e Alice. - Renly!
O esverdeado mais novo olhava lá para baixo, vendo como os soldados estavam. E lá em baixo, notou aquela cabeleira vermelha que voava no ar daquela atmosfera escarlate.
- Desculpe, Tiese. Eu vou deixar o resto com os meus irmãos. - O esverdeado sussurrou com um sorriso e seguiu em frente ultrapassando o dragão de Eydis, e desembanhou suas adagas já preparando o seu réptil para o combate respirando o fogo na sua boca. - Kazenui, preparar pra atirar!
- Isso não é bom. O Capitão Renly vai se sacrificar pra seguirmos em frente. - Sortiliena olhava para o esverdeado mais novo, já prevendo o que ele queria fazer.
- NÃO FAÇA ISSO, RENLY! - Tiese gritou para o amigo, que já voava para a morte certa. Mas ele apenas seguiu em frente. No momento em que ele iria jogar suas adagas, um deslumbrar no céu o impediu.
Foi nesse momento em que Eugeo, Asuna e Gabriel puderem sentir uma ou duas presenças estranhas naquele momento. Uma dessas presenças estavam bem ali, e outra estava em algum lugar do Território Negro.
- Que luz é aquela? - Os olhos vermelhos de Eydis brilharam com aquela luz no céu, que fazia como se aquele local em Underworld ficasse como a noite e naquele ponto de luz que ficava maior a cada segundo se tornasse brilhante e quente como a luz do Sol.
Asuna nem mesmo precisou de duvidas para ver o que era, pois como ela e Eugeo tinham poderes divinos, já podiam sentir que não era nenhum guerreiro qualquer do Mundo Real. A luz ofuscante se revelou com uma mulher segurando um arco branco. Era a Superconta Solus.
- O que é aquilo? - Nelgius olhava boquiaberto ao ver aquela luz atrás daquela mulher.
- Mais outra deusa? - Eugeo olhava cegamente em direção a luz. Ele pensava em ver como era tantos além de Asuna e Gabriel. Agora tinha mais outra? - Ela deve ser igual a eles. Uma humana do Mundo Real. Será que é uma aliada nossa?
Aquela deusa flutuando no céu fez um ponto em sua mão brilhar, e ao apertar forte na luz, uma flecha de luz apareceu. Ao criar alguns círculos cibernéticos com o sistema de mira, a mulher de cabelos azuis finalmente soltou um suspiro.
- Qual é a frase mesmo? Ah, é. Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. Gerar Elemento Térmico. Raio de Luz. Forma de Elemento: Saraivada Solar! - Do arco da Deusa do Sol, milhares de rajadas explosivas saíram daquele único tiro de energia solar, fazendo com que todos eles caíssem automaticamente na borda da cratera, acertando todos aqueles jogadores vermelhos e fazendo-os sumir com o ruído computadorizado. Após o brilho sumir, Asuna pôde ver com ainda mais nitidez sobre quem era a usuária da Superconta Solus. Era uma adolescente usando uma armadura azul como um top, usando uma longa saia branca e preta como linhas, tendo em seu maior destaque quatro lâminas flutuando atras de suas costas. - Ué, eu só posso dar um tiro por vez? Tudo bem então, eu já estou acostumada com armas assim.
A ruiva apenas lacrimejava ao ver que mesmo correndo tanto perigo, ela realmente veio. Ela salvou Asuna de novo e agora veio ajudar ela a salvar Underworld. Ao chegar no chão, a garota de cabelos ciano apenas sorria ao vê-la.
- Aquela ali é a Sinon? - Yuuki estranhou a aparência da sniper vestida de Deusa Solus.
- Foi mal por deixar vocês esperando, Asuna. - Sinon sorriu ao ver como Asuna estava, e atrás dela, Eugeo, Eydis, Renly, Entokia e Nelgius aterrissaram os dragões. O loiro a olhava surpreso ao ver que as duas pareciam já se conhecer, afinal, ela não era uma deusa de verdade pelo que ele pôde notar. Ela era mesmo igual a Gabriel e Asuna.
- Shino-non. - Asuna apenas abraçou Sinon, que rapidamente aceitou o toque e ambas ficaram ali com o gesto carinhoso.
- Essa garota é muito foda! Se eu sobreviver a essa guerra, o nome da minha filha vai ser igual ao dela. - Eydis deu um olhar brilhante com suas íris vermelhas, focando na garota dos cabelos cianos por um momento. Mas isso saiu de sua mente, quando se recordou do perigo que Alice estava correndo. Com aquela altura, não dava para saber o que estava acontecendo com o corpo dela pois afinal, o bebê de Alice e Eugeo estava correndo perigo também. A acinzentada não gostou de como Alice pretendia guardar segredo, pois essa guerra estava praticamente fugindo do controle. E o pior de tudo, era que Eugeo não sabia da verdade e ela precisava esconder isso do seu aluno. - “Alice, eu sei que jurei guardar o segredo do Eugeo, sobre o bebê. Mas sem você aqui... O que vai acontecer?”
Mesmo se sentindo em paz ao saber que seus homens e colegas incluindo as pajens Tiese e Ronye estavam bem, Eugeo não pôde deixar de sentir a total ansiedade em continuar correndo. Mesmo com a chegada de Solus, essa parada os fizeram perder bastante tempo. Agora Gabriel estava mais a frente com Alice, e ele estava preocupado em querer saber como o Comandante Bercouli iria sozinho enfrentar o Deus das Trevas.
Neste momento, sua amada estava correndo um perigo mortal com o Deus das Trevas indo em direção ao Altar do Fim do Mundo. Mas o loiro olhava na mesma direção que Alice, Bercouli e Gabriel estavam indo. Como eles já os perderam de vista, Eugeo apenas olhou com um foco naquela vista. Para descobrir o que esse mundo trará pra ele e Alice.
- Alice... Aguenta firme só mais um pouco. Eu vou salvar você, meu amor. - O loiro olhava completamente decidido. - Até eu chegar até aí, seja forte.
Notes:
A Lunaria finalmente apareceu e ajudou o Eugeo. Eu achava que o gameverse ou então na série principal da novel iriam introduzir ela em algum momento ou então citar sobre ela, pois se ela é a quinta deusa de Underworld e ela é a única Superconta que ainda não foi usada, em algum momento ela teria que ser usada.
Essa versão da War of Underworld busca justamente em desenvolver parte dessa profundidade com o Eugeo em volta dela e do Gabriel, que na minha opinião não teve o desenvolvimento que queria ver com ele. Aqui ele tende expressar mais sentimentos, apesar de não ser tão diferente como o seu habitual.
Bom, eu fico por aqui. Até mais 🤙
—//—
Lunaria finally showed up and helped Eugeo. I thought that the gameverse or the main series of the novel would introduce her at some point or mention her, because if she is the fifth goddess of Underworld and she is the only Super Account that has not been used yet, at some point she would have to be used.
This version of War of Underworld seeks to develop part of this depth with Eugeo around her and Gabriel, who in my opinion did not have the development I wanted to see with him. Here he tends to express more feelings, although it is not as different as usual.
Well, I'll leave it here. See you later 🤙
P/S: I find it really annoying to have to translate this note in English, imagine translating this whole story.
Chapter 24: Capítulo XXIV - Guerra de Underworld(Alicization Awakening)
Summary:
Sinon e Leafa chegam em Underworld para ajudarem Asuna, porém elas chegam em locais diferentes do Território Negro. Adentrando as áreas desconhecidas de Underworld para chegar até o Altar do Fim do Mundo, Gabriel decide contar a verdade para Alice sobre o seu papel e o verdadeiro motivo para ele querer tanto ela e Eugeo.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Cinco minutos se passaram desde que Sinon chegou naquela cratera cortando os céus com uma saraivada de flechas solares usando a Superconta Nº2 da Deusa Solus, a Deusa do Sol e da Caça.
Dessa forma, Asuna teria então mais um apoio com a sua amiga lutando do seu lado.
Eugeo e os outros Cavaleiros da Integridade ainda observavam atentamente a deusa de cabelos cianos ao lado de Asuna e Yuuki, enquanto caminhavam seguindo em frente.
- Quem é aquela garota com aparência de deusa? Ela é tão poderosa a ponto de derrubar esse exército com apenas um único tiro de saraivadas? - Nelgius se questionou desconfiado, enquanto andava com Entokia e Renly, guiando os seus soldados.
- Se ela for mesmo a Deusa Solus, isso explica as flechadas. - Entokia olhava em volta para os buracos das flechas de luz que Sinon disparou. - A Asuna-san e essa garota de cabelo azul são muito novas pra serem deusas. A gente devia mesmo confiar nela?
- Seja quem elas forem, salvaram a nossa vida. Por enquanto isso é o bastante para confiarmos na Asuna. - Eugeo falou, enquanto se separava deles e indo em direção até Ronye e Tiese para ver como as duas Pajens estavam.
- Eugeo, eu posso ir com você pra ver a Tiese? - Renly pediu a ele, um pouco envergonhado. - É que... Eu prometi que protegeria ela, então quero ver como ela está.
- Ah, tudo bem. Vamos lá ver ela lá com a Ronye e o Kirito. - Eugeo acentiu com um sorriso gentil e ambos adentraram a carruagem onde lá, estava uma ruiva e uma morena protegendo Kirito Synthesis Trinta e Três e uma acinzentada bem ali cuidando de Eldrie Synthesis Trinta e Um. - Oi, garotas. - O loiro se aproximou delas, acariciando o cabelo da ruiva e da morena em sua frente. - Vocês estão bem?
- Estamos sim, Eugeo-senpai. - Tiese acentiu a ele com um sorriso gentil, enquanto sentia a mão de Eugeo em seu cabelo.
- Estamos protegendo o Kirito-senpai, e até agora não houve nada de errado com ele. - Ronye explicou ao loiro, que acentiu.
- Entendi.
Renly se aproximou de Eydis, que estava cuidando do lilás, trocando o ferimento que ele tinha no corpo dele. A acinzentada passou um pano na testa de Eldrie, tentando deixá-lo refrescado pois esse lugar do Território Negro era razoavelmente quente e já deveria estar marcando quase meio-dia, se é que já não era.
- Ele não acorda. - Eydis falou, ao passar uma pomada em um ferimento aberto dele e enfaixando-o. - Ele já deveria ter acordado, mas até agora nada aconteceu. Será que ele não quer mais acordar?
- Eydis, relaxa. Eu tenho certeza de que ele vai ficar bem. Eu sei disso. - Renly tocou no ombro dela. - Se lembra de quando a Pontífice nos tornou um trio?
- Lembro de como se fosse ontem. - A acinzentada riu, se recordando em como aqueles dias eram tão bons. - A nossa missão de matarmos mais de cem javalis gigantes. A Administradora mandou a gente numa missão suicida, só que mesmo assim conseguimos realizar ela.
- Pois é assim mesmo que vai acontecer. No momento em que a gente menos esperar, o Eldrie vai acordar pra ajudar a gente. - O esverdeado mais novo deu um sorriso gentil, deixando Eydis um pouco mais tranquila. - Eldrie, quando você acordar, eu tenho certeza de que você vai ajudar a gente a acabar com tudo isso.
- Ei, Renly. - Eydis tocou no ombro de Renly, chamando a atenção do esverdeado e começou a sussurrar no ouvido dele. - A sua namorada tá te olhando.
- O quê? - Renly estranhou o que Eydis falou, e apenas virou para o lado onde Tiese havia acabado de desviar o olhar. O esverdeado, já ruborizado começou a sussurrar. - Eydis, para de falar besteira! Ela não é a minha namorada.
- Tá legal então. - A acinzentada apenas riu de lado, terminou de enfaixar o lilás adormecido, depositou um beijo na testa dele e se levantou novamente para sair. - Eu vou lá dar uma olhada em volta do grupo. Eu sei que a sua puberdade tá estralando, mas tenta se controlar um pouquinho. Vocês adolescentes são sempre bem atiçados, que pelo amor de Stacia.
- Sai logo daqui, sua maluca! - O esverdeado ficou ruborizado com o que ela falou. Eydis realmente sabia como mexer com o psicológico da pessoa.
- O que será que a Capitã Eydis quis dizer com isso? - Tiese se perguntou curiosa, tentando ficar o mais longe possível da acinzentada para que ela não apalpasse seus peitos novamente.
- Nada não, Tiese. - Renly apenas riu nervoso, agradecendo pela ruiva não ter ouvido absolutamente nada. Vendo que Eugeo e Ronye estavam dando atenção a Kirito, talvez o esverdeado de tranças poderia conversar um pouco mais com a Eydis em relação com que tudo estava acontecendo.
- Olha, Renly. Eu poderia conversar com você lá fora? - A pajem ruiva o chamou.
- Ah, claro. - Ele estranhou, já que isso era exatamente o que ele iria fazer agora.
Os dois saíram da carruagem, deixando ali apenas Eugeo, Ronye, Kirito e Eldrie. O loiro estava vendo como o seu melhor amigo se manteve nessas últimas horas inteiro e bem, ao lado de Ronye e Tiese protegendo ele. O loiro gostou de ver como essa armadura negra de Cavaleiro da Integridade combinava com ele. Afinal, Eugeo sabe que Kirito e armaduras não tinham nexo algum. Por esse motivo, ele escolheu uma versão leve e ao mesmo tempo do mesmo do estilo preto-dourado que com certeza Kirito Synthesis Trinta e Três gostaria de ter.
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Há um ano atrás, Kirito e Eugeo estavam descansando para aproveitar um descanso depois de um treinamento diário que ambos sempre compartilham lá nos campos da Área Norte da cidade de Centoria. Eugeo se recordou que um guerreiro sempre usava armadura para o combate, então se eles ganhassem o Torneio das Quatro Unidades, se tornariam Cavaleiros da Integridade com aquelas belas armaduras ostentadoras.
- Kirito, se você tivesse que lutar com uma armadura, você iria conseguir usar ela? - Eugeo perguntou a Kirito, enquanto pegava um bolo de morango de sua lancheira.
- Eu não prefiro muito armaduras pois elas são muito pesadas. Mas se fosse pra eu me proteger de ataques diretos, escolheria uma armadura com estilo mais leve. - O moreno falou, enquanto comia uma tortinha de mel feita por Ronye gentilmente pra ele. - E você, Eugeo?
- Bom, acho que pra mim, eu tenho uma resistência um pouco maior e então eu só prefiro uma armadura que combine comigo para proteger o meu corpo.
- Se a gente ganhar o Torneio das Quatro Unidades, depois a gente pode pensar nisso. - Kirito deu uma última mastigada da tortinha de mel, antes de limpar sua boca com um guardanapo e se levantar. - Bom, eu já terminei de comer. E você?
- Eu já terminei também.
- Ótimo, pois eu quero te mostrar de novo a minha Habilidade Única. Eu ainda não mostrei pra ninguém, inclusive a Ronye e a Liena-senpai. Portanto, eu quero que você crie a sua própria Habilidade Única pra ganhar o Torneio das Quatro Unidades.
- Uma Habilidade Única...
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- Oi, Kirito. Eu finalmente descobri como controlar os meus poderes. Mas só que mesmo assim, não consegui salvar a Alice e agora o Gabriel tá levando ela para o Altar. - Ele falou, levando seus olhos para baixo mais levantando-os decidido. - Tudo que você me ensinou nesses últimos dois anos e meio fizeram com que eu me tornasse um Cavaleiro da Integridade bem forte. Eu vou usar o que você me ensinou pra matar o Gabriel, mas ainda estou pensando no que vou fazer quando salvar a Alice.
- Eugeo-senpai, a Alice-sama se importa muito com o senhor. Eu sei que você vai conseguir salvar ela. - Ronye falou para ele gentil.
- Obrigado, Ronye. Eu sempre pude contar com você e Tiese pra lidar com o Kirito. - Eugeo deu uma pequena risada, apreciando a gentileza da morena. Quando Eugeo olhou para a mão de Kirito, que segurava as duas espadas, o loiro rapidamente notou que a sua espada falsa estava com alguma coisa estranha. - Kirito, eu posso pegar a espada por um instante?
Após poucos segundos, Kirito rapidamente soltou sua mão esquerda deixando com que Eugeo pegasse a cópia da Espada da Rosa Azul. Ao desembanhar a lâmina de gelo transparente, Eugeo rapidamente arregalou os olhos ao ver que apenas metade da espada saiu daquela bainha.
- Não pode ser. A cópia da espada está quebrada! - O loiro ficou estático ao ver que sua própria cópia estava partida até a metade. Isso nunca aconteceu com ele, desde que a lâmina original havia sido quebrada há seis meses no 100º Andar da Igreja de Axioma. Ele focou sua Encarnação e magia para recuperar a forma da lâmina, mas não estava tendo efeito. A Espada da Rosa Azul falsa que Kirito carregava não podia ser mais consertada, afinal uma única lâmina era o limite que Eugeo podia alcançar para fazer.
- A espada está quebrada? - Ronye estranhou ao olhar para o estado da lâmina azulada. - Mas as Armas Divinas são difíceis de serem destruídas, por terem uma durabilidade quase ilimitada.
- Isso é uma cópia minha feita de gelo, Ronye. Se ela quebrasse, poderia ser reconstruída facilmente. Mas parece que não tá dando certo. - Eugeo usava sua Encarnação para tentar consertar a lâmina, mas na última tentativa também não funcionou. Ele colocou a cópia da espada de volta na bainha e devolveu para Kirito. - Terei que ver isso uma outra hora. Toma conta dessa espada com cuidado, Kirito.
- Ah... Ah... - O Espadachim Negro deu um sussurro inteligível, enquanto apertava firmemente a cópia da espada do amigo.
Do lado de fora, os soldados humanos começavam a seguir em frente com as ordens de Eydis e Nelgius. As tropas de Renly já foram andando na frente, começando a subir aquela cratera. Nesse momento, Sinon conversava com Asuna e Yuuki sobre o que havia acontecido nas últimas horas lá no Mundo Real, e também pela surpresa em ver que Yuuki Konno estava vivinha da silva bem ali em Underworld.
- Yuuki, tem certeza que você não precisa de uma outra armadura? - Asuna sugeriu a ela. - Os Cavaleiros da Integridade tem uma armadura sobrando pra você.
- Nesse mundo eu sou a Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros, Asuna. Não vou me rebaixar aos Cavaleiros da Integridade por causa dessa trégua temporária. - A garota de cabelos roxos respondeu orgulhosa bufando as bochechas, fazendo Asuna e Sinon tirarem uma risada nasal. Mesmo livre do controle mental do Deus Vecta e com as suas memórias do mundo real recuperadas, Yuuki ainda tinha seu orgulho de Cavaleira Negra intacto. Mas ao olhar da acastanhada, isso ainda não iria acabar tão cedo.
- Então os invasores da Rath estão mesmo usando players americanos pra fazerem o trabalho sujo. - Asuna falou irritada, enquanto olhava para um pelotão começando a se mover.
- Já se passaram mais ou menos umas duas horas desde que esses vermelhinhos chegaram. - Yuuki falou, olhando ao redor para ter certeza de que o inimigo iria tardar a chegar. - Aquela rajada de flechas que você disparou ajudou, mas mesmo assim...
- Sim, eu sei. Acho que não vai acabar tão cedo também. Quando o sistema do Underworld tava me trazendo lá no céu, eu vi umas ruínas abandonadas há uns cinco quilômetros daqui. Talvez a gente possa emboscar o inimigo lá. - Sinon explicou uma ideia para elas, que acentiram.
- Já entendi, Sinon. - A garota de cabelos castanho-alaranjados acentiu. - Mesmo com essa quantidade enorme de americanos em VRMMOs, eu duvido que eles consigam tantas pessoas tão rápido. E se usarmos os nossos poderes divinos pra vencermos eles agora, os invasores na Rath não vão conseguir fazer muita coisa.
- Então fechou. - Sinon acentiu em concordância. - E Asuna, a Yui me contou tudo sobre a investigação sobre o Eugeo e o Sword Art Online e pediu pra te contar tudo.
- Ela te contou tudo?! - Asuna gritou, ficando surpresa com a investigação que Yui conseguiu realizar e em seguida, explicar para Sinon. A sniper acentiu com a cabeça, já sabendo o que Asuna iria fazer então rapidamente tocou nas mãos dela. - Yuuki, pode segurar na minha mão?
- O que você vai fazer com isso, Asuna? - A garota de cabelos roxos estranhou com que a espadachim queria.
- Ah, é mesmo. O poder da Deusa Stacia tem habilidades de telepatia. A Asuna consegue ler a mente de qualquer um, apenas tocando as mãos. - Sinon explicou a mais nova.
- Você falou que conhecia o Eugeo, então preciso das suas memórias pra poder entender se isso é mesmo verdade. - Asuna pediu a ela novamente.
- Ah, saquei então. Pega aqui. - Yuuki estendeu suas mãos para Asuna e ela ativou o seu poder de telepatia para ver tudo nas memórias de Sinon e Yuuki.
Começando por Yuuki, Asuna pôde mergulhar pelas memórias da ex-Líder dos Cavaleiros Adormecidos. Isso fez Asuna ver os dias em que Yuuki esteve no hospital antes de começar a usar a máquina do Medicubuloid, e depois disso as memórias que ela teve em Underworld vivendo nas ruas para sobreviver. Após isso, ela conheceu a Cavaleira Negra Lipia Zancale. Foi começando daí que Yuuki iniciou a sua estrada para se tornar a Cavaleira Negra mais poderosa de Underworld. Mas isso não foi o mais importante, pois no momento em que viu as memórias de Yuuki no hospital no Mundo Real, lá estava o Eugeo visitando ela e em algumas vezes conversando a distância, junto com Moonphase e Mei Mei por uma vídeo-conferência a distância.
Agora nas memórias de Sinon, Asuna pôde ver tudo o que Yui explicou não só para ela como também para Leafa. E além disso, a espadachim pôde ver que Sinon e Leafa se beijaram ontem, mas ignorou isso pois era um assunto pessoal delas que iria conversar depois.
- “O Eugeo teve uma vida no Mundo Real antes de ir para o Sword Art Online. Durante dois anos, ele se tornou membro da guilda secreta da Argo com o título de Mensageiro das Rosas. E pelo que a Mei Mei Xiang e Moonphase me contaram, eles eram amigos do Eugeo antes do lançamento do SAO.” - Asuna ouvia a voz de Yui falando com Sinon e Leafa, enquanto elas conversavam no metrô. Realmente, a história que Yui coletou em relação a amizade dele com Yuuki, Argo, Moonphase e Mei-Mei Xiang era tudo verdade. Incluindo o relatório no banco de dados do SAO, mostrando que Eugeo se sacrificou para conseguir o item de rastreamento para dar a Argo com objetivo de derrotar a Caixão Sorridente de uma vez por todas, e também se casou com a Alice no SAO. Tendo também o motivo para a ressurreição dele após a morte da Administradora, uma repaginada mental do seu FluctLight e trocando a mente de um Eugeo para o outro, como um backup de memórias através da Espada da Rosa Azul. Foi assim que Higa trouxe Eugeo de volta, por ser um protótipo A.L.I.C.E.
A garota de cabelos castanhos soltou a mão de Yuuki e Sinon, vendo que a investigação de Eugeo em relação ao Sword Art Online, o conhecimento que ele tinha com Argo, Yuuki, Moonphase, Mei Mei e a explicação que Kikuoka, Higa e Rinko falaram era realmente verdade.
- Yui-chan... Eu já entendi tudo. - Foi apenas isso que a garota de cabelos castanhos alaranjados falou, enquanto soltava a mão de Yuuki e Sinon. - Muito obrigada, garotas. Mas Sinon, você e a Leafa... Eu entendo que vocês duas estejam passando por isso, mas...
- Eu vou tentar me resolver com ela uma outra hora. Quando o sistema me trouxe pra cá, nós nos separamos. Temos um link telepático para conversarmos a distância com o poder de Solus e Terraria, mas não consigo conversar com ela pra saber aonde ela está. Só sei que ela tá em algum lugar do Território Negro. - Sinon falou um pouco cabisbaixa, mas rapidamente levantando o seu semblante. - A propósito, o Kirito também tá nessa unidade aqui?
- Pra quê tanta formalidade? Não precisa disso, mesmo você usando uma conta de deusa. - Asuna riu com a educação que Asada tava mostrando para ela. - O Kirito e o Eugeo tão nessa carruagem aqui.
- Ah, então deixa eu ir lá dar um oi. - Sinon falou, e Asuna acentiu juntamente com Yuuki. Ao chegarem na porta, a sniper abriu a maçaneta mas ao passar, as quatro lâminas que ficavam flutuando sobre as suas costas quase acertaram Asuna.
- Eita porra, cuidado sua doida! - A garota de cabelos castanhos alaranjados falou exaltada, em um clima um pouco cômico. - Tá tentando me matar?
- Essas faquinhas são perigosas? - Yuuki falava, enquanto tocava a ponta das lâminas com a pontinha dos dedos. - Que material esquisito. Parece até igual ao de um Objeto Divino.
- Foi mal aí, Asuna. Esqueci que eu tenho essas faquinhas agora. Passa vocês primeiro então. - Sinon deu passagem para Asuna e Yuuki entrarem, sendo seguidas por ela. Ao adentrar ali, estavam duas Pajens e um Cavaleiro da Integridade loiro vestindo uma elegante armadura azul-prateada cuidando do Espadachim Negro.
- S-Solus-sama? - Eugeo, Ronye e Tiese perguntaram ao mesmo tempo. Então, Ronye já seguiu em frente decidindo questionar a estranheza dela. - O que a Deusa do Sol faz aqui?
Asada achou estranho ao ver que esses três iriam reagir ao verem ela usando o corpo, ou melhor, a conta da Deusa Solus ao lado da Deusa Stacia. Ela percebeu a estranheza disso e rapidamente explicou a eles três.
- Ah, foi mal aí. Posso até parecer a Deusa Solus, mas só estou apenas usando o corpo dela. O meu nome é Asada Shino. Podem me chamar de Sinon. É um prazer conhecê-las - Ela se apresentou a eles.
- Sinon... - Eugeo sussurrou ao ouvir o nome da garota usando o poder da Deusa Solus. - Você também é uma amiga do Kirito lá do mundo real? Vocês dois usam a técnica de apelido com partes de nome.
- Sim, e você deve ser o tal Eugeo. - A garota de cabelos cianos deduziu.
- Isso mesmo. Sou o Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - O loiro se apresentou a ela com um aperto de mãos, que ela retribuiu. Mas no momento em que ela olhou para os olhos de Eugeo, ela sentiu um arrrepio na espinha como se visse uma sombra estranha no ar com aquele formato demoníaco e a sede de sangue que o loiro tentava segurar. Ao reconhecer aqueles olhos, se lembrou daquele player americano do GGO com quem ela enfrentou a algumas semanas atrás. Mas decidiu ignorar isso.
- Vocês Cavaleiros da Integridade tem mesmo um nome esquisito. - A sniper brincou para tirar essa sensação estranha, percebendo que o nome deles tinham números.
- Até eu rio disso sempre que me lembro desses nomes. - Yuuki riu, lembrando desses sobrenomes dos Cavaleiros da Integridade. - Aí, loirinho. Ainda bem que eu não sou como você.
- O sobrenome pode ser esquisito sim, mas vale a pena ser um, Yuuki. - Eugeo falou sorridente, tocando no símbolo da Igreja de Axioma seu peito fazendo a garota de cabelos roxos dar um olhar de nojo.
- São só garotas que são amigas dele... - Ronye deu um sussurro cabisbaixo, já vendo que Kirito mesmo em Underworld ou no Mundo Real, a coisa era a mesma.
- E não somos as únicas. - Ela se agachou para ver melhor Kirito. Sinon arregalou os olhos ao ver como estava ele. Ele estava vestindo uma armadura de Cavaleiro da Integridade, mas seus olhos pretos-cinzentos estavam completamente sem vida, um dos seus braços havia sido arrancado e ele apenas estava ali. - Kirito...
- Ah... - Kirito fez um sussurro inteligível, soltando por um segundo os dedos da Espada do Céu Noturno e da cópia quebrada da Espada da Rosa Azul, tentando tocar inutilmente o rosto da sniper. Mas mesmo assim, ele não se mexeu a mais do que isso.
Ela largou o seu Arco de Solus no chão e abraçou ele, que conseguiu ter mais uma reação de memórias assim como Asuna e Bercouli fizeram para com que o Espadachim Negro conseguisse reagir. E agora, Sinon conseguiu também. Ao dar um beijo no rosto dele e se soltar do abraço, ela se levantou e olhou para trás onde pôde ver Asuna, Tiese e Ronye soltando algumas lágrimas, enquanto Eugeo e Yuuki apenas ficavam de olhos fechados pensando em como o amigo deles estava.
Em todos esses meses ao lado de Alice para cuidarem de Kirito, eles sempre pararam para pensar no que se passava na mente catatônica do Espadachim Negro. Afinal, ele havia passado por tanta coisa e agora havia mais uma pessoa que conseguiu despertar ainda mais as emoções do rapaz de preto.
- Eugeo, o Kirito deve ter mesmo alguma coisa doida na cabeça pra gostar tanto de vocês. - Sinon deu uma risada para descontrair aquele momento tocante para todos.
- O Kirito sempre gostou de ajudar desgarrados. Talvez Isso faz da gente ser alguns deles. - O loiro riu, lembrando ao perceber o jeito que Kirito sempre tratou com seus amigos.
- Desgarrados... Acho que já faz parte da gente mesmo. - A garota de cabelos roxos riu de lado.
- Eu sei que o Kirito vai voltar. Afinal, sempre que a gente mais precisa, ele sempre aparece. Não é mesmo, Asuna? - Sinon tocou nos ombros da amiga, que acentiu um pouco mais positiva. - Bom, eu acho que vou sobrevoar o lugar até aquelas ruínas pra evitar ataques dos vermelhos e ter uma ideia do local. Vocês podem cuidar do Kirito.
Ela começou a sair da carruagem, mas de repente ela foi segurada pelas mãos de Eugeo e Asuna.
- Como assim "sobrevoar?!" - Os dois a questionaram confusos. - Tá dizendo que você consegue voar?
- É, pois é. Parece que essa é uma das habilidades da Deusa Solus. - A sniper explicou a Asuna. - Eu tenho Vôo Ilimitado e disseram que eu posso voar por quanto tempo eu quiser.
- Então a gente não precisa de ajuda! - Asuna gritou, fazendo Sinon se surpreender com o tom repentino da amiga.
- Osh, Asuna. Eu chego aqui pra dar uma força e você me manda embora?
- Não, sua tonta! - Asuna consertou as palavras. - O Imperador Vecta sequestrou a Alice e já tá indo pro Altar do Fim do Mundo! O Comandante dos Cavaleiros da Integridade foi atrás deles e impedir o Vecta, mas talvez não seja o bastante! Vá atrás deles!
- Entendi então. Eu queria procurar pela Leafa primeiro, mas vai ser melhor se eu for ajudar eles.
- Espera, Sinon! - O loiro da armadura azul-prateada chamou a arqueira, tocando no seu tecido branco e fazendo-a parar com o modo de vôo. - Me leve com você!
- Eugeo? - Asuna e Yuuki olhavam perplexos com o que o loiro pediu.
- A proteção da Alice é minha responsabilidade, e eu não posso deixá-la sozinha com o Vecta. - Eugeo falou decidido, já sabendo do que tudo isso traria se Gabriel chegar no Altar com ela. - Se o Imperador Vecta chegar no Altar do Fim do Mundo, eu sei o que vai acontecer com ela e com Underworld.
- “Asuna, a Alice tá grávida do Eugeo?” - Sinon olhou e perguntou para a amiga telepaticamente e completamente perplexa ao ver que uma A.L.I.C.E estava grávida de um outro A.L.I.C.E. E como Asuna conseguia ler a mente das pessoas, com certeza ela captaria o que Sinon viu enquanto ela lia a mente dela e de Yuuki. - “Isso não é bom. Eles dois são A.L.I.C.E.s, sabe-se lá o que podem fazer quando o pessoal da Rath ou o Vecta descobrir.
- “Eu sei do perigo que isso trás, mas não conta pro Eugeo. A Alice me fez prometer que não contaria a ele.” - Asuna respondeu telepaticamente, enquanto acentia com a cabeça.
- Eugeo, eu compreendo como você deve estar se sentindo e eu vejo que você ama muito a Alice. Mas eu não sou forte o bastante pra te carregar e eu vou voar muito rápido. - Sinon tocou em seu ombro, querendo que ele entendesse o que deveria fazer. - O seu dragão tá machucado, mas ele ainda pode se curar. Quando ele estiver curado, venha atrás dela comigo. Quando eu encontrá-la e ajudar o seu Comandante, eu vou esperar junto com ela lá no Altar do Fim do Mundo pra irmos todos embora. Confie em mim, assim como o Kirito confia em você.
Vendo que teria que esperar até que Hanayuki se recuperasse de seu ferimento, Eugeo teria que tentar resistir ao seu instinto de proteção pela sua amada por um tempo. Ele apertou firme a sua mão direita. Agora ele teria que confiar em Bercouli e Sinon para garantirem a segurança da sua amada.
- Entendido então, Sinon. - Eugeo acentiu a ela, com uma relutância. - Eu vou confiar em você.
- Muito bem. - Sinon deu um suspiro fundo e começou a sentir uma poderosa pressão em seus ombros e costas. Ao ver suas lâminas flutuando para os lados como asas, a arqueira começou a flutuar e com um simples salto levantou vôo para o céu avermelhado do Território Negro.
Ao dar uma última volta pelo local, Sinon se ajeitou com sua habilidade de auto-localização e começou a voar em direção ao sul, a toda velocidade.
Ao perderem Sinon de vista, Eugeo e Asuna apenas esperavam que a sniper chegasse rápido para ajudar Bercouli e derrotarem Vecta. Claro, ninguém ali além de Eugeo e Alice sabiam da verdadeira identidade do Imperador Vecta, como Gabriel Miller.
E agora com as suas memórias do mundo real restauradas, o loiro se recordou da berserker ao seu lado. Ele conhecia Asuna e Kirito naquela época do SAO, mas não tanto como agora. Até Kirito acordar e eles saírem desse mundo, eles precisam muito juntar suas forças. Com Yuuki e os Cavaleiros da Integridade remanescentes dentro do Território Negro como Eugeo, Kirito, Eydis, Eldrie, Renly, Entokia, Sheyta, Nelgius e Bercouli, talvez o Deus das Trevas e as forças dos players vermelhos seriam subjulgadas.
- Eugeo, Asuna-chan. - Eydis chamou pelos dois, já montada em Kirimai. - A gente tem que ir pro sul. Vambora gente.
- Tá bom, Eydis. - Eugeo acentiu, enquanto ia junto com Asuna de volta para a formação.
- Ei, Eugeo. - Asuna chamou a atenção dele, antes de se separarem. - Confia na Sinon. Ela vai ajudar a Alice e o Comandante a derrotarem o Vecta.
- Está bem, Asuna. Vou confiar nela e em você também. - O loiro acentiu com um sorriso fraco, mas firme.
Ao subir na garupa de Kirimai, Eydis começou a levantar vôo com seu dragão indo em direção ao sul, ao lado de Kazenui com Renly, Nelgius e Entokia.
- Eugeo, ainda estou sentindo a sua preocupação. Deve focar em curar o seu dragão para levantar vôo a qualquer momento. - Nelgius o lembrou, enquanto olhava para o horizonte.
- Entendido, Nelgius. Quando pararmos mais ao sul, vou terminar de curar ele. - O loiro acentiu para o esverdeado mais velho.
- Aí, relaxa. - A acinzentada o tranquilizou. - A gente vai salvar a Alice. Somos em sete Cavaleiros da Integridade e agora temos duas deusas fodonas do nosso lado. Vamos terminar com essa guerra de uma vez e vocês dois podem ir pra esse outro mundo.
Eugeo notou em Renly e Entokia acentindo com um sorriso enquanto Nelgius apenas balançou a sua cabeça em positivo.
- Gente... Obrigado. - O loiro sorriu agora um pouco mais positivo. - “Vamos pro Altar do Fim do Mundo juntos. Daqui a pouco, vou vou te salvar, Alice. Acredite em mim.”
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Alguns minutos atrás...
Ruínas do Portão Leste - Lado do Território Negro
Lá em baixo daquele local de uma grande batalha sangrenta nas últimas horas, um certo orc cavava no chão com suas mãos e finalmente encontrou um brinco de prata. Ao segurar firme, ele começou a chorar.
Ele se recordou de quando a Chanceler dos Magos Negros ordenou que parte do exército dos orcs fosse usado para o feitiço dos Vermes Negros, a mando do próprio Deus das Trevas. E esse orc perdeu sua esposa por isso.
- Por quê nós lutamos, Lenju? Você não precisava morrer por eles... - O orc começou a gritar de raiva. - AAAAHHHHHH!!!
- AAAAHHHHHH!!! - De repente, um grito feminino apareceu após um clarão de energia aparecer no céu. Ao sentir algo cair atrás dele, o orc foi jogado para frente devido a energia cinética.
Ao olhar para trás, ele notou que uma adolescente humana de longos cabelos loiros estava no chão. Ao perceber a armadura leve e as roupas verdes com o melhor tipo de tecido e uma espada na bainha, essa garota não era uma simples humana.
- Mas que merda! - A loira se irritou, enquanto se sentava e colocava sua mão na cabeça para tentar massagear no local dolorido. - É por isso que eu odeio ganhar equipamento novo assim do nada.
- N-Não se aproxime de mim! - O orc falou, defensivo enquanto erguia a sua espada para se proteger da garota.
Ao olhar para sua frente onde havia uma criatura semelhante a um homem, a loira se levantou e começou a limpar as suas roupas da poeira avermelhada.
- Bom tarde, senhor. Ou bom dia. Eu não sei que horas são aqui. - A loira o cumprimentou com palavras de forma alegre e bem normal para o orc, o que fez estranhar o comportamento da humana.
- Por quê não foge de mim? Por quê não grita? Por quê você não me ataca com a sua espada? Você é uma humana, não é? - O orc perguntou, ainda com sua guarda levantada.
- Por quê, né? Você é humano, oras. - Ela respondeu da forma mais simples do mundo.
- Para com isso, garota! Eu sou um orc, não vê?
- Orcs são parte humanos. Então você ainda é humano. De que diferença isso faz? A gente já tá conversando agora. Então do que mais precisa?
- Do que mais? - O orc ainda olhava perplexo para a loira. Por quê ela não estava com medo dele?
- E parando pra pensar, onde a gente tá agora? - Ela olhava para uma vasta cadeia de montanhas vermelhas junto com a atmosfera avermelhada no céu e ao ver que o moço com aparência de porco ainda não confiava nela, ela esqueceu até mesmo de se apresentar a ele. - É mesmo. Qual é o seu nome?
- Eu sou Lilpilin. Sou o líder dos Orcs. - Lilpilin se apresentou a garota.
- Lilpilin? Curti o seu nome. Eu sou Suguha Kirigaya, mas pode me chamar de Leafa pra facilitar. - Ela estendeu sua mão para ele, para se cumprimentarem, mas Lilpilin ainda não confiava em Leafa. - É um prazer te conhecer.
- Você é uma cavaleira do Exército da Humanidade, não é mesmo? Então eu vou te levar como minha prisioneira para o meu imperador.
- Esse imperador é o tal Imperador Vecta, o Deus das Trevas? - Leafa o questionou.
- I-Isso mesmo, humana.
- Partiu então. Me leve até o Imperador Vecta - Leafa estendeu seus braços para o lider dos orcs, para que ele a prendesse.
- “Que garota maluca.” - Lilpilin estranhou ao ouvir Leafa falando isso, e pegou uma corda em sua bolsa para prender a loira. - “Como poder falar já faz de mim humano? Os goblins, ogres e gigantes também sabem falar. Diferente dos Pugilistas e Cavaleiros Negros, que tem uma ascendência mais próxima dos humanos. Mesmo os humanos nos tratando com humilhação e desprezo, essa garota ainda assim parece tão inocente e idiota ao acreditar em que sou humano. Por quê?” - Lilpilin terminou de amarrar a corda nos pulsos da loira. - Vamos embora.
No momento em que iam começar a andar, uma névoa negra apareceu de repente e de lá, saiu a Chanceler dos Magos Negros que estava dada como morta após o ataque brutal da Sacerdotisa da Luz.
- Chamada de Sistema: Transferir Durabilidade Humana! Esquerda para o Usuário! - Ela pegou Leafa e usou sua magia de Elemento Umbra, criando vermes de seus dedos para percorrer por todo o corpo de Leafa, e absorvendo toda a energia e vida da loira até que dia vida chegasse ao fim, e se curando de todos os ferimentos fatais que Alice causou nela. - Essa garota é uma perfeita fonte de energia! Bom trabalho por me trazer essa presa, porco.
- O que tá fazendo, bruxa?! Ela era a minha prisioneira! - O orc se irritou ao ver Dee Eye Ell jogando o corpo de Leafa para um canto qualquer de rochas.
- Se esqueceu de que o Imperador Vecta me deu autoridade para fazer o que eu quiser, depois da Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros, porco? A minha vontade é a vontade do imperador.
Enquanto discutiam, naquele canto onde o corpo morto de Leafa estava apareceu um circulo cibernético verde no chão fazendo com que um pequeno canteiro de flores fosse criado e começando a dar energia como a de nutrientes, trazendo a loira de volta a vida.
Ao ver isso, a bruxa deu um sorriso malicioso e usou seus vermes para absorver a vida e a energia da garota novamente.
- Você é dura na queda. Eu gosto disso. Você tem uma energia tão doce, sua pirralha humana! - Dee Eye aproveitava da energia que o corpo de Leafa fornecia a ela, e ordenou que Lilpilin estuprasse ela. Mas ao se lembrar do que a loira falou sobre os humanos e o incentivo de sua falecida esposa, o líder dos orcs resistiu a ordem fazendo com que seu Selo do Olho Direito explodisse e atacando a Líder dos Magos Negros com sua espada, atacando em um dos vermes dela.
Quando Dee Eye percebeu isso, sua raiva subiu a cabeça dela e começou a chutar e pisar no orc que estava no chão, com violência. Mas antes que ela pudesse matá-lo com suas unhas retráteis, Leafa rapidamente se recuperou e pegou a espada de sua Lâmina de Terraria da sua bainha.
- Aí, sua Bruxa do 71 periguete do caralho! - A loira ergueu sua lâmina já totalmente recuperada, chamando a atenção dela. - Sai de perto dele!
- Como é que é? - A bruxa olhou irritada para a loira, e rapidamente se surpreendeu que ela estava completamente curada em poucos segundos. - Mas como isso é possível? Você devia estar morta!
Leafa nem hesitou e começou a atacar a bruxa, que não teve escolha a não ser se proteger com suas unhas. A loira percebeu que essas unhas eram duras, finas e resistentes como aço. Ao atacar com um golpe do lado direito, Leafa rapidamente acertou um dos braços de Dee Eye e arrancou o membro dela.
- Não acredito. - Dee Eye olhava para Leafa, ainda completamente estupefata com o comportamento dela em querer proteger um orc e atacar outro ser "semelhante" a ela. - Por quê uma humana está atacando uma outra humana pra proteger um porco desses?!
- Você está errada. Não estou atacando um ser humano, e sim atacando o mal para salvar um humano! E além disso, nesse mundo eu nem mesmo sou uma humana. Eu sou uma deusa! - Leafa usou uma de suas Sword Skills do ALO, numa tentativa de cortar a bruxa de uma vez por todas. - Jodan no Kamae: Primeiro Golpe! Aerial Slash!
Quando a bruxa foi atingida pelo ataque de Leafa, ela rapidamente criou um escudo com um dos cadáveres das bruxas que ela usou no ataque de Alice.
- “Quem é essa garota?! Por quê ela não morre?! E por quê ela é tão poderosa assim? A energia que ela tinha não era como a de ninguém em Underworld, a não ser a do Imperador Vecta. Parece ser um tipo de energia da natureza vinda das plantas. Não pode ser! Então essa pirralha... Ela é mesmo a Deusa Terraria?” - Dee Eye baixou o seu escudo, agora tentando tomar uma distância melhor da deusa. - “Preciso de mais sangue. Se eu absorver mais pessoas, posso ficar mais forte a ponto de matá-la. É isso aí... Eu estou sentindo mais energias vindo lá do sul. Vou pra lá e arrancar mais para matá-la e o Imperador Vecta em seguida!”
Ao criar um verme gigante com asas de inseto, a bruxa começou a levantar vôo em direção ao sul. Leafa tentava atirar algumas rajadas de Elemento Aéreo, mas Dee Eye já estava fora de alcance.
- Merda... Ela tá indo pro sul. - Leafa se irritou ao ver a bruxa voando naquele bicho... diferenciado. Ao ver que o orc estava no chão ainda ferido pelos machucados de Dee Eye, Leafa foi até ele. - Lilpilin, você tá bem?!
- Por quê você me salvou? - Ele a perguntou, se levantando aos poucos. - Você é a Deusa da Terra e mesmo assim, salvou a minha vida.
- Não sou a verdadeira Deusa Terraria. E eu não pude deixar você correr perigo por causa daquela bruxa. - A loira explicou a ele, enquanto olhava para a direção que a Chanceler dos Magos Negros estava indo. - Eu preciso de ajuda. Eu vim a esse mundo pra encontrar uma tal Sacerdotisa da Luz e esse Cavaleiro Safira pra levá-los até o Altar do Fim do Mundo, e matar o Imperador Vecta. Eu sei que o que eu peço é muito, mas pode me ajudar?
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12:29 da Tarde...
Em algum lugar do Hemisfério Sul de Underworld...
Ponto de Vista(Alice)
Eu estava começando a acordar aos poucos, após sentir todo o poder sombrio do Deus das Trevas. Abria os meus olhos com um pouco de dificuldade, mas ainda estava viva. Isso era o que importa.
Vi um vislumbre de pedras se movendo rápido com uma criatura alada, mas quando eu percebi eram as sombras de um dragão voando sobre as montanhas. Quando eu tive a certeza de onde estava, me lembrei do que houve. Fui sequestrada pelo Gabriel!
- Então você já acordou? Não sabia se iria acordar. - Comecei a ouvir aquela voz calma e irritante daquele desgraçado. - Já que eu não tenho mais ninguém pra conversar.
- Me solta! - Comecei a fazer força daquelas patas do dragão dele, mas não conseguia me soltar. Será que ainda estou sobre o efeito do feitiço dele? - Gabriel Miller, me solta agora!
- E perder a minha alma preciosa? Não é assim que eu faço as coisas, Alice. - O loiro deu uma risada nasal, enquanto continuava guiando o seu dragão. Ao estender sua mão até a minha direção, ele criou uma espécie de cordas gasosas e me puxou da pata do dragão dele, me segurando nos braços do loiro. - Eu sei que você quer me matar e também tem milhares de perguntas, e eu te prometi contar a verdade.
- Por quê?! - Já perguntei a primeira coisa que eu já tinha na minha cabeça no momento em que ele nos traiu. - Por quê você é o Deus das Trevas? Por quê você matou milhares de pessoas, por quê você traiu o Eugeo e por quê você quer a gente?!
- É bem fácil. Eu quero você, o Eugeo e a minha esposa de volta. - Ele me respondeu, olhando sério pra mim.
- Sua esposa? Como assim?
- Eu sou chefe de um grupo de operações especiais lá no mundo real e eu vim aqui pra sequestrar dois humanos especiais pra uma certa nação lá no meu mundo. - O doido do Gabriel começou a me explicar melhor. - Você e Eugeo fazem parte de um projeto secreto do mundo real conhecido como Projeto Alicization, onde o objetivo é criar um humano artificial perfeito na nova geração mundial. O Eugeo é o meu filho. Ele era do mundo real, mas acabou morrendo em um acidente há alguns anos atrás. E a mãe dele morreu alguns dias depois dele nascer devido a uma doença que ela teve na infância. Quando eu soube que ele estava sendo reencarnado em um laboratório avançado, não pensei duas vezes e vim para cá.
- Do que você tá falando? O Eugeo não é o seu filho! - Neguei pra ele. Mesmo eles tendo algumas semelhanças tão óbvias, eu negava lá no fundo que o verdadeiro pai do Eugeo seria um maluco surtado como esse cara. Eu sei que ele não é... - E que história é essa de laboratório e humanos artificiais?
- Alice. Eu posso ver a dúvida no seu rosto. - Olhei perplexa pra ele. - Provavelmente você deve ter se encontrado com uma pessoa usando o corpo da Deusa Stacia. E com certeza já te falou sobre o Mundo Real. Acontece que Underworld é um mundo falso criado por cientistas. Toda a vida que você passou nesse mundo, seus amigos e até mesmo os Cinco Deuses não passam de uma mentira.
Não pode ser... Não pode ser verdade! Esse mundo foi criado pelos Cinco Deuses de Underworld. Stacia, Solus, Terraria, Lunaria e Vecta. Pelo menos, o verdadeiro Vecta. E como assim esse mundo é uma mentira? Isso não é falso! Eu sei disso! Afinal de contas, eu nasci nesse mundo e esse... esse... esse meu bebê que tá no meu ventre com certeza e a prova concreta da verdade. Não é mentira!
- Eu sei que você é uma garota orgulhosa demais, e que com certeza você não quer aceitar a verdade. Eu também não aceitaria se estivesse no seu lugar. Mas acredite em mim. Eu posso ser várias coisas. Um assassino, psicopata ou uma pessoa problemática, mas não sou mentiroso.
- Eu não vou acreditar em você, seu filho da puta! - Gritei pra ele, negando tudo o que esse desgraçado falava. - Me fala o que você quer de verdade! Qual é o seu verdadeiro objetivo?!
- Já disse antes. Minha esposa, o Eugeo e você. - Ele agora começou a sorrir de uma maneira estranha. - Você é uma FluctLight especial, com uma alma que supera a de qualquer pessoa nesse mundo. Eu quero brincar com sua alma, e depois de você se tornar uma casca vazia, eu vou usar o poder do Vecta pra converter o que sobrar da sua mente pra trazer a minha esposa Alicia de volta.
Então era isso o que ele queria comigo? Roubar a minha alma até não sobrar nada, e depois me usar pra trazer a mulher dele através de mim? Não, isso não! Nem ferrando eu vou deixar!
- VOCÊ É UM DOENTE! ME SOLTA DAQUI AGORA!!! SOCORRO!!! ALGUÉM ME AJUDA!!!
- Não posso deixar você fugir. Eu estou buscando uma chance como essa há anos. Eu pude ver lá em Rulid como você estava perto do Eugeo. Você o ama de verdade, assim como ele ama você. Fico feliz que ele tenha encontrado alguém muito especial, e eu quero te fazer uma proposta. - Ele continuava sorrindo igual a um maluco. - Se você sobreviver ao que vou fazer com você, eu posso separar o seu corpo da minha esposa para que você possa ficar com Eugeo. E depois que o meu pessoal no mundo real deletar esse mundo, você não terá mais problemas.
- Você vai destruir Underworld?!
- Isso mesmo. Vou apagá-lo igual a uma borracha apagando um lápis. Todos os habitantes deste mundo irão morrer em um piscar de olhos, e com certeza você não precisará mais sentir dor ao se lembrar deles.
- Eu vou matar você, seu doente!
- Vou gostar de te ver tentar. Mas isso não vai mudar o que vou fazer com você. - Ele falou, enquanto olhava para trás. - Mesmo com aquele Cavaleiro da Integridade me seguindo.
- Quê Cavaleiro da Integridade? - Tentava mexer a minha cabeça para o lado, mas esse retardado mental me jogou do dragão. Dei um grito alto ao me sentir no ar sendo segurada por nada, até que a pata do dragão dele me pegou de novo. Pude olhar para trás quando estava no ar e quando eu vi a Amayori com Takiguri, o Tio Bercouli estava no meio deles junto com seu dragão Hoshigami.
- Tio... - Fiquei feliz ao ver a minha figura paterna vindo me salvar, mas não sei se ele consegue derrotar os poderes do Imperador Vecta.
Talvez o Eugeo tenha uma chance contra ele, mas...
EUGEO!
Acabei de me lembrar dele usando os poderes do Modo Vecta combinados com a Release Recollection dele! Será que ele está bem? Não pude ajudar ele e eu sou a única pessoa que pode controlá-lo com aqueles olhos.
Não sei o que tá acontecendo lá atrás, no norte. Mas o meu namorado deve estar matando vários daqueles soldados vermelhos, ou até mesmo os nossos homens. Não devia ter me distraído e por minha causa, ainda nem mesmo contei a verdade pra ele. E não sei se a Asuna e a Eydis vão deixar essa história em segredo.
Enquanto voávamos, pude sentir um pouco de enjôo devido a velocidade e a altura. Legal, Alice Schuberg! Você sabe mesmo ter a hora perfeita pro seu corpo querer passar mal.
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Ontem na reunião a noite, antes da Eydis desativar a Assimilação Sanguínea dela, pedi que pudesse conversar com a Senhora Fanatio. Ela é a segunda mulher mais velha de Underworld e apesar de eu não gostar muito da maneira intimidadora dela, ela sempre foi como o que eu posso chamar de figura materna.
Enquanto ela conversava algo com o Tio Bercouli, chamei ela para falar com ela sobre a minha gravidez.
- Alice, isso é bem simples. Conte a verdade a ele. - Ela falou pra mim, da maneira mais fácil do mundo.
- M-Mas eu não posso! Se o Eugeo descobrir que eu estou grávida, o plano não vai funcionar. E não quero que ele fique fora do dever dele. - Falei para ela, querendo que ela entendesse o me lado.
- Entendo que seja por um bem maior, mas Alice, você sabe que precisa dizer a verdade a ele. - Ela se sentou ao meu lado. - Tenho certeza de que você não quer ser mãe, mas abortar uma criança é o maior tabu que uma mulher pode causar. Nós somos Cavaleiras da Integridade, não assassinas. Esse bebê não foi o que você planejou e agora que existe um outro mundo, sei que isso te apavora muito. Mas confie em mim. Se você contar a verdade ao Eugeo, só vai uní-lo a você ainda mais.
- E se eu abortar essa criança e ele não aceitar? - Eu perguntei a ela, que apenas suspirou e pegou minha mão levando a barriga dela. - O que tá fazendo, Vice-Comandante?
- Sinta.
- Sentir... Sentir o quê? - Do nada, pude perceber algo nos meus sentidos apurados. Era o mesmo batimento do meu bebê. Isso quer dizer que... - S-Senhora Fanatio, você também está...
- Sim, eu também estou. Eu contei ao Bercouli no dia em que descobri. Já tenho quase um mês e meio, e ele aceitou que eu lutasse no campo de batalha. Alice, a sinceridade é uma coisa difícil e ao mesmo tempo fácil. Eu tenho 273 anos de idade num corpo jovem de uma mulher de 30 anos. Depois que o Kirito e Eugeo mudaram o meu jeito de pensar sobre a minha aparência, eu pude ter a chance de me aproximar de todos vocês. - Ela começou a fazer um cafuné no meu cabelo. - E eu admiro muito vocês três. Independente de qual seja a sua escolha, eu lhe apoiarei. Mas pense melhor. O que o Eugeo faria?
- Senhora Fanatio... - Não falei mais nada e a abraçei firme, com ela retribuindo de volta.
- Você é como uma filha pra mim, Alice. Mesmo não tendo uma figura materna ou instintos de mãe, eu sei que você vai saber o que fazer.
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Eu nem mesmo sei o que vou fazer com essa criança se eu sobreviver a isso tudo. Senhora Fanatio, o que você me disse antes...
É algo difícil. Mesmo refletindo nas suas palavras, é algo complicado. Eu descobri que estava grávida ontem e nem mesmo pensei num nome pra ele. Agora estou pensando em um nome pra um bebê que planejo abortar. Eu sou uma pessoa horrível.
Preciso parar de pensar nisso e começar a focar na minha fuga. O Tio Bercouli tá junto com a Amayori, Takiguri e Hoshigami. Com o apoio dos três, talvez ele possa ganhar uma vantagem boa. Ele é o primeiro dos 32 Cavaleiros da Integridade. É tão forte quanto a Eydis, Senhora Fanatio, Nelgius e o Eugeo.
Eu confio o meu coração no Eugeo.
Mesmo que eles tenham os mesmos poderes, ele pode ganhar do Gabriel. Eu sei disso, pois o Kirito e a Eydis treinaram ele.
Preciso acreditar nisso!
- Eugeo, por favor. Fique a salvo, meu amor.
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Ruínas do Sul, Território Negro - Hemisfério Sul de Underworld...
Asuna, Eugeo, Yuuki e os outros Cavaleiros da Integridade junto com os soldados do Império Humano chegaram a um local que Sinon indicou.
Eydis olhava para os lados da parede acima e pelo imenso corredor.
- O local parece deserto. - A acinzentada falou, enquanto olhava ao redor.
- Não sei não. - Eugeo falou, ao ouvir um grito grupal vindo lá na frente com mais soldados vermelhos aparecendo no céu. - Mais reforços chegando.
- Eles não param de vir. - Yuuki suspirou em derrota ao ver que teriam mais deles. - Já devem fazer quase quatro horas desde o começo da batalha do segundo dia. Quem diria que a Guerra de Underworld iria chegar num outro patamar.
- Parece mais uma Grande Guerra de Underworld, como nas histórias antigas. - O loiro a corrigiu. - Yuuki, você consegue usar a sua Release Recollection?
- Eu consigo, mas ainda não sou muito boa na Arte do Controle Total de Armas. - Ela respondeu a ele. - Preciso usar as minhas memórias pra usar a Oborogasumi, e se eu exagerar, o meu corpo pode acabar perdendo muito sangue.
- Entendi. Tenta tomar mais cuidado, se for usar as técnicas de Encarnação dela.
Enquanto isso nas carruagens, Ronye e Tiese ouviram o barulho dos vermelhos lá no fundo. As duas se entreolharam preocupadas.
- Ronye, Tiese. Cuidem do Kirito-kun, por favor. - Asuna pediu a elas.
- Se o inimigo se aproximar dele, usem tudo o que ensinamos pra vocês duas. - Dessa vez Eugeo foi até Ronye e Tiese, dando um cafuné nas duas Pajens sorrindo para elas. - Eu confio em vocês duas.
- Deixa conosco, Asuna-sama. - Ronye respondeu a garota de cabelos castanhos alaranjados, colocando a sua mão no peito de forma determinada.
- Vamos protegê-lo, Eugeo-senpai! - Tiese complementou a fala da amiga agora para o seu mestre. - Vou usar o que você me ensinou.
- Mesmo que isso custe nossa vida. - Dessa vez Sortiliena apareceu ao lado das duas Pajens, fazendo Eugeo e Asuna acentirem.
- Não se preocupem. Não deixaremos o inimigo chegar até vocês. - Asuna falou para elas três, e olhando para Eugeo que acentiu com a cabeça e assim ambos foram se juntar aos outros no combate.
Lá longe, os players vermelhos do Mundo Real se aproximavam em peso correndo para cima dos soldados do Império Humano, e já começando a adentrar o corredor. No alto, Entokia e Nelgius viam de longe o que estava acontecendo. Eles se entreolharam e acentiram, e agora olhando para Eugeo e Eydis que deram sinal verde para o Renly.
- Podem atacar! - O esverdeado mais novo deu sinal para os soldados humanos avançarem.
Ao finalmente se chocarem, a batalha começou novamente. Vários dos humanos não estavam tendo muita vantagem, pois agora os players vermelhos americanos com chineses e coreanos estava avançando em peso.
Eugeo, Asuna, Yuuki, Eydis, Renly, Entokia e Nelgius começaram a avançar e já iniciou suas técnicas contra os vermelhos. Ao dar um golpe frontal, o loiro acertou a cabeça de três vermelhos, matando-os na hora.
Eydis atacava com a sua Espada do Corte Sombrio, atravessando intangivelmente as armas dos inimigos dela e começando a correr para cima dos vermelhos.
Enquanto Renly atacava com suas Adagas das Asas Gêmeas, e Nelgius combinavam golpes compartilhados junto de Entokia, Asuna e Yuuki juntas com Eugeo avançavam brutalmente junto contra o inimigo.
Enquanto todos lutavam lá em baixo, um indivíduo misterioso vestindo uma capa de poncho de couro preto apareceu dos céus avermelhados do Território Negro e pousou na parte de cima das ruínas. Ao revelar um pouco de seu rosto, ele apenas deu um sorriso de lado ao avistar dois indivíduos interessantes.
Focando-se em Asuna, ele viu ela desviando de um dos ataques dos vermelhos e acertando sua espada bem na testa deles.
- Quando ela fica irritada assim, é bem perigosa como de costume. Eu vou matar essa garota de jeito. - O hispânico sorria como louco enquanto olhava para Asuna batalhando, e ao mesmo tempo, para um Cavaleiro da Integridade loiro que começava a lutar de maneira mais diversa contra seus inimigos. Ele conseguiu matar cinco de uma vez, dando um mortal para o alto. - É, eu já vi o jeito que aquele moleque lutava. E ele parece estar lutando como um doido que luta pela própria vida, assim como aquela vez no bosque. Que pena que não posso matá-lo. Mas pelo menos, ainda bem que eu posso me divertir melhor com ele dessa vez.
Ao olhar para o céu avermelhado em direção ao sul, o hispânico pensava em como seu chefe estava indo com a missão.
- Aí, bro. Onde será que você já deve estar?
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Enquanto Eugeo, Asuna e os outros lutavam lá nas ruínas ao norte, Bercouli continuava com sua perseguição ao Imperador Vecta que ainda mantinha Alice presa.
- Por quê não consigo acompanhar ele? - O azulado se perguntou, irritado com a diferença de distância e ativando um Olho Caleidoscópico para ver a Vecta e Alice. - Mesmo comigo revezando com três dragões diferentes, aquele cara ainda consegue manipular até mesmo a vida de um dragão? Então não tem jeito mesmo.
Vendo que não teria como salvar a Alice sem acertar o dragão negro, Bercouli tirou sua Espada Perfuradora de Tempo da sua bainha e começou a erguer a lâmina para o alto.
- Foi mal aí, dragão sem nome. Espada Perfuradora de Tempo! Enhance Armamento! - Bercouli ativou a sua primeira Encarnação, fazendo o seu círculo cibernético de relógio começasse a se mover nos ponteiros. Fazendo tudo ao seu redor ficar em cinza e branco, Bercouli fez com que ele e Hoshigami ficassem em uma espécie de movimentação do tempo para chegarem mais perto do Imperador Vecta. Ao chegar na distância perfeita, o líder dos Cavaleiros da Integridade ativou sua perícia perfeita. - Uragiri!
Ao acertar o dragão e separar o corpo da criatura em dois, Vecta rapidamente começou a cair em direção a uma chapada montanhosa, junto com Alice. Ele conseguiu pelo fazer um pouso acidentado naquela formação de terra cilíndrica, e levou Alice em seus braços. Ela não havia se ferido, pois o loiro a pegou antes da queda.
- Você é mesmo muito linda. - Gabriel admirou o rosto da bela loira, que estava desmaiada no momento. Com ela desmaiada, ele pode usar a sua Manipulação de FluctLights e usar também o poder infinito da garota mais poderosa do mundo para o próximo oponente que se aproximava. - A Alicia com certeza iria gostar de te conhecer, se ela estivesse viva. Tenho certeza de que o Eugeo nunca vai me perdoar se eu roubar e manipular toda a sua alma. Mas lembre-se de que isso não é um ato de maldade, e sim um ato de misericórdia para você que nasceu em um mundo tão simplório como esse. Descanse por um tempo e me empreste um pouco do seu poder, Alice... enquanto eu levo um Cavaleiro da Integridade a menos na minha lista.
Ao avistá-la no chão desmaiada, Bercouli se preocupou em ver como estava o estado de sua aprendiz. Ele sabia que o corpo de Alice era resistente por ser uma Cavaleira da Integridade, então ela estaria bem apesar da queda.
- Uragiri é a "espada que corta o futuro e o passado." - O azulado olhou para os dois loiros lá na frente, e limpou um pouco das gotas de sangue do dragão morto em seu rosto. - Duvido que um deus seja capaz de fazer o tempo voltar. - Agora Bercouli começou a dar ordens para Hoshigami, Amayori e Takiguri. - Se eu morrer, voltem para o norte e reencontrem a unidade. Chamada de Sistema: Passo de Vento!
Ao pular da garupa de seu dragão, Bercouli ativou um Passo de Vento para correr no ar enquanto se aproximava de Gabriel que apenas estava sorrindo ao olhar para ele.
- “Imperador Vecta, o Deus das Trevas. Nem todos que vieram do Mundo Real são demônios como você. Tenho certeza só de olhar para a garota Asuna e o Kirito. Por sua causa, você forçou o povo do Território Negro lutar no campo de batalha e não fez só os humanos, mas também dezenas de milhares dos seu povo morrerem sem motivo, apenas para pegar a minha aprendiz e o amado dela. A sua maleficiencia prova que você é um humano desprezível até a última célula e eu vou fazer você pagar, sentindo todo o peso dos que morreram! E com esse golpe, você vai sentir toda a minha clareza!” - Ao desativar o feitiço do Passo de Vento, o azulado pulou para cima do loiro. - Uragiri!
Ao atirar uma lâmina encarnada para cima dele, o loiro apenas se esquivou dando um pequeno passo para o lado, acertando apenas a ponta da capa preta dele.
- Ele desviou... Então vamos para outra abordagem então! - Bercouli foi para cima de Vecta, que deu um passo para trás ao desviar da espada e sendo pego pela fumaça causada pelos golpes. Bercouli finalmente conseguiu fazer o deus jogar o jogo dele. - Agora eu te peguei... Liberação de Memória! Karagiri!
O azulado atirou uma serra de luz com sua segunda técnica de Encarnação mas não adiantou de nada. O Deus das Trevas segurou sua serra de luz apenas com as mãos, fazendo com que a coroa-tiara dele fosse destruída apenas. Quando Bercouli notou o que ele estava fazendo, arregalou seus olhos azuis. Ele estava absorvendo a energia da Liberação de Memória dele.
- Então você consegue absorver as Encarnações dos outros?
- Encarnações? - Ao terminar de absorver toda a Liberação de Memória de Bercouli, Gabriel se virou para ele sorrindo de lado com o seu Modo Vecta já ativo. - Acho que entendi o que você quis dizer. O conceito de "Mente" e "Vontade", não é? A mente de vocês de Underworld é como um vinho envelhecido. Espesso, denso, pesado e com um retrogosto bem presente. Isso não me deixa muito satisfeito, mas talvez seja melhor eu limpar esse aperitivo antes do prato principal. - Gabriel tirou sua espada de pomo cristalizado da sua bainha, e apontando para Bercouli. - Então, vamos beber mais um pouco.
- Majestade, assim você me ofende. - O azulado deu um sorriso de lado. - Posso te perguntar algo antes de lutar?
- O que é, Cavaleiro da Integridade?
- O Eugeo é mesmo o seu filho? - Bercouli o questionou. - Vocês tem os mesmos olhos, a mesma aparência e os mesmos poderes. Mas o garoto não é um demônio como você.
- Talvez eu seja, talvez não. Por quê você quer saber disso? - O loiro deu um olhar discreto de irritação para ele. - Quer que eu tenha pena de você se eu te responder?
- Muito pelo contrário. Eu tenho é pena de você por ter um garoto tão bom como aquele.
- Sim, eu sou o pai dele. - O loiro respondeu ao azulado. - Você me considera mal por achar que eu o abandonei? Você não sabe de nada sobre mim, nem sobre a gente. - Gabriel apenas sorria de lado, com sua sede de sangue pronta para matar o azulado. - Se lembra do que fiz com seus companheiros Cavaleiros da Integridade? Brinquei com eles como sacos de pancada, mas não tive a chance de me divertir com você.
- Não me subestime! - Bercouli foi pra cima dele, que bloqueou com a espada. Gabriel começou a se mover um pouco mais sério para cima dele e com vários golpes trocados, ambos se chocaram e Bercouli quase estava arrancando a cabeça do loiro. Ao ver Gabriel perdendo um pouco de vantagem por quase se ajoelhar devido a força bruta, Bercouli aproveitou. - Consegui uma brecha!
Ao focar ainda mais com sua força para tentar cortar a cabeça de Gabriel, o loiro apenas sorriu e seus olhos verdes começaram a brilhar ainda mais com seu Modo Vecta, fazendo sua lâmina brilhar em um azul mais reluzente. Ao atirar gases sombrios de sua lâmina, Bercouli foi pego de surpresa e de repente começou a olhar para um local branco em sua volta.
- O quê? O que é isso? - Ao sentir sua espada sumir de sua mão, o azulado começou a sentir o poder do Deus das Trevas. - Nem me lembro do que eu ia fazer. - Ao sentir uma dor imensa, o azulado voltou a realidade e pulou para trás para ganhar distância. - Como eu me distrai numa luta? - Ao perceber o corte no seu ombro e a cor da sua espada de volta ao normal, o azulado percebeu do que se tratava. - Desgraçado. Então você sugou a minha Encarnação direto da minha espada usando aquilo? Gostei disso, Vossa Majestade. Só que não poder lutar sem espadas deixa a luta bem complicada.
- Ah, é mesmo. Me lembrei que não testei uma coisa. - O loiro de franjas apontou sua espada em direção a Bercouli, fazendo com que várias daquelas rajadas gasosas atravessassem o azulado.
- Essa não, ele consegue fazer aquilo de longe? - Bercouli nem pode reagir que voltou para a ilusão branca novamente. Gabriel aproveitou o efeito do seu feitiço e arrancou o braço do azulado, fazendo-o sentir uma tremenda dor retornando a realidade novamente. Sem pensar duas vezes, Bercouli ativou um feitiço de Elemento Luminoso para fechar a ferida do braço decepado. - “Quando ele aponta a espada pra mim, o meu raciocínio vai pro espaço. Como eu vou conseguir contra-atacar ele com essas ilusões? Ele é como o Eugeo, só que um pouco mais forte. Como eu já usei a Karagiri nele, não vai funcionar de novo. A minha outra técnica secreta é a Uragiri combinada com a minha Release Recollection, mas não sei se ela vai surtir efeito nele.”
Ao se recordar de algo bem distante, ele lembrou da pergunta que Quinella fez a ele anos atrás.
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- Você já teve uma premonição sobre a morte?
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- Eminência, acho que o meu túmulo pode ser mesmo aqui. - O azulado sorria animado, enquanto olhava para baixo e agora começou a visar o loiro que se aproximava aos poucos de forma intimidadora. Enquanto Gabriel se aproximava dele, Bercouli deu uma olhada rápida para Alice. - “Garotinha, no fundo eu não consegui te dar o amor paterno que você tanto queria. Afinal de contas, eu nem mesmo me lembro dos meus pais e da minha família. Mas eu sei de uma coisa.” Um pai morreria para proteger o seu filho. - Bercouli falou a última parte em voz alta, para que Gabriel ouvisse. Agora olhando para frente, o o loiro apenas parou e deu um sorriso de psicopata de orelha-a-orelha, com seu Modo Vecta ostentando a sua aura maligna. - E não sei se algum dia você vai ser capaz de entender esse tipo de amor paterno com o Eugeo, sua aberração!
Enquanto isso lá no norte, a luta ainda continuava firme. Asuna, Eugeo, Yuuki e os outros Cavaleiros da Integridade continuavam liderando a batalha. Num momento de descanso, um player vermelho parou para olhar a quantidade de inimigos fracos no local aonde ele estava e começou a falar em inglês. Antes que ele pudesse reagir, Asuna perfurou a cabeça dele, matando-o instantâneamente. Ao suspirar exausta e com o corpo ferido por ver a quantidade de soldados do Império Humano mortos no chão e a quantidade nova de milhares dos vermelhos andando naquele corredor de frente pra ela, a garota de cabelos castanho-alaranjados se irritou.
- Meu corpo só pode desistir quando a minha mente fizer isso primeiro. E eu não posso deixar acontecer! - Ela ergueu sua espada, em direção a aqueles vermelhos. - Então me manterei erguida para sempre!
- Let's go, guys! - Os players vermelhos começaram a correr em direção a ela e os Cavaleiros da Integridade. Mas antes que pudessem se defender, uma misteriosa luz azul apareceu lá no céu avermelhado.
- É o reforço inimigo? - Eugeo parou para olhar aquilo, após matar dois vermelhos com sua espada. O loiro também estava um pouco exausto e machucado, mas não tanto como Asuna estava.
- O que é aquela luz? - Eydis se perguntou, ao ver o resplendor azulado descendo no meio daqueles vermelhos.
No momento em que aquela luz de materializou em uma forma humanoide, um tornado desceu no ar até o chão, acertando dezenas de vermelhos.
- Uma Sword Skill... - Eugeo se lembrou das técnicas de vento que tinham na época do Aincrad, e do player que usava aquilo. - Aquele cara ali é o...
Quando a luz azul se materializou num homem ruivo com orelhas de fada e vestido de samurai armado com uma katana, Asuna rapidamente arregalou os olhos.
- E aí, Asuna? - Klein apareceu na frente dela com um sorriso de lado e agora começou a olhar agressivo para os vermelhos. - A gente não tem nada pessoal contra vocês, mas vamos fazer vocês pagarem pelo que fizeram com nossos amigos mil vezes mais!
- Klein-san? - Asuna se surpreendeu com a presença dele em Underworld. Mas como foi que ele chegou lá, se Kirito, Asuna, Sinon, Leafa, Gabriel e Vassago já estavam usando os STLs?
Ponto de Vista(Eugeo)
Eu estava ficando exausto de tanto enfrentar esses vermelhos, que já estava quase apelando para usar o meu Modo Vecta. Mas não posso usá-lo levianamente, pois ainda estou tentando controlar a minha sede de sangue.
Ainda tenho uma enorme raiva do Gabriel, e não posso deixar isso me motivar a um descontrole de matar o pessoal. Eu quero tanto matar ele por mentir pra mim e pra Alice, mas mesmo assim... Só o que posso fazer é continuar em frente agora. Quando o Hanayuki estiver curado, eu vou salvá-la e depois matar ele de uma vez por todas. Mesmo que seja contra o que disse para a Lunaria-sama.
- Eugeo, atrás de você! - Renly me avisou, e olhei para trás vendo um vermelho vindo para cima de mim. Eu rapidamente desviei dele e perfurei o seu peito com a minha espada.
- Valeu, Renly. - Agradeci a ele, que apenas acentiu e continuou a lutar em seguida.
Haviam agora mais seis deles se aproximando. Provavelmente estão me vendo como uma ameaça mais alta e querem me cercar. Terei que usar uma Arte Sagrada então.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. Esfera de Flash! - Atirei uma esfera de luz para o alto, chegando esses vermelhos e já fui cortando a perna de todos eles, que caíram no chão.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Metálico. - Ouvi a voz de Nelgius pulando no ar, e estendendo sua lança na minha direção. - Chuva de Espinhos!
Ao atirar diversos espinhos em minha direção, todos eles acertaram os soldados vermelhos com tanta velocidade que até perfuraram a blindagem da armadura deles.
- Obrigado, Nelgius! - Agradeci a ele, que apenas acentiu com a cabeça. Ele não é muito de conversar com os outros da Ordem, mas ele é o melhor amigo do Entokia, que é mais animado da dupla. Eu acho legal a interação divertida deles dois. É igual ao que eu e o Kirito temos, já que ele é como um irmão pra mim.
No momento que olhei para o final daquele corredor, vi que ainda haviam mais inimigos para aparecer. Quando isso vai acabar? A Alice precisa de mim. Não posso ficar aqui por muito tempo.
Quando vi centenas de luzes azuis surgindo lá do céu, eu estava com mais receio de ver que o inimigo estava se aproximando. Mas quando vi um tornado se materializando no ar e acertando aqueles vermelhos, eu e os outros Cavaleiros da Integridade começamos a olhar.
- Não pode ser... - A Yuuki se aproximou de mim, começando a sorrir só de olhar para quem estava chegando.
- Não pode ser o quê? - Perguntei a ela.
- É o pessoal da Asuna e do Kirito.
Fiquei completamente surpreso ao ver aquele cara de roupas ornamentais aparecer bem na frente daquele exército. Durante todas essas horas, os outros do Sword Art Online vieram? Mas como eles sobreviveram a aquele mundo como o Kirito e a Asuna? Ao ver um vermelho atrás de Asuna, eu estava prestes a atacar mas um homem moreno robusto com um machado apareceu para salvá-la.
- Agil-san! - Asuna sorriu ao vê-lo.
- Foi mal a demora, Asuna.
Dessa vez, uma ferreira de cabelos rosa e uma garota baixinha de cabelos castanhos e orelhas de gato apareceu. Klein, Agil, Sílica e Lisbeth estavam juntos com a Asuna?
- Liz, Silica! Vocês vieram mesmo, gente! - Asuna foi até elas duas e se abraçaram.
- Claro que a gente ia vir, sua tonta. - Lisbeth riu, enquanto abraçava a Asuna junto com a Silica. - Caramba, você levou tanta porrada enquanto a gente tava fora. Olha o seu estado, menina. Até mesmo a Deusa Stacia tem limites, Asuna.
- Infantaria Cait Sith, os inimigos são os vermelhinhos! - Uma garota de cabelos cor de mel com orelhas de gato ordenou a um grupo semelhante a ela.
- Vanguarda Salamander, atacar! - Um homem com uma armadura vermelha apareceu, ordenando com seu grupo de soldados elfos vermelhos e atacando o inimigo com a mesma habilidade passiva da Eydis. Esse cara tem uma técnica igual a dela?
- Retaguarda Sylph e atiradores do GGO, juntem-se as forças de Underworld por enquanto. Usem suas magias ofensivas e armas! - Uma mulher de longos cabelos verde-escuros como o Nelgius ordenou um grupo de elfos verdes e alguns caras com armas de fogo, que acentiram.
Todos eles sabem lutar em agrupamento. Não são como os humanos de Underworld, mas é como se já tivessem acostumados. Isso é novo, até pra mim.
- Eugeo, você acha que são pessoas do Mundo Real? - Entokia me perguntou, tão perplexo e confuso como os outros.
- Sim, eles são. - Acenti a ele, enquanto olhavamos mais desse pessoal do Mundo Real aparecendo. - Vamos precisar de uma outra estratégia, agora que temos reforço.
- Isso vai ajudar muito. Mas precisamos fazer com que essa estratégia funcione separada. - Nelgius falou, se aproximando junto com Eydis enquanto acertava mais um vermelho com sua lança. - Vamos nos recuperar um pouco enquanto eles avançam.
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Asuna ainda olhava para todos eles sem mesmo acreditar. Como todos os amigos dela estavam ali?
- Vocês vieram mesmo com o risco de perderem os seus avatares. Me desculpem, gente. - Ela pediu perdão a elas, que apenas acalmaram a amiga dizendo que era o mínimo que eles podiam fazer. - E como vocês vieram pro Underworld sem um STL?
- Ah vá, né Asuna. Não tá meio óbvio isso? Foi a Yui aqui. - Liz sorriu pra ela, apontando para a pequena fadinha que se aproximou ao sair do bolso da ferreira.
- Ela ensinou tudo o que a gente precisava saber sobre o Underworld. - Sílica completou a fala de Liz.
- Yui-chan? - A garota ficou completamente emocionada ao ver que a filhinha dela conseguiu mesmo trazer um grande apoio para os humanos e Cavaleiros da Integridade ali em Underworld. Asuna pôde olhar para o céu avermelhado onde desciam dezenas de avatares daqueles que decidiram arriscar suas contas pessoais por um bem maior. - Você conseguiu, filha. Trouxe todo mundo pra cá.
- Eu consegui, mamãe. - A fadinha digital sorriu, abraçando ela que rapidamente retribuiu. Mas quando Asuna viu o corpo da garotinha começando a oscilar como um bug, ela se preocupou. - Essa não, agora não.
- Yui-chan, o que é isso?
- É o efeito de contrapeso do Underworld. Como eu não pertenço a esse mundo, o sistema da Rath está me expulsando. - A menina dos longos cabelos pretos falou, enquanto olhava para a sua mão que começava a sumir e voltar ao normal. - Daqui a qualquer momento eu vou embora daqui. Mamãe, você encontrou os A.L.I.C.E.s?
- Sim, eu achei eles. O Eugeo está aqui lutando, mas a Alice foi sequestrada pelo Imperador Vecta. - Asuna explicou a fadinha digital. - Eu mandei a Sinon foi na frente pra ajudar. Quando tiver tudo controlado, eu, o Kirito-kun e o Eugeo vamos pro Altar.
- Então você é o Mensageiro das Rosas... - Yui olhou para o loiro da armadura azul-prateada. Após tantas horas de mistério, a garotinha finalmente pôde ver um A.L.I.C.E que fez parte daquele mundo. - É um prazer te conhecer, Eugeo.
- Mensageiro das Rosas... - Eugeo arregalou seus olhos ao sussurrar essas palavras da filha de Kirito, apesar de estar um pouco distante. - Ainda estou me lembrando aos poucos da minha outra vida, mas mesmo assim... Sei que já fui chamado disso em outro lugar. É um prazer conhecer você, filha do Kirito.
Não importa quantas vezes o loiro fosse pensar que o Kirito era pai, ainda era bem esquisito. Como o seu melhor amigo tinha um segredo desses?! Era maluquice só de pensar que Kirito e Asuna tinham uma diferença de idade enorme em relação a aquela garotinha.
- Cadê o papai? Preciso descobrir o que houve com ele. Talvez assim eu possa ajudá-lo lá fora. - Ela pedia de uma maneira tão desesperada, querendo vê-lo.
- Ele está em uma carruagem ali atrás. Vá lá ver ele antes que desapareça.
- Obrigada, mamãe. - Yui agradeceu a ela de novo e a abraçou novamente.
- Não, eu que agradeço, filhinha.
- Asuna, você e o Kirito tem mesmo uma filha?! - O loiro ao lado dela ficou boquiaberto, finalmente se exaltando de forma saudável e engraçada ao ver que seu melhor amigo já era pai com 17 anos.
- Bem, isso é uma longa história. - Asuna riu meio nervosa, só em como iria explicar para Eugeo toda a história sobre Yui.
Yui foi até a carruagem ver Kirito, e se transformou na sua forma humana para ver o seu pai com seus próprios olhos. No momento em que se materializou, Ronye e Tiese rapidamente pularam do chão da carruagem, gritando exaltadas.
- AAAAAAHHHHH, UMA ASSOMBRAÇÃO!!! SOCORRO, DEUSA LUNARIA!!! É UM FANTASMA!!! - Ronye e Tiese gritaram ao mesmo tempo, se abraçando encolhidas.
- Papai! - Yui abraçou Kirito firmemente, após esses longos onze dias sem vê-lo.
- Pa-Papai? - Ronye estranhou o que saiu da boca da menininha fantasma.
- O Kirito-senpai e a Asuna-sama já tem filha?! - Tiese se perguntou, ainda perplexa ao ver que essa menina realmente se parecia com Kirito devido aos cabelos e olhos pretos.
- Meu nome é Yui. Não tenho muito tempo pra explicar, então não posso responder perguntas agora! - A garotinha tocou a testa do Espadachim Negro, que apenas estava sussurrando de forma inteligível. Ao se conectar com a mente de Kirito, Yui pôde entender que a mente de Kirito estava completamente "desligada" da realidade, onde ao invés dele estar em Underworld, ele estava com sua cabeça em outro lugar. Ao ver que a presença de Asuna, Sinon e Leafa conseguiram de certa forma, mexer com alguma coisa lá fora no STL do moreno, a fadinha finalmente entendeu! - É isso! Eu já sei como trazer o papai de volta!
- Trazer o Kirito-senpai de volta? - As duas Pajens ainda estavam com imensas dúvidas, mas quando Ronye iria perguntar algo a mais nova, o corpo dela começou a se bagunçar com seus pixels.
- Essa não. Acabou o meu tempo! - Ela se virou para a morena e a ruiva, agora olhando decidida para elas duas. - Por favor, falem pra mamãe que o único jeito do papai voltar ao normal é... - Antes que Yui terminasse, ela sumiu da frente delas com um flash de luz.
As duas Pajens ainda estavam completamente sem entender nada sobre a garotinha misteriosa que sumiu sem ao mesmo dar nenhum rastro. Mas Ronye ainda estava com essa dúvida esquisita ainda na cabeça.
- O Kirito-senpai tem uma filha... O Kirito-senpai tem uma filha...
Notes:
É, por incrível que pareça o Gabriel tem realmente algo pelo que lutar. Ele quer levar o Eugeo e a Alicia para casa, e ele quer usar a alma de Alice como receptáculo pra isso.
A Yui obviamente não iria conseguir ficar em Underworld por muito tempo por ela ser uma IA externa e não um ser vivo de verdade, mas eu quis que ela ficasse aqui por pelo menos um tempinho pra embaralhar a mente das pajens de Kirito e Eugeo.
Até mais 🤙
Chapter 25: Capítulo XXV - O Plano do Despertar
Summary:
Com o apoio dos players do Mundo Real, Asuna e os Cavaleiros da Integridade continuam a garantir o controle no campo de batalha contra o exército vermelho. Aproveitando esse meio tempo, Kikuoka, Higa e Rinko descobrem que há uma solução para trazer o FluctLight de Kirito para funcionar de novo e se preparam para agir. Eugeo recebe contato externo com o pessoal da Rath pela primeira vez.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Enquanto os players do GGO e do ALO estavam sendo liderados por Asuna, os Cavaleiros da Integridade e os soldados humanos de Underworld puderam descansar por um tempo enquanto se recuperavam das últimas batalhas. Eugeo aproveitou esse tempo para ir até o seu dragão e começar a curá-lo.
- Oi, amigão. - O loiro se aproximou da carroça de Hanayuki, e começou a acariciar a pele pálida do réptil. - Você tá aguentando bem?
Hanayuki deu um grunhido que Eugeo pôde entender que era como um "mais ou menos."
- Tá bom então, Hanayuki. Eu vou começar a fazer o feitiço de cura agora. Aproxima mais perto a sua asa para abrir ela, por favor? - O loiro pediu ao seu dragão, que acentiu. O dragão abriu sua asa esquerda que estava ferida e nesse mesmo momento, soltou um grunhido alto de dor. Eugeo deu um suspiro fundo e começou a focar as suas mãos e sua magia de Encarnação para a cartilagem danificada de Hanayuki. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. Gerar Elemento Aquoso. Forma de Regeneração: Cura da Água.
Uma bolha de luz líquida saiu das mãos de Eugeo, e encostou na cartilagem do seu dragão. Ao começar a brilhar constantemente no local do ferimento da asa, o feitiço começou a fazer efeito.
- Não acredito. Está funcionando mesmo! - Eugeo deu um sorriso aliviado, agradecendo a Alice por ter ensinado esse feitiço mágico de cura para ele. O loiro da armadura prateada soltou suas mãos da bolha de água com cuidado. - Hanayuki, esse feitiço deve levar pelo menos uma hora e meia ou duas até fazer um efeito melhor no seu corpo e na sua asa. Até lá, quero que tente não mexer muito a sua asa ou a bolha pode estourar. Você vai ficar bem.
O dragão pálido acentiu agora com um semblante mais positivo, encostando sua cabeça no braço do cavaleiro de prata e azul. Eugeo deu um sorriso fraco, e começou a dar carinho na cabeça de Hanayuki. Apesar de estar tentando se conter ajudando os amigos de Asuna, ele ainda estava inquieto pois precisava evitar fazer uma besteira se continuasse colocando os seus sentimentos em primeiro lugar.
- Hanayuki, eu não sei o que eu posso fazer. Eu quero tanto matar o Gabriel por ele ter roubado a Alice de mim. Mas depois do que eu descobri sobre ele e a Lunaria-sama, ainda estou com tanta dúvida na minha cabeça. - O loiro se abria com seu dragão, pensando em tudo o que estava acontecendo. Descobrir da pior forma que o Imperador Vecta era o seu pai e ter sequestrado a sua amada realmente não era uma maneira boa de se pensar, especialmente quando ele estava com tanta raiva dele e ao mesmo tempo como iria confiar em Sinon pra proteger Alice, e esse mistério todo em relação a presença misteriosa da Deusa Lunaria. Apesar dele já ter algumas suspeitas, se a lenda dela em relação ao Cavaleiro Safira for mesmo verdade. - “Não me importa o que você e ele são pra mim, Lunaria-sama. Eu sei que você mente pra mim, e não quer que eu o mate. Ele não é e nunca vai ser o meu pai! Eu mesmo vou matá-lo assim como ele matou várias pessoas nessa guerra, e sequestrou a Alice.”
Enquanto os guerreiros do Império Humano se recuperavam, Yuuki seguia lutando. A cavaleira de cabelos roxos atacava com sua Espada da Névoa Sangrenta, tentando evitar usar suas Encarnações mesmo ainda sendo tão forte quanto um Cavaleiro da Integridade de alto nível.
Yuuki deu um chute em um player vermelho, em seguida enfiou a sua espada no peito dele.
- Caramba, hoje não é mesmo o meu dia. - A garota de cabelos roxos suspirava um pouco, após matar outro player vermelho. Apesar de estar lutando ao lado dos Cavaleiros da Integridade, ela ainda se preocupava com os seus Cavaleiros Negros. Apesar dela ser do mundo real, eles eram o seu povo. Por Lipia e Shasta, incluindo todos os seus homens, Yuuki iria seguir em frente por eles como a sua líder.
- Talken, controle o centro da retaguarda! - A mulher de cabelos azuis-esbranquecidos ordenou ao rapaz Sylph de óculos.
- Pode deixar, Siune-san! - Talken acentiu para ela, controlando o apoio da retaguarda com a sua lança.
Ao ver que um certo grupo estava tentando lidar com dezenas deles, ela arregalou seus olhos ao ver quem eram eles. Para ajudá-los, ela usou sua força bruta e estocou sua espada no chão, fazendo com que uma onda de choque fizesse alguns vermelhos serem jogados para trás.
- Enhance Armamento! Campo de Sangria! - A Cavaleira Negra de cabelos roxos pegou sua Oborogasumi e usou parte do seu sangue e dos outros player vermelhos para criar um pequeno campo de força com sangue, criando diversos arranhões e cortes dilacerando os vermelhos de uma só vez, fazendo com que a sua espada absorvesse o sangue deles. - É, acho que esse nome ficou legal pra essa Enhance Armamento da Espada da Névoa Sangrenta. Vocês estão bem? - A Cavaleira Negra perguntou a mulher de cabelos azuis-esbranquecidos.
- Sim, muito obriga... - A Undine nem mesmo conseguiu terminar de falar só de ver a garota em sua frente. Ela arregalou seus olhos e abriu sua boca, completamente boquiaberta ao ver a garota de cabelos roxos.
- Ei, Siune. Fica ligada na luta. - Uma morena de roupas pretas apareceu atrás de Siune, que ainda estava estática com a presença daquela Cavaleira Negra. - Ei, Siune? Siune! Talken, seu inútil. O que houve com ela?
- Eu lá vou saber, Nori?! Não é minha culpa dela estar assim! - O Sylph de óculos se irritou com a amiga. - Aí, Siune-san. Você está bem?
- Pessoal... - Siune apontou para a garota de cabelos roxos, que apenas olhava para os cinco, bem sorridente. - Olhem pra aquela cavaleira de preto.
- "Ela" quem, Siune? - Tek perguntou a ela, ainda com dúvidas como os outros Cavaleiros Adormecidos. Mas quando eles olharam para aquela garota de armadura preta e roxa, eles se lembraram daquele sorriso otimista e desafiador que aquela garota sempre tinha. - O quê...
- Não pode ser verdade... - Jun olhava para a sua frente e colocou sua mão nos olhos ainda sem acreditar no que olhava.
- É ela mesma... - Nori e Siune começavam a lacrimejar junto com os seus amigos, ainda rezando mentalmente que sua cabeça não estivesse fazendo peças imaginárias.
- Já faz um tempo, não é, Cavaleiros Adormecidos? - A garota dos cabelos roxos deu um sorriso de lado e já começando a deixar algumas lágrimas caírem no chão. - Eu não sabia que esse pessoal que a Asuna conhecia iria trazer vocês pra cá também e...
- YUUKI! - Os cinco abraçaram a sua ex-líder firmemente, e ela apenas aceitou o gesto carinhoso deles e retribuiu abraçando eles de volta.
- Yuuki-chan, como você está viva?! Como você veio parar aqui nesse mundo?! - Siune começava a bombardear Yuuki com uma diversidade de perguntas, enquanto a apertava firmemente em seus braços.
- Você se foi há quase três meses. O que houve com você, Yuuki?! - Dessa vez foi a vez de Jun e Tek começarem a perguntar para ela.
- Eita, pessoal. Uma pergunta de cada vez. - Yuuki começou a ficar tonta com as perguntas de todo mundo, mas realmente estava feliz ao ver todos os Cavaleiros Sonolentos depois de tanto tempo.
Eugeo viu como os amigos de Yuuki estavam circulando ela e o loiro começou a sorrir um pouco ao ver que sua amiga também tinha pessoas lá do outro lado que também se preocupavam com ela. Ele se recordou de uma memória antiga sobre em uma das vezes em que visitou ela no Instituto do Jardim da Serenidade, quando soube pela Yuuki que ela iria conhecer algumas pessoas que passaram pelo mesmo procedimento médico que o dela.
- Eles devem ser os amigos dela. - Ele observou a garota de cabelos roxos vestindo sua armadura roxa escura, sendo cercada em abraços e sorrisos por aquele grupo de elfos. - Acho que eles também faziam parte do Jardim da Serenidade.
Apesar de se lembrar de Yuuki, ainda não conseguia se recordar de algumas coisas. Afinal de contas, as suas memórias que ele tinha sobre o mundo real ainda estavam se recuperando aos poucos, e não seria tão cedo que tudo voltaria de volta para ele. Mas mesmo assim, com certeza Eugeo se lembrava daqueles outros três.
- “Será que a Argo também veio pra cá?” - O loiro olhava ao redor do campo de batalha, procurando pelo rosto com bigodes de gato daquela garota de cabelos cor de mel. - “Ou então o Moonphase e a Mei Mei? Com certeza se eles três descobrirem que eu tô vivo e aqui no Underworld, eles vão acabar me dando um socão na boca. Mas não iria trocar um momento com aqueles três por nada. Kirito, eu não sabia que até mesmo você tinha tanta gente que se preocupava contigo e a Asuna a ponto de virem pra cá nos ajudarem. Você é mesmo o meu herói, cara.”
Dando um sorriso e sentindo-se curado de seus ferimentos da última batalha ali nas ruínas e dos ferimentos recebidos na luta repentina dele contra Yuuki e Vecta, o loiro agora ficava mais revigorado e pronto para voltar ao combate junto com Eydis e os outros.
- Já estamos prontos, pessoal. - Eugeo ouviu a voz de Entokia ao lado de Nelgius agora já descansados.
- Vamos lá, Eugeo. - Eydis começou a empurrar Eugeo pelas costas. - Tá na hora desse pessoal do Mundo Real descobrir o que os Cavaleiros da Integridade são de verdade quando trabalham juntos.
- Bora lá! - Eugeo deu um sorriso decidido. - Vou usar o meu Estilo Aincrad no ataque combinado. Acho que com meus golpes baseados em ataques em grupo podem ajudar contra esses soldados vermelhos.
- Espera um pouco, a gente vai usar aquela manobra de ataque que o Comandante Bercouli planejou hoje cedo? - Renly começou a ficar preocupado com o que eles estavam prestes a fazer. - A gente ainda não chegou a aperfeiçoar esses tipos de ataque ainda. As nossas habilidades podem atrapalhar a dos outros, enquanto nós estivermos lutando.
- Eu sei disso, mas esse é o melhor método para derrotarmos aqueles cavaleiros vermelhos do Mundo Real, Renly. - Nelgius respondeu ao esverdeado mais novo. - E além do mais, que porra de reforço é esse? Quem é essa gente toda?
- Você não é nem um pouco estourado, Nelgi. - Entokia bufou suas bochechas, falando em um tom repreensivo com o seu parceiro. - Se já tem um pessoal ajudando a gente, você devia pelo menos aceitar.
- Cala a boca, Entokia. - O esverdeado mais velho desviou o olhar para a esquerda e notando Asuna se curando e junta de duas garotas. - Não vou acreditar nisso até pelo menos a Asuna-sama nos contar sobre eles.
Após Asuna se curar por completo dos seus ferimentos da última batalha, Eugeo, Eydis, Renly, Entokia e Nelgius se aproximaram da garota vestida de deusa ao lado de suas duas amigas.
- Com licença, Asuna-sama. - Renly chamou a atenção de Asuna. - Quem são essas pessoas, esses cavaleiros coloridos e esse pessoal com armas de fogo mecânicas?
- São os amigos dela e do Kirito lá do Mundo Real. - Eugeo respondeu a ele, antes que Asuna falasse primeiro.
- “Mas como você...” - Asuna estranhou ao ver como o espadachim da espada azul-transparente sabia disso, mas decidindo ignorar no momento sobre esse conhecimento, a garota de cabelos castanho-alaranjados respondeu a Renly. - Bom, é verdade. São meus amigos e vieram nos ajudar.
- Ainda bem. - Renly respirou agora um pouco mais aliviado. - Pensei que todos lá do Mundo Real fossem assustadores iguais como aqueles vermelhos, com excessão da Asuna-sama e o Kirito.
- Até parece que a gente ia ser igual a aquele bando de lata-velha, seu Cavaleiro da Integridade! - Lisbeth riu do comentário de Renly e começou a bater nos ombros dele de forma amigável. - Meu nome é Lisbeth. Prazer conhecer você, ô verdinho.
- E eu sou Sílica. É um prazer conhecer vocês todos. - Silica se apresentou para eles, com a sua pequena dragonete nos seus ombros.
Renly estranhou o comportamento das duas garotas, mas Eugeo, Eydis e Entokia apenas sorriram ao ver Renly tentando falar com as duas.
- O prazer é meu. Meu nome é Renly. - Ele retribuiu o gesto, apertando as mãos junto com a ferreira.
Asuna, Eugeo e Eydis continuavam rindo rindo ao ver um Cavaleiro da Integridade e uma humana do Mundo Real se comportando de forma amistosa. Quando ela viu Yui indo até a carruagem onde Kirito estava, ela já sentiu que a pequena fada já havia ido embora como a mesma já tinha dito. Ela gostou de como sua filha ajudou ela nessas últimas horas e trouxe todos os seus amigos para ajudar ela e Kirito, assim como Eugeo e Alice também. Mas apesar de ser um momento bonito e pacífico, não haviam tempo para comemorarem.
E Eugeo e Asuna sabiam bem disso.
- Liz, pode me dizer quantas pessoas foram convertidas pra cá? - Asuna pediu a ela.
- Bom... Acho que mais ou menos uns dois mil players do ALO e do GGO. - Liz falou um pouco cabisbaixa. - Eu tentei me esforçar, mas nem todo mundo quis me escutar.
- Tá brincando? Já são mais que o suficiente. - Asuna animou a amiga tocando no ombro dela. - Mas eu quero mesmo é evitar essa guerra de atrito, mesmo pra manter uma forma da gente recuperar as contas de vocês na Reconversão de Dados, se o pessoal da Rath puder ajudar vocês depois. Agora aqui no campo de batalha, temos que fortalecer a cura sem expandir demais a linha de frente. Liz, Sílica. Quero que vocês separem umas duzentas pessoas e formem uma unidade de suporte na direita e no centro.
- Entendido, Asuna-san. - A domadora de monstros acentiu positiva.
- Pode deixar com a gente, Asuna. - A ferreira deu um joinha com a mão, acentindo junto com Silica e ambas foram correndo para a frente, onde estava ocorrendo a batalha.
- Eu sei que vocês podem não querer isso, mas quero que os seus homens se juntem aos monges e freiras, e usem suas técnicas de cura no suporte. - Asuna começou a falar com os cinco Cavaleiros da Integridade na sua frente, da mesma maneira como ela era na época de Aincrad, como a Vice-Comandante dos Cavaleiros do Pacto de Sangue. - Como os espadachins do Mundo Real não estão acostumados com as Artes Sagradas, a ajuda de vocês a ensiná-los seria de grande importância pra ajudar na vanguarda e retaguarda.
- Pode deixar com a gente, Asuna. Nossos homens podem cuidar disso. - Eugeo acentiu para ela, junto com Eydis e os três Cavaleiros da Integridade ao lado deles.
- Asuna-chan, vamos ficar a esquerda do campo enquanto vocês cuidam da direita e do centro. Nós cinco podemos cuidar daqueles vermelhinhos fácil, fácil. - A acinzentada falou com um sorriso convencido.
- Mas só vocês cinco juntos?! - Asuna olhou estupefata com o que Eydis citou sobre eles. - Eu sei que vocês Cavaleiros da Integridade são muito fortes, mas só que...
- A gente dá conta, Asuna-sama. - Entokia acentiu com um joinha vindo de sua mão. - Somos cinco dos trinta e dois Cavaleiros da Integridade. Não subestime a gente, só porquê você é uma deusa.
- Muito bem então. Eu vou lutar na frente no centro! - Começando a correr com tamanha velocidade em direção a batalha, Asuna agora já estava curada, revigorada e mais motivada graças a Yui, seus amigos e os Cavaleiros da Integridade.
- Vamos, pessoal. - Eugeo chamou eles, que acentiram em seguida e foram correndo para o lado esquerdo do campo de batalha.
- “Nós podemos vencer. Eu sei que podemos!” - Asuna sorria confiante, enquanto começava a lutar. Ao seu lado, Yuuki apareceu já acertando um player vermelho e sorrindo para Asuna. As duas sorriram juntas e começaram a lutar no campo vendo todos os seus amigos como um todo.
De um lado, ela pôde ver Llenn, M, Dyne, Yamikaze, Kureha, Zeliska, Musketeer e mais alguns outros players do GGO atirando com metralhadoras e outras armas de fogo, enquanto Pitohui usava apenas o seu sabre de luz duplo com lâmina vermelha, girando sua espada contra os vermelhos, atravessando a armadura deles com sua lâmina quente.
- Gostei desses vermelhos. Nem parece que derretem com o meu sabre. - A mulher de traje colado sorria animada, enquanto atacava. Ao ver que um vermelho ia atacá-la, um tiro acertou a cabeça dele, salvando-a. - Valeu, M. Eu te devo essa.
- Não há de quê, Pitohui. - O homem de aparência imponente apenas acentiu e continuou a atacar com seu rifle.
Enquanto a luta continuava, um borrão rosado passava por todo o lado direito do campo de batalha, acertando os vermelhos com adagas de combate. Era Llenn acertando os vermelhos usando sua velocidade sobrenatural.
- Ainda bem que com o avatar da Llenn, ser baixinha me dá tanta vantagem. - Karen falava, enquanto acertava a canela dos inimigos com suas adagas, fazendo-os caírem no chão.
Do lado do centro, o pessoal do ALO atacava em peso. Os amigos de Asuna, Salamanders, Sylphs, Cait Siths, o pessoal da Furinkazan do Klein e os Cavaleiros Sonolentos continuavam atacando.
- Asuna, e o lado esquerdo? Os nossos homens não vão aguentar aquele lado sem apoio. - Sakuya apareceu ao lado da garota de cabelos castanho-alaranjados, já armada com a sua katana.
- Pode confiar, Sakuya-sama. Os Cavaleiros da Integridade já estão a esquerda! - Yuuki respondeu a líder dos Sylphs, enquanto ao mesmo tempo usava a sua Decapitação contra os vermelhos.
- Os Cavaleiros da Integridade? - Ela estranhou o que a ex-Lider dos Cavaleiros Sonolentos falou, e começou a se lembrar dessa garota de cabelos roxos. - Ei, você não é a...
- Matem esses players! - Um dos vermelhos gritava ordenando um imenso grupo em direção aonde um dos Salamanders do ALO estavam. Quando eles iam ser atacados, de repente eles começaram a sentir um estranho cheiro no ar. Era um cheiro limpo, mas ao mesmo tempo bravo. - Que cheiro é esse?!
Era cheiro de chuva e rosas... Espera, chuva e rosas?! Mas em pleno local árido?!
Foi aí então que aquele grupo de vermelhos se fixou em um Cavaleiro da Integridade com armadura prateada, trajando capa e sobretudo azul. Um vapor de névoa fria exalava por todo o seu corpo, e com um movimentar da sua mão direita, o cavaleiro da armadura azul-prata levantou sua espada azul-transparente com símbolos de rosas e raízes para o ar.
- Enhance Armamento! - Eugeo finalmente estocou com brutalidade a sua Espada da Rosa Azul no chão, fazendo com que dela liberasse uma avalanche de gelo em direção aos players vermelhos congelando uma quantidade generosa deles, salvando os elfos do ALO. - Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas! Dançem no ar, minhas rosas! - Ativando então a sua segunda fase de Fortalecimento, o loiro puxou sua espada do solo e a ergueu apontando a lâmina transparente em direção aos vermelhos, cortando e dilacerando aqueles que estavam congelados com a beleza afiada de suas rosas azuis. - Entokia, é a sua vez!
- Deixa comigo, Eugeo! - O azulado acentiu para ele e pulou na frente.
- “Isso é como a dispersão de flores de Osmanthus da Alice. Como foi que o Eugeo desenvolveu uma segunda habilidade da Enhance Armamento? Ele não me mostrou isso.” - Nelgius olhava para o loiro, que continuava lutando em formação junto com os outros. - “Eu sei que ele é um prodígio, mas mesmo assim achei que só a Eydis podia fazer isso com a primeira encarnação. O quão poderoso ele pode se tornar ainda? Será que ele consegue até mesmo chegar no nível da Alice?”
- Liberação de Memória! Chuva de Raios! - Entokia apontava a sua Lâmina do Trovão Rugente em direção ao céu, onde havia criado uma nuvem negra de raios no céu ao seu redor. Essa era a origem do cheiro da chuva! Ao absorver uma generosa quantidade de energia de raios que caiu em seu corpo, ele suspirou e deu um poderoso salto em direção a aqueles vermelhos, criando uma cratera no chão e matando uma quantidade impressionante de players com sua encarnação elétrica. - Nelgi, é a sua vez!
- Nem precisa pedir. Liberação de Memória! Lança Rotacional! - Nelgius saiu de seus pensamentos ativou a sua segunda Encarnação da sua Lança da Tempestade Brotante, disparando raios dela enquanto girava com suas mãos ao redor de seu corpo e ao mesmo tempo, decapitando e esquartejando todos os vermelhos em sua frente, que estavam queimados devido a eletricidade do esverdeado. Em apenas dez segundos, ele matou uma centena daqueles players vermelhos. - Dezessete Rotações Completas. Renly, é a sua vez.
- Entendido, Nelgius! Liberação de Memória! - Renly disparou suas Adagas das Asas Gêmeas, transformando elas em dezenas de pequenas lâminas aéreas que dilaceravam o inimigo. Em seguida, Eydis deu um mortal de lado olhando para o ar como um momento de câmera lenta e apontou cinco pontinhos verdes e roxos em direção aos vermelhos. - Eydis, Eugeo! Agora!
- Agora sim eu vou mandar ver contra esse bando de figurantes. - A acinzentada olhava fixada para os vermelhos, enquanto ainda estava no ar. - Eugeo! Vamo lá!
- Sim, Eydis! - O loiro olhava fixado para o combate, já percebendo o que Eydis queria fazer. - “Vamos fazer o Quadrado Umbra.”
- Enhance Armamento! Multi-Clones das Sombras! - Eydis ativou a sua Encarnação, criando dezenas de clones ao seu lado e começou a focar sua encarnação em casa uma delas. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo! Gerar Elemento Umbra! - A acinzentada sorriu de lado e criou em suas mãos dez pontos coloridos em verde e roxo de Arte Sagrada começaram a ganhar forma diferenciada em direção a sua Espada do Corte Sombrio. - Forma de Lâmina. Corte Traiçoeiro: Nível Dois!
- Cruzamento Verti-Horizontal! - Eugeo atacou junto com Eydis e suas clones usando as técnicas do Estilo Aincrad misturadas com o feitiço dela. Ao se juntarem em um único ataque focalizado, centenas daqueles vermelhos começaram a voar.
- Eugeo/Eydis! - Dessa vez ambos terminaram com a técnica combinada deles, falando em um tom quase sussurrante e intimidador. - Cruzamento Traiçoeiro: Quadrado Umbra.
Ao verem quatro múltiplas lâminas horizontais percorrerem pelos quatro lados entre Eugeo e Eydis, centenas de vermelhos que os cercavam foram completamente dilacerados pela técnica de ambos adaptada para matar.
- Caramba, o Eugeo-sama é tão forte. - Um dos monges deixou escapar, enquanto curava os ferimentos dos aliados. - E a Eydis-sama também. Eles dois são muito assustadores.
Em seguida, os cinco agora começavam a ganhar mais vantagem em peso no lado esquerdo do campo de batalha. O pessoal de Underworld estava ajudando a curar os feridos, enquanto os Cavaleiros da Integridade assumiam a batalha no lugar deles.
De um outro lado dos players do ALO, Sakuya, Alicia Rue e Eugene olhavam boquiabertos ao verem aqueles cinco cavaleiros lutar como uma única unidade contra milhares de players vermelhos apenas sozinhos.
- Aquela garota de cabelo cinza tem a mesma técnica passiva, como a sua, Eugene. - Sakuya observava Eydis atacando aqueles vermelhos fazendo sua espada atravessar as armas do inimigo.
- Isso é impossível. Eu era o único com essa habilidade passiva. Como aqui nesse mundo, existe outra pessoa com a mesma técnica que a minha, e ainda por cima melhor do que a minha? - O Líder dos Salamanders olhava boquiaberto para Eydis, sentindo-se bastante surpreso.
- Isso quer dizer que você foi superado, não acha? - A pequena Cait Sith debochou do ruivo, que se irritou com ela e enfim, se separaram novamente para retornar aos seus postos de combate.
Todos os amigos de Asuna olhavam completamente boquiabertos com as técnicas de luta dos Cavaleiros da Integridade, que superavam até mesmo as deles. Até mesmo Vassago, que estava sentado no topo das ruínas observando com calma, ficou bastante surpreso ao ver o ex-Mensageiro das Rosas lutando de maneira tão bruta e ao mesmo tempo com uma delicadeza impecável de um assassino experiente.
- Caramba, o Eugeo-san é mesmo muito forte. - Silica olhava impressionada para o espadachim da armadura azul-prateada.
- Não acham que ele tá lembrando alguém? - Agil falou, recordando-se de um certo Espadachim Negro.
- Ele me lembra um pouco o Kirito só com essa aparência e o jeito apelão dele. - Klein citou o que com certeza já estava para sair da boca de Lisbeth.
- Falou e disse. Isso não vale. Esses Cavaleiros da Integridade são muito apelões com essas Armas Divinas. - A ferreira de cabelos rosados bufou suas bochechas irritada ao ver todos aqueles equipamentos de primeira classe que os membros da Ordem dos Cavaleiros da Integridade tinham. Obvio que Lisbeth estava com uma baita inveja deles! - E acima de tudo, eles são tudo hack igual ao Kirito!
Eugeo, Eydis, Renly, Nelgius e Entokia estavam ganhando terreno no lado esquerdo agora. Mas o mais impressionante disso era em especial, no Eugeo. Suas técnicas do Estilo Aincrad faziam dele um páreo perfeito contra esse exército, apesar de estar com apoio. Kirito e Eydis o treinaram para encarar grupos grandes, e era exatamente sua especialidade agora.
E mesmo tentando controlar o seu Modo Vecta enquanto ao mesmo tempo matava com moderação regulada, a sua determinação ainda o deixava são o suficiente para de fixar em especial no que ele precisava fazer.
Ele estendeu sua mão esquerda, e agora usou suas Armas Encarnadas para erguer novamente uma quantidade de vermelhos para o ar.
- Eu vou vencer. Nós vamos vencer. Em breve eu vou salvar a Alice e enfim vamos todos acabar com essa guerra sem sentido! - Eugeo gritava, enquanto usava uma das técnicas da Skill Connect do Kirito agora contra uma dúzia de oponentes. Ao pular para atacar os vermelhos que estavam flutuando no ar com suas Armas Encarnadas, Eugeo continuou a atacar com as técnicas da Skill Connect. A cada golpe que fazia, o loiro gritava bem alto com determinação enquanto continuava em frente dessa vez junto com os outros guerreiros. - Eu tenho que ficar mais forte. Mais forte. Mais forte! Mais forte!!! Mais forte pra matar ele, mais forte para poder salvá-la! - Dessa vez, ele usou a sua Enhance Armamento novamente, para cortar e dilacerar todo o restante de vermelhos que estavam no ar. - Confie em mim, Kirito e Lunaria-sama! Eu vou salvar a Alice!
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Enquanto isso, no Mundo Real...
Terça-Feira - 07 de Julho de 2026, 07:18 da Manhã...
Sala Secundária, na Ocean Turtle...
Higa olhava constantemente para o computador, começando a analisar todos os players que o pessoal de Asuna conseguiu reunir graças ao apoio de Yui. Após tanto tempo vigiando a missão de Asuna, Kikuoka acabou dando um cochilo.
- Será que deu tempo suficiente pra Asuna-san? - Higa olhava para o computador na sua frente, sem deixar de olhar fixamente para os dados sobre Underworld na sua frente, apesar de estar cansado de tanto estar no computador.
- Deu sim. - A doutora Rinko apareceu do lado dele, oferecendo ao loiro de cabelos espetados uma garrafa de água. - A Yuuki-san é uma garota forte demais pra aguentar tudo aquilo.
- Eu vacilei feio. - O loiro de óculos abriu a garrafa e bebeu a água, enquanto olhava para o painel em sua frente. - Não esperava que o inimigo iria trazer esse montão de players americanos de VRMMO pro Underworld. E não foi só isso. Quem diria que uma Inteligência Artificial na posse da Asuna e do Kirito iria avisar a gente do que ia acontecer.
- Mesmo eu já prevendo isso, parece que esse plano de deixar os jogadores e os amigos da Asuna entrarem acabou fazendo com que algumas informações sobre o Projeto Alicization tenham sido levadas ao público. - A doutora Rinko falou para o Higa, enquanto observava o painel.
- É verdade, mas isso bem é melhor do que deixar o Eugeo e a Alice caírem nas mãos do inimigo e serem usados como IAs de guerra, servindo como supersoldados, programas militares ou coisa pior do tipo. - Higa indagou, enquanto olhava constantemente para a tela central do painel de comando se fixando no FluctLight de Kirito. - Ah, é, verdade. Eles dois não são mais IAs, pois agora são A.L.I.C.E.s. Esqueci que aqueles dois são agora parte da nova humanidade, renascidos em um mundo alternativo de verdade. Você percebeu isso há um bom tempo, não é mesmo, Kirito-kun?
Quando ele ia tirar aquela janela para se fixar na missão de Asuna, ele viu uma espécie de batimento no monitor neural do Kirigaya. E ao ver que era algo extremamente fora do comum, ele ficou procurando todos os batimentos de flutuações no computador até finalmente chegar a uma conclusão.
- DOUTORA RINKO! OLHA SÓ ISSO! - Higa deu um grito, chamando pela esverdeada e colocando as flutuações neurais na tela.
- Há? Que flutuações neurais são essas? - Ela perguntou a ele. - Espera, essas flutuações são do Kirigaya?
- São sim. - O loiro dos cabelos espetados respondeu. - Era pra ele estar inconsciente, mais isso é um sinal de atividade mental do cérebro dele. Mas não era pra isso acontecer.
- Espera um minuto. - Rinko olhou para dois horários que iniciaram as flutuações de atividade mental do Kirito em estado catatônico, vendo dois horários de 17:10 da tarde e 05:37 da manhã, bem quando a Asuna, Sinon e Leafa entraram em Underworld. - Esses dois horários aqui não foram quando a Asuna e as meninas lá em Roppongi usaram o STL do Soul Translation pra entrar?
- Foi, mas só que... Como assim? - Higa estranhou, fazendo com Kikuoka, Yanai e alguns outros membros da equipe científica acordassem de seu cochilo. - Será que apenas uma reação mental e emocional forte só porquê alguém próximo a ele apareceu? Não, não. Isso é impossível. Não tem como isso curar o dano que o Kirito-kun sofreu de uma forma tão emocional assim. Tem alguma coisa causando isso. Na filosofia, a consciência e o sujeito definem a imagem de quem e o que você é. Será que um backup de padrão quântico desses existe em algum lugar? Não, isso é impossível. A gente nunca chegou a pensar em duplicar o FluctLight do Kirito...
- Ei, Higa. - A doutora Rinko o chamou, mas foi ignorada pelos pensamentos do loiro de óculos.
- ...e mesmo que tivesse um backup, seria impossível tirar a auto-imagem de lá e fazer outra cópia...
- Ei, Higa-kun. - Ela chamou por ele novamente, mas foi ignorada de novo.
- ...mas será que tem algum padrão quântico ativo que possa ser conectado ao FluctLight dele? Onde pode estar?
- HIGA-KUN, DÁ PRA ME OUVIR, PORRA?! - Rinko finalmente se irritou, fazendo agora Higa sair de seus pensamentos. - Caralho, eu tô falando com você!
- Ah, foi mal. - Higa deu um sorriso de medo, assustado com o tom agressivo de Rinko. - O que foi, doutora?
- Você fica falando essas coisas filosóficas de sujeito e objeto, mas dá pra separá-los facilmente, não é? Eles não são só conceitos filosóficos que usam pra expressar relações do ser? Humanos são criaturas sociais e não conseguimos existir como criaturas incivilizadas ou até mesmo solitárias, pois você aínda continua existente no interior dos outros e todos são de certa forma, unificadamente conectados como uma única rede. Você não acha isso? - Ela terminou de explicar a sua teoria para ele.
- “A parte de mim... A parte de mim que existe dentro dos outros...” É isso! Um backup da auto-imagem! A gente tem isso no sistema! - Higa se animou, dando um olhar esperançoso. - É isso aí! Temos um sistema de dados que pudemos usar pra restaurar o sujeito quebrado da mente catatônica do Kirito-kun! E está dentro dos FluctLights das pessoas mais próximas dele! Mas precisamos de um STL pra extrair esses dados, e não vamos conseguir reproduzi-lo efetivar com uma pessoa só. Pelo menos duas ou três pessoas. - Ele se virou para Kikouka. - Chefe, as meninas que fizeram imersão total em Roppongi são conectadas ao Kirito-kun, não é?
- Isso aí. - Kikuoka acentiu para ele. - A Sinon se juntou ao Kirito-kun pra resolverem o caso do Death Gun e o restante da Caixão Sorridente há seis meses atrás, e a Leafa é a irmã mais nova dele.
- Então dá pra fazer isso! Podemos restaurar a auto-imagem do Kirito usando os FluctLights que estão nos STLs das meninas! - Higa sorria otimista, já planejando em como trazer o Kirito de volta. - Se a gente conseguir extrair a imagem do Kirito-kun que tá salva nos FluctLights delas e conectar nas áreas que ele perdeu, então vai dar certo e poderemos trazer ele de volta!
- Mas só que você esqueceu, Higa-kun. - Rinko o lembrou de um detalhe deveras importante, o que fez ele ficar pra baixo de novo pois o único lugar que dava pra fazer isso tudo era na Sala Principal, onde o pessoal de Gabriel estava. - Aqueles caras lá em baixo, na Sala Principal não vão deixar a gente chegar até lá.
- Não seja tão pessimista, Higa-kun. Só de sabermos que tem como salvar o Kirito e evitar eu levar uma surra da Asuna-kun já está de bom tamanho. - O moreno de óculos se aproximou dos dois. - Vamos começar a usar o procedimento quando esses invasores forem expulsos da Ocean Turtle.
- Se aquela garota descobriu sobre a verdade em relação ao Eugeo e a Alice, você vai precisar de ajuda, Kikuoka. - Rinko o lembrou da ameaça de vida que a Asuna fez para ele.
- Obrigado por me lembrar disso, doutora Rinko. - Kikuoka deu um sorriso de medo, lembrando do apertão que aquela garota deu em seu kimono e vendo que provavelmente ele iria apanhar dela uma outra hora.
- Espera, gente. Ai vai ser tarde! - Higa os lembrou do detalhe mais importante. - Se o pessoal do navio da Asahi invadir e rolar uma batalha com tiroteio no eixo principal, a energia reserva vai cair. E se isso acontecer, o Kirito pode sair de Underworld ainda em estado catatônico. E sem a mente dele sã, não tem garantias dele conseguir logar sozinho e se reconectar ao STL nunca mais. Então isso significa que não importa o que aconteça aqui fora ou lá dentro de Underworld, o Kirito precisa ser curado enquanto ele e as três meninas ainda estão em Underworld. Precisamos dar um jeito de evitar que o usuário da Superconta Vecta não atrapalhe elas.
- O que você tá pensando, Higa? - Kikuoka o questionou, vendo até onde ele estava planejando. - Os dutos são muito arriscados para atravessar.
- Eu sei disso, Kikuoka-san. Mas só que a Sala Principal, a Sala Secundária, o Anteparo de Pressão e o Lightcube Cluster estão todos conectados pelo duto de ventilação central, no eixo principal. Lá tem um conector de manutenção para casos desse tipo. - Higa explicou a eles o seu plano. - Então se eu acabar chegando lá, posso conseguir controlar o STL do Kirito por lá, conectar ele com as meninas e fazer a minha mágica dali por diante.
- É uma boa ideia, mas o conector de manutenção tá do outro lado do Anteparo de Pressão. - Kikuoka o recordou dos perigos que o seu braço direito corria. - E se eles te perceberem, podem atirar em você por baixo.
- Então podemos distraí-los, que tal? - O loiro de óculos sugeriu com outra ideia, lembrando do seu robô com nome de Digimon. - Não podemos mandar o nosso pessoal, então podemos mandar outra pessoa. Assim que desativarmos o anteparo, mandaremos ele com tudo pela escada do outro lado do duto.
- Entendi... Então você quer usar o Ichiemon como distração, não é? - Kikuoka deduziu a ideia dos robôs de inteligência artificial que estavam na área de recarga.
- Ficou maluco? Mas só que o Ichiemon não consegue subir e descer escadas rápido. E se o inimigo encontrar ele, não tem como ele correr de volta pra cá sem estar todo esburacado de balas. - Rinko o recordou do risco deles perderem o robô em um possível confronto.
- Eu me sinto mal por ele, mas o Ichiemon precisa dar o melhor dele por nós agora. Além disso, se o inimigo olhar pra ele, duvido que atirem nele logo de cara.
- Bom, nisso você tá certo. - A mulher de cabelos verde-acastanhados suspirou concordando com Higa. - Essa aparência esquisita de Exterminador do Futuro que o seu robozinho tem vai chamar muito a atenção daqueles caras, então deve dar pra fazer eles pensarem que nós temos algum tipo de super plano na manga.
- Acho que no mínimo, eles não vão conseguir ignorar ele. E então, enquanto eles estiverem ocupados com o Ichiemon, eu vou me infiltrar pelo duto de ventilação até chegar ao duto de cabos inferior e operar o STL do Kirito-kun através do conector de manutenção. - Higa explicou o plano para Kikuoka e Rinko, passo a passo.
- Já que nós vamos usar o Ichiemon aproveitando ele como distração, você acha que podemos mandar o Niemon também? - Kikuoka sugeriu a ideia de mandar mais um outro robô.
- Não, acho que não vai dar certo. Se lembra quando disse pra Asuna-kun há três dias atrás? Sem um equilibrador mental para a mente e as pernas dele, o Niemon vai cair na hora em que ele começar a descer a escada. - Higa explicou para ele.
- Entendi então. - Kikuoka acentiu, vendo que usar o robô Niemon também não iria dar muito certo. - É uma péssima ideia.
- Mas então, Higa... - A doutora Rinko o chamou a atenção do loiro de óculos. - Mesmo que você engane esses invasores por tempo suficiente pra abrir o anteparo, você sabe que ainda tem um grande risco deles te encontrarem, ainda mais se estiver sozinho. Não é melhor levar uma escolta, ou então ir junto com o Nakanishi, que está armado?
- Não, do jeito em que estamos, não podemos desperdiçar gente importante da JDSF. E sem falar que além disso, a única pessoa capaz de andar fácil por aquele duto apertado igual a um rato do Tom e Jerry é eu aqui, que sou baixinho. - O loiro riu, se vangloriando pela sua altura diminuta de 1,60. - Se vocês já viram Jovens Titãs, eu vou igual ao Red X. Jogo rápido. Vapt-Vupt.
- Não acredito que vocês querem mesmo arriscar as nossas vidas por um plano merda de um desenho animado. - Rinko falou em um tom humorado de pessimista, vendo que o plano de Higa era baseado num plano do Robin que nem mesmo deu certo! - Mas se é isso o que a gente tem pra hoje, é o único jeito.
De repente, um enorme barulho começou a apitar na Sala Secundária fazendo Kikuoka, Higa e Rinko ficarem surpresos.
- O que é isso?! - O moreno de óculos olhou boquiaberto para o painel. Ao ver a poderosa anomalia, Higa rapidamente foi ao computador para analisar a situação. Mas quando viu uma enorme quantidade de energia mental passando além dos flutuadores, o loiro ficou boquiaberto ao ver do que aquilo se tratava. - Higa, o que está acontecendo?
- Um dos dois FluctLights A.L.I.C.E. acabou de passar por algum momento de raiva, o que fez certa parte do mapa de Underworld criar um símbolo azul no local onde Asuna criou o desfiladeiro com o poder da Deusa Stacia. - Não pode ser... O Eugeo usou a Release Recollection combinada com o Modo Vecta dele, e perdeu o controle!
- Como é?! - Kikuoka rapidamente ficou exaltado ao saber que um dos A.L.I.C.E.s estava superando os limites na base da raiva. - Mas como ele consegue usar isso sem ter nenhum contato conosco?! É uma habilidade exclusiva só para o Imperador Vecta, o Deus das Trevas. E como ele consegue usar a Release Recollection? Ele já consegue controlar o Objeto Divino dele?
- Eu não sei dizer, mas agora alguma coisa o ajudou a fazer ele se controlar. - Higa ainda continuava estupefato ao ver os dados sobre Eugeo pulando além dos gráficos. - Parece que uma Superconta Divina apareceu para controlar as emoções dele, e agora que ela o ajudou, ele está estável. Deve ser a Superconta Lunaria, que está perdida há meses.
- Como essa Superconta foi até ele? E quem está usando ela?
- Não dá pra sabermos. - Higa respondeu, sem sucesso para rastrear o ID da Superconta da Deusa da Lua. - Mas seja quem for, está de alguma maneira, ligada ao Eugeo.
- Será que pelo motivo do Eugeo ser o Cavaleiro Safira, deve ser por isso que a Lunaria apareceu pra salvá-lo? Eu sei que o Underworld pode ser um mundo falso, mas de alguma maneira... - O moreno de óculos, começou a olhar para a parte direita de baixo do painel do telão, onde estava uma imagem de versão real dos atuais usuários sendo então os Cinco Deuses de Underworld, tendo Stacia, Solus e Terraria a aparência de Asuna, Sinon e Leafa. Já os dois últimos com a aparência de Vecta e Lunaria eram estranhamente familiares para o moreno misterioso. Mas quando ele se recordou da Câmara Oculta dos A.L.I.C.E.s lá em baixo no convés inferior da Ocean Turtle, ele viu na câmera de segurança a aparência de Eugeo e comparou com o rosto de Vecta e Lunaria. - ...esses dois que estão usando as contas do Vecta e da Lunaria tem alguma coisa a ver com o Eugeo. E seja lá quem sejam os usuários dessas contas, não pode ser só coincidência.
- Acha que consegue localizar ele agora e contatá-lo? - Rinko o perguntou, já indo para o computador para ajudá-lo. - Se esses dados conseguiram fazer o sistema de monitoramento chegar nas alturas, então ainda pode ser rastreado por algum tempo. E nós precisamos que o Eugeo nos conte aonde está, para que ele confirme se a Alice, o Kirigaya e a Asuna-san estão mesmo com ele.
- Acho que já vi onde ele está. - Ele colocou os dados do painel, localizando Eugeo finalmente. - Ele está em algumas ruínas no Hemisfério Sul de Underworld. Ele está bem, pelo que parece.
- E dá pra contatá-lo em um link mental sem um console mesmo com as coordenadas exatas, não é? - Kikuoka o perguntou, vendo onde estava o Segundo A.L.I.C.E. deles.
- Dá sim. Vou contatá-lo agora mesmo.
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Durante a batalha lá no sul, Eugeo, Asuna e todos os outros continuavam lutando para ganhar território.
Lá aonde estavam as carruagens, Ronye, Tiese e Sortiliena olhavam para os Cavaleiros da Integridade lutando como verdadeiras máquinas de guerra.
- Será que esse é mesmo o Eugeo? - Sortiliena olhava para o loiro, que lutava com tamanha destreza ao lado de Eydis e Nelgius. - Na Academia de Espadachins na Centória do Norte, ele sempre foi tão bom quanto o Kirito, mas olhando por esse ângulo, parece que ele o superou com certeza.
- É ele sim. - Tiese respondeu para a cavaleira. - Ele sempre foi forte, mas também acabava hesitando quando ele me treinava. Parecia que mesmo sendo muito forte, ele tinha medo de ferir os outros com toda a sua força.
- Parece que esses seis meses deixaram o Eugeo-senpai ainda mais forte. - Ronye deu uma rápida olhada para onde Kirito estava sentado na sua cadeira de rodas. - O que será que ele e o Kirito-senpai tiveram que fazer pra ficar nesse nível?
Lá na frente do campo de batalha, uma jovem mulher de cabelos acinzentados continuava lutando firme. Como Eydis era a décima Cavaleira da Integridade, ela era a mais experiente entre os cinco ali apesar da negação de Nelgius.
Seus olhos vermelhos deslizaram para os lados, notando que nove soldados vermelhos tinham acabado de cercá-la pelos lados. Vendo que estava com dificuldades para escapar daquele ataque, ela apenas deu um sorriso de lado e começou a sorrir.
- Matem essa vadia! - Eles começaram a gritar em inglês, indo para cima dela.
- Se deram mal, seus idiotas. - A acinzentada apenas sumiu em uma bomba de fumaça fazendo aqueles nove players ficarem confusos.
- Que porra é essa? Pra onde aquela garota foi?! - Um dos vermelhos se perguntava irritado, olhando para os lados.
Quando esse player vermelho notou uma imensa névoa roxa percorrer a alguns metros da sua frente, começou a ouvir gritos dentro dela. Quando a névoa passou pelo seu corpo, o vermelho apenas ouviu uma gargalhada feminina percorrer por trás dele e de repente, sumir de forma repentina.
- O que? - Um dos vermelhos rapidamente olhou para trás, assustado. - Que caralhos é isso? Da onde tá vindo essas risadinhas?!
- Que droga... Sai logo dessa névoa! Cadê você, sua puta?! - Um outro vermelho já gritou assustado. Mas no momento em que ia dar um pequeno passo para frente, ouviu um sussurro da garota de cabelo cinza falando em inglês de uma forma sádica.
- Aquela puta está bem aqui. Hora de vocês virarem picanha fatiada. Enhance Armamento. Matança Silenciosa! - Eydis apareceu atrás daqueles nove soldados vermelhos junto com as suas clones das sombras, e simplesmente perfurou a garganta de todos, esquartejando-os ao extremo usando a segunda fase da sua Enhance Armamento.
Ali perto da névoa, Eugeo apenas olhava como Eydis estava se divertindo ao atacar aqueles vermelhos. Apesar de ser uma pessoa bem alto-astral, ele sabia bem que a acinzentada não estava só lutando com foco. Ela ainda estava tentando superar a morte repentina de Lipia e ao mesmo tempo estava preocupada com a saúde de Eldrie, que ainda estava se recuperando dos seus ferimentos que recebeu na batalha da ravina.
- “Eu não sei bem no que se passa dentro da cabeça da Eydis. Mas desde que o Eldrie se feriu, ele ainda continua inconsciente lá na carruagem onde o Kirito também está.” - O loiro estava em seus pensamentos, enquanto combatia um grupo pequeno de vermelhos vindo em sua direção. - “Eu sei que ele não gosta muito de mim, mas eu senti que alguma coisa aconteceu entre eles dois durante aqueles quatro dias antes do início da guerra. Será que a Eydis está mesmo se reprimindo por causa disso?”
- Uma oportunidade de ataque. - Eugeo notou uma fraqueza naqueles soldados vermelhos e agora começou a pular por cima de cada um deles, pisoteando os capacetes pela pressão da super força dele. Em seguida, deu um mortal no meio do ar e decapitou cada um com sua técnica secreta. - Super Inclinação! - Terminando o golpe, o loiro deu apenas um suspiro frio ao ver sangue espirrando pelos pescoços deles antes de sumirem em pixels azuis, apesar de estar pensando em sua professora. - “Eu sei que ela tem uma Release Recollection proibida assim como eu e a Alice temos. Mas o quão proibida ela deve ser ao ponto da Quinella ter colocado uma restrição de poder nela?”
- Olá, está me ouvindo? - De repente, Eugeo rapidamente virou para os lados para procurar pela voz que o chamou.
- Onde? Eydis? Renly? - O loiro estranhou sobre quem o chamava no momento. Mas ao se recordar dessa voz, parecia ser da mesma voz que pertencia a quem Kirito estava tentando contatar lá no 100º Andar da Igreja de Axioma, após a luta deles contra a Quinella. - Era aquela voz estranha de novo.
- Ei, Eugeo. Consegue me ouvir? A voz na sua cabeça! - Mais uma vez, aquela voz apareceu em sua cabeça. Eugeo olhou a sua volta, e percebeu que ninguém o chamava. Pelo menos, não verbalmente. Ao se lembrar do nome daquela voz que Eugeo ouviu da boca de Kirito, o loiro chamou pelo dono dela.
- Kikuoka? Você é o Kikuoka?
Lá na Ocean Turtle, Kikuoka, Higa e Rinko rapidamente arregalaram os olhos e se entreolharam ao ouvir o dono da voz. Era a primeira vez durante o experimento do Projeto Alicization em que eles se comunicavam com um FluctLight da Classe A.L.I.C.E. e ele o conhecia assim logo de cara? Era coincidência?
- Como você sabe o meu nome? - O homem de óculos o questionou, curioso e um pouco assustado com esse mistério.
- O Kirito falou isso antes de entrar em estado catatônico aqui. - Eugeo respondeu a ele, explicando como já sabia desde a luta contra Quinella, no 100º Andar da Igreja de Axioma.
- Espera, você conhece o Kirito?! Você é mesmo o Eugeo? - Dessa vez foi Rinko que decidiu revelar a sua voz a ele.
- Sim, eu o conheço. E também, sim. Eu sou Eugeo. Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois, o 17º Superior da Igreja de Axioma e Capitão do Primeiro Batalhão. - Eugeo se apresentou a eles, mas parecia estar falando de forma ofegante. Ele estava correndo, por acaso? Provavelmente estava dentro do Teste de Carga Final, ou no caso dele, no meio da guerra. - E quem são vocês? Como sabem o meu nome?
- Eita porra, esse moleque é um Cavaleiro da Integridade? O quão avançado ele é?! - Higa ainda continuava estupefato ao ver que o Segundo A.L.I.C.E. era um membro da Ordem mais poderosa do Império Humano.
Mas vendo que não haviam tempo para conversas longas, Kikuoka decidiu abrir logo o jogo para o loiro. Dessa vez, a visão dos três na Ocean Turtle voltou lá para Underworld, onde Eugeo continuava lutando enquanto ouvia a voz do homem de óculos.
- Cavaleiro Eugeo, aqui fala o Tenente-Coronel Seijirou Kikuoka, do Ministério de Inteligência Japonesa. Nós somos aliados do Kirito, aqui do Mundo Real. Você é amigo do Kirito, não é? Por acaso sabe onde o Kirito, a Deusa Stacia e Alice Schuberg estão agora? - Dessa vez Eugeo ouviu o nome de Kikuoka, e aparentemente ele era um homem de patente militar assim como o loiro. Mas ele não deixou de se surpreender mais com isso, pois ouviu o nome da Alice, Kirito e Asuna serem citados por ele. Mas como ele já disse que era aliado do Espadachim Negro e da Relâmpago, decidiu confiar nele, em parte.
- O Kirito está em estado catatônico, mas ele está aqui comigo. - O loiro começou a explicar ao Kikuoka. - Eu e a Asuna estamos resistindo aos jogadores do Mundo Real, mas só que a Alice... Ela foi levada pelo homem que está usando o corpo do Imperador Vecta e agora nesse momento, eles estão indo em direção ao Altar do Fim do Mundo.
- O quê?! - A voz do outro lado de exaltou em um tom de extrema preocupância. - Mas ela está sozinha?! Não tem ninguém para salvá-la?!
- Negativo, Tenente-Coronel. O meu Comandante e a Sinon foram atrás deles para salvá-la. - Ele respondeu a eles, ao dar um chute forte no torso de um dos vermelhos usando a sua super força, fazendo o player voar por algumas dezenas de metros de distância. - Eu ainda estou preso em umas ruínas e no momento estou lutando contra esses soldados vermelhos do Mundo Real, mas quando o meu dragão se recuperar, irei atrás dela.
- Eu compreendo. - Eugeo pôde entender que Kikuoka lá do outro lado deu um suspiro aliviado ao saber que mesmo Alice sendo sequestrada, tinha o apoio de Sinon e do Comandante dos Cavaleiros da Integridade. Isso significa que ela e Leafa já haviam chegado a tempo para ajudar. - Eu sei que é muito para você, mas eu peço que faça uma coisa bem importante pra mim, por favor, Eugeo.
Ao terminar de ouvir tudo o que Kikuoka disse para Eugeo, o loiro arregalou os olhos e deu um rápido sorriso de felicidade mas ao lembrar da mulher que o ajudou há algumas horas atrás, ele finalmente deu uma palavra antes de aceitar a proposta do homem de óculos do outro lado da voz.
- Está bem, mas só farei isso com uma condição. Se eu falar com a Asuna, quero que você me diga a verdadeira identidade da mulher que está usando o corpo da Deusa Lunaria. - O loiro fez uma proposta para Kikuoka, do outro lado. - Ela já apareceu pra mim duas vezes hoje e eu sei que ela é do Mundo Real, igual a mim.
- Mas espera, como é que você sabe disso? Você já sabe de toda a verdade do... - Antes que Rinko pudesse questionar o garoto, ele rapidamente a interrompeu.
- Sim, eu sei de parte da verdade e também sei o que eu sou, mas não temos tempo pra isso. Vocês podem ser do Mundo Real assim como eu, mas eu não confio em vocês. - Eugeo falou para eles, enquanto perfurava a cabeça de um dos vermelhos com sua espada, ao terminar de falar e dando um olhar sério. - Eu só apenas confio em Kirito e Asuna. Aceitem a oferta ou não farei o que vocês pedem.
Vendo que Eugeo com certeza era muito mais do que eles esperavam que fosse, Kikuoka, Rinko e Higa não esperavam que ele iria responder a eles de forma tão inteligente e imparcial. Ele não era só um A.L.I.C.E., pois afinal de contas, ele era do mundo real também.
- O que a gente vai falar pra ele, Kikuoka-san? A Superconta Lunaria foi perdida há meses, desde que esse experimento começou. Não dá pra gente falar pra ele isso tudo assim de cara. - Higa apertou o botão de mudo, para silenciar a conversa por poucos segundos. - Não dá pra saber o que mas esse garoto sabe do mundo real.
- E sabe se lá quanto mais ele sabe. - Rinko se colocou na conversa. - Ele não é tão avançado quanto a Alice, mas tem conhecimento do Mundo Real. Eu não sei o que vocês fizeram com ele, mas independente do que acontecer, esse moleque sabe demais e não dá pra mentir pra ele.
- Eu sei disso, pessoal. Mas se ele não confiar na gente, ele nunca vai falar pra Asuna e irá pro Altar do Fim do Mundo. E no momento, a gente precisa que ele e a Alice cheguem lá no altar juntos urgentemente. - Kikuoka estava nas cordas, mas não tinha escolha se não falar pelo menos o que sabia da Lunaria para Eugeo. - Além de quê, se a usuária da Deusa Lunaria aparecer, ela pode ser de grande ajuda.
- Nós ainda não sabemos exatamente quem é essa mulher usando o corpo da Deusa Lunaria. Só o que eu posso lhe afirmar no momento é que ela é parecida com você, assim como o homem que está usando o corpo do Imperador Vecta. - Kikuoka falou para o loiro, afirmando que eles não sabem exatamente quem ela é. - Mas se você e a Alice conseguirem chegar até o Altar do Fim do Mundo e forem ao Mundo Real, podemos te ajudar com isso. Mas agora, peço que diga essas palavras para a Asuna, em meu nome. Por favor.
- Está bem. Eu direi a ela. - Eugeo concordou com eles, e de repente ele sentiu que a comunicação deles havia sido cortada. Mas ao ouvir atentamente tudo o que o dono da voz misteriosa disse para ele, o loiro não podia perder mais tempo.
- Pessoal, eu preciso ir até a Asuna para falar uma coisa. Conseguem me dar uma força aqui por uns cinco minutos?! - Eugeo deu um mortal de costas, desviando-se de um ataque de lança de um dos vermelhos e em seguida ele aproveitou e deu um soco na armadura vermelha, com o intuito de querer afastá-lo para longe.
- Pode ir, Eugeo! - Renly respondeu a ele, agora pegando uma das espadas dos soldados do Império Humano e começando a dar cobertura para ele.
Enquanto estava correndo até o lado do centro, Eugeo lutava enquanto ao mesmo tempo pensava na proposta em que fez a Kikuoka. Não dava pra saber se o que ele dizia era mesmo verdade. Mas se esse fosse o único jeito, tudo o que Eugeo e Alice não conseguiram nesses últimos seis meses não iriam mais ser jogados em vão!
No momento em que ele avistou Asuna, uma atiradora encapuzada com orelhas de gato no capuz tentou atirar na direção dele com uma metralhadora. Mas ao ver tudo na sua visão como em câmera lenta, o loiro rapidamente ativou o seu Modo Vecta para prever a trajetória das balas. Estavam indo na direção de cinco lanças atrás dele.
Quando as balas acertaram as lanças, o jogador salvou a vida de Eugeo. Mas no momento em que o loiro viu os donos das lanças tentando acertar machados na atiradora, ele usou sua encarnação de Armas Encarnadas para jogá-los mentalmente pra longe e desativou o seu Modo Vecta para evitar uma perda de controle. Afinal de contas, ele já tem controle amplo de seu poder, mas não controle total.
- Você me salvou daquelas lanças. - O loiro foi até a jogadora encapuzada com um capuz de orelhas de gato, e deu um sorriso de gratidão para ela. - Muito obrigado, moça.
- Não foi nada, Cavaleiro da Integridade. Também, muito obrigada por me salvar daqueles machados. - A garota misteriosa apenas acentiu para ele, que rapidamente voltou para o seu caminho indo em direção ao lado centro da formação de combate, onde Asuna e Yuuki estavam. Enquanto via Eugeo correndo até Asuna, a atiradora com capuz de orelhas de gato soltou uma pequena lágrima ao ver ele lutando. - Eugeo... É você mesmo. Só um idiota como você se preocuparia pra proteger os outros. - Ao tirar seu capuz, a Rata havia se revelado para aquele céu avermelhado do Território Negro mostrando que ela estava ali para mostrar que dessa vez seu ex-companheiro iria voltar. Apesar de saber que os amigos de Asuna e Kirito estavam por ali, bem como Recon explicou a ela lá no GGO, ela se lembrou daquele coreano de cabelos verdes e da chinesa de cabelos avermelhados. - “Moonphase, Mei-Mei Xiang... Eu achei ele.”
Ao chegar aonde Asuna, Yuuki e os amigos dela estavam, o loiro finalmente apareceu já atacando o inimigo com um chute de sua superforça para longe.
- Asuna, eu preciso te contar uma coisa. E é muito importante! - O Kikuoka me pediu pra te falar sobre o Kirito!
- Eugeo? - Asuna e Yuuki estranharam com a presença de Eugeo, já notando que ele estava ali para dar uma informação para a garota vestida de deusa, que ficou completamente surpresa quando ele citou o nome do Kikuoka.
Nesses mesmo momento em que Eugeo contava para Asuna tudo o que ouviu dos cientistas lá fora, Kikuoka, Higa e Rinko finalmente decidiram dar o seu plano para trazer o Kirito de volta, em prática.
- Então esse é o plano: Vamos criar uma distração usando o Ichiemon e alguns outros, e enquanto isso eu vou lá embaixo pela ventilação até chegar no Anteparo de Pressão. - Higa os recordou do que eles iriam fazer para trazer o Kirito de volta. - Quando eu conectar os STLs do Kirito, Asuna, Leafa e Sinon em um todo, a imagem mental delas três vão se conectar com a mente do Kirito, e dessa forma elas podem trazer ele de volta.
- Acha que vai dar certo? Eu não estou querendo ser pessimista, mas se passaram dois anos e meio pra ele lá em Underworld. - Rinko o recordou de como Kirito estava irritado ao ouvir a voz de Kikuoka depois daquele tempo. - Se não trouxemos ele da maneira que a gente planeja, isso não vai pesar só na consciência dele e da Asuna-san.
- Eu sei disso. Mas se não fosse pelo Kirito, os FluctLights da Alice e do Eugeo não teriam virado o que são agora. Se o Eugeo reagiu a gente daquela maneira, isso por si só já é muito impressionante. Mas quando ele lutou ao lado deles e os protegeu, foi assim que eles dois lutaram por ele. - Higa apertou suas mãos, falando decidido para ajudar Kirito a todo custo. - Eu devo isso ao Kirito. E é por isso que a gente precisa arriscar, se houver mesmo uma chance significativa de curá-lo. Pois se eu não fizer isso, nem mesmo vou conseguir nem mesmo encara-lo!
- Então eu confio em você, Higa. - Kikuoka segurou no ombro do loiro, dando um sorriso decidido. - Eu sei que estamos com poucos recursos agora pra encarar esses invasores, mas a gente sabe se defender também. Vamos confiar na sua ideia.
- Umm... Se você vai se arriscar, eu vou junto com você, chefe Higa. - Yanai se aproximou deles, tirando o seu jaleco e colocando em uma das cadeiras da Sala Secundária e se oferecendo para ajudar. - Eu também sou baixinho como você, mas posso pelo menos tomar um tiro por você. Sem contar que eu fui o responsável que tava cuidando da parte da manutenção dos cabos de STL.
- É mesmo. Pra falar a verdade, eu nem me lembro direito onde fica o conector de manutenção para os STLs. - Higa deu um sorriso envergonhado, coçando com a sua mão direita na nuca. - Então obrigado por me acompanhar nessa maluquice de missão impossível, Yanai-san!
Enquanto Eugeo, Asuna, os Cavaleiros da Integridade, e os players dos jogos enfrentavam os players vermelhos do exterior e o pessoal de Kikuoka planejava para trazer a consciência do Kirito de volta a ser o que era, longe do campo de batalha, uma certa garota de cabelos cianos continuava voando com alta velocidade em direção aonde estava Alice estava.
E mesmo bem longe, ela já conseguia sentir que no fundo já estava acontecendo um combate.
- Eu sinto que já tem uma luta lá aonde ela está. Eles pararam de voar e pude sentir uma queda, mas mesmo assim... - Sinon começava a pensar no que já estava acontecendo. - O Comandante dos Cavaleiros da Integridade já tá enfrentando o cara da Superconta Vecta. Eu não sei como tá acontecendo essa luta, mas não posso ficar sem fazer nada. Preciso ajudar ele e levar a Alice lá pro altar, e esperar pelo Eugeo.
Agora Sinon fortaleceu ainda mais a aura branca e brilhante de vôo percorrendo pelo seu corpo. Graças a sua habilidade dada pela Superconta da Deusa Solus, ela tinha o poder da Deusa do Sol de Underworld. Com certeza ela não pode fraquejar contra essa figura misteriosa que tá usando a Superconta do Deus Vecta, seja quem esse usuário for.
- Leafa... - Sinon soltou o nome da loira em que já estava pensando há algum tempo. Mesmo relutante em querer procurar pela Leafa, que estava em algum lugar desconhecido do Território Negro, ela precisava ignorar aos seus sentimentos pelo menos por enquanto. Aquele beijo que as duas compartilharam realmente não era só apenas um beijo e mesmo sendo um erro ou não, elas precisavam conversar com a sós.
- Eu já estou a caminho, Asuna. Vou ajudar a Alice e acabar com o Vecta.
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo.
E esse reencontro da Yuuki com os Cavaleiros Sonolentos, hein? Iria ser uma boa dar mais tempo pra esse momento bonito, mas num campo de batalha é tenso né 🤷♂️
Quem diria que os Cavaleiros da Integridade lutando em grupo dão um banho no pessoal do Mundo Real, né? Até os amigos do Kirito ficam com a inveja lá no alto kkkkkk
• Eu tava ouvindo aquela música tema de AoT quando Mikasa chega em Liberio explodindo a nuca do Titã Martelo de Guerra, quando tava escrevendo os Cavaleiros da Integridade lutando na parte do contra-ataque. Combina muito bem, na minha opiniãoDiferente daquela parte do anime, eu dei uma diferenciada em algumas coisas e no próximo eu vou focar novamente na luta do Bercouli contra o Vecta
Até mais 👍⚔️
Chapter 26: Capítulo XXVI - O Fim da Eternidade
Summary:
Bercouli e Gabriel continuam a lutar, porém o Comandante dos Cavaleiros da Integridade ainda está levando a pior. Alice desperta com um sonho inusitado onde há uma garotinha que começa a chamá-la de "mãe."
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
08 de Novembro de 380 - 12:46 da Tarde
Ravina do Portão Leste, Lado do Império Humano...
Enquanto a guerra seguia firme lá no sul contra aquele exército de vermelhos, Fanatio, Deusolbert, Linel, Fizel e uma das clones de Eydis estavam vigiando a fronteira do Portão Leste para evitarem um outro ataque como o de ontem, na Batalha da Ravina.
A mulher dos cabelos roxos escurecidos olhava fixamente para o céu, vendo como as cores azuladas e avermelhadas eram um contraste bem grande em comparação ao Império Humano e o Território Negro, enquanto nesse momento tentava se recuperar ao usar tanta energia com uma clone de si mesma.
- “Merda, eu não esperava que aquele homem fosse tão forte daquele jeito, a ponto de desviar de todas aquelas rajadas solares da minha Espada Perfuradora dos Céus. Se ao menos a minha verdadeira eu estivesse lá, teria ganhado vantagem contra ele. Sou a melhor combatente de luta corpo-a-corpo dos Cavaleiros da Integridade, e mesmo assim uma clone minha nem mesmo conseguiu acompanhar os poderes divinos dele.” - Fanatio rangeu os dentes irritada ao se recordar de sua breve luta contra o Imperador Vecta, no mano a mano. - “Pelo que a clone da Eydis falou sobre o Bercouli ter ido atrás dele e da Alice, ainda não vai acabar tão cedo.”
- Fanatio-sama, o inimigo que restava na área da ravina começou a recuar. Aparentemente, depois que o poder da Assimilação Sanguínea da Eydis foi ativado, a tribo de Assassinos deu retirada das áreas ocultas. - Giro apareceu, agora tirando o seu elmo revelando os seus cabelos escuros curtos e seus olhos âmbar-alaranjados.
- Eles estão usando capas de invisibilidade, não? - A mulher dos cabelos roxo-escurecidos a questionou e Giro acentiu. - Linel e Fizel estão acostumadas com esse tipo de armadilha. Ordenem que elas cuidem dos assassinos que restaram.
- Sim, senhora. E eu já dei essa ordem. Elas já estão atacando os assassinos remanescentes. - Giro afirmou a ela.
- E os reforços misteriosos para o sul? Como está a clone da Eydis?
- Pelo que ela me falou, parece que chegou um grande apoio da Asuna-sama, junto com mais uma garota usando o corpo da Deusa Solus. - A jovem mulher dos olhos âmbar tentava explicar com palavras para sua comandante, mas mesmo assim nem mesmo ela acreditaria. - Eu não sei como colocar exatamente em palavras, mas parece que esses aliados são todos não só dá Asuna-sama, como também do honorário Cavaleiro da Integridade Kirito Synthesis Trinta e Três.
- Então foi graças ao Kirito que agora temos um reforço pra ajudar o Eugeo e os outros. Isso é uma boa notícia. - Fanatio suspirou, um pouco mais aliviada e agora foi perguntar sobre algo que realmente já estava a preocupando. - E enquanto ao descontrole do Eugeo? O que aconteceu com ele e como ele está agora?
- Como a Eydis já falou, ele foi avistado ativando seu Modo Vecta combinado com a Release Recollection dele, e usando parte do poder da Espada da Rosa Vermelha pra matar uma enorme quantidade de soldados vermelhos quando o Imperador Vecta levou a Alice embora. - Isso fez a mais velha fazer seus olhos amarelos cerrarem ao ponto de se fechar, vendo que teria mais um problema para resolver. Claro, se não soubesse depois da boa notícia que Eydis falou para ela. - Mas agora com a sede de sangue do Eugeo-sama controlada, não é mais um problema.
- Então o Eugeo conseguiu mesmo dominar o seu poder. - Fanatio falou com um sorriso orgulhoso, acentindo com a sua cabeça pensando em como o jovem loiro estaria. Afinal, um Cavaleiro da Integridade conseguindo dominar a Release Recollection em meses ao invés de anos era algo impossível, até que Eugeo e Alice superaram as técnicas dos outros Cavaleiros da Integridade, por serem prodígios. - Parece que com o apoio da Asuna-sama e do Kirito, não teremos tantos problemas para o grupo do Comandante Bercouli chegar no Altar do Fim do Mundo. Isso é tudo, Giro?
- Sim, Fanatio-sama. - A morena respondeu a ela.
- Entendo. Giro Synthesis Vinte e Quatro, siga as minhas orientações e volte para o seu posto. - A mais velha ordenou, e Giro acentiu pela ordem de sua mestra. - Ah, e só mais uma coisa. Bom trabalho. - A morena se surpreendeu com o elogio de sua comandante e mestra. - Se a Dakira estivesse aqui, ela ficaria orgulhosa de ter você como a nova líder das Quatro Lâminas Giratórias.
- Obrigada, Fanatio-sama. Eu vou fazer o meu melhor por ela e pela senhora. - Giro deu um sorriso em lágrimas de orgulho para Fanatio, acentindo para ela e apertando firme no seu punho no seu peito, oferecendo o seu coração. - Por você, o Hobren, o Jeis, pela Dakira e também pelo Eugeo-sama.
Enquanto Giro retornava para o seu posto de batalha para vigiar as ações do inimigo, Fanatio a observava voltar enquanto ao mesmo tempo se recordava de tudo o que aconteceu nessas últimas 24 horas.
Ter que aceitar a morte de Dakira no seu trabalho de comandar toda a Primeira Divisão ao lado de Eugeo, Eydis, Eldrie e Deusolbert acabou resultando na morte de sua primeira aprendiz. Descobrir que ela tinha sentimentos românticos por sua mestra era também difícil, ao saber que ela a adimirava tanto.
Isso sem contar com a descoberta de um novo mundo, a gravidez de Alice com o contexto dela querer esconder a verdade de Eugeo e mais coisas em relação a ele e o homem que usa o corpo do Imperador Vecta.
Diferente dos outros Cavaleiros da Integridade, Eugeo e Alice com certeza estavam sob pressão ao terem que lidar com todas essas coisas enquanto lutavam nessa guerra com esses demônios interiores, então óbviamente isso seria complicado para os prodígios mais fortes.
Mas agora, no que ela mais se preocupava no momento era com o seu amado, que nesse momento já deve ter alcançado o Deus das Trevas e começado o combate. Fanatio também se preocupava com a criança em seu ventre, da mesma maneira em como estava a segurança de seu pai. Mas no momento, ela não poderia fazer nada?
Era o dever de uma esposa ficar ao lado de seu marido, assim como um marido tem o dever de ficar ao lado dela, e vice-versa. Mas nesse momento, ambos estavam separados do outro lado do mundo, lutando pela proteção de sua casa e pela família que eles estavam criando.
- Vossa Eminência... - A mulher dos cabelos roxo-escurecidos deu um pulo com sua super força até chegar no topo da cordilheira das Montanhas do Fim, olhando para o sul. Apesar de estar centenas de quilômetros longe da verdadeira ação, a Vice-Comandante dos Cavaleiros da Integridade irá observar tudo até o fim. - Diferente de todos os outros Cavaleiros da Integridade que se lembram de alguma coisa importante do passado deles, nunca tive nada pra lembrar. Só o que eu posso dizer é que fiz parte de uma coisa feliz desde que me tornei uma Cavaleira da Integridade para serví-la. Diferente de todos quem eu queria disfarçar a minha verdadeira face como a Cavaleira Implacável, você trouxe a pessoa que mudou a minha vida. Se por algum acaso alguma coisa boa de você ainda estiver aqui nesse mundo, peço para que proteja o meu comandante até o fim.
Enquanto Fanatio rezava para que Quinella e as quatro deusas protegessem Bercouli, em outro lugar lá no sul estava acontecendo um selvagem duelo.
Naquele sol quente de meio dia passando pelo céu avermelhado de Underworld, haviam vários barulhos de metal tocando em metal de forma rápida e constante. Diversas rochas estavam sendo destruídas, assim como a vida daquele cavaleiro de cabelos azulados que combatia constantemente aquele homem loiro com cabelos penteados para trás, com duas franjas caindo no rosto.
Os olhos verdes com globos oculares pretos em formato demoníaco percorriam firme enquanto lutavam, sendo que o olhar demoníaco de Gabriel estava completamente frio e calculista durante a luta.
Bercouli estava combatendo Gabriel com uma certa dificuldade, já que o loiro arrancou seu braço esquerdo. Pra piorar, ele estava usando a sua Manipulação de FluctLight pra converter toda a energia mágica infinita de Alice para ele. E de um lado onde a bela loira estava inconsciente naquele chão de rochas, e do outro onde lá no céu estavam Amayori, Hanayuki e Hoshigami visando a batalha enquanto esperavam as ordens do Comandante dos Cavaleiros da Integridade.
Afinal de contas, Bercouli os ordenou para que eles três não se movessem até que a luta acabasse.
- Você parece um pouco cansado. - O loiro parou por um momento enquanto olhava para ele constantemente. - Desde que começamos a lutar, eu notei que a sua postura de combate e suas técnicas já estão começando a fraquejar. Entre todos aqueles outros Cavaleiros da Integridade que eu enfrentei, aquela mulher de cabelos roxos era a mais habilidosa e mais difícil entre eles apesar do temperamento agressivo dela contra mim.
- Eu não esperaria nada mais e nada menos da minha parceira. - Bercouli deu um sorriso de lado, enquanto estocava rapidamente a sua Espada Perfuradora de Tempo no chão para tentar curar um pouco o corte em seu braço amputado. - Só porquê eu estou sem o meu braço e sem apoio dos meus companheiros, não significa que eu não consiga enfrentar você sozinho, Majestade. - O azulado olhava para os lados, tentando processar e prever cada passo do loiro.
- Se você já sabe da diferença dos nossos poderes, seus instintos apurados sabem que você não devia me enfrentar. - Gabriel o olhava como se fosse um predador que visava a sua presa de forma tão agressiva, mas de um jeito tão frio.
- Isso é o que me faz diferente de qualquer ser humano desse mundo. Os Cavaleiros da Integridade são os seres vivos mais fortes daqui, e mesmo que nós sentimos a morte de aproximando, não desistimos e continuamos até o fim.
- Parece então que preciso extinguir um de vocês assim como eu fiz com aqueles comandantes dos Cavaleiros Negros.
- Ah, é mesmo. - O azulado pegou sua Espada Perfuradora de Tempo novamente, dessa vez apoiando ela nos seus ombros. - Foi você que matou o Shasta e a Lipia. Como conseguiu derrotar os dois comandantes da Brigada dos Cavaleiros Negros, é uma coisa que eu adoraria saber.
- Ah, agora eu me lembrei. Você era um rival daquele homem, não é? Quando eu roubei a alma dele, pude ver absolutamente tudo entre vocês dois. Uma rivalidade em combates quando vocês lutavam. Isso foi bem útil. - O loiro deu um sorriso de lado, sem emoção alguma. - Para que você saiba, um dos meus poderes do Modo Vecta não se trata apenas de roubar almas, como também assimilar a força que aquela alma tem incluindo as memórias dela.
- Então é assim que você... - Bercouli finalmente entendeu do que se tratava em um dos poderes do loiro.
- Isso mesmo. Eu basicamente sei de todos os seus golpes, poderes e habilidades devido as lembranças da alma daquele homem quem eu roubei a alma. Vocês já lutaram tantas vezes nesses últimos vinte anos, que já pude ver quantas cicatrizes vocês já arrancaram um do outro. - Gabriel ergueu a palma de sua mão para cima, e com um pouco de poder do seu Elemento Umbra, ele criou uma imagem ilusiotória de Shasta e Lipia lutando contra Bercouli e Fanatio. Isso também explicou como Fanatio foi derrotada pelo loiro. - Não importa quantos de vocês venham contra mim, nunca serão capazes de me derrotar. É só vocês me darem a garota e o Eugeo, que eu garanto que não haverá necessidade de ter violência.
Foi aí que Bercouli deu um sorriso de lado, lembrando de uma coisa que ele treinou a vida inteira. Se ele viu nas memórias de Shasta e Lipia eles lutando contra o Comandante dos Cavaleiros da Integridade, então havia sim uma coisa que eles nunca viram o azulado usar em seus combates. E se funcionasse, com certeza iria acabar com o Deus das Trevas de uma vez fazendo com que Alice ganhasse tempo pra ir em direção ao altar.
- Pelo contrário, se eu deixar a Alice e o Eugeo serem pegos por você, esse mundo e todos que vivem nele nunca mais irão existir, não é, Vossa Majestade? E além do mais, aqueles dois são muito importantes pra mim e para as pessoas desse mundo. É mais um dos motivos de que eu não posso e não deixarei você levá-los. - Dessa vez, o azulado estendeu sua Espada Perfuradora de Tempo em direção ao loiro, ainda tentando localizar qualquer tipo de brecha para acertá-lo. - Mesmo que um monstro como você não saiba compreender isso, é minha missão acabar com você aqui e agora. E vou dar tudo de mim, enquanto ainda tem algum sopro de vida em meu corpo.
Gabriel apenas deu um suspiro desapontado, vendo que realmente não faria diferença em como isso iria acabar.
- Diferente dos outros quem eu já enfrentei no Mundo Real, você com certeza é um dos que eu mais reconheci com verdadeira honra de batalha. - O loiro estendeu a sua espada de pomo cristalizado em direção a Bercouli, já decidido a terminar com aquela luta vagarosa de uma vez por todas. - Quando eu te matar, vou tentar ser bem indolor ao finalizar com você.
- Entendi... Se você sabe de tudo o que eu sei graças as memórias do Shasta e da Lipia, então você com certeza não sabe de tudo sobre o que sei fazer! - O azulado pulou para cima de Gabriel erguendo bravamente a sua espada, mas o loiro defendeu com um bloqueio a esquerda com o lado sem lâmina de sua espada. - Pra um deus e um imperador, essas não são lá técnicas tão verídicas de uma realeza!
- Talvez seja porquê eu não sou uma! - Gabriel voltou a atacar Bercouli com sua espada de pomo cristalizado. Na mente do deus, ele não sabia o motivo desse Cavaleiro da Integridade continuar lutando mesmo estando todo ferido e em desvantagem, afinal um humano jamais derrotaria um deus.
Por qual motivo ele continuava seguindo em frente? Por quê ele lutava tanto, mesmo já sabendo que iria morrer? Um Cavaleiro da Integridade mesmo sendo extremamente poderoso jamais iria se igualar de igual para igual diante de um deus.
Bercouli sabia exatamente da morte na sua frente, mas não estava preocupado em morrer. E sim, em contar os segundos restantes para que a sua Técnica da Arte do Controle Total de Armas faça efeito. Utilizar o Corte Arcano da sua Release Recollection levaria bastante tempo, e ele já começou no momento em que usou a Uragiri naquele dragão morto. Cada segundo era importante naquela luta, até que a sua Encarnação Final esteja pronta.
- “Quatrocentos e oitenta e sete... quatrocentos e oitenta e oito...” - O azulado contava cada segundo infernal, memorizando todos os milésimos que faltavam para ativar a sua Encarnação. Até lá, ele teria que atacar Vecta para ganhar tempo. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aquoso. Pistola de Água! - Bercouli ativou uma arte sagrada, fazendo com que saísse de sua boca vários projéteis em forma de balas de água indo em direção a Gabriel.
O loiro rapidamente estendeu sua espada para a direção das balas de água, e criou um escudo feito de Elemento Umbra para bloquear todos os ataques daqueles projéteis de Elemento Aquoso.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Térmico. Gerar Elemento Aéreo! Forma de Elemento: Vibração da Chama! - Gabriel estendeu sua mão e atacou uma poderosa rajada combinada de Elemento Térmico e Elemento Aéreo, criando um vácuo de chamas em direção ao azulado. Bercouli não teve escolha a não ser usar outra técnica de Elemento Aquoso para se proteger.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aquoso! Proteção de Água! - O homem dos cabelos azuis-cobaltos ativou um escudo, tentando fazer com que todas as chamas naquele vácuo fossem desviadas de sua proteção.
Só que em um pequeno descuido, Bercouli não percebeu que Gabriel pulou no meio das chamas para cima do comandante dos Cavaleiros da Integridade, atacando constantemente com a sua espada. O loiro deu três golpes de lado, em seguida deu um mortal de frente para atacar o azulado por cima e em sequenciado, deu um golpe giratório para trás.
Ainda apesar das inúmeras habilidades e dados de administrador da Superconta do Deus Vecta, Bercouli ainda continuava lutando bravamente mesmo com a tamanha desvantagem sobre ele.
O azulado pulou com sua Espada Perfuradora de Tempo para cima daquele loiro de franjas, dando golpes pesados com sua lâmina usando o seu braço direito, enquanto dava vários rodopios para guiar suas mãos para direcionar os golpes de sua espada.
Bercouli deu o primeiro giro, em seguida deu o segundo giro. Para continuar atacando, ele continuava usando uma técnica que aprendeu com Nelgius fazendo o giro de lança, mas usando sua espada no lugar. Apesar da dificuldade e da desvantagem em batalha, o azulado aproveitava cada momento, cada segundo onde tinha vantagem com as suas técnicas que desenvolveu nos seus 300 anos de vida.
O loiro podia ver em seus olhos demoníacos que Bercouli era realmente um grande guerreiro, e como sabia reconhecer as habilidades de uma pessoa, Gabriel pôde ver que o homem que treinou Alice pra transformar no que ela é hoje estava fazendo de tudo para protegê-la, assim como Eugeo tentou proteger ela.
Decidindo acabar com essa luta entediante que estava fazendo o loiro perder tempo, Gabriel finalmente começou a lutar com mais seriedade para cima do azulado.
Atacando com mais brutalidade usando as técnicas de espada que ele mesmo aprendeu e criou nos jogos de VRMMO, o loiro ativou sua Habilidade Única de Sword Skill em sua espada de pomo cristalizado.
- Agora já deu, Cavaleiro da Integridade. - O loiro fez a lâmina de sua espada brilhar em uma cor esverdeada-escura com uma aura negra no meio, posicionando então a sua postura com suas pernas e braços. - Eu mesmo desenvolvi essa Habilidade Única depois de muito treino. Na língua nativa que vocês de Underworld falam, ela significa: "Cruz da Crucificação". É uma homenagem ao povo do Mundo Real aos anjos da morte que buscam a redenção após terem saído dos caminhos de Deus, tendo o destino de jamais poderem se redimir. Sinta a mão da cruz lhe partindo, Cavaleiro da Integridade. Crucifixion Cross!
- Merda... - Bercouli se preparou para o golpe da Sword Skill do Deus das Trevas, que se aproximava em peso.
Dando agora golpes brutais de sequências rápidas, Vecta partiu para cima do azulado agora com total e óbvia intenção de matar, agora fazendo treze hits de sucessão usando a lâmina que brilhava em um verde com aura sombria, acertando nas laterais do corpo de Bercouli e fazendo o azulado ser brutalmente jogado para trás, caindo no chão de pedra daquele lugar montanhoso e sobrevivendo por sorte da Crucifixion Cross de Gabriel.
- Eu já me cansei de você. - Gabriel girou a sua espada para limpar o sangue, olhando para Bercouli de uma forma decepcionada. - Braço esquerdo decepado, costelas arrebatadas, respiração embargada, olhar dilatado... Você mal consegue se manter de pé. A sua alma é pesada demais. É espessa e sem graça alguma. Você só pensa em querer me matar, e por isso já faz perder o meu apetite de lutar. - O loiro ergueu sua espada com pomo cristalizado para cima, fazendo com que os seus poderes divinos criassem uma espécie de sombra iluminada concentrada em uma única lâmina gigantesca no ar e disparou contra o azulado. - Pare de se debater de dor como um inseto e morre logo. Darkness Clarinight!
O loiro ativou a sua técnica divina e já com a intenção clara de acabar com o azulado, o atacou sem piedade disparando diversas rajadas de gás escuro.
- Ah, não é bem assim que você acha. Não seja tão mal assim, majestade. - Bercouli deu um sorriso de lado, ignorando as dores no seu corpo para continuar lutando. Ele rapidamente se levantou para tentar desviar das rajadas de sombras gasosas que se aproximavam dele. Ele sabia que se fosse atingido por aquilo novamente, tudo iria acabar. - Eu ainda tenho bastante ânimo pra me divertir com essa luta!
Bercouli já sabia que não havia mais tempo pra continuar esse duelo entre os dois, pois afinal, agora ele pôde ver que Gabriel estava começando a lutar a sério com seu Modo Vecta. E essas sombras gasosas o impediam de lutar de perto.
As suas serras de luz complementavam a Liberação de Memória da Karagiri, portanto, não funcionariam mais contra o loiro novamente. Ele já estava prevendo as habilidades de longa distância de Bercouli.
O único jeito de derrotá-lo então com a sua técnica mais poderosa em sua Encarnação Final seria...
- Cadê ele? - O azulado já começou a levar seus olhos por todo o campo de batalha, procurando pela presença maligna do loiro. Ao dar curtos passos para a esquerda, Gabriel pôde notar que alguma coisa estava acontecendo.
Na visão do loiro, Bercouli de repente começou a andar atacando aleatoriamente as poças de sangue com a sua espada como se estivesse com demência mental, atacando o ar como se fosse um retardado.
- Hm? O que ele está fazendo? - O loiro olhou para a sua direita, estranhando o que Bercouli queria fazer. De tanto atacar o vento e as poças de sangue, com certeza o loiro podia primeiramente deduzir que feriu a mente daquele Comandante dos Cavaleiros da Integridade, a ponto de fazê-lo cambalear para os lados.
Isso seria completamente idiotice se for pensar em como todos eles são extremamente poderosos e com habilidades diferentes daqueles outros Cavaleiros da Integridade.
Se Eugeo conseguia atacar com poderes de gelo e rosas, Alice podia atacar usando aqueles poderes com flores de energia amarela e aquela garota de cabelo cinza podia lutar com seus poderes de sombras, com certeza cada um Cavaleiro da Integridade teria uma habilidade exclusiva de um golpe final. Ele precisava ver e entender o que Bercouli queria fazer, antes de matá-lo.
- “Quê? Será que é pra cá...” - Bercouli acertou mais uma poça de sangue, olhando um pouco para ver que havia errado em alguma coisa. Em seguida começou a andar para o outro lado. - “...ou será que era pra lá? Só tenho mais uns trinta segundos pra poder ativar a minha perícia perfeita. Se eu perder a chance de dar esse golpe final, tudo o que eu fiz desde o começo da luta terá sido em vão pra nada.”
Ao finalmente olhar para o chão de uma poça, viu a silhueta branca de pegadas. Ele olhou para a trilha, e enfim viu os pés de dois indivíduos. Quando pôde olhar melhor para o alto, se tratava da imagem espelhada e congelada do momento exato em que Gabriel arrancou o braço esquerdo de Bercouli, ao usar seus poderes.
- “Opa, pera aí... Agora eu achei você, filho da puta.” - Agora o azulado se aproximou ainda mais da imagem deles dois, já erguendo a sua Espada Perfuradora de Tempo para ativar a sua perícia perfeita. - “Quinhentos e setenta e nove, quinhentos e oitenta, quinhentos e oitenta e um, quinhentos e oitenta e dois...”
- Você deve estar aprontando alguma coisa, não é? - Gabriel apareceu atrás de Bercouli sussurrando com seu rosto próximo ao dele, fazendo o azulado ficar completamente boquiaberto e com um pouco de medo ao ouvir a voz calma e fria do loiro. - Se você já ficou maluco, então vou acabar com seu sofrimento de uma vez. Crucifixion Cross. Lâmina Única. - Gabriel ativou novamente a sua Habilidade Única, atacando agora em um único golpe completamente focado e cirúrgico na barriga do azulado, combinando os treze hits em apenas um.
Apenas o que Bercouli pôde ouvir foi alguma coisa sussurrada em Língua Sagrada no seu ouvido antes de ser brutalmente perfurado no peito com um buraco com formato de cruz, e sendo jogado para alguns metros de distância no ar e caindo no chão, com a sua Espada Perfuradora de Tempo do seu lado. Uma enorme quantidade de sangue escorria de seu corpo moribundo, formando-se uma poça avermelhada ao redor de Bercouli,
- Então já era... Acabei errando no final. - O azulado deu uma tosse ao se sufocar com o seu próprio sangue enquanto estava deitado no chão, olhando para cima enquanto o seu cérebro e corpo sentiam uma enorme dor na região perfurada. Era um buraco com formato de cruz de 15 ou vinte centímetros quadrados. Bercouli nem mesmo pôde dar uma olhada nesse ferimento fatal, mas com certeza era impossível dele ser curado depois de um golpe desses. Sua vitalidade diminuía a cada segundo, seus órgãos vitais foram atingidos e suas forças já haviam chegado ao seu limite.
Apesar de ter feito tudo o que pôde contra o Deus das Trevas, o seu golpe final não alcançou ele no fim das contas. Só o que o azulado podia fazer naquele momento era lamentar para os seus companheiros e aos seus próximos, pois prometeu a eles que salvaria Alice.
- Me perdoe, garota Asuna, Alice, Eugeo... Não pude protegê-la. - Ao ver o loiro de franjas se aproximando dele tapando a sua sombra daquele sol escaldante, Gabriel apontava a sua espada para cima de Bercouli, já deixando clara a sua intenção de dar o seu golpe final. - “Fanatio... Eu não sei se vou poder voltar pra você, mas ainda assim...”
Esse com certeza não era um momento bom de se lembrar do que houve. Afinal de contas, isso era uma batalha de vida ou morte. Mas mesmo assim, aonde foi que tudo isso começou? Por quê havia acabado a sua força bem ali? Como o Comandante da Ordem dos Cavaleiros da Integridade e o primeiro membro dessa ordem, ele tinha que ser o exemplo deles, o pilar principal entre todos os trinta e dois cavaleiros que tinham como missão sustentar a barreira de proteção para o Império Humano.
Apesar de Quinella ter governado esse mundo com mãos de aço por mais de 300 anos, ela havia sido a primeira coisa que ele podia chamar de mãe. Como foi o primeiro dia em que se conheceram?
(___ ___ ___ ___ ___
Há mais de 300 anos atrás, havia ainda a continuidade da expansão humana pelo Império Humano. Mas no lado imperial de Norlangarth, lá estava a Vila de Rulid.
Ela havia sido fundada por uma das primeiras famílias nobres mais importantes da atualidade do ano de 580, a família Herlentz. Os Herlentz se originalizaram primeiramente no comércio de peles e carvão, se modificando até chegar em um ponto onde alguns nobres daquela família se tornaram espadachins fortes, como o atual Comandante dos Pilotos da Integridade, na imagem viva do Cavaleiro Safira e da Sacerdotisa da Luz.
Mas nesse momento, essa história não se trata dele aínda, e sim do Herlentz mais antigo da história.
No ano de 81, lá na Vila de Rulid, estava um homem alto, forte e robusto com cabelos azuis-cobaltos e roupas da mesma cor. Ele estava andando pela cidade com uma carroça de carvões sendo puxada pelo seu cavalo.
Todos ali o olhavam com extrema admiração, pois esse era o seu líder da pequena aldeia, Bercouli Herlentz, o fundador e protetor da Vila de Rulid.
Naquela época, Rulid ainda estava crescendo bem aos poucos. Apenas com umas dezenove ou vinte residência entre aqueles moradores, o fundador da vila ajudava todos da melhor maneira que podia usando o seu Chamado para ajudá-los na construção, no comércio, nas questões da vila e também na sua proteção.
Apesar de Rulid ser uma vila pacata e pacífica, ela estava sendo constantemente ameaçada por goblins que invadiam o Império Humano para atacar os humanos, e devorá-los.
- Senhor Bercouli, se aqueles goblins continuarem atacando, vão acabar invadindo a vila. - Um dos aldeões falava, com grande medo do que mais aqueles demi-humanos de peles verdes com o corpo e face todas repulsivas ataque a vila de Rulid novamente.
- O que nós podemos fazer sem apoio? Só o senhor pode nos ajudar.
- Eu já estou ciente disso, pessoal. - O azulado tentava acalmá-los com a sua voz imponente de líder. - Eu irei até a caverna do norte, e vou pedir a benção ao dragão de gelo.
Todos olhavam preocupados para o céu, já sabendo como isso tudo iria dar. O líder deles iria arriscar sua vida para proteger os aldeões de Rulid, indo até o lendário Dragão da Rosa Azul.
No dia seguinte, o homem de cabelos azuis-cobaltos se preparou para ir em direção a caverna do norte. Levando uma bolsa de suprimentos com o seu cavalo, vestindo uma capa e com uma espada de combate simples e meio desgastada na sua bainha de couro simples, Bercouli finalmente estava pronto para ir até o dragão de gelo.
Se ele pedisse ajuda ao dragão para que sua benção protegesse os aldeões de Rulid contra aqueles goblins, seu povo estaria em paz.
O homem dos cabelos azuis finalmente subiu em seu cavalo e foi em direção a caverna do norte, para pedir a benção do dragão de gelo e que protegesse seu vilarejo e seus aldeões.
Ao chegar finalmente nas Cavernas do Norte, o azulado deixou o seu cavalo amarrado em uma das árvores do lado de fora das Montanhas do Fim e adentrou a caverna.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. Lanterna. - Bercouli ativou uma Arte Sagrada enquanto segurava uma planta, fazendo-a brilhar como um lampião para se movimentar naquele escuro. Passou-se algum tempo e ele pôde sentir frio naquele lugar. Isso significava que o dragão de gelo estava próximo.
Vendo uma luz dourada no final desse túnel, Bercouli foi em direção a ela onde no fim se encontrava. Mas antes de poder chegar no final, uma luz em cores roxas apareceu atrás dele.
- Mas o que é isso?
- Me desculpe, camponês. Mas você não pode fazer isso agora. - Bercouli ouviu uma voz feminina sussurrando em seu ouvido direito, e o azulado rapidamente foi sugado por um portal roxo indo em direção a uma espécie de capela.
Ao olhar para as enormes paredes brancas como o mármore mais claro, foi aí que tudo se encaixou. Bercouli não estava mais na caverna do Norte, ou na Vila de Rulid. Ao olhar para uma grande janela que estava ali naquela enorme capela de mármore, ele pôde ver que estava em uma torre extremamente alta.
Ele jamais viu uma vista panorâmica tão bela assim de cima. Mas vendo aquela vista, ele já sabia onde estava. Em Centoria, mais especificamente, na Igreja de Axioma.
Por qual motivo ele estava ali? Será que a Administradora iria castiga-lo? Mas ele não fez nada, apenas queria proteger seus aldeões e a sua família.
- Bercouli Herlentz. - De repente, a voz naquele salão silencioso e esbranquiçado foi preenchida pela presença misteriosa de uma jovem mulher tão bela como diziam nas histórias e boatos sobre a Administradora. Seus longos cabelos lilás eram tão prateados, que chegavam nos seus calcanhares, ela usava um vestido branco e lilás bem justo que mostrava bem as suas curvas. - Você está aqui pra ser a minha primeira Síntese.
- Vossa Eminência... - Bercouli ainda estava estático ao ver que a Administradora estava na sua frente.
- Ah, então já adivinhou quem eu era. - Quinella deu um sorriso de lado. - Você tentou entrar na caverna onde repousa o dragão de gelo do norte. Por quê queria pedir a ajuda de um ser ao invés de esperar pelo auxílio da Igreja de Axioma?
- Eu chamei por vocês, mas mesmo assim ninguém nos respondeu de volta. - O azulado falou para ela de forma firme, apesar de sentir um grande medo só de olhar para Quinella. - Então se a Administradora não fosse nos ajudar, eu iria proteger a minha vila pedindo o apoio do dragão do norte.
- Você iria mesmo contra as minhas regras impostas pela Integridade da Igreja de Axioma, apenas para ajudar o seu vilarejo. Que curioso... - Ela olhou fixamente para a aparência robusta de Bercouli e na espada na bainha em sua cintura. - E você parece ser um bom lutador. Eu farei de você a minha primeira.
- Q-Que primeira?
- A minha primeira Síntese. - A mulher dos cabelos lilás-prateados deu um sorriso maléfico, já segurando um prisma cristalizado de cor roxa. - Chudelkin, prepare ele para o Ritual de Síntese.
- Pode deixar comigo, Vossa Eminência! - Bercouli ouviu uma voz irritante por trás dele, e ao olhar, viu um homem pequeno vestido com uma vestimenta peculiar de bobo da corte. - Chamada de Sistema: Congelamento Profundo!
- Mas... Por quê, Vossa Eminência? - Bercouli perguntava a ela, completamente confuso enquanto o seu corpo era congelado pela arte sagrada de Chudelkin. Tudo o que ele queria era proteger a sua família e seus aldeões, e agora, ele teria a sua sentença colocada a prova como castigo por desobedecê-la.
Um mês havia se passado desde que Bercouli estava na Igreja de Axioma, mas agora estava completamente diferente. Antes quando aquele aldeão usava roupas simples, agora ele usava uma armadura azul-cobalto com o símbolo da Igreja de Axioma. Ele vestia um sobretudo da mesma cor da armadura e capa cinza completamente elegante, do maior material já feito. Ele que antes tinha uma espada simples e desgastada, agora tinha um Objeto Divino nas suas mãos. Era uma bela e grande espada que lembrava um pouco um ponteiro de relógio.
Ele se tornou o primeiro membro da ordem mais poderosa do Império Humano e de toda Underworld, o pilar principal que protege os humanos pelo bem da sua senhora. O Comandante Cavaleiro da Integridade Bercouli Synthesis Um.
Indo em direção a Caverna do Norte das Montanhas do Fim junto com o seu dragão Hoshigami, o azulado aterrissou na entrada do local e partiu com a sua primeira missão dada por Quinella ao se tornar Cavaleiro da Integridade.
Matar o dragão do norte.
Ao chegar lá, o azulado estranhou enquanto andava por aqueles túneis, se lembrando daquela vila há alguns quilômetros dali.
- Que esquisito. Parece até que eu já estive aqui. - Bercouli olhava por tudo ao seu redor, lembrando-se de passos que nunca deu nesses túneis.
Ao finalmente chegar no centro dos túneis, havia um grande ninho com diversos tesouros, jóias, pedras preciosas e até mesmo armas. Mas o que ele achou bem peculiar naquele amontoado de riquezas foi em uma espada numa linda bainha de couro branco-azulado. Ao desembanhar a lâmina, ele pôde ver a beleza da espada. Ela era toda azul-branca transparente e feita de gelo, enfeitada com raízes e o símbolo de rosas em cada lado do punho da espada.
Ao criar uma Janela Stacia com os dedos da sua mão direita para ver os parâmetros da arma, ele ficou boquiaberto ao olhar para os status daquela espada.
- A Espada da Rosa Azul. Ela também é um Objeto Divino... - Bercouli olhava para aquela arma, pensando se poderia levá-la de volta para a igreja, já que ela não havia dono. Mas antes que pudesse se decidir, ele ouviu uma forte respiração na sua frente. - Então você estava camuflado.
O dragão de gelo se revelou de sua camuflagem naquele tesouro e gelo, revelando-se em um grande dragão todo pálido e com olhos vermelhos. O azulado se surpreendeu ao ver a fera, já que esse dragão era bem maior do que todos os dragões que ele já viu.
- Eu não queria fazer isso, mas eu tenho ordens superiores. - O azulado ergueu a sua Perfuradora de Tempo para o ar, e atacou o dragão, matando a criatura com a sua Encarnação.
Quando Bercouli finalizou com a fera, pensou novamente se iria levar a Espada da Rosa Azul, mas decidiu deixá-la ali para que repousasse junto com o dragão. Dando a notícia para Quinella que o grande dragão do norte estava morto, alguns anos se passaram e percebendo que o Império Humano ainda estava ameaçado por inimigos de fora, a lilás pensou em uma estratégia.
Como Bercouli Synthesis Um foi um sucesso para ela nesses últimos anos, Quinella decidiu expandir a Ordem dos Cavaleiros da Integridade com a sua segunda síntese. Ela ordenou para que Bercouli fosse até uma cidade no império de Westabarieth, para que levasse um indivíduo sob custódia, por ter desobedecido as leis do Índice de Tabu.
Ao chegar na cidade central do oeste, o azulado aterrissou com Hoshigami no centro da cidade onde vários estavam boquiabertos ao ver um membro da Igreja de Axioma ali.
Bercouli seguiu em seu percurso, e ao chegar em uma feirinha estava uma bela mulher de cabelos roxo-escurecidos nos seus 30 e poucos anos de idade comprando verduras, como se nada estivesse acontecendo. O azulado se surpreendeu com a beleza estoneante dela, mas a sua missão era em primeiro lugar.
- Com licença, você é a moça que quebrou as leis de Tabu, não? - O azulado chamou a atenção da mulher de cabelos roxos, que se assustou ao ver o símbolo da Igreja de Axioma na armadura de Bercouli. - Eu gosto de fazer as coisas do jeito mais fácil. Venha comigo.
Instintivamente, a mulher jogou a cesta com as compras em cima cele e correu na direção oposta, fazendo com que Bercouli se surpreendesse pela reação dela. Ela já esperava que ele viria!
- Eu não previ por isso, mas então tá! - O azulado deu uma risada nasal e apenas correu atrás dela.
- Não, não, não! Agora não! - A morena dos cachos roxos corria, temendo que aquele Cavaleiro da Integridade a capturasse e a tirasse de sua família. Ao perceber que o azulado já estava longe, ela parou de correr por algum tempo. Mas mesmo assim, sentiu um pressentimento ruim.
- Você gosta mesmo de correr, Fanatio. Esse é o seu nome, não é? - Ela se surpreendeu ao ver que estava o azulado em sua frente, e um dragão azul na frente deles com uma plateia os observando.
- Por favor, eu não fiz nada de errado! - Ela começou a lacrimejar de medo, sentindo as suas pernas bambas e inevitávelmente caindo no chão, desesperada. - Aquele nobre ia machucar aquela moça. E ela precisava de ajuda.
- Você tentou ajudar uma mulher de um nobre, não é? Mas mesmo assim matou aquele homem ao furá-lo com a agulha. - Bercouli pôde entender que o caso de Fanatio era para proteger alguém de um relacionamento abusivo. Mas esse era o problema. O abuso de autoridade da nobreza acarretava problemas a aqueles quem queriam proteger os indefesos. - Eu posso entender o que você queria fazer, mas mesmo assim eu vou ter que te levar. Não está em minhas mãos. Vamos, por favor.
- Está bem. - Ela aceitou ser presa, estendendo finalmente suas mãos já com a sua notável falta de esperança naqueles belos olhos dourados.
- Eu soube que você tem uma filha. Não quer se despedir dela antes de irmos? - Ele perguntou a ela. Apesar da maioria dos membros da Igreja de Axioma, Bercouli tinha compaixão pelos criminosos que fizeram o mal pelo bem.
- Não. Não quero que ela descubra que a mãe dela é uma criminosa e uma assassina. - Fanatio falou, enquanto estava sendo acorrentada por Bercouli. O azulado apenas ficou em silêncio, decidindo aceitar o lado dela.
Dois dias de vôo até Centoria foi bem calmo, apesar de não ter tido nenhuma resistência da mulher. Quando ela foi levada para o 90º Andar, na grande banheira estava lá Quinella tomando um banho naquelas águas quentes.
- Pode se banhar comigo, eu não vou julga-la por ficar aqui. - A lilás a chamou, com o seu sorriso misterioso.
- Quem é você? - Fanatio a questionou, com medo da jovem dos cabelos lilás. Ela podia sentir alguma presença perigosa naquela garota. - Por quê só tem nós duas aqui nesse lugar?
- Bom, o meu nome agora não é importante. Eu ordenei para que deixassem só nós duas a sós aqui. Afinal, nenhuma mulher gosta de ficar dois dias sem se desfrutar de um banho quente. Vem logo, a água está ótima.
Fanatio ainda estava com medo da mulher, mas o banho quente estava um pouco tentador a ela. Ela não pôde resistir e se despiu, mergulhando logo em seguida naquelas águas quentes.
- Eu ordenei que Bercouli trouxesse você aqui... - Quinella começou a explicar para a mulher dos cabelos roxos, enquanto se aproximava dela com um prisma na sua mão debaixo da água e ambas finalmente tiveram os seus corpos unidos em um abraço. - Porquê eu preciso de mais uma como ele para me servir. E suas habilidades e as reações de ação mostram que você é perfeita pra isso.
- Perfeita para o quê?
- Pra você ser a minha segunda síntese. Você perdeu tudo. A sua filha, a sua liberdade, a sua esperança. Não precisa perder mais nada. - Ela estendeu um Módulo Piety para cima, enquanto fazia com que a arroxeada caísse na lábia de Quinella. - Eu poderia fazer toda essa dor sumir.
- O que eu tenho não é dor! Eu fiz o que fiz, porquê era o certo! - A mulher dos cabelos roxos lacrimejava, enquanto pensava no sangue daquele nobre em suas mãos.
- Mas por causa disso, você nunca mais vai poder ver a sua família de novo. - Isso deixou Fanatio ficar sem chão, percebendo realmente que não havia mais nada para ela no mundo. - Só que eu posso te ajudar. Irei aliviar o seu fardo, e tudo o que você precisa fazer é dizer isso... Chamada de Sistema: Remover Núcleo Mental.
- Chamada de Sistema...
E foi assim que Bercouli e Fanatio se tornaram Cavaleiros da Integridade, se tornando parceiros inseparáveis. Apesar do Ritual de Síntese tendo mudado ela um pouco, a mulher dos cabelos roxos descobriu com o passar dos anos um desprezo por homens, ainda mais quando se apaixonou pelo seu parceiro, e ele se apaixonou por ela.
Um amor que nutriu por mais de 200 anos, além da imortalidade deles.
Ele deu o primeiro passo, e como ela ainda odiava ser taxada como uma mulher, Bercouli tirou aquele elmo que a privava de sua beleza, e a beijou fazendo então as borboletas voarem pelo seu estômago.
Fanatio apesar de ter relutado o beijo, acabou retribuindo e se segurou nos cachos azulados de Bercouli, que já havia tirado-a do chão.
- Eu te amo, Fanatio Synthesis Dois. Não precisa provar nada pra ninguém, não precisa privar a sua beleza pra ninguém. Eu sempre estive ao seu lado, e sempre vou estar.
Ambos passaram anos juntos como Cavaleiros da Integridade, e até mesmo tiveram a chance de lutar contra o Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros Vixul ul Shasta, a quem Bercouli o viu como um rival.
Mas apesar das lutas e a guerra na Época de Sangue e Ferro ao lado de Deusolbert e Sheyta, o azulado finalmente chegou a conclusão de que como ele e Fanatio já estavam juntos há tanto tempo, ele nunca havia feito uma coisa para unir esses laços. Foi aí que ele decidiu visitar a sua mãe, para pedir algo importante.
- Então... Você quer pedir a mão de Fanatio em casamento e veio pedir minha benção? - Quinella perguntou a ele novamente, fingindo estar confusa apesar de já saber dos sentimentos deles devido a repaginada mental que ela fazia regularmente com eles. - Mas ela não odeia os homens?
- Sim, ela odeia sim. E foi por isso que eu decidi mudá-la. - Bercouli sorriu, pensando naquela mulher que lutou ao seu lado por muito tempo. - Ela é a minha parceira há centenas de anos, e pude conhecê-la o bastante para saber que ela esconde as suas emoções. Quero então poder dar a ela um mundo onde ela não precisa se esconder, e sim ser ela mesma. Então peço que me dê a sua benção, Eminência.
- Eu não preciso te dar o que você já tem, Bercouli. - A jovem dos cabelos lilás-prateados sorriu abertamente pra ele, concedendo liberdade para que os seus dois Comandantes dos Cavaleiros da Integridade pudessem unir seus laços. - Quero vê-la feliz de branco e com um anel em seu dedo.
Os dois finalmente uniram os seus laços, e se tornaram os primeiros Cavaleiros da Integridade a se casarem entre si. Mas mesmo assim, Fanatio ainda se sentia insegura de sua aparência delicada em relação aos homens.
Contudo...
Alguns anos se passaram, e depois de que Kirito e Eugeo a derrotaram no 60º Andar, ela havia acordado em um tipo de biblioteca estranha. A Vice-Comandante não estava usando a sua armadura, apenas um kimono roxo. Ela podia sentir dor em seu corpo, que estava enfaixado, e viu em seu braço direito uma enormidade de queimaduras feitas pela sua própria Release Recollection.
- Eu perdi pra aqueles moleques... - Ela apertou o seu punho, sendo a segunda derrota que ela teve em cem anos desde a sua luta contra Shasta, na área do Território Negro. - Por quê eles lutaram tão bem contra mim?
- Por que eles tinham muito pelo que lutar. - A arroxeada ouviu uma voz infantil do outro lado da biblioteca. Era uma garotinha com uma aparência de uns doze anos vestindo uma túnica. - Já você, ficou se ocultando durante a luta inteira apesar quase ter conseguido usar todo o seu poder. E você hesitou, não apenas pela dor.
- Quem é você?! - Fanatio gritou para a garota, mas sentiu a dor pelo seu corpo. Seus ferimentos ainda não estavam curados. Apesar de Cavaleiros da Integridade terem uma resistência fora do comum e uma cura acelerada, ela ainda precisava se recuperar da última luta. - Por quê me trouxe pra esse lugar?
- Ainda estamos na Igreja de Axioma. - A garotinha terminou de preparar um chá e levou a bandeja com o bule e a xícara para ela. - É chá de capim e laranja, com um pouco de magia curativa. Vai te fazer bem.
É bem óbvio que a Comandante dos Cavaleiros da Integridade relutou, por evidente desconfiança na garotinha. Vai se aquilo estava envenenado?
- Só bebe essa merda logo, mulher teimosa! - A garota esbravejou, já com sua paciência curta diminuindo e irritando a arroxeada. Após muita insistência, mas muita insistência mesmo, a Cavaleira Implacável finalmente tomou o chá. Mas quando bebeu do líquido quente, sentiu um gosto muito bom e familiar. Só que além desse gosto, também sentiu um pouco de tontura.
- O que você botou nessa xícara? - Fanatio começou a procurar pela sua Espada Perfuradora dos Céus, mas sua visão já estava sendo prejudicada pela tontura. - O que fez comigo, sua pirralha?!
- Você já está parcialmente curada. Esse é u m feitiço de cura que vai cicatrizar as suas feridas e queimaduras da sua Release Recollection na sua pele. - A voz da garotinha já estava começando a fazer com que a cabeça da mulher já desse giros, resultando-se na queda de seu corpo na cama, novamente em um sono profundo. - Mas um dos efeitos do feitiço são o sono profundo e vai levar algumas horas até você ficar totalmente recuperada. - A Cardinal ajeitou o cobertor para cobrir a Vice-Comandante. - Descanse mais um pouco, Fanatio Herlentz. Você merece.
Alguns dias após a morte de Quinella, Bercouli e Fanatio estavam andando pelos corredores da Torre da Catedral Central, e assim como o azulado, ela agora ao invés de usar sua armadura da mais alta qualidade e a sua Espada Perfuradora dos Céus, ela estava usando um kimono roxo.
- Daqui a pouco os fogos de artifício vão começar. - Bercouli aguardava observar os fogos enquanto olhava no Mirante da Plataforma do 95º Andar, ao lado de Fanatio.
- Isso é estranho... - A arroxeada olhava para os ferimentos pelo seu corpo, pensando em como Kirito e Eugeo puderam dar esse presente para eles. - Por causa dos garotos, a gente pode observar um festival desde o Ritual de Síntese.
- Mas o que isso te incomoda?
- Que a Administradora mentiu pra todo mundo, e deixou o Eugeo sob nossa responsabilidade pra se tornar mais poderoso. - A mulher dos cabelos roxos suspirou um pouco com pena do garoto. - Ele é muito poderoso e esse poder quase nos matou. Eu não sei o que ela pensou em fazer o Eugeo virar um de nós.
- Sabe que não foi escolha dele. Ela o manipulou, assim como todos nós. - Bercouli respondeu a ela, pensando em como o último Cavaleiro da Integridade seria a esperança do Império Humano. - Temos que arcar com os nossos pecados, e os pecados que ela nos deixou. E precisamos ajudar o Eugeo, não importa quanto tempo leve.
- É mais fácil falar do que fazer. Apesar de sermos mais experientes, ele é mais poderoso do que nós dois juntos.
- Fanatio, quantos anos nós já temos de casamento? - O azulado fez uma pergunta bem estranha para ela.
- Uns 74, eu acho. - Ela respondeu um pouco ruborizada, ainda tentando entender. - Mas por quê você tá me perguntando isso?
- Nós fomos as primeiras sínteses da Administradora. Ela nos deu um dever de ficarmos sempre um ao lado do outro e para cuidarmos dos nossos companheiros assim como o Eugeo. - Ele se aproximou dela, agora bagunçando os seus cabelos escuros gentilmente. - E também... apesar de nunca termos entrado nessa conversa nesses últimos anos, quero saber se... - O azulado deu um sorriso embaraçoso, com o seu rosto corado e coçando a sua nuca? - Você quer ter uma família comigo?
Isso fez a mulher se surpreender ainda mais com o pedido de Bercouli.
- Bom, a gente é casado há tanto tempo e apesar de termos algumas coisas a resolver em relação a guerra, não quero mais deixar isso de lado. - Ele olhou para ela com o seu olhar decidido, enquanto os fogos de artifício iluminavam os céus de Centoria, pelo Festival de Verão.
Ela apenas sorriu em lágrimas e o beijou, tendo o beijo retribuído de volta e após se soltarem, Fanatio se decidiu.
- Sim, vamos ter uma criança.
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Apesar de pensar em como a sua vida tem sido tão boa e continuaria sendo desde que Quinella transformou ele e Fanatio em Cavaleiros da Integridade, Bercouli não deixou de continuar se sentindo grato por tudo o que pôde vivenciar até o fim da imortalidade dele.
Ser morto pelo Deus das Trevas, apesar de não ter conseguido proteger Alice no final, teria sido tudo em vão. Mas quando ele viu um flash rápido vindo em direção a ele e Gabriel, o azulado deu um sorriso fraco de lado.
- ”Espera aí, eu não tinha ordenado você pra esperar as minhas ordens?” - Bercouli olhava para Hoshigami, que descia rasgando os céus em alta velocidade para proteger o seu dono. - “Em todos esses anos, você nunca desobedeceu uma única ordem minha, até agora.”
- Hã? - Gabriel pôde sentir a presença do réptil vindo com a alta vontade de matá-lo, e o loiro já se preparou para um contra-ataque a criatura. Mas foi aí que Hoshigami atirou uma rajada potente de plasma para cima de Gabriel. O loiro não teve outra escolha, a não ser se proteger com a sua espada enquanto criava um escudo para absorver a baforada de chamas do dragão azul. - “Um daqueles três dragões... Agora ele está atacando.”
O réptil sentir com os seus instintos naturais, que o Deus das Trevas com certeza era uma abominação em forma de ser vivo. Hoshigami precisava arrancar e despedaçar aquele homem, e reduzi-lo a pedaços. Enquanto Gabriel se defendia da rajada de plasma, o dragão o pegou pela boca no intuito de mordê-lo.
Mas não adiantou muita coisa, pois o loiro se protegia sem nenhuma dificuldade e rapidamente usou uma de suas magias de Elemento Umbra na sua espada para perfurar brutalmente a mandíbula de Hoshigami, fazendo o dragão cair parcialmente morto no chão.
- “Quinhentos e noventa e sete...”
Gabriel achou aquilo fácil demais, e bem estranho para ser um ataque suicida de um desses dragões dos Cavaleiros da Integridade. Foi ai que ele se virou um pouco para o lado, e pôde notar que aquele cavaleiro havia se levantado, e empunhando a sua arma de Objeto Divino na sua mão restante.
- “Não vou desperdiçar esse momento que você deu pra mim, Hoshigami!” - Bercouli olhava para o seu dragão morto, mas ignorou o luto de seu antigo companheiro para completar o golpe final da sua Espada Perfuradora de Tempo, indo até às silhuetas do tempo onde mostravam as imagens dele e de Gabriel, no momento em que ele decepou o seu braço esquerdo. - “Quinhentos e noventa e oito...”
- Há? Ele ainda consegue se mexer... - O loiro cerrou os seus olhos, já indo em direção a Bercouli para matá-lo de uma vez por todas. No momento em que ele correu até ele, o dragão que antes parecia estar morto, continuava vivo. Decidindo acabar com o bicho de vez, Gabriel deu um golpe forte com a sua espada, arrancando a cabeça do dragão, matando-o definitivamente e indo até Bercouli.
- “Quinhentos e noventa e nove...”
Ele conseguia prever em algo perigoso naquele movimento em que Bercouli iria usar. Se a carta na manga que ele escondeu for mesmo necessária, o loiro teria que usá-la.
- Seiscentos! Espada Perfuradora de Tempo... - O azulado começou a virar a sua espada com tamanha força e velocidade, iniciando o golpe de sua Encarnação Final, torcendo para que os segundos coletados nessa luta tenham durado até esse momento. - Corte Arcano... - Pensando agora em todos os Cavaleiros da Integridade, no seu antigo rival Shasta, na Administradora e em especial, na Fanatio, Bercouli finalmente teve a força necessária para dar o seu último golpe em um grito bem alto ao atacar a silhueta do Deus das Trevas. - Release Recollection! Miraikari!
No momento em que Gabriel já estava atrás dele empalando o coração do azulado, ele pôde ver Bercouli atacando o reflexo dele. Foi aí que Gabriel ativou uma Janela Stacia, mas era tarde demais. O corte fez com que Gabriel sentisse algo de errado em seu corpo.
- Hã? O que você fez? - Ele o questionou, enquanto sentia um corte se propagar pelo seu corpo.
- Esse é o Corte da Caça do Futuro. Ele apaga tanto como o passado, presente e o futuro do adversário, fazendo com que todo tempo dele suma. E eu acabei de cortar todo o seu tempo. Nem mesmo um deus ou uma deusa podem fazer o tempo voltar ao normal. - Bercouli deu um sorriso, enquanto ignorava a dor de seu coração perfurado. - Se você ama mesmo o Eugeo no fundo do seu coração negro, repense nisso enquanto você volta para o inferno de onde saiu. Ainda há tempo pra você. - Decidindo acabar logo com aquilo, o azulado finalmente recitou o nome da sua Encarnação Final, para completar o ataque e fazendo com que o relógio da Espada Perfuradora de Tempo mexesse com o tempo em si no corpo do loiro. - Suma de uma vez.
- Nghh... Hyaaaahh! - Agora sim o loiro começou a sentir todo o seu corpo rachar e se despedaçar como vidro. Ao explodir em uma poderosa rajada de vento, Vecta agonizava enquanto desaparecia daquele mundo. Ao sumir definitivamente com a Release Recollection de Bercouli, o azulado finalmente pode concluir a sua missão.
Com um olhar firme em direção a Alice, Bercouli foi até ela. Vendo que sua missão estava cumprida, ele foi até ela e se ajoelhou, fazendo com que todos os ferimentos que Gabriel deu em seu corpo não aguentasse mais.
Ele queria tanto passar mais tempo nesse mundo, ao lado de Fanatio e da criança que eles iriam ter em alguns meses. Mas parece que o destino cruel não tinha planos para isso acontecer. Dando um último cafuné nos cachos loiros de Alice, o primeiro Cavaleiro da Integridade enfim, estava morto.
Aquele era Bercouli Herlentz, o ancestral daquele que seria então o mais jovem Comandante dos Pilotos/Cavaleiros da Integridade da história.
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Em um sonho estranhamente bom, Alice pôde ver que estava sentindo um cafuné em seus cachos loiros. Ela gostava do toque carinhoso em sua cabeça, e ao abrir os seus olhos, estava um rosto marcado por uma cicatriz, mas sorridente e feliz em ver ela.
- Esse calor é tão confortável... Pai. - Ela olhava para a sua figura paterna, dando um sorriso fraco para ele.
Em seguida, ela se levantou e a presença de Bercouli havia sumido. No momento em que ela piscou o olhar, ela estava na sua casa de madeira, lá em Rulid. Ela notou que havia muito mais detalhes lá, diferente de como ela e Eugeo deixaram. Estava com mais detalhes, tinham luzes de vidro energética iluminando o local, e pela sua roupa, a bela loira usava um vestido envolto com um sobretudo com elegante da Igreja de Axioma, em detalhes de azul, branco e dourado do melhor tecido.
- Mas como é que isso tudo tá aqui? E como tudo isso é possível?
- Mamãe! - De repente uma voz infantil de uma garotinha de cabelos loiros se aproximava dela, e a loira estranhou como a garota havia a chamado. - Eu fiz um desenho novo, vem ver!
- Mamãe? - Alice se virou de costas, pensando que a garota estivesse chamando por outra pessoa. Mas não havia ninguém ali além dela e a garotinha em sua frente. - Por quê você me chamou disso?
- Porque você é a minha mamãe. A melhor mamãe do mundo! - A pequena a abraçou com tanto carinho, fazendo a loira ficar completamente confusa. Mas esse cabelo loiro em tom dourado, semelhante aos dela e aqueles olhinhos verdes rapidamente a deixaram quase sem chão. - Aqui, eu desenhei você e o papai, com o irmãozão Lyne.
- Lyne? - A loira estranhou, olhando para o desenho onde mostrava imagens de Eugeo vestindo uma roupa com um sobretudo elegante que ela pôde reconhecer que era do mesmo estilo da Igreja de Axioma, mas com um estilo bem diferente para o lado da realeza. E com ela, estava o mesmo vestido/sobretudo que estava usando agora, e pelo que ela podia perceber ao ter olhado para o espelho, era como se ela estivesse usando roupas tão nobres ou reais como as de uma rainha.
Sim, uma bela e deslumbrante rainha.
Mas a grande surpresa era a imagem de alguém muito parecido com Eugeo vestindo um sobretudo da Igreja de Axioma, semelhante a um uniforme militar e uma máscara que deixava com mais destaque.
Isso só fazia a menina perceber algumas gotas caindo no desenho, fazendo com que Alice visse que estava chorando ao ver que essa menina, apesar de sua aparência, não pôde negar a semelhança dela e de Eugeo na menina.
- Quem é você? - Alice perguntou a ela, sem deixar suas lágrimas pararem de cair. - Por quê você me chama disso?
- Não precisa ter medo de amar, mamãe. Você ama o papai, não precisa deixar de amar o irmãozão por ter medo. - A garotinha agora olhava para Alice, em um semblante sério porém mais calmo e pacífico. - O irmãozão vai precisar de você mais do que nunca.
- Garotinha, eu... - Antes que pudesse chamar pela pequena, sua visão subiu de volta para a dolorosa realidade. Ao acordar daquele sonho estranho, Alice abriu os seus olhos ao ver o céu avermelhado do Território Negro. - O quê...
Ela olhava para a sua esquerda, e ao lembrar de tudo o que aconteceu, Alice finalmente se recordou do ocorrido. Mas a primeira coisa que os seus instintos maternos recém-adquiridos fez ela se lembrar de fazer, foi abrir uma Janela Stacia para ver a vitalidade daquela criança que ela concebeu de Eugeo, na sua consumação de amor.
Ao olhar para os dados de vitalidade, ela rapidamente viu que a "anomalia" estava intacta, sem nenhuma redução de vida.
- Ele está bem... - A loira suspirou um pouco aliviada por saber que a criança ainda estava viva, mas ainda assim estava com medo do futuro dela. - Mas por quê eu me sinto aliviada por esse bebê estar vivo? - Ao recordar-se do porquê dela estar ali, Alice reescreveu os seus passos. - O doido do Gabriel me capturou... Mas mesmo assim, não sinto mais a presença dele. Ele... está morto?
Ao ver que estava uma presença ao lado dela, Alice virou o seu rosto para a direita onde estava Bercouli sentado e sorrindo para ela. Mas ao ver como estava o estado de sua figura paterna, o coração da loira falhou uma batida.
- Tio?! - Ela balançou o corpo dele, mas mesmo assim não teve nenhuma resposta. - Tio!? Comandante Bercouli! Está morto... Não, você não! Não pode ser... - Depois daquele sonho esquisito com aquela garotinha, nada mais fez ela ficar tão triste como agora. A morte do Comandante dos Cavaleiros da Integridade, sua figura paterna, seria ainda mais dolorosa. Enfim, Alice acabou aceitando a dura realidade e caiu aos choros, abraçando o corpo dele.
Acima de Alice, estava o espírito do azulado olhando para ela abraçando o seu corpo, tendo também perdido algo importante nessa guerra.
- Não fique assim, garotinha. Uma hora eu teria que ir, então aconteceu. - Bercouli dizia com carinho, apesar de Alice não poder escutá-lo. - Não me arrependo de ter te protegido uma última vez, e gostei dessa minha última luta. Ontem, a Fanatio me contou sobre você estar grávida do Eugeo. Não tenha medo, Alice. Uma criança não é um sinal de medo, e sim um sinal de esperança. Essa criança é o futuro de vocês. Mas saiba que qualquer que seja a sua decisão, eu vou te apoiar pois você é a minha aprendiz e minha filha. Você é a feiticeira mais poderosa do mundo e a Sacerdotisa da Luz, então sei que vai conseguir seguir em frente. - O azulado sentiu a presença do espírito do seu dragão Hoshigami aparecer ao lado dele, e ele acariciou a pele do dragão. - Acho que não foi uma forma tão ruim de morrer, você não acha?
- Tem razão, existem muitas pessoas que estão dispostas a chorar e se alegrar por você. Aceite de bom grado a benção deles. - O azulado ouviu uma voz que ele não ouvia há meses. Ao dar uma olhada para o lado, ele viu aquela mesma jovem mulher dos longos cabelos lilás-prateados usando aquele vestido fino da mais alta qualidade se aproximando dele. - Se você confiou a sua vida na Trinta e no Trinta e Dois, leve isso com você.
- Mas olha só, você está mesmo viva, é? - Bercouli deu uma risada nasal, se surpreendendo ao ver Quinella flutuando na sua frente.
- Não, claro que não. Essa é só as lembranças da Administradora que você coletou na sua memória. - Quinella deu um sorriso um pouco aberto, mas para vários Cavaleiros da Integridade seria uma grande raridade. Pois a Alta Sacerdotisa da Igreja de Axioma estava sorrindo alegre, provavelmente pela primeira vez em mais de 300 anos. - Pelo menos as memórias em que você me via como uma amiga e como mãe.
- É sério? Eu não entendi direito, mas se eu posso te ver sorrir assim nas minhas lembranças, pra mim beleza. - O azulado apenas riu, tentando entender o que a sua administradora havia falado. Ele flutuou até a garupa de Hoshigami, e se sentou. - Quer uma carona?
Ele estendeu a mão a ela, e ela estranhou com gesto. Quinella sabia que todos os Cavaleiros da Integridade a odiavam por ter feito lavagem cerebral neles por quase 300 anos, mas mesmo assim, Bercouli estava disposto a dar uma carona a ela para casa. Ela não disse mais nada e se sentou em seu colo.
- Você não tem raiva de mim? - Quinella olhava para ele com um olhar de dúvida. - Fui eu quem apaguei as memórias de você e dos outros Cavaleiros da Integridade e induzi vocês todos a imortalidade para me servirem.
- Hum... - Ele levou sua mão para o seu queixo, pensando em tudo o que ela fez pra ele nos últimos anos. - Pra falar a verdade, eu admito que nos primeiros anos foi bem chato. Mas só que eu tive uma vida muito interessante ao conhecer tantas pessoas. Só me arrependo de não poder mais lutar contra o Eugeo, e também... por deixar a Fanatio.
- É cada uma... - Ela apenas deu uma risada nasal, vendo que Bercouli no fim realmente não se arrependia de nada. - A Fanatio não vai ficar triste por isso?
- Eu sei que ela pode seguir em frente. Ela é a Cavaleira Implacável, e é uma das mulheres mais poderosas desse mundo. - Ele pensava em como a sua esposa estaria agora, lá no Portão Leste.
- No fim, você sempre sorri pra ter certeza de que não precisa resolver mais nada. Nesses 300 anos, nunca mudou nada. - A lilás deu uma risada nasal, vendo que apesar da decisão de Bercouli, ele nunca sequer pestanejou.
- E você também parece que tem coisas a resolver ainda, não é? - Ele a tirou de seus pensamentos, e rapidamente se lembrou da sua Cardinal, a Lyceris e algumas coisas que queria dizer a única pessoa que ela realmente amou nesses longos trezentos anos, apesar de tê-la matado.
- Sim, eu tenho sim. - A prateada acentiu a ele, enquanto seguiam em frente a uma estrada sem fim aos céus. - Ainda tenho que me resolver com uma baixinha.
Enquanto Bercouli, Quinella e Hoshigami desapareciam no ar como fantasmas, o azulado usou por uma última vez, um feitiço de almas para mandar a sua alma para Fanatio no intuito de dizer a ela umas últimas palavras.
Lá no Portão Leste, Fanatio ainda continuava rezando pelas deusas no intuito de querer que nada de ruim acontecesse com o seu marido, mas no momento em que ouviu um sussurro no ar, ela arregalou os seus olhos dourados.
- Me desculpa, Fanatio. Acho que vou poder te ver de novo. - Os olhos da mulher de cabelos roxos começaram a lacrimejar. Ele morreu em combate contra o Imperador Vecta. Ainda querendo acreditar que não era verdade, ela continuava ouvindo. - Dê um futuro bom ao nosso bebê. Deixo o resto com você, minha Comandante.
Ao sentir a presença de Bercouli indo embora, ela caiu de joelhos no chão aos prantos e começou a se derramar em lágrimas no chão, enquanto levava a sua mão direita no seu ventre.
- Pode deixar comigo, Bercouli. Vou cuidar da nossa criança pra ela ser uma nobre tão boa e honrada como você, meu amor. - Ela olhava com firmeza em seu olhar choroso, decidida a deixar o seu amado orgulhoso. - Acredite em mim.
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No Mundo Real...
Ponto de Vista(Gabriel/Vecta)
Eu havia acordado, e já sentindo uma dor de cabeça latejando. Me levantei e vi que estava deitado numa maca na Sala de Controle Principal.
Não esperava que aquele homem tivesse mesmo planejado uma coisa contra mim. Ele foi inteligente. Estava tentando ganhar tempo pra usar aquela coisa que eles chamam de "Encarnação".
Aquilo que ele chamou de Release Recollection é diferente do que eu usei para ver as minhas memórias. Parece que os Cavaleiros da Integridade usam as memórias para usar nas Armas Divinas deles.
E ele me derrotou, mesmo eu tendo perfurado o seu estômago e o coração.
Agora eu não sei quanto tempo a Alice tem pra acordar, se é que ela ainda não acordou. Se algum outro Cavaleiro da Integridade ou mais uma dessas deusas aparecerem, terei problemas pra pegar o Eugeo e Alice.
- Ah, já acordou, capitão? Bom dia. - Pude ouvir a voz do Critter lá no painel principal, mexendo nos computadores. - Parece que você acabou levando a pior dessa vez.
- Acabei subestimando esses Cavaleiros da Integridade, e o comandante deles me derrotou. - Admiti uma real verdade. Aquele homem nunca quis me derrotar, ele apenas estava ganhando tempo pra poder fazer o que tinha que fazer. Apesar de eu ter visto a alma pesada e densa, ela era tão pesada que até mesmo pude sentir o peso da lâmina de todos os outros cavaleiros nele.
E agora, Eugeo e Alice escaparam de minhas mãos por enquanto.
Ele não entende o que eu quero fazer para ele, e por ele. Alicia... Se você estivesse aqui, com certeza entenderia o porquê de eu estar arriscando tudo por vocês.
Devido a quantidade de mortos que eu causei pelas minhas ordens e pelas minhas próprias mãos, o meu próprio filho quer me matar. Realmente, precisava pensar muito bem em como convencê-lo de que eu estou tentando salvá-lo.
Mas agora, preciso focar em como dar o troco e pegar a Alice para atraí-lo. Se o Critter estiver seguindo as minhas ordens ao pé da letra para deixar o Tempo Acelerado de STL desativado, então não falta pouco tempo até que alguma deusa já tenha chegado até a Alice.
- Critter, como está a situação? - Eu perguntei ao loiro de óculos, que continuava olhando fixamente para o painel digital.
- Assim que você seguiu o plano do Altar do Fim do Mundo, eu mandei os 50.000 jogadores que reunimos nós Estados Unidos, como o senhor mandou. E daqui a pouco já vou começar a mandar o resto dos chineses e coreanos que faltam. - Critter continuava a me explicar tudo o que havia acontecido nas últimas horas. - O idiota do Vassago acabou morrendo lá e depois dito que havia uma outra Superconta Divina. Aí ele ficou tão animado com uma tal de Relâmpago e esse Espadachim Negro, que daí acabou convertendo a conta pessoal dele de um jogo antigo e voltou pra lá.
Será que essa pode ser a minha chance? Se o Vassago conseguiu usar isso, essa será a minha vantagem tática de que preciso. Eu me lembro que antes de morrer lá em Underworld, ativei uma Janela Stacia.
Se o meu plano der certo, só vai depender disso.
- Ah, agora eu entendi... - Dei um sorriso, só de ver como o Vassago conseguiu voltar para o Underworld com uma conta pessoal dele. Se em Underworld, os jogadores americanos conseguiram entrar através da tecnologia da Conversão de Dados da Seed Nexus, talvez então eu posso usar a minha conta. Peguei caneta e papel no meu colete, comecei a escrever a senha da minha conta pessoal do GGO e dei ela para o Critter. - Critter, prepare o meu STL. Eu vou voltar de novo pra lá usando essa conta e a Superconta Vecta. Unifique elas duas para me dar mais força lá.
- Mas como, capitão? A Superconta Divina do Imperador Vecta foi deletada.
- Talvez não. Olhe novamente. - Ordenei a ele, que apenas deu um suspiro e começou a analisar o meu FluctLight. Ao ver que havia uma enorme quantidade de dados, o loiro de óculos ficou boquiaberto.
- A Superconta do Imperador Vecta... Está intacta? - Ele olhava boquiaberto com o que estava nos dados do FluctLight do seu líder.
- Eu me precavi que se houvesse um momento em que eu morresse lá em Underworld, aquela conta de cidadão do Império Humano iria me salvar junto com a Superconta Vecta. - Expliquei a ele, me lembrando no momento em que aquele homem de cabelos azuis me acertou em cheio. Por sorte, fiz uma conversão de dados devido as minhas autoridades de administrador quando eu fui pra lá ver o Eugeo e a Alice lá em Rulid. - Consegue converter elas para uma única conta, não é?
- Eu consigo sim, chefe. Mas unir uma Superconta Divina com uma conta pessoal pode ser bem perigoso, diferente do que o Vassago acabou de fazer. - Ele me alertou dos perigos que isso podia acarretar para mim. - Todos os seus dados, níveis de habilidade e tudo mais vão subir. Mas se morrer lá de novo, a sua conta pessoal pode acabar sendo deletada e isso pode prejudicar o seu corpo no Mundo Real.
- Entendo, mas agora que eu estou tão perto, não posso mais ficar apenas olhando. Vou voltar com tudo que eu tiver em meu arsenal. Faça agora, Critter. É uma ordem. - Ordenei a ele, e o loiro dos cabelos curtos acentiu com um sorriso. Eu estava descendo a escadaria da Sala Principal, indo em direção a sala de Soul Translations, para usar o meu para entrar lá dentro de novo. Ao descer, dei um sorriso de orelha-a-orelha enquanto olhava calmamente para o corredor em minha direção.
Era como se de alguma forma, o meu Modo Vecta tivesse aqui no Mundo Real também. Se o Imperador Vecta não é o bastante, então o Subtilizer vai aparecer junto. Ambos em um só.
Enquanto eu andava pelos corredores, estava pensando em incontáveis planos de como posso roubar a alma de Alice e convencer o Eugeo a aceitar isso. Ele não vai aceitar, eu sei disso muito bem.
- Alicia, falta tão pouco. Falta tão pouco pra trazer vocês dois de volta pra casa.
- Gabe...
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo. (Frio 🤧)
Sobre esse flashback do Bercouli e da Fanatio, seria interessante pensar em um spin-off de todos os Cavaleiros da Integridade e como eles se tornaram o que são hoje.
Bercouli foi jogar no Vasco tão cedo, mas fazer o quê né. Esse cara sim é brabo!Sobre essa Miraikari, sim, eu fiz uma técnica nova pro Bercouli, porque quando eu vejo que no anime e na novel a Uragiri era a Release Recollection dele, eu fiquei bem confuso na época pois ele não costuma falar as técnicas de Encarnação como todo mundo, então vou deixar como tá mesmo.
A Alice ainda tá com essa dúvida sobre o bebê e sobre contar a verdade pro Eugeo, é tenso em ver como isso ainda vai se desenrolar.
Agora que o Gabriel quer juntar o Vecta e o Subtilizer, o estrago vai vir em dobro e muito mais do que na luta final, diferente do anime e da novel. Como é q vai ser? 👀
Até mais 👍⚔️
Chapter 27: Capítulo XXVII - Luta Entre Nações
Summary:
Com Sinon chegando e dando cobertura, Alice finalmente decide seguir em frente com a sua gravidez. Uma figura encapuzada aparece para assombrar os players antigos do Sword Art Online e nesse meio-tempo, Higa tenta agir em prol de ajudar Kirito a recobrar a sua consciência, mas uma pequena traição pode colocar tudo a perder.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Sinon estava sobrevoando as áreas não-exploradas do Território Negro, e finalmente chegou na área de montanhas cilíndricas.
- Cadê eles? - A sniper procurava pela presença da luta deles, mas sentiu que não havia mais nada. Uma de suas habilidades exclusivas da Superconta Solus era o Rastreamento Mundial de FluctLights. Ela sabia exatamente quem era o Bercouli, desde que Asuna e os outros Cavaleiros da Integridade o citaram.
Mas ela não sentia mais a presença do comandante da ordem mais poderosa do Império Humano. Foi ai que Sinon viu naquela área montanhosa dois dragões em volta de uma figura com uma cabeleira loira.
Sinon começou a descer, e enquanto aterrissava no chão, viu onde estava o cadáver morto de Bercouli deitado no chão, com a loira chorando por ele. A garota de cabelos cianos fechou seus olhos, vendo que falhou em tentar proteger o comandante.
Sinon chegou ao chão, e começou a andar calmamente em direção a Alice. Inicialmente, os irmãos dragões Amayori e Takiguri iriam reagir de forma protetora pela loira, mas estavam olhando para a arqueira de uma forma já acostumada.
No momento em que Sinon colocou os seus olhos em Alice, ela se surpreendeu e rapidamente percebeu o porquê que Eugeo a amava tanto. Alice Schuberg era uma jovem mulher extremamente linda, com uma bela aparência e uma aura bem pura, além de extremamente poderosa. Sinon podia perceber naquele momento a sensação da Sacerdotisa da Luz na sua frente, e estava com medo de olhar para a feiticeira mais poderosa do mundo.
Alice era a mulher mais linda daquele mundo, sem sombra de dúvidas. Mas quando a sniper notou no rosto daquela bela loira e viu que aqueles olhos azuis agonizavam, só mostravam apenas um grande sinal de depressão.
Ela já não aguentava mais carregar tanta dor.
- Você tem a aparência da Deusa Solus... Quem é você? - A voz de Alice saiu, ainda com dor em seu peito enquanto lacrimejava. - Você também é do Mundo Real, não é?
- Isso aí. O meu nome é Sinon e sou a amiga de Asuna e Kirito. - A sniper acentiu, sentindo um pouco de pena da loira. - A Asuna me enviou pra ajudar você e o Bercouli contra o Vecta, mas só que... - Ela apertou seu punho direito, sentindo raiva de si mesma ao ver que ela teve a mesma sensação da morte que ela e Kirito tiveram. - Me perdoe. Cheguei tarde demais.
- Não, você não teve culpa. Só apenas eu. Fui eu quem baixou a minha guarda e acabei sendo sequestrada por aquele maldito. - Alice negou a ela, enquanto limpava as suas lágrimas apesar de seus olhos estarem inchados pela dor e a raiva. - E como está a guerra?
- A Asuna, os Cavaleiros da Integridade e o Exército do Império Humano estão a algumas ruínas aqui no sul, segurando as forças vermelhas do Mundo Real. Mas ainda não sei por quanto tempo eles vão aguentar. - Sinon explicou a ela, lembrando-se de tudo sobre o plano de Asuna e os Cavaleiros da Integridade.
- E o Eugeo? Sabe me dizer quantas pessoas ele já matou? - Alice questionou a ela, pensando em como o seu amado esteve sobre efeito do Modo Vecta, matando diversas pessoas, incluindo aliados deles.
- A Asuna me falou que ele matou vários vermelhos, e arrancou as almas deles permanentememte. Ele não causou nenhuma fatalidade dos soldados do Império Humano, e conseguiu recuperar a sua sanidade. Mas só que essas almas que o Eugeo arrancou... - Sinon tentava colocar em palavras sobre os efeitos misteriosos que o Modo Vecta do Eugeo causavam. - O Eugeo não chegou a me falar nada, mas essas pessoas do outro lado terão sequelas permanentes e essas almas nunca mais poderão ser livres novamente, pelo que eu sei dos poderes do Vecta.
Alice arregalou os seus olhos, pensando agora em como Eugeo estava. O seu namorado foi obrigado a matar desde que essa guerra começou, e agora estava com almas presas nele por tempo permanente. Se ele recuperou a sua lucidez, ela precisava encontrar-se com ele. Eugeo era a única pessoa que ela realmente se preocupava e não queria perder ele por causa de uma guerra sem sentido, então deveria ir ao lado dele e ajudá-lo.
- Já que esse é o caso... - Alice apertou a sua Espada da Oliva Perfumada, ainda indecisa com o que devia fazer agora. - Eu vou voltar ao norte para ajudar o Eugeo e o outros Cavaleiros da Integridade.
- Não, você não pode. Alice, você precisa continuar indo para o sul. Tem que chegar no Altar do Fim do Mundo. - Sinon a lembrou de seu objetivo principal. - Se você conseguir tocar no conso... Digo, o painel de cristal com letras no altar, você vai poder ouvir as vozes do Mundo Real. E o pessoal da Rath vai tirar você daqui. Mas antes disso, espere pelo Eugeo. Nós já temos um plano. Quando a chance aparecer, ele vira pra ir junto com você e assim, vocês dois vão pro Mundo Real.
- Mas por quê? Aquele doente do Vecta tá morto, não é? - Agora a voz de Alice estava misturada com um pouco de raiva. - Por quê eu preciso continuar com essa palhaçada toda, se o meu namorado e os meus companheiros precisam de mim lá no norte? Aquele homem maluco tá morto.
- Na verdade... Ele não está. Não é tão simples assim. - Essas palavras de Sinon fizeram Alice ficar completamente chocada só ver que a pessoa quem ela mais odiava naquele mundo estava respirando ainda.
- COMO É QUE É?! - Alice a questionou, com sua raiva reprimida e suas emoções maternas subindo para a sua cabeça, com uma grande vontade de colocar tudo para fora.
- Quando alguém do Mundo Real morre aqui em Underworld, não morre de verdade. - A sniper explicou para Alice da pior forma, falando toda a verdade sobre a "morte" de Gabriel. - Provavelmente o homem que usava o corpo do Imperador Vecta... Possa voltar a esse mundo em uma outra forma e atacar de novo.
- Tá me dizendo... Que o homem que o meu tio se sacrificou para matar ainda não tá morto? Ele só sumiu por um tempo e pode voltar à vida como se nada tivesse acontecido? - A voz de Alice se elevava a cada pergunta sem resposta do olhar negativo de Sinon que não pôde fazer nada além de acentir a verdade. A bela loira foi até ela, e se segurou em seus ombros. - Então pra quê foi tudo isso?! Por quê o meu tio teve que morrer?!
Foi aí que Alice se lembrou das palavras que Gabriel falou para ela sobre esse mundo.
(___ ___ ___ ___ ___
- Alice, provavelmente você deve ter se encontrado com uma pessoa usando o corpo da Deusa Stacia, e com certeza te falou sobre o Mundo Real. Acontece que Underworld é um mundo falso criado por cientistas. Toda a vida que você passou nesse mundo, seus amigos e até mesmo os Cinco Deuses não passam de uma mentira. - As palavras de Gabriel apesar de serem frias como gelo, não demonstravam nenhum sinal de mentira. Era a mais pura e dolorosa verdade. - Sei que você é uma garota orgulhosa demais e com certeza não quer aceitar a verdade. Eu também não aceitaria se estivesse no seu lugar. Mas acredite em mim. Posso ser várias coisas como um assassino, psicopata ou uma pessoa problemática, mas não sou mentiroso.
___ ___ ___ ___ ___)
- Um duelo onde apenas um lado arrisca a vida não passa de uma mentira. Assim como esse mundo, não é? - Os olhos chorosos de Alice demonstravam uma grande fúria, que Sinon rapidamente notou. - As pessoas, os animais, vocês usando corpos de deuses, esse mundo! O bebê que tá no meu ventre... Tudo isso não passa de uma farsa!
Ela desembanhou a sua Espada da Oliva Perfumada, e já apontando para ela para a sua barriga.
- O que tá fazendo, Alice?! - Sinon a questionou, preocupada com o que ela queria fazer com o bebê.
As mãos da loira começaram a tremer, enquanto a lâmina dourada estava apontada para a sua armadura. Com sua superforça, poderia perfurar a blindagem e o seu ventre. Então por quê?
Por quê Alice estava parecendo que queria hesitar? Sinon rapidamente percebeu o que a loira queria fazer. Escolher o caminho mais fácil.
- Eu já cansei. Se esse mundo é mesmo uma farsa, não quero mais que essa criança sofra como eu sofri. Já chega de colocarem a minha vida numa porra de um pedestal! Eu só quero viver a merda da minha vida em paz! Mesmo que eu seja obrigada a ter o sangue do meu próprio sangue manchado em minhas mãos, não vou fazer o meu filho sofrer nunca! - Recuperando a sua coragem, Alice iria estocar a sua Lâmina de Osmanthus no seu ventre, mas antes que isso acontecesse, Sinon pegou uma de suas adagas flutuantes e rebateu na arma para impedi-la, fazendo com que a espada dourada voasse por alguns metros. - Por quê você tá me impedindo?!
Sinon deu um tapa no rosto de Alice, o que fez a loira ficar surpresa pelo tapa( apesar de não ter doído tanto por sua resistência aprimorada). Foi ai que ela viu Sinon demonstrando um pouco de raiva em seus olhos cianos e em seus dentes rangendo, vendo que ela realmente iria escolher um caminho tão fácil e cruel.
- Quer saber? Já chega dessa palhaçada de se vitimizar tanto! Agora que você descobriu a verdade sobre esse mundo ser falso, você acha que o sofrimento do Kirito também é?! - Essas palavras duras de Sinon fizeram a loira se indagar em uma dúvida. - A dor de saber que o Eugeo nunca mais vai poder se redimir por ter arrancado diversas almas do inimigo, ou então matar a vida do seu filho que nem mesmo nasceu ainda... Mesmo que esse mundo seja falso, acha que o seu filho é falso também?! Ou o seu amor pelo Eugeo?! Todas as vidas aqui nesse mundo, incluindo a do seu filho são reais. Isso que você tentou fazer não foi um ato de misericórdia, e sim um ato de covardia.
Sinon sabia pelas palavras de Asuna, que Alice estava pensando em abortar aquela criança sem nem mesmo falar com Eugeo sobre isso. E agora que ela descobriu a verdade, com certeza Alice não iria mais aguentar ser levada para os lados tendo imensas dúvidas em sua cabeça.
Se as palavras de Asuna, Eydis e Fanatio não a alcançaram, então Sinon teria que pelo menos fazer Alice repensar em suas ideias. Agora com mais calma, a sniper começou a falar para ela uma outra parte dessa nova realidade. Se isso ajudasse a Sacerdotisa da Luz a mudar seus pensamentos, só iria depender dela.
- O Kirito também é do Mundo Real. Mesmo que ele morra nesse mundo, não vai morrer de verdade. Mas só que os ferimentos que ele sofreu aqui são reais nos dois mundos. A dor e as lesões que ele sentiu, o estrago na alma dele e o sacrifício que ele fez por você e o Eugeo... Também são todas reais. Ele também é meu amigo, e eu gosto muito dele. O mesmo também vale para a Asuna e os nossos outros amigos. Todos nós o amamos muito. - Nessa parte, Sinon se lembrou daquela nova "sensação" que teve com Leafa nessas últimas horas, e deu um sorriso fraco. - Tá todo mundo preocupado com o Kirito, e a gente até se perguntou por que ele teve que ir tão longe. Ele se machucou pra proteger você e o Eugeo, Alice. Assim como o Comandante dos Cavaleiros da Integridade aí. Foi para te salvar que ele se feriu, e se sacrificou, ganhando tempo o bastante pra você fugir do inimigo. Repensa em tudo isso.
A loira arregalou os seus olhos, tentando pensar em tudo o que Eugeo, Kirito, Bercouli, Fanatio, Eydis e os outros Cavaleiros da Integridade que fizeram de tudo para proteger ela. Foi aí que o sentimento de culpa bateu em sua consciência.
- Mas e o Eugeo?! Como eu vou poder olhar na cara dele depois de eu ter tentado matar o nosso filho?! Desde que eu descobri que tava grávida, tudo o que fiz foi ser mais egoísta do que o normal. Eu nem cogitei em dizer a verdade para o homem que eu tanto amo. - Suas lágrimas caiam, enquanto suas pernas fraquejaram e ela começando a abraçar a cintura de Sinon. - Deveria ter sido eu que devesse ter morrido no lugar do Eugeo. Ele é uma pessoa bem melhor do que eu e muitos outros por aí. Eu não mereço o amor dele. Eu sou uma mãe horrível.
- Alice, nenhuma das garotas falou a verdade pra ele sobre o bebê porquê elas sabem que só você deve dizer isso a ele. O Eugeo quis abandonar tudo lá no norte só pra poder te salvar, mas o dragão dele ainda está se recuperando. Pude ouvir algumas coisas sobre ele, e sei que ele te ama mais do que tudo. - Sinon contou um pouco do que ouviu de Eugeo por Asuna, e a loira arregalou os olhos chorosos. - Ele nunca vai desistir de te salvar. Ele fez uma promessa de te proteger. Você não acha que deve isso a ele?
Eugeo pensava nela até naquele momento! Alice ficou pensando em como o seu egoísmo tomou a sua cabeça nessas últimas horas, mas pensou naquele sonho em que viu aquela garotinha falando com ela naquele sonho. E também foi assim que a Asuna, Eydis e Fanatio falaram pra ela. Ser uma mãe jamais seria fácil, e teria que fazer sacrifícios no processo.
Mas era isso o que a determinaria em ter essa criança.
Em um momento, apesar de curto, um desejo se passou pela mente de de Alice. Ela estava andando pelos campos de Rulid segurando a mão de Eugeo, e com duas crianças. Uma garotinha de cabelos loiros dourados como as dela, e um garoto mais velho com os mesmos cabelos loiros linho de Eugeo correndo na frente deles dois e se divertindo. Ambas as semelhanças eram deles dois.
Se ter uma criança era significar se sacrificar apenas para ter o bem dela, então isso significava ser uma mãe. Foi aí que Alice finalmente entendeu.
Após pensar com mais calma sobre tudo, ela finalmente se decidiu sobre o que iria fazer em relação ao Altar do Fim do Mundo e o seu bebê. Ela limpou suas lágrimas restantes em seus olhos inchados, pegou a sua Espada da Oliva Perfumada e ficou olhando em direção ao sul.
Mas antes que pudesse observar mais um pouco, o enjôo da loira bateu em sua bile estomacal. Alice tapou sua boca com a mão direita e saiu correndo para a borda daquela área montanhosa e despejar tudo de seu estômago.
- Tá aguentando firme aí? - A sniper perguntou a ela, enquanto segurava os cachos loiros de Alice.
- Sim, eu tô. - A loira respondeu em positivo, antes de despejar a próxima carga novamente. Ao terminar de vomitar, a loira usou suas telecinese de Armas Encarnadas para trazer um cantil de água até suas mãos. Ela não era tão boa quanto Eugeo na técnica mental, mas nos últimos seis meses treinou arduamente a sua mente para usar esse poder antigo, diferente dos outros Cavaleiros da Integridade. Ela bebeu do conteúdo para ver se sumia o gosto horrível de sua boca, tomando pouco em pouco para não se enjoar. - Eu odeio quando eu tenho que vomitar, você não imagina o quanto.
- É, eu não sei. Mas isso é natural pra uma mãe, Alice. Você vai se acostumar. - A sniper brincou. Sinon se sentiu um pouco enjoada ao ver Alice vomitando, mas deu um pequeno sorriso ao ver nos olhos daquela cavaleira um brilho de determinação. Isso era o que Alice precisava para seguir em frente. - Olha, foi mal pelo tapa. Eu exagerei um pouco. Também tô passando por algumas coisas e meio que descontei em você.
- Não, eu precisava disso. - Ela deu uma balançada com a cabeça, relembrando as palavras da sniper em sua mente. - Obrigada por me fazer enxergar, Sinon.
Após algum tempo, ela preparou Amayori e Takiguri para voar e subiu na garupa de sua dragonete.
- Ei, Sinon. Se eu puder chegar até o Altar do Fim do Mundo, poderei ver a minha família e os amigos que eu tenho nesse mundo? Esse mundo onde Eugeo e eu estamos indo será seguro onde eu possa criar o meu filho e vê-lo crescer em paz sem me preocupar?
Sinon sabia bem o que aconteceria se os invasores lá na Rath farão, se tocarem nos FluctLights de Alice e Eugeo. E a sniper não sabia também se isso o que Alice perguntou a ela seria mesmo possível. Se o Kikuoka e os outros conseguirem os FluctLights do casal primeiro, Underworld e os habitantes dele estarão a salvo.
- Eu não sei bem em dizer isso, mas eu tenho certeza que sim. Enquanto vocês dois estiverem lá no Mundo Real, o Underworld vai estar seguro. E eu sei que você e o Eugeo vão poder cuidar do filho de vocês lá. - Sinon deu a ela algo para se agarrar fortemente, pois se isso iria mudar ou não o desejo de Alice, só dependeria dela. - Daqui a mais ou menos uma hora, o dragão do Eugeo vai estar curado. Quando você chegar no Altar, espera por ele pra vocês dois irem juntos.
- Se é isso que o meu tio e o Kirito querem... Mas enquanto a você? - Alice perguntou a ela. - Você virá com a gente?
- Não, ficarei por aqui. Já que esse foi o lugar onde o Imperador Vecta morreu, ele vai voltar a vida aqui mesmo. Estarei aqui para ganhar algum tempo e garantir que você e o bebê cheguem no altar em segurança. - Ela soltou seu Arco de Solus, estendendo o cabo longo do arco. - Chegou a minha vez de arriscar a minha vida agora.
- Está bem então. Boa sorte, e me prometa de que o Eugeo realmente vira até mim.
- Eu farei isso quando ele chegar. - A garota de cabelos cianos acentiu para ela com um sorriso, e dando uma última olhada no corpo de Bercouli que já estava começando a sumir aos poucos, Alice finalmente levantou vôo junta de Amayori e Takiguri, indo em direção ao sul.
Ao olhar para trás uma última vez, Alice apenas continuava em direção as áreas não-exploradas do Hemisfério Sul de Underworld, voando em direção até o Altar do Fim do Mundo.
Tentando se redimir pelo que tentou fazer a poucos instantes, Alice usou a sua magia para sentir a presença da criança no seu ventre. Ela queria que as suas palavras chegassem até os ouvidos de seu filho, mesmo que ele não pudesse perdoá-la. E isso passou pela sua cabeça ao ter pensado em um possível nome para ele.
- Você ouviu o que aquela moça disse? O seu pai está vindo nos salvar. - A loira deu um sorriso fraco enquanto olhava para a sua barriga, falando com o feto que crescia aos poucos dentro dela. Soltando um choro de arrependimento, ela tocou na região do abdômen de sua armadura para poder sentir o seu bebê. - Me perdoa por ter tentado te matar e por tudo mais, eu não estava nem mesmo pensando direito. Fui tão egoísta, que nem ao menos pensei em você. Mas não quero deixar isso continuar. Sou uma péssima mãe, então preciso que você me ensine como é. Com certeza terão momentos em que eu me arrependerei de algumas coisas, mas jamais me arrependerei de ter me apaixonado pelo seu pai e por ter você. E não importa o que aconteça comigo, eu juro pelo último sopro de vida no meu corpo que irei proteger você custe o que custar, meu filho. O seu pai é muito forte e de bom coração, então eu peço que você seja tão forte e bom quanto ele pela mamãe... Meu pequeno Eolyne. - Ela olhou para trás, tentando enxergar o horizonte avermelhado em direção ao norte e pensando no seu amado. - Nós vamos ter um bebê, Eugeo. Então eu peço pra que volte em segurança pra mim, meu amor. Eu preciso de você.
Enquanto Sinon perdia Alice e os dois dragões de vista, ela estava aguardando pelo Imperador Vecta e ao mesmo tempo, pensando em Leafa e como ela estava.
Se o amor de Eugeo e Alice era tão puro como o de Kirito e Asuna, será que algum dia Sinon poderia se apaixonar por alguém especial? Aquele beijo dela e de Leafa a fez pensar por toda a madrugada, e até agora como seria em imaginar as duas tendo um momento só a sós.
- Sonhos não são apenas sonhos. Preciso continuar firme pra poder dizer a ela sobre tudo. - A sniper olhou em seu arco, apertando firme o punho dela enquanto olhava para os brilhos finais do corpo de Bercouli que sumiu por completo no céu. - Agora é só esperar esse cara aparecer a qualquer momento. Seja lá quem ele for, não vou perder.
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No local do desfiladeiro de Asuna, aquela parte da luta ainda estava em peso contra os Pugilistas e os Cavaleiros Negros.
Iskahn não aguentava mais socar aqueles vermelhos. A cada mais um que ele esmurrava, apareciam mais vinte em sua frente. Todos os tendões de seu corpo estavam rompidos, seus ossos estavam parcialmente quebrados e suas unhas dos dedos e pés sangravam de tanto chutar e socar. Ele estava já agonizando com os seus ferimentos e o seu cansaço.
- Talvez isso não seja lá uma forma tão ruim de morrer. - O pugilista deu um sorriso dolorido, mas ao mesmo tempo orgulhoso. - Isso tudo pode valer a pena, se eu puder ver os meus antecessores no outro mundo.
Enquanto isso, do outro lado dele estava Sheyta atacando firmemente com a sua Espada do Lírio Negro. Aquela pequena lâmina pontuda estava praticamente dilacerando todos os vermelhos em sua frente.
A morena que estava tão ofegante gostava tanto de matar, e adorava o sangue que via escorrer de seus inimigos. Mas mesmo assim, a morena parecia que estava relutando em seu próprio desejo de sangue ao pensar continuamente naquele certo pugilista.
Ela deu um mortal de costas para se proteger de um lanceiro, e pulou na lança para dar um chute com a sua força bruta na cabeça do vermelho. Tendo o pescoço do vermelho quebrado, ela seguiu em frente para o próximo.
- “Por quê parece que eu estou ficando mais fraca? Sou a Assassina Silenciosa.” - Sheyta estranhou, sentindo alguma coisa se amolecendo no seu corpo. Mas foi aí que ela olhou para o líder dos Pugilistas, e ambos se entreolharam por um momento. - “Que estranho... Que dor é essa? Por qual motivo o meu coração está doendo tanto assim por causa dele? Eu queria poder experimentar o prazer de uma batalha e retalhar esses punhos mais duros do que diamante.”
Foi aí que Sheyta olhou nos olhos de Iskahn, e ambos puderam sentir que haviam uma semelhança muito grande entre eles. Sheyta se lembrou das palavras que Quinella já disse para ela há muitos anos. Mas mesmo assim, sua Arma Divina começou a rachar.
Ela abusou muito da vitalidade dela durante a guerra, e agora a sua arma poderia sumir em mais um golpe.
- Mate, assassine, destrua tudo e todos que quiser. Quando chegar o dia em que ela finalmente quebre com sua maldição sangrenta, entenderá o porquê de você querer proteger o que tanto almeja. - Sheyta lembrou-se das palavras de Quinella para ela gravadas em sua mente.
- Ah, entendi. - A morena deu um sorriso fraco, e ao ver que um grupo de cavaleiros vermelhos ia em direção a Iskahn, ela começou a recitar o seu cântico enquanto esquartejava cada vermelho em sua frente. - Matar é o que motiva todos os dias a minha flor. O corte da carne nada mais é do que o ceife de liberdade em meu coração. Se a minha última pétala de lírio se desmanchará, que percorra então o silêncio vivo através do meu aço. - Ela pulou em direção ao grupo de vermelhos e estocou sua lâmina em apenas um deles. - Release Recollection. Silêncio Final.
Após Sheyta ativar a sua Encarnação Final, diversas lâminas finas invisíveis se formaram em várias linhas de lâminas no chão, retalhando todos os vermelhos com extrema violência e nesse mesmo tempo, a vitalidade de sua arma diminuiu por completo.
Era de fato um golpe silencioso e ao mesmo tempo, extremamente mortal. Após sua encarnação terminar, a arma começou a sumir de suas mãos e tornando-se uma flor de lírio negro novamente.
- Muito obrigada. Você me ajudou até aqui por muito tempo. Vou guardar essa flor com carinho. - A morena olhava para a sua Espada do Lírio Negro sumindo no ar, agradecendo a Quinella por tê-la levado até ali. Ela foi até o seu dragão ferido e acariciou sua pele escurecida. - Obrigada você também, Yoiyobi. Está quase na hora de descansarmos.
- Me perdoe. Por minha causa, a sua espada preciosa já era. - Iskahn, que estava ao lado do dragão da morena se desculpou a ela por ter visto ela perdido sua Arma Divina para protegê-lo.
- Está tudo bem. Eu posso até criar uma outra, mas ainda assim, não precisarei mais dela... pois eu encontrei o meu objetivo aqui. - A Assassina Silenciosa tocou no rosto do pugilista, olhando bem no fundo de seu único olho. - Eu encontrei aquilo que não quero matar e destruir, para sim proteger a qualquer custo. Continuei lutando para depois de muitos anos encontrar você.
Isso fez Iskahn se emocionar por ver que os sentimentos que a sua rival tinha por ele eram exatamente recíprocos. Os dois puderam saborear de uma bela e violenta luta entre eles, apenas para descobrir que eram almas gêmeas destinadas a se encontrarem.
- Que droga... - O líder dos Pugilistas finalmente se derramou em lágrimas. - Logo agora que eu queria te conhecer melhor, poderiamos ter passado a vida lutando um contra o outro... Se tivéssemos um filho, certeza que ele seria forte pra caramba, ainda mais forte do que eu e do que o meu antecessor. Ele iria ser um grande Pugilista.
- Nada disso. - A voz fria e calma de Sheyta negou os pensamentos de Iskahn, só para ser surpreendido ao que ela acabara de falar. Ela deu mais um de seus dados e belos sorrisos, falando com agora uma bela frase sentimental. - Vou criar ele pra ser um cavaleiro nobre. E ele será ainda mais forte do que o amigo de Eugeo e Alice.
Ambos se abraçaram enquanto viam uma grande horda de players vermelhos se aproximando dos Pugilistas e Cavaleiros Negros. Eles não podiam fazer mais nada além de aguardar pelo seu fim.
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Mais ao sul, Eugeo, Asuna e os outros continuavam lutando juntos como uma única unidade.
Vendo que os soldados do Império Humano ajudaram os players do Mundo Real a usarem artes sagradas, eles tinham mais vantagem agora com um grupo de suporte apenas para curar os aliados.
No lado direito, o pessoal do GGO e alguns soldados do Império Humano lutavam juntos. Claro, os soldados ficaram completamente confusos em saber como aquelas armas de fogo eram tão tecnológicas, usando pólvora naqueles disparos. Eram como se fossem "bestas de fogo metálico."
No lado do meio, os amigos de Asuna estavam lutando com os outros players do ALO. Yuuki, Lisbeth, Silica e Agil atacavam bravamente aquela players vermelhos. E obviamente, a Cavaleira Negra estava levando a melhor por suas habilidades.
Nesse momento, Klein e Asuna estavam sendo curados pelos outros players do ALO enquanto viam Eugeo, Eydis, Renly, Nelgius e Entokia lutando no lado esquerdo das ruínas. Eram apenas cinco contra milhares, mas aqueles vermelhos não eram nada contra eles.
- Caramba, e pensar que esses caras sabem mesmo ser apelões também. - Klein deu uma brincada, enquanto olhava para os Cavaleiros da Integridade. - Parece que daqui a pouco já vai tá tudo resolvido, não é, Asuna?
- É, vai sim. - Asuna acentiu com um sorriso. - E Klein... obrigada por tudo. Eu nem sei como te agradecer.
- Tá brincando, Asuna? Não seja assim, né. - O samurai ruivo deu um sorriso de lado. - Sou eu que deveria falar isso. Eu devo tanto a você e ao Kirito, que talvez nunca vou conseguir retribuir o tanto disso. E a propósito... Ele tá aqui também, né?
- É, ele tá sim. Pode ir ver ele depois da batalha. Quem sabe ele acorde só pra reclamar das suas piadas ruins? - Asuna brincou, fazendo Klein dar um sorriso envergonhado.
- Ah, você também não me dá uma folga. - Ele deu uma risada nasal.
Enquanto Asuna olhava para todos aqueles players que estavam lutando por Kirito, Eugeo e Alice. Mesmo correndo o risco de perderem as suas contas pessoais da Seed Nexus, eles estavam ali. E isso era o suficiente para eles.
E além disso, quando Eugeo foi até ela para dizer o que a Rath disse a ele.
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- Esse tal de Kikuoka falou que o Kirito tem chance de acordar de novo, mas talvez pra isso acontecer, as luzes flutuantes de você, da Sinon e da irmã do Kirito precisam estar conectadas para fazer esse backup de auto-memória. - Eugeo explicou a ela tudo o que lembrou de sua conversa com Kikuoka. - Ele pode acordar se ouvir vocês com ele.
- Eugeo, obrigada por ter me avisado. - Asuna deu um sorriso bem mais alegre por saber do melhor amigo de seu amado, que Kirito podia realmente voltar de seu estado catatônico.
- Por nada, Asuna. - O loiro da armadura prateada deu um sorriso gentil pra ela. - E só queria saber de mais uma coisinha... O Kirito também tem uma irmã?!
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Asuna até mesmo riu ao ter visto a cara de surpreso do Eugeo, quando soube que o Kirito tinha uma irmã mais nova. Mas apesar desses detalhes cômicos, isso iluminou suas chances de trazer o seu amado de volta. Mas o único problema é ela precisava da ajuda de Sinon e Leafa pra isso. E as três estão separadas.
- Nos vamos conseguir, eu sei disso.
- Falou e disse! - Klein bateu na sua própria coxa, enquanto se levantava para mais uma luta. - Agora temos mais uma rodada pra gente aguentar e... - Quando Klein notou que Asuna começou a olhar para cima, ele estranhou o comportamento da amiga. - O que foi?
- Aí, Klein... Aquele cara ali não parece ser familiar? - Asuna apontou para a figura encapuzada de um homem que estava sentado tranquilamente em cima daquelas ruínas.
- Familiar? Mas com essa capa e o capuz, nem dá pra ver o rosto dele e... - Klein continuava pensando em inúmeros rostos que poderiam estar por trás daquela capa de couro, mas no momento em que viu um sorriso maléfico no rosto daquele cara, Klein congelou. - Não, tá de brincadeira. Isso é impossível! Aquilo ali é um fantasma?
- Fantasma? - Asuna estranhou.
Naquele mesmo momento, o encapuzado desembanhou de sua cintura uma espécie de cutelo de combate e girou a arma, colocando ela em seu ombro para descansar seu braço.
- Olha só pra ali. Aquela capa preta, quero dizer, o rosto de couro e o sorriso assassino por trás do capuz... São aqueles ponchos de couro da Caixão Sorridente! Aquele ali é o líder fundador da Caixão Sorridente, o PoH!
- Não pode ser... - Um frio desceu pela espinha de Asuna, vendo que aquela praga não havia acabado junto com o Johnny Black, na noite em que Kirito foi pra Rath. E ainda por cima, se passou um filminho na mente da bela acastanhada onde ela, Kirito e todos os players tiveram que lidar com aquele inferno.
Foi aí que aquele hispânico encapuzado começou a balançar sua mão, dizendo "oi" para eles. Para ele, isso era um reencontro tão nostálgico depois de dois longos anos. E isso não era o de menos.
Enquanto Eugeo lutava no lado esquerdo do campo de batalha, o loiro continuava atacando firme e forte.
Apesar de serem vários inimigos, a força de um Cavaleiro da Integridade realmente valia por mais de mil guerreiros. Todos os players do Mundo Real tiveram a chance de ficar devidamente avisados em relação a isso.
Eugeo podia ouvir centenas de presenças dentro dele. As pessoas das quais ele arrancou aquelas almas de forma indolor e brutal. Isso foi horrível apenas de se lembrar.
- Socorro!!! Me tira daqui!!!
- Não consigo enxergar nada!!! Por favor, me solta agora!!!
- “Silêncio!” - Eugeo decidiu dar um chega pra lá com aquelas almas dentro de sua mente, gritando com raiva para eles falando em Língua Sagrada. No momento, todas aquelas vozes se cessaram por algum tempo. Um tempo esse que ele não sabia direito.
O Cavaleiro Safira podia ouvir essas diversas vozes em inglês agonizando na sua mente, sentindo todas aquelas almas sofrendo e esse era o poder dele que herdou do Vecta, o Deus das Trevas. Mas não era a pior coisa para se saber, já que afinal de contas, o Modo Vecta de Eugeo ainda não era completamente conhecido por ele. E se o loiro soubesse como libertar essas almas dentro dele, já teria o feito há muito tempo. Mas precisava aguentar e ignorá-las até pelo menos matar Gabriel.
E nesse momento, tudo o que importava para Eugeo era ver Alice e garantir a segurança da sua amada. Em um momento sequer, ele parou de pensar nela e irá garantir sua promessa de mantê-la a salvo.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Térmico. Disparar! - O loiro atirou alguns projéteis de Elemento Térmico em direção a aqueles vermelhos, fazendo alguns deles saírem voando. - Que estranho. Todos eles não tem nenhum tipo de técnica, só continuam atacando como se fosse só uma brincadeira.
- Eles são do Mundo Real, então é óbvio que não sabem lutar como nós lutamos. - Eydis respondeu a ele, enquanto dava um mortal para decapitar mais um vermelho. Isso fez eles terem alguns minutos para recuperarem o fôlego e descansar. - Mas o estranho disso tudo é que até agora não acaba. Loirinho, não sabia que você e a Alice iriam ser tão desejados assim.
- Eu não diria lá tão desejados. - Ele deu um sorriso tímido para a acinzentada. - A gente precisa derrotar esses vermelhos, se quisermos chegar até a Alice.
- Eugeo... - Eydis chamou a sua atenção, dessa vez com um olhar raramente sério dela. - Talvez você não esteja pensando agora, mas depois de que você e a Alice saírem desse mundo, tem a chance de que vocês possam nunca mais voltar.
- Eu sei disso, mas não tem como não ignorarmos tudo o que tá acontecendo. Eu preciso continuar em frente até que tudo isso acabe. - Ele falou para ela, no seu mesmo tom de seriedade enquanto podia ver uma dilatação naqueles olhos avermelhados dela. - Você tá preocupada com o Eldrie, não é?
Os olhos da acinzentada se arregalaram ao ouvir a voz de seu aluno se referindo ao lilás, que estava naquela carruagem lá atrás em segurança.
- Eydis, o Eldrie vai ficar bem. Eu tenho certeza de que ele vai acordar pra ir discutir com você logo em seguida. - Eugeo deu um sorriso gentil para ela, dando um tapinha no ombro da armadura dela.
- Aí, Eugeo. Tem vezes que eu não sei como você sabe ser tão alto-astral. - Eydis deu um sorriso para ele, enquanto pensava em como Alice tinha sorte em ter encontrado alguém tão especial como Eugeo. - Tenho sorte de ter você como o meu aluno.
Mas antes que eles pudessem continuar a conversar, eles notaram diversas linhas em vermelho começando descer como uma cachoeira imparável durante uma tempestade.
Naquele momento, Eugeo, Asuna e todos os outros começaram a contar a quantidade daquela chuva de linhas vermelhas que chegavam ao chão. Eram reforços inimigos.
Eram uns dez.
Depois cem.
E depois mil.
Dez mil...
Vinte mil...
- Tá de brincadeira?! - Nelgius arregalou seus olhos verdes ao ver aquela quantidade do inimigo aparecendo. - Eles tem mais reforços?!
- Isso é muito ruim. - Entokia se aproximou da retaguarda do seu parceiro, já vendo a enorme dificuldade que estava aparecendo para eles. - A gente não vai conseguir dar conta de todos eles.
Só nos primeiros mil, Asuna já parou de contar a quantidade impensável de reforços inimigos. Não dava mais para acreditar no pesadelo que aquilo estava se tornando. Mais de cinquenta mil reforços apareceram.
Klein pôde notar que aquelas línguas não eram de jogadores americanos ou japoneses. Eram línguas asiáticas vizinhas deles, e pra piorar, estavam vindo em peso.
- Agora ferrou. Ferrou legal pra gente! - O samurai ruivo olhava preocupado para os lados, enquanto o PoH ficava sorrindo e acenando de forma "gentil". - Esses reforços não são americanos ou japoneses. São da China e da Coréia!
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Alguns minutos atrás, no Mundo Real...
08:47 da Manhã - Terça-Feira, 07 de Julho de 2026 - Seul, Coréia do Sul...
Moonphase estava naquela manhã indo até uma Lan-House perto de sua casa para fazer seu dever da faculdade. Como ele estava com seu notebook no conserto, o coreano precisava usar o conteúdo público.
Apesar de não ter mais lan-houses em alta, o governo abriu vários pontos para os jogadores de VR poderem jogar e aproveitar o mundo virtual.
Ao terminar de fazer sua lição, o rapaz de cabelos esverdeados deu um suspiro tenso ao sair da página de pesquisa e lembrar de que estava prestes a fazer vinte anos recentemente. Isso significa que ele teria que fazer o seu alistamento obrigatório.
Afinal de contas, lá na Coréia você é obrigado a servir por pelo menos uns dois anos para garantir que você possa ter uma profissão no futuro. E claro, ele não gostava de ser obrigado a servir. Desde que a Seed Nexus se expalhou pelo mundo, ele havia comprado um AmuSphere para poder entrar no mundo virtual pelo qual ele havia tanto gostado.
Ele se lembrou da conversa no GGO na noite passada em que ele e Mei Mei tiveram com a misteriosa Argo e aquela fadinha sobre aquela guilda da Caixão Sorridente, em relação ao Eugeo.
Esses quatro anos sem o seu amigo por perto fizeram ele e a Mei Mei ficarem em depressão por algum tempo, pois eles eram bem próximos apesar de serem de países distantes. Por outro lado, ele ficou feliz ao saber que ele havia ajudado as Linhas de Frente do SAO a terem derrotado a Caixão Sorridente de uma vez por todas.
Mas apesar de tudo isso, ele pensou que apesar do mundo onde o seu amigo havia morrido ter se tornado a sua linha de escape da realidade inevitável, em breve o esverdeado teria que perder dois anos no exército, se acabasse sendo convocado. E ele gostava muito de poder experimentar o que Eugeo vivenciou no mundo virtual.
- Caramba, daqui a pouco eu vou acabar tendo que me alistar. - Moonphase deu um suspiro e pegou um copo de refrigerante para beber um pouco do conteúdo. - Se pelo menos pudessem deixar eu levar o meu AmuSphere junto... Eugeo, o que você encontrou o que não achou aqui?
Vendo que tinha um tempo livre, o esverdeado decidiu ver um pouco sobre o que estava acontecendo nas redes sociais e conversar um pouco com a Mei Mei em relação a noite passada.
Ele colocou o seu AmuSphere em seu rosto, ativou a máquina e por fim, fechou os seus olhos ao encontrar conforto na cadeira que estava sentado.
- Link Start. - Ao dizer o comando, ele desceu no túnel de luzes coloridas até finalmente chegar no mundo virtual.
Ele estendeu sua mão para ver o que estava acontecendo nas redes sociais e notou algo bem peculiar ali.
- "Vários jogadores da Coréia, Estados Unidos e China fizeram um VRMMO, e o seu servidor foi hackeado por alguns jogadores japoneses. No momento, estão atacando os testadores do jogo neste exato momento." - Moonphase começou a ler o que estava escrito naquele tweet, junto com um link de vídeo. - Mas como assim?
Ao abrir o vídeo, ele pôde ver que haviam vários players de jogos diferentes ali. E todos eles estavam falando em lingua japonesa.
- Isso aqui é japonês, né? Aqui tô vendo que os players japoneses tão dando uma surra nos americanos, mas lá parece que os japoneses estão bem desesperados pra isso. - Moonphase estranhou ao olhar para aquele vídeo. Aquilo naquele vídeo não parecia ser um jogo, era como se fosse extremamente realista como na vida real. Ao notar que uma chamada estava aparecendo ao seu lado. Ele viu que se tratava da Mei Mei, então ele clicou em chamar e atendeu a ligação.
- Aí, Moonphase. Você já viu aquele vídeo do jogo novo? - A voz de Mei Mei apareceu do outro lado da linha.
- Oi, Mei Mei Xiang. É, eu acabei de ver aquele vídeo agora. - Ele respondeu a ela.
- Então baixa logo esse cliente aí. - Ela sugeriu a ele.
- Que cliente? - Moonphase estranhou, enquanto arrastava para baixo até encontrar um post com um link de convite. - "Procurando voluntários para salvar os testadores do ataque covarde dos japoneses. Quem quiser entrar, é só baixar o cliente de conexão e instalá-lo no seu AmuSphere. #SaveWarOfUnderworld." É esse aqui, é? Mei Mei, o que você acha de tudo isso? Parece ser bem suspeito esse ataque.
- Eu ainda não sei direito mas se isso for mesmo verdade, acho que os nossos amigos devem mesmo estar passando por um perrengue então. - Mei Mei respondeu, enquanto olhava para o link em seu computador. - Esses japoneses estão com os avatares dos jogos, enquanto os outros estão só com equipamento padrão.
- É, isso é verdade. - Ele concordou com ela, vendo que a amiga tinha um ponto. - Mas só que esse vídeo aqui... Tá bem suspeito, parece até que foi editado.
- A gente só vai descobrir quando chegarmos lá. Por quê não vai já instalando? Daqui a pouco eu já vou indo.
- Tá bom. - Ele acentiu a ela, e ao se lembrar de ontem, ele a chamou. - Aí, Mei Mei. Você tá legal depois de ontem? Sabe, quando a Argo e a filha do Kirito contou pra gente sobre a história do Eugeo...
- É, eu ainda tô um pouco triste. Mas ele morreu pra ajudar aqueles players, e se ele encontrou a paz dele lá, não tenho com o que questionar a ele. - Ela deu um suspiro um pouco tristonho do outro lado da linha. - Depois a gente conversa mais sobre isso. Vai instalando o link, que eu também vou.
Mei Mei Xiang havia desligado a chamada, e apesar deles terem descobrido mais sobre a morte de Eugeo no Sword Art Online, eles nunca iriam descobrir o porquê dele ter ficado lá.
- É melhor eu pensar nisso depois. Tá parecendo que a maioria dos meus colegas tá participando desse beta. - O esverdeado clicou para baixar o link, e após algum tempo, ele finalmente foi levado para algum lugar longe do mundo virtual o qual estava tão acostumado.
Se isso era mesmo um jogo ou não, ele e Mei Mei iriam descobrir.
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Terça-Feira, 07 de Julho de 2026 - Ocean Turtle, em algum lugar no Mar do Japão...
Lá na Ocean Turtle, o pessoal do Kikuoka começava a agir com o plano para trazer o Kirito de volta. A doutora Rinko acabou de liberar o robô Ichiemon para andar junto com os seguranças da Rath para distraírem os invasores.
E nesse mesmo tempo, Higa e Yanai começaram a descer no fosso do Anteparo de Pressão. Mesmo quando Yanai falou que iria ser o escudo dele, ele nem mesmo hesitou em ficar pra trás.
- “Que bela ajuda eu tenho”. - Higa deu uma risada nasal enquanto descia a escada com cuidado.
- Higa, como tá indo aí? Tá tudo certo? - Ele ouviu a voz da doutora Rinko no comunicador em seu ouvido, enquanto olhava para a doutora lá em cima na ventilação.
- É, a gente tá indo bem. Daqui a alguns minutos a vamos chegar ao Anteparo de Pressão. - Ele respondeu a ela.
- Tá bom então. Quando vocês chegarem, vou dar ao time Ichiemon a ordem pra entrar na distração. - Ela explicou ao loiro dos cabelos espetados.
- Me desculpa o trabalho, senhor Yanai. Pode cuidar desse garoto aí pra mim? - Ela brincou, fazendo Higa e Yanai darem uma risada nasal.
- Que isso, pode deixar comigo, doutora Rinko. - Ele respondeu a ela, enquanto desciam as escadas. Yanai olhava preocupado para o Higa, vendo que em breve chegariam ao Anteparo.
Enquanto isso, o pessoal do Gabriel estava na Sala Principal vigiando toda a missão. Enquanto Critter estava no computador, Hans e Brigg estavam jogando cartas.
No momento em que Hans iria jogar um full house, um alarme começou a apitar na sala inteira.
- Aí, ferrou! A trava no anteparo tá desativada. Vão lá checar o corredor! - Critter ordenou a eles, e ambos abandonaram o jogo para pegar os fuzis e correrem em direção ao corredor.
Com Higa e Yanai, ambos os cientistas começaram a ouvir vários tiros lá em baixo. Eles se preocuparam com o barulho.
- O inimigo achou o time Ichiemon e estão atacando em peso! Vão logo! - Rinko gritou para os dois.
- Só faltam uns dez metros pra gente chegar até o conector do cabo de manutenção. - Higa respondeu a ela, enquanto continuava descendo a escada.
- Então vou continuar monitorando o FluctLight do Kirito na Sala Secundária. Boa sorte aí, Higa!
- Pode deixar, doutora!
Ao chegarem no Anteparo de Pressão, Yanai fez o seu trabalho de localizar as conexões de FluctLight e em seguida, Higa começou a agir no seu notebook ligando os fios, se comunicando com o sistema da Sala Secundária.
- Ai sim! Agora eu posso controlar os STLs do Kirito, da Asuna e das amigas deles também. A Conta Stacia tá ok, a Conta Solus e a Conta Terraria também! - O loiro de óculos finalmente conectou as contas de Asuna e as meninas com a conta do FluctLight do Kirito. - Aí vamos nós e...
- Não se mova! - De repente, Yanai gritou e sacou uma pistola apontando para o Higa. Naquele momento, o loiro ficou completamente surpreso para ele. Ele era o traidor, então?
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Em Underworld...
Moonphase havia acabado de chegar em Underworld. Ao notar as vestimentas dele, assim como todos os outros vermelhos ele usava uma armadura vermelha genérica e uma espada simples na bainha.
Ele pôde notar aquela bela localidade e naquela bela animação extremamente realista do suposto jogo.
A atmosfera avermelhada, o vento batendo na abertura de seu capacete e o bafo quente de sua boca saindo como se fosse tão real.
- Que legal...
- E aí, Moonphase! Você finalmente chegou. O que tava fazendo? - Um de seus colegas apareceu, indo perguntar a ele.
- Foi mal aí, é que eu tava me preparando minha lição de casa pra aula mais tarde. - Ele respondeu a eles, que acentiram. Ao dar uma olhada melhor, lá de baixo estavam umas oito carruagens, três dragões e pelo menos uns mil guerreiros em volta da carruagem lá em baixo.
Ele pôde ver que eram os jogadores japoneses, e estavam lutando a todo custo para proteger aquela formação que estava se quebrando.
- Então esse aqui é o servidor de teste... Aqueles caras são mesmo o inimigo, é?
Antes que um dos colegas de Moonphase pudesse responder, uma figura misteriosa em uma capa de couro apareceu finalmente e começou a falar em lingua coreana para os players vermelhos. Pelo que o esverdeado pôde ver, havia o símbolo de "líder" em cima dele.
- Meus companheiros! Eu agradeço profundamente por responderem o meu chamado! Infelizmente, os alpha testes que estavam testando a jogabilidade do local foram mortos pelos japoneses! - A voz alta e objetiva de Vassago se ecoava por aquele campo de batalha, falando exatamente o que eles deviam saber. - Os jogadores japoneses hackearam o servidor principal e podem produzir quantos equipamentos de alto nível eles quiserem! Eles roubaram os nossos privilégios de administradores, então nós só podemos oferecer a vocês os equipamentos padrão.
Do outro lado daquelas ruínas, Mei Mei Xiang havia acabado de chegar em Underworld e estava ouvindo o discurso de PoH.
- Mas que estranho. É como se a voz dele estivesse falando direto na minha mente. - A ruiva estranhava, enquanto tocava em sua cabeça.
Moonphase já estava achando a história daquele cara suspeita demais. Como os administradores conseguem perder os direitos de controle assim tão fácil? E ainda por cima, é como se aquela voz não fosse lá de uma pessoa com sanidade razoável, muito pelo contrário.
Era uma voz que trazia medo e intimidação grave, com uma pitada de manipulação bem óbvia.
- Esse cara é mesmo um admin? Não é só ele desligar o servidor principal e pronto? - Moonphase fez a mesma pergunta óbvia que Mei Mei Xiang tinha em sua mente.
Após PoH dar a ordem de ataque, todos os players vermelhos foram pra cima dos players japoneses e os soldados do Império Humano.
- Esse cara sabe ser bem manipulador. - Yuuki olhou para cima daquelas ruínas, vendo o sorriso assassino daquele homem da capa de couro. Ela deu um suspiro de exaustão, vendo que agora haviam muito mais inimigos do que tinham mais cedo. E eles estão em menos agora. - Asuna, o que a gente vai fazer?
Asuna estava se sentindo bem mal por sentir os efeitos da sua manipulação de terreno passarem pelo seu corpo dolorido. A acastanhada estava tossindo sangue ao ver que estava chegando ao seu limite. Enquanto Klein e os outros a deixaram descansar um pouco e foram na frente para ajudar, ela sabia que a ideia de deixar o Eugeo esperando o dragão dele se recuperando não iria dar certo.
- "O Eugeo não pode mais ficar aqui" - Asuna olhou em direção ao loiro da armadura azul-prateada. Então ela foi a algum jogador do Gun Gale Online pra ver se havia alguém que trouxe algum veículo para levar ele. - Alguém do GGO ai tem algum transporte aéreo?! Precisamos levar aquele Cavaleiro da Integridade embora daqui!
- Eu sei onde tem! - Disse a voz de Musketeer, uma dos players do GGO de cabelos brancos. - A equipe do Itsuki tem um avião de carga no banco de comando da Janela Stacia.
Asuna deu um sorriso um pouco mais iluminado, vendo que Itsuki, Kureha e Zeliska poderiam ajudar ela pra levar o Eugeo pra fora daqui.
(N/A: Esses três últimos personagens são do jogo do SAO: Fatal Bullet, só pra não deixar dúvida.)
Com aquela gargalhada maléfica de PoH vindo daquelas ruínas, a bela acastanhada começou a ficar com o mesmo medo de dois anos atrás.
E do outro lado daquele círculo, os Cavaleiros da Integridade estavam montando uma triagem final naquela formação para proteger o Kirito.
- Aquele cara... - Eugeo olhava para o encapuzado lá no alto, com os seus olhos verdes arregalados. Isso fez ele se lembrar um pouco mais da sua vida passada no Sword Art Online. - Eu sinto que já vi ele!
- Quem é ele? - Renly perguntou a ele, já tirando as suas Adagas da sua bainha.
- O Filho do Diabo... PoH.
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Higa estava completamente surpreso ao saber que o Yanai estava apontando uma arma pra ele. O loiro estava a alguns cliques de conectar os FluctLights de Kirito e das meninas para trazer o Espadachim Negro de volta.
E agora isso?
Justo hoje!
- Yanai, por quê você tá fazendo isso? - Higa perguntou a ele, tentando não fazer nenhum movimento brusco.
- Em primeiro lugar, você tá enganado em me chamar de traidor. Só estou atrás do meu objetivo! - O mais velho começou a explicar a ele os motivos de sua traição. - Eu me infiltrei pra levar para frente o legado do senhor Sugou!
- O Sugou?! - Higa se surpreendeu para quem esse cara trabalhava. - Como assim levar em frente o legado dele? Ele nem tá morto!
- Dá na mesma. Ele só vai ficar preso por uns dez anos ou mais, e eu acabei escapando por pouco. Ainda bem que eu botei toda a culpa no meu colega e escapei da polícia.
- Então você se envolveu nos experimentos humanos do Sugou?
- Se eu me envolvi? Era eu quem administrava todos os dados! - Yanai deu um sorriso maléfico de lado. - Pude até mesmo brincar de tentáculo virtual. Mas enfim, se eu não usar minha conexão com a Segurança Nacional Americana, não vou me dar bem.
- Então foi mesmo você que vazou informação sobre o Projeto Alicization! - Higa finalmente adivinhou o motivo desses invasores estarem aqui. Por causa do Yanai!
- Se os americanos conseguirem pegar o Eugeo e a Alice, vou ganhar um bônus enorme e uma vaga de emprego no exterior. Esse sim é o que eu diria de um sonho americano, não é mesmo?
- “Agora sim fudeu! O Yanai tava por trás disso tudo! Se eu não me apressar pra reativar o FluctLight do Kirito, não vou conseguir fazer nada. Por favor, senhor Kikuoka. Doutora Rinko. Percebam logo, se não todo esse esforço vai ser em vão e...” - Antes que pudesse analisar melhor a situação, o dedo do loiro escorregou pela dormência de seu braço segurar o notebook, fazendo o Yanai dar um tiro de raspão no ombro de Higa.
Lá em cima na Sala Secundária, Kikuoka havia acabado de entrar após ver o pessoal do Nakanishi começar a agir.
- Como tá o Kirito? - Ele perguntou a doutora.
- A operação de Missão Impossível do Higa começou agora. - Rinko respondeu a ele, enquanto observava os FluctLights que ainda não estavam conectados. - E a distração?
- Mandei jogarem todo o nosso estoque de bombas de fumaça. - Kikuoka explicou a ela. - Vai ajudar na distração até a fumaça do corredor ser limpa pela a ventilação, mas depois teremos que fechar o anteparo de novo. Não temos muito tempo.
- O Higa falou que daqui a uns cinco minutos, teríamos algum resultado e... - Ela virou o seu olhar para uma coisa nova no mapa e ao analisar o conteúdo, o agente rapidamente ficou boquiaberto.
- COMO É QUE ISSO É POSSÍVEL?! - Kikuoka pegou no computador da Sala Secundária e analisou o FluctLight que estava indo para o campo de batalha. - Esse FluctLight superou os limites. Mas logo agora?
- Então esse ai é um terceiro A.L.I.C.E.? - A doutora Rinko questionou a ele, vendo que os limites impostos a ele foram superados.
- Não, não é um A.L.I.C.E. Ele não está no nível do Eugeo e da Alice, mas assim como o Eugeo, ele superou os limites pela emoção. O problema é que esse FluctLight está indo pro grupo de americanos naquele desfiladeiro.
Ao ver que o misterioso agente olhava com agonia em ver que mais um do experimento iria perder a vida, ambos viram sobre um misterioso Código 871, e notaram que aquilo era uma sabotagem aos FluctLights através do Selo do Olho Direito.
Ao ligarem as peças e notar o porquê da demora de Higa, perceberam que ele estava em perigo!
- É O YANAI! - Ambos gritaram ao mesmo tempo.
Lá em baixo no anteparo, Higa colocou pressão em seu ombro esquerdo para evitar perder sangue.
- Eu não queria te acertar. Pra falar a verdade, nunca quis machucar ninguém. - Yanai começou a se "desculpar" com Higa, que estava rangendo os dentes de tanta dor. - Só ia te atrapalhar pra ir até Sala Principal. E olha pelo lado bom. Ninguém da Rath morreu. Se a gente conseguir a Alice e o Eugeo em segurança, vai ser um final feliz.
- "Ninguém morreu", seu filho da puta? Se a gente não usar essa chance pra cuidar do Kirito, ele nunca mais vai recuperar a consciência dele! E o responsável por matar a alma dele será você!
- Ah, é mesmo. Pra mim, aquele moleque que morra. - Yanai falou com uma voz fria se referindo ao Kirito, e Higa ficou surpreso com a reviravolta. - Afinal de contas, foi ele quem matou a Administradora, a minha Admin.
- "Admin?" Espera, você manteve contato com a...
- Isso mesmo, a Alta Sacerdotisa da Igreja de Axioma, a Pontífice e rainha daquele mundo. O nome dela era Quinella. - Ele explicou de forma bem detalhada enquanto sorria, como se fosse um daqueles psicopatas que você vê em um filme de terror. - Eu prometi que protegeria ela e a ajudaria a ter controle total sobre o Underworld. E eu até preservaria o Lightcube dela pra quando fôssemos reiniciar o servidor.
- Então você conseguiu corromper o Underworld? - Higa olhava boquiaberto ao ver que ele manteve contato com a Administradora.
- Não, foi ela que me contatou durante o turno da noite. Ela apareceu nos auto-falantes e encontrou a lista de comandos para o Underworld e o Mundo Real sozinha, pra manter contato. E aí, eu usei um STL pra visitar a Admin em segredo e ela me prometeu que se eu a ajudasse, me tornaria o seu servo número um.
- “Puta merda, então era mesmo o Yanai esse tempo todo.” - O loiro dos cabelos espetados ainda estava decepcionado que um de seus colegas de trabalho o traiu dessa forma para ajudar Quinella.
- Mas isso nunca mais vai acontecer. Aquele moleque matou ela. E se eu não vinga-la, a Admin nunca vai poder descansar em paz, não é? Então será justo se eu pelo menos arrancar apenas uma vida pra honrar a memória dela. - Ele apontou sua arma para o rosto de Higa. - Não é mesmo, senhor Higa?
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Ponto de Vista(Sinon/Solus)
Eu estava aguardando pelo tal Imperador Vecta, esperando que essa batalha contra ele fosse a decisiva. Fiz uma promessa para Eugeo e Alice, então eu precisaria cumprir ela.
A Alice e o bebê já foram embora em direção ao Altar do Fim do Mundo. Então agora é a minha vez de lutar.
Enquanto eu estava sentada em uma daquelas pontas montanhosas, notei que uma nuvem negra apareceu no céu, e dela começou a descer um líquido roxo estranho, formando dele um tipo de poça.
- Mas o que é aquilo? - Comecei a olhar para a poça roxa, e pude perceber que dele estava começando a sair alguma coisa.
Me levantei e comecei a flutuar no ar, aguardando a volta do Deus das Trevas. Seja lá quem for esse cara, preciso derrotar ele.
Daquela poça, saiu de lá uma mão e em seguida o corpo inteiro de um homem de cabelos loiros curtos usando um traje tático com colete e tudo mais. E no seu coldre estava uma besta e atrás de sua cintura estava uma longa espada. Mas que estranho e que ao sair daquela poça nojenta, aquele cara sorria como se tivesse no Natal.
E debaixo dele, apareceu uma criatura com asas de morcego junto com diversos olhos. E pelo que me lembro, esse é um dos monstros do GGO.
Quando meus olhos se encontraram com os daquele cara, pude me lembrar daquela luta em que eu morri de forma tão brutal. Era ele!
Não tenho dúvida! Eu conheço aquele cara! Aquele rosto, os olhos dele, o sorriso esquisito... É ele sim!
Mesmo estando longe, aquele cara estendeu as suas duas mãos em direção a mim, e as fechou. Nessa mesma hora senti que estava sendo enforcada de uma forma brutal.
- Subtilizer...
Ele fechou suas mãos, e me soltou desse estrangulamento. Dei uma grande respirada pra recobrar o meu ar, enquanto olhava para aquele desgraçado.
- Você é o Subtilizer! - Finalmente vi que o cara por quem eu fui derrotada era o cara que tava por trás de tudo isso.
- A Alice escapou, é? - Ele me perguntou, mas nem mesmo tive a chance de responder. - Não importa. Em breve eu vou capturá-la de novo. E se eu me lembro bem, eu te enfrentei no Gun Gale Online uma vez, não é mesmo? Seu nome é... Sinon. Quem diria que nos encontrariamos aqui. Você é uma mercenária da Rath contratada pra proteger o Eugeo e a Alice, é?
- E você, seu filho da puta?! O que veio fazer aqui? - Perguntei a ele, ainda recobrando o ar em meus pulmões.
- Porque era um fato irrefutável, ora. - O Subtilizer deu um sorriso de lado, e estendeu os braços para os lados. - É o destino nos encontrarmos, e nossas almas se atraíram uma a outra. Terei a chance de descobrir se a alma de um humano através do STL pode ser extraída... E também se a sua alma é mesmo tão doce e forte como eu já vi.
Arregalei os meus olhos ao me lembrar daquele dia em que nós lutamos juntos um contra o outro, e ele me derrotou. Se aquilo seria pior agora do que antes, eu não sei. E o pior é que esse cara parece estar bem diferente daquela vez que nós nos encontramos.
O que eu vou fazer contra ele?
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo 👍
Finalmente a Alice entendeu o que fazer com o bebê dela, aleluia!
Agr a Sheyta e o Iskahn tão lá descobrindo o amor deles, esses dois sim tenho vontade de shipar só de imaginar ver eles tendo um filho que pode até bater no Kirito de tão pika que ele iria ser 🤩
O Eugeo ainda tá com aquelas almas atormentando ele, como ele vai resolver pra libertar elas?
Moonphase e Mei Mei Xiang já chegaram em Underworld. Como eles vão reagir ao ver o Eugeo vivaço lá na guerra?Sobre essa coisa com a treta na Rath, eu tô acelerando as coisas lá primeiro pra focar mais em Underworld e com o Eugeo e o Gabriel durante essa parte da história.
Então, o foco no próximo capítulo vai ser em relação ao Gabriel e os Cinco Deuses.
Agr começou a treta braba da Sinon vs Subtilizer. Como vai ser agora pra Sinon que nem sabe das novidades do inimigo dela?Enfim, novamente espero que tenham gostado desse capítulo.
Até mais 👍⚔️
Chapter 28: Capítulo XXVIII - Os Cinco Deuses: Vecta e Lunaria
Summary:
Retornando ao Underworld, Gabriel relembra mais de suas memórias falsas da Superconta Vecta e descobre mais sobre a Lunaria, e o motivo para eles terem se separado. Sinon e Leafa enfrentam os seus adversários em locais opostos, enquanto o player Itsuki aparece com um plano para tirar Eugeo para fora daquelas ruínas.
Notes:
🔞
Esse capítulo tem cenas de +18, então se não se sentirem a vontade com tais conteúdos, peço para que vocês passem as cenas adultas.
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Em sua terceira e última entrada no Underworld, o loiro de franjas descia por aquele corredor de luzes flutuantes esperando para que pudesse retornar a sua missão de capturar e levar Eugeo e Alice para o Altar do Fim do Mundo.
Ele sabia que o seu filho nunca iria aceitar a alma de Alice sendo dada para ele, então Gabriel teria que atraí-lo para o altar usando a bela loira como uma isca.
Isso fez Gabriel se lembrar da época em que havia conhecido Alicia, e como tinha se apaixonado por ela.
Comparado a ele que era praticamente um demônio quase nulo de felicidade, ela era um anjo tão puro e belo que havia iluminado a vida dele. Ele sempre soube que era mal, mas mesmo assim jurou nunca despedaçar a bela camada de bondade que ela tinha.
Quando ele prestou serviço militar e lutou nas forças especiais, o loiro sempre foi o melhor soldado de sua equipe. Ele atirava sem nem ao menos hesitar.
Os inimigos que ele matava eram os testes que ele tentava entender sobre o seu próprio estudo das almas. Ele nunca viu nenhuma alma ir embora, apesar dos olhos perderem as luzes deles.
Só que quando ele saiu das forças especiais, Gabriel foi fazer a sua faculdade de administração e direito para assumir a empresa de seu pai. Ele perdeu o gosto pelas almas quando ele reencontrou a sua amiga de infância Alicia.
Quando eles haviam se reeencontrado, foram sair para botar o papo em dia. E após isso, os dois começaram a se encontrar regularmente e tiveram muito mais contato entre eles. Num dia de sol em San Diego, ambos estavam conversando em uma praça da cidade natal deles.
- Então, o que você teve depois de ter ido pro Kansas? - Ele perguntou a ela.
- Os meus pais encontraram uma clínica pra ajudar o meu tratamento. Como eu ainda tenho um sistema imunológico fraco e também a minha leucemia não ajuda, tenho que tomar remédios experimentais pra tratar da doença. - Ela contava a ele sobre como ficou melhor da doença dela ao decorrer dos últimos anos. - É bom ver que eles funcionaram e eu posso andar por aí como uma pessoa normal, e também posso realizar o meu sonho.
- Você quer tanto ser atriz, não é? - Ele deu um sorriso, vendo nas íris azuis daquela loira-alaranjada. Ele sabia o quanto ela sempre desejou em fazer um papel de um determinado personagem que ela via nos seus livros, nos filmes e até mesmo em poemas.
- Você não imagina o quanto. Teve uma vez em que eu fui assistir uma peça de teatro pela primeira vez quando os medicamentos começaram a fazer efeito no meu corpo. - Ela olhou sorridente para um ponto invisível em sua frente, lembrando-se da primeira vez em que pisou em um teatro para observar um conto de uma história feita por atores em um palco. - Foi tão bonita a peça, que eu mesma desejei ser uma grande atriz em uma peça também.
- Eu tenho certeza de que você será uma grande atriz um dia, e eu vou estar lá pra ver você.
Ela se ruborizou ao ver o sorriso dele. Alicia pôde notar em como Gabriel havia mudado nos últimos anos. Ele se tornou um homem alto, ela podia notar que ele tinha agora um corpo musculoso e bem definido pelos anos que ele tinha com o serviço militar. Os cabelos dele que antes eram bagunçados quando criança agora eram bem penteados para trás, e também haviam franjas onduladas descendo em seu rosto.
E óbviamente, Gabriel também notou como Alicia estava ainda mais linda do que quando eram crianças devido ao passar dos anos que fizeram bem para ela. Os cabelos loiro-alaranjados dela que antes eram pequenos que passavam um pouco pelos seus ombros, agora estavam em sua cintura. Ela tinha agora um corpo belo e esguio, com curvas nos locais certos.
- Alicia... - Ele tocou no rosto dela, olhando fixamente para as íris azuis dela e levando os cabelos atrás de sua orelha. Eles se aproximavam sem nenhuma pressa até que finalmente ambos os lábios se encostaram em um beijo calmo, porém quente entre eles dois.
Os lábios antes encostados em um selo foi calmamente aprofundado por uma bela iniciativa de Gabriel, que introduziu a sua língua e fez com que Alicia se surpreendesse com a carne. Ela podia sentir um gosto tão bom e doce, que se entregou totalmente naquele beijo. Ambas as bocas dançavam como se não houvesse amanhã, e realmente não tinham mesmo.
Após ambos se afastarem um pouco, ambas as testas estavam coladas uma na outra. Ambos estavam sorridentes por terem sentido e compartilhado uma enormidade de sentimentos carregados com eletricidade e saindo faíscas por todo o lado.
- Isso foi tão bom e esquisito ao mesmo tempo. - A loira-alaranjada deu um sorriso tímido ao sentir os lábios do seu melhor amigo de longa data.
- Não vai me dizer que foi o seu primeiro beijo aos 24 anos, não é? - Gabriel deu um sorriso de lado enquanto olhava para os olhos azuis dela, que ficaram arregalados após o loiro de franjas despertá-la com essa vergonha repentina. - É, então fui mesmo o primeiro. Seu olhar já diz tudo.
Alicia deu uma desviada de olhar, tentando disfarçar a sua vergonha ao se fixar em Gabriel.
- Ah, não seja tão mal assim, Gabe. Mesmo que eu nunca tenha dado um beijo em um outro cara, não precisava ser assim. E ainda por cima você acabou com o clima. - Ela bufou as suas bochechas, enquanto tentava não olhar para os belos olhos verde-azulados do loiro.
- Me desculpa, Alicia. Não deu pra resistir a sua reação. - O loiro de franjas deu uma pequena gargalhada, enquanto tentava segurar suas lágrimas de riso. Apesar de Alicia estar fingindo ficar irritada com ele, o Gabriel a trouxe para mais perto de si novamente apenas para deixá-la ainda mais ruborizada como antes. - Mas fico feliz por você ter tido o seu primeiro beijo comigo.
Ao ver aquelas sinapses de memória que lembravam muito do primeiro beijo do casal, Gabriel ainda descia por aquele mesmo túnel de luzes do sistema. Suas lágrimas continuavam a descer ainda mais.
Ele parou em uma visão de um grande palácio feito de mármore e fractais de cristal por volta de todo aquele local, que representava um salão do trono com cinco tronos diferentes.
Gabriel pôde notar que estava com as suas roupas de Imperador Vecta e então começou a olhar em volta do salão.
- Eu voltei pro passado, é? - Ele olhava para os tronos e pôde ver que cada um deles tinha uma espécie de símbolo que os diferenciava.
Aos tronos pela ordem da direita até o centro, eram os tronos de Solus, Terraria e Stacia. E os da esquerda eram de Lunaria e Vecta. Gabriel se aproximou do trono da Deusa da Lua, e pode ver uma espécie de espada com o símbolo da lua no punho e junto dela algumas inscrições gravadas no trono em linguagem celta do Mundo Real novamente.
- A Espada do Raio Lunar... Uma arma divina que nasceu com uma junção de prata e um último raio de luz da lua que caiu dos céus em uma noite de outono. É um presente dado pela Deusa Lunaria apenas para o guerreiro que apresentar ser digno e merecedor de empunhá-la. - O loiro traduziu as inscrições em celta, enquanto fechava os seus olhos e usava o seu poder clarividente para ver e sentir como era a misteriosa arma divina.
Ao imaginar em sua mente a aparência do Objeto Divino, ele pôde observar um vislumbre do futuro e ver quem empunhava essa espada, e acabou de surpreendendo com o resultado. A dona da Espada do Raio Lunar era uma jovem Cavaleira da Integridade de cabelos castanhos e olhos azuis ao lado de uma outra Cavaleira da Integridade ruiva da mesma idade, e também com a mesma espada de gelo que Eugeo empunha nas suas mãos.
- Essas duas são as alunas do Eugeo e do Kirito. - Gabriel se lembrou na hora quando havia visto aquelas meninas durante o campo de batalha, e de Kirito quando havia ajudado Eugeo e Alice na construção da casa deles, enquanto lia a mente do trio. - Por quê ela está com a espada do Eugeo? O que vai acontecer com ele?
- Vecta? - Uma voz feminina o chamou, fazendo o loira de franjas se surpreender a ponto da sua clarividente ser desativada. - O que houve? Voce tá aí parado a uns dois minutos.
- Lunaria? - Ele arregalou os seus olhos ao ver aquela deusa da lua dos cabelos loiro-alaranjados, que tinha a mesma aparência de sua falecida esposa. Naquele momento, ele tinha uma grande vontade de abraçá-la mas não se tratava de Alicia e sim de uma Superconta Divina que ainda era um mistério para ele. - Peço perdão, eu me distrai por um segundo.
- Você está pedindo desculpas? - A Deusa da Lua estranhou o comportamento anormal de seu irmão mais velho e foi até ele. Ela tocou em sua testa com as costas de sua mão para ver se ele não estava com febre. - Você tá bem mesmo? Não bateu a cabeça em algum lugar?
- Deixa disso. - Gabriel sabia que naquele lugar ele não era o seu "verdadeiro eu" ou o Subtilizer e sim o Imperador Vecta, o Deus das Trevas e o governante do Território Negro. Ele teria que deixar suas faces de lado e colocar a face do Deus das Trevas naquele momento. E ele sabia que ambos já iriam para as Montanhas do Fim. Parando com o comportamento estranho que ela notava, ele manteve a fachada séria que ele tinha. - Você já arrumou as suas coisas? Nós iremos ao amanhecer para as Montanhas do Fim e só voltaremos depois de três meses.
Nesse mesmo momento, as ações de Gabriel já se foram e apenas as vozes e movimentos eram feitos por Vecta agora.
- Aí, nem precisa repetir duas vezes. As minhas coisas já estão prontas pra gente ir amanhã, tá bom? - Ela deu um olhar de nojo para Vecta e se distanciou dele. - Eu queria que você fosse um pouco menos mandão e sério, e fosse um pouquinho mais expressivo igual aos humanos pra poder se divertir um pouco. Nem mesmo a Stacia é assim, sabia?
- Eu tenho mais afazeres além de cuidar de algo sério que nem mesmo você consegue resolver. O Cometa de Luna vai chegar em Underworld amanhã e eu já estou enrolado em cuidar dos meus afazeres com o meu povo do Território Negro, as criaturas irracionais como os Minions e sem contar com as Ultra-Criaturas em órbita que ameaçam a segurança desse mundo, e tudo isso sozinho. A Stacia e a Solus nem me apoiam com os meus deveres. A Terraria eu entendo por ela ser a Deusa da Terra e cuidar dos afazeres em relação a natureza no mundo, mas você nunca levantou a mão para me ajudar. - Ele começou a andar em direção a saída do salão, enquanto falava de uma maneira fria e insensível para ela. - Pelo menos antes que ache que ser o Deus das Trevas seja algo divertido, pense duas vezes antes de me falar isso. - Ele estava na porta do salão e parou antes de sair para dizer uma última frase. - Sairemos ao nascer do sol. Irmã.
Quando Vecta saiu do salão dos tronos deixando a sua irmã sozinha, Lunaria ficou muda e com um peso na consciência quando Vecta começou a falar tudo aquilo para ela. De fato, Stacia e Solus nunca tiveram consideração pelo trabalho de Vecta e isso também não ajudava muito por elas já não gostarem dele. Mas ela se sentiu mal por saber que ele não a considerava como uma igual, acarretado pelo fato de que ele achar que ela nunca considerou o seu trabalho como o Deus das Trevas ser tão importante.
E o pior de tudo, ela estava apaixonada pelo próprio irmão há muito tempo.
Era um sentimento proibido que ela tentava ocultar, mas mesmo quando ela conversava com ele parecia que ele a evitava, ou queria evitar. Sim, ambos já brigaram por isso algumas vezes e ele sabia que ela o amava romanticamente, e eles claramente tinham regras sagradas em relação a isso. Mas isso era justificativa para ele se afastar dela?
A responsabilidade de Lunaria como a Deusa da Lua era administrar e cuidar dos sonhos de todos os habitantes do mundo. Para ela era algo simples, diferente do que o seu irmão fazia sem nem ao mesmo parar para descansar. Ser o Deus das Trevas significava cuidar, manipular e administrar as almas mortas todos os dias para que elas fossem levadas para a divisão da vida após a morte, levando-as para o Céu ou para o Inferno. Nem mesmo as suas irmãs iriam conseguir cuidar de um trabalho tão importante como o dele.
Naquela noite ela acabou se colocando no lugar de Vecta, enquanto sentia a dor de ser rejeitada por ele.
No dia seguinte em que ambos já estavam nas Montanhas do Fim, Vecta e Lunaria já estavam observando o belíssimo Cometa de Luna atravessando o mundo de Underworld enquanto observavam as Ultra-Criaturas. Como as Montanhas do Fim eram as cordilheiras mais altas daquele mundo, seriam de lá que as Ultra-Criaturas iriam descer. E ambos os irmãos não poderiam deixar nada sair de lá.
O mais velho usava a sua espada de pomo cristalizado para atacar dois dos seres que acabaram de aparecer, enquanto a loira-alaranjada se protegia usando o seu cajado de anéis.
Com uns quatro golpes consecutivos, Vecta abriu um ferimento na criatura dando a chance de dar um golpe fatal nela.
- Jutsushiki Tenkai: Morte Destrutiva. Agulha de Bússola! - Ele ficou em posição de luta, focando agora o seu poder divino e a energia de sua técnica pessoal nos seus punhos e na espada. Ao dar dois cortes profundos na Ultra-Criatura, ela sumiu com um golpe da técnica do loiro. Em seguida, focou a sua energia nos seus pés e deu um chute certeiro no pescoço da criatura fazendo com que ela se desintegrasse no ar. - Eu já terminei aqui. Precisa de ajuda?
- Não precisa! Já tô quase acabando! - Lunaria respondeu a ele ofegante, enquanto se concentrava com os seus dois oponentes restantes. Ela girou o seu cajado prateado e deu um golpe de esquerda no primeiro, seguido com um chute de direita. Ao ver que havia uma fraqueza exposta na pele escura, ela focou as suas energias em um golpe certeiro no local exposto. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Lunar. Navalha Crescente!
Diversos projéteis em formato de lua crescente saíram das mãos de Lunaria e acertaram a Ultra-Criatura, fazendo o ser explodir no ar. Vendo que não havia tempo para comemorar a vitória do primeiro, focou seus esforços na Ultra-Criatura restante.
Prevendo um ataque vindo com um pulo, a loira-alaranjada das mechas negras deu um mortal de costas para trás e com um impulso para cima, estendeu seu cajado em direção a criatura enquanto usava o seu poder para absorver uma quantidade monstruosa de recursos espaciais da lua. Quando seu corpo estava brilhando com uma aura branca cintilante, ela finalmente disparou a sua magia divina.
- Lunar Moonblast! - Uma poderosa rajada lunar foi disparada através do cajado de Lunaria, fazendo a criatura ser desintegrada por completo no meio do ar. Vecta podia sentir todo o poder vindo de sua irmã mais nova transbordando dela. Ele estava impressionado por ver ela lutando bem e sabia que ela era poderosa, mas aquilo parecia ser demais para ela.
Ela caiu no chão e se sentou ofegante por ter derrotado sozinha as duas Ultra-Criaturas. Não imaginava que apenas dois seres assim seriam tão difíceis para ela derrotar em apenas um minuto, mesmo sendo uma deusa.
- Não exagere tanto. Ultra-Criaturas são difíceis de se matar sozinhas e não tem necessidade de você usar o seu feitiço divino assim levianamente. - Ele foi até ela, falando em um tom repreensivo enquanto se aproximava. - Ainda faltam dois meses pra isso acabar, então não use toda a sua magia de forma tão irresponsável.
- Com licença, eu acabei de matar duas Ultra-Criaturas. - Ela falou em um tom ríspido para ele. - Você quer mesmo reclamar que não sei fazer nada direito?
- Não é isso que estou falando. Nesses últimos dias, você tem usado muita energia mágica nas Ultra-Criaturas, incluindo o seu feitiço divino. Não quero que você abuse muito do seu poder então evite gastar forças com sua Lunar Moonblast ou pode acabar ficando doente. - Ele explicou a ela, enquanto olhava para o cometa no céu e notou que uma nuvem gigantesca estava tapando a claridade. - Parece que talvez por hoje e amanhã não vão haver ataques. Descanse enquanto não tiver nada.
- Eu vou ficar bem, Vecta. - Ela se levantou e falou fria para ele. - Quando o cometa passar, isso tudo vai acabar e eu não vou precisar ficar mais perto de você.
O loiro da armadura preta deu um suspiro um pouco exausto após ter cuidado de tantos inimigos ao mesmo tempo. Apesar de ser rude com sua irmã em certos momentos, ela era a pessoa na qual ele mais se preocupava e mesmo tendo razão em todas as vezes em que Lunaria fica desatenta, não queria ter uma inimizade com ela.
Após algumas horas tendo se passado, já estava ao anoitecer onde a luz da lua começou a aparecer e se encontrando com as Montanhas do Fim. Vecta já havia tirado a sua armadura, e estava usando as suas roupas casuais. Ele acendeu uma fogueira usando madeira e uma arte sagrada de Elemento Térmico para que pudesse proteger e aquecer sua irmã durante a noite, enquanto também iria preparar o jantar.
Desde hoje cedo, ela não havia dado sinal e estava na sua tenda sozinha descansando. Ele não queria que Lunaria estivesse se esforçando além do limite, fazendo com que chegasse a exaustão. Isso fez ele se lembrar do dia em que ela havia perguntado a ele sobre deuses se apaixonando um pelo outro.
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Em um dia de descanso no jardim de Terraria, Lunaria estava sentada na grama dando carinho em uma família de raposas, enquanto Vecta estava sentado debaixo da sombra de uma árvore e aproveitando o seu tempo lendo um livro.
- Você acha que não seria bom poder ter uma família, irmão? Se casar e ter filhos como os humanos deve ser uma coisa muito boa de se ter. Já se sentiu apaixonado por alguém especial? - A loira-alaranjada perguntou a ele com um sorriso, enquanto dava carinho em um dos filhotes.
- Não, eu nunca tive interesse em me apaixonar por alguém. - Ele falou em uma simplicidade tão fria que até mesmo deixou sua irmã chocada, quando ela o viu mudar o livro dele para a próxima página. - E além disso, eu sou um deus. Por quê eu iria me apaixonar por alguém que vai morrer bem antes de mim?
- E se eu te dissesse que existe alguém que é apaixonado por você, você iria pelo menos repensar nisso... Só um pouco, se fosse possível? - Lunaria questionou a ele, enquanto se ruborizava ao pensar em como seria se ele soubesse de seus sentimentos por ele.
Vecta apesar de ser sim um homem muito bonito e bem inteligente, colocando todos os esforços dele com o seu povo, tinha várias mulheres no Território Negro e até mesmo no Império Humano que tinham grande interesse por ele. Mas todas elas desconheciam um lado que só apenas Lunaria sabia.
Ele era bem gentil quando queria demonstrar, e diferente de suas outras irmãs, ele sempre apreciou estar mais perto de Lunaria pois apesar dela ser ingênua em diversas vezes, gostava de ver o lado do otimismo e da esperança nas pessoas assim como na dos animais vivendo na natureza. Esse era um dos motivos pelo qual ele secretamente era apaixonado por ela.
- Quando chegar esse dia, eu vou dar essa chance de dizer a você. Mas não quero partir o seu coração, Luna.
___ ___ ___ ___ ___)
Desde aquele dia, Vecta começou a pensar mais em relação a Lunaria sobre como ela ainda era bem inocente em querer adentrar no mundo do amor. Isso com certeza a deixaria de coração partido.
Afinal de contas, ela é a única pessoa na qual ele se preocuparia de verdade nesse mundo recém-nascido.
E parando para pensar...
Ela estava quieta demais nessas últimas horas. O que será que houve com ela?
Lunaria estava com os olhos fechados tentando dormir, mas estava sentindo muita dor de cabeça. Vecta pôde ouvir os grunhidos de dor da sua irmã vindo da tenda dela, e foi até ela para ver como a deusa da lua estava.
Ao ver ela sentindo dor e lacrimejando pela sua agonia, ele ficou preocupado com Luna e foi ver ela.
Ele tocou as costas da mão dele na testa dela, e viu que Luna estava ardendo em febre. Aquilo bateu uma pontada de dor nele, e ele rapidamente foi começar a ajudá-la.
Ele passou a noite toda preocupado com sua irmã, que cuidou dela para baixar a temperatura dela.
- Vecta... - A voz fraca de Lunaria passou pelos ouvidos do loiro que a chamava pelo nome, enquanto removia o lenço com o suor da testa dela e ele torcia o tecido. - Me desculpa.
- Shhh... Fique quieta e descanse. - Vecta pediu para que ela ficasse em silêncio e recuperasse suas forças. Ele pegou uma xícara de chá e deu para ela. - Tome aqui e beba tudo.
- Ai, eu não gosto desse tipo de chá. - Ela fez uma cara de nojo ao sentir o gosto do chá que ele seu irmão fez para ela. - Não preciso disso, eu vou ficar bem.
- "Não precisa", coisa nenhuma. Você precisa e vai tomar sim. Esse chá tem ervas medicinais que vão te ajudar a se recuperar rapidamente. Eu usei um feitiço de cura no chá, e estará melhor da febre em algumas horas. Toma logo, Luna. - Vecta falou para Lunaria em um tom repreendido fazendo ela aceitar. Ele a ajudou a beber o conteúdo do chá, e ao finalmente tomar toda a xícara com uma cara de nojo, ela se deitou no colchonete. - Quero que descanse e tente dormir. Não quero que a sua febre piore.
- Me desculpa, irmão. Eu sempre fico te atrapalhando. - Ela falava entre as tosses, enquanto estava coberta pelo calor do cobertor dela. - Desde que chegamos as Montanhas do Fim, só o que fiz foi ficar distante de você e apenas tentei te ignorar. Por causa disso, eu decidi lutar com mais empenho sozinha pra poder te ajudar. Mesmo que as nossas irmãs não te apóiem no que você faz, eu te apoio. E eu só queria que você pudesse aceitar a minha ajuda e os meus sentimentos que eu tenho por você.
- Não fique falando bobagens, tonta. Está delirando por causa da febre. - Vecta novamente tentou disfarçar o que ouviu da boca dela, enquanto ia pegar um lenço limpo para Lunaria. Ele não esperava que ela iria dizer tudo isso, e ainda por cima era reconhecido por ela apesar de tudo o que ele disse para ela. Quando Vecta ia colocar o lenço na testa de sua irmã, ele foi surpreendido por algo tão macio e carinhoso.
Ela havia reunido a coragem que tinha e os sentimentos que ela nutria por ele depois de muito tempo, colando os seus lábios nos dele em um beijo.
Eles eram deuses e irmãos, sendo assim todos os motivos para que isso nunca acontecesse. Afinal, era um relacionamento errado e proibido por Stacia. Mas acabou que todos os motivos passando pela cabeça de Vecta acabaram sumindo ao se entregar por aquele beijo.
E como o remédio estava fazendo efeito para afastar a febre, Lunaria estava se sentindo bem melhor junto também com os lábios dela colados com os de seu irmão.
- O que foi que eu fiz? - Ele se afastou por um momento, tentando entender o que havia acabado de fazer. Ele beijou a sua irmã, e pulou uma linha que ele não podia atravessar. Ele tocou em seus lábios, ainda podendo sentir a maciez dela. - Não podemos, Luna. Eu não devia ter feito isso.
- Você se arrepende por termos nos beijado? - Ela o perguntou, enquanto estava com a parte de cima do seu rosto ruborizado coberto com o tecido do cobertor dela. - Porquê eu não me arrependo disso. Foi muito bom e eu com certeza faria de novo sem pestanejar. Tudo o que eu falei agora era verdade, e o que eu mais estimo em você nunca vai mudar por causa que eu te amo.
Dessa vez foram os lábios do loiro que se encontraram com os dela, fazendo Lunaria se surpreender. Ambos finalmente se aceitaram com aquele sentimento proibido que tentavam esconder um do outro.
Vecta levou Lunaria para o seu colo, enquanto a beijava. Ela levou seus braços para trás do pescoço dele, enquanto ele tocava a maciez da nuca dos cabelos loiro-alaranjados dela.
Já não bastou muito tempo e ambos já estavam começando a tirar suas peças de roupa, até ambos ficarem completamente nus e prestes a consumar o ato de amor deles. As mãos do deus percorriam por todo aquele corpo voluptuoso, acariciando os belos seios da deusa e arrancando gemidos prazerosos dela, enquanto ela ainda estava toda ruborizada ao poder tocar e apalpar aquele corpo musculoso e bem definido de seu irmão.
- Você é tão linda, Luna. - Ele falava, enquanto tocava a intimidade dela usando os seus dedos e ao mesmo tempo dava beijos e chupões em seu pescoço.
Era como se ambos sempre soubessem que eram almas gêmeas desde a criação.
- Irmão, eu estou pronta. - Lunaria sussurrou no ouvido de Vecta, e ele entendeu o que precisava fazer.
Ele posicionou o seu membro ereto na entrada dela, mas mesmo assim ele sabia que depois daquilo tudo entre eles dois iria mudar para sempre.
- Depois disso não tem mais volta, Luna. Você quer mesmo fazer isso? - Ele perguntou a ela mais uma vez para ter o consentimento dela. - Não vou fazer nada que você não queira, sem a sua palavra.
- Você é único homem nesse mundo com quem eu quero passar ao meu lado. Eu quero isso, Vecta. Eu quero amar você durante todos os momentos em que estivermos juntos. - Ela disse com todas as palavras a clareza em seu coração e nos seus olhos.
Ambas as intimidades finalmente se encaixaram naquela noite, fazendo com que Lunaria perdesse sua virgindade com o seu irmão. Ela gemeu com a entrada dele dentro dela. E sabendo como ela ainda estava se acostumando com a sensação, Vecta foi paciente e compreensivo com ela até o momento em que ela pudesse deixá-lo se mover.
A velocidade das investidas dos quadros e os seus corpos se moviam estava calma e sem pressa, as bocas que se mexiam estavam ocupadas para respirar, gemer e beijar cada canto de seus corpos movidos pelos suor do calor.
O calor que proporcionava a chama ardente dos sentimentos de ambos estava sendo queimado e ao mesmo tempo controlado por uma perfeita sintonia unida pelo amor e a luxúria que faziam ambos se moverem dentro daquela tenda.
Os olhos azuis daquele anjo tão belo se encontraram com os olhos daquele demônio, fazendo o contato visual que ambos tanto se reprimiam durante todos aqueles anos.
Vecta amava Luna. E Luna amava Vecta. Era recíproco, e apesar de ser um amor proibido eles não se importavam mais. Ambos os irmãos estavam compartilhando os seus sentimentos usando os seus corpos abraçados e conectados, se amando durante aquela noite nas montanhas.
Ele leu a mente dela, já sabia que ela estava prestes a gozar a qualquer momento. E ele também estava quase lá.
Com dois gemidos longos e vozes abafadas, os dois loiros chegaram ao seu limite juntos, ela chorou ao sentir tamanho êxtase por ter a sua virgindade deflorada pelo único homem que ela amava.
- Eu te amo, meu Vecta.
Após chegarem ao seu ápice juntos, ambos se encontravam dormimdo abraçados com a cabeça de Lunaria apoiada no peito e os braços de Vecta agarrados a cintura dela.
Na manhã seguinte, ambos estavam acordados e ainda se entreolhando depois da noite maravilhosa que tiveram. O que já não era surpresa, pois como Lunaria era a Deusa da Lua, ela não precisava dormir a noite devido o seu dever de entregar os sonhos de todos no mundo.
E naquela noite, os seus sonhos finalmente se tornaram realidade.
- O que nós fizemos ontem pode ter sido contra tudo o que juramos evitar, mas mesmo assim eu achei incrível. - Lunaria sorriu enquanto continuava olhando para os belos olhos verde-azulados de seu irmão.
- Eu também achei. Me desculpa por nunca ter expressado os meus sentimentos por você. Achei que só te manteria segura se eu nunca revelasse o que sinto por você e te ignorasse.
- Espera, então você tava me ignorando de propósito pra tentar me evitar, é?! - A loira-alaranjada se irritou com ele, bufando as suas bochechas. - Eu passei anos sonhando em ter um momento assim com você e ainda por cima ouço uma coisa dessas.
- É claro que sim. Isso o que estávamos sentindo um pelo outro era proibido. Mas conforme os anos em que te vi com tanta esperança nos seres além de você, pude ver que você é diferente de qualquer ser nesse mundo. Eu não pude mais ficar sem ti por mais nenhum minuto. Eu te amo, Luna. E sempre a amarei.
- Vecta... - Seus olhos lacrimejavam ao olhar para ele vendo que seu irmão realmente a amava pelo que ela era e pelo que ela gostava.
- Quando essa nossa tarefa aqui nas Montanhas do Fim terminar, nós faremos uma coisa muito especial.
- Que coisa? - Luna ficou curiosa com o que ele estava planejando.
- Vamos nos casar. - Ele finalmente soltou suas palavras presas em sua boca e no coração, fazendo a loira-alaranjada se sentir sem chão. - Eu sei que pode ser difícil no começo pra escondermos isso das nossas irmãs, mas poderemos passar por isso juntos. Eu quero que você seja a minha imperatriz, Luna.
Lunaria ainda estava sem acreditar nas palavras de seu irmão mais velho, já que se ela aceitar a mão dele, se tornaria a primeira e única imperatriz do Território Negro. Mas isso com certeza não a impediria. Ela o amava a muito tempo, e queria passar os seus dias junta ao lado dele.
- Eu aceito! Vou me casar com você! - Ela sorriu tão radiante como sempre fazia ao se divertir com a natureza, mas Vecta se surpreendeu ao ver que dessa vez ela parecia ainda mais feliz do que o normal.
No último dia em que o Cometa de Luna estava terminando de passar pelo sistema solar de Underworld, Vecta e Lunaria acabaram de matar a última Ultra-Criatura após meses convivendo juntos.
E nesse exato momento, no Palácio do Nono Quartzo estava Stacia cuidando de seus afazeres com a papelada no seu escritório. Ela já estava ciente de que era o último dia do cometa, e a qualquer momento seus dois irmãos chegariam após ficarem convivendo por meses nas Montanhas do Fim.
- Irmã, acabei de ver o dragão do Vecta! Ele e a Luna já estão chegando! - A voz de Terraria apareceu abrindo a porta em uma correria, fazendo Stacia quase pular da cadeira.
- Sim, eu já percebi, Terraria. - Stacia suspirou um pouco mais aliviada, tentando se recuperar do susto repentino de sua irmã. - Só espero que eles tenham conseguido acabar com todas as Ultra-Criaturas e as briguinhas deles.
Apesar de estar cansada das brigas que Vecta e Lunaria tinham, ela sabia que ambos eram extremamente importantes para cuidarem do Cometa de Luna. Afinal de contas, Lunaria era responsável por cuidar dos sonhos de todos os habitantes de Underworld, enquanto Vecta era responsável por cuidar tanto da noite como também dos astros no mundo.
Se ambos finalmente concluíram sua grande tarefa juntos, isso iria deixar os habitantes do mundo em segurança.
As portas do palácio foram abertas sozinhas, enquanto ia para o lado de fora da grande construção. Lá já estavam Solus e Terraria aguardando pelos dois irmãos.
No horizonte se aproximou um dragão negro e aterrissando no campo do palácio, fazendo diversas flores voarem com o bater das asas. Em cima da criatura estava Vecta, e agarrada em suas costas estava Lunaria toda sorridente. Ao aterrissarem, o loiro de franjas a ajudou a descer da garupa e foram andando todos sorridentes até às suas irmãs.
Solus e Terraria estavam alegres em ver Lunaria depois de tanto tempo, mas Stacia percebeu que havia alguma coisa errada.
- “Por quê o Vecta está tão a vontade ao lado da Lunaria, e por quê eles estão de mãos dadas?” - A mulher dos cabelos castanho-alaranjados olhava com bastante atenção em direção aos dois loiros. - “Será que...!”
Stacia ativou sua telepatia para ler a mente do Deus das Trevas, mas a mente dele era extremamente forte e ainda por cima uma armadilha de aço até mesmo para a Deusa da Criação. Mesmo ele tendo telepatia como ela e não sendo tão poderoso com esse dom, Vecta conseguia ocultar os seus próprios pensamentos de sua irmã tão desconfiada.
- Então, Luna. Como foi que você tava se virando nas Montanhas do Fim? - Solus começou a bombardear a sua irmã com perguntas, e ainda por cima o seu comportamento energético a deixava com dificuldade para responder.
- Solus, deixa a Luna respirar. - Terraria segurou a sua irmã dos cabelos cianos, tentando acalmá-la. - Fico feliz em ver vocês dois depois de tanto tempo, gente.
- Três meses pra gente não é lá tanto tempo, Terraria. E além disso, só cumpri com o meu papel. - Vecta falou com a sua sinceridade fria, mas também com uma estranha adição em sua voz fria que agora estava um pouco mais acalorada.
- Sinto é pena da Luna em ter aguentado o seu deboche por tantas semanas. - Solus falou para ele indiferente, fazendo Vecta revirar o seu olhar e sair dali.
O loiro de franjas foi primeiro para os seus aposentos mas não antes de dar um sorriso para Lunaria antes de ir, o que deixou ela ruborizada. Após Vecta sair, Stacia finalmente deixou o seu teatro e decidiu questionar a sua irmã caçula sobre o porquê de Lunaria e Vecta estarem todos tão próximos do que nunca.
- Lunaria. Me fale o que aconteceu com vocês dois nas Montanhas do Fim. - A acastanhada fez um semblante sério em direção para a sua irmã caçula. - Eu nunca vi o Vecta sorrir, e pude notar que ele estava sorrindo pra você. O que foi que aconteceu?
- Não foi nada, Stacia. Nós apenas nos resolvemos para cuidar da situação do cometa. - A loira-alaranjada respondeu a ela, temendo que Stacia lesse a mente dela com sua telepatia.
E inevitavelmente, foi o que Stacia fez. Ela leu a mente de Lunaria e viu tudo o que eles fizeram nas últimas semanas, sentindo nojo e repulgnância dos seus irmãos terem se deitado juntos. E o pior de tudo foi o que ela viu na memória mais feliz que Stacia encontrou durante esse momento.
- Quer casar comigo?
- Sim, eu aceito!
Stacia nem mesmo precisou ver tudo o que havia na mente de Lunaria, que ela rapidamente ficou enfurecida com ambos.
- Lunaria! Vecta! Mas o que foi que vocês fizeram?!
Naquele momento, Gabriel pôde ver naquele túnel de luzes como Stacia baniu Vecta e Lunaria da terra dos humanos e depois disso fazer toda a atmosfera daquele outro lado do mundo ser avermelhada, e assim eles partiram para o Território Negro onde eles iriam se casar sem o consentimento total de suas três irmãs. Mesmo que Stacia e Solus não concedessem a benção desse casamento com a excessão de Terraria, isso não importava para aqueles dois.
Já que o Território Negro foi abençoado com uma imperatriz forte, gentil e benevolente com o seu povo.
- Eles eram felizes, mesmo tendo a rejeição de suas irmãs. - Gabriel podia ver tudo aquilo vendo pelas suas íris azuis-esverdeadas. Sua mentalidade forte e desequilibrada podia ver o quanto ele e Vecta eram bem parecidos, já que ninguém os reconheciam de verdade, além de Alicia e Lunaria. - Mas o que foi que aconteceu pra tudo se desequilibrar?
Decidindo ir mais além nas memórias da história falsa dos Cinco Deuses, o loiro de franjas foi até uns 2.000 anos no futuro para ver como foi que Lunaria descobriu o segredo que Vecta tanto ocultava a ela.
Dois milênios se passaram com o império de Vecta e Lunaria, e o Território Negro antes abandonado era bem mais próspero do que nunca foi.
O povo do lado negro do mundo aceitou de bom grado a Deusa da Lua, que trazia bons sonhos para eles além de ajudar a tornar realidade. Mas o que Lunaria acabou descobrindo é que depois de muitos anos casada com Vecta, descobriu que estava grávida do seu amado imperador.
Stacia havia dito que se os deuses tivessem um contato físico além dos prazeres e do amor, seria um ponto crítico em relação ao mundo pois deuses se apaixonando pelos deuses sempre trariam consequências inexplicáveis e irreversíveis.
Mas não importava o problema que fosse, Luna e Vecta iriam resolver esse problema juntos.
Ao entrar no laboratório de poções dele, Lunaria estava sorridente e também ao mesmo tempo um pouco nervosa em dizer ao seu irmão que eles iriam ter um bebê. Mas no momento em que abriu a outra porta, seu sorriso se desfez.
- Luna?!
- Vecta... O que é isso? - Lunaria observava diversos corpos mortos de Ogres, Pugilistas, Cavaleiros Negros e bruxas dos Magos Negros deitados em centenas de mesas naquele grande laboratório. - O que você acha que tá fazendo com os nossos súditos?!
- Luna, você acha que entende o que vê aqui é errado, mas não é o que você está pensando. - Agora ele olhou nos olhos dela, e decidiu se abrir para sua imperatriz. - A Stacia pode achar que nós do Território Negro somos inferiores por não termos muitos recursos naturais, e por isso nos abandonou. E eu planejei reverter isso com um teste que estou fazendo com as almas dos mortos. Só o que preciso agora é do Poder da Natureza da Terraria, e assim terei força o bastante para enfrentar a Stacia.
- Você matou pessoas inocentes... Você matou os nossos súditos apenas por vingança pelas nossas irmãs? - As lágrimas de Lunaria começaram a cair no chão ao ver as verdadeiras intenções de Vecta. - Isso já foi passado. Por quê, Vecta?! Por quê você quer ir tão longe?!
- Pra poder ter um mundo onde você possa sorrir feliz, um mundo onde você pode ser livre como os habitantes do Império Humano. - Vecta começou a se aproximar lentamente de sua esposa, enquanto ela se afastava devagar dele. - A Stacia se apaixonou por um humano e ele se tornou um amante secreto dela, e nunca contou nada a ninguém. Apenas eu sabia. A Solus e a Terraria vivem uma relação secreta entre elas duas, e apenas eu sei disso. Essa injustiça dói em mim, Luna. O que acontece com elas três não pode ser justo com nós dois? Somos expulsos apenas por quê o nosso amor não é permitido? Somos obrigados a viver em uma parte do mundo onde o céu não é mais azul, onde o nosso povo vive com dificuldades. Mas pra mim já chega. Tudo o que eu quero é poder ser feliz apenas ao seu lado. E isso só vai acontecer quando Stacia estiver morta.
- Então se é isso o que você quer... Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi! Gerar Elemento Lunar! - Ela puxou o seu cajado do nada, o girou diversas vezes repetidamente da esquerda para a direita fazendo com que uma poderosa aura luminosa e cinzenta percorresse pelo seu corpo, e enfim apontou a sua mão esquerda em direção aos corpos mortos. - Julgamento Minguante.
Ela ativou um feitiço de Arte Esotérica usando o seu elemento exclusivo que apenas ela podia utilizar, que ela mesma nomeou de Elemento Lunar. E como Arte Esotérica usa energia vital ao invés de energia mágica ou divina que não dava para ser recuperada, essa era uma arte de feitiços proibida que até mesmo os deuses evitavam usar.
Ela acabou sentindo uma imensa pontada dor se passando pelo seu corpo e mente, o que fez ela cospir um pouco de sangue ao ativar esse feitiço proibido que no momento já estava fazendo efeito no seu corpo, com excessão do ser que ainda estava em seu ventre. Mas mesmo assim Lunaria não se importava com o que aconteceria com ela, e iria proteger aquele pequenino custe o que custasse.
- Está usando uma Arte Esotérica ao invés de Arte Sagrada e o seu Elemento Lunar ao mesmo tempo?! - Ele se preocupou com o resultado do que aquele feitiço faria com sua amada, praticamente ignorando o que ela queria fazer com o seu experimento. - Você perdeu o juízo, Luna?! Vai morrer se fizer isso!
- Se eu usasse a Lunar Moonblast, eu já estaria morta junto com metade de Obsidia. Pra mim é um preço bem pequeno a se pagar diferente do que você fez, e o que pretende fazer. - Uma aura de energia branca e vermelha começou a se percorrer no seu cajado. - Não importa quanto tempo leve, eu vou usar a minha Arte Esotérica e o meu Elemento Lunar pra poder encontrar uma maneira de desfazer a sua manipulação das almas que você roubou, e enfim darei descanso a elas. Mesmo que isso custe a minha vida.
- Não, não! NÃO! NÃO FAÇA ISSO, LUNA! - Vecta começou a correr em direção a ela.
- Sinto muito, meu amor. Mas o que você pretende fazer não é nem um pouco o que eu quero. Me perdoe. Burst Elemento. - Ela o olhou com lágrimas que ainda não paravam de descer, e finalmente disparou o seu feitiço, atingindo diversas rajadas de projéteis com o formato da Lua Minguante e destruindo todo o laboratório do Deus das Trevas.
Aproveitando as explosões de todo o laboratório, Lunaria deu um último olhar para os olhos de seu irmão que já estavam em Modo Vecta, e apesar do olhar demoníaco, também estava em lágrimas. Ela aproveitou a distração para fugir de seu irmão e pegou um dragão dos Cavaleiros Negros, fugiu de seu próprio reino naquela noite e foi embora voando sem rumo pelo Território Negro.
Seu coração estava partido ao ver que seu amado havia planejado uma coisa tão horrível contra as suas irmãs, e ainda por cima ela nem contou a ele que eles iriam ter um bebê.
Mas acho que ela teve uma boa certeza em não contar a ele sobre o seu filho, afinal ela não iria querer vê-lo se desequilibrar como o seu pai.
- Eu vou deixar o que aconteceu com o seu pai acontecer com você. Vou cuidar de você e protegê-lo, meu pequeno. Eu juro. - Ela segurou a sua barriga, enquanto continuava a chorar pensando apenas no futuro do seu bebê.
Nove meses se passaram, e na noite em que ele nasceu, a neve estava caindo do céu como chuva. Ela deu a luz ao filho dela sozinha em um santuário secreto que ela mesma criou, e depois de horas sofrendo de dor e rangendo de frio, o coração de Lunaria finalmente se aqueceu com o choro que começou a ecoar por aquele lugar.
- Meu filho... - Ela abraçou seu pequeno menino que nasceu naquela neve, sorrindo feliz ao sentir a pele fria e quente dele. Isso fez com que Luna começasse a cantarolar uma pequena canção que ela pensou enquanto olhava para a lua e a neve caindo. - Quando a lua chegar e a neve cair, eu sempre estarei aqui. Meu pequeno príncipe, virá o céu e neve a cair...
Após anos vivendo ao lado de seu filho no santuário secreto dela, ela o criou longe da civilização do Território Negro, o educou sozinha, o treinou arduamente como um cavaleiro, ensinou lições sobre a vida e o quanto ela é importante e ele sempre a escutou e aprendeu junto com o amor de sua mãe. Mas o que Lunaria não esperava era que na sua adolescência, o seu filho começou a visitar secretamente as Montanhas do Fim para se encontrar com uma garota que ele conheceu. E o mais importante de tudo era que ela não era uma simples humana, e sim a Sacerdotisa da Luz.
O ser mais poderoso da história de Underworld, que supera até mesmo o poder dos Cinco Deuses.
Lunaria sabia das lendas sobre o que aconteceria se a Sacerdotisa da Luz se encontrasse com o misterioso Cavaleiro Safira.
Mas apesar dos apelos dela em tentar convencer seu filho para parar de vê-la, ela não pode evitar que isso continuasse já que também se afeiçoou pela a garota. Mas infelizmente, uma coisa que ela não esperava que acontecesse acabou acontecendo.
A Deusa da Lua estava doente devido usar a Arte Esotérica depois de muitos anos em tentar descobrir como libertar as almas dos mortos que Vecta roubou naquele experimento. E com certeza ela não tinha muito tempo.
Um dia quando seu filho estava fora do santuário para visitar a Sacerdotisa da Luz, Lunaria estava fazendo seus trabalhos domésticos. Mas quando ela ia pegar a vassoura, uma forte dor percorreu pelos seus pulmões.
Lunaria caiu no chão, tocando no seu peito para tentar cessar sua dor sem sucesso, e a deusa passou horas agonizando de dor até que finalmente o seu filho havia retornado pra casa.
- Mamãe! - Ele avistou ela no chão desmaiada e rapidamente a pegou nos seus braços, levando-a até o seu quarto. - Mãe, abra os seus olhos!
- Filho... - Ela abriu os seus olhos, vendo o menino dela na sua frente. Ela deu um sorriso fraco, feliz por ainda estar viva o bastante para dizer umas últimas palavras. - Você está aqui. Cadê a sua amiga sacerdotisa?
- Ela está estudando as Artes Sagradas dela. - O filho de Lunaria falou para ela. - Eu queria poder trazê-la aqui pra você conhecer ela. Ela é muito linda e uma boa pessoa.
- Você a ama?
- Sim, eu a amo. - Ele ficou ruborizado ao revelar a sua mãe os seus sentimentos pela Sacerdotisa da Luz.
- Então fico feliz por ter encontrado a sua metade. - Lunaria sorriu e piscando os seus olhos lentamente. Ela começou a tossir, e infelizmente começou a sair sangue de sua boca, o que deixou o rapaz completamente preocupado.
- M-Mãe, você precisa se recuperar. E-Eu vou usar um feitiço de Arte Sagrada pra te curar. - Ele começou a falar uma linguagem completamente desconhecida de um humano, mas a Deusa da Lua o parou segurando a sua mão.
- Não precisa fazer isso, meu filho. Além de que, eu não tenho muito mais tempo e preciso te contar algumas coisas antes eu vá.
- Contar o quê?
- Filho, nós dois não somos humanos. Eu sou a Lunaria, a Deusa da Lua. Eu e o Imperador Vecta, o Deus das Trevas fomos exilados pelas deusas Stacia, Solus e Terraria por termos nutrido um amor proibido. - Lunaria começou a falar de tudo o que aconteceu há milhares de anos atrás. - O seu pai ficou com ódio das minhas irmãs por terem nos exilado da terra dos humanos, e aí, eu descobri que estava com um bebê em meu ventre. Mas acabou que finalmente vi a outra face dele.
- Mãe... O Imperador Vecta é o meu... E você... - O rapaz ligou todos os pontos do que ela havia contado a ele, e o fato deles viverem longe das outras pessoas explicava muita coisa. - Mas por quê? Por quê você nunca me contou?
- Porque eu não queria te envolver em uma parte inevitável do destino. Quando um filho nasce através do amor de dois deuses, coisas irreversíveis acontecem. Tudo o que eu queria era poder te dar uma vida feliz e alegre pra você poder viver, e que pudesse passar o máximo de tempo possível com você. - Suas palavras desciam com dor de sua boca enquanto pensava em seus últimos momentos em como e o quanto ela queria viver junta de seu filho. - Eu destruí o laboratório dele antes de fugir do meu reino, então por isso daqui a alguns anos o experimento dele com almas vai retornar e assim a Grande Guerra de Underworld irá começar. Ele pretende acabar com as outras deusas. - Ela explicou a ele o plano que Vecta pretendia realizar, e iniciar a luta contra Stacia, Solus e Terraria. - Apenas o Cavaleiro Safira e a Sacerdotisa da Luz podem detê-lo.
- Mas enquanto a você?! Ainda falta muita coisa que preciso fazer por você, mãe. Eu te devo tanto que nem mesmo pude retribuir. - Ele tocou as mãos da loira-alaranjada, que já estavam começando a ficar frias.
- Só por te ver vivo e contente já me faz feliz, meu filho. Quando eu tiver ido e a guerra estiver acabado, eu quero que você e aquela menina sejam felizes juntos como eu fui feliz com você. - A força na mão de Lunaria começou a se enfraquecer, enquanto seus olhos azuis olhavam o seu filho nos seus últimos segundos. - Haja o que houver, se você e seu pai se enfrentarem, não quero que haja derramamento de sangue e não quero que fique com raiva dele. Eu sempre estarei aqui com você, meu Cavaleiro Safira. Eu te amo... E eu sempre... amarei.
Um poderoso clarão de luz percorreu pelos céus de Underworld, e a lua antes cheia começou a se tornar uma espécie de lua de sangue pois a Deusa da Lua que sempre manteve sua devoção pelos sonhos de todos em Underworld, estava morta.
Stacia, Solus, Terraria e Vecta observaram o clarão lá longe no horizonte, o que marcava a morte de um deus. E a irmã caçula deles, a melhor entre os cinco, foi a primeira deusa a ir embora do mundo dos vivos. Isso apenas escureceu ainda mais o coração do Deus das Trevas, que agora estava mais do que determinado em acabar com todos esses anos de injustiça, pela sua amada imperatriz que se foi.
Gabriel pôde observar como foi que a Lunaria morreu, e como o Cavaleiro Safira descobriu a sua verdadeira identidade e o papel como o protetor desse mundo.
- Ela morreu igual a Alicia naquela cama de hospital, um pouco diferente já que minha esposa pediu para que eu mesmo acabasse com o sofrimento dela. Mas por quê... Eu e o Vecta somos tão incompreendidos pelos outros? Eu fiz o que fiz só pela minha família. - Isso abriu um vazio no interior do loiro, que começava a se repensar os seus ideais. - Além das almas que tanto almejo ter, sempre sonhei em poder ver a Alicia e o Eugeo novamente.
Essas memórias queriam dizer algo a ele? Será que isso significaria que ambos os A.L.I.C.E.s estariam em sua posse?
Vendo um último resquício de memória compartilhada da Superconta Vecta, num campo de batalha sangrento estavam o Cavaleiro Safira e a Sacerdotisa da Luz em sua frente. Ambos estavam usando armaduras semelhantes aos de Eugeo e Alice, porém sem o símbolo da Igreja de Axioma que os Cavaleiros da Integridade usam e com uma personalização bem diferente do que já viu.
Junto deles dois estava também um espadachim de cabelos negros vestindo uma capa da mesma cor de seus cabelos e olhos armado com uma espada negra e uma espada de diamante acompanhado de Stacia, Solus e Terraria, e também uma garota de longos cabelos roxos armada com uma espada ornamental do lado da Deusa da Criação. Eram os sete contra o Vecta.
- Já chega de tanta matança, Stacia, Solus e Terraria. Me dêêm o Poder da Natureza e a Sacerdotisa da Luz agora, ou vejam os seus súditos morrerem. - O deus ordenou para que as suas irmãs cedessem aos seus desejos.
- Se você encostar em um único fio de cabelo dela, eu te mato. - O Cavaleiro Safira o olhava com o mesmo olhar demoníaco de seu progenitor.
- Nunca entregaremos ambos pra você, Vecta. Se você mexer com esse poder, forças desconhecidas vão te matar ou coisa pior. Você é apenas um. Se renda agora, por favor, irmão. - Terraria apelava para o seu irmão mais velho, que parasse com toda aquela loucura.
- Se eu me render, eu nunca mais vou poder ver a Lunaria de novo. Isso pode trazer ela de volta. Eu devo isso a ela. - O loiro de posicionou para um estilo de combate mais versátil para combater aqueles sete. - E por isso, vocês três devem morrer.
- Ela não queria que você se tornasse isso, Vecta. Ela queria ver você feliz só ao lado dela. Mas você estragou tudo com a sua teimosia. - O Cavaleiro Safira colocou mais força em sua espada de gelo, se fixando naquele homem com ódio em seus olhos. - Ela te amava e só queria te ver feliz. E eu também.
Sabendo que não haveria como continuar com seu objetivo sem o Poder da Natureza e a Sacerdotisa da Luz, Vecta partiu para cima dos sete. Mas antes que pudesse ver mais, Gabriel já havia visto tudo o que já iria acontecer.
Mas isso não importava mais.
Ele sabia que essa última vez em que retornaria a esse mundo poderia não levá-lo de volta ao Mundo Real sem consequências reais em si mesmo. Ele precisava usar os poderes do Vecta e do Subtilizer, se isso significava para acabar com sua missão e levar sua família de volta pra casa.
Retornando a atualidade, ele acabou de sair daquele túnel de luzes e estava de volta no Território Negro como Subtilizer. Saindo debaixo da terra, ele iniciou a sua luta contra Sinon, que estava usando a Superconta da Deusa Solus.
Ele não devia se distrair com aquilo novamente, já que afinal de contas, eram apenas memórias antigas de uma história falsa que nunca existiu. Ele deve apenas se preocupar em levar Eugeo e Alice até o Altar do Fim do Mundo.
Ela ainda o observava com medo, já que apenas com um simples olhar ela quase foi derrotada por aquele homem quase desalmado.
Subtilizer deu um sorriso fraco, enquanto olhava para a sniper como se ela fosse uma simples presa prestes a ser alvejada. Se ele ainda tinha os poderes de manipular a alma como o Vecta tinha, será caso perdido se o Modo Vecta dele a manipular.
Mas já era tarde demais.
Do corpo daquele homem estavam se formando uma aura negra e azulada de linhas gasosas, que envolveram todo o corpo de Sinon e começaram a trazê-la lentamente para perto dele. O olhar assassino dele já pronto para roubar a alma do FluctLight de Sinon.
- Sinon, você já pensou no significado do nome "Subtilizer"? Ele significa sobre "aquele que afia", "aquele que age" e também "aquele que rouba". - Nessa última frase, Gabriel ativou o seu Modo Vecta mesmo usando a sua Conta Subtilizer. Isso significava que os poderes dele estavam completamente elevados do que antes. - Eu irei roubar a sua alma e ela será minha para sempre.
Sinon estava completamente a mercê dele novamente. E sem a ajuda de Asuna e Leafa. Ela não tinha ninguém ali para protegê-la.
- “Não, não roube a minha alma.” - Sinon ficava completamente temerosa de perder a alma, e ao estar prestes a se colarem com um abraço, um poderoso pulso de encarnação fez ambos se separarem e como resultado Gabriel acabou tendo que desativar o seu Modo Vecta, tentando entender o que foi que aconteceu. - “Mas o quê? É o cordão do Kirito? Mas o que ele está fazendo aqui?”
Sinon se lembrou da noite em que o Kirito salvou ela do Shinkawa, e também quando a Leafa prometeu a ela que uma protegeria a outra quando tudo estivesse perto de acabar.
- Não posso desistir! - Ela ativou o seu arco para o modo de combate e disparou uma flecha de luz em direção ao Subtilizer, mas o loiro apenas bloqueou o disparo da flecha com um escudo estendido com a sua mão. - Você não é um deus e nem mesmo um demônio. Você não passa de um ser humano como eu!
Sinon finalmente superou o seu medo do Subtilizer, e com a sua força da imaginação conseguiu converter o Arco de Solus na sua Hecate, e com o seu rifle de alta precisão, deu dois disparos na mão dele, tendo o segundo perfurado a carne de sua mão, fazendo com que uma quantidade razoável de sangue fosse arrancada.
Sinon deu um sorriso convencido ao se sentir mais confiante contra ele, mas Gabriel não se importava com a confiança dela e apenas curou a sua mão com a sua aura negra-azulada, e apertou com força o couro da luva no seu punho. Ele deu um sorriso psicótico pra ela em seguida, vendo que ela não estava mais "jogando".
- Fico impressionado em ter se livrado da minha manipulação de FluctLight, mas você não é a única que sabe fazer isso. - Ele deu um sorriso de lado e tirou a besta de seu coldre, transformando a arma num rifle de sniper também usando a sua força da imaginação. - Se eu não posso roubar sua alma, vou me divertir com você por um tempo e depois vou atrás da Alice. Vou usar ela pra atrair o Eugeo até mim, e assim vou ter os dois.
- Até parece que eu vou deixar, seu surtado de merda. Pode vir com tudo. - Sinon deu um sorriso ao desafiar o loiro, enquanto puxava o carregador de sua arma e pegava uma de suas adagas flutuantes nas costas.
Assim, ela guardou a sua arma nas costas e iniciou um combate corpo-a-corpo contra ele.
Ambos começaram a voar rapidamente, e como Sinon estava usando a conta da deusa mais habilidosa em técnicas de caça, ela tinha mais destreza em enfrentar o loiro.
Ela desceu no chão, e começou a correr em linha reta para frente. Subtilizer a seguiu até o solo e pulou da criatura para correr atrás dela debaixo daqueles montanhas cilíndricas.
O loiro puxou a sua espada e avançou contra as suas costas, fazendo com que a sniper bloqueasse o golpe com um mortal e em seguida o atacou com uma de suas adagas.
Dando bloqueios de direita, esquerda e pelos flancos onde a menina tentava acerta-lo, Subtilizer deu um grande salto para trás e sacou a sua arma para dar mais um tiro em Sinon. Mas ela rapidamente se esquivou da bala ao voar para o lado, que acertou uma parte da pedra.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo! Gerar Elemento Elétrico! - A sniper estendeu suas mãos, focando em uma magia de vento combinada com eletricidade e as tracionou firmemente, criando garras em seus dedos e as quatro adagas com duas de cada acopladas em seus antebraços. Era basicamente a semelhança da Deusa Solus com o seu avatar de Cait Sith. - Forma de Elemento: Caça da Gata do Trovão.
- Parece então que já está lutando a sério, Sinon. Isso está sendo bem divertido. Me faça um favor e resista. Não quero que você morra agora que estava me divertindo. - Gabriel deu um sorriso sádico, ativando o seu Modo Vecta nos seus olhos e envolto numa aura negra-azulada. Ele empunhou novamente a sua espada, e partiu para a sua técnica de luta combinada com a Morte Destrutiva criada pelo Imperador Vecta. De repente, no chão se formou uma espécie bússola com um símbolo de floco de neve. - Jutsushiki Tenkai: Morte Destrutiva. Compasso da Desordem.
A técnica de Subtilizer aos olhos de Sinon a deixou um pouco temerosa enquanto olhava para os olhos demoníacos dele. Ela sabia que se ele continuasse a usar essa técnica pessoal do Imperador Vecta, ela teria que usar seus últimos recursos como uma Arte Esotérica ou o Annihilate Ray, através do Arco de Solus. Mas ela já usou sua força da imaginação pra transformar o arco no seu rifle do GGO.
Seria difícil saber se poderia derrotá-lo sem o feitiço mais poderoso da Deusa Solus. Mas Sinon precisava tentar. O destino de Underworld e do mundo real dependem disso. Ela precisava segurar aquele loiro surtado o máximo possível pra que ele não capture a Alice.
Ela e Subtilizer se chocaram em um único golpe onde estava entrelaçado a espada do loiro e as garras/adagas da sniper. Ele apenas deu um sorriso de lado e continuou com o combate físico, junto de sua oponente.
Enquanto eles enfrentavam mais ao sul, bem no norte os Cavaleiros Negros e Pugilistas estavam tentando resistir, mas a enormidade de soldados vermelhos do Mundo Real não parava de crescer. Iskahn e Sheyta estavam abraçados aguardando pelo seu inevitável fim.
Mas antes que pudessem ser atacados, uma imensa bola de carne perfurada e sangrenta apareceu de repente para eles, fazendo tanto os habitantes de Underworld quanto os players do Mundo Real se surpreenderem e ficarem assustados. A bola começou a ganhar forma, e ao se desfazer da imensa massa de carne em uma fumaça vermelha que fedia em sangue fresco, surgiu uma silhueta de um corpo feminino vindo junto com uma gargalhada maléfica.
A fumaça de sangue finalmente baixou e quando Sheyta e Iskahn olharam para o ser que estava dentro daquela massa de carne.
A Chanceler dos Magos Negros estava usando os seus dedos em forma de vermes, e continuava roubando e chupando toda a força vital do sangue dos vermelhos, que agonizavam em dor.
- Isso, mais, mais! Mais sangue quente, úmido e bem vermelho! - A morena sorria maléfica, enquanto lambia os seus dedos com o formato de vermes que alimentavam o seu corpo sequelado e moribundo pelos ferimentos causados por Alice e Leafa. Mesmo tendo se recuperado um pouco com o corpo da lutadora de kendo, os ferimentos de Alice ainda estavam fazendo efeito negativo.
Ela já estava parcialmente curada de sua breve luta contra a garota que estava usando o corpo da Deusa Terraria, e iria absorver mais vida para enfrentá-la novamente. E em seguida iria para mais a frente em direção ao sul Já que ela estava sentindo mais seis presenças poderosas em direção as áreas inexploradas do Território Negro. E uma delas era o Imperador Vecta.
Se ela matar ele com toda a energia vital de uma outra deusa, ela com certeza iria derrotá-lo de uma vez por todas e se tornaria então a imperatriz do Território Negro.
- Aquela é a Chanceler dos Magos Negros? A Alice não havia vaporizado aquelas bruxas? - Sheyta olhou surpresa para a bruxa, que ainda estava viva e ferida mesmo pelos danos causados por Alice.
- Isso é impossível. Como ela ainda está viva? Nenhum dos nossos homens encontraram o corpo dela. - Iskahn olhava para aquela mulher alterada, se alimentando da vida daqueles vermelhos.
- Vocês guerreiros de vermelho são bem fracos, mas ainda assim tem muita vida em seus corpos. - A bruxa gargalhava maléficamente enquanto sugava a vida e o sangue do player que agonizava de dor. Ao jogar o corpo morto para longe, ela se fixou em Iskahn e Sheyta feridos e esgotados. Isso fez o rosto dela rir histérica vendo que com o poder de um membro dos Dez Lordes e uma Cavaleira da Integridade, seria uma adição extremamente grande para ganhar mais poder. - Iskahn, você se rebaixou ao ponto de se aliar aos Cavaleiros da Integridade? Eles são monstros modificados pela Administradora, feitos pra matar seres como nós. Isso é mesmo um fim de mundo.
- Dee Eye... - O pugilista se irritou ao ver o rosto sádico da mulher de fixando agora em Sheyta.
- Aí, Bruxa do 71! Ainda não acabou! - Uma voz feminina percorreu em alto naquele campo de batalha, e se aproximava uma garota loira com vestes verdes da mais alta qualidade junto com o exército dos Orcs de Lilipin.
- É a Deusa Terraria? Mais uma pessoa do mundo real então, né? - Sheyta olhou para a garota loira dando um pulo com força no chão e começando a lutar no campo de batalha, se aproximando de Dee Eye Ell.
- Leafa-sama, nós vamos ajudá-la! - O líder dos orcs ofereceu apoio para a garota, já que eram muitos guerreiros para a loira enfrentar sozinha.
- Não, deixa comigo e recue com os Pugilistas e Cavaleiros Negros. Não vou mais arriscar nenhuma vida de vocês aqui. - Leafa o contradiz, falando que poderia cuidar daqueles vermelhos e da bruxa sozinha.
O líder dos Orcs nada mais disse e foi começar a ajudar na evacuação dos Cavaleiros Negros e Pugilistas ao lado de Iskahn e Sheyta.
Vários vermelhos ainda se aproximavam pelos flancos, mas estavam longe demais para chegarem até às duas. Leafa teria pelo menos uns 10 minutos ou menos para derrotar de uma vez por todas aquela bruxa antes que os players vermelhos cheguem até elas.
- Se eu absorver toda a sua vida infinita, vou matar o Imperador Vecta, a Sacerdotisa da Luz, o Cavaleiro Safira e qualquer um que esteja na minha frente. - A bruxa gargalhava maléficamente, enquanto voava com as asas de inseto daqueles vermes pelo seu corpo. - Hora de morrer, Deusa da Terra.
Leafa não hesitou e já pulou com suas habilidades de deusa para cima da bruxa e tentou atingí-la com golpes giratórios de direita e esquerda, mas não conseguiu acertá-la por estar em uma altitude maior.
- Merda, ela está mais rápida. Se não dá pra alcançar ela, então nesse caso eu vou... Atingir aquela Bruxa do 71 de longe! - Leafa deu um morto lá trás e começou a ficar em um feitiço de Arte Sagrada com a sua magia. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo. Gerar Elemento Metálico. Forma de Elemento. Pássaro Bico-de-Broca! - Uma espécie de pássaro com o formato de broca metálica no bico se formou de duas esferas elementais criadas pela loira, e enfim ela disparou contra a bruxa a queima-roupa. - Será que eu consegui?
Uma fumaça de energia circulava ao redor de Leafa, mas ela podia sentir com os seus sentidos apurados de deusa que não era o bastante. Em um momento inesperado, seis tentáculos com bocas daqueles vermes saíram daquela fumaça e indo em direção da lutadora de kendo.
- Achou que só aquilo poderia me matar, sua vadia? Eu vou sugar todo o seu poder e depois disso eu vou arrastar o seu corpo morto na terra! Me tornarei a imperadora desse mundo e depois disso serei superior a Administradora que dominou esse mundo com mãos de... - Antes que Dee Eye Ell pudesse terminar com a sua sinfonia maléfica, diversos cortes começaram a aparecer pelo corpo dela. - Mas o quê?
- Lurge Orl Phllia Blasi Chaotic Pyro! - Um feitiço do ALO foi ativado por uma voz familiar que Leafa conhecia muito bem. Ao sentir um estranho calor vindo daqueles cortes, o corpo moribundo da bruxa começou a arder em combustão espontânea, fazendo com que seus gritos insurdecessem os ouvidos da loira.
- Um feitiço de fogo do ALO? - Leafa olhou para a direção da onde veio a magia, e lá estava flutuando no céu um certo player da raça Sylph do Alfheim Online. Ela se surpreendeu ao ver como o seu melhor amigo veio ajudá-la. - Recon?
- Oi, Leafa-chan. - O esverdeado deu um sorriso gentil para ela, ao finalmente chegar nesse mundo para ajudá-la. - Cheguei bem na hora pra te ajudar, não é?
Ele não teve nenhuma outra resposta além de um caloroso abraço vindo da adolescente vestida de deusa, o que fez ele corar um pouco pois já que Leafa usava uma roupa que mostrava muito de sua pele.
- Obrigada por ter me ajudado, Nagata. - Leafa agradeceu a ele, que apenas deu um outro sorriso como resposta. Após se separarem, a loira decidiu esclarecer suas dúvidas sobre como o Recon entrou no Underworld sem usar uma conta genérica de cavaleiro vermelho, e sim a sua própria conta pessoal do ALO. - Como foi que você veio parar aqui? E por quê tá usando o seu avatar do Alfheim?
- Ah, é. Você não tá sabendo? A Yui-san me contou tudo sobre esse mundo e me pediu pra convencer alguns players do GGO pra virem ajudar o pessoal a salvar o Eugeo e a Alice. - Ele respondeu a ela, explicando que Yui havia contribuído mesmo ainda estando de longe.
- Então foi isso... - Ela deu um sorriso largo, olhando para o céu vermelho do Território Negro e agradecendo a Yui por ter trazido o seu melhor amigo para ajudá-la. - “Obrigada, Yui-chan.”
Antes que pudessem comemorar, um grito de raiva percorreu pelo campo de batalha, fazendo Leafa, Recon, Sheyta, Iskahn e Lilipin olharem em direção a Chanceler dos Magos Negros.
- Que fada maldita! - Ela esbravejou enquanto fixava os seus olhos em fúria para o Sylph. - Isso não vai ficar assim.
- Não vai ficar mesmo, sua bruxa. - Leafa sabia que se essa luta não acabasse logo, aqueles vermelhos iriam alcançar eles a qualquer momento. Aquela luta precisaria ser encerrada agora mesmo. - Você já tá fazendo hora extra por tempo demais.
- Sua maldita. Eu vou acabar com você usando o meu feitiço mais poderoso! - Dee Eye Ell estendeu a sua mão em direção a Leafa e começou a recitar em um feitiço. - Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi! Gerar Elemento Umbra. Sanguessuga!
Após cospir uma quantidade generosa de sangue pela dor da Arte Esotérica, a bruxa disparou uma imensa rajada de vermes indo em direção a lutadora de kendo. Isso fez Recon ficar assustado com aquela imensidão de vermes indo em direção a eles.
- Pode ficar tranquilo, Nagata. Eu cuido disso. - Leafa deu um sorriso para o amigo e apenas ficou na frente dele. Ao apontar a sua espada em direção ao feitiço de Arte Esotérica, a lutadora de kendo ativou o seu feitiço divino. - Verdurous Anima! - Uma única rajada de lâmina verde unida com centenas de folhas prateadas saíram da espada da loira, fazendo com que todos os vermes fossem varridos pelo feitiço divino da Deusa Terraria.
- Mas o quê... - A bruxa viu que a sua Arte Esotérica havia falhado diante do poder de uma deusa. Todas aquelas folhas prateadas que dançavam naquela única rajada a rasgaram por completo. - “Não, eu iria me tornar a imperatriz desse mundo. Depois disso tudo, da dor excruciante que a Sacerdotisa da Luz me causou... Eu morro assim?”
Medo.
Eram isso o que a Chanceler dos Magos Negros sentia enquanto era completamente dilacerada por aquelas folhas. Não era como as flores de Osmanthus vindas daquela Espada da Oliva Perfumada da Alice, que eram infinitamente piores, ou então a intimidação do Imperador Vecta com os seus súditos.
Aqueles olhos demoníacos eram o que ela mais temeu. E se ela tivesse pelo menos derrotado a Deusa da Terra e roubado o seu poder de imortalidade e o poder oculto dela, ou então conseguido capturar a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira, ela teria o Underworld inteiro sob os seus pés.
Mas aquele imenso delírio de grandeza foi completamente dilacerado com o que restou de seu corpo putrefato após Leafa a matar com a sua Verdurous Anima.
Nesse mesmo momento em que Sinon estava desviando de mais um tiro dado pelo rifle do Subtilizer, ela pôde sentir a presença de Leafa ao usar o seu feitiço divino.
- Lea... - Antes que pudesse terminar de falar, ela acabou recebendo de raspão o golpe frio vindo da espada de Gabriel, fazendo com que uma das faixas da saia de Sinon fossem cortadas. - Droga, você também percebeu aquilo, não é?
- Sim, você não foi a única que sentiu o poder dela. - Subtilizer deu um sorriso de lado ao ver como Sinon conseguiu se desestabilizar ao sentir a presença de Sinon. Ele pulou em cima da criatura que o acompanhava e guardou a sua espada, trocando agora pelo seu rifle. - O Poder da Natureza da Terraria que ela consegue usar com o feitiço do Verdurous Anima e com o Fator de Cura Ilimitada é uma coisa incrível, mas sabe o que acontece com os usuários da Superconta Terraria. Mesmo que eles se curem e ressuscitem constantemente depois de morrerem, a dor vai continuar persistindo no seu corpo. Sua amiga vai agonizar apenas para continuar com os olhos abertos.
- Eu não posso conseguir salvar ela de se machucar e não posso deter você, mas ainda assim eu posso te atrasar. - Sinon deu um pulo naquele chão duro de pedras e impulsionou um salto para voar novamente. Ao manter certa distância do loiro, a sniper desativou o seu feitiço e pegou a sua Hecate novamente.
Com ambos apontando as suas armas, em direção a mesma trajetória eles atiraram finalmente onde as duas balas se chocaram em uma única explosão causada pela pólvora.
De fato, a Segunda Grande Guerra de Underworld estava chegando em seu grande clímax nesse momento. Leafa estava ao norte, Asuna, Eugeo e os outros Cavaleiros da Integridade assim como os players do ALO e do GGO estavam enfrentando os players vermelhos e Sinon estava segurando a luta para que Subtilizer não alcance a Alice.
Entre todos esses lados, Eugeo, Asuna, Yuuki e os outros ainda estavam lutando naquele campo de batalha apesar da enorme desvantagem. Suas habilidades eram de fato excepcionais, mas em enormidade inimiga não seriam o suficiente.
E foi o que Asuna previu.
Ela precisava tirar o Eugeo e o dragão dele dali o quanto antes. A acastanhada foi até o grupo de Itsuki para pedir que levassem o Eugeo até o Altar do Fim do Mundo.
- Vamos precisar de pelo menos meia hora pra fazer isso, Asuna. - Itsuki explicou a ela, enquanto olhava em volta para procurar por um terreno mais plano. - E nós vamos precisar de um terreno mais estável pra levantarmos vôo.
- Eu dou um jeito nisso. Agora podem fazer o que eu peço? Aquele cara e o dragão dele precisam chegar ao sul. - Asuna pediu a eles três novamente, enquanto apontava para o Eugeo e Hanayuki.
- Deixa conosco, Asuna. - Zeliska respondeu a ela positivamente, enquanto Kureha acentiu com a cabeça pra ela também. - Itsuki, a gente vai tentar descer até no máximo uns 100 metros de altura pra não levarmos ataques de lança nas asas.
- Vai ser muito apertado, Zeliska. - Kureha a lembrou de como chegar perto demais do chão, ainda com a ameaça do avião ser abatido era grande demais. A ruiva dos olhos azuis ainda estava com medo de como sua amiga de cabelos brancos iria pilotar com tamanha dificuldade.
- Vou tentar aproximar o máximo possível. - A albina respondeu a ela.
- Você e aquele cara vão ter que vir rápido, e toma cuidado com aqueles vermelhos. - Kureha pediu para que o seu parceiro de equipe se cuidasse.
- Pode deixar, vão logo! - O moreno de capa roxa ativou o seu sabre de luz com uma coloração verde e acertou um vermelho que iria acertá-lo por trás.
As duas acentiram e começaram a correr para longe do campo de batalha, evitando qualquer conflito em potencial e Asuna já deu início ao plano de fuga, usando a sua manipulação de terreno para criar uma fenda para que as duas fugissem por cima daqueles vermelhos, e em seguida um terreno plano daqui a meio-quilometro de distância, o suficiente para que pudessem levantar vôo.
A fenda utilizada pela ex-comandante do Pacto de Sangue fez com que alguns vermelhos fossem jogados para o alto em agonia.
E apesar da imensa dor em seu corpo e mente, Asuna precisava aguentar o máximo possível. Enquanto Kureha e Zeliska foram para um terreno mais elevado para levantarem vôo com o avião deles usando a sua imaginação e encarnação mental, Itsuki foi correndo em direção ao Eugeo com a sua metralhadora em mãos e disparando na parte exposta da armadura deles.
Ao chegar lá, o loiro quase o atacou mas parou o ataque tendo a sua Espada da Rosa Azul quase se encostando com o pescoço do moreno.
- Quem é você? - Eugeo o questionou com dúvida só por vê-lo em sua frente.
- Meu nome é Itsuki, e vim te dizer que a Asuna tem um plano pra te tirar daqui. - O moreno explicou para ele enquanto olhava para a fenda onde suas duas amigas ainda estavam correndo. - As minhas amigas vão trazer um transporte aéreo pra levar você e o seu dragão até o sul. Diga-me qual é o tamanho e o peso do seu dragão.
- “A Asuna quer que eu vá embora então? Mas ainda tem muita coisa por aqui.” - Apesar de ter várias dúvidas em relação a essa fuga, ele precisava ir embora dali o quanto antes. - Ele tem sete metros de comprimento, vinte e oito de envergadura pelas asas, e pesa duas toneladas e meia. - O loiro da armadura azul-prateada respondeu a ele.
- Tá bom então. Acho que dá pro transporte levar ele também. - Itsuki olhou para Nelgius dando um pulo alto e atacando com a sua lança envolta de raios. - Vocês Cavaleiros da Integridade tem superforça, não é? O quão alto dá pra vocês pularem?
- Sem uma outra superfície para me apoiar ou pegar impulso, eu consigo pular até uns cinquenta metros de altura, no máximo. - O loiro respondeu a ele, e ao notar a mesma fenda que a Asuna havia criado, ele olhou para a sua Espada da Rosa Azul e em seguida para Renly, Nelgius e Entokia lutando. Isso fez com que uma ideia se passasse pela sua cabeça. - Acho que tenho um plano pra isso. Mas mesmo que eu faça isso, não tem como eu simplesmente fazer isso. Meus companheiros precisam de mim.
Eugeo estava ainda em um dilema, pois seu dever como Cavaleiro da Integridade e ao mesmo tempo em proteger Alice estavam o dividindo por dois. E com todos esses inimigos ao redor deles, ele não podia simplesmente ir embora e deixar os seus amigos ali.
Eydis podia sentir que o Eugeo ainda estava com dúvida em relação em proteger a Alice e ao mesmo tempo, lutar para ajudá-los. E ele nunca irá para o sul sem que ela dissesse a verdade sobre a atual condição de Alice.
Mesmo sendo uma promessa, a acinzentada sabia que se Eugeo não fosse para o altar, apenas a verdade o faria ir. E ele precisa ir embora agora mesmo.
Pela Alice e o bebê deles.
Notes:
Essas memórias falsas estão trazendo a tona coisas que o Gabriel pensa em serem úteis, pois ele espera de alguma forma encontrar a Lunaria.
A Sinon e a Leafa vão ter que se virar, enquanto estão distantes uma da outra e quero ver o que os sentimentos das duas vão trazer a elas 🤭
Teve até uma citação sobre a Espada do Raio Lunar, ou Moonbeam Sword. Para quem já viu no jogo Unleash Blading, já tem conhecimento sobre esse Objeto Divino.
Até mais 👍
Chapter 29: Capítulo XXIX - Memórias do Abismo e o Cavaleiro das Cobras
Summary:
Eiji Nochizawa e Yuna Shigemura aparecem para enfrentar PoH e ganhar tempo para o plano da Asuna. Vendo que as coisas estão piorando na área das ruínas, Eydis conta a verdade para Eugeo sobre o segredo da Alice, e o restante dos Cavaleiros da Integridade levam Eugeo e Itsuki para o avião de carga. Um rosto familiar aparece para Eydis em sua hora mais sombria.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Asuna continuava a lutar bravamente contra aqueles players vermelhos do Mundo Real, e por ser muito habilidosa era o que a fazia ser especial. Mas mesmo assim, essa nova quantidade de inimigos que acabou de aparecer a deixaram completamente impotente.
O Exército da Humanidade, os players do ALO e do GGO, assim como os sete Cavaleiros da Integridade restantes naquelas ruínas que estavam com mais vantagem do que os outros players do Mundo Real, estavam agora se sobrecarregando muito mais rápido do que antes.
Era o que a acastanhada nunca viu em sua vida pela primeira vez, nem mesmo no Sword Art Online. Uma guerra. Uma guerra de verdade. Aquele era um lugar de sofrimento onde apenas o ódio é descontado com a dor.
De um lado para o outro eram gritos, gritos, gritos e mais gritos. Dor, sofrimento, agonia, mutilação, a vontade homicida de apenas matar e se divertir vinda daqueles players vermelhos, enquanto do outro lado estava o altruismo e a vontade de proteger e preservar a vida dos FluctLights vinham dos players do ALO e do GGO.
Esses eram os dois lados de uma moeda que não haviam equilíbrio nenhum.
Eugeo se concentrava em se proteger, proteger o seu dragão enquanto o feitiço de cura ainda estava em processo na asa ferida, protegendo os soldados e players, e ao mesmo tempo tentando evitar as vozes das almas que ele roubou, aínda agonizando dentro da sua cabeça.
Se ele perder o equilíbrio da concentração, as vozes voltariam e ele se descontrolaria novamente. E o Eugeo não consegue controlar isso ainda, pois ele ainda está aprendendo a controlar o seu Modo Vecta através do seu amor pela Alice e o seu ódio crescente pelo Gabriel e a falecida Quinella.
Nas histórias antigas naquele livro dos deuses, foi dito que a Deusa Lunaria passou a vida toda procurando por um meio de libertar essas almas, mas nunca foi mostrado se ela conseguiu esse feito. E isso com certeza não era o que Eugeo conseguiria fazer no momento.
Sua capa e armadura feitas pela mais alta qualidade antes estavam completamente impecáveis e limpas como se tivessem sido feitas ontem, e agora elas estavam encharcadas de puro sangue do inimigo.
Ele precisava se manter são e focado para salvar a Alice.
Vinte vermelhos se aproximavam dele, e na sua retaguarda estava Yuuki. Ambos estavam armados com a Espada da Rosa Azul e a Espada da Névoa Sangrenta, focados em proteger as costas um do outro.
- Eles estão tentando cercar a gente. - Eugeo olhou em volta daqueles vinte players vermelhos ao redor deles dois. - Yuuki, eu vou usar a Super Inclinação pra desequilibrá-los enquanto você pode usar aquele seu combo de violetas pra acabar com eles.
- Deixa comigo, Eugeo. - A garota de cabelos roxos acentiu para ele, já dando início a estratégia. Todos os vinte players vermelhos começaram a correr, se aproximando deles rapidamente. - Isso, podem vir.
- Super Inclinação! - O loiro da armadura azul-prateada inclinou a sua espada e atacou diretamente no corpo de cada um deles, decapitando cinco, acertando sete frontalmente e deixando oito desnorteados com o ataque. - Alternar!
- Hora de verem o que é bom pra tosse, otários! - A Cavaleira Negra deu um sorriso de lado e sua espada brilhou em uma cor roxa. - Combo das Vinte Violetas!
Com cortes rápidos, precisos e cirúrgicos utilizando a sua arma divina, a ex-lider dos Cavaleiros Sonolentos derrubou os oito vermelhos restantes.
- Com esses agora são menos vinte. Mas ainda assim... - Eugeo olhava em volta a enormidade de vermelhos que se aproximavam do Exército da Humanidade e dos players, que estavam sendo subjugados fortemente. Isso fez com que o loiro rangesse os seus dentes em frustração. - Isso tá longe de acabar tão cedo.
Eugeo percebeu que Nelgius e Entokia já estavam começando a ficar mais exaustos, pois afinal de contas eles não estavam realmente naquele campo de batalha, e sim os clones de Eydis transformados com o sangue deles pela Assimilação Sanguínea. Ao invés deles estarem ali, eram as mentes deles controlando aqueles clones lá das Montanhas do Fim.
- Nelgius, Entokia! Vocês estão bem?! - O loiro perguntou preocupado com eles.
- Não muito, Eugeo. Já estamos perdendo por quantidade e força, daqui a pouco não vamos poder durar aqui. - Nelgius usou sua lança para perfurar o rosto de um dos vermelhos, e jogou o corpo morto dele para longe. - E não sabemos quanto tempo a Eydis vai aguentar com a Assimilação Sanguínea.
- Até isso acabar, temos que continuar dando o nosso melhor, Nelgius. - Entokia recordou o seu parceiro para continuarem a lutar mesmo com a desvantagem, enquanto usava a sua longa espada para acertar o torso de dois vermelhos. - Até o Eugeo conseguir curar o dragão dele!
- Espera um minuto, cadê o Renly? - A acinzentada dos olhos vermelhos se aproximou dos rapazes, enquanto olhava em volta do campo de batalha.
- Ele sumiu. Mas como... - Antes que o loiro pudesse procurar pelo companheiro da ordem, seus sentidos aguçados começaram a apitar. Foi então que Eugeo, Eydis e os outros olharam para o céu, onde lá estava vindo uma saraivada de flechas e lanças em direção a eles.
- Aí, mas que merda! - A acinzentada arregalou os seus olhos, vendo todos os projéteis vindo em para cima deles. - Loirinho, faz a sua mágica aí!
- PROTEJAM-SE!!! - Eugeo rapidamente usou as suas Armas Encarnadas para bloquear aquela saraivada, usando seu poder da mente para criar um escudo telepático e rebater aquelas flechas para proteger o seu dragão, os soldados e os players, mas alguns acabaram sendo brutalmente atingidos. - “Não posso deixar que uma dessas armas atinjam o Hanayuki ou o Kirito. Se o que o Kikuoka falou sobre as garotas em ajudar ele a acordar for mesmo verdade, ele precisa continuar vivo até lá. Eu vou te proteger também, Kirito!”
Naquele momento, perto de onde estavam as carruagens de suprimentos onde Kirito e Eldrie estavam sendo protegidos pela Ronye e a Tiese, Renly já havia sentido aquela saraivada e começou a rebatê-la com as suas Adagas das Asas Gêmeas para protegê-los.
Enquanto o esverdeado continuava protegendo eles, Tiese percebeu que um dos vermelhos estava indo atacar Renly pelas costas. Isso a fez se preocupar com o amigo, e sem pensar duas vezes ela bradou a sua espada e foi para protegê-lo.
- Tiese! Toma cuidado! - Ronye tentou impedi-la, mas não conseguiu a tempo pois a ruiva já estava fora de alcance. - TIESE!
Renly tentava focar em cortar os projéteis pontiagudos o mais rápido possível com as suas adagas, mas não estava indo rápido o bastante. Era uma barragem de flechas e lanças indo em direção ao círculo.
- Droga, são muitas delas! - O esverdeado esbravejou, vendo que usar as suas afagas já não estavam mais adiantando. Sentindo um pressentimento de perigo, ele se virou para trás já vendo um vermelho prestes a atacá-lo. - Essa não!
- Renly! - O golpe daquele vermelho foi rebatido pelo chocar de lâminas entre a ruiva que apareceu atrás dele, e com ela já tendo a vantagem de contra-ataque.
Dois furos na armadura do vermelho foram o bastante para derrubá-lo, e Tiese se sentiu aliviada por ter salvo Renly daquele golpe. Mas não adiantou de nada, pois a ruiva foi atingida por uma flechada. Isso a fez gritar de dor, ao sentir o metal pontudo no seu braço.
- TIESE! - Renly rapidamente desativou a sua encarnação, e pegou a espada dela no chão para defendê-la de um dos vermelhos que se aproximava. Com raiva, ele se defendeu de um ataque frontal e em seguida deu três golpes para tentar quebrar a defesa do player. Para finalizar com ele, o esverdeado o decapitou e se virou para ver como a amiga estava. - Você está...
O esverdeado não pode terminar de falar, pois sentiu a presença de perigo apitando na sua mente. Ele olhou para o alto, e arregalou os olhos ao ver que havia mais uma outra saraivada de lanças indo em direção a eles.
A ruiva não pôde fazer nada a não ser olhar para aquelas armas, esperando para que fizessem contato com a sua pele. Mas o que ela sentiu apenas foi o seu corpo sendo jogado para o chão, e Tiese ficou com os seus olhos fechados apenas agarrando o momento em que a morte a leve logo.
Afinal de contas, ela não estava ali lutando naquela guerra por nenhum motivo em especial. Tudo o que ela queria era ser uma Cavaleira da Integridade pra poder salvar o Eugeo, e declarar o seu amor por ele. Mas infelizmente isso não jamais aconteceria, pois ele já era apaixonado pela Alice desde sempre.
Mas aí ela conheceu aquele esverdeado na noite do Festival de Verão de Centoria, e ela nem mesmo suspeitava que ele era um Cavaleiro da Integridade.
E depois de ambos terem se conhecido melhor, acabaram tendo uma boa relação como amigos. Ele até mesmo gostava de que ela o chamasse pelo nome, sem nenhuma formalidade. E Tiese gostou muito de como o Renly sempre a ouvia, e também como nessa madrugada onde ele foi um ombro amigo.
Ele havia prometido pra ela que iria protegê-la com a vida dele, e isso a fez se sentir ainda mais feliz. Mas por que? Eles eram apenas amigos, e nada mais. Mas naquela noite em que ambos estavam abraçados naquele cobertor, o coração dela falhou em uma batida. Algo que jamais aconteceu em sua vida. Só que mesmo assim ela não queria que algo a mais viesse dessas sensações novas. Afinal de contas, sonhar em ter uma vida junto com ele era uma grande besteira.
Ele é um dos Cavaleiros da Integridade que passaram brutalmente pelo Ritual de Síntese como o Eugeo e os outros, e portanto ele teria uma vida eterna pela frente ao contrário dela, que morreria pela idade ou então jovem agora nessa guerra.
Uma sensação quente começou a percorrer pelo rosto da ruiva, e isso a fez sentir algo estranho. Ela estava viva? Ela sobreviveu a aquela saraivada?
- V-Você... Você... Você está bem... Tiese? - Ela ouviu a voz do esverdeado saindo com dificuldade, e ao abrir os seus olhos, a ruiva ficou chocada ao ver que Renly havia se jogado em cima dela para protegê-la. E como resultado, ele tinha agora duas lanças atravessadas em seu corpo. A sensação quente no seu rosto explicou o porquê. Era o sangue de Renly no rosto dela.
Ele a protegeu, como prometido.
Mas por quê, ela perguntava na sua cabeça.
- Por quê, Renly? - Lágrimas começaram a cair pelo seu rosto, enquanto ela olhava para o esverdeado que estava rindo com um sorriso com sangue na sua boca pra ela. - Por quê você me salvou?
- Porquê eu... fiz uma promessa de te proteger. - O esverdeado de tranças cuspiu sangue, enquanto falava para ela com dificuldade por causa da dor. - Não vou deixar... ninguém fazer nada de mal com você nunca mais.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Criogênico! Poeira Diamante! - Uma névoa branca em formato de neve em pó percorreu em volta de Renly e Tiese, fazendo com que alguns vermelhos fossem congelados na parte superior do corpo a ponto de não poderem se mexer. E um baque forte se percorreu em volta da ruiva e do esverdeado, fazendo com que se surpreendessem pelo pulo de Eugeo que apareceu para salvá-los. Em seguida, o loiro utilizou um ataque linear ensinado por Kirito para matar os vermelhos que ameaçavam a vida do seu colega e da sua pajem. Em seguida, ele ativou um feitiço de cura nos dois. - Tiese! Renly! Vocês estão bem?
- Sim... Estamos bem! - O esverdeado respondeu a ele com um sorriso fraco.
- Tiese, você agiu bem em proteger o Renly. Estou orgulhoso por você. - O loiro sorriu com orgulho para a sua pajem.
A ruiva deu um sorriso tímido, porém feliz por ter protegido um Cavaleiro da Integridade, mesmo que por pouco.
- Obrigada, senpai.
Mas apesar desse pequeno sentimento de felicidade, do outro lado daquele círculo de proteção, a líder dos Sylphs Sakuya havia abandonado o seu posto para proteger a líder dos Cair Siths, mas infelizmente foi ferida.
Naquele campo, não importava se você era mais forte ou não do que aqueles players vermelhos, e sim que era impossível sobreviver naquele lugar sem sentir dor. Isso era bem diferente dos jogos de VR, já que eles tinham absorvedores de dor para inibir ferimentos que se consideram reais no Mundo Real.
Por um outro lado, uma certa Undine estava olhando em volta vendo os players vermelhos que eram da Coreia, e ela teve uma ideia. Por sua descendência famíliar da Coreia do Sul, talvez ela poderia se comunicar com eles.
- “Eu preciso fazer alguma coisa em relação a eles. As vezes é preciso esfregar na cara dos outros a verdade, não é, Yuuki?” - Siune olhava para Yuuki enfrentando aqueles vermelhos, sem parar em momento algum para evitar ataques inimigos. Agora ela chamou a atenção de seus amigos, pedindo para que ela dê uma abertura. - Pessoal, por favor. Eu preciso que vocês me dêem uma abertura pra mim. Só dessa vez.
Os Cavaleiros Sonolentos ficaram sem entender nada, mas aceitaram pelo apelo da sua líder.
Eles fizeram uma abertura, criando um impulso de força no chão para derrubar os vermelhos ali próximos. Nesse momento, Siune aproveitou a oportunidade e foi até um dos vermelhos que estava mais perto e o esperou para que se levantasse.
No momento em que ele se levantou, ele não hesitou e atacou a Undine com a sua espada, mas ela parou a lâmina com a palma de sua mão. Isso fez sua palma sangrar devido o corte, mas ela decidiu ignorar a dor para tentar interagir com esse vermelho.
- Me escutem, todos vocês foram enganados. - Siune começou a falar com o vermelho usando a sua linguagem coreana, puxada pelo seu pai. - Esse servidor pertence a uma empresa japonesa e não somos hackers. Somos usuários legítimos.
- Você tá mentindo. Eu mesmo vi no vídeo! Vocês mataram um monte de players da mesma cor que a nossa. - O player vermelho rebateu para ela.
- Eles eram players americanos! Eles vieram para cá depois de receberem informações falsas de um jogo novo, assim como você. - Siune tentava dialogar com aquele coreano usando a mesma linguagem, só que ao mesmo tempo tentando aguentar a espada pesando em sua mão, que continuava a sangrar. - Vocês é que estão sendo usados pra sabotar a empresa japonesa. Pensem direito. Essa raiva e esse ódio pertencem mesmo a vocês?
Agora os vermelhos começaram a ficar pensativos em relação ao que a Undine falou. Nesse mesmo momento, um deles se aproximou dela e parou.
- Isso é mesmo verdade? - O vermelho misterioso a questionou, e em seguida tirou o seu elmo, deixando livre os seus longos cabelos verdes presos em um rabo de cavalo. - Eu sou Moonphase, e você?
- Eu me chamo Siune. - A albina respondeu a ele.
- Entendi. Isso tudo parecia esquisito pra mim também, Siune. - Moonphase acentiu em concordância com ela, deixando os seus companheiros coreanos surpresos e irritados com a declaração do esverdeado. Isso fez ele se irritar, já que a sua consideração não seria bem vinda logo de cara. Ele já guardou a sua espada já na raiva, deixando alguns deles temerosos com a expressão dele.
- Aí, me deixem passar. - Nesse mesmo momemto, uma player vermelha começou a atravessar o campo andando tranquilamente até o esverdeado. Quando ela tirou o seu elmo revelando um longo cabelo ruivo com uma presilha de morango, deixou o esverdeado surpreso. - Moonphase, finalmente te achei. Tem mesmo alguma coisa estranha nesse jogo.
- Mei? Você também percebeu, não é? - Moonphase olhou em volta do campo de batalha, vendo que agora os vermelhos estavam mais calmos do que há alguns minutos atrás. - Disseram que haviam hackers japoneses atacando um jogo, mas pra mim parece que eles estão tentando proteger algo.
- Então você acredita em mim? - Siune deu um sorriso mais alegre ao ver que Moonphase e Mei-Mei Xiang concordavam com o pensamento da fada.
- De fato, vocês também tem razão em concordar com o pessoal da Asuna. - De repente, uma garota de cabelos cor de mel apareceu tirando o seu capuz, revelando os seus bigodes de gato no rosto fazendo a chinesa e o coreano se surpreenderem. - Então vocês vieram pra cá também?
- Argo?! - Moonphase olhou pra ela, vendo que também estava se aproximando.
- Também vim pra cá pra ajudar os players japoneses, e também pra confirmar uma coisa. - A rata respondeu a eles dois. - Vocês estão certos. Tem coisa maior acontecendo por aqui.
- Só que a gente vai precisar de mais de uma prova pra mostrar aos outros que a gente... - No momento em que Mei-Mei iria continuar, ela sentiu seu corpo ficando mais leve e ao ver que não estava mais no chão, ela olhou para o lado de Moonphase um cavaleiro loiro de armadura azul-prateada erguendo a sua espada para a traquéia dele. - MOONPHASE!
- O quê?! - O esverdeado estranhou ao ter sentido a presença daquele cavaleiro apenas agora. - Ei, eu não sou o seu inimigo!
- Vocês mataram vários dos meus homens, então não é comigo que você tem que responder. - O loiro falou friamente para o esverdeado, mas no momento em que ele olhou para o cavaleiro, Moonphase congelou. - O que houve?
- Eugeo... - Dessa vez a palavra saiu da boca de Argo, o que fez o loiro se surpreender ao perceber que ela o conhecia.
Foi aí que o loiro rapidamente arregalou os seus olhos ao ver os rostos e os olhares do esverdeado, da ruiva e da garota dos bigodes de gato.
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Ponto de Vista(Eugeo)
Não pode ser possível. Eram eles três mesmo? Depois de tanto tempo, os três estavam bem ali na minha frente no campo de batalha.
Antes do inferno pelo qual eu tive que passar no Sword Art Online, eu havia conhecido eles por longa distância. Aquela ali dos bigodes de gato era a que eu conheci ainda nos primeiros dias do SAO, e foi uma grande amiga naqueles tempos difíceis. E agora essa era a terceira vez em que estávamos reunidos depois do incidente do SAO.
As minhas memórias ainda estão voltando aos poucos, mas mesmo assim elas não estão erradas nem um pouco.
- Argo? - Eu olhei lentamente para cada um dos três players. - Moonphase? Mei-Mei Xiang?
- É você mesmo, Eugeo? - A ruiva começou a lacrimejar, enquanto eu a trouxe de volta ao chão lentamente.
- Eu... eu... - Era difícil de colocar o que ele sentia agora em palavras, já que ele realmente não sabia como descrever aquela situação. - Eu não esperava ver vocês depois de tanto tempo. - Naquele momento, não pude deixar de soltar uma pequena lágrima. - Sinto muito por não ter voltado, pessoal.
Eu comecei a me aproximar deles três pra dar um abraço, mas os meus sentidos aguçados de Cavaleiro da Integridade apitaram no meu cérebro com uma se sensação de perigo. Quando eu vi uma espécie de cutelo, nem pensei duas vezes e rebati a arma com a minha Espada da Rosa Azul para o outro lado das ruínas.
- O que caralhos vocês estão fazendo aí com os japoneses?! - A voz do homem de poncho no topo daquelas ruínas percorreu nos meus ouvidos. Aquela voz sorridente que só quer saber de manipular com as palavras. Ele apenas estendeu sua mão e trouxe o cutelo de volta para a sua mão direita, usando a sua mente. - Não precisamos de traidores nessa guerra! Meus companheiros, não deixem esses japoneses sujos enganarem vocês!
- Como ele usou aquilo? - Fiquei surpreso ao ver que o PoH conseguiu usar encarnação naquela arma dele, semelhante as Armas Encarnadas dos Cavaleiros da Integridade que eu estou mais acostumado a usar.
- Se esse servidor é japonês e todos os usuários deles são legítimos, então por quê vocês são os únicos com equipamento de alto nível? - Ele questionou agora aquela jogadora elfa de cabelos azuis, fazendo os soldados vermelhos começarem a ouvir a voz dele.
- Você está errado! - A fada negou a ele. - Nós entramos aqui com esse equipamento diferenciado porquê convertemos os nossos personagens principais dos jogos pra cá!
- Só um idiota converteria seu personagem principal pra um servidor de teste, né? - O encapuzado de poncho deu uma risada nasal. - É tudo mentira deles!
Isso não é bom.
O PoH tá manipulando todos eles, e agora não dá mais pra gente parar esse tumulto todo. Ao tentar mais uma vez falar para convencer os outros vermelhos, a tal Siune levou uma facada no braço.
- Siune! - Naquele momento, o Moonphase e a Mei-Mei foram tentar ajudá-la.
Eu fico feliz por ter me encontrado com eles depois de muito tempo, mas um campo de batalha não era lá um lugar bom pra um reencontro.
E ainda assim, não podia simplesmente ignorar o meu dever. O Hanayuki ainda precisa de pelo menos uns trinta minutos pra se curar por completo. E o tempo tá acabando.
Eu estava ficando exausto de tanto lutar. Estou combatendo há horas, e precisava tentar pelo menos reunir o máximo de força o bastante pra enfrentar o Gabriel.
Eu preciso ir salvar a Alice.
Mas também preciso ajudar os meus companheiros.
De repente, um dos vermelhos foi pra cima de mim e eu o parei quebrando o seu pescoço com um chute da minha superforça. Em sequência, haviam mais sete deles vindo pra cima de mim agora armados com lanças.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Umbra! Forma de Elemento. - Pude ouvir a voz da Eydis conjurando um feitiço de Elemento Umbra, e disparando uma esfera de sombra contra aqueles vermelhos. - Bola das Sombras!
- Eydis? - Olhei estupefato pra ela, já que ela apareceu bem rápido.
- Cuidado com a sua retaguarda, Eugeo! - A acinzentada pegou a sua Espada do Corte Sombrio e atacou mais um vermelho.
Eu posso estar ficando exausto e cansado, mas não vou parar. Não posso parar! Se a Administradora me fez para ser o Cavaleiro da Integridade mais poderoso, vou levar tudo ao pé da letra contra esses vermelhos se for necessário!
- Pela Alice!
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Asuna já não estava mais aguentando lutar e ao mesmo tempo aguentar a dor do seu corpo e do seu cérebro, devido abusar muito da manipulação de terreno da Deusa Stacia.
Ela já estava se arrependendo muito por ter feito os seus amigos lutarem em uma guerra apenas para proteger Kirito, Eugeo e Alice. O dever dela de levar os dois A.L.I.C.E.s estava ficando sufocado depois de todos aqueles players estarem tendo as suas contas deletadas, e também com os soldados de Underworld morrendo permanentememte.
Em um sinal de desistência deixando a sua espada cair no chão, ela notou que um dos vermelhos iria atacá-la. Mas o golpe parou apenas com um grito.
- PAREM!!!
O player vermelho que iria atacar a Asuna parou o golpe da espada, mas não resistiu a sensação de vitória e deu um tapa na acastanhada, fazendo ela cair com chão dolorida.
Ela apenas se entristeceu ao ver que Klein e Agil estavam feridos, Silica e Lisbeth chorando em arrependimento, tendo agora apenas poucos guerreiros de pé vivos, incluindo cinco Cavaleiros da Integridade restantes aquelas ruínas.
Decidindo começar a agir diretamente, PoH foi até Asuna abrindo caminho pelos vermelhos e a ordenou.
- Agora larguem as suas armas e rendam-se. - O hispânico ordenou a ela. - Se você obedecer, não matarei você ou os seus subordinados, e nem aquele loirinho de armadura ali. - Ele apontou para o Eugeo, que se enfureceu ao ter sido citado pelo PK. - Ele e aquela outra garota loirinha são muito importantes lá fora, não é?
- Não fale besteiras! Acha que não hesitaríamos em morrer a essa altura... - Antes que Sortiliena pudesse continuar a sua negação com o hispânico, Asuna a interrompeu.
- Obedeçam a ele! - Asuna ordenou chorando para ela e os Cavaleiros da Integridade, usando a sua autoridade de Deusa Stacia. - Por favor! Vocês precisam viver! Eu sei que isso é humilhante, mas por favor, fiquem vivos!
Eugeo se irritou com o fato de que ele se mover, seus amigos iriam morrer. Ele, Eydis e os outros apenas acentiram a ordem de Asuna e largaram as suas armas no chão.
Após o início de uma grande gritaria de vitória pelo lado dos vermelhos, PoH deu um sorriso de lado e foi até a Asuna.
- Há quanto tempo, Relâmpago. - O hispanico tirou o capuz, soltando os seus cabelos cacheados e mostrando a tatuagem no seu rosto, deixando a ex-comandante perplexa ao ponto de apenas falar isso.
- PoH.
- Ah, eu tenho que admitir que tava com saudade desse nome. - Ele riu pra ela, com uma sensação de bem forte de nostalgia. - Fico feliz por ter lembrado dele.
- Isso é vingança? - Asuna o questionou, tentando entender o que ele queria. - Por causa das Linhas de Frente terem exterminado a Caixão Sorridente?
Isso fez Vassago rir histéricamente com uma gargalhada, ao ouvir tamanha falta de informação vindo de Asuna.
- Caralho, você é tão burra assim, é?! - Ele riu maléficamente pra ela e decidiu jogar as cartas na mesa. - Só pra deixar bem claro. Sabe quem foi que deu a dica do esconderijo da Caixão Sorridente pra vocês? Fui eu.
Isso agora fez Eugeo, Asuna, Klein, Agil e Argo boquiabertos ao ouvirem o que saiu das palavras de Vassago.
- Claro, isso foi bem difícil. Já que o Mensageiro das Rosas quase estragou o meu plano, mandando aquele item raro pra Argo. - Ele agora se referiu a Argo e o Eugeo. - Mas até que não foi tão ruim assim. Eu pude ver a sua verdadeira face assassina naquele dia, não é mesmo, Eugeo?
- PoH... - O loiro se enfureceu com ele.
- Você tá com a bola toda, não é mesmo? Teve uma vida nova em Underworld, se tornou um Cavaleiro da Integridade... Eu queria ganhar na loteria assim também, me dá até uma inveja. - O hispanico zombou dele, fazendo Eugeo se irritar com ele.
- Por quê você...
- Eu sempre quis transformar vocês das Linhas de Frente em assassinos. - Ele respondeu de forma simples e direta para ambos. - Vocês que ficavam sempre se achando os heróis lá nas linhas de frente enfrentando os chefões de andar.
- Então era por isso? - Eugeo ficou furioso ao entender o que o Vassago queria fazer com o seu melhor amigo. - Pra você fazer o Kirito carregar o peso de ser um jogador assassino?
- Sim! Sem dúvida nenhuma, sim! - O hispanico respondeu falando agora em inglês, ou então em Língua Sagrada para o loiro. - Depois que eu fui obrigado a fugir, já suspeitei que você tinha mandado o item de rastreamento pra aquela rata. Então, se eu iria ser derrubado, que a minha guilda fosse também. Além disso, eles já não tinham mais serventia pra mim. Você tinha que estar lá, cara. - O moreno da capa de poncho agora se focou em Asuna e nos outros. - Eu observei a luta escondido e quando eu vi o Espadachim Negro surtando e matando dois caras. Por um triz que eu não me mijei de rir pra ser revelado por vocês.
- Você tem ideia do quanto o Kirito sofreu por aquilo, seu desgraçado?! - Asuna estava com tamanha raiva do hispanico.
- Ah, é mesmo? Fico feliz em saber disso. Mas eu acho isso um pouco suspeito. - Ele estendeu sua mão para o seu cabelo cacheado e deslisou com seus dedos. - Se ele estivesse mesmo arrependido daquele inferno, ele não estaria com nojo de jogar VR de novo? Por ter matado pessoas lá dentro? Ele está aqui também, não tá? - Agora o hispanico deixou Asuna com um nó na língua, e já dando uma pequena risada ao olhar em direção as carruagens. - Bom, acho que vou perguntar direto até ele. E vocês vão trazer ele até mim agora, se não vou mandar esses caras atacarem o que sobrou de vocês.
Em seguida, Ronye se levantou e foi indo em direção a carruagem aonde o Kirito estava. E apesar dos apelos de Tiese, ela acabou trazendo de lá de dentro, um certo Cavaleiro da Integridade de cabelos e olhos pretos inexpressivos vestindo uma elegante armadura negra-dourada e erguendo em seu único braço restante a sua Espada do Céu Noturno e a cópia quebrada da Espada da Rosa Azul de Eugeo.
- KIRI... - Eugeo tentou ir para cima do hispanico, mas rapidamente foi impedido por Eydis e Itsuki que o seguraram. - Me soltem! Ele precisa da minha ajuda!
- Não, Eugeo! Você não pode esquecer do plano! - O atirador o lembrou do plano para irem até o sul. - A Kureha e a Zeliska tão vindo pra cá a qualquer momento. Não pode deixar todo o plano sendo jogado fora.
- A Alice precisa de você, Eugeo. Então se controla. - A acinzentada pediu a ele, olhando fixamente nos olhos verdes dele. - Por ela.
Apesar de ser incrívelmente poderoso e habilidoso, o loiro teve que relutar e aceitar aquela humilhação para não deixar os seus amigos morrerem. E sim, ele queria salvar Alice mais do que tudo.
Mas a sua relutância em ficar para ajudar seus companheiros estava o dominando.
- Tá bom. - O loiro acentiu com a cabeça e olhou para a Eydis e os outros. Vendo que inevitavelmente o plano de fuga iria começar, ele precisaria da ajuda dos Cavaleiros da Integridade. - Mas eu preciso da ajuda de vocês todos pra isso.
- Acho que nós podemos dar uma mão com isso. - Dessa vez veio Yuuki acompanhada de um player misterioso do ALO com uma capa e uma bandana roxa.
- Ei, você é o... - O loiro se surpreendeu com o rosto daquele player, e decidiu aceitar a ajuda dele.
Enquanto Eugeo explicava o plano para os seus amigos sobre ser levado em um transporte ao sul junto de seu dragão, Asuna estava completamente preocupada com o que aquele maníaco iria fazer com o seu namorado
- NAO! TUDO MENOS ISSO! - Asuna suplicava para que o PoH não machucasse o seu amado.
O hispanico notou que Ronye se colocou na frente do Kirito, mas ele apenas empurrou a menina bruscamente contra a Asuna e foi até onde o Espadachim Negro estava.
- Ei, o que é isso? - O hispanico começou a chutar as pernas de Kirito, tentando fazê-lo reagir. - E aí, Blackie. Oi, tá me ouvindo, ô seu Espadachim Negro?
Naquele momento, Kirito Synthesis Trinta e Três estava começando a chorar apesar do seu semblante inexpressivo.
- O Kirito tentou por meses se levantar durante a batalha, e ele já sofreu muito. - Eugeo tentou defender o seu melhor amigo, mesmo estando impotente naquele momento. - Se você o machucar, eu mesmo te mato!
- Você já entendeu?! Ele lutou até o fim sem descansar e agora está ferido! - Asuna complementou as palavras do loiro. - Então deixa logo o Kirito em paz!
- Ah, qualé né! Tá de tiração com a minha cara, porra?! Que coisa mais sem graça! - Vassago ignorou os avisos de Eugeo e Asuna, já começando a maltratar Kirito. - Já mandei você levantar! Levanta agora, cacete! Bom dia! - Agora ele o chutou da cadeira de rodas, fazendo-o cair no chão.
Por um curto momento, os olhos de Eugeo entraram em Modo Vecta ao ver Kirito sendo maltratado por aquele maldito. E infelizmente, as vozes percorreram na sua mente novamente com diversos clamores de dor e misericórdia.
- Socorro!
- Me salva!
- Eu quero morrer!
- Tenha piedade, por favor!
- "Eu só vou repetir mais uma vez, calem a boca!” - O loiro gritou em sua mente para aquelas almas amarguradas e as calou. Ele suspirou bem fundo usando o seu auto-controle, tentando focar no fim de sua sinfonia vocal de sofrimento na sua mente, e conseguindo afastar as vozes novamente.
- Tá brincando que você tá mesmo quebrado, né? Você virou um Cavaleiro da Integridade nesse mundo e ainda por cima nem vem sentar a mão na minha cara? Mas que vergonha. O grande herói do Sword Art Online virou um vegetal agora. - Ele se enfureceu ao ver que a pessoa na qual ele mais admirava estava naquele estado tão deplorável. Ele pegou a cópia da Espada da Rosa Azul e a abriu, vendo que ela estava quebrada. Mas Vassago percebeu que Kirito apenas olhava para lâmina, e levantou a sua única mão para ela. E ele gostou disso. - Ah, e olha só! Ele finalmente se mexeu! Você quer isso, é? Vem pegar. - O hispanico começou a brincar com ele estendendo a espada e a jogou para longe do moreno. Em seguida, ele agarrou o braço de Kirito e o ergueu para o alto enquanto dava tapas nele. - Ei, fala logo alguma coisa!
- Seu filho de uma puta! Não ouse tocar no Kirito! - Klein se levantou irritado, mas acabou sendo levado ao chão por uma lança dada por um vermelho. Os seus amigos se preocuparam com ele, mas mesmo assim o ruivo samurai estava com sangue nos olhos, apesar da dor. - Eu nunca vou perdoar você!
No momento em que Vassago iria atacar o Espadachim Negro, em uma fração de segundo, Yuuki e mais um player misterioso atacaram PoH para que ele soltasse o Kirito.
Ele não teve escolha a não ser se defender da Comandante-Líder dos Cavaleiros Negros e do player do ALO.
Após se revelar, Asuna e Klein ficaram surpresos ao verem que se tratava do cara que havia roubado as memórias de Asuna durante os eventos do Ordinal Scale há um meses atrás.
- Ei, aquele ali é o... Eiji? - O ruivo olhou para ele, que agora estava diferente do que antes.
Em seguida, Yuuki e Eiji começaram a atacar o PK com mais fluidez, fazendo com que PoH criasse uma espécie de sombra em volta da sua arma, jogando os dois para uma distância mais afastada dele.
Enquanto os dois estavam afastados, de repente uma pequena fada apareceu e se materializou na forma de uma garota albina de olhos vermelhos, vestindo uma roupa de ídol.
- Quem é essa garota? - Yuuki olhou para ela, curiosa ao ver a ídol ao lado dele.
- Yuna? - Eiji se assustou ao ter visto a sua falecida amada na sua frente. E dessa mesma forma, todos os players, incluindo os coreanos ficaram surpresos ao ver a cantora aparecendo para eles.
- Foi mal pelo atraso, Eiji. - Yuna estendeu sua mão para ele, que sorriu e a pegou para se levantar. - Vamos nessa.
- Vamo nessa, Yuna. - Eiji deu um sorriso, fortalecendo-se mais agora ao lado dela. - Yuuki, pode deixar comigo. Eu cuido dele agora.
- Tem certeza? - A garota dos cabelos roxos olhou no olhar determinado do moreno, que apenas acentiu. - Beleza então. Você cuida dele.
- Pff... Eu quero saber é de que buraco que vocês saíram. - O hispânico se irritou com a ofensiva vinda de Eiji e Yuna.
Nessa mesma hora, Yuna começou a usar a uma espécie de encarnação enquanto cantava a sua música "Longing" para os players ouvirem, e a albina acabou dando diversos buffs de habilidade para Eiji, que teve as suas estatísticas de força elevada temporariamente.
- Agora esse é o segundo round. - O moreno de bandana deu um sorriso de lado e pulou para cima de PoH, iniciando novamente um combate violento.
Enquanto Eiji lutava, Eugeo apenas observava como aquela luta estava se movendo. Aquele garoto com certeza tinha boa habilidade, mas o PoH não era qualquer um. Uma hora, a vantagem de Eiji iria acabar em algum momento.
Enquanto observava a luta entre Eiji e PoH, o loiro continuava a narrar o plano para adentrar o avião de Itsuki, Kureha e Zeliska para levar o Hanayuki, e então, terminarem o processo de cura no caminho até o Altar do Fim do Mundo.
- ...e esse é o plano. - O loiro terminou de explicar tudo para os outros Cavaleiros da Integridade.
- Muito bem, nós aceitamos. - Nelgius concordou em ajudar Eugeo com o plano de fuga. - Mas nós ainda temos um problema.
- Pra realizarmos o salto, a nossa Release Recollection deve funcionar. Mas somos clones da Assimilação Sanguínea da Eydis. - Entokia começou a explicar a outra parte do problema de usar a Release Recollection deles no estado atual da Eydis. - A Eydis já tá muito exausta só de usar as clones dela e depois de usarmos todo o nosso poder, os nossos clones vão sumir e o prejuízo da encarnação vai vir para o corpo da Eydis.
- E com o meu estado atual, só vou conseguir usar agora a minha encarnação em poder total se os clones do Nelgius e do Entokia se forem primeiro. - Eydis explicou para Eugeo, enquanto olhava para a sua Espada do Corte Sombrio de forma um pouco temerosa. - Mas pra te ajudar, eu vou ter que liberar todo o meu poder. E isso vai fazer com que a minha clone das sombras que está lá no Portão Leste suma. Depois disso, não vou poder mais lutar por algum tempo.
- Mas a sua Release Recollection não tá sobre uma restrição de poder da Administradora? - O loiro a questionou, lembrando-se de quando Eydis explicou sobre os poderes misteriosos de sua arma divina.
- Sim, ela tá. Mas em casos de extrema importância eu posso usar ela. E isso é uma extrema importância. - A acinzentada o respondeu, olhando um pouco temerosa para a sua espada e ao mesmo tempo tocando em seu olho direito. - E além disso, loirinho... Eu sou a sua mentora e é o meu dever te proteger também.
Depois do que os três falaram para o loiro, ele ficou preocupado com o que iria acontecer com eles. Renly já estava seriamente ferido por ter protegido a Tiese, e uma vez depois que o plano do Eugeo for colocado em prática, ele não poderá mais voltar atrás.
Isso só mostraria que a Eydis, o Nelgius e Entokia estariam esgotados. Isso significava também que os jogadores do Mundo Real estariam indefesos sem o apoio firme dos Cavaleiros da Integridade.
- Eu... Não posso ir. - O loiro soltou fracamente a sua mão direita, mas empunhou com mais força agora. - Não ainda. Eu sei que a Alice precisa de mim, mas não posso simplesmente deixar vocês aqui pra morrerem.
- Eugeo... - A acinzentada chamou a atenção dele, olhando para baixo um pouco temerosa com o que iria falar para ele. Ela já sabia que ele não iria para o altar, se tivesse que proteger os seus amigos. Mas no momento, a Alice era a prioridade principal. E mesmo tendo prometido a sua melhor amiga que não fosse revelar esse segredo ao namorado dela, Eydis precisava contar a verdade se isso significasse que o Eugeo seguisse em frente. - Eu prometi que não iria contar, mas do jeito que as coisas estão, não dá mais.
- Eydis, do que você tá falando? - O loiro estranhou com o que ela quis dizer.
- A Alice tá grávida. - Eydis revelou a ele sem negar mais a verdade.
Renly, Nelgius e Entokia ficaram chocados ao ouvirem a declaração de Eydis para ele, mas Eugeo era o mais surpreendido.
- A Alice... - O loiro a olhou com um semblante completamente sem reação para ela. Depois de alguns segundos raciocinando, ele finalmente assimilou as palavras que sairam da boca de Eydis. - Espera, Eydis. Você... não tá brincando comigo agora, não é? É mais uma outra pegadinha sua?
- É verdade o que eu tô falando. A Alice tá grávida de você, Eugeo. - Ela novamente falou para ele.
- Espera, ela... Ela tá grávida mesmo? - Isso fez Eugeo entender agora o motivo do porquê ela estar tão estranha ontem, quando ela o abraçou com um comportamento incomum e o porquê de estar tão manhosa, carente e com uma mudança no apetite. Isso fez com que uma imensa mistura de sensações como felicidade, medo, ansiedade, e várias outras acalorassem o seu coração e uma lágrima escapou-se de seus olhos. - Mas por quê? Por quê ela não me contou?
- Porquê era sobre ela experimentar o desconhecido da vida depois do Ritual de Síntese. Ela não quer aceitar a gravidez dela, por causa que ela tem medo de ser mãe e estava planejando abortar. Mas eu senti que não é só isso. - A acinzentada contou a ele os medos que Alice tinha em relação ao bebê, e queria muito poder mudar a decisão dela em aceitar a criança. - Eu sinto que ela não quer abortar o bebê, e você pode fazer ela mudar de ideia. Se você ama tanto ela, sabe que você é o único que pode decidir o que fazer com o bebê junto dela. Eugeo, vai logo embora daqui. A sua família precisa de você.
"Família."
Ele seria pai. E ele teria um filho no qual era a sua maior prioridade.
Eugeo e Alice estavam criando uma família com aquele bebê. Uma família que os preenchesse por completo. O loiro entendeu que ela tinha medo de que ele a rejeitasse por mentir pra ele, já que ela não sabe realmente como esperar ser uma mãe pelo fato dela não ter mais as suas antigas memórias, um instinto materno recém-adquirido no qual ela não sabia o que fazer com ele e o medo de amar incondicionalmente um bebê gerado por ela mesma.
E claro, ele acabou de descobrir pela Eydis que ele e Alice iriam ser pais. Ambos teriam uma responsabilidade tão grande a partir daquele momento.
Foi agora que ele rapidamente ficou desesperado, pois agora naquele momento, Alice e o bebê deles estavam correndo um grande perigo pois Gabriel estava atrás dela.
Ele não iria deixar o seu progenitor roubar a alma da sua amada, nem que ele tenha que morrer pra isso acontecer.
Só loiro poderia convencê-la a mudar de ideia sobre abortar o bebê, e apenas ele poderia.
Eugeo nada mais falou, e em seguida olhou para Kirito que começou a apontar em direção a ele, e em seguida para o sul. Será que aquilo seria um significado do que o loiro precisava fazer?
Ele não podia mais pensar sem agir. Ele é Eugeo Synthesis Trinta e Dois. O último Cavaleiro da Integridade da geração do Ritual de Síntese e também, o último deles a ganhar vida e juventude eterna. Portanto, o seu último ato naquele mundo seria proteger a Alice e o bebê deles até que ele não tivesse mais vida em seu corpo.
E ele iria fazer isso para honrar o sacrifício da Cardinal, da Charlotte, a Dakira, Eldrie e de todos aqueles que se foram e aqueles que ainda estavam lutando por ele e pela Alice naquela guerra. Sem mais nenhuma dúvida em sua mente e nos seus sentimentos, ele iria seguir em frente.
Pela sua amada e pelo futuro filho deles.
- Itsuki... Eu vou com vocês. - Ele olhou determinado para o atirador, que ficou surpreso ao ver Eugeo com os seus olhos verdes brilhando no tom demoníaco do Modo Vecta. - Eydis... Eu sei que a gente só se conhece há uns seis meses, mas eu agradeço por todo esse pouco tempo que aprendi sobre como ser um cavaleiro com você. Apesar das suas brincadeiras serem um pouco chatas, você se tornou uma grande amiga e parceira pra mim. Sei que algum dia você e o Eldrie vão poder ver a Alice de novo, e também vai poder se lembrar da sua vida passada.
A acinzentada deu um sorriso largo ao ver que o seu aluno finalmente decidiu o que iria fazer, e também pelas palavras gentis dele. Ele protegeria a sua melhor amiga, e isso era o suficiente para ela.
- Tá bom então, loirinho. É melhor você prometer mesmo. Se for se despedir dos outros, vai logo. - A acinzentada começou a recitar um cântico para liberar temporariamente a sua restrição de poder. Nesse mesmo tempo, o loiro foi até onde estavam Yuuki, Mei-Mei, Moonphase, Argo e os Cavaleiros Sonolentos que estavam cuidando dos ferimentos de Siune.
- Pessoal, eu preciso ir embora. A minha família precisa de mim. - O loiro falou um pouco hesitante para os quatro, pois aquela provavelmente seria a última vez que os veria se não atravessar o Mundo Real. - Mesmo assim, eu vou voltar.
- Promete mesmo que vai voltar pra casa dessa vez, não é, Eugeo? - A ex-Beater dos cabelos de mel olhou nos olhos do loiro, que não demonstravam nenhum sinal de medo.
- Sim, dessa vez eu vou, Argo. - Ele acentiu pra ela, que apenas deu um sorriso fraco.
- Acho bom você voltar dessa vez. - Mei-Mei e Moonphase falaram ao mesmo tempo, enquanto abraçavam o seu amigo depois de quatro longos anos. - A gente se vê de novo, do outro lado.
- Pode deixar, galera. Eu prometo. - Ele falou, enquanto se separava do abraço deles três. Agora dessa vez, foi a vez de Yuuki se despedir do cavaleiro. - Yuuki, depois dessas últimas horas lutando lado a lado com você, pude ver que você pode ser uma grande líder. O Lorde Shasta e a Comandante Lipia ficariam orgulhosos ao verem você em combate com os Cavaleiros da Integridade. E eu também. - O loiro sorriu pra ela, estendendo o seu punho. Ela acabou soltando uma lágrima e tocou o seu punho com o dele. - Mesmo a gente tendo pouco tempo pra conversar, fiquei feliz por te reencontrar depois de tanto tempo, amiga.
- Valeu, loirinho. - A garota dos cabelos roxos sorriu pra ele alegre por ter pelo menos visto Eugeo depois de anos além daquela cama de hospital. - Eu sei que você vai ser um pai incrível. Não faz nenhuma burrada com a Alice.
- Pode deixar, que eu não vou.
Tiese começou a chorar, sabendo que o seu mentor iria embora para provavelmente nunca mais voltar. Ele iria junto com a Alice para o Mundo Real. O loiro percebeu que ela estava triste, e então deu um cafuné nos seus cabelos.
- Tiese, não precisa chorar. Um dia, eu vou voltar pra cá. - Ele limpou as lagrimas que caíam pelo rosto dela. - Até lá, você terá a vida toda pra seguir em frente. Quando eu for embora desse mundo, quero que você herde a minha Espada da Rosa Azul e o meu nome de Trinta e Dois, quando se tornar uma Cavaleira da Integridade. Quero que você e a Ronye sigam o sonho de vocês duas e se tornem Cavaleiras da Integridade ainda melhores do que eu. - Ele sorriu para elas duas, que apenas acentiram com um sorriso alegre.
- Eu vou tentar, senpai! - Ela prometeu a ele. - Vou me tornar uma grande cavaleira assim como o senhor.
- Eu também vou dar o meu melhor por você e pelo Kirito-senpai. - Ronye também prometeu ao loiro, não conseguindo esconder as suas lágrimas do seu segundo mentor.
- Eu sei que vão. - Eugeo sorriu gentil pra elas, sabendo que um dia elas serão fortes e grandes cavaleiras. Agora ele olhou pra Renly e deu um olhar firme pra ele. - Renly, se não fosse por você, a Tiese poderia ter morrido com aquela saraivada de armas. Fico grato por ter lutado ao seu lado, junto com o Nelgius, o Entokia e a Eydis também. Você é a pessoa mais corajosa que eu já conheci e peço que você proteja o pessoal com toda a sua coragem. Peço pra que proteja ela até essa guerra acabar.
- Pode deixar comigo, Eugeo. - O esverdeado mais novo acentiu pra ele, dando um sorriso tristonho, mas com um olhar forte pra ele.
Nelgius estava um pouco entristecido ao ver que o membro mais jovem e o mais poderoso dos Cavaleiros da Integridade estava indo embora contra a sua vontade, e apesar de ter conhecido ele e Kirito por pouco tempo, como naquela visita no baile do castelo da família da ex-pajem Medina Orthinanos, ele perdoou ambos os espadachins após saber a verdade por terem se rebelado contra a Igreja de Axioma. Diferente de Entokia que era bem mais compreensivo, o esverdeado mais velho nunca foi o mais sensato entre os dois.
Mas ainda assim, ele se orgulhou por ver ele lutando sem parar pra proteger os seus aliados. Já em relação a Entokia, ele gostou de ter conhecido Eugeo e Kirito. E apesar da história triste deles com a Alice, o trio ainda permanecia unido pela amizade que eles alimentavam desde criança. E isso era o suficiente para ter a confiança no cavaleiro loiro, assim como a sua confiança cega no seu melhor amigo e parceiro de cabelos verdes ao seu lado.
Enquanto Eugeo terminava de se despedir dos seus amigos, naquele mesmo momento em que Eydis começava a desativar a sua restrição de poder, a luta entre Eiji e PoH continuava seguindo firme.
Agora com a ajuda de Yuna por ter elevado suas habilidades, ele estava com vantagem.
Dando um chute certeiro nas costas do hispanico, o moreno seguiu lutando enquanto Yuna conseguia convencer todos os vermelhos da verdade usando a sua música.
- Então aquela é mesma a Yuna?! Isso significa que esse servidor aqui é japonês! - Finalmente os coreanos começaram a raciocinar ao verem a Idol cantando.
PoH acabou tentando dar uma rasteira para fazer Eiji cair no chão, mas ele rapidamente desviou do golpe.
Mas o ex-lider da Caixão Sorridente não desistiria tão facilmente daquela luta e da sua oportunidade com o Kirito, Asuna e Eugeo. Ele acabaria com esse player e focaria neles três em sequência.
Com a sua aura assassina, o hispânico foi para cima de Eiji com a sua Mate-Chopper, ativando uma Sword Skill contra ele. Mas o moreno de bandana estava mais ágil, e conseguiu desviar do golpe de PoH.
- Seu maldito. Quem é você? - PoH o questionou, tentando saber quem era esse cara que estava atrapalhando os seus planos.
- Eu sou... - Eiji apertou seus punhos firmemente, olhando com convicção para o assassino. Focando na sua força da imaginação, suas roupas de Imp do ALO sumiram, dando espaço as suas antigas roupas brancas do Pacto de Sangue. Isso fez Asuna e os outros ficarem completamente estáticos. - Um membro dos Cavaleiros do Pacto de Sangue! Nautilus!
- Nunca ouvi falar de você, seu verme! - PoH atacou Eiji novamente com um ataque frontal, mas o rapaz das vestes brancas desviou novamente. Isso fez com que Eiji desse uma rasteira em PoH, e tentasse acertá-lo com sua espada. Mas infelizmente o hispanico se defendeu com o seu cutelo de combate e ganhou um pouco de distância dele.
- Isso porquê naquela época do SAO, eu era um covarde e um inútil total. Mas agora é diferente! - Eiji acertou uma Sword Skill na capa de PoH, fazendo o hispanico se irritar. - Por você ter matado tantos dos meus companheiros em Aincrad, eu nunca vou perdoar você!
Ambos começaram a correr indo em direção reta um contra o outro, e no momento em que iriam chocar as suas armas, PoH lembrou-se do seu passado de como foi que o seu ódio pelos japoneses apareceu.
Por causa da sua mãe que era espanhola ter tido um caso com um acionista japonês que era sempre ausente, como resultado, ele era um fruto não-agraciado por nenhum de seus pais. A sua mãe sempre odiou o próprio filho, por ter causado a ruína na vida dela ao ponto dela começar a chamá-lo de "Filho do Diabo". E ele foi obrigado a doar um de seus rins para o seu meio-irmão mais velho, em troca apenas de continuar fazendo a sua mãe conseguir manter a pensão. Após vários momentos na sua vida, já havia abandonado a sua mãe e chegado a fase adulta e roubou um NerveGear para realizar um trabalho e invadir o jogo do SAO e matar um filho de um criminoso dentro de lá. Mas ao descobrir que aquele mundo mortal poderia dar a ele tudo o que ele quer contra aqueles players, ele gostou e aderiu ao nome do seu personagem, se auto-referindo como PoH, the Prince of Hell, ou Príncipe do Inferno para os que entendiam o significado da línguagem.
Nesse mesmo momento, o hispanico piscou os seus olhos e colocou toda a sua raiva no seu cutelo e arrancando brutalmente os braços de Eiji.
- Um merda japonês igual a você achou mesmo que conseguiria me vencer, é? - PoH sorriu maléficamente ao estender o seu cutelo contra Eiji, que estava ferido no chão. Ele cortou brutalmente o seu peito e o chutou nas costelas, levando o ex-cavaleiro do Pacto de Sangue para perto de onde estavam os amigos de Asuna. - É assim que eu quero te ver, seu merda. Pode se debater igual um verme o quanto quiser, pois é aqui que você vai morrer. - O hispanico sorria maléficamente para ele, indo atacá-lo para tirá-lo bruscamente de Underworld.
Mas no momento em que iria atacá-lo, Eiji reuniu o restante das forças que ele tinha e ignorou a dor dos seus braços decepados e no seu corpo para morder o pescoço do hispanico e arrancar a carne dele, com sangue e tudo.
- Eu não sou mais o mesmo de antes, seu merda! - Eiji cuspiu o sangue da carne do pescoço do hispanico, e inevitavelmente levou um golpe fatal na coluna.
Isso fez com que Yuna fosse correndo até Eiji, preocupada com ele tendo se ferido tanto. Enquanto ela corria, suas roupas de ídol acabaram sendo substituídas pela sua roupa de alaúde do SAO.
- Yuna... - Eiji sentiu a mão dela em seu ombro, e olhou para os olhos acastanhados da jovem cantora. - Eu fiz o que precisava fazer?
- Fez sim, Eiji. - Yuna sorriu pra ele, enquanto olhava para o céu se fixando na figura mecânica que se aproximava daquele lugar. - EUGEO! AGORA!
Nesse mesmo momento em que Eiji e Yuna foram deslogados de Underworld, um estranho barulho começou a aparecer nos céus. Se tratava de um som estridente e fixo que não reduzia. PoH rapidamente olhou para cima, e viu que esse barulho se tratava de um avião de carga avançado do GGO, que estava descendo de altitude.
Ao ver daquela aeronave, ela já havia sido atingida por algumas lanças dos players vermelhos. Mas isso era apenas um detalhe, por enquanto. O papel de Itsuki, Kureha e Zeliska era especificadamente levar Eugeo até o mais próximo possível do Altar do Fim do Mundo.
Mas ao mesmo tempo em que o transporte aéreo apareceu, uma estranha névoa roxa e vermelha começou a surgir no ar em volta daquele campo de batalha.
- Ei, o que tá acontecendo? - Klein estranhou ao ver a névoa em volta dele.
- Essa névoa tá me deixando tonta... - Silica fechou os seus olhos e ficou abaixada, tentando evitar ainda mais os efeitos da encarnação de Eydis.
- Enhance Armamento! Matança Silenciosa! - Eydis criou a densa névoa distorcedora de sentidos usando a sua segunda fase do aprimoramento, que começou a se espalhar pelo campo de batalha. - Liberação de Memória! Matança da Profundidade! - A acinzentada impulsionou ainda mais a sua névoa roxa, elevando a sua encarnação para o nível dois mas sem disparar aquela rajada de lâmina roxa. - Comandante Yuuki! Manda o brabo aí!
- Não me subestime, Cavaleira da Integridade! - Yuuki deu um sorriso convencido e levantou a sua Oborogasumi para cima, já usando o sangue daqueles vermelhos que ela já havia matado antes mais cedo. - Enhance Armamento! Campo de Sangria! - A garota de cabelos roxos ativou a sua Encarnação, formando uma névoa de sangue envolta da névoa da acinzentada. - Liberação de Memória! Expansão Sanguinária!
O sangue vindo da espada de Yuuki se misturou com a névoa assassina de Eydis, dando a Eugeo uma perfeita cortina de fumaça onde todos estariam com os sentidos distorcidos. E como o loiro sabia bem das técnicas da Arte do Controle Total de Armas de sua mentora, ele começou a colocar em prática o seu plano.
- Enhance Armamento! - Eugeo estocou a sua Espada da Rosa Azul no chão utilizando a sua primeira fase de aprimoramento, criando uma espécie de rampa gigante com uns trinta metros de comprimento na mesma trajetória por onde aquele avião iria passar. Em seguida, o loiro ergueu a sua Arma Divina para o alto e focou o seu poder na sua segunda fase de aprimoramento, disparando as suas rosas azuis de navalha para ajudar na cobertura da névoa de Eydis. - Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas! - Nesse momento, Eydis e Itsuki se seguraram em Eugeo nas costas da armadura dele, enquanto Nelgius e Entokia começavam a usar a sua encarnação para empurrar os três para o alto com um impulso. - Hanayuki! Voe pra dentro daquele transporte voador! Você consegue aguentar a dor um pouco?
O dragão acentiu a ordem de seu mestre e ignorou a dor de sua asa para tentar voar em direção a porta de carga do avião. Naquele momento, Eugeo, Eydis, Yuuki e os outros se lembravam atentamente do plano do loiro.
- “Esse vai ser o plano: Eydis e Yuuki, vocês duas vão criar uma névoa pra fazer com que aquele cara não se distraia com a gente. E nessa mesma hora, eu vou criar uma distração fazendo uma rampa gigante de gelo na mesma trajetória pra dar impulso para cima usando as encarnações de vocês dois. - Agora ele apontou para o esverdeado e o azulado. - E Nelgius e Entokia, vocês dois vão empurrar eu, a Eydis e o Itsuki até aquela coisa no céu. Quando acabar o tempo do pulo de vocês, nós três pegaremos impulso com a minha superforça e chegamos naquele transporte, levando o Hanayuki junto pra me levar até o sul. Só vai depender da Kureha e da Zeliska. Se conseguirmos pular na distância e com a velocidade certa, ai é certeza!”
- Essa é a minha última rajada de raios que eu vou poder fazer. Com a minha Encarnação Final nesse estado, minhas pernas vão ficar inutilizadas por um algum tempo. Não posso desperdiçar essa única chance. - Nelgius lembrou-se do plano de Eugeo, e ao suspirar fundo, o esverdeado começou a focar em todo o seu poder na sua Encarnação Final girando constantemente a sua Lança da Tempestade Brotante em alta velocidade, usando os seus sentidos aprimorados e a sua superforça. - Os raios do céu chegam a rasgar a nuvem mais branca e pura como uma agulha, calma e imponente. Eletrocute e queime todo o inimigo que lhe desafiar, minha lança retentora de todas as tempestades. Release Recollection! Deus do Trovão Flamejante!
De repente, uma poderosa aura esverdeada de raios e chamas percorreram-se por todo o seu corpo, se fixando ainda mais nas pernas e nos braços dele.
- A força bruta de um raio chega na terra como um som calmo de um trovão. Pelo céu azul que se enegrou no ar invisível, una todas as suas cargas para que ele caia como uma chuva violenta e seja uma cachoeira imparável, tão destrutiva quanto um raio. Release Recollection! Impacto da Cachoeira Trovejante! - A Encarnação Final de Entokia começou a formar uma imensa aura elétrica percorrendo de sua Espada do Trovão Rugente até o seu corpo, fazendo com que diversos raios negros cobrissem o seu corpo e a sua espada.
As forças das Armas Divinas de Nelgius e Entokia elevadas na Encarnação Final deram impulso a Eugeo, Eydis e Itsuki com apenas uma pisada firme no chão. Naquele momento todos os seis começaram a deslizar para cima daquela numa alta velocidade, devido a velocidade dos raios da Release Recollection de Nelgius e pela força dos raios da Release Recollection de Entokia. Todos no campo de batalha estavam estáticos ao olhar para os Cavaleiros da Integridade subindo naquela rampa de gelo que acabara de aparecer no meio do nada!
(N/A: Essa cena da fuga foi inspirada na cena do resgate do Bakugou, na 3ª Temporada de Boku no Hero Academia. Assistam esse episódio pra entender e reimaginar essa cena.)
Ao chegarem ao topo da rampa, os quatro cavaleiros pularam da construção de gelo com a superforça e velocidade deles, destruíram a ponta da rampa no processo. PoH não pôde ficar se distraindo com aquilo e rapidamente pulou pra cima dos três que saltaram dela na frente.
- Boa sorte, Eugeo! - Naquele momento, Nelgius e Entokia sumiram em uma fumaça branca após usarem a Encarnação Final deles.
Eydis rapidamente começou a perceber uma presença com intenção assassina se aproximando deles, e ela acabou levando-se aos seus instintos.
- Eugeo, vai agora! - A acinzentada usou a sua força para dar impulso ao Eugeo, que rapidamente viu que ela estava improvisando.
- Eydis, o plano não era esse! - Ele parou um chute dela com a sua manopla esquerda, que ela já previu dele.
- Agora é! - A acinzentada usou a sua superforça para chutar ambos os rapazes em direção ao avião, onde Kureha estava na porta de carga aberta e já esperando por eles
- VENHAM LOGO! - A ruiva gritou para eles e estendeu a sua mão, para que viessem logo para a aeronave.
O moreno se segurava nas costas de Eugeo, enquanto estavam subindo de altitude pela velocidade deles no ar. No mesmo momento em que eles chegavam no veículo aéreo, a acinzentada deu a sua atenção para o hispanico que estava se aproximando dela.
- Ó, Santa Escuridão da Luz. A sombra do abismo profundo percorre por dentro de mim. A minha espada localizada no lago negro é um contraste da minha alma sombria iluminada pelo sol... - Enquanto Eydis iniciava o seu cântico, o seu selo do olho direito começou a arder fortemente. Mas ela precisava ignorar a dor, e continuar para ativar logo a sua Encarnação Final. - Ignore cada parte da minha crença, o lado sombrio da minha ilusão é a minha razão para essa deusa pagã amar aquela serpente divina dos tempos antigos. Plante uma semente e crie um jardim onde a sombra jamais sairá da Queda da Noite! - No momento em que PoH se aproximou de Eydis, a acinzentada começou a ativar a sua Encarnação Final gritando bem alto, assim como a dor do seu olho que já estava começando a sangrar. - Release Recollection! Jardim das Sombras da Deusa do Abismo!
Uma névoa gigantesca percorreu por aquele céu na área daquelas ruinas, enegrando parte da atmosfera vermelha e induzindo PoH naquela escuridão total de Eydis. Até mesmo Asuna ficou boquiaberta com o tamanho poder da Cavaleira do Abismo.
- Que merda é essa?! Ei, sua cadela! O que você tá fazendo?! - O hispanico se irritou ao se ver cercado dentro daquela névoa densa. - RESPONDE!!!
Ela deu um sorriso de lado, enquanto o seu olho continuava a sangrar. De fato, a sua vontade de proteger o Eugeo, a Alice e o bebê deles estava praticamente dando vida ao seu dever.
- Esse é o meu verdadeiro poder. A Espada do Corte Sombrio é uma Arma Divina que foi criada pela Administradora, ao remover uma pedra debaixo do lago mais profundo de Underworld. A sombra dela pode sufocar e criar sombras através da minha própria sombra, e também pode distorcer os sentidos de qualquer ser vivo em uma névoa envolta da minha lâmina. E posso temporariamente, me tornar uma deusa pagã como os Cinco Deuses usando o poder dessa lâmina, a Deusa do Abismo. - Ela falava, enquanto o seu selo do olho direito pulsava de dor devido a ativação de sua Release Recollection. - A minha Encarnação Final aínda está incompleta, mas deve servir. Eu posso estar bem exausta pra não conseguir usar mais clones das sombras e talvez eu não tenha poder o suficiente pra te matar agora, mas deve ser o bastante pra você não alcançar o Eugeo.
A névoa roxa começou a criar uma silhueta violeta de uma clone das sombras de Eydis, e ambas se fundiram se resultando em uma transformação. A aparência dela estava completamente diferente, e a acinzentada estava usando uma roupa semelhante as roupas de deusa que a Asuna, Sinon e Leafa estavam usando.
No topo dos seus longos cabelos bege-acinzentados dela caindo em sua cintura, estavam uma tiara de obsidiana e a sua armadura foi substituída por uma longa saia preta, uma meia-calça e um top de metal da mesma cor, que serviam de proteção para o seu corpo e cobrindo os seus seios fartos. A silhueta da acinzentada se armou com a espada, e no meio daquela névoa distorcedora de sentidos, Eydis acertou diversas vezes o corpo do hispanico com várias rajadas de corte negro, fazendo com que PoH se defendesse com a sua arma, e sem sucesso, ele foi jogado para o chão com violência no meio daquele amontoado de players vermelhos que estavam estupefatos tentando entender o que houve.
Nesse mesmo momento, Eydis não conseguia usar mais o resto da sua Encarnação Final devido a dor do selo do olho direito e a adição de prejuízo ao uso das duas Release Recollection de Nelgius e Entokia combinado com a Assimilação Sanguínea de ambos e a própria Release Recollection dela. Ela reativou imediatamente a restrição de poder novamente e desativou sua Release Recollection, por pouco de perder o seu selo do olho direito.
- Mas que droga... - PoH se irritou ao ver que aquela Cavaleira da Integridade o atrapalhou novamente usando aquele poder de sombras, e rapidamente se levantou já apontando para ela. - Matem logo aquela puta desgraçada, seus lesados de merda!!!
O hispanico ordenou para que os vermelhos atacassem logo a Eydis, e ao ficarem sem o que fazer para pensar, eles apenas atacaram jogando as suas lanças e flechas para o alto, em direção a ela.
A acinzentada já desativou os seus poderes, e se transformou de volta para as suas roupas e armadura de Cavaleira da Integridade, porém elas estavam com parte da sua armadura destruída no lado esquerdo do busto, completamente exausta e ferida por usar a sua Encarnação Final. Ela caía em queda livre, esperando que o seu corpo fraco se juntasse ao solo ou pelo toque daquelas armas no seu corpo.
Só o que ela via era Eugeo, Itsuki e Hanayuki pulando em alta velocidade para dentro daquele transporte voador, indo em direção ao sul. Os três bateram contra o casco da aeronave, mas conseguiram chegar ao objetivo.
- ZELI, FECHA A PORTA DE CARGA AGORA! - Itsuki pediu para a amiga albina, que estava na cabine do piloto.
- Já tá fechado! - Zeliska fechou a porta, que estava vindo tamanha ventania e naquele momento, Eugeo, Hanayuki, Itsuki e Kureha estavam deitados no chão metálico daquele avião suspirando de tamanha adrenalina ao terem feito algo tão radical. Já a ruiva, começou a rir pela adrenalina e em seguida, o loiro e o moreno começaram a gargalhar junto com ela. - Vocês dois são malucos. Não acredito que deu certo.
- Isso foi ideia da Asuna. - Eugeo riu fracamente, enquanto terminava de se recompor e foi em direção ao seu dragão para observar os ferimentos dele. - Se não fosse por ela, o Kirito e os meus companheiros, eu não teria chegado tão longe.
O loiro ativou novamente o feitiço cura da Bolha de Água na cartilagem de Hanayuki, que havia se aberto ao ter voado para chegar no avião. Ele precisava terminar de curar o seu dragão, e teria que aproveitar a chance pois agora o processo de cura já estava quase terminado.
- Essa garota aí que você precisa salvar, ela é a sua namorada, não é? - Agora o moreno chamou a atenção do loiro de armadura. - Apesar da gente não conhecer você direito, já posso sentir que você é uma boa pessoa, Eugeo.
- Ah, obrigado, eu acho. - Eugeo se constrangeu ao ser elogiado pelo atirador, e ao mesmo tempo pensativo sobre ser uma "boa pessoa", já que ele queria tanto se vingar do seu pai por descobrir que ele era o responsável pela guerra, ao ter traído a confiança dele e ao saber das verdadeiras intenções que ele planejava com a alma de Alice. Ele estava muito grato pela Eydis e os outros, que o ajudaram demais só para chegar nesse avião. E apesar das dificuldades, ele precisava honrar o esforço deles. - Bom, de qualquer forma, eu já vou me preparando. Tenho que terminar de curar o meu dragão, e depois daqui, já posso ir voando pro Altar junto com ele. - Enquanto continuava com a cura, o loiro ouviu um "bip-bip" no avião. - Que barulho é esse?
Kureha estranhou o barulho no avião, e foi aí que ela viu diversas silhuetas rápidas se passando pelo lado de fora do avião. Quando a ruiva viu pela janela, ele arregalou o seu olhar para a asa direita da aeronave.
A névoa no chão já havia se dissipado e naquele momento, a acinzentada conseguiu cumprir com o seu papel. O seu aluno chegou no avião.
E agora Eugeo estava indo salvar a Alice e a criança de ambos.
Enquanto Eydis caía do céu, ela não parava de pensar nem por um segundo em como ela conseguiu usar todo o seu poder. Se não fosse por Eldrie e Alice, ela nunca teria ido tão longe por eles.
E como seria se ela não tivesse tocado naquele maldito lago proibido?
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Há 100 anos atrás em um pequeno povoado no império de Westabarieth, no Império Humano, uma pequena menina de cabelos acinzentados e olhos vermelhos estava andando por uma casa segurando em seus braços um ursinho de pelúcia.
Ela chegou até a cozinha e viu que o café da manhã estava vazio. Ela suspirou em cansaço e foi em direção ao quarto ao lado, já ouvindo umas vozes e pequenas risadinhas.
Ao ver, a menina olhou para a uma acinzentada mais velha que estava rindo enquanto dormia.
- Você é meu, você é minha e você também... - A acinzentada sorria enquanto sonhava, e a pequena já deu um olhar de nojo ao ver que a mais velha estava sonhando com algo bem depravado.
- Irmã, acorda! A gente vai se atrasar pra escola! - A pequena tentou novamente fazer ela acordar, balançando-a na cama. - É a sua vez de fazer o café.
- Tá, tá bom, já acordei. - A acinzentada mais velha já se levantou contra a sua vontade e já foi em seguida preparar o café da manhã dela. Em seguida, a pequena estava arrumada e pronta para ir ao colégio, enquanto a acinzentada mais velha já havia preparado toda a refeição para a menina. - Eu fiz o seu café favorito. Então pode encher a pança, maninha.
- Bolinhos de chuva com canela e panqueca de chocolate? - A menininha sorriu alegre ao ver a refeição que a irmã mais velha preparou especialmente pra ela. - Obrigada, Eydis!
- De nada, Mary. Você é a minha maninha e eu faço de tudo por você. - Eydis sorriu abertamente pra ela, enquanto limpava o rosto sujo de doces dela usando um guardanapo.
Após terminarem de comer, ambas as duas irmãs saíram já correndo para a escola do povoado, e para chegarem lá, precisavam dar a volta por um grande lago proibido próximo as Montanhas do Fim, o que dificultava um pouco o cruzamento da trilha.
Após deixar a sua irmã na escola, Eydis se despediu dela e foi realizar o seu chamado de pescadora naquele mesmo lago.
Estranhamente, ela sentia que havia alguma coisa lá no fundo do lago que chamava por ela. E também, a misteriosa aranha que ela encontrou na beira daquele lago proibido.
O dia havia sido bem tranquilo para a acinzentada alto-astral, e ela já havia buscado a irmã mais nova da escola e então, já estavam em casa. As duas estavam tomando banho numa banheira juntas, e ambas estavam brincando com a água e se divertindo.
- Então, Eydis. Me conta outra história, por favorzinho? - Mary pediu a ela, dando um olhar pidão para a acinzentada mais velha.
- Tá bom, então, maninha. Tem aquela história em que eu tava no lago e... - Antes que Eydis continuasse, a irmã caçula a interrompeu.
- Ah, eu já ouvi essa. - Ela bufou as suas bochechas.
- Tá, tá bom então. Hum... - Eydis já estava tentando pensar em uma boa história para a sua irmãzinha ouvir. - Ah, já sei. Que tal eu te contar sobre a história da aranha misteriosa?
- História da aranha? - A pequena perguntou, com dúvida.
- É, se lembra da história que eu te contei sobre as Montanhas do Fim no outro dia? - Eydis tentou lembrar ela da história novamente.
- Ah, é mesmo. Eu me lembro. - Mary acentiu a ela.
- Aquela foi a primeira vez em que eu vi a aranha misteriosa grudada no tronco da árvore. - Eydis começou a contar a história para a sua irmãzinha, enquanto se lembrava daquele dia estranho.
- Maninha, existe um montão de aranhas na floresta. - A pequena acinzentada tentou encontrar a razão na história de sua irmã mais velha.
- É verdade, mas essa mesma aranha tava naquele lago proibido, se lembra? Quando eu me abaixei pra ver ela, ela pulou das folhas onde ela tava e aí, eu persegui ela. E quando eu olhei pra trás, uma onda saiu daquele lago onde eu tava e quase fui levada. Por sorte, só o meu pé foi molhado.
- Ah, então a aranhinha te salvou do lago? - Mary começou a ficar ainda mais interessada pela história da irmã.
- Sim, e acho que sim. E desde então, eu a vejo sempre que eu vou trabalhar, até quando eu ando pelo vilarejo, ela está por ali. Eu acredito que ela esteja me observando. - Eydis terminou de contar a sua história para a sua irmã.
- Eu também quero ver essa aranhinha. - Mary falou, animada e ansiosa para ver a aranha que sempre está com a sua irmã mais velha.
- E você vai vê-la sim. Ela sempre está por perto, maninha. - A acinzentada mais velha acariciou os cabelos dela, sorrindo por ver a felicidade e ansiedade esbanjando pelos olhos de sua irmãzinha.
- Maninha, e sobre aquela história do cavaleiro de roxo com quem você sonhou que tava se casando? Quero ouvir ela também.
- Ah, eu te conto ela depois. - A acinzentada mais velha começou a ficar com o seu ruborizado, já se lembrando daquele sonho tão estranho em que teve com aquele misterioso cavaleiro. - Agora vamos logo se secar, e ir dormir porque já tá ficando tarde.
- Ah, eu quero ficar só mais um pouquinho! - Mary bufou as suas bochechas em birra.
- Tá bom, então conta até dez e aí a gente sai do banho. - Eydis sugeriu a ela, e a mais nova decidiu aceitar a ideia.
- Tá bom então. Um, dois, três, quatro, cinco, seis... - Enquanto Mary contava lentamente pra aproveitar ao máximo de tempo possível no banho, Eydis apenas sorria e dava carinho nos cabelos da pequena ao ver a felicidade constante dela.
Após terem saído do banho, Eydis e Mary se secaram e se vestiram e a mais nova foi a primeira a ir dormir. Em seguida, a acinzentada mais velha saiu de casa para pegar a água no poço.
Como era de noite, não haveria problema nenhum já que a sua irmã mais nova estava dormindo tranquilamente. Mas no momento em que a acinzentada fechou a porta do lado de fora, sentiu uma presença extremamente assustadora atrás dela.
Quando ela se virou, estava um homem alto de meia-idade com cabelos azuis-cobalto vestindo um kimono da mesma cor, e armado com uma grande espada na bainha. Ele estava apoiado na parede e de braços cruzados, apenas aguardando por algo.
- Uau, grandão. Que tipo de trabalho você arruma a essa hora da noite com essa espada? - A acinzentada brincou, tentando descontrair um pouco do ar frio que estava ao redor deles.
- Bom, faz parte do meu dever, garota. Meu nome é Bercouli Synthesis Um, o líder dos Cavaleiros da Integridade.
- Um Cavaleiro da Integridade?! - A acinzentada arregalou os seus olhos vermelhos, já ficando extremamente preocupada ao perceber do motivo de tamanho frio se passar pela sua espinha, apenas de notar o olhar sério dele. - O que um Cavaleiro da Integridade tá fazendo nesse fim de mundo?
- Alguém dessa vila acabou violando o Índice de Tabu por tocar no Lago Negro do Oeste, e também por rebelar os seus próprios ideais pelas leis de Tabu. Esse é o nome, certo, Eydis? - Bercouli nem precisou terminar de falar, que a acinzentada jogou o balde no chão e tentou sair correndo para o mais longe possível.
Mas infelizmente, o azulado apenas estendeu a sua Espada Perfuradora de Tempo para perto do pescoço da acinzentada, o que fez com que ela nem mesmo passasse de um metro de distância dele.
- Fique calma e venha sem resistência. Não quero ter que usar a força em você. - Bercouli a alertou, ainda com sua espada próxima a ela.
- Por favor, poupe a minha irmã. - Eydis implorou para ele, que pelo menos não tirasse a única coisa que mais importava pra ela. - Ela não fez nada de errado, então deixa ela fora disso.
- Não precisa se preocupar. Você é a única que eu vou levar.
- Ah, fico feliz em ouvir isso. - A acinzentada se aliviou um pouco, ao ouvir que sua irmã não tinha nada a ver com o que iria acontecer com ela. - “Me desculpa, maninha... Mas eu não sei se vou poder voltar depois disso. Então fique bem, só peço isso a você.”
Após ser levada por Bercouli e Hoshigami para Centoria, a acinzentada acabou encontrando-se com a Administradora, e consequentemente o Ritual de Síntese foi realizado e a acinzentada dos olhos vermelhos havia finalmente se tornado uma Cavaleira da Integridade.
A acinzentada estava vestindo agora uma roupa preta de couro que acentuava as suas curvas, e na parte do busto onde tinha um decote ousado, estava o símbolo da Igreja de Axioma nele.
- Bem vinda ao Império Humano, Eydis. Eu sou a Administradora. - Quinella a saudou, enquanto flutuava por perto dela. - Como você está se sentindo?
- Eu... Me sinto estranha. Diferente, forte... - A acinzentada respondeu a mulher dos cabelos lilás-prateados, enquanto apertava os seus punhos. - Mas o que eu sou?
- Uma criação vinda dos céus. - Quinella respondeu a ela. - Você é uma Cavaleira da Integridade, e é o seu dever garantir a ordem e a paz no Império Humano, Eydis Synthesis Dez.
- Eu ainda não saquei direito, moça. - A acinzentada franziu a sua testa, tentando entender o que aquela mulher estava falando.
- Está tudo bem. É normal estar assim. As suas memórias foram apagadas nos céus, antes de você chegar aqui. Então é normal você não se lembrar da sua vida passada. - Quinella respondeu a ela com a sua lábia e mentiras para garantir que Eydis ficasse alienada como os outros. - Você pode estar se sentindo desconcertada, mas com o tempo vai se ajustar com os outros.
- Ah, então já é. - Eydis apenas deu de ombros e sorriu ao falar com gírias para ela.
Quinella achou a acinzentada bem interessante pelo seu completo desacato a autoridade, e a sua falta de respeito ao falar com gírias. Mas mesmo assim, a sua décima síntese foi bem sucedida.
Ela instruiu Bercouli para que mostrasse tudo sobre os Cavaleiros da Integridade e a Igreja de Axioma, e ela conheceu Fanatio e Deusolbert. Eles também a ajudaram a ela sobre tudo o que ela precisava saber para ser uma cavaleira e assim, então após alguns dias, Eydis estava já tomando um banho na grande banheira do 90º Andar da Igreja de Axioma, relaxando sozinha naquela água quente pela primeira vez.
Ela se despiu de sua toalha, prendeu os seus longos cabelos bege-acinzentados em um coque e finalmente suspirou de alívio ao entrar naquela banheira maravilhosa.
- Isso é tão bom... - Eydis deu um sorriso, enquanto aproveitava o calor reconfortante daquela água. Mas isso fez com que ela sentisse coisas sobre o seu passado, como por exemplo, algo em relação a dividir o seu banho com alguém. Ela por um momento viu-se em um banho com uma garotinha em um banheiro, e em seguida viu uma imagem dela mesma dividindo o seu banho abraçada com um homem de cabelos lilás. Essa última imagem mental a fez corar violentamente. - O que eu tô pensando? Dividir um banho junto com um cara... Até que seria divertido, não é?
Mais ou menos uns cem anos se passaram desde que Eydis se tornou uma Cavaleira da Integridade, e devido a sua experiência, ela atingiu a uma classe alta dos Cavaleiros da Integridade. Com o passar desses anos, a nova Eydis ficou bem igualzinha a sua vida passada e também, se tornou bem mais brincalhona e descontraída. O que de fato, irritava demais a Fanatio e alguns outros Cavaleiros da Integridade devido as travessuras dela.
Durante a sua vida, ela acabou encontrando diversos homens e mulheres que ela considerava bonitos e bonitas, mas por ter passado pelo Ritual de Síntese, a sua imortalidade a impedia de ter uma relação com alguém.
Mas mesmo assim, o seu sorriso nunca diminuiu. Seus sonhos com um lilás misterioso a fazia esperançosa de que algum dia ela encontrasse ele.
Recentemente, dois anos antes da morte da Administradora, a trigésima Cavaleira da Integridade foi "convocada" dos céus, e por incrível que pareça, a acinzentada se sentiu bastante maravilhada ao conhecer ela. Ela era uma bela jovem de cabelos loiros, usava armadura azul-dourada e tinha um olhar estranhamente sério e forte.
Ela se chamava Alice Synthesis Trinta, a primeira prodígio que Quinella encontrou nos últimos 300 anos, tendo o potencial de superar todos os Cavaleiros da Integridade.
Não demorou muito para que ambas se tornassem melhores amigas, quase como irmãs. Mas no caso da acinzentada, ela acabou se apaixonando pela Alice. Infelizmente, a loira não retribuia aos seus sentimentos, e Eydis teve que seguir em frente com esse sentimento doloroso em seu peito.
Após isso, a acinzentada foi chamada por Quinella para o 100º Andar, onde ela receberia a sua missão de avaliar o próximo Torneio das Quatro Unidades, já que a cada vinte anos, o melhor guerreiro do Império Humano que vencer o torneiro entre os quatro impérios, terá a chance de se tornar um Cavaleiro da Integridade.
Ela aceitou as suas ordens e foi para o primeiro torneio, na capital do Império de Norlangarth, em Zakkaria.
Enquanto ela andava pelos corredores, ela se deparou com um homem de cabelos lilás vindo em direção a ela. Ele rapidamente ficou sem palavras ao ver do que se tratava da pessoa que estava em sua frente.
- ”Uma Cavaleira da Integridade.” - Ele pensou, enquanto olhava para ela fixamente. Ela era arduamente bonita com longos cabelos bege-acinzentados presos em um rabo de cavalo com um laço, olhos vermelhos e vestia uma armadura branca-negra. Imediatamente, ele se curvou a ela por estar encarando ela demais. - M-Me desculpe, senhora! Eu não esperava ver uma Cavaleira da Integridade por aqui.
Apesar dele ter olhado demais pra ela, ela também se fixou no mesmo e se perdendo na imensidão daqueles olhos azuis. Ele estava vestindo roupas nobres, e se portava de uma forma bem experiente como um combatente. Mas isso não era apenas o que ela via nele, pois ele era bem igual a pessoa que estava nos seus sonhos.
- Tudo bem, eu não me importo. - Ela foi a primeira a quebrar o clima entre eles com o seu jeito descontraído. - Você veio competir no Torneio das Quatro Unidades, não é?
- Sim. Meu nome é Eldrie Woolsburg, da Casa Woolsburg.
- Ah, um nobre. E aí? - Ela estendeu a sua mão pra ele, com uma maneira de falar bem incomum. - Sou a Cavaleira da Integridade Eydis Synthesis Dez e sou examinadora da Igreja de Axioma encarregada de assistir o torneio e avaliar o próximo membro da ordem.
- Entendo. Vou me esforçar ao máximo pra poder vencer e me tornar um de vocês. - Ele falou, apertando de volta a mão da acinzentada agora dando um olhar mais forte junto com um pouco de orgulho em suas palavras.
- Então eu só quero ver você chegar até lá, Eldrie. Te vejo nos duelos. - Ela acenou pra ele, sorrindo enquanto ia embora.
O lilás passou pelo Torneio das Quatro Unidades, e derrotando diversos oponentes como Sortiliena Serlut, que lhe deu uma certa dificuldade devido ao misterioso Estilo Aincrad que ela usou e Volo Levantein, com o seu estilo High-Norkia.
Após derrotar todos, o lilás venceu o Torneio das Quatro Unidades e assim como Renly e Sheyta, ele se tornou merecedor de se tornar um Cavaleiro da Integridade e foi até a sua casa para contar aos seus pais sobre o seu feito.
Ambos estavam orgulhosos com o seu primogênito, que garantiu o seu esforço e o seu lugar na Ordem dos Cavaleiros da Integridade, e em seguida foi levado até ao 100º Andar da Igreja de Axioma, onde lá estava a misteriosa Pontífice, sentada em sua cama.
- Então você é o vitorioso desse ano, é? - Ela o olhava fixamente, praticamente lendo todos os parâmetros físicos e mentais. Foi aí que ela percebeu que era ele quem Eydis tanto sonhava durante as suas reparações no Módulo Piety da acinzentada. - “É ele com quem a Eydis sonha...”
- Sim, senhora. Eu me chamo Eldrie Woolsburg, filho de Eschdol Woolsburg. - O lilás se ajoelhou para ela, em sinal de respeito. - Fico honrado em estar perto de sua presença, senhora Administradora.
- Muito bem, Eldrie. Então, como você já sabe, você irá se tornar um Cavaleiro da Integridade. - Quinella já o explicou dos sacrifícios que ele teria que realizar a partir dali. - Você jamais poderá seguir a sua vida antiga de volta e terá que me servir até o fim dos tempos, de acordo?
- Sim senhora. Como um membro da Ordem, garantirei o meu dever de exterminar qualquer criatura sombria do Território Negro. - Ele respondeu a ela com convicção em sua voz, prometendo levar a jus o seu dever.
- Muito bem, então começaremos a cerimônia para iniciarmos a sua transformação de Cavaleiro da Integridade.
Como Eydis teve o seu Módulo Piety realocado, ela teve mais memórias mexidas na sua cabeça, fazendo com que ela se esquecesse da primeira vez em que conheceu Eldrie.
E quando eles se "conheceram", eles acabaram tendo diversas farpas se resultando em um desentendimento sério entre os dois. Eldrie se tornou um Cavaleiro da Integridade e como Quinella ordenou, Eydis ficou encarregada de instruir ele para ser um cavaleiro.
- ...e aqui fica o Jardim Cloudtop, um jardim interno da torre que é usado como campo de treinamento, assim como no térreo e no 65º Andar. - Eydis mostrou ao lilás sobre o Jardim Cloudtop, e ele ficou fascinado pelo lugar.
- Que lugar incrível. - Eldrie olhava para cada detalhe daquele jardim interno, visando em saber como a Administradora tinha gostos distintos em cuidar de um lugar com uma iluminação artificial. Enquanto eles andavam, se depararam com uma certa loira que estava treinando suas exímias habilidades com o Comandante dos Cavaleiros da Integridade - Ei, quem é aquela?
- Enhance Armamento! Dancem no ar, minhas flores! - A loira ativou a sua encarnação de aprimoramento com a sua espada de ouro, dispersando de sua lâmina milhares de flores de Osmanthus contra Bercouli.
- Enhance Armamento. Uragiri. - O azulado ativou a sua Encarnação com a sua maior calma, criando diversas lâminas invisíveis de ar bem onde estavam as flores de Osmanthus dela.
Antes que a loira pudesse se mover, ela sentiu oito lâminas próximas a ela. Infelizmente, ela não podia fazer nada para desviar daquele bloqueio. Mas ela não iria ser derrotada tão facilmente.
Com a sua sagacidade, ela utilizou a sua Espada da Oliva Perfumada e apontou as suas flores no chão, e conseguiu atravessar pelas lâminas invisíveis utilizando os destroços da cratera que ela mesma criou.
Aproveitando a distração de Bercouli, Alice foi para cima dele com um golpe frontal e em seguida, chutou o torso dele para tentar manter a proximidade entre eles. Afinal de contas, a Espada Perfuradora de Tempo do Bercouli funcionava com ataques certeiros a longa-distância.
Enquanto a luta seguia, Eldrie e Eydis estavam fascinados em como Alice lutava com tanta elegância em seus golpes. Era como se a luz dela brilhasse e reluzisse neles.
Após algum tempo, Bercouli e Alice terminaram o treinamento deles. Já o mais velho, notou que ali estava o novo membro da Ordem.
- Ah, então o novato já chegou. - O azulado se aproximou do casal. - Qual é o seu nome?
- Sou Eldrie Synthesis Trinta e Um, senhor! - O lilás falou com uma certa timidez, falando bem alto. E por incrível que pareça, a acinzentada achou divertido a exaltação que vinha dele. - É um prazer conhecê-lo.
- É um prazer também, Eldrie. Sou o Comandante dos Cavaleiros da Integridade Bercouli Synthesis Um e essa aqui é a minha aprendiz, Alice Synthesis Trinta. - O azulado apresentou-se com ele e Alice.
Por algum motivo, a acinzentada se sentiu desconfortável por ver o olhar que Eldrie dava para Alice.
E após terminarem de conversar com Bercouli e Alice, eles seguiram com seu caminho. Na outra semana, Eldrie assistiu a um treinamento de Alice e o lilás acabou gostando de ter tido uma aula breve com ela.
E nesse dia, a acinzentada não gostou da forma que Eldrie estava olhando para a loira durante o treino. Após encontrar a acinzentada, Eldrie e Eydis saíram daquele andar e foram para um corredor vazio onde ela já decidiu dar um aviso a ele.
- Aí, novato. - Eydis deu um olhar irritado pra ele, que já ficou sem entender nada. - Eu vi o jeito que você tava olhando pra Alice, e já vou te mandar a real. Ela é minha!
- Como assim? Ela não é sua e nem de ninguém. - Ele ficou irritado ao sentir o desgosto da acinzentada nele. - E por quê você se importa com isso? O que eu faço ou não devo fazer não é da sua conta!
- A Administradora me colocou como a sua mentora, seu cara de cavalo. Independente do que você tenha que aprender pra ser um cavaleiro, é comigo e não com a Alice. - Eydis bufou as suas bochechas, já irritada com ele por um simples ciúme bobo.
- Então o problema é esse... - O lilás já se irritou com a implicância que a acinzentada estava dando nele e agora foi até ela. - Já me decidi. Não quero aprender com você, baixinha. A Alice tem muito mais experiência do que você, e por isso eu prefiro aprender com ela do que você.
Impulsionada pela raiva dele e também por um ciúme inexplicável, a acinzentada acabou dando um soco inesperado no nariz do lilás, que ficou com raiva dela. Ela quase acabou indo para cima dele se não fosse por Fanatio, Dakira e Jeis que seguraram os dois.
- Parem com isso! - A vice-comandante ordenou aos dois para que se acalmassem, enquanto eram segurados por Dakira e Jeis. - O que foi que aconteceu aqui?!
- Ela não tá me ensinando como deveria e portanto, eu não quero mais que a Eydis seja a minha mentora! - Eldrie cuspiu as suas palavras com raiva, enquanto apertava o seu nariz que estava sangrando e olhando fixamente para ela.
- Ah, é?! É você que não quer aprender comigo! Se quer mesmo escolher outra pessoa pra te instruir, então pra mim tudo bem por quê eu não vou mais! - Ela se desgrudou dos braços de Dakira, e saiu daquele andar em direção ao seu quarto, ignorando os chamados e repreensões de Fanatio.
Após esse desentendimento, Quinella decidiu colocar Eldrie como aluno de Alice para que essa questão se resolvesse de uma vez. Durante uma semana, ambos ficaram sem se falar e apenas davam olhares de indiferença um para o outro.
Num final da tarde de sábado, ele estava tomando um vinho na sua folga enquanto continuava a pensar no porquê aquela acinzentada pervertida tinha contra ele.
- Aquela baixinha pervertida me odeia, e eu odeio ela. Essa foi a primeira impressão que eu ganhei dela. - Ele suspirou enquanto bebia da bebida alcoólica, saboreando a sensação da uva caindo pela sua garganta.
No mesmo momento em que ele bebia, a acinzentada estava na Grande Banheira do 90º Andar pensando no porquê o lilás ainda estava em sua cabeça. Ele não era nada pra ela, já que ela tinha a Alice como a sua melhor amiga. Mas diferente de todos que ela conheceu em anos, Eldrie foi o primeiro que fez o coração dela falhar uma batida.
Tendo a sua hora marcada, o lilás foi para a grande banheira tomar banho daquela água borbulhante, tentando tirar a acinzentada dos seus pensamentos.
Eldrie se despiu e adentrou a banheira, mergulhando a sua cabeça e todo o seu corpo dentro da água. Ele sentia alguma coisa estranha naquele lugar, mas a princípio ele apenas se concentrou em relaxar. Mas aí chegou em seus sentidos aguçados um batimento cardiaco e movimentos na mesma banheira onde ele estava.
Foi aí que ele levantou a sua cabeça para fora da banheira e viu ali uma visão divinamente difícil de se desviar. Ele estava olhando o todo o corpo curvilíneo nu e sedutor de Eydis, que estava lavando os seus cabelos acinzentados.
Pela primeira vez em toda a sua vida, o lilás jamais viu tamanha beleza vinda daquela mulher que ele tanto odiava. O seu coração começou a bater cada vez mais enquanto observava aqueles olhos vermelhos que brilhavam com a luz do pôr do sol batendo nas janelas do salão.
- Eydis...
- Hã? - A acinzentada parou de lavar seus cabelos e se virou para o lado, e ao ver que estava sendo observada por Eldrie e estava completamente nua. A acinzentada estava completamente ruborizada, sem nem mesmo saber o que fazer. Mas parando pra pensar, ela não se sentia com tanta vergonha por estar sendo vista nua por ele. Afinal, ela também observou e o viu despido também. Ela acabou dando um sorrisinho de lado e decidiu provocá-lo, que agora estava vidrado em seus seios. - Seu cara de cavalo pervertido. Tá só olhando pros meus peitões, né?
- O-O quê?! - Ele estava prestes a ter um sangramento nasal ao ouvir tais palavras e se irritou por ter sido chamado de pervertido por ela. - É claro que não, sua cabeça de vento maluca!
- Você não para de olhar pros meus peitos e pra minha bunda, querido. - Ela se aproximou dele, praticamente ignorando o fato de estar completamente nua para ele. - Tá tão sedento assim por mim e o meu corpinho lindo?
- Vai se fuder, Eydis.
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Ambos estavam sentados de costas um para o outro, evitando se olharem enquanto tomavam banho. Óbviamente, a acinzentada havia perdido a noção do tempo por estar pensando no lilás que nem mesmo notou que o seu tempo na banheira havia acabado.
- Me desculpa pelo soco. - Ela se desculpou com ele, se lembrando do episódio onde havia batido nele por causa da Alice e também por ser substituída por ela. - Eu fiquei com raiva naquela hora.
- Está tudo bem. Eu também não estava no controle naquela hora. - Eldrie a respondeu. - Me desculpe por ter dito aquelas coisas pra você.
- Não, você tem razão. Eu não sou uma boa mentora e você foi o meu primeiro aluno. Se eu não consegui te ensinar direito, então a culpa foi minha. E também, eu não gostei de ter visto você com a Alice. - Ela inflou as suas bochechas, juntando os seus dedos indicadores enquanto falava. - Eu não queria você perto dela, porquê eu gosto dela.
Após finalmente se entenderem, ambos finalmente estavam resolvidos em relação a Alice. Mas algo se passou pela cabeça pervertida da Eydis, enquanto ela e Eldrie estavam conversando.
- Aí, Eldrie. - Ela deu um sorrisinho travesso, enquanto se virou para mais perto dele. - Que tal você ser o meu parceiro de banho?
- P-parceiro de banho?! - Ele olhou pra ela, tentando ver se ela tinha algum problema mental. - Do que você tá falando, sua baixinha pervertida?!
- Você me viu pelada, eu te vi pelado. Até agora a gente não precisa mais se esconder. - Ela começou a chegar mais perto dele, dando o seu sorrisinho de pervertida pra ele. A acinzentada começou a apalpá-lo, tocando agora em todos os seus músculos bem definidos, fazendo-o ficar bem ruborizado. - Não pensa que eu não notei que os seus olhos só tavam em mim.
Ele sentiu os seios dela tocando as suas costas, o que fez o lilás ficar com seus batimentos acelerados ao sentir a maciez dos peitos de Eydis.
- É-é claro! Eu não sabia que você tava aqui dentro, sua desmiolada! - Eldrie tentou se desgrudar das apalpadas de Eydis, mas estava praticamente sendo "atacado" por aquela pervertida. - E por quê você quer um parceiro de banho?!
- A gente se viu nu e acho que você não deve tá tão envergonhado por ter me feito ver esse seu corpão. E sem contar que... - Ela sussurrou em seu ouvido e deu um pequeno sorriso, desviando os seus olhos para a direita. - Eu gosto de tomar banho, mas gosto mais ainda de tomar banho a dois. Quer se banhar comigo a partir de agora?
Eldrie realmente não sabia como entender a personalidade de Eydis, já que ela era bem imprevisível. Mas por um outro lado, ele não recusou. Ele não conseguiu.
Ambos os cavaleiros estavam tão vidrados em si mesmos, que nem mesmo estavam tão envergonhados em se mostrarem um para o outro.
- Tá bom então, Eydis. - Ele aceitou o pedido dela, e foi assim que começou esse comportamento estranho de ambos que regularmente tomavam banho juntos em segredo, claro. Pois apesar deles não se darem bem, tinham algo em comum.
Eles não eram apaixonados pela Alice, pelo menos não mais.
Eldrie e Eydis estavam apaixonados um pelo outro, mas infelizmente eram orgulhosos demais para se confessarem.
- Quer um pouco? - Ele estendeu a garrafa de vinho e a sua taça para ela. - Eu soube que você gosta dessa safra.
- Quero sim. - Ela sentou-se no colo dele, e encheu com a bebida alcoólica já pegando da mão dele. Ela tomou o sabor da uva, e saboreou-se da fruta fermentada e também com as suas mãos tocando no corpo do lilás. - Ah, eu vou gostar muito disso, cara de cavalo.
Apesar de estar lutando contra todos os seus instintos aguçados para não acabar tendo uma ereção com a bunda acentuada e macia da acinzentada em seu colo, ele gostou da proximidade bem "próxima" deles naquele momento.
Um momento que em algum tempo depois, superou todos os seus limites e ambos finalmente se libertaram de seus casulos para se amarem um ao outro.
Nos dois dias antes da guerra começar, quando Eydis e Eldrie se deitaram juntos pela primeira vez para consumar o seu amor recém-construido, o lilás não parava de olhar para ela por um segundo. Ela estava coberta com o seu lençol, enquanto dormia tranquilamente.
Ele acariciou o cabelo acinzentado dela, enquanto pensava em como esses oito meses em que a conheceu realmente valeram a pena, pois ele havia encontrado algo que nunca encontrou.
O seu amor verdadeiro pela Cavaleira do Abismo. Mesmo que eles dois se "odiassem", ambos tinham um ao outro.
- Hhmm... - A acinzentada dos olhos vermelhos acordou enquanto sentia uma mão quente e reconfortante em seus longos cabelos. - Oi.
- Oi. - Ele respondeu a ela de volta com um beijo nos seus lábios macios, que respondeu retribuindo de volta. - Me desculpa se eu te acordei.
- Não, tá de boa. Eu só tava sonhando. - Ela respondeu a ele com um sorriso, enquanto o olhava na perdidão daqueles olhos azuis dele. - Eu tava no meio do bosque caminhando com uma garotinha. Acho que devia ser uma das minhas memórias passadas.
- Entendo. - Ele se deitou e se aproximou para mais perto de Eydis, que ficou de conchinha com ela. - O que você achou? Da nossa transa.
- Foi a melhor coisa que eu já senti em anos. - Eydis falou com a maior sinceridade, lembrando-se dos toques, carícias e juras deles dois durante todo o ato. - Você é tão bom que me faz vontade de fazer mais vezes.
- Como sempre, você é tão pervertida. - Ele deu um sorriso fraco enquanto era acariciado no rosto pelas mãos finas e delicadas da acinzentada. - E agora, como a gente resolve isso?
- Eu não sei. - Eydis respondeu a ele, sem ainda saber como usar esses sentimentos por Eldrie agora que ela desistiu de ignorá-los em relação a ele. - Quando acabar a guerra e a gente sobreviver, eu queria poder viajar por algumas semanas pra pensar mais nisso.
- Eu ainda tenho oito meses desde o Ritual de Síntese, então depois que o Eugeo me contou que tenho uma família, ainda quero encontrá-los em Norlangarth. - Ele segurou na mão dela, e encostou ela em seu rosto. - Só que eu tenho medo deles não me reconhecerem, ou se eu não reconhece-los.
- Então eu posso ir com você? - Ela sugeriu a ele. - Você tem uma oportunidade que eu não tive, e pra falar a verdade, quero ir junto com você, cara de cavalo.
- Você quer ir mesmo?
- É claro que sim. Seremos só você e eu.
Eldrie sorriu pra ela, e entrelaçou sua mão com a dela. Ele beijou carinhosamente a mão dela, que se ruborizou com os lábios dele, sentindo a carne e o calor dele em sua mão.
- Aí, Eldrie...
- Hum? - O lilás olhou a ela para dar atenção a namorada.
- Vamos fazer um pouco mais. - Ela levou a mesma mão que segurou a sua, e colocou ela em seu seio direito. - Você me fez gozar tão gostoso agora. Faz de novo.
- Pode deixar comigo, pervertida. - Ele respondeu a ela com um beijo que rapidamente começou a ficar bem selvagem com os sentimentos e os instintos de ambos os cavaleiros.
E mais uma vez naquela noite, eles se amaram novamente.
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Todas aquelas memórias que Eydis pavimentou e construiu com o lilás foram tão boas, e ela jamais se arrependeria de ter conhecido Eldrie depois de tudo o que ela passou.
Mesmo que ela não pudesse mais ver ele de novo, ela estava feliz por ter pelo menos dado o seu último esforço para levar Eugeo até o avião, pra salvar a Alice.
Ela não se arrependeu de nada, a não ser poder ver o seu amado lilás novamente. Mas algo a parou antes que ela chegasse no chão.
De repente, ela sentiu o seu corpo sendo segurado por braços firmes e fortes de um cavaleiro que havia pulado da mesma carruagem onde estava Kirito.
- Release Recollection! Veneno das Mil Serpentes! - Vindo do Chicote da Escama de Gelo, milhares de serpentes negras surgiram no céu sendo utilizadas por um lilás, destroçando todas as armas disparadas em Eydis através de sua Encarnação Final. - Você tinha que abusar tanto do seu poder, sua pervertida? - Uma voz grave apareceu pelos seus ouvidos, o que fez ela sorrir ao abrir os seus olhos e ver um certo lilás a levando nos seus braços. - Você conseguiu.
- Eldrie. - Ela arregalou os seus olhos, sorrindo alegre por vê-lo vivo e junto dela depois de uma noite tão preocupada, temendo que ele não fosse mais acordar. Mas mesmo assim, o lilás ainda estava bem ferido. Seu rosto estava com ataduras devido as cicatrizes que recebeu daqueles vermes, mas em breve, estaria curado. - Achei que nunca mais iria te ver de novo. Quer casar comigo?
- O quê?! - Ele tentou encontrar a seriedade na estupidez que ela havia falado. - Não acredito que você tá me pedindo em casamento num momento tão crucial como esse, sua pervertida desmiolada.
- Acho que não existe melhor hora como agora. Já que a gente ainda vai morrer. - Ela olhava para os seus olhos azuis, tentando ver como ela estava agora mais calma só de ver o rosto dele. - E sobre a minha resposta, eu te amo.
Ele ficou corado ao ouvir que as mesmas palavras que ele mantinha para si sobre ela vieram dela para ele. Isso já confirmava bem a relação que eles tinham, e além de sexo, era o amor. Eydis ama a ele.
- Eydis... Eu também te amo. Depois disso tudo acabar, e não estivermos mais aqui, serei eu que vou te pedir em casamento. - O lilás sorriu pra ela, fazendo-a corar em uma cor que ela não conhecia. Foi aí que ela sorriu abertamente já com uma sensação tão grande em seu peito. - Você vai ser a minha esposa, Eydis Synthesis Dez.
- Quando a gente se casar, vamos poder fazer sexo todos os dias. - A acinzentada começou a lacrimejar de felicidade enquanto dava um sorriso feliz e cheio de segundas intenções para o lilás, que ficou completamente ruborizado com o que ela começou a dizer. - Eu já li e pesquisei sobre um monte de posições novas pra gente poder treinar.
- Você é tão pervertida assim. É por isso que eu me apaixonei por você. - Eles se beijaram enquanto iam para onde estava o resto do Exército da Humanidade e dos players do ALO e do GGO.
- Eldrie, você tá bem. - Renly olhou para os seus dois companheiros, e estava feliz em ver que ambos finalmente estavam resolvidos.
- É claro que sim, Renly. - O lilás respondeu a ele, soltando-se dos lábios de Eydis. - Vai ser preciso muito mais do que um bando de vermes e bruxas pra me matar.
Nesse mesmo momento em que acontecia pelo ponto de visão da Eydis e do Eldrie, PoH estava se levantando após ter sofrido do ferimento da Release Recollection de Eydis e Moonphase notou uma marca bem famíliar no braço do hispanico.
- Olha lá, Mei. Aquela marca não parece familiar? - O esverdeado estranhou, olhando para a marca preta no braço dele.
- Tem razão, eu já vi ela em algum lugar. - A ruiva semicerrou os seus olhos, tentando se recordar da onde ela havia visto aquela marca.
Mas naquele momento, o moreno dos cabelos cacheados deu um sorriso de lado para todos eles, enquanto uma aura negra se formava pelo seu corpo.
- Ei, eu já vi aquilo ali. - Um dos vermelhos começou a falar, já lembrando-se de algo.
- É o Caixão Sorridente. - Moonphase lembrou-se do nome temido daquela guilda de assassinos.
De repente, aquela aura que percorria pelo corpo do assassino se espalhou por todos os outros vermelhos, e fazendo com que alguns deles começassem a agir de maneira estranha.
- Ei, não ouçam o que aquele cara diz! - O esverdeado do rabo de cavalo segurou o ombro do vermelho, para ver se ele o escutava, mas sua voz não chegou até ele.
Em seguida, a batalha começou novamente. Mas agora não eram mais os vermelhos contra os players dos jogos, e sim contra eles mesmos com o ódio e a manipulação do PoH.
Enquanto a confusão voltava a acontecer, o hispanico foi até onde Kirito estava deitado, e tentando sem sucesso alcançar a cópia de gelo da Espada da Rosa Azul.
Ele sorriu maléficamente e o parou, pisando em seu peito.
- É melhor você se recuperar logo, pois se você continuar babando nesse chão, todo mundo aqui vai começar a morrer. - Vassago começou a gargalhar, enquanto o caos tomava o campo de batalha novamente.
Notes:
É, a Eydis é uma personagem bem complexa. Fico aliviado em saber que o Reki Kawahara a deixou como parte do canon e queria que ela e o Eldrie tivessem tido algumas cenas de anime juntos além da história deles no jogo do Unleash Blading. Agora o Eugeo tá indo pro sul acompanhado do grupo do Itsuki, e com mais conflitos pela frente.
Até mais 👍
Chapter 30: Capítulo XXX - Os Cinco Deuses: Retrospectivas
Summary:
Sinon e Subtilizer continuam a travar uma intensa luta dos dois lados, enquanto Eugeo se aproxima cada vez mais. A Deusa Lunaria aparece mais uma vez para o jovem cavaleiro, assim como para a Alice e ela decide contar um pouco da verdade sobre ela através da história falsa desse mundo.
Chapter Text
08 de Novembro de 380 - 13:09 da tarde
Topo das Montanhas do Fim, Lado Sul...
Na área sul das Montanhas do Fim, estavam alguns soldados de classe baixa fazendo o reconhecimento pela cordilheira, observando se não havia alguma armadilha ou tropas inimigas.
A diferença entre o céu azul e o céu vermelho faziam um enorme contraste entre o Império Humano e o Território Negro, não importasse o tamanho.
Um deles parou para poder observar a paisagem do local. De fato, uma das maiores cordilheiras de Underworld tinha uma bela vista, apesar do verdadeiro significado delas estarem ali para separarem os humanos dos demi-humanos do outro lado.
Sem que o soldado humano notasse, um Cavaleiro Negro e uma bruxa dos Magos Negros estavam se esgueirando lentamente por trás dele. Por onde os dois estavam vindo, estava uma pequena pilha de corpos de quatro humanos mortos.
Ela estendeu sua mão em direção do soldado, especificamente nas pernas dele e começou a fazer um cântico de feitiço de Elemento Metálico.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Metálico. Forma de Elemento... Cunha. - A bruxa materializou uma estaca de ferro conectada a uma corrente, e começou a mirar. Quando ela focou na sua mira, a Maga Negra pronunciou o comando. - Descarregar. - Ela disparou uma estaca de metal junta de uma corrente no meio da perna e a outra estaca foi empalada no cérebro dele, fazendo com que uma enorme quantidade de sangue jorrasse dele. - Houha, pega o corpo dele e trás até aqui.
- Tá bom, Liwen. Vigia se não tem ninguém por perto. - O cavaleiro pediu para que ela prestasse atenção em volta deles, e ela acentiu.
Houha pegou o corpo do soldado humano e o puxou pelas correntes para que nenhum reforço inimigo ouvisse. Ao levar de volta para a pilha de corpos, a bruxa absorveu o recurso vital do humano morto.
Ao tirar o seu elmo, se revelava um homem jovem de cabelos azuis-escuros e pele bronzeada assim como os Magos Negros, Pugilistas, Comerciantes e Cavaleiros Negros tinham. Ele entrou em uma caverna improvisada que havia sido feita pelos dois, e agora estavam os dois sentados descansando.
A bruxa tirou o seu capuz para revelar o seu rosto bronzeado e seus curtos cabelos roxos, aproveitando a sombra e a brisa que se passava pela pequena caverna.
- Fiquei sabendo que tivemos várias baixas nossas lá no Portão Leste, e a maioria dos Magos Negros foram dizimados... - Liwen cutucava o chão com uma vareta que ela havia pego, e agora começou a desenhar na areia. Ela semicerrou os seus olhos ao saber que a maioria das suas amigas estavam mortas. - E ainda foi só o segundo dia.
- Cavaleiros da Integridade não são nem um pouco fracos. Eles podem ser só em dezenas, mas mesmo assim a força deles é de outro nível. - Houha olhou para a sua espada e pegou uma pedra para amolá-la um pouco. Ele sabia que sua parceira não gostava muito da Guilda dos Magos Negros, porém ela confiava a sua vida em poucas amigas que ela tinha.
Porém, as amigas dela foram completamente vaporizadas pela rajada laser e as flores de osmanthus da Alice lá naquela ravina. Nenhuma bruxa sobreviveu naquele lugar para contar história.
- Houha, se a gente conseguir capturar a Sacerdotisa da Luz, o Imperador Vecta vai mesmo conseguir realizar os nossos desejos? - Liwen perguntou enquanto continuava a cutucar o chão, desenhando várias linhas.
- Ele é um deus, ele prometeu pra todos nós. - Houha afirmou, enquanto continuava a amolar a sua espada. - Ele matou o Comandante-Líder Shasta, a Comandante Lipia e acabou colocando a Yuuki como Comandante-Líder de toda a Brigada dos Cavaleiros Negros.
- E você não gosta do comando dela? - Ela levantou o seu olhar, erguendo para cima a sua sombrancelha direita como gesto de interesse na conversa.
- Não é isso, Liwen. A Yuuki é uma grande guerreira e tal, mas só que ela é jovem demais pra liderar uma nação e um grande exército. Ela era muito impulsiva, vivia se achando melhor do que a Comandante Lipia e até mesmo se envolvia em perigo desnecessário. Ela não é um exemplo de liderança que o meu povo deve ter agora. - Houha continuava olhando para o seu reflexo na espada, pensando no futuro que ele imaginava em frente.
- Ela pode ser até a Comandante-Líder mais jovem de todos, só que e daí? Sabe que todos os líderes são diferentes. Eu odeio a Chanceler dos Magos Negros pois ela era possessiva e gananciosa demais. Fica bem óbvio na cara dela que ela quer, e anseia ter o mundo nos pés dela. Um líder não se trata de como você acha primeiro de forma superficial. Se trata de como você continuará a vê-lo pelas suas ações. - A bruxa explicou ao cavaleiro, deixando-o pensativo com as palavras dela.
E Liwen estava certa, já que ele não sabia como Yuuki iria cuidar do povo deles agora. Ela era jovem, um pouco impulsiva, mas também era compreensiva e de bom coração.
- Ela é tão igual a Dorothy e a Sarai juntas. Elas são como irmãs e viveram juntas desde o orfanato, sendo cuidadas pela Lipia. - Houha lembrou da história sobre o passado de Yuuki, sabendo que ela estaria bem desde que estivesse ao lado de Lipia. - Vou visitar elas depois que tudo isso acabar.
- A Dorothy ficou na reserva aérea, e não tá lutando em campo. Quero ver ela também, no dia da reunião nós nem tivemos a chance de conversar direito. E também, Houha... - Liwen começou a ruborizar, coçando suas bochechas enquanto desviava o seu olhar para fora da caverna. - Se a gente sobreviver e a guerra acabar, que tal se a gente... ficar junto?
- Mas a gente já não tá junto? - O cavaleiro negro franziu sua sombrancelha, confuso com o que ela quis dizer.
- Não é desse tipo de ficar junto, seu idiota. Tô dizendo que a gente devia entrelaçar os nossos laços. - Ela explicou novamente, de uma forma que ele pudesse entender.
- Ah, esse tipo de ficar junto. - Houha deu um sorriso de lado para ela, estendendo a sua mão para as bochechas dela que estavam infladas devido a raiva e o rubor. - Tem um campo que eu encontrei. Ele é cheio de pequenos cristais que iluminam tudo por lá. E eu sei que você gosta de pedras preciosas. O solo lá é rico e fértil. Vamos fazer uma casa lá, e criar uma fazenda juntos. Que tal, minha bruxinha?
- Me parece uma boa ideia, Houha Washlang. - Ela chegou mais perto dele e deu um selinho que logo se tornou em um beijo longo e duradouro.
Mesmo durante a guerra em momentos de alta periculosidade, também existem momentos curtos de paz onde se podem se aproveitar certas coisas como o amor. Mas ainda assim, não são momentos em que se devem por em prática o momento de paz.
Agora era um momento de extrema importância para um casal de Cavaleiros da Integridade chegar até o Altar do Fim do Mundo, ainda separados pelo destino.
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Áreas não-exploradas do Território Negro, Hemisfério Sul de Underworld...
Ponto de Vista(Eugeo)
O que será que eu deveria dizer ou recaptular? Nessas últimas horas desde que essa guerra começou a sair do controle, eu me descontrolei com a minha sede de sangue por almas, as absorvi e possuo agora centenas dessas almas dentro da minha cabeça. Essas almas lá fora no mundo real estão desconectadas desses tais jogadores, que devem com certeza estar em coma ou até mesmo mortos.
Elas agonizam, sofrem constantemente, pedem a mim para que eu os mate e me fazem sentir a mesma agonia deles. Só que isso não é de menos.
Apesar de toda a agonia dessas almas ser algo que me desconforta, a minha maior preocupação é com a Alice. Eu deixei o Gabriel fugir com ela, e agora eu preciso arcar com os resultados que isso trouxe e ainda vai trazer.
Quando eu consegui usar as funções da Administradora pra tirar o controle mental do Vecta na Yuuki, pude recuperar as nossas memórias do Mundo Real. Bom, as minhas ainda estão voltando aos poucos. E depois de algumas descobertas aqui e outras ali, ainda não sei como foi que a Yuuki foi parar aqui em Underworld, já que ela tava no Jardim da Serenidade. Na última vez que a gente tinha se falado no Mundo Real, ela falou que uma máquina feita pelo próprio Akihiko Kayaba ia ajudar ela com o tratamento.
Será que ela já se recuperou da doença dela?
(N/A: Aqui o Eugeo ainda não sabe que a Yuuki já morreu na vida real, só sabe que ela veio parar nesse mundo junto com ele.)
A Eydis, Eldrie, Renly, Nelgius, Entokia e todo o pessoal... Kirito... Eles me ajudaram a chegar nessa aeronave depois de muita dificuldade, e agora eu, o Hanayuki, Itsuki, Kureha e Zeliska estávamos atravessando as terras não-exploradas do Território Negro, em direção do final do hemisfério sul onde estava o Altar do Fim do Mundo.
E apesar de não ser muito relevante agora, ainda não me deixo de rir das reações deles todos verem um avião pela primeira vez. Afinal, aqui em Underworld ainda não chegamos a esse nível de transporte tecnológico.
Eles se apresentaram melhor para mim, assim que comecei a curar o Hanayuki. E eles três me contaram que eram melhores amigos na vida real, assim como eu já fui com a Mei-Mei e o Moonphase e como sou agora com o Kirito e a Alice.
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- E então, Eugeo... - Kureha decidiu quebrar o silêncio entre nós quatro que estávamos no avião. - Se você é do mundo real, então por quê você não tem nome de lá? Você é gringo do ocidente, e mesmo falando japonês igual a gente, da pra notar pela sua aparência e sotaque.
- O meu nome já perdeu o significado desde o momento em que eu morri lá. Mas ainda assim, eu adotei o nome de cavaleiro que me deram aqui nesse mundo.
- Todos vocês Cavaleiros da Integridade tem nome em números? Isso soa mais numérico do que militar. - Itsuki notou a diferença do sobrenome de Eugeo, fazendo com que as duas garotas também começassem a pensar em relação ao loiro com um nome de número.
- Bom, isso é verdade. - Coloquei a minha mão no queixo, pensativo em relação ao sobrenome que a Administradora deu a min e todos os meus companheiros. - Mas ainda assim, é o nome que foi dado a gente. Faz parte de nós.
- Bom, pra não ficar tão esquisito com esse sobrenome de número, então vou me apresentar. Eu sou Itsuki, mas o meu nome no Mundo Real se chama Sai Yukitsugu. - O moreno de sobretudo se apresentou para mim com uma reverência.
- Sou Kureha, e no Mundo Real eu sou conhecida Takamine Momoiki. - Dessa vez a ruiva dos olhos azuis havia se apresentado a mim.
- Meu nome é Zeliska, e sou Hoshiyama Midoriko no Mundo Real, loirinho. Sou a melhor piloto aérea do GGO. - A albina deu um sorriso de lado, enquanto segurava o leme e pilotando lá da cabine.
- É um prazer conhecer todos vocês. Sou o 32º Cavaleiro da Integridade Eugeo Synthesis Trinta e Dois. - Me reverenciei para os três, enquanto segurava a minha espada com elegância e a educação que aprendi na Academia de Espadachins Artesanais da Centória do Norte. - Muito obrigado por me levarem até o Altar do Fim do Mundo e também, muito obrigado por receberem a mim e ao Hanayuki.
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Sou muito grato pela Eydis e os outros terem me ajudado até aqui. Não vou deixar o apoio deles ir em vão.
E também fico muito feliz de saber que o Moonphase, a Mei-Mei Xiang e a Argo vieram até aqui pra me ver. Prometi ver eles quando fosse para o outro lado. Tenho que vê-los de novo, e eu vou sim! Vou levar a Alice pra conhecer eles também.
Após algum tempo continuando a realizar o procedimento de cura na cartilagem exposta da asa do Hanayuki, a bolha de água que percorria em volta do ferimento do meu dragão começou a colorir-se em uma cor esverdeada.
- Terminou. - Suspirei ao tirar as minhas mãos da bolha de água, o que resultou na desliquificação do feitiço na mesma hora. - Hanayuki, como você se sente? Bate as suas asas para eu ver.
Ele fez como eu pedi e bateu as suas asas, mas não houve sensação de dor alguma. Dei um sorriso um pouco mais animado ao ver que o meu dragão estava bem melhor agora.
Demorou demais, mas finalmente eu terminei todo o processo de cura no Hanayuki e agora o meu dragão já estava curado novamente. Contudo, sinto que esse agora era o menor dos problemas que ainda estavam por vir.
Chequei a minha armadura para ver como estavam a integridade das peças e em seguida, chequei para ver como estava a Espada da Rosa Azul, e usei uma encarnação para sugar todo o sangue em volta do meu corpo para a minha armadura para repará-la e também para a minha espada, como forma de converter o sangue em combustível mágico. Preciso do meu equipamento utilizável pra ter melhor desempenho, se necessário. Preciso de tudo o que eu tiver em mãos pra matar o Gabriel.
- Bip-bip! Bip-bip!
- Bip-bip! Bip-bip!
- Bip-bip! Bip-bip!
- Que merda! Por que tinha que acontecer isso justo agora?! - Zeliska tentava controlar a aeronave, enquanto os barulhos do sistema continuavam a apitar.
- Fomos atingidos! - Itsuki olhou pra dezenas de lanças na asa esquerda, onde os flaps estavam danificados. - Quando a Zeliska desceu demais, aqueles players devem ter aproveitado a distração e dispararam as armas no avião.
- E o que isso significa? - Eu os questionei, tentando entender o que estava acontecendo.
- Que estamos perdendo altitude. A gente tem que sair daqui. Agora! - Kureha falou, enquanto procurava pelos paraquedas no compartimento de carga.
- Espera, a gente tem quanto tempo até essa coisa cair? - Perguntei a ela, enquanto procurava algo na minha bolsa que estava na garupa do Hanayuki.
- Não faço ideia. - Itsuki respondeu a ele, enquanto começava a perceber a diminuição de potência na turbina avariada e foi até a garota de cabelos vermelho-rosados. - A gente vai ter que fazer um pouso forçado, Kureha. A quantos pés de altitude nós já estamos?
- Estamos a 1.000 pés de altitude e diminuindo, Itsuki. - A ruiva respondeu a ele, enquanto olhava para os sistemas do avião. - Nesse ritmo, a gente só vai ter pelo menos oito minutos de vôo, ou seis minutos no máximo.
Naquele momento, o Hanayuki começou a rugir e fazer diversos grunhidos, devido a altitude e a turbulência do avião. Eu sei que ele é muito agitado com algumas coisas, e já nem perdi tempo. Fui até ele para tentar acalmá-lo.
- Ei, Hanayuki. Se acalma, amigão. - Eu tentava acalmar o meu dragão, dando carinho na sua pele constantemente. - Relaxa. É só um barulho, nada de mais.
Hanayuki começou a se concentrar na minha voz, que já estava conseguindo ter controle de meu dragão.
Mas por alguma razão, eu também estava sentindo alguma presença estranha e bem poderosa vindo de lá do sul. E já estava se aproximando lentamente conforme nós nos aproximamos.
Será que a Sinon os alcançou e já estava lutando contra o Gabriel? Provavelmente eu já vou ter que me engajar em mais um outro combate muito em breve, e eu já estou contando com isso.
- Falta pouco tempo... E eu sinto a presença dele. - Eu fechei os meus olhos, tentando sentir o poder do Gabriel, que estava ainda mais elevado do que aquela vez quando ele lutou sozinho contra os Cavaleiros da Integridade. - Ele parece estar mais forte do que naquela vez.
Isso me preocupava, pois afinal de contas o Comandante Bercouli e a Sinon já devem estar lutando contra o homem que praticamente ficou brincando de espadinha contra dezesseis dos trinta e dois de nós Cavaleiros da Integridade sozinho e sem nenhum esforço... mesmo alguns deles sendo clones das sombras da Assimilação Sanguínea da Eydis.
Os clones das sombras de Nelgius e Entokia voltaram para as Montanhas do Fim após usarem a Release Recollection deles, o Renly estava incapacitado por ter protegido a Tiese e a Eydis o estava completamente exausta e parcialmente ferida por ter usado todo o seu poder incluindo sacrificar todas as clones dela que estavam ao redor das Montanhas do Fim.
Mas eu vi um borrão lilás passando até ela, e naquele momento eu dei um sorriso ao ver quem estava ali.
O Eldrie acordou e salvou a Eydis daquela saraivada de lanças usando a Release Recollection do seu Chicote Escama de Gelo. Só o que eu pude ver era isso.
Eu já suspeitava que eles tinham alguma coisa entre eles, mas parece que eles não precisam mais se esconder. Eles tem um relacionamento secreto entre eles, que agora não é mais tão secreto assim.
Apesar de estar bem preocupado com os meus companheiros lá no campo de batalha, eu não posso mais adiar. Eu tenho que salvar a Alice e o nosso filho.
Nosso filho...
É, eu ainda não sei como não estou em uma tremenda pilha de nervos, já que acabei de descobrir que agora vou ser pai. Não, pra dizer a verdade eu estou completamente em choque. Se passa um misto enorme de sentimentos dentro de mim, que nem mesmo sei sobre como fazer usando eles. Eu estou completamente sem saber o que fazer depois de tudo acabar.
Eu entendo o motivo da Alice ter escondido isso de mim, e pra ser sincero, acho que no lugar dela eu talvez... não teria feito muito diferente. E não me arrependo de termos feito isso, já que eu a amo e ela me ama.
O que está feito, está feito.
Preciso salvá-la do Gabriel e convencê-la de não abortar o bebê. Só eu posso fazer isso.
- Gente, olhem aqui! - A Zeliska chamou a gente e nós fomos até a cabine do piloto ver do que se tratava. Ela ativou algum tipo de sistema que fez com que víssemos uma luta que estava bem longe numa tela transparente que flutuava no ar apareceu na nossa frente. - Estão vendo o mesmo que eu?
- Sim... - Kureha respondeu, olhando completamente estática ao ver aquela luta mesmo a alguns quilômetros de distância. - É a Sinon... e aquele gringo Subtilizer? Eles estão lutando.
- Subtilizer? - Olhei para bem longe além do avião usando essa minha visão aguçada, aonde estava tendo aquela luta e esperando que a Alice estivesse bem. Mas ela não estava lá. Só o que estava vendo era um homem loiro usando roupas de combate do Mundo Real estava lutando contra a Sinon usando uma espada. Em seguida, ambos pararam de atirar com as armas e dispararam chamas de ambos os lados, mas a do loiro eram negras, como se elas fossem queimar até mesmo o fogo normal.
Quem era aquele cara?
- Ela precisa de ajuda. Zeliska, pisa fundo! - Kureha olhou para a sua amiga albina, que acentiu.
Eles três não conseguiam sentir, mas eu consigo sentir e ver com clareza até dessa distância a imensa pressão entre aquele combate. Eles guardaram as suas armas e dispararam uma poderosa rajada de chamas. Do lado do loiro, era uma chama enegrecida e com um tom bem sombrio. Tenho certeza de que aquilo não é uma Arte Sagrada, e sim uma Arte Esotérica.
É ele. É o meu... e ele está diferente.
Está muito mais forte do que antes, quando enfrentou os Cavaleiros da Integridade.
Do lado da Sinon, ela estava disparando uma rajada de chama branca que é igualzinha a rajada de sol da Vice-Comandante. Ela tem um poder do sol igual a Espada Perfuradora dos Céus da senhora Fanatio?
A Sinon tá lutando contra ele. E ele tá muito diferente dessa vez, mais forte. O Gabriel tá conseguindo destruir as chamas dela com aquele fogo preto.
- Kaku Shakunekken, ou Punho Flamejante traduzido na nossa língua... A técnica da Arte Esotérica da Combustão Expontânea, que só o Imperador Vecta conseguiu desenvolver. - Sussurrei baixo, me lembrando um pouco do que a Sheyta me falou ontem sobre o feitiço dele.
Sobre as Artes Esotéricas, apenas poucos em Underworld tem uma e entre eles num número menor, só os melhores usuários de magia podem criar mais de um feitiço esotérico depois de muito estudo e treinamento que leva anos para aperfeiçoar. Mas no meu caso, o Kaku Shakunekken é a minha Arte Esotérica que eu mesmo tenho! Mas no caso daquele elemento que ele tá usando é bem diferente. O meu é o Estilo Tempestade, mas aquilo ali...
Era um tipo de chama negra que queima e desintegra qualquer coisa que esteja em contato com ela.
Nós somos mesmo tão parecidos assim? Mesmo ele sendo o meu pai, esse mundo onde acabei renascendo me trás tanta raiva dele. Por quê ele quer tanto a Alice e usa ela contra mim?
- Eugeo! - Ouvi a voz do Itsuki me chamando, e sai dos meus pensamentos recordando-se dos três que estavam ao meu redor. - A gente tá perdendo altitude e precisamos dar um jeito de sair do avião agora!
Após raciocinar um pouco enquanto olhava para os paraquedas na aeronave e pro Hanayuki, bolei em um plano pra poder sair rápido da nave e ao mesmo tempo com todo mundo e ao mesmo tempo, ajudar a Sinon.
- Tá bom, eu tive uma ideia! Peguem os seus paraquedas e venham comigo na garupa do Hanayuki. - Sugeri a eles, para irem comigo. Dessa forma podemos chegar ao solo de forma mais segura e rápida.
Vejo o rumo da luta entre o Gabriel e a Sinon e mesmo ela sendo muito habilidosa, não vai conseguir durar muito tempo.
- “Kirito, aquela vez em que você me disse quando enfrentamos o senhor Deusolbert e a senhora Fanatio sobre sermos piedosos... isso não vou fazer com aquele homem.” - Eu olhava para a imagem ao vivo no visor, tendo a visão perfeita do Gabriel e os meus olhos se ativaram no Modo Vecta devido ao meu ódio crescente nele. - Eu vou matá-lo com todas as minhas forças.
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Sinon continuava a combater com Subtilizer, e no ápice da luta, ambos já guardaram suas adagas e espada, focando apenas nas duas armas de alta precisão que eles carregavam.
Ela deu um pulo no ar, para tentar fugir de mais um tiro dado pelo loiro e ao pular, ativou o seu poder de vôo.
Gabriel rapidamente se dirigiu até a criatura alada do GGO, pulou em cima das costas dela e começou a subir para uma altura onde pudesse ter uma visão melhor para disparar.
Três disparos de cada um dos lados foram dados, e todos os três acabaram se chocando para sumirem no meio do ar.
- Que merda! A Ratio Hecate II só consegue comportar uns sete cartuchos por cada carregador, e esse já é o meu sétimo e último tiro. Mas só que a Barrett XM500 dele tem dez cartuchos. Então isso quer dizer que ele tem pelo menos uns dois tiros sobrando. - A sniper com sua vestes de deusa esbravejou mentalmente, ao perder o seu último tiro e nesse momento ela tentava desviar de cada tiro que pudesse ser dado nela por aquele loiro psicopata. - Os nossos STLs ainda estão em fase de teste e estão limitados por causa do Projeto Alicization estar na fase final. Então por quê você consegue usar os poderes do Deus das Trevas como se pra você não fosse nada?!
- Já faz algum tempo que estamos lutando e você ainda não conseguiu perceber, Sinon? Eu uni a Superconta Vecta com a minha conta pessoal. - Ele parou de se mover e começou a explicar sobre o porquê ele não está tão limitado quanto eu e as garotas. - Inicialmente isso me daria e vai me dar efeitos colaterais no momento em que eu sair desse mundo novamente, mas só que no meu caso, a força da imaginação e força de vontade que possuo me dão vantagem para estrapolar as limitações que nós usuários das Supercontas dos Cinco Deuses temos.
- Você é maluco?! - A jovem atiradora olhou para ele, ainda sem compreender no que se passava na mente imprevisível daquele cara. - O nosso cérebro não consegue suportar os STLs no estado de teste se usarmos os nossos feitiços divinos mais de uma vez assim como a Arte Esotérica. Isso pode danificar a nossa saúde mental e física lá fora no Mundo Real... - Ela cerrou o seu olhar para ele, que não demonstrava nenhum olhar indiferente além da calma e a frieza. - ...e você já usou mais de uma vez a sua Darkness Clarinight, não é? Por que você quer ir tão longe só pela Alice e o Eugeo?
Gabriel parou de dar atenção para Sinon e a respondeu novamente com um silêncio e frieza, rapidamente guardando a sua arma para trás de suas costas e estendendo as suas mãos e braços para os lados.
- Tome cuidado com o que você não pode ver. - Ele pensou enquanto olhava para ao redor dela, que flutuava constantemente. Ele continuou com o seu semblante neutro e frio, apertou o seu punho firmemente e começou a focar toda a sua força e magia em sua mão direita. - Morte Destrutiva... Impacto Aéreo! - O loiro usou novamente o seu Jutsushiki Tenkai ao socar o ar, fazendo uma espécie de projetil invisível ir em direção a ela. Sinon estranhou o movimento estranho do Subtilizer, mas não precisou de nem mesmo um instante para saber o que era. Seu corpo rapidamente sentiu um impacto invisível, o que fez ela cambalear para trás com a sua defesa exposta.
- O QUÊ... - Sinon ficou completamente atordoada ao sentir o ar invisível se chocar contra ela.
- Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi. Estilo Inferno... - De repente, uma poderosa aura de chamas percorreu-se pelo corpo de Gabriel. Seus olhos estavam com a transformação preto-esverdeada do Modo Vecta, e começaram a sangrar como lágrimas. O loiro agora juntou os seus braços para trás, criando em ambas as suas mãos uma aura de fogo e ao mesmo tempo, com o símbolo do floco de neve da bússola do Jutsushiki Tenkai, ele jogou as suas mãos com tudo para frente. - Kaku Shakunekken! Labareda Infernal!
Uma potente rajada de chamas que se tornaram negras foi disparada na direção de Sinon, e a garota ficou completamente temerosa ao ver o paredão enorme de fogo preto que se aproximava dela. Eram dois elementos de fogo e umbra combinados em um só. Naquele momento, ela já sabia que se aquela Arte Esotérica a atingisse a queima-roupa, ela seria automaticamente ejetada para fora daquele mundo.
Ela precisava aguentar.
Pelo Kirito, Eugeo, Alice, Leafa e os seus amigos.
- Chamada de Sistema! Arte Esotérica • Ougi! Gerar Elemento Solar! Temperatura de Solus! - A partir do momento em que ativou a sua Arte Esotérica, seu corpo rapidamente começou a sentir uma tremenda dor que a fez ficar quase que sem forças para continuar flutuando, e como resultado, cospiu um certa quantidade de sangue. O feitiço dela iniciou um poderoso aumento de temperatura, o que daria muito mais potência para os ataques de longo alcance dela. E por ser a Deusa do Sol e da Caça, ela tinha praticamente o conhecimento de todas as técnicas da Arte do Controle Total de Armas de todas as Armas Divinas de Underworld. Isso a faria estar na vantagem agora! Imaginando no momento, as memórias da Espada Perfuradora dos Céus, Sinon estendeu suas mãos para frente e liberou a lembrança da Arma Divina de Fanatio. - Fúria de Solus!
Uma poderosa rajada de chama branca saiu de suas mãos, indo em direção ao Kaku Shakunekken de Gabriel, e naquele momento, ambas as Artes Esotéricas se chocaram em uma brutalidade para ver qual das duas iriam ficar de pé.
As labaredas negras do loiro estavam se aproximando cada vez mais da adolescente, que estava na tremenda desvantagem devido a dor do feitiço proibido. Ela se perguntava como ele conseguia ficar de pé sem nem mesmo sentir os efeitos colaterais.
Ele só conseguia sorrir, apesar dos olhos dele estarem sangrando e ainda por cima usando o poder daqueles olhos.
- Não posso perder! Não aqui! Não agora! - Sinon começou a gritar, enquanto usava toda a sua magia naquela Mancha Solar para rebater a Labareda Infernal do Kaku Shakunekken dele. E mesmo naquele momento, ela não parava de pensar em uma certa lutadora de kendo, mesmo lutando num combate que arriscava a vida de milhares de habitantes. E pelo Kirito e os outros, ela não poderia desapontá-los. Para impulsionar o feitiço proibido, ela se entregou novamente a dor adicional e liberou mais de seu poder. - PODER MÁXIMO!
- Tsc... - Gabriel deu um pequeno sinal de irritação, vendo que já estava sendo superado pelo feitiço de Sinon, e mesmo usando uma Arte Esotérica como ele, ela ainda tinha muita força de vontade pra reagir de volta. Para acabar com aquela luta sem sentido, ele decidiu induzir ambas as Artes Esotéricas num empate, levando todo aquele fogo para os céus. - “Já me diverti o bastante com você.”
- O quê...? - No momento, ela sentiu o seu corpo induzindo aquela rajada de chamas solares em direção a atmosfera vermelha, junto com as chamas negras vindas daquele loiro psicopata.
E naquele momento, ambos os feitiços proibidos foram completamente anulados por eles mesmos fazendo com que todo o fogo sumisse.
- “Como foi que ele usou aquilo? Ele usou a telepatia dele pra me induzir o cancelamento dos dois feitiços ou...” - Sinon nem mesmo pôde parar para pensar sobre o que houve e notou que Subtilizer já estava apontando a sua arma para ela e em um momento de distração, Sinon acabou levando um tiro certeiro em suas duas pernas que foram brutalmente arrancadas pelo disparo.
Isso fez com que a mais nova se desequilibrasse do vôo devido a estupenda dor, e essa forma, a garota dos cabelos cianos começou a cair daquela altura.
E nesse mesmo tempo em que Sinon enfrentava Subtilizer, Leafa e Recon lutavam contra aquele gigantesco exército de vermelhos que estava próximo ao desfiladeiro da Asuna.
A loira havia dado um chute certeiro em um vermelho que se aproximou dela, e em seguida deu um mortal para cortar o corpo dele ao meio.
Mas mesmo assim, não adiantava. Ela estava muito cansada por estar lutando contra milhares de guerreiros apenas junta de seu parceiro. Em suas costas estavam três espadas cravadas nela. E sendo em poucos, ela já sabia que não adiantaria de nada se ela não usasse logo os seus últimos recursos como a sua Arte Esotérica ou então o seu feitiço divino.
Naquele momento, um player vermelho conseguiu cortar o braço da lutadora de kendo, fazendo-a agonizar devido a mais um dos milhares de golpes e cortes que ela já recebeu.
- Merda! - Leafa esbravejou ao sentir a carne do seu braço arrancada de seu próprio corpo. Ela deu uma cabeçada forte no elmo do oponente e em seguida, arrancou a cabeça do vermelho que decepou o seu braço e jogou ele para bem longe com um chute, antes de desaparecer em pixels azulados.
- Leafa-chan! - Recon gritou, vendo que ela estava com desvantagem e decidiu abrir uma abertura para ir até ela. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo! Ar Comprimido! - O esverdeado alado atirou dezenas de rajadas de ar comprimido, fazendo com que os vermelhos fossem brutalmente perfurados com a velocidade do ar.
Apesar de ainda estar conhecendo as Artes Sagradas desse mundo, estava se familiarizando bem com os poderes que eram um pouco semelhantes aos do ALO.
- Leafa, não exagera tanto! - Ele foi até ela, tentando segurar ela que estava querendo enfrentar aquela legião de players avermelhados.
- Não posso parar. Ainda tem muitos orcs aqui. - A loira olhou para o restante dos orcs que ainda estavam batendo em retirada. - Eu consigo, Nagata. Ajuda eles, por mim.
- Sugu... - Ele a olhou em seus olhos, vendo que ela estava bastante determinada mesmo com a intensa dor do seu Fator de Cura Ilimitada em constante funcionamento. Mas ela era forte, afinal era a própria irmã mais nova do Kirito. Sem ter a mínima chance de ganhar dela numa discussão naquele momento, Recon decidiu confiar nela. - Ok, então. Mas eu vou voltar pra te ajudar.
- Até você voltar, já terei acabado com todos eles. - Ela deu um sorriso de lado, erguendo o seu braço com o seu sinal de kendo.
Ele apenas deu um sorriso e alçou vôo para dar auxílio ao orcs que ainda estavam se retirando do campo de batalha.
Era apenas ela contra praticamente milhares de jogadores sozinha.
A Deusa da Terra de fato, era em termos de resistência e cura, a mais poderosa dos Cinco Deuses. Mas se o STL dela estivesse mais estável, poderia desfrutar de todos os poderes dela sem sofrer tantos danos.
Ela foi até ao seu braço decepado e usou o seu Fator de Cura para regenerar o seu braço, colando-o novamente no lugar da mesma maneira que a Asuna fez a algumas horas atrás, fazendo com que todas as armas alojadas nas costas dela caíssem no solo.
- “Nem consigo acreditar no que tá acontecendo, isso parece até mesmo uma maldição. Essa habilidade de regeneração, o Fator de Cura Ilimitada da Conta Terraria não me deixa morrer, mesmo apesar de todo o sangue que eu derrame ou que eu caía. Não importa o quanto de dor que eu esteja sentindo, ela não me deixa descansar.” - Ela falou em seus pensamentos, já praticamente exausta de tanto lutar com dor. Maldita Rath. Por criarem um poder tão incrível e ao mesmo tempo doloroso. Ela cerrou o seu punho e já foi com raiva, ativando o seu feitiço divino. - “Mas se fosse o meu irmão, ele jamais iria desistir, afinal esses machucados não seriam nada pra ele.” - Ela se levantou novamente ao ganhar um pouco mais de fôlego e gritar em voz alta. - E eu também não vou. Derrotar um bando de fracotes tóxicos que nem vocês não é nada mais do que uma obrigação pra mim. Afinal, eu sou a irmã mais nova do Kirito! O Espadachim Negro!
Ela correu até eles com raiva, e já empunhando a sua espada.
- RAAAAAHHHH!!!! Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi! Gerar Elemento Terreno! Floresta Profunda de Emergência! - A loira ativou a sua Arte Esotérica apontando a sua lâmina em direção a legião de players vermelhos que se aproximavam ao oeste dela, e fez com que uma imensa flora repleta de plantas e raízes percorressem ao redor deles.
De repente, todos os vermelhos que vinham naquela direção estavam completamente empalados nas plantas e raízes que onde antes eram verdes, estavam todas encharcadas de sangue dos players que sumiram rapidamente em pixels azuis.
Leafa sentiu a dor da sua Arte Esotérica percorrer por todo o seu corpo, ainda pior do que há alguns momentos atrás. Mas ela não desistiu. Ela ergueu o seu olhar e ignorou a dor pra lutar contra o restante.
- Verdurorus Anima! - Leafa focou em seu feitiço mais poderoso juntando todos os recursos naturais e espaciais ao redor dela, e enfim lançou uma rajada verde de centenas de folhas prateadas e afiadas, fazendo com que praticamente metade da legião fosse completamente aniquilada por ela.
Ao sentir dor novamente, ela cuspiu o sangue que estava subindo na sua garganta e começou a suspirar de exaustão. Ela não estava agonizando apenas por usar uma Arte Esotérica, e sim pela quantidade de dor que o seu corpo e cérebro estavam sentindo, mesmo apesar da cura.
No momento em que foi erguer a sua cabeça, ela foi brutalmente atingida bem no meio do seu olho esquerdo por uma lança, que atravessou todo o seu crânio. Leafa rapidamente começou a lacrimejar devido a dor imensa, mas a sua força de vontade era maior.
Ela não pensou duas vezes, e rapidamente arrancou fora a lança. Isso fez com que uma imensa quantidade de sangue espirrasse de seu olho arrancado, e imediatamente ela pisou no chão para ativar a sua cura, fazendo com que os ferimentos sumissem e o seu olho e crânio se regenerassem por completo.
- Asada, se você tiver me ouvindo... - Leafa sussurrou, tentando focar em sua telepatia de amantes que Solus e Terraria tinham apenas entre elas. - Eu tô tentando... Eu tô quase acabando com esses vermelhos. E vou continuar. Pelo Kirito... a Asuna... o Eugeo e a Alice... e também por você.
Nesse mesmo momento em que ouviu essas palavras de Leafa que tocaram o seu coração, Sinon arregalou os seus olhos vendo que o disparou onde o Subtilizer mirou acabou acertando em seu peito, mais especificamente no pingente que Sinon havia recebido do Kirito.
Ela podia sentir a presença de Leafa e Kirito ali, mesmo a centenas de quilômetros de distância. Ela não poderia desistir, não depois de todo o esforço que todos estavam fazendo para proteger Eugeo e Alice.
- Não posso simplesmente perder, não desse jeito! - Ela rapidamente pegou a sua arma, ainda durante a queda livre e apontou para o Subtilizer. - Eu preciso enfrentar ele. Não importa o que aconteça!
Ela rapidamente se lembrou do momento em que usou a sua força da imaginação, e percebeu que mesmo na forma do seu rifle, aquela arma ainda era o Arco de Solus.
- “Mesmo eu tendo transformado o Arco de Solus na Hecate, acho que talvez os parâmetros de forma e poder não tenham mudado tanto assim.” - Ela ergueu a sua arma, e apontou ela em direção ao Subtilizer enquanto ela caía em queda livre. - “Mesmo com o arco transformado no rifle, ainda consigo usá-lo! Nesse mundo, eu sou uma deusa. Não vou perder pra esse maluco surtado assim desse jeito! Tenho que confiar nos meus amigos, na Hecate! Na Leafa!”
- Hm? Ela ainda tem forças? - Ele olhou curioso pra ela, lendo em sua mente que ela não queria desistir por nada.
- Annihillate Ray! - Sinon conseguiu focar em todo o seu poder, e ao absorver toda a energia dos recursos naturais e espaciais do seu feitiço divino, disparou o seu feitiço nele com toda a força que tinha.
A poderosa rajada azulada foi disparada através de seu rifle de alta precisão e atingiu o loiro a queima-roupa, que ficou repleto de fumaça onde não dava para ver.
Quando a poeira baixou, lá estava o Subtilizer completamente ferido com queimaduras de 3º grau no rosto, um braço a menos e o lado esquerdo do seu colete a prova de balas carbonizado. A adolescente pôde ver que ele não estava sentindo dor, mas sim raiva.
Era a primeira vez em que ela o viu assim com raiva.
Raiva por usar os seus sentimentos como combustível para reagir contra ele, que não era assim tão emotivo quanto as outras pessoas. E até mesmo ele não compreendia os seus próprios sentimentos naquela raiva.
- Que ótimo... - Ela sorriu orgulhosa, apesar da dor de ter caído de uma altura de uns 50 metros. - É desse jeito que eu quero que você me veja! Eu vou te encarar quantas vezes for preciso!
Gabriel apenas olhava para a garota dos cabelos cianos, já vendo que após essa luta, ele perdeu um tempo precioso com Sinon. A Alice já estava a caminho do Altar do Fim do Mundo, enquanto ele podia sentir a presença de Eugeo se aproximando naquele avião avariado que se aproximava em um pouso forçado.
O loiro fez com que uma névoa negra percorresse pelo seu corpo, e a sombra se dissipou revelando com sua aparência do Mundo Real em forma do Imperador Vecta, substituindo sua aparência do GGO e curado completamente de seus ferimentos.
- Como você... - Simon ficou assustada com tanto poder e força que aquele cara ainda tinha, mesmo tendo sido ferido por um feitiço divino a queima-roupa. - Ainda tá vivo?
- Eu usei o rosto daquela conta só por nostalgia em vê-la aqui junto comigo. - Ele explicou a ela, enquanto mexia novamente a mão restaurada que havia acabado de perder a pouco tempo, usou a mesma para tirar a tiara-coroa de sua testa e olhou para a jóia que ficava no centro. - Mas mesmo assim, isso é só apenas um tipo de "skin modificada", por assim dizer. O ferimento ainda está aqui. Só está disfarçado com a Superconta. Mas isso não importa agora, pois dessa vez irei lutar com tudo o que eu tenho.
O loiro meramente ignorou a presença de Sinon e se moveu junto com a criatura demoníaca em direção ao sul, batendo as asas de morcego dela em alta velocidade, já colocando a sua tiara-coroa de volta em sua testa.
Ele deu um sorriso de lado ao sentir a presença de Eugeo se aproximando de um avião que chegava naquela região. Ele veio mesmo pela Alice, como já imaginava.
- Venha até mim... Eugeo. - Gabriel usou a sua telepatia para enviar uma mensagem para Eugeo, que se surpreendeu ao sentir a voz do seu pai psicopata. - Quero que você esteja lá para ver quando eu separar a alma dela em duas.
- Gabriel... - O loiro mais novo se irritou com a voz dele na sua cabeça e ele tentava ignorar a provocação, se concentrando em ajudar os seus companheiros de transporte no avião.
- Itsuki, já peguei os paraquedas. - Kureha apareceu correndo até o dragão, onde Itsuki pegava a sua bolsa de armas carregada com o armamento e munição para os três.
- Beleza então. Zeliska, sai do leme prá irmos logo! - Itsuki pediu para a amiga para que saísse, já que como o avião já estava avariado, eles precisariam sair dali imediatamente.
- Não dá, Itsuki! O sistema de emergência acabou com o piloto automático e são trinta e cinco metros de distância daqui até a porta de carga. Em cinco segundos sem eu pra pilotar, o avião vai começar a descer. - A albina respondeu a ele, enquanto tentava sustentar o avião no meio do ar. - Já despejei o combustível, então a explosão pode ser evitada. Talvez dê pra eu sobreviver com o impacto ou então... - Antes que Zeliska pudesse continuar a falar, Eugeo estendeu a sua mão para a cabine do piloto e usou as suas Armas Encarnadas para puxar a albina até eles e guiou telecinéticamente o leme da aeronave. Ela olhou para ele completamente chocada ao ver ele levando ela pela mente. - É, ou isso também.
- Como você faz isso?! - A ruiva-rósea ficou assustada ao ver os poderes sobrenaturais daquele cavaleiro, só de ver ele puxando a sua amiga da cabine até a porta de carga apenas com o poder da mente.
- Agora vamos. - O loiro de armadura subiu na garupa do dragão, terminando de montar o arreio. - Subam logo no Hanayuki.
Enquanto Eugeo e os outros se aproximavam, Sinon suspirou exausta e dolorida vendo as suas duas pernas arrancadas sangrando e se sentou encostada em uma das chapadas montanhosas. Seu rifle agora com nenhuma bala restando no pente, ele se transformou de volta com a sua força da imaginação em seu Arco de Solus.
- Kirito... - Ela tirou o seu pingente e o apertou com carinho, lembrando-se de que mesmo longe e incapaz de se expressar, o Espadachim Negro ainda a ajudava. A garota de cabelos cianos começou a recitar algumas palavras em celta para ativar novamente o seu link telepático com a superconta Terraria. - Leafa, você tá bem?
- Eu consegui, Asada... - A loira respondeu a ela, em um som bem exaustivo ao esquartejar o corpo do último vermelho. - Derrotei todos os vermelhos aqui... Graças ao Kirito.
- Entendo. O Imperador Vecta... Era o Subtilizer esse tempo todo. - Sinon explicou a parceira, que ficou surpresa apesar da exaustão e dor de todo o seu corpo. - Nós lutamos e ele acabou me derrotando... Mas mesmo assim eu consegui ganhar algum tempo pra Alice fugir, só que o Eugeo ainda não chegou.
- Você fez a sua parte... isso é o que importa. Não se deixa abalar por isso. - Leafa tentou consolá-la enquanto tentava se aproximar andando exausta e com dores nos pés em direção ao Recon e de Lilipin, que corriam para socorrer a loira. - Essa guerra acabou comigo de vez... - Agora a voz da espadachim estava mais embargada devido a exaustão. - Acho que vou tirar um soninho bom.
- Tá bom então. Te vejo do outro lado depois, Suguha. - Elas desativaram o link telepático, e Sinon suspirou mais uma vez em ver que mesmo perdendo, acabou ganhando a luta. A intenção nunca foi vencer, e sim superar o seu medo daquele homem.
Ela apenas conseguia relaxar com o som da ventania percorrendo por aquelas chapadas montanhosas, a junto com a terra árida que se movimentava no solo e também com o som estridente de turbinas que balançavam em alta velocidade.
Espera um pouco.
Turbinas?
Ela olhou para os céus e ao identificar o motivo do barulho, ela ficou surpresa. Havia um avião de carga do Gun Gale Online se aproximando das montanhas, e ela notou que a asa estava avariada por lanças e flechas.
Dentro do avião, Eugeo, Itsuki, Kureha e Zeliska já estavam na porta de carga sentados na garupa de Hanayuki.
- Eu vou ir na frente pra iniciar os primeiros socorros com a Sinon. Pra ir mais rápido, terei que ir sozinho até ela. Depois vocês vão até ela, enquanto eu vou pro Altar.
- Entendido. Boa sorte, Eugeo! - Os três players acentiram para o loiro, que respondeu de volta com um sorriso e um balançar com a cabeça. No momento em que a porta de carga se abriu, Eugeo se preparou e apertou firme as rédeas de seu dragão.
- Hanayuki, pula! - O loiro de armadura azul-prateada ordenou para o seu dragão, que rapidamente acentiu e seguiu suas ordens. E nesse momento, Eugeo desativou a sua encarnação telecinética para liberar o leme da aeronave.
O avião se chocou com a parte de cima das chapadas montanhosas, se tornando inutilizável e em seguida, Itsuki, Kureha e Zeliska pularam com seus paraquedas saindo da garupa do dragão enquanto Eugeo ia primeiro em direção até a Sinon que estava sentada lá.
Mas antes de chegar até ela, ele percebeu que havia outra coisa errada. Eugeo notou que no meio do chão estava a Espada Perfuradora de Tempo, do Comandante Bercouli, bem ao lado de uma imensa poça de sangue.
O loiro arregalou os seus olhos esmeraldas e pulou da garupa, andando lentamente em direção a Arma Divina.
- Comandante... Senhor Bercouli, eu sinto muito. Cheguei tarde demais. - Eugeo fechou os seus olhos, lamentando a morte de seu superior e vendo que nem mesmo ele foi páreo o bastante pra matar o Deus das Trevas. Apesar da lâmina agora estar sem dono, ele poderia levá-la para lutar contra o Gabriel devido ao seu poder de corte temporal. Mas mesmo que ele soubesse aprender a usar a poderosa Arte do Controle Total de Armas da Espada Perfuradora de Tempo, seria uma falta de respeito ao comandante.
Olhando em direção ao norte, Eugeo ergueu sua mão para cima e utilizou um feitiço junto com a imagem mental dele onde Bercouli já estava morto.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Criogênico. - O loiro falou doloroso e em um tom baixo enquanto ativava o seu feitiço, e estendeu sua mão com uma estrela polar feita de gelo que surgiu no nada. - Estrela Polar. Destino: Portão Leste.
Com a sua força monstruosa, Eugeo disparou a estrela polar em direção ao Portão Leste onde estava a Vice-Comandante. Por ela agora ser a atual comandante e também esposa de Bercouli, ele achou melhor que ela soubesse antes.
Ele deixou a espada ali e desceu da chapada montanhosa, e correu até a Sinon que estava sentada e ferida ali.
- Sinon! Você tá bem?! - O loiro de aproximou dela, tentando ver se ela estava ferida em algum outro lugar. Só o que ele conseguiu ver era as duas pernas decepadas dela pelos disparos de calibre 42 da arma de Gabriel.
- Relaxa... Eu vou ficar bem, Eugeo. - Ela respondeu a ele, enquanto mostrava que em suas pernas não havia mais sangramento. - Já fiz os primeiros socorros com uma arte sagrada.
- Eu vi a luta lá de longe. Não achei que você iria conseguir lutar contra ele daquele jeito.
- Mas ainda não acabou. - Ela respondeu de volta, tentando se ajeitar melhor. - Ele tá indo pro sul atrás dela. E também... Sobre a Alice, ela tá...
- Ela tá grávida, eu sei. - Ele acentiu com a cabeça, lembrando-se das palavras de sua mentora e a sua promessa. - A Eydis me contou. Ela tá carregando o nosso filho e que tinha medo de que eu não fosse aceitar o bebê.
- E o que você acha sobre tudo isso? - Ela perguntou a ele, pensando curiosa sobre o que ele queria fazer com essa informação.
- A minha família é a coisa mais importante pra mim. - Eugeo respondeu a Sinon, e ela ficou surpresa com a enorme sinceridade que vinha carregada na voz e nos olhos esmeraldas do loiro. - Nunca vou abandonar a Alice por nada.
- Eu consegui fazer ela mudar de ideia em abortar o bebê de vocês. - Ele arregalou os seus olhos, vendo que uma estranha conseguiu fazer a Alice mudar a sua decisão, pois afinal, a bela loira já era bem cabeça-dura com algumas coisas. - Agora só o que você tem que fazer é tentar chegar nela antes daquele cara, e irem pro Altar. Toquem no console e ativem a conexão pro logout.
- Sinon... - Eugeo não sabia dizer ou adivinhar em como foi que a atiradora conseguiu fazer a Cavaleira da Integridade mais teimosa da ordem mudar, mas ele estava grato por ter feito ela pensar melhor em sua decisão. Ele deu um sorriso alegre, feliz por agora Alice ter finalmente se decidido com a escolha certa. - Muito obrigado. Que a Lunaria esteja com você.
- Você é um cara legal, Eugeo. - Ela deu um sorriso pra ele e estendeu sua mão em um punho, e ele fez o mesmo para se cumprimentarem. - Agora para de perder tempo comigo e vaza logo daqui. A sua família precisa de você.
Apesar de querer dizer algumas outras palavras a Sinon, ele não podia perder mais tempo. Itsuki, Kureha e Zeliska já estavam vindo ajudá-la. Então ele e Hanayuki já poderiam ir voando em direção ao Altar do Fim do Mundo e torcer para que chegue bem a tempo.
- HANAYUKI!!! - O loiro chamou pelo seu dragão, que respondeu ao chamado e já levantou vôo em direção ao sul. O rapaz pulou em sua garupa, deixando os quatro players ali naquela região, enquanto ele já seguia em frente voando a bordo da criatura alada.
Eugeo tentava pensar em como iria chegar até ela, e o que ele iria falar. O loiro cedeu a sua raiva e descontrole, e podia se lembrar exatamente das pessoas que ele havia matado e como os matou sem nenhuma piedade.
Ele não queria que a sua amada o visse daquele jeito em que estava como naquela chacina que havia feito naquele desfiladeiro. Eugeo estava com um misto enorme de sentimentos em seu peito: dor, raiva, arrependimento, preocupação além do normal mas também amor, felicidade e esperança ao ver as flores que marcavam a silhueta belíssima da Sacerdotisa da Luz. Os sentimentos dele pela Alice eram o que o mantinham são e tudo o que ele mais quer é abraçar aquela bela loira pra nunca soltar mais, confortá-la sobre o filho deles.
Mas também tem algo que precisam resolver, em relação sobre aqueles dois indivíduos que eram bem misteriosos.
O Imperador Vecta e a Deusa Lunaria. A Igreja de Axioma doutrinou o Império Humano desde que Quinella começou a governar esse mundo com punhos de aço, espalhando a palavra de que ele é o Deus das Trevas e que ela é a Deusa da Lua.
Não... Claro que nesse mundo eles são deuses porém não são de verdade. Só são humanos, como ele. Gabriel e... qual é o verdadeiro nome daquela mulher que tinha o posto da Quinta Deusa?
Gabriel era o seu pai, mas ele nunca conheceu ou recordou-se da mulher misteriosa. Só que lá no fundo, Eugeo sentia que ela era bem familiar.
- Você pensa muito antes de agir, criança. Tem muitas dúvidas na cabeça. - Eugeo sentiu novamente a presença forte daquela mulher que visitou a ele naquele sonho. Ela flutuava em um brilho azulado, enquanto o seu cabelo loiro-alaranjado balançava com o vento. Era basicamente um fantasma.
- Tenho sim, Lunaria-sama. - Ele olhou para ela com um semblante sério, e ela já percebeu que ele não estava mais ali para rodeios. - Quero saber quem é você!
- Eu já disse, Eugeo. Não posso te contar o meu nome verdadeiro, ou o Vecta vai descobrir quem eu sou e vai me procurar. - Ela novamente o recordou da mesma conversa que tiveram na noite passada, mas no fundo o loiro podia ver que a mulher com o cajado de prata apenas estava enrolando ele. - Tenho certeza de que no fundo você sabe que não há como...
- PARA DE MENTIR PRA MIM!!! - Eugeo gritou para ela em um tom mais exaltado, o que deixou Lunaria perplexa com o desabafo que ele já estava guardando há horas. - QUEM DIABOS É VOCÊ?! VOCÊ TEM ME VIGIADO HÁ MESES E TUDO O QUE EU QUERO AGORA SÃO RESPOSTAS!!! COMO EU POSSO FAZER O KIRITO ACORDAR EM MEIO A ESSE CAOS? COMO EU POSSO MATAR O GABRIEL? COMO EU POSSO FICAR EM PAZ SEM CALAR ESSAS MALDITAS ALMAS EM MIM QUE EU TENHO TANTO REMORSO POR TER AGIDO A SANGUE FRIO ROUBANDO ELAS?! COMO EU POSSO PROTEGER A ALICE E O NOSSO FILHO?! COMO?! EU SÓ... - Ele fechou os seus olhos com dor em seu peito e parou para respirar numa tentativa de se controlar. - Eu só quero saber como posso fazer tudo isso.
- Eu sei bem pelo que você tá passando. E sinto muito por não poder agir. - A loira-alaranjada falou cabisbaixa, enquanto tentava convencer ele a tentar esperar um pouco mais pelas suas respostas. - Mas peço que seja paciente, por favor. Por mim.
- Eu sou muito paciente. Entre os meus amigos, eu sou a pessoa mais paciente possível mas tem vezes que a minha paciência não consegue suportar tanto. Preciso confiar em você se quisermos trabalhar juntos até o fim disso.
A loira-alaranjada podia ver no rosto do rapaz de olhos verdes as dores das almas que ele carregava e o medo que ele já estava sentindo desde antes de sua amada ser sequestrada. De fato, não era justo ele ficar sem saber de nada.
- Eu ainda tenho muitas coisas pra te contar no momento certo, mas por enquanto, vou te contar uma pequena verdade. - O corpo espectral da mulher se sentou na garupa de Hanayuki, enquanto eles voavam. - Pra isso, vou conectar a sua mente com a da sua amada, do seu amigo catatônico e das outras três meninas pois eles são usuários também e elas três estão usando contas divinas.
- Mas o que você quer mostrar pra gente? - Ele perguntou a ela, tentando entender o que ela queria com isso.
- Os Cinco Deuses, esse mundo, os dois céus... Nenhum deles existem de verdade. O que eu vou te contar será sobre a história falsa desse mundo criado por mãos humanas e após isso, sobre a verdade. Já que ambas as histórias estão conectadas em um todo.
Ela segurou a nuca de Eugeo, enquanto ao mesmo tempo fechou os seus olhos focando na proximidade de Alice que estava a centenas de quilômetros da posição dele.
Distante de Eugeo, Alice estava voando pelas terras não-exploradas do hemisfério sul e daqui a poucos quilômetros já estaria perto do Altar do Fim do Mundo.
Pensando no que iria dizer ao Eugeo quando se reencontrassem, a bela loira estava em dúvida se ele iria reagir mal sobre o que ela queria fazer com o bebê deles e também, se ele também queria o mesmo que ela.
- Será que ele vai aceitar o bebê também? - Ela se perguntava, com dúvidas em relação ao que o seu amado iria desejar o mesmo que ela também. Nesse mesmo tempo, a silhueta da Deusa da Lua apareceu atrás dela.
- Awwwn.... Você é tão fofa! - Luna sorriu para a loira mais nova, acariciando o rosto de Alice como se ela fosse uma criança. - O Eugeo tem um bom gosto de namorar uma garota tão bonita, inteligente, dedicada e com um forte bom-senso.
- O QUÊ?! - Alice quase pulou da garupa com o susto, e instintivamente sacou a sua Espada da Oliva Perfumada para trás dela. - Quem é você?!
- Sou só uma mulher que te acha muito fofa. Você e o seu bebê, Alice. - A Deusa da Lua sorria constantemente, mesmo enquanto deixava o olhar de Alice com a enorme curiosidade.
- Como você sabe que eu tô grávida?! - Alice ainda continuava na defensiva, com a maior dúvida em saber quem era aquela linda mulher de cabelos loiros alaranjados, que trajava um belo vestido negro com proteções de metal e alguns símbolos da lua. - E responda a minha pergunta! Quem é você?
- Bom, eu sou aquela que habita e está no topo dos céus sendo sempre observada da face da terra. E mesmo não estando mais viva, estou aqui guiando os sonhos e a luz do luar para todos que guardam a esperança nesse mundo. - Ela falou de forma indireta para ela, e a jovem loira de armadura nem precisou de muito para finalmente entender que estava na presença da Imperatriz do Território Negro, a Deusa da Lua que guia os sonhos, o luar e trás a esperança para os que não tem.
- Você... Você é ela? A Deusa Lunaria? - Ela olhou para a loira mais velha, tentando ver em como ela se aparentava. Cabelos loiro-alaranjados com mechas pretas nas pontas que batiam em sua cintura, olhos azuis penetrantes com uma cativancia bem rara, um longo vestido preto com uma armadura leve por cima e num suporte nas costas estava um cajado prateado de anéis onde a ponta tinha o símbolo da lua, e por último, sandálias pretas com pedrinhas de obsidiana. - Ou só é mais outra pessoa com o corpo de deusa que veio do Mundo Real?
- Bom, acho que depois de você já ter visto o meu amado e as minhas irmãs, com certeza já sabe da resposta para essa pergunta. - Lunaria falou indiretamente para Alice, o que fez a jovem cavaleira pensar um pouco até finalmente colocar sua Oliva Perfumada de volta na bainha.
A deusa agora se levantou da garupa e começou a flutuar ao lado de Alice, enquanto o vento levava a Deusa da Lua calmamente. A loira mais jovem continuava a olhar fixamente para a deusa sorridente, com sua total falta de confiança.
O que não era uma coisa incomum, já que é a primeira vez em que ela conhece uma mulher fantasma que flutua aparecendo na presença dela.
- A Asuna me contou que a presença da deusa da lua já cercava a gente desde seis meses atrás. - Alice foi a primeira a quebrar o pequeno momento de silêncio entre as duas. - Eu sabia... Há mais de seis meses, mas eu sabia que já tinha sentido essa presença antes. Quando uma porta mágica se abriu sozinha para a biblioteca particular da Cardinal, era você quem me guiou para achar aquele livro, não era?
- Sim, naquela época, foi o momento em que fui invocada para esse mundo.
- Por que você me mostrou aquele livro? Por que você segue a mim e ao Eugeo? O que você realmente quer? - Alice questionou a ela, curiosa e também irritada com a falta de privacidade que aquela mulher tinha.
- Você, apesar de ser bastante jovem, é uma garota muito inteligente para a sua idade. Sem falar que é a única pessoa no mundo que é bem mais hábil com feitiços e rituais, do que qualquer outra. Sabia que você poderia encontrar aquele livro apenas com a sua dedução. O Eugeo teria esse encontro com o Gabe em algum momento. Era inevitável. - A loira mais velha respondeu a Alice, fazendo a jovem se questionar enquanto continuava com as rédeas em mão para manter a sua dragonete em frente. - Eu queria poder contar mais, só que preciso mostrar a você e o Eugeo sobre algumas coisas... - Agora o olhar de Lunaria se virou para trás, onde ela podia sentir a presença de Vecta se aproximando a cada instante naquele deserto avermelhado. - Antes que ele chegue até você.
Luna tocou na nuca de Alice assim como a de Eugeo ao mesmo tempo, e eles dois estavam conectados.
- Ativando cargas neurais... Funções de administradora... - A loira mais velha fechou os seus olhos, no intuito de focar na mente do casal que estava distante a centenas de quilômetros. E agora ela abriu os seus olhos novamente para liberar a encarnação mental dela aos dois. - Release Recollection.
Naquele momento, os FluctLights de Eugeo e Alice apenas sentiram-se em em um lugar todo escuro e em seguida, se viram em um outro lugar. Uma fronteira entre o Território Negro e o Império Humano, através da noite enluarada. E na garupa de um dragão que voava, estava uma mulher guiando as rédeas da criatura. Mas seu semblante estava choroso e de coração partido.
Parecia que ela voava sem nenhum rumo.
- Tenho que te levar para o mais distante dele, meu filho.
Chapter 31: Capítulo XXXI - Os Cinco Deuses: Confrontações
Summary:
Lunaria mostra a Eugeo e Alice algumas memórias falsas sobre os Cinco Deuses e Eugeo descobre a verdadeira identidade sobre portadora da conta da Deusa da Lua. Conectando as memórias do casal e das meninas, Kirito acorda em uma sala de aula sem saber o porquê dele estar ali.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Em uma noite enluarada, uma mulher de cabelos loiro-alaranjados trajando um vestido negro voava em direção aos céus do Território Negro sem rumo algum com suas lágrimas continuando a cair.
Ainda com o coração partido ao ver o seu amado trilhando o caminho sombrio em sua vingança contra as suas irmãs, ela precisava dar um jeito de seguir com sua vida e se preparar para cuidar de um bebê. Mas não era um bebê normal, e sim o primeiro deus gerado de dois deuses.
Lunaria decidiu dar uma parada e ordenou para que o dragão pousasse ao solo. A criatura grunhindo em positivo, respondeu ao pedido da deusa e pousou nas montanhas onde ela havia pedido.
- Tenho pouco tempo até que ele nasça, e preciso me preparar pra realizar o parto sozinha. - A deusa da lua andava pelo local, tentando ver a posição de onde estava. - Aqui é um lugar alto, um pouco acima da visão dos dragões e é um ponto cego perfeito para ninguém ver aqui. - Ela fechou os seus olhos e focou nos seus pensamentos com as suas cargas neurais para a ativar as suas funções de Administradora. - Release Recollection.
A loira-alaranjada estendeu sua mão direita e focou em sua força da imaginação para terraformar o topo daquela montanha em um santuário como uma moradia para ela e o seu bebê.
Em seguida, usou o seu poder para deixar parte daqueles campos no topo da montanha férteis para que pudesse ter cultivar a sua colheita e ter bons resultados ali. E por último, ela tocou a sua mão em quatro pontos ao redor daquelas montanhas para criar um domo invisível ao redor de qualquer um que esteja do lado de fora do santuário.
- Eu era a rainha do Território Negro e ainda assim sempre fui capaz de me virar sozinha com as técnicas de sobrevivência da Solus. Eu não me importo de não ser mais uma imperatriz, pois tudo o que eu quero é proteger e ajudar as pessoas. - Ela tocou em sua barriga que ainda estava sem nenhuma protuberância devido a descoberta recente de sua gravidez. - Mas vou me abdicar de tudo, para dar um bom futuro a você, meu filho. O que aconteceu com o seu pai jamais acontecerá com você.
Oito meses após ao parto do menino, Luna estava com ele agarrado em suas costas com uma bolsa improvisada enquanto cuidava de sua colheita. Apesar do Território Negro ser bem infertil na maioria das tribos, esses milênios em que viveu junto de Vecta a ensinaram a ter bem mais conhecimento sobre o cultivo através da magia divina. Ela fez um solo fértil naquela montanha, deixando o local purificado para cultivar hortaliças, frutas e flores também.
- É, acho que hoje deve dar pra gente fazer aquele guisado de carneiro. - Luna sorriu enquanto olhava para o seu bebê, que estava sorrindo com alguns dentinhos já em sua pequena boca. - Ah, você vai querer uma papinha de carneiro, meu pequeno?
O mais novo deu um grunhido, que Luna pôde perceber que era um sim dele. Ela sorriu ao ver o sorriso de seu filho, no qual já animava o dia dela.
Ela se alimentava com o guisado e o alimentou com a papinha que ela mesma fazia artesanalmente para o menininho, e após isso, o colocou para dormir no bercinho ao lado da cama dela.
Lunaria andou até a janela do quarto, que mostrava uma bela paisagem do horizonte enluarado do Território Negro e olhou para o seu dedo anelar esquerdo, onde estava uma aliança de prata.
Ela tocou no anel e fechou os seus olhos, recordando-se das memórias que teve com o seu amado, antes de cair nas sombras por vingança contra as suas irmãs. Apesar de não ser mais a imperatriz do Território Negro, ela ainda era a Deusa da Lua e portanto ainda tinha a responsabilidade de iluminar os sonhos ao redor do mundo.
Mas só que...
Ela queria tanto que as coisas fossem diferentes. Se suas irmãs pudessem aceitar o amor e também, o amor que ambos os imperadores tinham um pelo outro, muitas coisas teriam sido evitadas.
E também, quem sabe Vecta estaria ao lado dela junto desse lugar com o bebê em mãos deles. Ela fantasiava ele ao lado dela, sorrindo felizes enquanto cuidavam de seu bebê. Mas infelizmente, uma bela ilusão só se tratava apenas disso. Uma ilusão.
Em algum momento, conforme o menino for crescendo, ele irá querer buscar respostas sobre o que ele é, o que eles são, por que vivem distante da população.
E tudo o que Lunaria podia fazer era aproveitar cada momento que lhe restava, enquanto ainda buscava dar um jeito de libertar as almas que Vecta roubou e manipulou.
- Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi. Gerar Elemento Lunar. Função de Administradora... - A loira-alaranjada ergueu as suas mãos para o ar, fazendo com que a luz do luar reagisse com o seu corpo e iluminando o seu cajado. - Renascimento da Alma Lunar.
Ela ficou a sua mente e o seu poder esotérico nas almas perdidas que ela havia visto naquele fatídico dia, e novamente ela tentava fazer com que elas fossem libertadas.
O feitiço começou a reagir bem, fazendo com que inúmeros brilhos cinzentos percorressem ao redor dela. Mas ao ouvir todos os lamurios das almas mortas retribuindo todo o ódio a sua imperatriz, ela começou a perder o controle.
- NOSSA IMPERATRIZ NOS TRAIU! ELA DEIXOU AQUELE MONSTRO FAZER O QUE QUISESSE DEBAIXO DO NARIZ DELA, E OLHA SÓ O QUE ACONTECEU! ELA FUGIU E AINDA POR CIMA PARIU UM DEMÔNIO IGUAL AO PAI EM SEU EGOISMO!!! TRAIDORA!!!
- Não chamem o meu filho disso! E eu não traí vocês, eu não sabia o que acontecia, eu... Eu tô tentando ajudar vocês! Quero libertá-los. - Ela tentava argumentar com as almas amarguradas, se sentindo culpada com o que elas estavam dizendo. - Por favor! Me digam como eu posso ajudá-los!
- NÃO ENTENDE?! ESTAMOS TODOS MORTOS! NÃO CONSEGUE VER?! ACHO QUE A SUA INOCÊNCIA É O QUE A IMPEDE DE VER A VERDADE, MAJESTADE! VOCÊ NÃO É UMA PESSOA PURA E GENTIL, É APENAS UMA MULHER EGOÍSTA QUE DECIDIU QUEBRAR O TABU SE DEITANDO COM O PRÓPRIO IRMÃO E CONDENANDO-SE A SUA PRÓPRIA MORTE!
A voz amargurada da alma foi demais para Lunaria suportar, e a loira foi completamente rejeitada da tentativa de argumento com ela. Ao terminar a sessão, a deusa começou a tossir sangue enquanto sentia fortes dores em seu pâncreas, fazendo ela segurar a região dolorida.
A loira-alaranjada limpou o sangue de sua boca com seu antebraço, começando a chorar ao ver que que a sua tentativa foi apenas mais um fracasso.
- Foi a nona vez que eu tento... E mesmo assim ainda estou tão longe de argumentar com elas? - Luna chorava por saber que as almas apesar de seus lamurios e raiva com a deusa eram extensos demais, ela sabia que eles estavam cobertos de razão. Se não fosse pela inocência dela, muita coisa poderia ter sido evitada.
Ela sentiu novamente a dor percorrendo além do seu abdômen, e agora indo forte em seu peito. Ela abraçou-se com força, tentando fazer com que a dor fosse aliviada.
- Cada vez que eu tento libertar essas almas com a Arte Esotérica, perco uma parte importante da minha vida. - Ela olhava para o chão, cabisbaixa enquanto começou a ouvir os choros de seu bebê vindo do berço. Ela ignorou a dor de seu corpo e foi até ele para segurá-lo em seus braços, para amamentá-lo.
- Me desculpa, Eonal. Você deve estar com fome, não é? Toma aqui um pouco do meu leite. - Ela tirou parte do seu roupão e despiu o seu seio esquerdo para que o pequeno tomasse o leite de sua mãe. - Você é muito novo pra entender o que eu faço, e tenho medo de te perder para esse feitiço. Mesmo assim, não posso simplesmente desistir. Por você, eu não vou. Preciso dar um jeito de poder encontrar um meio de libertar essas almas enquanto ainda tenho forças.
E assim, com o passar dos anos enquanto o menino fosse dormir a noite, a mãe iria secretamente continuar com o seu treinamento da sua Arte Esotérica e o Elemento Lunar para dar um jeito de libertar as almas condenadas pelo Vecta.
E constantemente, as tentativas dela apenas deterioraram a sua saúde e a sua imortalidade foi estirpada, fazendo com que a deusa não tivesse mais do que poucos anos restando de vida. Tudo o que ela podia fazer era continuar disfarçando a sua doença para o seu filho.
Com o passar dos anos, o menino crescia e enquanto era criado e disciplinado pela mãe, ele óbviamente começou a ter várias perguntas sobre o porquê deles morarem longe das outras pessoas, e também sobre o porquê dela esconder quem era o pai dele.
E foi em um dia, em que o futuro Cavaleiro Safira em sua adolescência, decidiu dar um pulo até ao Império Humano e ver o que havia do outro lado das Montanhas do Fim, onde os humanos viviam.
Quando ele passou por uma cadeia de túneis das Cavernas do Norte, ele viu no centro do túnel um ninho gigante todo feito de ouro na caverna congelada.
Ele se surpreendeu ao ver que além de todo aquele tesouro, havia alguma outra presença ali. O loiro ouviu com a sua audição aprimorada uma respiração embargada de medo, e ele decidiu liberar a sua voz.
- Pode sair. Estou ouvindo você. - O loiro falou em um tom calmo e sem nenhuma intenção ofensiva. A figura escondida finalmente saiu por detrás de uma das estalactites caídas pela caverna e dela saiu uma beldade que ele jamais viu antes. Se tratava de uma bela adolescente de longos cabelos loiros trançados usando um vestido azul e dourado, longo onde era perfeitamemte fino em sua cintura e com um capuz que estava cobrindo parcialmente parte de seu rosto. - “Ela é tão linda.” - O rapaz pensou ao ver a presença eterea da garota em sua frente.
- Obrigada. - Ela o agradeceu, fazendo ele ficar chocado com a descoberta repentina.
- V-Você leu a minha mente? - Ele perguntou espantado e ao mesmo tempo envergonhado por ver que ela havia lido os seus pensamentos.
- Ah, me desculpa por isso. Tem vezes que eu não consigo evitar de ler. - A loira pediu perdão a ele, também envergonhada por ter lido o seu íntimo. - O que faz aqui?
O futuro Cavaleiro Safira explicou a ela que ele veio conhecer a terra dos humanos, e em resposta inicial, a loira tentou matá-lo com a sua magia. Mas ele rapidamente explicou a ela que não era um inimigo, e sim apenas alguém que estava curioso em conhecer outras pessoas.
Ela achou que ele era um idiota, mas decidiu deixá-lo fazer o que queria. Nas primeiras semanas, ele descobriu que a garota era uma sacerdotisa devota pelas deusas Stacia, Solus e Terraria.
E ambos também conheceram um humano da mesma idade que a deles. E ele também desejava se tornar o maior espadachim do mundo.
Os três se tornaram melhores amigos, e sempre que o loiro ia para o Império Humano visitá-los, não havia um dia em que o Cavaleiro Safira ficasse sem pensar naquela jovem sacerdotisa.
Em uma dessas tardes onde o loiro voltava pra casa, estava em um dos jardins do santuário uma certa loira-alaranjada que parecia preocupada ao saber onde estava o seu filho. E ao sentir a presença dele, ela rapidamente se aliviou ao ver que ele estava ali são e salvo.
- Filho! Onde você estava? - Lunaria perguntou a ele, enquanto o abraçava fortemente. - Eu tava tão preocupada com você.
- Eu estava explorando um pouco, e me perdi da noção de tempo. - O jovem loiro respondeu enquanto se separava dela, um pouco sufocado devido a força de sua mãe.
- Não mente pra mim. Eu sei que você não foi só explorar por aqui, já que eu sei que você levou um dragão.
- Eu... fui explorar na terra dos humanos, mas só pra ver os meus amigos. - Ele respondeu a ela com sinceridade, deixando-a mais preocupada.
Lunaria sentiu um cheiro bastante singular no seu filho, e a deusa da lua decidiu usar a sua clarividência lunar para tentar entender o que realmente o seu filho fazia na ausência dela.
E o que ela viu se tratava de um rapaz espadachim com vestes negras e uma jovem sacerdotisa que aparentavam ter a mesma idade do seu filho, mais bela do que o diamante mais bem lapidado já feito. Ao ver o símbolo da árvore de Osmamthus no vestido da garota, ela viu que não era apenas uma sacerdotisa qualquer, e sim, o ser mais poderoso de todo o Underworld que superava até mesmo os Cinco Deuses.
A Sacerdotisa da Luz.
E se isso fosse o bastante, ela viu que eles tinham uma ligação bem intensa como na profecia. Amantes, pra ser bem mais exato. Após uma longa conversa com o seu filho em relação a garota, ela não conseguiu fazer ele mudar de ideia em relação a ela pois se afeiçoou a garota que era a futura amada de seu filho.
Nas últimas semanas de sua vida, Luna estava sozinha no seu quarto para fazer uma tentativa definitiva de libertar as almas roubadas pelo Vecta. Seu corpo já estava bem debilitado por usar diversas vezes nesses últimos anos, mas ela não podia desistir. Mesmo doente e ocultando da sua saúde para o seu filho, ela fez uma promessa para si mesma.
- Eu não sei se isso vai funcionar dessa vez. O meu corpo já está muito doente e já nem consigo mais disfarçar direito para o meu filho. Vai ser a minha última tentativa. - Ela se sentou em um círculo de pentagrama com velas em volta dela e começou a iniciar o seu feitiço. - É agora... Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi. Gerar Elemento Lunar. Função de Administradora... - Uma aura prateada percorreu pelo céu, fazendo com que a luz do luar tocasse o seu corpo. As velas se acenderam com um tipo de chama branca e a loira-alaranjada abriu os seus olhos. - Renascimento da Alma Lunar.
Os espíritos começaram a aparecer, e Luna já não olhava para eles com culpa e dor, e sim de uma maneira mais determinada.
- Então veio fracassar de novo, majestade? Não sabia que mesmo a beira da morte, você tinha tantas tendências suicidas. - O espírito que se considerava líder deles já começou a zombar da deusa. - Você permite o seu filho de visitar o Império Humano para ver amiguinhos que podem fazê-lo se arriscar perigosamente. Se ele seguir o caminho dele na profecia, ele e a namoradinha dele vão morrer.
- Eu sei disso. E sei dos riscos que isso trará pra ele. Mas eu não posso mais deixá-lo aqui, pois ele tem a vida dele pra viver. - Ela o olhou, junto as centenas de espíritos que flutuavam junto com ela. - Mas como a sua imperatriz, não ficarei em paz até receber o perdão de vocês. Eu sou a Deusa da Lua e já aceitei que falhei com todos, pois escolhi o meu sonho egoista. E meu sonho é apenas o melhor para o meu filho... E pelo meu irmão/marido, quero que ele volte a ser o que ele era. Quero que ele volte a ser o que era antes mesmo dele ter mudado para uma coisa ainda mais radical e corrompida, pois eu ainda o amo e sempre o amarei. E independente do que acontecer comigo, não me importo. - Ela sorriu determinada para eles, convicta do que fazer. Ela tocou em seu peito e finalmente liberou uma luz semelhante a luz da lua em direção a eles. - Eu fiz uma promessa para todos vocês e portanto farei isso por todos. Eu os libertarei. Libertarei todos vocês!
Os espíritos ficaram completamente sem palavras. Antes eles estavam constantemente a odiando, e depois começaram a humilhá-la com os atos dela. Mas agora, todos estavam em choque. Durante os anos em que se passaram, eles jamais ouviram tal coisa.
- Parece que você finalmente entendeu, majestade. - Os espíritos se curvaram a sua imperatriz, que se surpreendeu ao ver eles que haviam ódio por ela durante todos esses anos, mas sempre foram leais a ela até na morte. - A única coisa que a impedia era a sua culpa por achar que o que houve conosco era erro seu. O feitiço funcionará, mas você não está mais em condições de usá-lo. A sua imortalidade foi completamente desfeita devido o treinamento com a Arte Esotérica junta do Elemento Lunar e o seu corpo já está muito fraco, próximo de definhar... Só quem pode usar o poder esotérico da lua é o Cavaleiro Safira, que carrega o seu sangue. Quando o seu filho aprender o feitiço que você mesma criou, estaremos livres.
- Obrigada. Muito obrigada! - Uma lágrima começou a cair de seu rosto, grata por todos eles terem aceitado-a novamente. - Sou grata por todos vocês.
- Não... Somos nós que devemos agradecer, majestade. Você nunca desistiu de nos libertar. Na vida e na morte, sempre seremos os seus súditos. - Uma menininha em forma de espírito junta de todos sorriu para Lunaria, enquanto sumia junta deles.
A sua Arte Esotérica começou a dar o efeito adicional de dor, fazendo a loira-alaranjada agonizar um pouco, mas pela primeira vez essa dor por todo o seu corpo valeu a pena. Em suas lágrimas de dor e tosses de sangue, haviam mistura de felicidade e alívio.
Ela já estava pronta pra morrer. Faltava apenas dizer a verdade para o seu filho.
Quando chegou a morte da deusa Lunaria, o crepúsculo junto de um imenso feixe de luz subiu aos céus. Praticamente um dia de céu azul e bem claro tornou em uma noite com nebulosas cercando pelo céu juntos da lua de sangue. Stacia estava no Palácio do Nono Quartzo cuidando de seus afazeres, e ao sentir a vida de sua irmã caçula indo embora desse mundo, uma pontada imensa de dor e culpa veio em peso ao olhar para o céu e o feixe de luz no horizonte.
Ela saiu de seu palácio cercada por olhares de seus súditos, que notaram a mulher de longos cabelos castanho-alaranjados chorosa ao sair do castelo. Ela subiu em seu cavalo, colocou uma capa para se disfarçar dos humanos e cavalgou em direção a uma casa longe do reino.
E lá, estava um jovem espadachim de cabelo preto treinando com duas espadas empunhadas em mãos. Ele deu golpes circulares com as lâminas, e em seguida deu um mortal para um ataque de salto em loop.
- Amado... - Ele ouviu a voz da deusa que se aproximava dele, enquanto ele parava com o seu treino. Ela desceu de seu cavalo e andou lentamente até ele.
- Stacia, o que houve? Por quê está aqui tão cedo? - O espadachim perguntou a ela, que teve um abraço choroso como resposta.
- Só quero ficar com você. - Ela finalmente liberou todas as lágrimas que ela estava guardando desde o seu castelo. - Minha irmã caçula se foi.
- A Deusa Lunaria? É por isso que tem a lua de sangue no céu? - O espadachim perguntou a ela, que apenas acentiu com a cabeça enquanto chorava em silêncio.
Apesar das regras impostas pela própria Deusa da Criação, ela também não conseguiu se livrar dos mesmos pecados de seus irmãos que governavam o Território Negro. Stacia acabou conhecendo um humano durante as suas viagens de exploração pelo Império Humano e após um longo tempo de intimidade entre ambos, ele foi brutalmente atacado por uma ultra-criatura fazendo-o ficar entre a vida e a morte.
Stacia poderia ter simplesmente ignorado a vida daquele humano e seguido em frente. Mas ela acabou não conseguindo, pois se apaixonou pelo rapaz e pelo resultado, o tornou imortal pra ajudá-lo a sobreviver da morte.
E sim, a sua mesma lei sagrada que ela impôs para ela e os seus irmãos acabou sendo quebrada devido a sua hipocrisia e os seus sentimentos.
Três anos após a morte da Deusa Lunaria, o Cavaleiro Safira estava junto da Sacerdotisa da Luz em uma jornada para saberem mais da profecia de ambos e também, se escondendo da presença do Imperador Vecta.
Ele ainda estava atrás do Poder da Natureza de Terraria, que pelo visto, tem a capacidade de fazer com que as almas vivas na natureza fiquem em harmonia. Mas isso não era o bastante. Apenas com um poder de harmonia natural não será capaz de manter uma quantidade estupenda de almas em um recipiente qualquer. Ele precisava de um receptáculo vivo.
Um receptáculo vivo e poderoso o bastante com imensas reservas de poder mágico superiores a de um deus. A amante do Cavaleiro Safira seria o receptáculo perfeito.
- Há quanto tempo nós começamos esta jornada? - A loira perguntou a ele, enquanto caminhava ao seu lado.
- Já faz tanto tempo que nem faço ideia. - Ele respondeu a ela sorridente, segurando em sua mão e beijando as costas dela. - E gosto muito da sua companhia, minha sacerdotisa.
Ela sorriu pra ele, um pouco ruborizada ao ouvir suas palavras. Ambos estavam viajando juntos há algum tempo, e ela já estava praticamente apaixonada por ele. Mas ao mesmo tempo, isso seria um perigo que eles nem mesmo aguardavam.
Solus e Terraria estavam voando juntas em uma dragonete, observando furtivamente a distância o casal que estava caminhando em uma trilha no meio da floresta. A loira dos olhos esmeraldas olhava curiosa sobre como os dois podem ser tão felizes com uma vida humana, se nem mesmo eram humanos.
- Terra, não vai sentindo pena por eles. Ambos vão morrer de qualquer jeito. - Solus falou seca, quebrando o silêncio entre as duas enquanto guiava as rédeas da dragonete dela.
- Solus, ele é o nosso sobrinho. Não diga algo assim. - Ela respondeu a azulada em um tom repreensivo, vendo que ela ainda tinha ódio em seu coração.
- Ele é filho de um demônio que seduziu a nossa irmã morta. Mesmo que ele tenha o nosso sangue e seja da mesma espécie que a nossa, não somos as tias dele. - Solus falou indiferente outra vez, negando a proximidade mútua que Vecta e Luna tinham. - Pelo menos, eu não sou.
- Os nossos irmãos se apaixonaram um pelo outro, Solus. O que houve com eles no passado não justifica o que o Vecta é agora, mas o que houve entre ele e a Luna era inevitável... Assim como nós duas. - Terraria tocou a mão de sua irmã, que engoliu seco a sua saliva ao pensar que a mesma coisa que houve com a sua irmã também aconteceu com ela mesma. - Ele é o que nós somos.
Ambas viram no céu uma aurora boreal que rapidamente perceberam que se tratava da irmã mais velha delas. Ambas pararam com a observação no casal e foram em direção ao Palácio do Nono Quartzo.
Ao chegarem na morada divina, havia um amontoado de corpos mortos espalhados por toda parte. Elas ficaram chocadas ao verem que o palácio havia sido atacado.
Ambas pousaram e já pularam da garupa da dragonete, e ouviram um barulho intenso de espadas. Elas foram correndo em direção aonde estava vindo o barulho e do lado do jardim suspenso, estava Stacia junta de um humano com vestes pretas lutando contra um loiro de olhos azuis-esverdeados.
- Vecta... - Solus cerrou sua boca com raiva ao ver seu irmão mais velho lutando contra a sua irmã mais velha e o humano misterioso ali. A mulher de cabelos cianos pegou o seu arco e já puxou a linha, onde do nada, se formava uma flecha luminosa.
- Stacia, o que está acontecendo aqui? - Terraria perguntou a ela, mesmo em uma distância consideravel do Deus das Trevas.
- Terraria, fico contente por você ter chegado para se juntar a nós. - Vecta deu um sorriso de lado, e jogou um pulso de ar na direção de Stacia e o humano. - A nossa irmã me nega de dar o Poder da Natureza que está dentro de você, assim como também se nega a todos nós por esconder a verdade podre dela.
- Stacia, do que ele tá falando? - Solus perguntou a primogênita, tentando entender o que Vecta queria dizer.
- Não acreditem nele, meninas! A palavra dele não vale absolutamente nada. - Ela negou a suas irmãs, já estando praticamente sem nenhuma desculpa para dar.
- Ah, mas como se a sua valesse de algo, não é, irmã? Terraria, Solus... - Ele sorriu indiferente e apontou a sua espada para a acastanhada e o moreno. - A nossa querida irmã aqui se apaixonou por aquele jovem humano a pelo menos uns anos atrás e o transformou em um deus para salvá-lo da beira da morte.
- Merda... - O Espadachim Negro cerrou seus dentes, vendo os olhares chocados de Solus e Terraria indo em direção a ele.
- Stacia... isso é mesmo verdade? - Terraria perguntou chocada com o que seu irmão mais velho havia falado.
- Fala logo, humano! Isso é mesmo verdade?! - Solus apontou telecinéticamente uma de suas lâminas flutuantes nas costas em direção a testa do espadachim.
- Ela salvou a minha vida de uma ultra-criatura, foi isso o que aconteceu! - Ele respondeu a ela, olhando temeroso para a lâmina perto de sua cabeça.
- Solus, deixa ele em paz! Temos coisas mais importantes para nos... - Antes que Stacia pudesse continuar, ela foi surpreendida por uma mão enforcando o seu pescoço. Mas não era uma mão, e sim, a mente do próprio Vecta enforcando a sua irmã. - Vec... ta...
- Sim, temos coisas mais importantes para nos preocupar, irmã. - Vecta sorria enquanto enforcava telecinéticamente Stacia e trazendo ela até ele.
- STACIA! - O moreno pulou para cima do deus brandindo as suas duas espadas, mas acabou sendo barrado por um escudo telecinético feito pelo próprio. - SOLTA ELA, DEMÔNIO!
- Só quando eu conseguir o que eu quero... - Vecta olhava fixamente para Terraria que estava na frente de Solus, olhando fixamente para elas duas usando o seu Modo Vecta. - Solus, saia de perto da Terraria ou então, quebro esse lindo pescoçinho da nossa querida irmã. Sempre quis saber qual seria o barulho dele se quebrando.
- Maldito... - Solus rangiu os dentes, enquanto estava apontando seu arco e flecha para o imperador do Território Negro. O Espadachim Negro tentava quebrar o escudo inutilmente usando as suas duas espadas, e naquele momento a Deusa do Sol pensou em atirar nele por ter tocado em sua irmã mais velha, e ainda por cima, ter tido um relacionamento com ela.
- “Solus, por favor, não faça isso com ele.” - Ativando a sua telepatia, Stacia implorava para que sua irmã caçadora não o matasse.
- “Foi você quem começou com toda essa merda! Você que fez aquelas malditas regras por ser a nossa irmã mais velha! E agora que você se apaixonou por um maldito mortal, se paga de santa depois do que você fez com a Luna! Mesmo estando errada, eu sempre te segui, e me dediquei as leis da sua doutrina, Stacia.” - Solus se irritou com a sua irmã mais velha, que não estava em nenhuma posição de se defender, pois afinal era por causa da própria Deusa da Criação que tudo aquilo estava acontecendo com eles.
- “Eu também descobri sobre a sua relação com a Terraria a alguns anos atrás, antes de eu conhecer aquele humano. Inicialmente eu fiquei furiosa e pensei em expulsá-las do Império Humano, mas depois eu me lembrei de quando fiz isso com a nossa irmã caçula.” - Stacia começou a se explicar telepaticamente enquanto tentava se soltar da imensa força do Deus das Trevas, que enforcava a acastanhada com sua superforça. - “Há alguns anos atrás, quando tive que lidar com as Ultra-Criaturas, algumas delas escaparam das Montanhas do Fim e foram até um vilarejo. Eu consegui destruí-las, mas todos os aldeões lá foram mortos. Só tinha um humano que ainda estava respirando a beira da morte. Um humano por quem eu havia me apaixonado durante a minha viagem para matar aquelas abominações. Foi ele quem me fez mudar.”
Nesse momento, Terraria tocou o ombro direito de Solus, que se virou para o lado e viu que a loira estava sorrindo pra ela.
- Está tudo bem, irmã. - Terraria tentou acalmá-la, enquanto olhava para ela.
- Não, não tá nada bem! Se você perder o seu Poder da Natureza, você vai...
- Nós ainda temos muito tempo pra isso. Não preciso do meu poder, se ainda significar estar perto de você. - A loira a beijou e balançou os seus dedos, fazendo com que um tipo de gosto doce começasse a surgir no paladar da arqueira. Ela então, começou a cair no chão até ficar inconsciente por completo.
- O que tá fazendo? - O Espadachim Negro perguntou a ela, confuso com a ação que a Deusa da Terra estava tomando.
- O que precisa ser feito, Deus da Noite. - A loira respondeu a ele e começou a caminhar calmamente até o Deus das Trevas.
Ela andava até Vecta, que rapidamente jogou com brutalidade a acastanhada até o moreno que recebeu o impacto da força dele.
Terraria olhava para Vecta, temerosa com o que ele queria com o seu poder. Era verdade que o Poder da Natureza era um tipo de poder que alterava a vida selvagem e ao mesmo tempo, fazia ela mudar de forma. Então, com o quê o Vecta queria com um poder que não o ajudaria?
- O que você quer com o meu poder, irmão? - Terraria perguntou ao mais velho, que ainda estava encucada com o que ele almejava ter. - A Luna já se foi há anos atrás, e você ainda quer trazer ela de volta. Vecta não respondeu a pergunta dela, já que também, nem precisava de uma resposta pois afinal ela já sabia o que ele queria.
- Você é a melhor irmã que eu pude ter, depois da Luna. Fico grato por você ter estado do nosso lado depois que elas nos expulsaram. Tentarei ser o mais indolor possivel. - O loiro tocou no seu peitoral e no seio direito dela, fechando os seus olhos e começando a falar algumas palavras em latim. - Singularis potentia, immensa potentia. Naturam semper inevitabilem sequi fluunt. Liceat mihi tuam potestatem omnem in hoc mundo vitam commutare! Sacerdotia Luminis sit vas perfectum ad meam creationem! Ætas deorum finiatur, et incipiat animarum Ætas! // (Poder único, poder imensurável. A natureza sempre seguirá o seu inevitável fluxo. Permita-me o seu poder para mudar toda a vida nesse mundo! Que a Sacerdotisa da Luz seja o receptáculo perfeito para a minha criação! Que a Era dos Deuses acabe, e inicie então a Era das Almas!)
Uma imensa aura verde começou a sair do corpo de Terraria, fazendo com que toda a essência da vida natural e animal se passasse para o corpo dele. Quando a aura cessou, ambos caíram no chão.
- TERRARIA!!! - Stacia tentou se levantar, mas a sua costela quebrada a impedia disso. - Naala... - A acastanhada levou os seus olhos para o seu amante, e viu que ele estava inconsciente devido ao poder da Deusa da Terra.
Vecta rapidamente abriu os seus olhos e começou a tossir ao sentir o ar batendo em seus pulmões novamente. O loiro se levantou e começou a sentir toda a natureza viva e animal da Deusa da Terra em suas veias.
- O quê é aquilo? - Naala perguntou a deusa apoiada em seus braços.
- É o poder da natureza. A Terraria pode manipular a vida animal e natural de todo o ser selvagem existente em Underworld. - Stacia respondeu a ele, notando a estranha mudança que o Deus das Trevas estava tendo tanto em corpo quanto alma. - Mas o que ele quer com isso, se o poder da natureza...
A acastanhada arregalou os seus olhos e parou de falar. Vecta estava em total estase, usando a sua transformação ocular e em conjunto, sua mente havia sido elevada para mais de 100% da sua capacidade mental.
- Sinto uma prole divina que está caminhando pelas terras dos humanos... - Ele usava a sua clarividência combinada com a sua telepatia, o que fez os seus atributos mentais evoluírem ainda mais. - Stacia, o que mais você ainda esconde?
- Você já tem o que queria, então vá embora!
- Não até eu saber de toda a verdade. - Ele então então entrou na mente de Terraria, devido a proteção mental da Deusa da Criação estar desprotegida. E ao adentrar a mente de sua irmã, ele arregalou os olhos ao ver o que Stacia, Solus e Terraria escondiam nesses últimos anos.
Lunaria havia tido um filho com ele, antes de sua morte precoce.
Ele tem um filho.
O primeiro deus gerado por dois deuses. E não apenas isso. O seu filho era o...
- Cavaleiro Safira... Durante anos, vocês esconderam a verdade de mim. - O loiro começou a lacrimejar em sangue os seus olhos demoníacos, e do nada começou a sorrir. - E ainda por cima, a Sacerdotisa da Luz é a amante dele.
- Não... - O Espadachim Negro fechou os seus olhos em raiva ao ver que agora os seus dois melhores amigos estavam tachados como alvos.
- Vecta, o que você planeja fazer? - Stacia questionou a ele, apesar de já ter uma noção bem clara do que ele queria.
- Não é óbvio, irmã? - Ele começou a andar para uma grande parede em sua frente e apenas com um balançar de sua espada, ele a destroçou junto com mais 200 metros do jardim, matando alguns dos guardas que ainda estavam vivos. - Vou usar a garota como um receptáculo físico para o Poder da Natureza e das 217.946 almas modificadas que eu já consegui acumular nos últimos 2.000 anos. E aí, quando eu usá-la como uma arma para destruir o Império Humano e todas as deusas remanescentes, farei com que a minha Luna volte a vida.
Ele nada mais falou, e com um simples estalar de dedos, uma poderosa aura negra destruiu as paredes de mármore de Stacia, fazendo a acastanhada ficar completamente chocada só de ver a simplicidade da pequena fração do poder de Vecta em apenas destruir o salão dela e sumir em um único salto em direção das Montanhas do Fim.
(N/A: Nessa cena ele tá tipo o Shigaraki com a Individualidade do All For One "voando" pra caçar o Deku, lá na 6ª Temporada.)
- Ele tá indo atrás deles... - Naala nem precisou deduzir apenas de olhar para o rosto de sua amante. Ele deixou a acastanhada no chão e saiu correndo para fora do castelo.
- Não, amor! - Stacia o segurou dolorosa, tanto pelo medo quanto pela dor causada por Vecta. - Não vá atrás dele!
- Ele vai atrás dos meus amigos, Stacia. Não dá pra eu simplesmente largar eles!
O Deus da Noite saiu correndo do palácio e foi em direção de onde o Cavaleiro Safira e a Sacerdotisa da Luz estavam. Ele pensava aterrorizado ao saber do poder novo que aquele psicopata agora tinha, ao ponto de se igualar, ou até mesmo superar Stacia.
- Preciso de um plano. - O espadachim começou a pensar, tentando ver em como ele iria enfrentar tamanha ameaça. Ele pegou uma lâmpada de sua mochila e a esfregou. - Ifrit! Aeria! Vocês estão aqui?
- Estamos sim, Naala. - A Deusa das Chamas respondeu a ele, aparecendo em uma chama feita pela lâmpada e se materializando em sua forma humana e começando a correr.
- O que houve, Naala? Por quê está indo tão depressa? - A Deusa dos Ares questionou a ele, flutuando com seus poderes de vôo.
(N/A: Pra quem tá seguindo os updates do jogo novo pra PS5 do SAO: Last Recollection, já sabe quem são essas duas.)
- O Imperador Vecta tá indo atrás da Sacerdotisa da Luz, e quer usar o poder dela pra destruir todas as almas no mundo. - Naala respondeu a elas, enquanto dava um pulo por um pedregulho em sua frente.
- Ele quer a Alice? - A garota dos cabelos rosados arregalou o seu olhar. - E cadê o Eonal? Ele devia estar com ela.
- Relaxa, ele tá viajando com ela pelas montanhas ao oeste, pelo que fiquei sabendo das cartas dele. - Naala respondeu a ela, lembrando-se de quando recebeu notícias de seu amigo.
- E o que vai acontecer se o Vecta pegar a Alice? - Aeria perguntou ao rapaz de cabelos negros.
- Ele vai ter poder para sugar qualquer alma viva de todos os lugares do mundo para contrabalancear o poder dela com o poder da Deusa Terraria, e assim ele vai poder trazer uma deusa antiga de volta a vida. - Ele explicou a elas duas, lembrando-se do objetivo de Vecta em relação ao que queria fazer com o mundo.
- Temos que chegar lá. Aeria! Leva a gente pra lá. - Ifrit pediu a amiga arduamente, que suspirou em derrota.
- Ah, tá bom. Mas vocês dois são tão pesados... - Aeria bufou as suas bochechas e estendeu suas mãos para eles. No chão onde eles corriam, formou-se um furacão onde eles foram levados pelo bolsão de ar esférico criado pelo furacão e voaram pelos céus, em direção do Cavaleiro Safira e da Sacerdotisa da Luz.
Enquanto Naala, Aeria e Ifrit voavam em direção as Montanhas do Fim, Eonal e Alice estavam caminhando por uma trilha com uma clareira exposta.
- Vamos parar um pouco para descansar. - A bela loira sugeriu a ele, que acentiu com a cabeça. Eles deixaram os seus pertences no chão e se sentaram de baixo da sombra fresca daquela árvore na clareira.
Eles estavam observando a paisagem verde da floresta ao redor deles, e no céu estava um azul tão bonito coberto com o branco das nuvens.
- Será que um dia a gente pode viver assim? Em um lugar no meio da floresta com a natureza cercando a gente em meio a paz? - Eonal perguntou retóricamente enquanto segurava a mão de sua amada.
- Eu... Nos dias em que eu era uma freira, nunca tinha permissão para me apegar aos desejos mundanos, e que era ensinada a me tornar uma sacerdotisa devota. E tive até que abandonar a minha família para me tornar igual aquelas freiras. - Ela olhou para ele, levando a mão do loiro até o seu rosto e beijou sua palma. - Mas quando eu conheci você, o meu mundo acabou ganhando cores que nem mesmo uma pintura poderia ser recriada.
- Eu digo o mesmo. Na primeira vez em que vi você naquele campo de flores, foi também a primeira vez em que vi uma humana de verdade. E com certeza a humana mais linda desse mundo. - Ele sorriu pra ela enquanto sentia o toque de seus lábios femininos e delicados em sua mão direita. Eonal começou a se aproximar lentamente dela, e ela fez o mesmo até que finalmente se conectaram em um beijo calmo e cheio de paixão.
Mas antes que pudessem aproveitar melhor o seu tempo a sós, um imenso baque chegou naquela clareira, criando até mesmo um imenso impacto ao ponto de fazer todas as árvores em volta balançarem os seus galhos.
- Mas o quê... - A Sacerdotisa da Luz olhou para a cratera sem entender nada o que havia acontecido, e de repente, ela começou a sentir uma pressão muito alta ao ver a silhueta da poeira que se disssipava. - Eonal, o que é aquilo?
- Eu não faço ideia. - Ele respondeu a ela, segurando-a instintivamente para protegê-la.
- Nossa, eu não fazia ideia de quanto tempo a Terraria precisou pra conter todo o poder animal e vegetal desse mundo no peito dela. - A voz rouca da silhueta se revelou para eles, enquanto se levantava da poeira feita pela cratera. - E mesmo assim, eu não sou capaz de liberar todas as almas que acumulei nesses anos todos para fazer o que preciso. E é por isso, que eu preciso de você, humana. As deusas fizeram um ótimo trabalho para esconder você de mim, a largaram em uma igreja cheia de freiras para ensiná-la magia. Mas não foi só isso. Elas te castigaram, pois você era completamente diferente delas. Você era rebelde, tinha desejos mundanos e a repreendiam pois você era considerada uma esperança da humanidade. Um símbolo de poder.
- C-Como você sabe disso?! - Alice perguntou a ele, temerosa tanto com a presença daquele homem quanto pelo seu passado.
- Agora a minha telepatia está ainda mais avançada, a ponto de se rivalizar com a Stacia. Não só consigo ler mentes, como também manipulá-las. Terei que destruí-la para então trazer alguém que eu amo de volta, criança.
- Só por cima do meu cadáver! - O jovem pulou para cima dele armado com sua espada, e algo completamente inesperado aconteceu.
O loiro mais velho parou a lâmina de gelo com apenas as mãos nuas. Isso fez o jovem espadachim quase saltar seus olhos das órbitas.
- Ah, agora eu entendi. - Ele fechou os seus olhos enquanto segurava a lâmina do rapaz. E vendo a dificuldade em manter firme a lâmina, Eonal estava completamente travado. - Naquela discussão que tivemos, ela já estava grávida de mim. Ela te levou para uma montanha desconhecida e criou um santuário escondido aos olhos divinos para não ser detectada por mim e pelas nossas irmãs. Ela o criou para ser um guerreiro e também um rapaz com conhecimento. E antes dela morrer, te contou toda a verdade.
- Você... - O loiro mais novo ficou com os seus olhos arregalados ao finalmente perceber quem era o homem em sua frente. - Você é ele?
- Em carne e osso, meu filho. - Vecta respondeu a ele com um sorriso, começando a lacrimejar novamente com suas lágrimas de sangue. - Ah, você cresceu tanto. Você puxou a minha aparência, mas também herdou o sorriso e a personalidade de sua mãe. Fico triste por não ter participado em ver o seu crescimento e...
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso! - A jovem sacerdotisa estendeu a sua mão e lançou uma Arte Sagrada em direção aos dois. - Clarão de Divisão!
O clarão disparado pela Sacerdotisa da Luz separou ambos que estavam presos pelo toque da espada e da mão, e isso fez o Deus das Trevas se lembrar do motivo de estar ali.
- Deixa ele em paz! - Alice avisou a ele com um aviso bem ameaçador para ele, o que fez o Imperador sorrir de lado. - Chamada de Sistema: Forma de Elemento... - Ela desembanhou a espada dourada com o símbolo de Osmanthus nela, e se agachou em uma posição para ataque. Na mão direita se formou uma esfera feita de fogo e na outra, sua espada. Ela ganhou impulso e partiu para cima dele num ataque a queima-roupa. - Dança Incandescente!
- Ah, é. Quase me esqueci de que você era a minha prioridade, minha jovem. - Vecta pulou para cima de Alice usando a sua habilidade, mas no momento em que ia se aproximar dela, o Cavaleiro Safira o parou com a encarnação de sua Arma Divina. - Ah, então você já conseguiu aprender sobre como aprimorar o seu armamento com a Arte do Controle Total de Armas.
- Fica. Longe. Dela. - Eonal rosnou pausadamente enquanto congelava os seus pés com a habilidade encarnada de sua espada. - AGORA!
- Acho que seria sábio ouvir ele, majestade. - Vecta ouviu uma voz feminina aparecendo no ar. Ao se virar para a sua esquerda, estava uma garota de cabelos rosados flutuando no ar com uma prancha feita de chamas, apontando suas mãos cobertas de fogo em direção a ele. - Se não quiser ser queimado até os seus ossos virarem pó, sugiro que deixe os dois e saia daqui agora.
Do lado direito, estava agora uma menina de cabelos castanhos flutuando no ar com um mini-tornado em volta de suas pernas e braços, e ao lado dela estava o mesmo rapaz de cabelos pretos armado com suas espadas.
- Pensei que em um momento como esse, a Stacia iria precisar do seu consolo, mortal. - O deus sorriu, agora olhando para o Espadachim Negro, que se aproximou de Eonal e Alice armado com as espadas dele na defensiva para proteger o casal. - E agora, você volta até mim com duas deusas inuteis que nem mesmo fazem parte do panteão original de Underworld.
- Ah, ela vai ficar bem. - Naala estendeu sua espada na mão direita em direção ao deus. - Vai ficar muito melhor do que você.
Vecta olhou em volta dele, e vendo que Eonal, Naala, Ifrit e Aeria iriam proteger aquela garota a qualquer custo, ele suspirou em derrota por estar em desvantagem tática e apenas levantou as suas mãos em rendição.
- Muito bem então. Stacia, se você estiver ouvindo isso e eu sei muito bem que você está, quero que preste bastante atenção. E vocês também. - Dessa vez o loiro de franjas se referiu aos jovens na sua frente. - Eu queria levar a garota sem precisar derramar sangue, mas já que vocês e as minhas irmãs me negam o que eu exijo, então eu aqui e agora mesmo declaro a Primeira Grande Guerra de Underworld.
- O QUÊ?! - Todos os jovens ali reunidos no local arregalaram o olhar ao ouvirem palavras extremamente verídicas e sinceras do Deus das Trevas em querer declarar guerra apenas pela Alice.
- Eu e minha legião de exércitos do Território Negro lutaremos contra Stacia, Solus e Terraria junto com os seus exércitos humanos, incluindo vocês duas inúteis também. - Ele agora se referiu a Deusa das Chamas e a Deusa dos Ares, o que fez Ifrit dar um tique nervoso com a boca. - Tudo o que eu quero é a Sacerdotisa da Luz.
- Isso não vai acontecer. A Alice não vai ficar com você. - Eonal se colocou de frente de sua amada novamente, querendo protegê-la a todo custo.
- Isso não é mais uma sugestão e muito menos um pedido de trégua, Eonal. Da próxima vez que eu vier ao Império Humano, virei com uma legião em massa para destruir todos os seus povoados, um a um. - Vecta falou de forma clara e direta para todos eles ali. - Enviarei cada um dos meus prodígios para matar os humanos e terei você em minhas mãos, Alice, para realizar a salvação e a purificação de todas as raças. Todos eles estavam juntos olhando para o imperador do Território Negro, sabendo que no momento em que escolheram proteger a Sacerdotisa da Luz, seria um caminho sem volta. - Em três semanas, os meus exércitos atacarão o Império Humano. Vamos nos amaldiçoar a vontade.
Foi aí que ele deu um pulo poderoso novamente e saltou em direção ao outro lado das Montanhas do Fim.
- Meu amor, você tá bem? - O Cavaleiro Safira perguntou a ela, olhando seu corpo minuciosamente para ver se sua amada estava bem.
- Sim, eu estou bem sim. - Ela acentiu com a cabeça, e o abraçou rapidamente ao se sentir receio do que tudo aquilo iria trazer.
Por causa da decisão de Vecta em ter Alice para os seus próprios objetivos pessoais, todos os humanos seriam tragados pelos prantos e a morte que vinha. E era uma grande guerra que iria mexer com os dois povos do mundo.
Em duas semanas, legiões de guerreiros já estavam sendo convocados e treinados pelas deusas que também estavam se preparando para a guerra.
Naala, Eonal, Terraria e também uma amiga de Stacia que se tratava de Gladia, a Deusa das Espadas ajudaram as tropas com um treinamento para o combate físico. Já Solus, Aeria e Ifrit estavam treinando os arqueiros, monges e freiras para o combate à longa distância enquanto Alice estava sendo mantida em segurança para o inimigo não sequestrá-la.
Stacia queria manter a única esperança do mundo longe do campo de batalha, longe das garras de Vecta. Se o Deus das Trevas apenas tocar na Sacerdotisa da Luz, tudo acabaria. Ele planeja usar inúmeras almas de seres mortos para trazer a amada dele de volta, sem se importar com o resto.
- Por quê você quer me manter longe da batalha, senhorita Stacia? Eu desejo matar aquele homem, é o meu destino. - A loira insistia continuamente em se envolver na grande batalha que se aproximava.
- Você não pode chegar perto dele, sacerdotisa. Ele quer te usar como um receptáculo e só precisa de poucos metros para chegar no seu ponto de alcance e ter você. - Stacia advertiu ela novamente, querendo que Alice entendesse. - Você ama o filho da minha irmã caçula, então quero que você não se arrisque. O mundo precisa de você.
E claro, a loira incapaz de seguir ordens da deusa foi atrás das linhas inimigas para tentar derrotar o Deus das Trevas sozinha e acabar com a guerra de uma vez por todas. Mesmo ela sendo uma sacerdotisa, o seu lado altruísta era ainda maior do que a disciplina dela.
Em uma grande batalha envolvendo humanos, demi-humanos e os deuses, Vecta estava quase vencendo e colocando as suas mãos na Sacerdotisa da Luz. Mas no último instante, ela empunhou as suas mãos e recitando um enorme cântico, atacou o Deus das Trevas e o destruiu de uma vez por todas.
Mas mesmo com uma grande batalha, perdas também preencheram uma parte enorme dela. Para o lado dos deuses, a única fatalidade deles veio da própria rainha deles e do guerreiro da profecia. Stacia estava morta, assim como Eonal.
Sua melhor amiga Yuuki, também conhecida como a Deusa das Espadas Gladia estava de luto após o ocorrido, junto com Solus, Terraria, Ifrit e Aeria. Naala estava desolado, assim como a Sacerdotisa da Luz. Ambos os melhores amigos perderam os seus amados numa guerra tão brutal, e tudo isso foi apenas para trazer uma deusa de volta a vida.
E foi isso que Alice se perguntou, enquanto via o seu amado sendo enterrado. Mesmo ele morrendo como herói, sacrificou a única chance de trazer a mãe dele de volta, matando o seu pai no processo. Ela tinha ódio do Deus das Trevas, mas agora ela finalmente pôde entender o mesmo que Vecta sentiu por todos esses anos.
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Agora...
- ...e foi isso, criança. - Lunaria terminou de contar toda a história dos Cinco Deuses, e vendo como o panteão havia crescido. - Os humanos venceram, mas a Stacia e o Cavaleiro Safira morreram no processo. Antes a Deusa da Criação era uma mulher bastante fria e arrogante, se tornou humilde ao salvar um Cavaleiro Negro. E o Eonal se sacrificou pra salvar a amada dele.
Eugeo refletiu em toda essa história, vendo como o Eonal estava sendo tão parecido com ele. E a Sacerdotisa da Luz era igual a sua Alice, inteligente e bastante tsundere, mas também era bem altruísta em relação as pessoas.
- Nesse mesmo momento, a Alice tá com você lá na frente, não é? - O Cavaleiro da Integridade loiro perguntou a ela, preocupado com sua amada. - Ela e o bebê estão bem?
- Sim, eles estão bem. - A loira-alaranjada respondeu a ele com um sorriso, enquanto se segurava nas costas dele. - Ela também está preocupada com você, se perguntando se você está bem e se você vai aceitar o bebê ou não.
- Eu amo ela e aquele é o meu filho, e eu vou cuidar dele junto com ela. - Eugeo acentiu para ela com um sorriso determinado, também ruborizado ao lembrar-se da sensação de ser pai. - Aí, preciso saber como vou cuidar dele. Será que a Alice tá enjoada? Será que eles dois estão com fome, ou com sede?! Será que ele não tá com sono? Será que ele já tá chutando a barriga dela?
- Relaxa, criança. Você mal descobriu que vai ser pai e já parece que vai ser um pai babão. Ela só tem quatro semanas e tá com enjôo, mas ela tá bem. - Ela riu ao ver o comportamento do jovem cavaleiro, preocupado em ver o bebê dele.
- Tá bom. Mas e sobre a sua história? Você me prometeu contar a história verdadeira sobre você, Lunaria-sama. - Ele lembrou-se de quando ela havia citado falar sobre a história falsa desse mundo, e já foi dito. Agora o que ela precisava falar era a verdade sobre ela.
Lunaria cerrou os seus olhos, assemelhando em um olhar preocupado enquanto começou a se segurar mais no loiro mais jovem, como se estivesse se abraçando nele. Vendo que não precisava mais omitir coisas ao Eugeo, ela finalmente começou a contar a sua verdadeira história.
- No Mundo Real, eu nasci em uma família rica, morava num lugar chamado Califórnia e conheci o homem que você tanto odeia na época em que éramos crianças. Diferente das pessoas ricas, a minha família sempre foi muito humilde. Eu e o Gabe éramos vizinhos e tínhamos bastante contato, mas só que desde que eu nasci, fui diagnosticada com uma leucemia aguda e um sistema imunológico quase inexistente. Por causa disso, eu nunca tive nenhum amigo além do Gabe. Éramos grandes amigos, ele sempre esteve ao meu lado nos melhores e nos piores momentos. Nós nos separamos devido eu ter me mudado para uma outra cidade, quando o meu país teve uma crise. - Ela olhou para o deserto, com um semblante triste ao lembrar-se de sua vida passada. - A minha doença me impedia de fazer várias coisas. Tinha ataques respiratórios e não podia correr, me expor demais na natureza ou fazer qualquer tipo de esforço. E os meus pais tiveram que lutar pra me deixarem viva. A minha infância foi uma das piores épocas nas quais já passei. Tive que passar por um tratamento experimental para melhorar o meu sistema imunológico. Mas aí que me tornei adulta, fiquei com a saúde revigorada e eu pude ter a chance de encontrar o Gabe de novo.
Eugeo escutava cada palavra da mulher que o abraçava em suas costas, vendo como ela havia conhecido o seu pai e ver o quanto eles eram apaixonados. Ele não podia negar que ela era bastante igual a ele. Eles não tinham a mesma cor de cabelo ou os olhos azuis, mas ainda assim, ele tinha o rosto e o sorriso dela.
- Voltamos a ter mais intimidade, e desde criança pude ter certeza de que eu era apaixonada por ele, e ele por mim. Nós nos casamos após isso. E do fruto desse amor... Eu fiquei grávida e meu filho nasceu. Porém, eu só pude ter ele em meus braços por apenas uma única semana.
- O que houve? - Eugeo perguntou a ela, interessado no que havia acontecido no meio dessa história.
- Minha doença voltou devido ao início da minha gestação, e ela estava atacando de forma ainda mais letal do que eu já vi. E para piorar, a minha gravidez que antes era normal, passou para uma gravidez de risco. Pode-se dizer que o meu corpo transferiu energia para fortalecer a gestação do meu bebê, ao invés de continuar dando forças para o meu sistema imunológico, até que o meu corpo não suportasse mais a dor.
- Então você se sacrificou pelo seu filho... - Eugeo compreendeu do que se tratou. Seu pai havia tido a permissão da mulher para que a matasse, tendo duas coisas feitas: para sentir a alma pura da mulher em suas mãos e também, livrando-a de seu sofrimento. - E também pediu pro Gabriel te matar, pois não aguentava mais a dor.
- Sim, eu vivi com aquela doença insuportável desde que eu nasci e agradeço pelo Gabe ter acabado com o meu sofrimento. - Ela levou a sua mão até o seu peito, tocando enquanto recordava-se daquela mesma dor. - Só que quando vi você de novo, mantive a minha promessa de que não me arrependeria de fazer outra vez.
- E o que me dá o direito de perguntar a próxima coisa que eu quero saber? - Ele a questionou, fazendo com que a loira-alaranjada apenas fechasse os seus olhos, já sabendo o que ele queria e também o que ela precisava dizer.
Ao lembrar-se do nome da mulher que Yuuki citou como progenitora do loiro, ele finalmente soltou a pergunta que eles dois já tinham certeza de que seria dita a qualquer momento.
- Você é a Alicia Klingerman, a esposa do Gabriel... não é? Então isso quer dizer que você é a minha verdadeira mãe?
Alicia Klingerman. Esse era um nome que essa mulher não ouvia há vários anos. Era o seu verdadeiro nome e saindo da boca de seu próprio filho eram como se ela estivesse engolindo cacos de vidro, arrependida por ter mentido para ele desde o começo e também agoniada por ter ficado tão longe dele.
- Sinto que os programadores desse mundo já estão conseguindo acessar o FluctLight do seu amigo. Daqui a pouco, ele irá acordar e vai precisar de toda a força que puder. Talvez o seu fragmento de memória preso na Espada da Rosa Azul falsa e as suas amigas podem guiá-lo. - Ela interrompeu a ele, saindo da garupa e flutuando no ar para desviar o olhar do loiro mais novo que a fitava com mais dúvidas ainda. - Não queria que você soubesse disso agora, mas não dá mais pra adiar.
- Não, Alicia! Você vai me responder agora! Não foge de mim! Não depois de dezenove anos...
- Não estou fugindo, Eugeo. Nunca fugi. Preciso fazer outra coisa. - Ela tocou em seu ombro e fechou os seus olhos, fazendo com que o loiro sentisse algo estranho e poderoso passando-se por ele. - Isso vai te ajudar quando você mais precisar.
- “Mãe...”
- É isso então. - Ela tocou em suas costas e pronunciou algumas palavras para ele se movimentar mais rápido. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Lunar... Impulso Nebuloso. - De repente, Hanayuki começou a voar em uma velocidade absurda em direção ao Altar.
Para se proteger da imensa velocidade passando pelo seu corpo e equipamentos, Eugeo rapidamente ativou um campo de força feito com sua encarnação para evitar todo o impacto da ventania.
- Estarei observando, e te ajudarei. Te vejo daqui a pouco, meu filho. - Alicia fechou os seus olhos e acabou sumindo no ar, semelhante a um fantasma.
- Hanayuki, segura firme! - O loiro sentiu um impulso ainda mais forte, e dessa forma, ele e seu dragão seguiram em frente a toda velocidade em direção ao Altar.
Eugeo ainda pensava saber em como seria agora que a Deusa da Lua era a sua verdadeira mãe, tendo agora mais coisas na cabeça para pensar. Mas no momento, o cavaleiro de armadura prateada não podia parar para pensar nisso agora. A Alice e o filho deles era a sua prioridade.
- Eu tô chegando, meu amor. Só mais um pouco!
Ao mesmo tempo em que Eugeo se aproximava cada vez mais do Altar do Fim do Mundo, alguns quilômetros mais na sua frente estava Gabriel voando com o morcego-besta do GGO, e sorriu ao ver dois pequenos pontos azuis no horizonte do imenso deserto avermelhado.
- Já estou chegando até aquela garota, minha amada Alicia. Trarei você de volta para mim, eu prometo.
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No Mundo Real, naquele mesmo instante...
Higa ainda estava com uma arma apontada para a sua cabeça, e o loiro de cabelos espetados ainda olhava temeroso pelo que aguardava a ele, vendo que Yanai já havia deixado bem claro a sua intenção de matá-lo.
- É melhor fechar os seus olhos, senpai. Não vai ser bonito. - O cientista deu um sorriso de lado, destravando a arma novamente para disparar o tiro de misericórdia.
- HIGA, TOMA CUIDADO!!! - Uma voz feminina extremamente alta se passou por aqueles dutos do Anteparo de Pressão e isso fez os dois se assustarem com a voz.
Uma chave Inglesa caiu bem na passarela onde os dois estavam e isso assustou Yanai, fazendo com que o cientista deixasse a arma cair. Higa rapidamente aproveitou a chance e empurrou Yanai para fora da passarela, fazendo o cientista gritar de pânico e cair no fundo do fosso do anteparo, onde acabou morrendo com o pescoço quebrado devido a queda.
- Higa, você tá bem? Responde logo! - A voz de Rinko apareceu novamente lá do duto de ventilação, com a sua cabeça para fora.
- S-Sim, eu tô bem. Mas você acabou me assustando, doutora Rinko. Não sabia que podia gritar desse jeito.
- Não tá nada bem, seu idiota! Você levou um tiro! Como consegue ficar tão calmo?! - Ela se exautou, notando o vermelho no local do braço onde Higa estava segurando para pressionar a dor.
- Não precisa se preocupar, pegou só de raspão. Vou continuar com a operação e reiniciar o Fluctlight do Kirito daqui. Então preciso que volte lá pra sala e monitore o Fluctlight dele, por favor. - O loiro de óculos pediu a ela, não querendo que ela se preocupasse com ele.
- Tá bom, eu vou acreditar em você. Mas se você tiver mentindo pra mim, eu vou aí e te dou um tabefe! - Ela o ameaçou novamente de maneira cômica, fazendo Higa se assustar com ela.
- Pode acreditar, eu vou ficar bem! - Higa deu um joinha com a mão, querendo que ela se sentisse em paz com a palavra dele.
- Eu já tô voltando pra Sala Secundária, mas se qualquer coisa mudar no gráfico do Kirigaya, eu volto pra cá. Tô contando com você, Higa. - Ela tirou a sua cabeça do vão da ventilação, saindo dali.
- ESPERA, RINKO-SENPAI! - Higa chamou por ela, esperando que ela tenha ouvido a ele.
- O que foi? - A doutora voltou ao ouvir a voz de Higa novamente.
- Sabe... - Ele começou a falar, meio envergonhado. - Quando tudo isso acabar, que tal sair pra comer qualquer dia?
- Claro, eu aceito. Hambúrguer, gyudon, ramen... Eu te pago o que você quiser. - Ela sorriu pra ele, e saiu do vão da ventilação indo em direção a Sala Secundária.
Esperando que pudesse chamar a ex-esposa de Akihiko Kayaba para sair, a resposta dela foi basicamente em ir levar ele pra comer em restaurantes baratos do melhor tipo: o bom e velho podrão do tio da esquina.
- Ai, que mulher mão de vaca. - Ele suspirou em derrota, mas feliz em saber que já tem aval para levar a mulher para sair.
No momento em que ele colocou suas mãos no seu notebook e digitou o algoritmo de reiniciamento, sua visão ficou turva. Claro que isso aconteceria, pois está sangrando demais por causa do ferimento. Mesmo tendo sido um tiro de raspão, ainda era um ferimento grave.
- Conectando o STL 1 da Superconta Solus, conectando o STL 6 da Superconta Terraria e o STL 5 da Superconta Stacia para o STL 4 do Kirito... - No momento em que Higa finalmente conectou as contas de Asuna, Sinon e Leafa com a de Kirito, a sua visão se distorceu mais uma vez devido a dor e a perda de sangue. - Isso não é nada. Tá na hora de acordar, Kirito!
Ele finalmente apertou o enter, iniciando o processo de backup da auto-imagem do Espadachim Negro, esperando que ele finalmente possa voltar a ser o que era antes.
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Em Underworld...
Agora...
Enquanto Eugeo e Alice estavam em direção ao Altar do Fim do Mundo, o Exército da Humanidade estava sofrendo baixas enormes. Kirito, Eydis, Eldrie e Renly eram os Cavaleiros da Integridade remanescentes naquela área, e o trio já estava ferido e bastante exausto devido as últimas batalhas. Os players do GGO, ALO e de outros jogos agonizavam de dor, diferente de como eles sentiam sem os absorvedores de dor.
- É melhor você levantar logo, Kiritinho. Se não, o que sobrou dos seus amigos aqui vão acabar morrendo logo. - Vassago sorria maléficamente.
- Kirito... Por favor. Eu te dou o meu coração, a minha vida, te dou tudo. Então por favor, abra os seus olhos. - Asuna suplicava, esperando para que seu amado pudesse voltar aos braços dela.
Lá perto do desfiladeiro feito por Asuna, Leafa estava sendo levada numa maca improvisada feita pelos orcs e pugilistas, e a deitaram no chão. Ela estava ferida, cansada, esgotada e com a sua sanidade quase esvaindo.
Mas ainda assim, ela rezava constantemente para que o seu irmão se levante mais uma vez.
- Maninho, volta pra gente. - Ela fechava seus olhos, convicta na esperança dele voltar. Ela fechou os seus olhos e finalmente se levou a exaustão.
Lá nas chapadas montanhosas, Sinon estava sendo cuidada por Itsuki, Kureha e Zeliska e como aprenderam o básico em usar feitiços desse mundo, a ruiva e a albina estavam curando a sniper de seus ferimentos graves.
- Kirito... - Sinon segurou o pingente dela firmemente, e desejou para que o irmão da garota por quem ela estava começando a se apaixonar acordasse.
E bem ao lado de Kirito onde estava a Espada da Rosa Azul falsa, uma silhueta se passou por dentro da réplica da arma divina. Eram passos e uma voz de um certo loiro que estava a centenas de quilômetros de distância.
- Vamos lá, Kirito... É hora de acordar.
As três supercontas estavam sendo unidas em uma só, indo em direção ao FluctLight de Kirito. As cores vermelhas, verdes e cianas, assim como uma cor azul que vinha lá longe delas finalmente se conectaram a luz flutuante.
E naquele momento, desde a luta contra a Administradora, o FluctLight de Kazuto Kirigaya vulgo Kirito, vulgo Espadachim Negro estava em reiniciamento total.
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Ponto de Vista(Kirito)
Que coisa mais estranha...
Eu estava fazendo... O que eu estava fazendo? O que eu devia fazer agora? Não consigo me lembrar. A minha cabeça está doendo tanto, que parecia que ela vai explodir.
Tudo o que eu me lembro era de uma noite tão escura, mas clareada pela luz do luar e as incontáveis estrelas que circulam os céus.
Mas a partir do momento em que eu abri o meu olhar, pude sentir que estava tão laranja. Quando os meus olhos se ajustaram, pude enxergar com mais clareza o que estava vendo.
A luz alaranjada do por do sol tocava as janelas, atravessando o vidro e tocando as carteiras, paredes, tudo o que havia naquela sala de aula.
- Mas já tá anoitecendo? - Me perguntei enquanto olhava lá pra fora. Eu lembro que a turma estava de horário livre, já que a professora de química havia faltado. Mas eu queria descansar um pouco, porquê eu passei horas na madrugada passada procurando alguns updates sobre o beta do SAO, que vai lançar daqui a alguns meses. - Ah, eu apaguei e até perdi a hora.
- Ah, com licença, Kirigaya. - Eu ouvi a voz de uma garota que havia acabado de entrar na sala ao abrir a porta deslizante. - A diretora mandou avisar que a gente tem que ir, então vim aqui pra te chamar.
- Ah, claro. - Eu acenti com a cabeça, mas ainda estava um pouco fora de mim mesmo.
- Eh... Tá tudo bem com você? Você parece um pouco estranho.
- Não, eu tô bem sim. É só que... Não me lembro do que eu precisava fazer depois de ir embora.
- Eu vou pegar a minha mochila, então... - A garota de cabelos escuros pegou os pertences dela e saiu primeiro, desaparecendo no corredor. - Adeus.
- Claro, valeu por me avisar, Sachi.
Eu peguei a minha mochila, levantei da carteira e fui andando até a porta deslizante da sala. Ao sair, comecei a ir andando aos poucos até parar para ver o sol começar a se por lentamente. Que curioso, sabe? Não parece que eu só estou me esquecendo de alguma coisa. Parece também que tem alguma coisa que está querendo me fazer chorar, mas não sei o que é.
Do que eu estou me esquecendo?
Notes:
Espero que tenham gostado desse capítulo, pessoal.
No próximo capítulo, nós finalmente chegaremos ao fim de Alicization Awakening, caros leitores e leitoras. Eu queria tanto mostrar uma coisa mais detalhada sobre essa guerra dos deuses, mas a minha cabeça não tava boa pra isso e decidi apenas terminar a história falsa dela assim de um jeito meio anti-climático onde Eonal e Stacia morrem.E sim! Pra aqueles que estavam confusos, a Alicia Klingerman era a mãe do Eugeo esse tempo todo.
Diferente do anime onde ela morre criança, aqui eu desenvolvi ela como uma personagem mais importante e dona da conta da Deusa da Lua e também, eu gostaria de ver como seria se ela e o Gabriel crescessem juntos e se casassem, já que ele sempre amou ela mesmo tendo-a matado.
(Serião, até no gameverse ele fala que sempre amou a Alicia e queria ver ela de novo.)E agora sim o nosso Kirito rei do hack ambulante finalmente tá voltando neném! O PoH que se prepare, pois o Pc gamer dele vai torrar!
Até mais 👍⚔️
Chapter 32: Capítulo XXXII - A Release Recollection Mais Forte de Todas
Summary:
Asuna, Yuuki e Pitohui tentam ganhar mais algum tempo lutando contra PoH para que Kirito possa acordar, porém as coisas podem se descarrilar a qualquer momento.
Kirito percebe que não consegue se lembrar de como chegou até o colégio e se dirige a caminho de sua casa, se recordando aos poucos do que aconteceu nos últimos dois anos em Underworld. Para sair de sua escuridão, um rosto familiar aparece para ajudá-lo.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Kirito havia acabado de ver a menina que se chamava Sachi ir embora da sala, e ele ainda observava com curiosidade o pôr do sol chegando na cidade. Naquela hora, ele já devia estar chegando em casa normalmente sempre que havia uma aula vaga nos últimos horários e dispensavam as turmas.
Mas por algum motivo, o moreno decidiu descansar um pouco no colégio. Ele estava pensativo com o sonho que ele teve. Parecia tão real.
Naquele sonho, a única coisa na qual ele conseguia se lembrar era algo parecido com uma luta, onde ele estava dentro de um castelo ou uma igreja, lutando contra uma mulher gostosona de cabelos lilás longos e completamente nua, e ele estava acompanhado junto de um casal de loiros vestindo armaduras e armados com espadas mágicas que se assemelhavam com um tema de flores como rosas azuis e osmanthus.
Ele teve apenas um sonho? Ou o que ele tinha visto era mesmo real? Vendo que iria dar mais dor de cabeça em pensar nesse sonho totalmente maluco, ele apenas deu de ombros.
- Ah, já tá ficando tarde. É melhor eu voltar pra casa ou então a minha mãe vai dar um xilique. - Kirito parou de olhar para a janela e continuou a andar pelo corredor do colégio.
Enquanto ele andava em direção às escadas, ele parou para notar novamente o lindo pôr do sol no horizonte de Tóquio.
A claridade e o calor batiam no seu rosto e por algum mistério, aquele sol não parecia ser um sol normal. E aquele sonho que ele teve o deixou encucado mais uma vez.
- Que estranho. Parece que eu me esqueci de alguma coisa importante. - O rapaz de cabelos pretos olhou para a quadra de Educação Física, enquanto continuava a andar até chegar ao final do corredor onde estava a escadaria.
Mas no momento em que ele iria descer para ir embora, uma voz inesperada o chamou.
- Kirigaya, espera um pouco! - A voz de uma mulher apareceu lá do corredor, e se aproximando até ele calmamente.
Era uma mulher de longos cabelos preto-arroxeados e ondulados com olhos amarelos, vestindo uma camisa social branca, uma saia roxa que chegava até um pouco abaixo dos seus joelhos e um salto alto. Ao seu lado, vinha um homem alto de cabelos azuis cobaltos usando um óculos de grau vestindo uma camisa social branca, calça preta e sapatos sociais.
- Professora Fanatio? Professor Bercouli? - Kirito estranhou a aparição dos dois no corredor, sendo que em todas as salas por onde ele passou estavam completamente vazias.
- Você se esqueceu de pegar o resultado da sua prova, Kirigaya. - Fanatio entregou a ele uma folha, onde estava cheia de questões de múltipla escolha e com cálculos. - Você quase gabaritou a prova de Trigonometria, só ficou por uma questão. Claro, ninguém acertou pois era a mais difícil da prova e era bem provável que ninguém fosse acertar.
- Ah, valeu. - Ele pegou a prova na mão e viu que estava pontuada, quase que por completo. - Ei, e o que vocês dois estão fazendo aqui ainda?
- Eu estava corrigindo as provas de Sociologia e Filosofia da 7ª Série, e notei que os seus amigos haviam ido embora mais cedo. - Bercouli explicou ao jovem, mostrando a ele o amontoado de provas que ele levava na mão.
- E eu estava corrigindo as provas da 8ª Série. - Fanatio respondeu a ele rapidamente, fazendo o rapaz se surpreender ao olhar para os dois professores. Eles eram casados, como todo mundo no colégio já sabia.
- Ah, entendi. - Kirito acentiu com a cabeça ao entender a razão dos professores estarem ali.
- E você, já não deveria estar em casa? A sua turma foi liberada desde às 14:00. - O homem de cabelos azuis olhou para o seu relógio no pulso esquerdo, olhando para o horário.
- É, só que eu acordei mal hoje e depois que liberaram a gente, eu acabei cochilando na sala de aula. Eu já estava indo embora agora. - Ele se explicou, fazendo com que ambos os professores dessem respostas variadas. Bercouli apenas deu uma risada de lado, enquanto Fanatio ficou irritada com a resposta do rapaz e as suas veias saltaram de seu rosto, aparentemente com raiva.
- Aí, moleque. Lugar de você dormir é em casa, escola não é lugar pra dormir não. Que mania. - A mulher de cabelos roxos suspirou irritada com o adolescente, vendo que era bem normal o comportamento extremamente mundano de Kirito.
Ele apenas se desculpou de maneira um pouco bagunçada, se despediu dos dois professores e deixou o colégio, indo em direção a estação de metrô para ir embora. Como já era horário de pico onde as pessoas já estavam voltando do trabalho, ele não teria a sorte de ir sentado no vagão.
Passando pela rua, ele notou que haviam três adolescentes três anos mais novos do que ele em sua frente, assistindo TV enquanto comiam um bolo de um food truck. Se tratavam de um garoto de cabelos verdes com tranças, uma acastanhada de cabelos curtos e olhos azuis e uma ruiva de longos cachos lisos. Assim como Bercouli e Fanatio, os três também eram ocidentais e vestiam a farda preta típica do Colégio Fundamental 2 que o Japão usa.
- Olha lá, Tiese! Aquele tal jogo novo vai lançar. - A acastanhada chamou a atenção da ruiva, que comia o seu bolo.
- Ah, eu queria tanto comprar a versão beta. Mas só vou conseguir comprar depois que lançar oficialmente. - A ruiva suspirou em derrota, e continuou a comer o bolo para aliviar as mágoas.
- Mas olha a boa parte, garotas. A gente ainda vai poder jogar juntos e superar aquele cara em equipe. - O esverdeado que estava em silêncio finalmente falou para elas.
Kirito estranhava a semelhança daqueles três, e sentiu que já os viu em algum lugar. Seria em um jogo medieval igual aos MMORPG como o League of Legends que ele costuma jogar no seu computador? Não, seria idiotice demais.
Ao se distrair por um momento com aqueles três estudantes, ele acabou se esbarrando em um casal que estava na frente dele. Ele olhou para eles e viu que se tratava de um cara de cabelos lilás e uma garota de longos cabelos acinzentados presos em um rabo de cavalo envolto por um laço preto. Os olhos vermelhos e o laço dela faziam-a se assemelhar a um coelho.
Kirito já percebeu de cara que ambos eram mais velhos do que ele, provavelmente universitários ou gente jovem que trabalhava em escritório pois estavam vestindo roupas sociais e carregavam bolsas com pastas em suas mãos.
- Olha por onde anda, moleque. - O lilás chamou a atenção de Kirito e tirando ele de seus pensamentos, e o garoto de cabelos pretos viu o olhar irritado naquele cara.
- Ei, Eldrie. Deixa o garoto em paz, ele não viu a gente. - A acinzentada o segurou em seus braços, tentando evitar algo entre eles dois e deu um sorrisinho com uma piscadela para o mais novo antes que seguissem caminho. - Está tudo bem, garoto. Ele é assim mesmo com qualquer um.
- Eh, me desculpa. - Ele tentou falar, mas o casal já havia seguido o seu caminho em frente.
De qualquer maneira, ele ignorou a eles e seguiu o seu caminho até um semáforo que estava fechado para a passagem liberada de carros. Naquele momento mais de umas 100 pessoas de ambos os lados já estavam prontas para atravessar a faixa branca, e o sinal finalmente abriu.
Kirito seguiu junto com os pedestres atravessando a rua, e sem que ele notasse, uma garota de olhos azuis e longos cabelos loiros presos em uma trança vestindo a mesma farda que a do moreno havia passado ao lado dele. Ela parou por um instante para observar ele indo na direção oposta, mas seguiu o seu rumo.
Diferente de alguns outros que Kirito encontrou durante o caminho, ele não havia notado a garota loira que passou bem do lado dele. Mas o seu subconsciente recordou ele novamente de que estava esquecendo de algo extremamente importante. E isso tinha a ver com aquela loira.
Ao chegar na estação de metrô e passar pela catraca, ele aguardou o seu trem chegar, e pegou para ir até o seu bairro, onde de lá, já estaria chegando em casa. Ao ver o seu trem chegando, ele entrou no vagão lotado e seguiu a viagem atravessando a gigantesca cidade, passando pelo subsolo e os viadutos da capital da Terra do Sol Nascente enquanto ouvia música no seu fone de ouvido.
O áudio do trem começou a anunciar que a próxima estação estava chegando perto e Kirito prestou a sua atenção no ambiente fora do trem, e ao ver que aquela era a sua chegada, ele saiu do lugar de onde estava se segurando e foi pra mais próximo da porta para quando fosse a hora de sair, ele já fosse antes.
E no momento em que ele saiu do lugar de onde estava, um pouco atrás dele estava um rapaz loiro de olhos verdes vestindo uma farda de colégio lendo um livro calmamente, aguardando pela a sua estação. O loiro desviou o seu olhar do livro para observar o moreno que saía do vagão. Da mesma maneira que Kirito não prestou a sua atenção naquela garota loira, ele também não prestou a devida atenção naquele loiro que lia o livro.
E foi aí que ele percebeu de novo aquela mesma sensação de estar esquecendo algo importante. Ao sair da estação, ele voltou a caminhar pelas ruas novamente pois já estava chegando perto de seu bairro.
Só que durante a sua caminhada, um telão estava transmitindo um comercial do primeiro jogo de realidade virtual via imersão total que seria lançado daqui a alguns meses com as frases expostas com a seguinte frase:
“Em 2022... a humanidade finalmente criou um ambiente totalmente virtual.”
Assim como os dois loiros que ele havia ignorado, Kirito também ignorou o comercial daquele telão e em alguns minutos andando já estava perto de casa.
A noite já havia tomado o céu na cidade e ao entrar em uma rua pequena, Kirito notou que havia um beco que estava totalmente escuro e com as luzes apagadas. Ele parou para observar aquele beco, e foi aí que ele ouviu uma voz.
- Kirito...
Mas não foi uma voz qualquer, e sim a voz da primeira pessoa que ele viu ao acordar naquela sala. Era a voz daquela garota.
Ele deu pequenos passos para dentro daquele beco, e foi aí que ele arregalou o seu olhar ao ver mais a frente dele três caras e uma garota vestidos de capa e armadura parados de frente para um portão, como se fossem participar em um evento de cosplay.
E foi aí que a ficha dele caiu. Ele se lembrou de tudo. Ele ter sido envenenado pelo Johnny Black e ficar em coma, e em seguida lembrou de ter sido "convidado" pra participar do Projeto Alicization e ficou preso por dois anos, ter conhecido Eugeo e Alice em Rulid, a revolta na Igreja de Axioma e a morte de seu melhor amigo. Tudo além dessa falsa realidade na qual ele estava agarrado.
A Guilda dos Gatos Pretos Enluarados, a primeira Guilda na qual o Kirito acabou se juntando. Foi ali que ele tentou fazer os seus primeiros amigos de grupo, só para serem mortos por culpa dele e de seu orgulho por não revelar a eles que ele era um beater.
- Sachi?
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Ponto de Vista(Yuuki/Gladia)
Com certeza não era isso o que eu esperava. Eu morri pra depois renascer nesse mundo e morrer de novo? Que loucura. Me tornar a Comandante-Líder da Brigada dos Cavaleiros Negros após a morte de meus superiores e se tornar a arma viva do Imperador Vecta foi uma das piores coisas que eu senti.
Nesse mundo eu sou inimiga dos Cavaleiros da Integridade, sou inimiga da Igreja de Axioma e tenho o meu orgulho de ser uma Cavaleira Negra.
Só que aquela Yuuki que tentou matar o Eugeo impulsivamente não era eu. Era uma pessoa totalmente imparcial, raivosa, cobiçada e homicida. Eu estava com tanta raiva por ter perdido a Lipia e o Lorde Shasta. A Lipia havia me criado, cuidou de mim e me treinou arduamente, e eu perdi ela para as mãos daquele Homelander da Shopee.
Ele me manipulou e me disse que se eu trouxesse a Sacerdotisa da Luz e o Cavaleiro Safira até os pés dele, ele iria me recompensar com qualquer coisa. Que mentira linda.
Enquanto eu estava fora de si, observei por mim mesma centenas dos meus homens lutando contra os Cavaleiros da Integridade e eu pouco me importei em vê-los sendo massacrados. Só o que tinha dentro de mim era a mais pura raiva.
Mas foi aí que o Eugeo me libertou, arrancou o controle mental daquele cara que se chamava de deus com as próprias mãos. Devo muito por aquele loiro de farmácia, e eu nem sei se vou vê-lo de novo. Graças a ele eu pude rever a Siune e os outros, até mesmo pude me encontrar com a Asuna também.
Nos últimos dias da minha vida, ela ajudou a gente a vencer um chefão na Nova Aincrad. Apesar de ter sido um tempo curto, foi um dos melhores momentos da minha vida em ter conhecido uma amiga tão legal como ela.
Parei de recordar sobre o passado, e agora estava a frente para o presente em meus olhos.
Haviam milhares de soldados vermelhos parados aguardando a ordem desse tal do PoH. Eles estavam sendo agora manipulados mentalmente com a Encarnação daquele desgraçado. Para distrair o assassino como forma de ajudar Eugeo a subir no avião do time de Itsuki, Eiji havia insistido em querer lutar sozinho, mas acabou dando no pior. Ele teve os seus braços arrancados e foi deslogado desse mundo junto com a Yuna.
Aquele hispânico de capa preta sorria de orelha a orelha como se tivesse na Disneylândia e uma aura vermelha e preta começou a cobrí-lo por inteiro. A aura tomou forma e em cima dele estava uma sombra de rosto com um sorriso macabro.
A aura começou a se passar para todos os players vermelhos, fazendo todos eles sentirem toda a maldade de PoH. Até mesmo eu conseguia sentir aquilo, e me arrepiava na espinha. Quase todos os vermelhos estavam sendo controlados pela lábia daquele desgraçado, mas por sorte alguns deles ainda estavam sãos o bastante para terem consciência de seus atos. Moonphase e Mei Mei Xiang eram dois desses conscientes, que tentavam convencer eles para recobrarem a sua lucidez.
- Pessoal, não ouçam o que aquele cara diz! Ele é um assassino em série! - Moonphase tocou no ombro de um dos vermelhos, segurando ele e pedindo para ele entender.
- Por favor, vocês não querem agir assim! - Mei Mei segurou nos braços de uma amiga dela que estava ali, sendo manipulada.
Não bastou muito tempo, e a maioria deles estavam agora sob o efeito da encarnação do PoH, que se aproveitava para usar o egoísmo e a vontade dele para manipular os players vermelhos ao redor. Agora quase todos os vermelhos estavam se atacando.
Eu estava abaixada, ainda vendo o quão desafiador seria se eu enfrentasse todos aqueles caras sozinha. Pra dizer a verdade, eu sei o verdadeiro motivo de todos esses players do Mundo Real estarem aqui e até que me identifico com eles.
- Aquele cara é um demônio, ou o quê? - Moonphase olhava para o hispânico, querendo tentar entender no que se passava na mente daquele homem.
E pra ser bem sincera, nem mesmo eu consigo ver ou entender o que ele é. Dá pra adivinhar que ele não teve uma infância feliz, já que ele tem cicatrizes até mesmo no rosto onde estavam cobertas pela tatuagem.
Mas aquele cara perverteu o que eles queriam, e usava-os para o seu benefício próprio.
Não posso deixá-lo matar o que sobrou dos meus amigos e do exército do Império Humano. A minha Release Recollection não pode ser usada nessa área, pois tem muitos aliados em volta. Diferente das armas divinas, essa minha tem um poder muito especial e dizem que ela se originou como a arma principal da própria deusa Gladia, a Deusa das Espadas. Uma semideusa que os Cavaleiros Negros reverenciavam.
Os três Cavaleiros da Integridade que sobraram pra nos dar apoio estavam feridos e exaustos devido as últimas batalhas, ainda mais aquela esquisitona de cabelo cinza que fez o céu vermelho do Território Negro ficar preto do nada.
Fiz um esforço ao ver os quatro vermelhos se aproximando de mim, e pulei dando um chute no que estava mais próximo de mim. Em seguida, peguei a Oborogasumi que estava na minha bainha e decapitei o segundo que se aproximava. Enfim, dei um golpe de estocadas com o terceiro e o quarto e os espetei até cabeças deles estarem perfuradas por completo.
- Olha só, parece que a morta viva ainda consegue se mexer, não é? - Aquele encapuzado de cabelos cacheados sorria de orelha-a-orelha, apoiando aquele cutelo no seu ombro.
- Eu só estou começando, otário. - Dei um sorrisinho de lado, alterando a minha posição de luta novamente para atacar um outro golpe.
Todos estavam olhando para nós dois, se fixando em nossa luta. O moreno começou a correr, indo na minha direção. Comecei a correr para alcançar ele e deslizei no chão para cortar as pernas dele, mas o desgraçado escapou do meu ataque.
Ele começou a me atacar com aquele cutelo, e nós começamos a trocar golpes. A minha Arma Divina era algo extremamente poderoso, um dos únicos Objetos Divinos existentes no Território Negro. Oborogasumi, ou Espada da Névoa Sangrenta para os mais leigos, se tratava de uma espada que cria e manipula uma névoa de sangue do usuário ou o sangue dos oponentes em volta para usar como forma de luta.
- Enhance Armamento! Campo de Sangria! - Estendi a minha Oborogasumi em direção ao assassino em série, disparando a minha névoa de sangue em direção a ele.
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O homem de meia-idade com cabelos castanhos um pouco grisalhos raspados nas laterais vestindo uma armadura personalizada de Cavaleiro Negro estava na minha frente, olhando para mim sério.
Eu estava um pouco ofegante ao ver o Comandante-Líder Vixul ur Shasta me olhando no chão, a gente estava treinando um pouco e ele havia me derrubado no chão.
- Yuuki, você sabe o que é isso? - Ele estendeu a sua espada para que eu pudesse olhar.
- É a sua espada. - Respondi a ele, tentando entender o que ele queria dizer.
- Sim, mas ela não é uma espada comum pois ela está cheia de detalhes e não é feita de um metal comum. - Ele falou enquanto apontava para mim os detalhes roxos e vermelhos que estavam encostados na lâmina da espada. - Responda de novo, o que exatamente é isso?
- É uma espada ornamental, se eu não estiver enganada. Esses tipos de espadas tem cultura de povos distintos e muitas das vezes elas mostram a história de um povo.
- Correto, Yuuki. - Ele acentiu com a cabeça enquanto começava a explicar a me explicar mais. - Essa aqui é a Oborogasumi, ou popularmente como as outras pessoas do Território Negro as chamam de Espada da Névoa Sangrenta. Essa espada foi nomeada estritamente devido a Época de Sangue e Ferro, há 200 anos atrás, onde o Império Humano e o Território estavam lutando em uma batalha sangrenta onde a barbárie e a carnificina só banhavam o lugar. Esses detalhes na lâmina dela representam a história do nosso povo. Ela foi passada de geração a geração, de sucessor a sucessor. E um dia, ela será sua.
- Ela será minha?
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Dizem que essa espada caiu do céu, por um presente de uma deusa que é pouco conhecida no mundo. E essa espada tem o seu poder de memória representando toda a dor e a sensação de morte que aquele campo de batalha sentiu. Ela foi feita para um líder forte que tenha um coração forte.
E claro, eu não costumava acreditar nisso. Até o Shasta e a Lipia serem mortos pelo deus Vecta, ou seja lá quem for que esteja usando o corpo dele.
Essa espada que empunho passou de geração a geração, de líder a líder até chegar em minhas mãos. Eu sou o novo símbolo de esperança que os Cavaleiros Negros precisam ter, alguém que saiba quando mesmo que os tempos estejam sombrios e a esperança não existir, eu ainda estarei aqui.
Ativando a minha Arte do Controle Total de Armas, disparei contra o encapuzado uma rajada de sangue utilizando a energia dos players que eu derrotei pra utilizar o sangue deles como combustível mágico.
Pra falar a verdade, o meu corpo já dói faz um bom tempo. Só vou conseguir ficar de pé por mais alguns instantes. Usei demais da minha encarnação nessas últimas horas lutando contra o Eugeo e com esses vermelhos.
Eu ainda estou aprendendo a utilizar a Arte do Controle Total de Armas da Oborogasumi, e em alguns momentos tive que usar o meu próprio sangue para utilizar o poder dela.
Estava disparando toda a névoa que podia disparar contra ele, mas as minhas pernas começaram a vacilar e começar a desabar aos poucos. Ao olhar para onde eu estava disparando, só vi que a minha névoa não estava fazendo nada com ele. Apenas fazendo pequenos arranhões, quase nulos.
- Que pirralha burra, você já chegou no seu limite e ainda acha que pode me derrotar? No estado em que você tá, o seu sanguinho nem mesmo pode fazer nada contra mim. - Ele começou a rir de lado, estendendo as suas mãos para o alto. Ele pulou para o lado, saindo da área de disparo da minha Névoa Sangrenta e se chocou contra mim. Aquele cutelo era muito pesado, parecia que todo o peso dos pecados daquele cara estavam querendo me esmagar. Ele começou a olhar para onde o Kirito estava, e parecia que estava se divertindo com isso igual ao Coringa, querendo ver o circo pegar fogo. - Aí, Blackie! Se você não acordar, acho que essa pirralha vai ser a primeira que eu vou matar. Vou matar uns quinze ou vinte com o meu cutelo, e depois vou fazer o restante desses caras acabar com a sua namoradinha!
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Asuna começou a se preocupar ao ver Yuuki sozinha ali. Os sentidos sobre-humanos vindo da sua superconta a fizeram perceber o pressentimento de risco em volta da garota de cabelos roxos. Yuuki estava em perigo!
Ela tentava se levantar com bastante dor, mas não conseguia. Todas as vezes em que usou a sua manipulação de terreno prejudicaram demais o corpo e a mente dela. Ela apenas a tentativa de se levantar fez ela continuar a sangrar pelo nariz novamente.
Eldrie, Eydis e Renly observavam aquela cena, totalmente incapazes de reagir. Eles já estavam feridos e para piorar, também estavam em menor número. Os clones de Nelgius e Entokia se foram, devido ao uso da Release Recollection de cada um dos dois, que prejudicou ainda mais o corpo da Eydis por estar com pouca energia e saúde.
Asuna não conseguia aguentar ver os players aliados e os soldados de Underworld sendo humilhados daquela forma. Ela precisava fazer alguma coisa, tinha que fazer! Mas ainda assim... Era complicado demais.
- “Não dá, eu não consigo mais lutar. Não posso nem mesmo me levantar.” - A garota de cabelos castanho-alaranjados cerrou seus olhos, ainda mais cabisbaixa com suas limitações e medos a tomando.
- “É claro que você pode, Asuna.” - Ela ouviu uma voz familiar, que fez ela se recordar dos deuses e foi aí então que não se tratava de uma voz qualquer, e sim de uma deusa exclusiva que não fazia parte do panteão dos cinco irmãos. Ela olhou para Yuuki, e viu que a voz pertencia a ela.
O link telepático entre Stacia e Gladia.
De alguma forma, a Deusa Gladia estava usando Yuuki como um receptáculo para falar com ela, ou será que isso é o contrário? Isso fez a Asuna ficar estupefata com o feito. Era como se a Yuuki e a Gladia falassem ao mesmo tempo para ela, encorajando ela e a própria Stacia em pessoa para continuar lutando.
- “Yuuki...”
- “Você é uma líder nata! Você me ensinou a como lutar pelo que você mais ama. Então faça isso, proteja os seus ideais e mesmo que você perca, jamais se esqueça de sua honra como guerreira!”
Asuna ouviu as palavras da amiga e o seu peito começou a se encher em mais emoções. Ela pensava na sua missão de levar o Eugeo, a Alice e o bebê deles para o Altar do Fim do Mundo, pensava em como proteger os habitantes desse mundo e também no Kirito. Ela veio até ali por ele, após vários dias preocupada com o estado dele.
Ela ignorou a dor em seu corpo, pegou toda a força aprimorada de deusa que ela tinha nas suas pernas e pulou para cima do assassino de players com toda a fúria e determinação que ela tinha. Por ser uma lutadora do tipo berserker-curandeira, ela era uma extrema combinação letal e de apoio. Ela podia ser as duas coisas, se necessária a situação.
Foi aí que ela usou uma Sword Skill de estocada para acertar a cabeça de PoH, mas ele percebeu que ela iria reagir. Ele sorriu de lado ao ver ela se surpreender por ter errado.
- Eu ainda estou aqui, querido! - Uma voz mais animada apareceu atrás do hispânico, o que fez todos se surpreenderem com uma mulher de cabelos pretos e com tatuagens em ambos os lados do rosto vestindo um traje tático colado, armada com um sabre de luz de cor vermelha. - Não sou uma cantora perfeita como a Yuna, mas mesmo assim eu também tenho uma bela voz.
- Pitohui! - A voz da pequena atiradora vestida de rosa chamou por ela preocupada, e como resultado, levou um chute de um dos players vermelhos.
- Não se envolve, Llenn. Chegou a hora da mamãe e do papai terem um papo de adulto.
Moonphase e Mei-Mei Xiang arregalaram os olhos ao verem a mesma atiradora que os ajudou a parar a Argo na noite passada, indo em apoio da jovem que portava a conta da deusa Stacia.
PoH teve que se virar para jogar a Asuna de lado, e focar a sua atenção na mulher que havia o atacado.
- Hmph, acho que você não entendeu que isso não é da sua conta, Pitohui! Vai brincar de GGO ou Star Wars Online em outro canto!
- Foi mal, PoH. Mas numa luta de espadas, eu não tenho honra alguma. O meu negócio é poder me divertir! - A morena de tatuagens sorria maliciosa e começou a combater ele com o seu sabre de luz. Ela tentava cortar ao meio aquele maldito cutelo, mas aquilo não cortava, cauterizava e nem derretia com o calor de seu sabre. - Essa porra de arma não é normal...
- Boa tentativa, vadia. Esse cutelo é feito de uma liga de grafeno e tungstênio com titânio abençoado em água benta. Nem mesmo um sabre de luz consegue derreter essa porra, e a única maneira de destruir uma espada dessas é na força bruta.
- Então o único jeito de fazer isso é te matando mais rápido.
O hispânico estava um pouco na desvantagem por estar lidando com uma pessoa que não era como o Kirito ou a Asuna. Pitohui, diferente deles dois, era alguém totalmente imprevisível e instável. Quase igual a ele mesmo.
Eldrie observava a luta dos dois enquanto segurava Eydis em seus braços, que ainda estava bem exausta devido à última luta que teve com ele, e pôde olhar melhor para o corpo do hispânico. Ela sabia que mesmo depois dele receber aqueles ferimentos da Release Recollection incompleta dela, ainda assim, eram ferimentos sérios.
- Aquele cara não vai aguentar por muito tempo sozinho.
- Eydis, não fale nada. Recupere as suas forças, meu amor. - O lilás segurava ela em seus braços, sendo uma forma de consolo para os dois. Ele ainda estava extremamente ferido devido ao ataque dos vermes na ravina do Portão Leste, e até mesmo o seu corpo ainda enfaixado cobria todas as suas feridas.
- Eldrie, me empresta um pouco da sua energia? Vou fazer uma Assimilação Sanguínea. - Ela pediu a ele sussurrando com dor, enquanto segurava a mão dele que estava coberta pela manopla em suas mãos.
- Tá maluca, Eydis? Não dá! Mesmo se invocar algum outro Cavaleiro da Integridade como a Comandante Fanatio, nem mesmo ela consegue derrotar todos esses caras sozinha.
- Não vou invocar a Comandante. - Ela apertou a mão do lilás, querendo a ajuda dele naquele momento. - A pessoa que eu quero invocar é...
Enquanto Vassago olhava fixamente para a cantora/assassina, ele ouviu uma voz bem na sua cabeça. Ele ficou estranhando o motivo da voz que só lembrava de uma pessoa, então apenas com uma pessoa em mente, ele chamou:
- Chefe? Você tá vivo ainda, é?
- Vassago, estou seguindo a Alice e chegando no Altar do Fim do Mundo nesse exato momento. - A voz de Gabriel estava na sua cabeça, circulando como as pequenas ondas elétricas que percorriam pelo seu cérebro. - Parece que você deixou o Cavaleiro da Integridade de cabelos loiros sair daí.
- Hmph, quer que eu peça desculpas por isso? Reclama com a Cavaleira da Integridade puta de cabelo cinza, se você quiser. Ela também tem o poder de uma superconta, sabia? - O hispânico sorriu irônico de lado ao lembrar-se da luta contra Eydis, enquanto ao mesmo tempo andava em volta de um circulo imaginário junto de Pitohui. PoH ainda estava impressionado ao ver que Eydis era extremamente poderosa, sendo provavelmente uma das maiores ameaças, ou senão, a maior ali naquele local. O assassino observava a Pitohui, vendo ela sorrir da mesma maneira que ele, totalmente imprevisível. - Eu sei que a missão principal é capturar os dois loirinhos, mas só que a garota que tá usando a conta Stacia e o namoradinho dela são velhos amigos meus da época do Sword Art Online e tô tratando de conversar com eles. Não posso ignorar isso, chefe. Estou em busca de uma oportunidade como essa há anos.
- Não, está tudo bem. Aliás, é até bom você fazer isso. Agora pouco eu enfrentei uma garota utilizando a conta Solus, e não quero mais perder tempo com mais outra pessoa usando conta divina na minha cola. - O loiro respondeu a ele, com o seu tom normalmente calmo. - Enquanto a taxa de fluxo do Tempo Acelerado estiver desativada, o tempo lá fora no Mundo Real continuará o mesmo daqui. Mate a garota que está utilizando a Superconta Stacia e o Kirito. Não quero ninguém me atrapalhando agora.
Ele também sabia que o Kirito estava ali? Ele o conheceu pessoalmente em algum momento? Provavelmente no momento em que testou o STL naquela vez, ele deve ter se encontrado com o Kirito antes, já que a única vez em que eles se encontraram foram jogando aquela partida de time no GGO.
- Mas e quanto ao casalzinho? - PoH o questionou o seu líder, querendo saber o que ele iria fazer com Eugeo e Alice. - O A.L.I.C.E de azul e prata tá a bordo de um avião e tá junto com um dragão e um grupo de players do GGO, indo na sua direção.
- O avião já foi abatido e caiu nas montanhas, o Eugeo está vindo sozinho até mim, então cuidarei deles quando chegar a hora. Não é só uma missão pra mim também, Vassago. Tenho pendências a acertar com os dois, assim como você tem pendências a acertar aí. Isso é tudo. - Gabriel desativou a conexão telepática a longa distância, fazendo as vozes na mente do PoH sumirem.
Nesse mesmo momento, morena com o rosto tatuado girou a sua espada laser e ativou a outra lâmina de seu sabre, fazendo-o se tornar um sabre duplo do estilo cajado como a do Darth Maul e começou a lutar contra o PK utilizando técnicas de espada.
Ela fez movimentos giratórios com o seu sabre duplo, como piruetas e rodopios com o seu corpo e enfim foi para cima de Vassago.
Ela deu três golpes giratórios seguidos com a lâmina laser que fazia vários barulhos sonoros semelhantes a vibrações e queimaduras. Um desses cortes dela acertou o chão e até mesmo queimou algumas dessas pedras. Em seguida ela começou a dar diversos chutes nele, e desorientá-lo ao ponto de ter uma chance de matar ele.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aéreo! Empurrão! - Pitohui estendeu a sua mão direita e disparou um feitiço básico de vento que ela aprendeu nas últimas horas para desequilibrar o PoH.
O vento percorreu em direção ao assassino, o que fez ele ser jogado alguns metros para trás. A cantora sorriu de lado vendo que o feitiço básico que ela aprendeu a fazer com as freiras do exército humano funcionou.
Ela sorriu vendo a oportunidade e partiu para dar um golpe certeiro para decapitar a cabeça do hispânico, e ela olhava para ele com sangue nos olhos prestes a dar o golpe de misericórdia.
E foi aí que ele sorriu para ela e estendeu sua mão para a cantora, e começou a recitar uma encarnação com aquela mesma aura assassina que ele apresentou a pouco tempo. Ele imaginou como poderia enforcar a mulher, e dito e feito. Ele começou a enforcá-la utilizando a sua encarnação, semelhante as Armas Encarnadas dos Cavaleiros da Integridade.
Pitohui arregalou os seus olhos ao sentir ela sendo enforcada e caiu no chão, colocando as suas mãos no pescoço inutilmente para tentar aliviar a dor. Ele andou calmamente até ela e a ergueu pelo rabo de cavalo, fazendo-a sentir dor pelo puxar de seus cabelos.
Por alguma razão, parecia até que ela estava gostando disso. Vai saber, né? Com gente doida não se discute.
- Que pena que você não tá aqui do meu lado. A gente poderia ser um belo casal, você não acha? - Ele deu um beijo no rosto dela enquanto a segurava pelos cabelos, o que fez ela sorrir maliciosa. - Sabia que eu sempre tive uma crush em você? Eu tô ligado que você tatuou o rosto, mas isso só faz você parecer ainda mais gostosa pra caralho.
- Q-que pena, né não? Até que você também é bem bonitinho... Mas não... estou aqui... pra te derrotar, só tô... dando uma mão... pra Asuna. - Ela sorria com um sussurro, tentando falar após ser enforcada pela encarnação dele e ela o beijou nos lábios por algum motivo.
Isso fez todo mundo arregalar o olhar para os dois, que por algum motivo parecia ser bem difícil de "desver".
- Que... - Klein começou a falar.
- Porra... - Agora foi Lisbeth que continuou, xingando ao olhar o beijo de PoH e Pitohui.
- É essa... - Agil continuou a frase deles.
- Que tá... - Argo falou também, olhando como se estivesse vendo maná cair do céu.
- Rolando... - Yuuki curvou a sua cabeça para o lado.
- Na minha frente?! Que porra é essa, Elsa?! - Dessa vez foi Llenn que terminou a frase, esbravejando ao ver a cena do beijo de ambos na sua frente.
Mas em um momento inesperado, ela ativou o sabre dela e a lâmina laser avermelhada o acertou bem no ombro. Isso fez ele grunhir de dor devido ao calor da arma cauterizando e queimando a sua carne ao mesmo tempo, e isso fez ela gargalhar um pouco.
Com raiva, ele chutou Pitohui com toda a força e a jogou para cima de Llenn e sentiu o pressentimento de um ataque contra ele. Era Asuna novamente, um golpe quase certeiro acertou o pescoço dele com a mesma técnica de estocada que ela tentou há alguns minutos atrás. Se ele não tivesse se inclinado por poucos centímetros, ela teria o acertado com um ataque definitivo.
PoH deu um sorrisinho de lado ao ver que a jovem acastanhada havia errado o golpe, e decidiu atacá-la bem no seu abdômen para cortá-la ao meio. Só que ele percebeu que havia alguma coisa errada. Algo em seu pé parece tê-lo feito desviar poucos centímetros e acertou apenas em uma parte do abdômen de Asuna, o suficiente apenas para fazer um arranhão na garota.
Um pequeno pedaço do chão havia sido arrancado pela manipulação de terreno da conta Stacia.
Foi resultado dela ter utilizado a sua manipulação de terreno mais uma vez, e isso como resultado, a fez sentir uma dor de cabeça tremenda. Nas últimas doze horas, ela usou essa técnica divina mais de cinco vezes. Dores de cabeça, sangramentos nasais, corpo dolorido e diversas tonturas eram efeitos colaterais pelos STLs não estarem operando em total funcionalidade.
Mas ela ignorou a dor e o atacou para sair da defensiva que ele havia colocado ela, e novamente virou o seu corpo para mais um ataque de estocada com as duas Sword Skills ativadas ao mesmo tempo e o resultado foi um chocar de lâminas que estavam presas, uma empurrando a outra para frente para ver qual dos dois iriam aguentar.
- O que você quer, seu surtado de merda? - Ela perguntou a ele rispidamente, enquanto tentava ficar firme com a espada em suas mãos para não se desconcentrar.
- Eu quero ver o circo pegar fogo, não tá óbvio pra você? - O hispânico sorriu maléficamente enquanto olhava para o Kirito. - Eu quero o carinha de preto ali. Desde que ele fugiu da minha armadilha no 5º Andar de Aincrad, esse tem sido o meu objetivo desde então.
- Por quê você tem tanto ódio pelo Kirito? O que foi que ele fez pra você odiar ele?!
- Odiar? - Ele sorriu ainda mais abertamente ao ouvir tais palavras da garota na sua frente e colocou mais força na sua arma em mãos. - Eu pensei que se uma pessoa pudesse entender o quanto eu o amo, seria você. Em um mundo cheio de vagabundos e mentirosos, ele é o único que eu posso realmente confiar cegamente. Ele nunca se abalou, independente do quanto eu tentei atormentar ele. - Vassago continuava a falar sobre o Espadachim Negro, conforme ambas as lâminas se empurravam. - Ele sempre me trouxe esperança e alegria, e é por isso que eu achei imperdoável ele ter acabado desse jeito sem eu estar por perto dele. E eu vou fazer esse moleque acordar, custe o que custar! Não importa quantas pessoas forem morrer, mesmo que sejam milhares, dezenas ou até mesmo centenas de milhares delas. Até o último homem, mulher e criança... Matarei todos que eu precisar!
Um pulso de encarnação negra e vermelha semelhante a um tipo de gás saiu do corpo de PoH, e aparentemente tudo estava indo para a sua Mate-Chopper.
- Esperança? Alegria? Por causa do que você fez, tem alguma ideia de quanto o Kirito e eu tivemos que suportar lá naquele mundo?! - Ela falou com raiva, e por algum motivo ela começou a notar que o cutelo de PoH havia ficado um pouco maior conforme a aura negra e vermelha circulavam a arma dele.
- É, eu também já entendi como esse mundo funciona. Todo o sangue jorrado e as vidas perdidas aqui são convertidos em combustível mágico. Sabia que lá em Aincrad, os atributos da minha Mate-Chopper pioravam quando eu lutava contra os monstros e melhorava quando eu matava jogadores? É, foi daí que o Mensageiro das Rosas mostrou a sua face contra mim e escondendo uma habilidade secreta da Sapphire Saber dele que faz ele melhorar a espada dele permanentemente conforme matava pessoas. - O hispânico sorriu ao lembrar da luta que ele teve com Eugeo naquele andar montanhoso, e perdendo para ele ao ponto de ter que fugir. - Aqui no Underworld, ela pode ficar mais forte naturalmente ao absorver a vida e a energia dos habitantes daqui. Os corpos mortos dos habitantes do Underworld, os jogadores coreanos, chineses, americanos e até mesmo de vocês japoneses que os mataram, ainda estão rondando por ai.
Asuna arregalou o olhar, ao finalmente perceber qual era o verdadeiro plano de PoH.
- Quer dizer que você vai...
- É isso aí. Se todos começarem a matar uns aos outros, aqui vai ficar ainda mais cheio de vida. E quando eu absorver tudo, eu vou matar todos os Fluctlights artificiais nesse mundo, incluindo os monstros e demi-humanos do Território Negro e os humanos lá do Império. E tenho certeza que com todas essas mortes, eu sei que o Kirito com certeza vai acordar. - O hispânico deslizou o seu olhar para o Cavaleiro da Integridade de armadura preta deitado no chão. - Se ele for mesmo o Espadachim Negro que eu sempre acreditei.
Ele colocou mais força na lâmina, fazendo com que Asuna estivesse com mais dificuldade para segurar a sua espada contra o cutelo dele ao ponto de se ajoelhar no chão árido.
- Pode relaxar, não vou te matar ainda. Só vou ter a certeza de que você não vai mais atrapalhar a gente. Afinal, você precisa ver isso. - Ele sorriu maléficamente, esticando cada vez mais as covinhas de seu rosto. - O momento em que ele acordar e morrer bem nos meus braços.
A acastanhada fechava os seus olhos, vendo que em qualquer momento iria acabar cedendo ao cansaço e a dor. O seu esforço já havia feito Asuna passar do limite, e mesmo usando uma conta divina, até mesmo ela estava fraca para continuar.
- Relaxa, Asuna. - Yuuki estava atrás dela, e de alguma forma conseguiu tocar as costas dela em uma velocidade que até mesmo surpreendeu a Asuna e PoH ao mesmo tempo. - Você consegue lutar, porque eu vou lutar com você também.
- Como você...
Yuuki não conseguiu deixar PoH responder, pois ela conseguiu afastar ele com o Combo das Vinte Violetas, para que tivessem uma distância mais respirável dele. Ela tocou nas costas de Asuna, e como resultado, um brilho cobriu todo o corpo da Cavaleira Negra.
Ao parar de brilhar, a luz revelou em uma jovem de cabelos roxos trajando um vestido branco e uma armadura leve. A pele dela antes branca agora estava levemente bronzeada, os olhos vermelhos dela estavam em um forte tom de vermelho vivo e também tinha uma pequena tatuagem na sua testa.
Isso fez PoH se irritar ao ver mais uma puta vestida de deusa na frente dele, já que só enfrentar a Asuna seria chupeta no mel. Ela estava fraca antes, mas agora Yuuki estava dando uma mão pra ela.
Duas asas aladas surgiram nas costas de Asuna, fazendo a acastanhada arregalar o olhar ao sentir tamanho poder. De alguma forma, era como se Stacia e Gladia estivessem compartilhando poder uma com a outra.
- Vai lá, Asuna! Acaba com ele! - Klein começou a gritar pela jovem, torcendo pela vitória dela.
- Manda ver, Asuna! - Lisbeth gritou agora, encorajando a amiga.
- Yuuki! - Siune gritou, ainda ferida pelo golpe de um player vermelho e sendo segurada por Jun.
Todos os humanos de Underworld e os players aliados gritavam por elas duas, torcendo para que elas ganhassem a luta.
- Você é uma pessoa que só sabe odiar e plantar a sementinha do mal por onde passa. Mas eu não vou perder! Porque eu não estou sozinha! - A acastanhada gritou, enquanto ganhava mais força em suas mãos e empunhou a sua espada com mais firmeza.
Elas se entreolharam e acentiram com um sorriso. As duas mexeram os seus corpos em posição de combate, e ambas começaram a ativar uma poderosa Sword Skill que elas tinham em seu arsenal.
- Mother's Rosario! - Ambas gritaram em uníssono e pularam para cima de PoH em alta velocidade, ao ponto do assassino não conseguir acompanhar a velocidade delas.
No primeiro golpe, Asuna começou atacando pelas laterais. Em seguida, Yuuki atacou por trás dando dois golpes de sua espada e em seguida deu um chute no hispânico.
As duas estavam atacando constantemente sem dar brechas para o assassino, e começaram a perfurar brutalmente a carne dele ao ponto de fazer buracos extremamente fundos no corpo de PoH. As duas faziam diversas acrobacias enquanto desviavam e faziam cada ataque nele com sua Mother's Rosario, e o golpe combinado se encerrou com um ataque final vindo de Asuna que veio em um golpe aéreo com a sua espada.
Ela fez um enorme buraco no corpo de PoH e o jogou para as ruínas onde várias pedras caíram em cima dele, aparentemente morto.
As duas cessaram os ataques e as asas de Asuna foram recolhidas por ela, onde elas respiravam ofegantes ao terem acabado com PoH. Elas deram uma batidinha de punhos, comemorando por ter derrotado ele.
- Elas derrotaram aquele cara? - Renly fez uma pergunta mais para si mesmo do que para os outros ao seu lado.
- Mesmo ferida, aquela moça é muito forte. - Tiese olhava para a namorada do Espadachim Negro, percebendo que ela era mesmo dura na queda assim como ele.
Asuna viu que Kirito ainda estava deitado no chão, e estava tentando rastejar até a Espada da Rosa Azul falsa. Ela começou a andar até ele, querendo ver como ele estava.
Eldrie estava recitando um cântico baixo enquanto tentava transmitir um pouco de sua magia para Eydis, e sentiu aquela aura assassina daquele homem ainda presente naquela área.
- Aquele cara ainda está vivo. - Ele rangeu os dentes, olhando para a silhueta de aura vermelha e preta no meio cortina de fumaça.
- Senhorita Asuna, a espada dele ainda está absorvendo recursos sagrados! - Sortiliena apontou para o PK, o que fez Asuna virar-se para trás.
- HÃ?! - Ela ficou abismada em ver como aquele cara não conseguia morrer, mesmo depois de várias lutas contra ele. Ele conseguiu enfrentar uma Cavaleira da Integridade e saiu vivo para contar história, agora havia sido derrotado por duas garotas usando poderes das deusas Stacia e Gladia.
Como ele não morre?!
PoH se levantou, vendo o enorme buraco em seu corpo e apenas sorriu enquanto um filete de sangue escorria de sua boca.
- VIRAM SÓ, MEUS COMPANHEIROS! ESSA É A VERDADEIRA NATUREZA DESSES JAPONESES COVARDES! EU QUERO VER ESSES JAPONESES E ESSES TRAIDORES MALDITOS TODOS NO CHÃO! - Ele apontou a sua Mate-Chopper para o grupo de Asuna e o restante do exército das Tropas de Apoio do Império Humano.
Todos começaram gritar como em uma partida de futebol na Copa do Mundo e correram, indo em direção a eles agindo irracionalmente. Um deles acabou esbarrando em Asuna e fizeram ela cair no chão.
- Kirito... - Ela estendeu a sua mão para ele, que agora também estava olhando para ela.
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Enquanto ocorria toda aquela confusão lá fora, Kirito ainda estava em sua mente vendo que a sua antiga guilda parada e prestes a entrar na suposta sala de tesouro.
Foi aí que ele notou que já estava vestido com as suas antigas roupas dos seus primeiros meses no Sword Art Online. E eles estavam bem na hora de entrar na jaula do leão.
- Pessoal, não entrem aí! - O Espadachim Negro estendeu a sua mão para parar eles, mas não havia nada que pudesse fazer.
Já era tarde demais. Eles já haviam abrido o portão e o grupo entrou para dentro da sala, sendo atraídos para a morte certa. Sachi, Tetsuo, Sasamaru e Ducker já foram entrando dentro daquela Sala Armadilha.
- Olha só, galera. Eu tirei a sorte grande! - Disse Ducker ao se agachar para abrir o suposto baú do tesouro.
Ao abrir o baú de madeira, eles olharam confusos ao verem que o conteúdo do objeto estava vazio. Isso fez com que eles ficassem intrigados, pois como estava vazio?
Não demorou muito para verem que a sala era uma armadilha cheia de monstros. Todos ali, com excessão do Kirito eram fracos em relação aos oponentes. E por causa do orgulho e da vergonha dele que ele não querer revelar para eles os seus verdadeiros níveis de força e de que ele era um Beater.
O Espadachim Negro viu cada um de seus companheiros morrerem na sua frente, um após o outro. Mas diferente deles, a Sachi foi a que ele mais havia se impactado. Ela não queria estar ali naquele lugar, ela sabia o verdadeiro nível de força do Kirito comparado com o deles.
Keita, o líder da Guilda naquele dia havia finalmente comprado uma casa para o grupo morar, como uma base deles. Só que infelizmente, a pior notícia ficou para ele. Kirito contou a ele sobre tudo o que aconteceu, e também sobre ter mentido.
- Você não devia ter ficado com a gente desde o começo! - Keita chorava de raiva e dor enquanto gritava com Kirito e saltou do parapeito de um precipício, caindo para a morte e se juntando aos seus companheiros caídos, deixando o Espadachim Negro com um enorme trauma que o assombraria pelo resto de sua vida.
Mas só que infelizmente esse não seria o fim, de novo aconteceram várias vezes em que Kirito causou a morte de outros após eles.
Alguns companheiros dele, outros inimigos que ele odiava com todas as forças. E ele havia matado todos aqueles que odiava, sem nem se importar com as consequências.
E claro, ele ganhou mais um trauma de brinde também. A culpa de ter matado pessoas e não ter tido pena nenhuma delas. Claro, todos os que ele matou da Caixão Sorridente mereciam morrer. Eles mataram vários de seus companheiros das Linhas de Frente, tentaram até mesmo matar a Asuna na sua frente.
E foi só ele se lembrar disso, que várias telas apareceram na sua frente e prontas para assombrá-lo novamente.
Ele já havia saído daquela sala de armadilha, e agora estava vestindo uma elegante armadura preta-dourada de Cavaleiro da Integridade junto com um sobretudo novo com uma faixa bordada com o brasão da Igreja de Axioma caindo até às os seus tornozelos. Ele não sabia como ou porquê estava vestido daquilo, mas ele não se importava. Ele só conseguia se lembrar do seu passado doloroso.
Ele havia matado Kuradeel por ele ter tentado matar a Asuna, perfurando o seu peito com uma habilidade usando as suas mãos nuas. Mesmo não sendo uma morte com sangue real, ele podia sentir o calor do sangue em suas mãos e escorrendo a cada gota.
Ele também se lembrou de ter matado mais dois membros da Caixão Sorridente naquela missão de extermínio.
Em seguida, outra memória traumatizada de Kirito o mostrou quando feriu gravemente o Sugou Nobuyuki no topo da Árvore do Mundo a ponto dele quase perder a sua visão. Aquele homem havia se aproveitado para abusar de Asuna na frente dele, que estava a mercê da magia de gravidade dele. E claro, o Espadachim Negro não deixou barato e o torturou fazendo ele ter o seu absorvedor de dor desativado, e Kirito fez ele sofrer a cada corte por maltratar a Asuna.
O Espadachim Negro continuava a chorar cada vez mais enquanto via aquelas malditas cenas que ele mesmo contracenou. Será que aquilo não iria acabar, pensava ele.
- Para, por favor. Para! Não quero lembrar do que acontece depois. - Kirito cobria os seus ouvidos, já não querendo ver ou ouvir mais nada.
Em seguida, as telas já estavam mostrando ele enfrentando Death Gun no GGO e Kirito continuava a ignorar tudo, ainda chorando de dor e ressentimento.
E foi aí que um forte barulho de machadada foi feito. Em seguida mais outro, outro e outro de novo. Kirito não conseguiu ignorar isso e olhou para as quatro telas, vendo quem ele não queria ver de jeito nenhum.
Era Eugeo.
O seu melhor amigo.
Eles passaram grandes momentos juntos no tempo em que esteve preso em Underworld, as confusões que eles se metiam, as lutas que eles tiveram contra a Igreja de Axioma e os Cavaleiros da Integridade. Até mesmo quando Quinella fez os dois lutarem um contra o outro, forçando ele a se tornar membro dos Cavaleiros da Integridade pelo Ritual de Síntese.
Mas a cena da morte dele foi a gota d'água.
A morte de Eugeo havia sido causada por Kirito, e ele estava morto por culpa dele.
- Devia ter sido eu... Devia ter sido eu que deveria ter morrido! - Ele bateu os seus punhos cerrados no chão, e eles estavam tão fechados que a força de suas unhas estavam até mesmo fazer as suas mãos sangrarem.
Ele gritou de raiva e começou a marginalizar o seu próprio corpo. Ele tirou a parte superior de sua armadura, rasgou o seu sobretudo e começou a perfurar o seu peito usando as suas próprias mãos.
Sangue e mais sangue escorriam pelo chão. Cada gota derramada era um pecado a mais para ele. Kirito iria garantir que esse pecado fosse exterminado igual a um câncer. Ele estava tentando alcançar o seu coração, fazendo um oco ainda maior em seu peito.
Mas antes que pudesse continuar, uma voz familiar havia chamado ele.
- Kirito-kun...
Ele abriu os seus olhos e olhou bem na sua frente Asuna vestida com o seu uniforme do colégio, bem na sua frente.
- Asuna? - Ele olhou para a sua frente, vendo a sua amada na presença dele.
- Maninho. - Agora era a vez de Leafa aparecer do outro lado de Asuna e dessa vez com o seu visual do Mundo Real com os cabelos pretos curtos e a sua farda do colégio também.
- Sugu? - Kirito olhou para o lado esquerdo onde sua irmã estava, ao lado da acastanhada.
- Kirito. - E dessa vez foi Sinon que apareceu, vestindo também a sua farda do colégio, no lado direito.
- Sinon? - Ele olhou agora para a sniper, que estava junto das duas.
As subconsciência das três estavam ali, como parte do sistema do reparo de auto-imagem que Higa estava utilizando para reiniciar o FluctLight de Kirito. Pelo fato das três também estarem conectados aos Soul Translators assim como Kirito também estava, elas eram a única chance para poderem trazer ele de volta a ser o que era, ou nunca mais terão jeito de reparar a mente dele novamente.
- Garotas... Eu não tenho que pedir perdão pra vocês. - Ele continuava amargurado com os acontecimentos do passado, e ainda assim ignorou as três para continuar a se auto-mutilar. - Me desculpa, Asuna. Me desculpa, Sinon. Me desculpa, Sugu. Mas eu não posso mais voltar, não tenho mais força.
Kirito apertou ainda mais as suas mãos dentro de seu peito com toda a força até que conseguiu pegar o seu coração. No momento em que ele conseguir destruir o coração dele, nada mais iria adiantar para trazê-lo de volta.
Lá fora, no Mundo Real, Higa esbravejou ao ponto de chutar a grade de metal da plataforma de onde estava sentado usando o seu notebook.
- Que droga! Vamos lá, Kirito! - O loiro de óculos fechou os seus olhos em derrota, vendo que não estava dando certo. - Como elas três ainda não são o bastante? Falta mais uma pessoa... Se tivesse só mais outra pessoa que fosse profundamente ligada ao Kirito, e que tivesse acumulado uma forte imagem mental e significância na vida dele, talvez então... - Ao observar o progresso de recuperação do Kirito falhando, alguma coisa surgiu em seu monitor. Higa ficou completamente surpreso ao ver um FluctLight se conectando ao Kirito. - Mas o quê? Que conexão é essa? Está vindo de um objeto dentro do Underworld?
Em um local branco cheio de luz, estava Alicia conectando internamente o FluctLight de Kirito com o de seu filho, para que pudessem ter uma chance de trazer o Espadachim Negro de volta a ser o que era.
- Eu disse ao meu filho que não iria fugir, e estou aqui ajudando ele. Vou te dar um empurrãozinho para liberar as suas lembranças, Kazuto Kirigaya. - A loira-alaranjada de vestido preto utilizou o seu cajado de anéis para criar um brilho, materializando um FluctLight que brilhava numa cor azul.
De volta aonde Kirito estava, ele estava prestes a esmagar o seu coração com todas as forças que tinha. Mas antes de fazer isso, uma voz extremamente familiar o chamou.
- Kirito...
Isso fez o Espadachim Negro arregalar os seus olhos, e levantar a sua cabeça. Ele estava estático ao ver o rosto de seu melhor amigo depois de tanto tempo.
- Eugeo... - Kirito não sabia se estava alucinando ou se era mesmo real. Só o que ele podia fazer era ficar ainda mais estático do que já estava outrora. - Você está vivo, Eugeo?!
- Bom, mais ou menos. - O loiro falou, com um sorriso um pouco tristonho e começou a explicar a ele. - Aquele Eugeo que está vivo e andando por aí se trata do Eugeo Synthesis Trinta e Dois, que herdou as minhas memórias. E já esse "eu" quem está conversando com você agora se trata da memória de mim que vive dentro de você junto com o fragmento de memória que eu deixei para trás, na Espada da Rosa Azul.
- Memória?
- É isso aí. Você já se esqueceu? A gente não teve a certeza naquele dia? As nossas memórias não ficam na nossa mente, estão bem aqui. - Eugeo estendeu a sua mão até o seu peito, com um sorriso para ele.
- Sim... - Kirito fez o mesmo gesto que Eugeo e sorriu também, o primeiro sorriso dele em seus seus longos seis meses e se levantou para vê-lo melhor. - Estão bem aqui. Para sempre.
- Nos sempre estamos ligados a você, meu amor. - Asuna falou para o moreno, chegando ao lado de Eugeo.
- Não importa o quanto nós estejamos distantes ou que se teremos que nos separar um dia... - Agora Sinon se aproximou deles, sorrindo pacificamente.
- As memórias e os sentimentos vão nos ligar para sempre, não é mesmo, maninho? - Leafa sorriu, e segurou na mão de Sinon que respondeu com um sorriso e assim, os quatro estavam olhando para Kirito.
- Eugeo, Asuna, pessoal... Eu posso? Eu posso voltar a caminhar de novo? - Kirito perguntou, com uma pontinha de esperança em seu peito.
- É claro que pode, Kirito. Tem muita gente esperando por você. Todos nós estamos esperando por você. - O loiro acentiu e estendeu a sua mão para ele, querendo que o Espadachim Negro segurasse. - Vamos juntos, vou te ajudar a andar de novo e vamos seja lá para onde for.
Kirito apertou a sua mão ensanguentada com a de Eugeo, e em seguida, Asuna, Sinon e Leafa apertaram também as mãos com Kirito. Todos eles acentiram a cabeça com confiança um no outro e finalmente estavam unidos, se abraçando como comemoração. Inicialmente a amizade deles trouxe Kirito de volta, e com o objetivo extremamente importante que ele havia lembrado.
Levar Eugeo e Alice para o Altar do Fim do Mundo, custe o que custar.
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Retornando a atualidade, estava o pandemônio nas ruínas onde PoH estava, ele usava os players vermelhos como armas para manipulá-los e matar os soldados e players aliados. Outros estavam resistindo o quanto podiam.
E no meio disso tudo, PoH gargalhava maléficamente ao ver todo o caos que havia causado apenas por causa dele. Ele amava ver o inferno que estava em volta.
Asuna tentava rastejar até onde Kirito estava ainda enfraquecida após a luta contra PoH, mas com a sua determinação inabalável ainda a mantendo com forças para chegar. Mas foi aí que um vermelho aleatório parou ela, com um pisão em sua mão e armado com uma espada.
Ela viu que aquilo iria ser o fim dela em Underworld, e seria ejetada de volta para o Mundo Real. Ela apenas fechou os seus olhos, e aguardou pelo golpe certeiro do aço. Acabou.
Ou pelo menos, era isso que ela havia pensado. O seu oufato havia sentido um cheiro bem estranho no ar, e ela abriu os seus olhos mais uma vez.
- Isso é... um perfume de rosas? - Asuna começou a cheirar o ar perfumado e olhou para uma fumaça de gelo percorrendo em volta de Kirito, e nas mãos dele estava a cópia de gelo da Espada da Rosa Azul.
PoH parou de gargalhar e percebeu que algo estava acontecendo. Ele olhou para todos os lados, e finalmente percebeu que Kirito estava se movendo. Ele sorriu feito maluco e se fixou nele.
O Espadachim Negro deu um longo suspiro, fazendo o bafo quente ser expirado junto com a fumaça fria e finalmente disse duas palavras enquanto tocava a arma divina falsa com o seu único braço.
- Enhance Armamento. - As vozes de Kirito e Eugeo falaram ao mesmo tempo, ativando um enorme círculo cibernético azul no chão e congelando todos os vermelhos num raio de 500 metros, incluindo PoH também. Em seguida, ele ativou a liberação de memória da arma divina. - Liberação de Memória. Desabrochar, Rosa Azul. - Agora ele havia feito diversas raízes em volta de todos os vermelhos, conectando todos eles em um só.
Todos que estavam lutando ficaram surpresos ao ver que todos os inimigos estavam completamente congelados e imóveis em milhares de fissuras de gelo, tendo raízes e flores congeladas como um belo enfeite.
- Esse poder é da espada mágica do Eugeo? - Mei-Mei Xiang olhou para o vermelho congelado, e bateu no gelo para ver que aquele gelo não era gelo normal. Era como se aquele gelo estivesse absorvendo a vida deles também.
- Isso é... - Eydis olhou para todos os soldados de armadura escarlate em volta dela, notando o criogenicamento extremamente eficiente e as raízes de gelo que absorvam a vida de cada um deles.
- A Arte do Controle Total de Armas do Eugeo. - Sortiliena notou o poder de encarnação da arma divina, observando como aquilo havia pego todos os inimigos de uma só vez. - Mas como foi que ele ativou os comandos de ativação do Objeto Divino?
Lá na frente, próximo ao Altar do Fim do Mundo, Eugeo estava voando em alta velocidade e tentava se proteger da turbulência de seu dragão usando as suas Armas Encarnadas. Foi aí que ele notou um brilho forte vindo da sua espada, e a observou por um momento. No mesmo momento em que Alicia havia conectado o FluctLight de Eugeo com o de Kirito, ele já havia visto ele e dito tudo o que precisava.
Ele sorriu ao finalmente sentir e ter a certeza absoluta de que o seu melhor amigo havia retornado a sua sanidade.
- Hanayuki! Mais rápido! - O loiro de armadura gritou para o seu dragão, ordenando para que ele acelerasse ainda mais.
Enquanto lá na frente Eugeo se adiantava para chegar até Alice antes de Gabriel, Asuna estava se levantando com a ajuda de Ronye e Yuuki que seguravam ela pelos braços, para se apoiar nelas.
Elas estavam andando com ela calmamente até onde Kirito estava deitado no chão, e a acastanhada estava a todo momento querendo ver como ele estava. Mas ela sentiu novamente o mesmo pressentimento ruim.
Em uma daquelas fissuras, o gelo onde PoH estava aprisionado começava a rachar aos poucos e o sorriso dele que estava imóvel devido a encarnação de Eugeo utilizada por Kirito, fez com que a prisão onde PoH estava se quebrasse por completo e o assassino ficasse extremamente animado.
- ATÉ QUE ENFIM, PORRA! CANSEI DE TE ESPERAR DEPOIS DE TANTO TEMPO! VAMOS NOS DIVERTIR AGORA, ESPADACHIM NEGRO! - Ele começou a correr em direção aonde Kirito estava, armado com o seu cutelo de combate.
- Essa não! - Sortiliena pulou para cima de PoH com a sua espada, e tentou acertar um golpe frontal nele para detê-lo. Mas infelizmente, PoH havia rebatido o ataque dela com uma Sword Skill e destruiu a arma que ela empunhava, e sem seguida, a chutou para onde Asuna, Ronye e Yuuki estavam.
Ele estava correndo em direção ao Espadachim Negro, mas pensou melhor. O que aconteceria se ele visse a sua querida namorada morrer bem na sua frente, e pelas mãos dele?
O hispânico então foi para cima de Asuna, que estava se recuperando do baque forte que recebeu do assassino.
E bem quando ele iria acertar a Flash Relâmpago, um campo de força amarelado surgiu bem na frente das quatro, e as protegeu do ataque de PoH que estava completamente confuso com o que havia acontecido.
E foi aí, que em pequenos passos estava vindo o Espadachim Negro na frente delas e tocou o seu braço direito que havia se regenerado novamente, e materializou uma luva sem dedos e protetores no seu antebraço direito, combinando com a proteção de seu braço esquerdo. A sua musculatura que antes estava fraca devido a falta de se alimentar corretamente, estava recuperada e com um físico mais saudável.
Kirito tocou no campo de força com a sua mão direita, e fez PoH se afastar para alguns metros de distância com um pulso de energia através de sua encarnação reversa. Isso só fez ele estar em uma completa overdose de alegria, fazendo os seus olhos castanhos esbugalharem cada vez mais.
Todos estavam vendo o Espadachim Negro vestindo a sua armadura de Cavaleiro da Integridade em cor preta com pequenos detalhes dourados, um sobretudo longo por baixo, coturnos de couro e os seus olhos pretos brilhando de pura vida.
- O Cavaleiro da Integridade Kirito Synthesis Trinta e Três voltou pro campo de batalha.
Asuna começava a lacrimejar de alegria ao ver o seu amado bem e recuperado depois de tantos dias de dor ao vê-lo no seu estado catatônico.
E todos ali também estavam felizes ao verem que foram salvos pelo Espadachim Negro. Até mesmo Eldrie, que não era muito com a cara de Kirito, deu um pequeno sorriso já que graças a ele, Eydis também estava segura agora.
- Kirito-kun. Eu senti tanto a sua falta.
- Eu também, Asuna. Eu finalmente tô de volta pra você.
Nesse mesmo momento, antes que pudesse dizer algo a mais para a sua amada, uma imensa lâmina amarela e dourada como o ouro e o sol perfuraram o céu e grande parte da terra. Todos puderam sentir uma enorme pressão monstruosa percorrer entre eles ao verem o enorme clarão de poder destrutivo vindo lá á centenas de quilômetros de distância, bem ao sul.
Eydis arregalou os seus olhos ao ver a enorme destruição que aquele clarão amarelo com centenas de bilhões de flores douradas de osmanthus fez, chegando até mesmo a purificar a atmosfera do Território Negro em poucos segundos e tornando uma parte dela azul, antes de voltar a cor vermelha novamente. Se tratava do que ela mais temia ver. A derradeira Encarnação Final. A Release Recollection mais forte de todas as Artes do Controle Total de Armas.
- Essa ali é... a Release Recollection da Alice? Mas o que foi que aconteceu com ela?
Notes:
Finalmente chegamos ao final da Parte 4, mostrando essa luta em conjunto da Asuna, a Yuuki com a Pitohui lutando contra o PoH. Eu tava pensando se iria colocar a Mito ou então alguém do gameverse, mas aí pensei o seguinte. "Se a Pitohui é doida e tem tendências de gente doida, ela seria perfeita pra lutar contra o PoH".
E ela lutando como uma Jedi é perfeito, já que os players do GGO podem usar os sabres de luz.
Até mais 👍
Chapter 33: Capítulo XXXIII - Oliva e Geada(Alicization Lasting)
Summary:
Retomando os eventos finais do Capítulo I, Alice finalmente chega ao Altar do Fim do Mundo, porém Gabriel a alcança e causa um golpe irreversível na vida de Eugeo e Alice. Com toda a sua raiva, Alice libera todo o seu poder encadeado pela Administradora e acaba balançando todo o Underworld de uma vez só. Com a raiva e dor da perda perfurando os corações do jovem casal, o início de uma imensa batalha entre Eugeo e Alice contra Subtilizer finalmente começa.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Quinze Minutos Atrás...
08 de Novembro de 380 - 2900 metros abaixo do Altar do Fim do Mundo, Hemisfério Sul de Underworld...
Ponto de Vista(Alice)
Haviam se passado duas horas desde que fui libertada do meu sequestro orquestrado por Gabriel Miller, e já estava finalmente chegando próxima as enormes paredes do Fim do Mundo.
O ar nesse lugar era tão estranho, e agora só o que tinha de solo no local era apenas um solo desértico cheio de areia e algumas montanhas. É a primeira vez que venho a um lugar como esse, e fico pensando se essa será mesmo a última vez que venho a esse mundo.
Não me lembro de nada da minha vida passada, mas só o que eu tenho já sou feliz. Pude reencontrar a minha família, me tornei membro dos Cavaleiros da Integridade e cheguei como a terceira no comando, conheci a doida da Eydis e ela se tornou a minha melhor amiga que eu considero como uma irmã mais velha.
Só que também... Tive a chance de poder conhecer dois rapazes que também são os meus melhores amigos, e de descobrir o meu amor por um deles. Me apaixonei pelo Eugeo, e meu coração se inflama de felicidade ao saber que o amor que eu tenho por ele é realidade.
E desse amor, acabei ficando grávida dele.
Nas últimas 17 horas, no momento em que eu tive conhecimento de minha gravidez, a única coisa que se passava na minha cabeça era o medo. Eu não me lembro de nada da minha infância, ou de como a minha mãe me criou.
Os meus instintos maternos estavam em completo pane no sistema, já que eu nem mesmo pensava em ter filhos ou que pudesse engravidar. É, fazer sexo sem proteção ou cautela acaba dando nisso. A minha única vontade de fazer após descobrir a minha gravidez era abortar essa criança.
Não queria tê-la.
Sou a Cavaleira da Integridade mais poderosa de todos e a pessoas ao redor de mim com quem eu me importo costumam se machucar ou até mesmo morrer. E isso já aconteceu comigo. O tio Bercouli já morreu por mim, Eldrie já se machucou por mim e até mesmo acabei causando indiretamente a morte do meu Eugeo.
Mas a Sinon me deu um tapa na cara e um choque de realidade, vendo que só estava pensando em mim mesma ao querer abortar a criança. Isso não é coisa que uma mãe deve fazer.
E por isso, eu quero recomeçar e terei o meu filho. Eu vou dar a ele todo o amor que eu tenho.
Eu já podia ver uma espécie de pedra flutuando no meio do céu, e ativei o meu Olho Caleidoscópio para observar à distância o suposto local que me enviaram para ir.
- Então esse é o Altar do Fim do Mundo... - Olhei para a plataforma flutuante no céu, que se aproximava a cada segundo que eu voava.
- Alice... - Uma voz sombria percorreu dentro da minha cabeça, o que me fez sentir um arrepio na espinha.
Arregalei os meus olhos ao olhar para trás e rangi os dentes com raiva ao ver o desgraçado do Gabriel Miller se aproximando de mim com um bicho parecendo um morcego levando-o nas costas. Ele estava vindo tão calmo e rápido, como se esperasse pela sua presa pacientemente.
- Não pode ser... ele derrotou a Sinon? - Fiquei assustada ao ver que aquele homem não estava parando por nada, mesmo após enfrentar quatorze Cavaleiros da Integridade e uma garota usando o corpo de uma deusa.
Ele é tão forte assim? Eu sei que ele está usando os poderes de um deus, mas mesmo assim, nem mesmo a Sinon que é igual a ele conseguiu derrotá-lo?
Não tinha jeito. Não teria como chegar até o altar sem aquele homem me atrapalhando. Não tenho escolha. Teria que ir de frente contra ele. Pra proteger o meu Eolyne, vou acabar com aquele homem.
- Amayori, e você também, Takiguri... Acho que é aqui que nós nos despedimos. - Coloquei a minha mão em sua pele e comecei a dar carinho na minha dragonete. - Essa é a minha última ordem para vocês. Amayori, quero que você e o Hanayuki voltem para o Império Humano, e vão para os ninhos de dragão nas montanhas do império do leste. Espere pelo Hanayuki lá. E Takiguri, volte para o Eldrie e também encontre alguma esposa para você. Tenham muitos filhotes e criem eles para serem bem fortes. Fortes o bastante para poderem voar e ser montados pelos próximos Cavaleiros da Integridade, um dia no futuro.
Acho que isso é ser como ser mãe, não é? Sacrificar tudo o que você tem pelo futuro do seu filho é tudo.
Eles pousaram mais ao chão, e saí da garupa da minha dragonete segurando a minha bolsa onde dentro dela estavam algumas poções que deixei guardadas. Tudo o que tinha preparado no meu caldeirão de poções mágicas há quatro dias atrás, eu finalmente iria utilizar contra um oponente a minha altura.
- AGORA VÃO! ESTÃO LIVRES DO MEU COMANDO! - Gritei para que eles fossem embora, e apontei o meu dedo indicador para a direção que eles tinham que ir. Mas mesmo assim eles não estavam indo. Amayori começou a lacrimejar, vendo que ela não queria desfazer o laço que tínhamos criado há anos. E isso me fez começar a sentir os meus olhos marejados. - Amayori, você tem que ir embora. Por favor...
A minha dragonete fez um gesto com a cabeça para o seu irmão, e ambos começaram a voar em direção ao Gabriel. Isso me fez ficar assustada, pois eles não tinham chance contra ele.
- Não! Não lutem contra ele! - Gritei para que os dois répteis voadores não fossem fazer um ataque suicida contra aquele psicopata, mas eles já haviam ido com tudo para cima dele.
Eles não queriam só me proteger, eles queriam proteger o meu bebê também.
O Gabriel havia finalmente chegado perto de nós, e agora estava voando devagar para se aproximar lentamente. O olhar dele era tão frio e misterioso, que não dava pra saber o que se passava na cabeça dele. Só o que ele quer é devorar a minha alma.
Amayori e Takiguri inspiraram suas respirações e soltaram uma poderosa baforada de plasma em direção ao loiro psicopata, que estendeu sua mão para bloquear o ataque com um campo de força.
Os dragões colocavam mais força em seus diafragmas, tentando vaporizar aquele homem o mais rápido possível, mas o calor intenso era tanto que estava começando a queimar o couro do arreio e portanto, consequentemente queimar a pele dos dragões.
- NÃO! - Usei uma arte sagrada não-verbal de vento para separar o Gabriel deles, o que fez os dragões caírem fracos no chão.
O loiro de franjas se segurou no ar com aquele bicho semelhante a um tipo de morcego-demônio e pulou de cima da criatura em pleno ar, caindo até o chão onde fez uma pequena cratera devido a sua imensa força física.
- Minha querida Alice, não precisa mais fugir de mim. Vamos poder nos conhecer melhor agora. - Ele sorria para mim de maneira tão estranha, enquanto se aproximava lentamente com aqueles olhos com pupilas retangulares que pareciam com os de um gato.
- Eu vou matar você, Gabriel! - Esbravejei enquanto pegava uma das poções na minha bolsa e taquei uma delas no chão, provocando uma grande cortina de fumaça.
Ele olhava em volta, parecia que ele está procurando por mim e a essa altura, já havia desembainhado a sua espada enquanto se virava para os lados e para cima.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aquoso! - Juntei as minhas mãos e criei um pequeno lago, que surgiu debaixo de meus pés. A água começava a se estender por vários metros até o lago ficar completamente formado. - Lago Quimiobélico!
A água começava a formar pequenas ondas, já que estava andando sobre a água. O loiro começou a olhar para os seus pés, e apenas franziu a sua sombrancelha direita notando que estava afundando lentamente.
Ele pegou as sua mão e tocou na água, vendo que notou alguma coisa nela. É claro que ele iria querer analisar o meu feitiço, é bem a cara dele fazer algo assim. Ele é calculista demais, e isso era uma das coisas que me davam medo dele.
- A água desse lago não é uma água normal. O que é isso, minha jovem? - Ele me perguntou de maneira estranhamente calma, enquanto olhava ao redor dele que estava afundando lentamente no lago.
- Isso o que você está vendo nesse lago não é água normal. Está misturada com álcool e fluoreto diluído com alcatrão. O Lago Quimiobélico me permite criar um lago de produtos químicos onde o oponente fica impossível de se libertar, e como um efeito adicional, todas essas misturas químicas que eu adicionei nesse feitiço com mais água, se tornam um lugar extremamente perigoso e inflamável.
Ele agora estava usando a sua força para tentar se libertar, mas não conseguia. Ele ativou o seu campo de força para ver se libertava as suas pernas daquela água, porém a força que ele estava colocando naquele lugar não era o bastante pra ele sair.
- Há, é inútil resistir a esse lago! Nem mesmo a Administradora conseguiria escapar desse meu feitiço. - Dei um sorrisinho de lado, vendo que estava conseguindo deter ele.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Térmico... - Disparei vários dardos de chamas na minha bolsa, acertando todas as poções e joguei elas para cima do Gabriel com as minhas Armas Encarnadas. - Detonação Brilhante!
O efeito causou uma reação em cadeia com o lago, explodindo todas as poções em uma reação química e mágica, fazendo com que o efeito da onda de choque jogasse o loiro contra uma montanha ali próxima e vaporizar o lago inteiro de uma só vez.
Eu aproveitei que Gabriel estava temporariamente incapacitado no momento e corri em direção aonde estava o altar. Mas o problema era: como é que eu chegaria até lá em cima?
Os dragões estavam derrotados, e aquele lugar ficava a mais de um quilômetro de altura acima do solo. Eu não posso pular tão alto, não sei voar e mesmo com as minhas Armas Encarnadas para flutuar, é perigoso fazer isso com o bebê.
Eu tinha que dar um jeito de contornar essa situação inesperada antes que ele contra-atacasse a mim. Desembainhei a minha Espada da Oliva Perfumada e fiquei em posição de combate, alterando a minha postura para uma pose defensiva.
Não posso usar nada de Arte Esotérica, nada de feitiços com elementos duplos e nada de Liberação de Memória e Release Recollection. Preciso derrotar ele só usando o meu aprimoramento da Arte do Controle Total de Armas.
A rocha para onde ele foi jogado começou a tremer, causando algumas rachaduras e consequentemente, foi destruída por puro poder sombrio e já dava pra ver de longe aquela aura nojenta daquele homem.
- Isso doeu... Mesmo eu sendo incapaz de sentir dor física, essa sensação de dor foi enorme. - Gabriel saiu dos destroços, jogando as rochas em volta dele para todos os lados e se levantou aos poucos, vendo que o seu corpo e armadura estavam debilitados. - O seu estilo de luta é mais em longo alcance do que em combate físico, aí fica mais difícil de se lidar com você dessa forma.
Como é que ele sabia disso? Sim, eu sou muito boa em combate a curta distância, mas ainda assim, o meu verdadeiro foco é em combate mágico.
- É, é bom saber disso quando você é telepata, não acha? - Os olhos de demônio dele faziam ele sorrir feito um lince sorridente.
- Seu desgraçado, está lendo a minha mente...
- Dizem que é bom ter a mente aberta, sabia? - Ele sorriu em deboche enquanto fazia uma aura sombria cobrí-lo por completo, curando as feridas e consertando os danos na armadura que eu havia feito nele. - E então... Vamos tentar de novo?
Merda, eu esqueci de que ele é telepata igual a Asuna.
Não dá pra lutar contra alguém que pode prever os seus movimentos antes mesmo de você fazer alguma coisa. Preciso pensar apenas em funções básicas do meu corpo para ele não ler a minha mente mais rápido do que os meus movimentos.
Não vou conseguir derrotar o Gabriel com magia convencional, pois ele já está esperando por isso. E por causa do meu bebê, a minha Arte Esotérica ou as minhas outras Artes do Controle Total de Armas estavam fora de questão. A única forma de lutar com ele era com o meu Aprimoramento e no mano-a-mano.
Mudei a minha postura de luta, ao ver que ele começava a se aproximar de mim. Inclinei a minha espada para cima e o meu corpo para a direita. Se eu conseguir usar a Skill Connect do Kirito e do Eugeo junto de um ataque contínuo, vou poder usar a primeira fase de encarnação na minha espada e vaporizar esse cretino até os ossos.
Ele pulou para cima de mim, e dei um mortal para cima vendo ele passar por baixo de mim. Por apenas um único segundo, se não fosse por isso, eu iria ser atingida pela espada dele.
Dei um golpe alto nele enquanto estava no ar, e comecei a atacar na vantagem enquanto ele se defendia com a sua espada.
- Skill Connect: Rainbow Flip! - Gritei a ativação da minha Sword Skill ao dar novamente a mesma cartada de ataque, e agora dei um chute no loiro com a minha superforça que o fez ir para trás por alguns metros.
Pulei para cima dele e comecei a atacá-lo no meu estilo de combate à curta distância. Dei três ataques de direita, cinco de esquerda e dois ataques vorpais, e cada um desses ataques o loiro estava rebatendo ou se defendendo deles.
O loiro estava se defendendo dos meus ataques, e por alguma razão eu sentia que ele estava fazendo alguma coisa. Não posso deixar brechas para ele ler a minha mente, então devo atacar ele mais rápido do que pode processar em ler os meus pensamentos e meus movimentos de ataque.
De repente, eu senti os meus braços e pernas parados e não conseguia me mover. Eu tentava colocar força para me mexer, só que eu não conseguia fazer esforço o bastante.
- Finalmente você percebeu, minha cara Alice.
- O que é isso?! - Notei para as diversas cordas pretas gasosas me prendendo pelos braços e pernas, e me erguendo no ar.
- São tentáculos de massa que eu mesmo possuo ao usar o que vocês chamam de "Encarnação." - Ele sorriu para mim, enquanto ao mesmo tempo se aproximava bem devagar. - Enquanto você atacava sem parar, eu toquei em suas pernas e braços enquanto nós rebatiamos os nossos golpes. Colei meus tentáculos em seus membros usando a minha espada, sem que você percebesse.
Essa não...
- Eu estou desejando uma oportunidade como essa há anos, a vontade de poder me saciar com uma alma poderosa como a sua. Será como sentir um prato favorito seu feito pela sua própria mãe. - Ele lambeu os lábios enquanto falava e ergueu a sua espada para a região da minha barriga.
Não...
Não...
NÃO! AÍ NÃO!
TUDO MENOS ISSO!
- Não se apavore. Não vou acertar os seus pontos vitais. Como eu te prometi, não vou matar você. Depois de degustar um pouco da sua alma, tentarei separar o que você tem para trazer a minha esposa de volta a vida, e manter a sua mente estável. - Ele falou agora com um semblante sério enquanto ativava o seu Modo Vecta. - Prepare-se, pois isso vai doer um pouquinho.
- NÃO FAZ ISSO! PARA! - Implorei para que ele não acertasse a sua espada em mim, e ele apenas com um sorriso sádico no rosto ignorou pelos meus apelos.
Ao pegar impulso de seu braço e empurrar o seu punho cerrado com a arma empunhada, ele finalmente estocou a sua espada na minha barriga e bem aonde estava o meu ventre.
Nada na minha cabeça pensava em mais nada, meus amigos, minha família, essa guerra sem sentido, absolutamente nada mais importava. A única coisa que estava martelando constantemente na minha cabeça era só....
O MEU BEBÊ!
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- Alice, você sabe por qual motivo está aqui agora?
- Sim, minha senhora. - Ela respondeu enquanto estava ajoelhada na frente da lilás.
- Hoje chegou o dia em que você receberá um Objeto Divino como arma. - Quinella sorria para Alice, olhando para a garota como se ela fosse um belo objeto. E com razão. Desde que ela fundou a Ordem dos Cavaleiros da Integridade, jamais encontrou alguém tão poderoso e com afinidades naturais a magia em potencial alto como a bela loira na sua frente.
As duas caminhavam pelos corredores da Catedral Central, vendo que Quinella não demonstrava muita pressa, já que também era a primeira vez desde algum tempo que ela não anda pelos seus salões.
Alguns estudantes e guardas observavam a Alta Sacerdotisa, como se ela fosse uma deusa no corpo de uma adolescente. E claro, ela era uma adolescente com complexo de Deus que espalhou mentiras para Underworld desde que aprendeu como o sistema desse mundo funciona.
- Minha Pontífice, aonde nós estamos indo? - Alice finalmente perguntou a ela, enquanto ambas continuavam a andar e descer as escadas.
- Ao jardim externo da catedral. Precisamos de um lugar com bastante espaço para demonstrar o que estamos planejando fazer. O Comandante Bercouli, Deusolbert e Eydis também estão indo para lá, pois precisamos de voluntários para testar a força dessa arma que farei pra você. - Quinella explicou a Alice enquanto já pensava nas espectativas de sua nova garota-prodígio.
Eles finalmente chegaram ao jardim, e estavam de frente para uma enorme árvore cheia de folhas e flores amarelas nos troncos, mantendo um cheiro aromático de olivas que se assemelhavam a um perfume.
- Alice Synthesis Trinta, está árvore aqui é uma árvore de Osmanthus. Desde a criação desse mundo, essa mantém o título da árvore mais antiga de Underworld. Durante mais de trezentos anos, ela esteve absorvendo recursos sagrados da criação, da terra, do sol e da lua. Pelas minhas pesquisas, essa árvore tem acumulado poder o bastante para destroçar até mesmo dez sóis explodindo. Farei dela o seu Objeto Divino.
- Mas tem certeza de que eu sou digna de algo assim, minha senhora? - Ela falou, um pouco preocupada com a suposta magnitude de poder e o símbolo que essa árvore representava para ela.
- Você estudou nessa igreja como uma freira por sete anos e diferente de todas as freiras ou feiticeiros, você é a única de todos no mundo que possui poder mágico ilimitado. É por isso que é necessário foco e canalização para usar tamanho poder.
Um dos monges havia trazido a ela luvas de alta temperatura, óculos e algumas outras proteções para o calor. A lilás de longos cabelos havia colocado as proteções para o seu corpo e materializou uma enorme marreta de ferro.
Quinella ativou um feitiço não-verbal de Elemento Aéreo e cortou a base da árvore, fazendo ela cair no chão com um enorme impacto dando o barulho dos troncos balançando. Ela pegou uma enorme estaca de ouro, uma gota de sangue da própria Alice e juntou todos os componentes necessários para finalmente a lilás começar a forjar a arma.
Todos esses componentes se converteram em um pedaço de metal derretido, e Quinella finalmente começou a bater na arma para forjá-la.
Ela batia continuamente no metal quente uma, duas, três e mais, várias e várias vezes para que o metal começasse a tomar forma até que finalmente o metal começou a brilhar fortemente em uma luz dourada até finalmente ganhar uma aparência de uma espada dourada ornamentada e elegantemente afiada. Seu cabo, punho e pomo possuíam símbolos semelhantes aos de uma cruz.
- Essa aqui é a Espada de Osmanthus, ou como eu particularmente prefiro chamar, de Espada da Oliva Perfumada. Uma arma com um nível de autoridade extremamente auto, que possui a habilidades de dispersão de flores e adição de poder sagrado. É a arma mais antiga e poderosa já criada, e somente sua. E como forma de demonstrar e entender a extensão do poder dela, use a sua Perícia Perfeita na Arte do Controle Total de Armas neles três. - A lilás apontou para onde estavam Eydis acenando para Alice e chamando por ela, Bercouli e Deusolbert repreendendo a acinzentada para continuar com sua atenção em seu dever.
Alice tocou na lâmina que Quinella entregou a ela, e a loira sentiu um peso naquela espada. Não o peso do material em si, e sim o peso do poder que ela tinha. Não era uma espada qualquer, e estava longe de ser uma espada qualquer.
Ao desembainhar a Espada da Oliva Perfumada pela primeira vez, ela admirou a beleza da sua lâmina dourada.
- Quando estiver pronta, vamos começar. - A Administradora chamou a atenção de Alice, que ainda olhava para a sua nova arma divina e a fez despertar de sua distração. A loira acentiu e apontou a sua espada para os três, que estavam em posição de luta com suas espadas e arco. Após fazer o cântico de comandos, ela finalmente ativou o uso de sua habilidade.
- Enhance Armamento! - A lâmina de sua espada havia se transformado em milhares de flores de osmanthus, todas douradas, pontudas e extremamente quentes com a habilidade cortar e queimar qualquer coisa. - São flores cortantes... - Ela deu um sorriso de satisfação ao ver uma habilidade extremamente poderosa e útil para ataques de todos os tipos de alcance.
Ela apontou para Eydis, e a acinzentada deu um mortal para trás antes de começar a ativar a sua encarnação.
- Enhance Armamento! Multi Clones das Sombras! - A acinzentada ativou a sua primeira fase de Aprimoramento, fazendo com que a sua Espada do Corte Sombrio produzisse diversos clones dela, e todas elas se dispersaram para desviar do ataque das flores. - Ô loirinha, cê bem que podia ser mais cuidadosa! Eu tô pegando leve com você, sabia?!
- Eydis, não tem como ela ser cuidadosa quando está aprendendo a extensão do poder dela, sua destrambelhada. - Quinella acabou dando uma patada na acinzentada, fazendo ela bufar as suas bochechas devido a falta de argumentos contra a lilás.
- Liberação de Memória! Karagiri! - Bercouli estava usando as suas serras de luz disparadas da Espada Perfuradora de Tempo e levou elas em direção às flores de Alice para se proteger da chuva de flores.
Ele notou que as suas serras estavam sendo consumidas pelas flores no exato momento em que tocavam nas flores douradas ocorriam automaticamente a cauterização e destruição automática.
- Essa é uma arma interessante.
- Liberação de Memória! - Deusolbert ativou também a sua encarnação para disparar uma saraivada de flechas em chamas para desviar.
Alice viu que algumas das serras e flechas atravessaram o campo de ataque das suas flores de osmanthus, e isso fez ela ter que desviar de casa um dos projéteis disparados contra ela.
- Liberação de Memória! - A loira apontou a sua espada para frente, mas como resultado todas as minhas flores acabaram se multiplicando dez vezes mais e juntando-se em um gigantesco escudo de dez metros de diâmetro com o símbolo de uma flor de osmanthus.
Todos pararam de lutar e foram em direção a Alice para ver mais de perto as milhares de flores se formando no tal escudo de osmanthus.
- Que tipo de escudo é esse? - Bercouli se perguntou confuso ao ver a encarnação da garota ter se transformado em algo defensivo ao invés de ser ofensivo.
- Acho que não é só apenas um escudo... - Quinella colocou sua mão direita em seu teve uma ideia ao ver o formato da flor protegendo Alice, e foi até ela. - Alice, use uma Arte Sagrada e dispare através do escudo.
A loira ficou confusa ao ouvir as ordens de sua Administradora, já que não faria sentido desperdiçar uma arte para disparar em um escudo. Ela seguiu sua orientação e fez um feitiço de projétil básico, onde o resultado acabou dando no feitiço tocando no escudo da loira e o disparo sendo efetuado dez vezes mais forte e destruindo um dos muros do imenso jardim.
Eydis olhou para trás e ficou boquiaberta com o que a sua melhor amiga tinha nas mãos, pois aquela espada com certeza era a arma mais forte daquele mundo.
- Parece que a sua Liberação de Memória não é apenas um escudo, e sim um espelho refratário. - Quinella observou atentamente o poder da lembrança da Oliva Perfumada, ao criar o tal espelho e começou a explicar com as suas suposições. - Por exemplo, ao disparar um poderoso feitiço de ataque no espelho, o feitiço que o toca possui o efeito destrutivo elevado. Isso é algo interessante. Nem mesmo as Espadas Perfuradoras de Tempo e dos Céus de Bercouli e Fanatio, assim como a Espada do Corte Sombrio da Eydis conseguem ter tanto poder nesse nível.
- Bom, o mais adequado seria testar a que nível está o poder desenfreado da Espada da Oliva Perfumada na sua Encarnação Final. - Deusolbert sugeriu, enquanto olhava para o estrago que o feitiço de Alice havia causado com certo receio do que mais aquela espada podia fazer. - Bercouli, Eydis, vamos continuar com o treinamento?
- Vamos sim. - O homem de cabelos azuis acentiu com a cabeça, ao tirar da bainha novamente a sua Espada Perfuradora de Tempo e se afastar junto com o ruivo.
- Muito bem então, loirinha do tchan. Mas vê se pega leve com essa Release Recollection, porque aquelas flores coloridas são perigosas demais. - Eydis se queixou, bufando novamente as bochechas dela e se afastando junto com Bercouli e Deusolbert.
A Administradora continuava a observar quais seriam os resultados da verdadeira extensão dos poderes da temida Sacerdotisa da Luz. A lilás jamais iria aceitar, mas Alice nasceu simplesmente com bastante talento a ponto de superar os conhecimentos de comandos mágicos da Cardinal e dela também.
Se ela pudesse dissecar a menina ao chegar no seu auge, teria finalmente poder para acabar com o exército do Território Negro e acabar de uma vez por todas com os seus inimigos. Em seguida, iria usar o idiota do Yanai para sair de Underworld, ter um corpo vivo para ela e dominar o Mundo Real.
Afinal, para ela amar é conquistar.
Alice suspirou bem fundo, fechou os seus olhos e tentou focar nas suas memórias, e nas memórias de sua Arma Divina para liberar a sua Encarnação Final. A espada começava a brilhar em um dourado, mas de repente a luz acabou cessando em um piscar de olhos.
- Não funcionou. - Bercouli observou ao ver a sua sobrinha auto-proclamada falhando ao liberar a Release Recollection dela.
- Mas como? - A loira ficou sem entender ao ver que a Encarnação Final dela havia falhado. - Como não consegui liberar as minhas lembranças nessa técnica?
- Acho que talvez precise de mais treino, Alicezinha. Nem todo Cavaleiro da Integridade começa aprendendo a usar a Liberação de Memória e a Release Recollection em apenas dois minutos. Levam anos pra aprender.
Quinella estendeu a sua mão em direção a Alice e com a sua força da imaginação, começou a manipular o Módulo Piety da bela loira e com um sorriso homicida, a mais velha liberou as memórias perdidas de Alice Schuberg.
A loira de tranças arregalou o seu olhar ao ver milhares e milhares de informações vindo e saindo da sua cabeça, bagunçando e deixando-a com uma dor enorme ao ponto dela querer explodir. Isso fez Alice cair no chão agachada.
- Alice! - Eydis correu preocupada em direção a sua melhor amiga, e foi ver como ela estava. Ela se surpreendeu ao vê-la chorando pela primeira vez, já que ela não era muito conhecida por demonstrar emoções. - Alice, você tá bem?!
- Garotinha, o que houve?! - Bercouli segurou na ombreira da armadura da menina, no intuito de querer ajudar ela.
O ruivo da armadura vermelha percebeu que a Administradora havia feito algo com a garota e foi até ela para tirar satisfações, pois aquilo era apenas um treinamento para demonstrar o uso da Arte do Controle Total de Armas dela.
- Eminência, o que significa isso? - Ele perguntou irritado, porém com respeito para a lilás pois ela ainda era a sua superior.
- Preciso utilizar a raiva dela para descobrir quais são as verdadeiras extensões da Espada da Oliva Perfumada, e o uso que a Alice faz nela. - Quinella respondeu ao ruivo enquanto olhava para Alice, se levantando com a ajuda de Bercouli e Eydis e pegou um prego de cristal, ativando algum tipo de comando comunicativo. - Chudelkin, faça os preparativos aí em cima. Se ela tentar me matar, desative o FluctLight de todos os Cavaleiros da Integridade que estão em Centoria.
- Pode deixar, minha Eminência. - A voz irritante do homem vestido de bobo da corte saiu do prego cristalizado.
Alice se separou do azulado e da acinzentada, e os olhos chorosos dela se demonstraram em puro ódio redirecionado apenas para Quinella. A loira se lembrou de tudo, suas memórias em Rulid, a sua família, Kirito e Eugeo. Ela lembrou do exato momento em que viu o garoto que ela amava se debatendo no chão, parado sem fazer nada enquanto era levada de dragão por Deusolbert.
- Você me tirou da minha casa... me separou dos meus amigos... da minha família! Admin... - Alice falou entre os dentes, completamente levada pela cólera queimando em seu corpo. - QUINELLA, SUA VADIA!!! EU VOU MATAR VOCÊ!
Uma aura dourada percorreu pelo corpo da bela loira, fazendo com que Eydis, Bercouli e Deusolbert fossem jogados para trás devido à pressão do poder mágico dela. Já Quinella, materializou um campo de força para se manter ali ao perceber que o comportamento de Alice havia mudado.
Isso fez a lilás se surpreender, pois Alice além de ter as suas memórias recuperadas, sabia também o conhecimento do nome verdadeiro dela? Como isso poderia ser possível?
- O cajado fervente, o coração partido e a tormenta a se propagar. As andorinhas saltitantes, o vento que assopra e corta como folhas brotando no chão. Seja um só com o seu par, da mesma maneira como a sua alma corrompida deixou de se purificar. Eleve o cosmo em meu peito, que a minha alma impura de sacerdotisa dê forças para partir esse mundo condenado em dois com essa lâmina pura e indigna de meu corpo pecaminoso, pelo meu amor, ó meu Cavaleiro Safira! - A loira terminou de recitar o seu cântico, usando o poder das suas memórias junto com as memórias de sua Arma Divina. - Release Recollection! Sabre Estelar da Sacerdotisa da Luz... - A aura de Alice se estendeu ainda mais, fazendo com que todos os cidadãos em Centoria pudessem observar. A aura de flores de energia estava alcançando até mesmo os céus, rasgando as nuvens ao redor.
Era de fato, uma Encarnação Final extremamente poderosa e lindamente indomável.
Uma chuva de granizo imensa apareceu de repente em Centoria, fazendo com que diversos cidadãos começassem a entrar em suas casas para se proteger da chuva grossa que caía.
Naquele mesmo momento, Kirito e Eugeo que ainda eram pajens da Academia de Artesanato dos Espadachins da Centoria do Norte estavam correndo na chuva ao lado de seus Discípulos de Elite, Sortiliena Serlut e Golgorosso Balto, em direção a academia para procurarem abrigo no local.
- Corram depressa, pessoal! Não parem por nada! - Golgorosso gritou para os três que acompanhavam o homem corpulento, enquanto Kirito, Eugeo e Sortiliena continuavam a correr.
- Nem precisa falar duas vezes, Golgorosso-senpai! - Kirito exclamou ao ver as pequenas pedrinhas de granizo caindo dos céus.
Kirito e Eugeo seguiam correndo atrás dos dois após um dia de folga dos mentores deles após ele e Kirito irem tentar ajudá-los com as compras do mês, porém essa tempestade mistériosa os atrapalhou.
O loiro olhou para trás e via as flores acertando e cortando diversas casas, e no momento em que um dos destroços ia cair na casa de uma velhinha, o loiro desembainhou a sua Espada da Rosa Azul para destruir os detritos, no intuito de salvar a mulher idosa.
- Ah, muito obrigado, meu jovem. Você tem um bom coração. - A velha o agradeceu por tê-la salvado.
- Não foi por nada, senhora. Por favor, se abrigue em casa! - Ele pediu para que a mais velha se protegesse, e ela acentiu entrando para dentro da casa dela. Eugeo olhou para onde estava vindo essa tempestade infernal, e ela estava vindo da Catedral Central. Ele não pôde perder tempo e continuou a correr com Kirito e os outros até chegarem na academia. Haviam bilhões de flores cercando e dançando pelo céu de Centoria, e o epicentro dele estava vindo especificamente da torre da catedral. Ele sentia em seu coração que algo que ele havia perdido uma vez estava lá, em algum lugar. - Alice...
- ...EXCALIBUR!!! - A bela loira disparou uma poderosa rajada de flores com pura energia em direção aos céus onde estava Quinella, que teve a sensação da morte ao ver Alice com a sua imensa fúria contra ela. A rajada era tão poderosa que até mesmo cortou todas as nuvens da região, e se estendeu até o espaço.
Como resultado inesperado, ela havia separado ao meio uma imensa cadeia de montanhas fora da cidade central, e todos os Cavaleiros da Integridade ali ficaram em choque ao ver o imenso poder da loira que por um pequeno piscar de olhos, quase havia matado a Administradora.
Pela primeira vez em centenas de anos, Quinella ficou com medo. Estava com medo de Alice. Ela começou a temer com o que mais aquela espada poderia fazer nas mãos da Sacerdotisa da Luz, e também pelo pressentimento da morte que vinha se aquela jovem cavaleira acertasse apenas uma daquelas rajadas de flores nela.
- CHUDELKIN, AGORA! - A lilás gritou para o prego de cristal, no exato momento em que Alice iria disparar mais uma Excalibur nela, e antes que as bilhões de flores tocassem na pele da Administradora, a loira rapidamente acabou desmaiando junto com Eydis, Bercouli e Deusolbert e fazendo todas as flores de osmanthus retornarem para a Espada da Oliva Perfumada.
No mesmo momento em que a Release Recollection de Alice foi anulada, todas as calamidades que estavam acontecendo nos céus cessaram rapidamente e tudo que antes estava de volta ao normal.
Quinella suspirou aliviada, vendo que havia subestimado a força oculta de Alice, ao liberar as memórias perdidas dela. A lilás apagou esses eventos de hoje das memórias de todos eles, especialmente da loira que havia tentado matá-la e ignorando até mesmo o Selo do Olho Direito antes de fazer efeito.
- Alice Synthesis Trinta, você com certeza é a minha grande obra prima. Mas eu não posso evitar que alguém como você tente me matar, e é por isso que colocarei uma restrição de poder nessa sua Release Recollection pois o poder destrutivo dela é imenso. - A lilás pegou o Módulo Piety, reestruturando as memórias dela de Cavaleira da Integridade para reiniciar o prisma em sua testa. - Você tem um amante bem interessante para reagir a sua raiva assim, e deve ter um grande potencial como você. Um dia, eu o encontrarei e farei de vocês dois um espetáculo.
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Gabriel arregalou o seu olhar ao ver uma alma poderosa de nível A.L.I.C.E. estar dentro de sua mente, e ele podia ver tudo o que se passava dentro dela, observando as memórias que ela havia perdido daquele dia.
E para a sua surpresa, essa alma extremamente poderosa que ele havia roubado não era a alma de Alice.
Era a alma do filho dela. Consequentemente numa tacada só ele havia não só matado o filho dela, como também ao mesmo tempo roubou a alma dele.
Nesse mesmo tempo, o Modo Vecta de Eugeo se ativou sozinho ao sentir uma imensa dor em seu peito. O jovem cavaleiro pôde observar pelos olhos de Gabriel o momento em que ele arrancou a sangue frio a vida do filho deles, que não teve nem mesmo a chance de nascer.
Lá no Altar, a loira não estava pensando em mais nada a não ser na raiva e tristeza corroendo ela por inteiro. Gabriel tirou a espada dela e havia soltado-a de seus tentáculos de gás, e arregalou os seus olhos ainda ativados no Modo Vecta ao sentir a alma de seu neto dentro dele.
Era uma cacofonia de choros e berros de criança, como se fossem milhares de bebês chorando repetidamente, semelhantes a uma salva de palmas que nunca parava.
Alice caiu no chão, e notou que embaixo do seu vestido, estava saindo sangue de sua vagina e escorrendo de suas pernas. A loira ficou assustada e sem reação, pois apesar de estar ferida devido ao golpe da espada na sua barriga, o sangue que saía de sua intimidade não era dela, e sim do bebê dela.
Ela ativava uma Arte Sagrada diversas vezes na tentativa de curá-lo, e arduamente ela estava usando todos os feitiços de cura que ela conhecia.
- Não, não, não. Por favor, funciona! Por favor, o meu filho não! Meu filho não! - A loira gritava constantemente enquanto usava os seus feitiços para curar o bebê que estava em seu ventre, mas era tarde demais. A quantidade de vida do bebê já havia se esvaído no momento em que Subtilizer perfurou a barriga dela com sua espada.
Porém, a cura estava funcionando apenas nela e o ferimento antes feito em seu ventre já havia sido totalmente cicatrizado. Então por quê o filho dela não estava sendo curado?
Alice moveu os seus dedos criando um "S" para formar uma janela Stacia, e só o que a bela loira pôde ver era o inevitável que ela não queria acreditar.
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Nome: Alice Schuberg/Alice Synthesis Trinta
Idade: 19
Autoridade: Cavaleira da Integridade e Camponesa
Arma Divina: Espada da Oliva Perfumada(Lâmina de Osmanthus)
Vitalidade: 7524/7524
???: 0/280
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- Você estava grávida do meu neto... Mais é uma pena. Pude ler a mente dele, parecia que... - Gabriel nem conseguiu terminar de falar, que foi brutalmente jogado para uma montanha ali perto com as Armas Encarnadas utilizadas por Alice.
Os olhos dela estavam chorosos, demonstrando a mesma dor, raiva e ressentimento que sentiu há dois anos atrás. E depois de tanto tempo sentindo apenas dor, ela se cansou de vez.
Ela jamais sentiu tanto ódio assim desde quando descobriu a verdade sobre a Administradora, pois aquele homem havia matado o maior presente da vida dela em apenas dois minutos. Isso fez todo o sangue subir para a cabeça dela.
Ela ergueu suas mãos para o céu, e usou a telecinese de suas Armas Encarnadas para puxar seja lá o que for que estivesse lá no espaço para cá.
Com todas as forças da dor e do ódio em seu coração, Alice estendeu a sua mão para o céu e começou a puxar diversos meteoros do espaço utilizando o poder das suas Armas Encarnadas, fazendo Gabriel se surpreender com o poder da loira.
Todos no Império Humano e no Território Negro observavam a chuva de meteoros cair em direção ao extremo sul. Em Rulid, as famílias de Eugeo e Alice observavam as pedras caindo dos céus como chuva, devastando diversas partes do Altar do Fim do Mundo.
Na área sul das Montanhas do Fim, Nelgius e Entokia estavam descansando após terem trocado de lugar com as clones das sombras de Eydis. O esverdeado e o azulado olharam para o alto e arregalaram os olhos ao sentirem uma imensa pressão só de olhar para aquela imensa rajada de flores.
- Nelgi, você tá vendo o que eu tô vendo? - Entokia olhou para a chuva de fogo e pedras que vinham lá do sul, e mesmo há centenas de quilômetros, eles podiam ver a luz rasgando os céus avermelhados do Território Negro.
- Sim, eu estou. - Nelgius acentiu, enquanto tocava em um de seus ferimentos na sua perna direita que agora estava quebrada devido ao uso de sua Release Recollection. - A Alice com certeza já deve ter acordado e no momento, está no ápice do ódio dela.
Lá no deserto do Altar, o loiro começou a correr e usar a sua superforça para pular dos raios da queda das pedras que se aproximavam dele a cada minuto, e ele tentava se desviar dos ataques dela que não paravam nem um pouco para descansar.
A loira começou a flutuar usando o poder latente do prisma alojado em seu cérebro, e estava disparando de suas mãos diversos feitiços avançados não-verbais no mais velho, que não deixavam Gabriel desviar.
Ele ativou a suas magias sombrias para tentar se proteger da fúria da garota, e pulou em cima daquele morcego que estava no local para voar mais rápido. Para roubar a alma dela, precisava estar em um local mais elevado e ter vantagem sobre ela.
- Enhance Armamento! - Ela gritou entre os dentes enquanto ativava a fase do aprimoramento de sua Arma Divina, jogando milhares de flores de osmanthus quentes e cortantes para cima dele.
- Chamada de Sistema... Nevoeiro Explosivo! - Gabriel disparou uma névoa negra cheia de explosões para tentar conter a técnica da cavaleira, porém nada disso adiantava para ele.
As flores de Alice continuavam avançando firmemente como uma imensa nuvem, destruindo e ignorando cada impacto das explosões feitas pelo loiro de franjas.
- Liberação de Memória! Revolvam-se, minhas flores! - Ela ativou a sua segunda fase da Arte do Controle Total de Armas dela, aumentando ainda mais a quantidade de flores e formando o seu espelho refratário. - Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi! Água, Fogo, Luz! Estilo Partícula: Brilho Purificador!
Utilizando uma poderosa Arte Esotérica que fazia a junção de três elementos, ela disparou de suas mãos uma imensa rajada de luz somada com o espelho refratário dela que fez com que o resultado disso tornasse a rajada disparada de suas mãos em direção ao Vecta, indo até o homem psicopata dez vezes mais.
O loiro de franjas viu aquela rajada de energia chegando cada vez mais perto dele, e vendo que não tinha tempo para escapar do raio de explosão, partiu para se preparar pra um ataque a queima-roupa.
Gabriel estendeu as suas mãos e ajeitou seus pés para utilizar de suas técnicas oferecidas pela sua superconta.
- Jutsushiki Tenkai! Morte Destrutiva: Bússola Refletora! - O loiro de armadura negra e vermelha criou de suas mãos um escudo de transparente de sete camadas para protegê-lo, através do seu domínio de compasso. E claro, para estender o poder de sua técnica corpo-a-corpo, utilizou o seu feitiço divino para aumentar o seu poder de defesa. - Darkness Clarinight!
Uma poderosa nuvem de gás saiu do corpo de Gabriel, se chocando com o feitiço esotérico de Alice. Por algum momento, as sete camadas estavam resistindo a força imparável da garota. Mas não eram o suficiente. Uma após a outra, cada uma dessas camadas de proteção iriam se quebrando.
Isso deu tempo para que Gabriel e o seu monstro morcego pudessem escapar do raio de explosão, que destruiu uma cadeia de montanhas inteiras em direção ao norte.
- Foi por pouco... - O loiro de franjas falou com um suspiro ao olhar para a trajetória do impacto destrutivo daquele imenso poder da Sacerdotisa da Luz. - Realmente, a raiva dela proporciona coisas interessantes em um campo de batalha. Mas isso não é o suficiente. - Ele deu um sorriso de lado e decidiu provocá-la ainda mais para fazer ela usar todo o seu poder e cansá-la, para capturar ela quando estivesse exausta. - Foi só isso ou já está cansada, minha jovem?! A alma do seu bebezinho esteve dentro de mim por alguns instantes, e os choros dela eram como canções de ninar para mim. A sua com certeza deve ter o mesmo gosto!
Algumas veias saltaram de raiva do rosto da bela loira, incluindo os seus olhos chorosos. Isso foi motivo mais que suficiente para deixar Alice ainda mais fora do sério do que estava antes. Ela começou a voar ainda mais alto, ao ponto de nem mesmo querer saber mais de ir para dentro daquele altar. Só o que ela queria era vingança.
Uma aura amarelada percorreu pelo corpo de Alice, cobrindo toda a sua armadura e espada como se fosse um cobertor vivo de pura energia.
- Você mata os meus companheiros, mata o meu professor, incita uma guerra sem sentido para que os humanos e os demi-humanos do Território Negro se matem, apenas por mim! Mas o pior disso tudo, você roubou a vida do meu filho. Isso eu jamais vou perdoar, seu lixo! - As íris azuladas da loira estavam semicerradas devido a sua imensa raiva naquele instante. - Quer ver a minha verdadeira "eu?" Pois aqui está! Eu aqui, e agora mesmo invoco você a chuva de todas as flores, minha sagrada luz partidora de todos os mundos!
Com os seus olhos azuis chorosos, ela estendeu a sua Espada da Oliva Perfumada para os céus vermelhos do Território Negro e utilizando as suas memórias e as memórias da Arma Divina dela. Em um outro momento, essa ação iria ser imediatamente parada se ela ainda tivesse o Selo do Olho Direito.
Porém, ela já havia quebrado o selo há muito tempo e portanto, não tinham mais barreiras para conter a cavaleira de armadura dourada. Ela não tinha mais a sua devoção pela Administradora ou pelos falsos deuses desse mundo. Sem mais delongas, ela finalmente iniciou o cântico da sua Encarnação Final.
- O cajado fervente, o coração partido e a tormenta a se propagar. As andorinhas saltitantes, o vento que assopra e corta como folhas brotando no chão. Seja um só com o seu par, da mesma maneira como a sua alma corrompida deixou de se purificar. Eleve o cosmo em meu peito, que a minha alma impura de sacerdotisa dê forças para partir esse mundo condenado em dois com essa lâmina pura e indigna de meu corpo pecaminoso, pelo meu amor, ó meu Cavaleiro Safira! - Com o final de seu cântico, a bela loira finalmente ativou o comando livre da Arte do Controle Total de Armas, liberando todo o poder infinito desenfreado dentro dela e da espada. - Release Recollection! Sabre Estelar da Sacerdotisa da Luz! - Com as duas mãos empunhadas no punho da lâmina, ela finalmente ativou a sua Encarnação Final com único balançar de seus braços em direção ao usuário da Superconta Vecta. - EXCALIBUR!!!
O balançar da espada rapidamente cortou um pedaço do deserto e destroçou um dos pedaços das enormes paredes do Fim do Mundo, fazendo com que aquele mundo antes plano se destruísse os seus limites por completo.
Um imenso clarão percorreu por todo o céu do Território Negro, chegando a ser visto pelo mundo inteiro. Não importava o quão longe você estivesse, você com certeza iria ver o imenso poder sagrado da Sacerdotisa da Luz.
A mulher mais forte da humanidade, com poderes superiores aos de um deus.
A lâmina destruía montanhas inteiras, partiu uma enorme parte do deserto e até mesmo cortou uma das grandes paredes do Fim do Mundo. Porém o mais impressionante disso não foi a enorme destruição, e sim o feito de Alice ter conseguido purificar uma parte da atmosfera avermelhada do Território Negro e trazer o céu azul verdadeiro, que foi removido pela própria Deusa Stacia.
As centenas de bilhões de flores de osmanthus tomaram forma de uma imensa lança nos céus e começou a descer, agora em direção aonde Gabriel estava. O loiro sorriu de lado ao ver o tamanho potencial da garota com esse enorme poder.
- MORRA!!! - Alice jogou todo o seu corpo e sua espada para frente, fazendo a imensa lança de energia cair dos céus.
- É, eu devo dar parabéns para a Administradora. Ela fez de você um monstro de verda... - Antes que ele pudesse terminar, ele foi engolido pelas flores quentes de navalha da jovem cavaleira que apenas balançava a sua espada para destruir todo o resquício do loiro psicopata.
Alice suspirava exausta ao ver o resultado de toda a magnitude destrutiva que ela fez. Uma enorme destruição por todo o deserto, porém de alguma forma o Altar do Fim do Mundo ainda estava inteiro.
Só o que ela viu era uma enorme cratera feita pela sua própria Encarnação Final na forma de lança. A loira finalmente sentiu os resultados de sua Arte Esotérica ampliada pela a sua Liberação de Memória e a Release Recollection vieram em triplo. Ela estava completamente exausta e as dores em seu corpo vieram com tudo.
Alice cospiu sangue pela sua boca ao exagerar por completo e seu corpo caiu aos poucos até chegar na areia avermelhada do deserto, toda dolorida e cansada. As dezenas de bilhões de flores de osmanthus retornaram de volta para a lâmina da loira, desativando a sua Release Recollection.
- Eu tiro o meu chapéu para você, minha jovem. Se não fosse por essa forma, eu teria morrido com certeza.
Ela abriu os seus olhos, assombrada com a dúvida do porquê aquele homem ter sobrevivido a uma magnitude que pode ser comparada a uma força da natureza.
- Por quê você não morre, seu... - Antes que a loira pudesse terminar de falar, ela arregalou os seus olhos ao ver o corpo de Gabriel totalmente mudado.
A sua pele estava toda preta e vermelha como se um fluxo de água e gás percorresse por todo o seu físico. Seus olhos e boca foram substituídos apenas por luzes azuis, quase inexpressivos e semelhantes aos de um boneco vodu misturado com um anjo e para finalizar a sua aparência horripilante, havia uma auréola em cima de sua cabeça. Era como se fosse uma espécie de anjo, como já havia dito agora.
- Você é muito mais poderosa do que todos os outros Cavaleiros da Integridade juntos, até mesmo mais poderosa do que eu. A única forma de poder capturar você seria se eu a deixasse cansada ou desmaiada. - Ele falou, enquanto trazia a sua aparência de Imperador Vecta de volta ao normal, com sua roupa, armadura, cabelos e pele. - E o meu plano funcionou. Agora que o seu corpo se esgotou, nada vai me impedir de brincar com a sua alma.
Amayori e Takiguri estavam se levantando após levarem aquele golpe de raios intenso do loiro psicopata, e Gabriel percebeu os dois dragões se movimentando. E foi aí, que ele percebeu mais um dragão pálido vindo por trás dele e o abocanhou com tudo.
O loiro mais velho segurou sua espada nos dentes de navalha do réptil voador, segurando com força a mandíbula da criatura. O dragão soltou uma baforada de plasma, disparando a sua chama azul nele.
Gabriel ativou o seu campo de força para protegê-lo das chamas, e estendeu a sua espada para dentro da boca do dragão. Usando a força da imaginação para aumentar o tamanho de sua espada, ele a moveu para o lado usando a sua superforça, decapitando o dragão pálido e matando ele definitivamente.
- Hanayuki, você não devia ter ido sozinho. Era pra nós estraçalharmos ele juntos. - Uma voz familiar apareceu em cima de Gabriel, e no momento em que o loiro virou a sua cabeça para o lado, se chocou com a sua espada contra a espada de Eugeo, tendo os dois se entreolhando. - Quadrado Horizontal!
O loiro mais velho percebeu que Eugeo estava chorando, provavelmente por ele ter visto pelo Modo Vecta dele o momento exato em que Gabriel matou o filho deles. Isso e o dragão albino que havia sido decapitado por ele naquele instante.
Pelo que o loiro mais velho conseguiu ler na mente dele, Eugeo estava completamente devastado por dentro, assim como a feiticeira de armadura dourada. Ele havia sentido a morte do bebê através do Modo Vecta, sendo que a criança possivelmente teria herdado os poderes demoníacos do cavaleiro.
O Trinta e Dois conseguiu colocar mais força em sua lâmina e afastou Gabriel para longe de Alice, mantendo ela numa distância segura dele. O jovem cavaleiro foi até ela, e após longas horas de medo, ela finalmente pôde ver as íris esverdeadas de seu amado mais uma vez.
Alice ficou um pouco temerosa ao ver ele na sua frente, pois nas últimas horas ela esteve mentindo para ele sobre a condição dela. E agora, ela havia perdido o motivo dela para omitir a verdade.
- Eugeo... Eu... Eu...
- Eu sei. - Ele limpou as lágrimas dela com os seus dedos protegidos pela armadura, quase incapaz de sentir o calor no rosto dela. - Eu sei sobre o nosso filho, a Eydis me contou.
- Me perdoa por não ter contado. - Alice abraçou ele, tentando encontrar mais conforto nos braços dele. - Eu não devia ter mentido pra você, mas só que eu fiquei com medo.
- Eu é que tenho que te pedir perdão. Não devia ter me descontrolado. Se não fosse por isso, não iria perder vocês dois.
Um pulso sombrio fez um pouco da areia vermelha voar para cima, fazendo com que o casal visse o loiro psicopata olhando para os dois com um sorriso e lágrimas saindo dos seus olhos totalmente enegrecidos e com as pupilas verdes, demonstrando o Modo Vecta do mais velho.
- Alice, você consegue flutuar até lá em cima? - Eugeo se referiu ao Altar do Fim do Mundo, enquanto olhava para Gabriel, que estava ainda parado e sem se mexer e observando os dois como se fosse um predador pronto para caçar a sua presa. - Se não puder, quero que se proteja.
- Eugeo, d-do que você tá falando? - Alice perguntou a ele, enquanto notava ele olhando fixamente para o psicopata.
- O Gabriel não vai deixar a gente chegar lá em cima, se um de nós não distrair ele antes. Eu posso ganhar um pouco de tempo pra você chegar até lá em cima e...
- Vai lutar contra ele sozinho?! Não, você não pode fazer isso! Eu te proíbo! - A loira gritou para ele, se segurando no seu braço tanto pra conter ele quanto para proteger uma das poucas pessoas que ela amava. - Ainda sou a sua supervisora, e eu te ordeno a não lutar contra ele sozinho! Ele é forte demais, até pra você!
- ALICE! - Ele gritou para tentar parar de fazê-la falar, e agora começou a falar com mais calma. - Alice, eu não vou te obedecer, não importa o que você faça. Eu sou o único de nós dois que ainda tem condições pra lutar agora. E além disso, eu não estou sozinho. - Ele sorriu fraco para ela enquanto pegava a Espada da Oliva Perfumada das mãos dela calmamente. - Vou acabar logo com isso de uma vez.
- Eugeo, por favor! Eu não posso perder você também. - Ela viu o seu amado empunhando a sua espada pela primeira vez, e ela estava preocupada pois só de ver os olhos dele, ele planejava se sacrificar para poder deixá-la viver. - Não entendeu que ele quer a gente? Se você morrer, tudo vai acabar pra mim, seu idiota! O Vecta é diferente da Asuna, as meninas e de tudo que a gente já viu, e se ele te matar também como ele... Eu não sei o que vai acontecer e tenho medo de pensar nisso. Eu não posso te perder de novo também.
- Você não vai me perder dessa vez. - Eugeo levou a sua mão esquerda para o rosto dela, que ainda estava com os olhos marejados e inchados. O loiro dos olhos verdes usou um feitiço não-verbal de cura para aliviar a dor da Arte Esotérica no corpo dela. - Se lembra na noite em que nós nos declaramos, conversando sobre a promessa que eu te fiz quando éramos crianças? Eu não vou deixar o Vecta chegar perto de você. E mesmo que ele seja uma parte importante de mim do mundo real, nada disso importa. Aconteça o que acontecer, eu sempre vou proteger você, Alice.
Ele a silenciou com um beijo nos lábios dela, fazendo a cavaleira de armadura dourada se surpreender e acabar caindo pelo encanto do toque que eles compartilhavam.
O loiro usou essa distração para usar as suas Armas Encarnadas e jogou ela para bem longe dos dois, o que fez eles interromperem o beijo deles.
- EUGEO! - Alice gritou para ele tanto de raiva quanto de preocupação, enquanto era empurrada para longe dele em direção ao sul.
- Eu te amo, Alice. - O loiro mais novo sussurrou enquanto ela ia para mais longe deles e segurou a Espada da Oliva Perfumada de Alice, e ele podia sentir todo o peso da arma mais poderosa do mundo. - Essa é a primeira vez que eu estou usando a espada dela pra lutar. É pesada demais, até pra mim. - Ele apertou firme o punho da arma. Não era só o peso do nível de objetos, também era o peso da dor que Alice carregava. Ele fechou os seus olhos e começou a usar a sua força da imaginação para manipular a sua Espada da Rosa Azul e fechou os seus olhos ao sentir a dor do vazio em seu peito. Da água para o vinho, a Espada da Rosa Azul ficou completamente colorida com o mais vermelho e escarlate sangue de todos os inimigos que ele havia matado nas últimas horas.
A Espada da Rosa Azul havia se transformado na Espada da Rosa Vermelha, demonstrando o gelo vermelho como o sangue congelado de todas as vítimas que ele matou nas últimas horas.
Encorajado pelo apoio de seus amigos e com a orientação e os conselhos presentes do espírito da Deusa Lunaria, a Deusa da Lua em seus movimentos desde Centoria, o Cavaleiro da Integridade empunhando uma espada de sangue congelado finalmente havia chegado naquele lugar.
Após horas lutando nessa guerra, já havia tanto sangue derramado, tantas mortes e tantas perdas... Tudo aquilo por troco de nada. Apenas por pura ganância para roubar a alma de Alice que ele tanto ansiava. Mas não mais. Aquilo tudo acabaria ali e agora.
- Nunca pensei que você fosse tão cheio de força como é agora. - O loiro de olhos azuis-esverdeados vestindo uma armadura negra e uma coroa avermelhada na testa, levando o fuzil de alta precisão nas costas chamou a atenção do cavaleiro de azul. - Eugeo, deixa disso. Eu não quero matar você. Nós poderemos voltar pro mundo real juntos e ser felizes, como éramos antes. Apesar de você e a Alice serem especiais, eu só preciso de apenas um de vocês. - O loiro de armadura negra falou, sorrindo de uma forma quase psicótica e ativando seu olhar demoníaco. - E eu quero ver a alma dela até a concha. Quando eu terminar com ela, eu vou usar o que sobrar da mente dela pra trazer a sua mãe de volta. Imagina como nós três estaremos felizes juntos de novo.
- Pai... Não, você não é mais ele. Gabriel! Eu não vou perdoar o que você fez e não vou deixar você pegar a Alice. Não importa o que aconteça, eu vou matar você aqui e no mundo real também. - Eugeo olhava firmemente para o alto, enquanto Alice estava correndo em direção ao Altar do Fim do Mundo com um ferimento no abdómen, mas com manchas de sangue por baixo do vestido branco, ainda escorrendo pelas pernas. - ALICE, CONTINUA CORRENDO! VAI PRO ALTAR, QUE JÁ VOU ESTAR LOGO ATRÁS DE VOCÊ!
- EUGEO! - A voz da cavaleira dourada ecoava por todo o deserto, com um tom choroso que se assemelhava a uma despedida. Apesar dela ter perdido vários entes queridos naquela guerra, o pequeno ser que estava em seu ventre era o mais amado por ela que agora teve a vida ceifada pelo Imperador Vecta agora revelado como Subtilizer, ou melhor, Gabriel Miller.
- Desde o começo você mentiu pra gente, seu desgraçado. Eu confiei em você, achei que fosse nosso amigo. Eu pensei que você fosse diferente.
- Foi preciso, Eugeo. Afinal de contas, eu precisava conhecer vocês antes de capturá-los.
- Nunca mais terá outra chance como aquela. Você vai pagar por todas as vidas que matou nessa guerra, Gabriel. - O loiro de prata botou mais força no punho, e ativando os mesmos olhos demoníacos do seu Modo Vecta. - Começando agora!
O loiro mais velho se surpreendeu com o feito da transformação ocular de Eugeo.
Com a Espada da Oliva Perfumada de Alice e a sua Espada da Rosa Vermelha em mãos, Eugeo se preparou em posição de combate com uma das técnicas de Dupla Empunhadura ensinadas por Kirito.
- Então você finalmente acabou dominando o seu Modo Vecta. Pra dizer a verdade, eu nunca fui muito bom de lutar esgrima. Mas como eu comecei a jogar ALO já tem algum tempo, eu consegui melhorar aos poucos. - O mais velho na sua frente, pegou sua espada negra e entrou em posição de combate. - E quer saber de uma coisa, filho? Você deve ter visto com o meu poder o momento exato em que eu matei o seu dragão e feri os dragões da Alice. E nem se fala do belo bebê de vocês. Era incrível ver ele se mexendo dentro do ventre da Alice implorando para viver, pedindo ajuda do pai... E da mãe. - Com a última frase dita, todo o ódio causado pelo luto subiu para a cabeça do loiro. Gabriel apenas riu de lado e ambos finalmente começaram a correr até suas espadas se encontrarem e se chocarem, resultando em uma forte explosão ocorrendo pelo deserto do altar.
Eugeo estava forçando cada vez mais as suas espadas contra o loiro psicopata, mas Gabriel era fisicamente ainda mais forte do que ele. Ataques básicos não iriam adiantar, ele precisava focar em atacar com suas técnicas de espadas mais poderosas, feitiços avançados, sua Arte Esotérica e a Arte do Controle Total de Armas.
Gabriel havia deixado cair o seu fuzil, e tirou de um dos bolsos de sua armadura um detonador. Isso fez o loiro mais novo arregalar o seu olhar devido a reação, e o mais velho ativou o detonador, explodindo o fuzil e jogando os dois para dois lados diferentes.
Eugeo se agachou e ajustou a sua postura novamente, enquanto Gabriel girou a sua espada longa para uma reação defensiva. Diferente da espada do Imperador Vecta, essa lâmina que Subtilizer havia adquirido em um outro jogo de VR também era especial. Quase tão forte quanto um Objeto Divino de Underworld.
O jovem cavaleiro sabia que Subtilizer estava usando a raiva dele para querer desequilibrar os seus movimentos. Eugeo não poderia parar por um segundo. Os seus olhos demoníacos eram a única coisa que podiam fazer ele lutar de igual para igual.
- Skill Connect: Crossing Field! - Eugeo começou a atacar Gabriel com a sua Espada da Rosa Vermelha e a Espada da Oliva Perfumada, fazendo as duas lâminas brilharem em cor roxa e assim ele começou atacando o psicopata com toda a força em suas mãos. - Skill Connect: Baton Beats! - Agora ele começou a girar as duas espadas diversas vezes e fez acrobacias enquanto chocava as lâminas com a espada de Gabriel.
O loiro psicopata continuava a atacar agora, fazendo Eugeo agora ficar na defensiva. Ele bloqueava com cada uma das duas espadas, tentando manter agora certa distância de Subtilizer.
- Enhance Armamento! - Usando a arte de aprimoramento da Espada da Rosa Vermelha, Eugeo estocou a espada no chão com força e liberou um campo de gelo em todo o chão do deserto para criar o mesmo ringue de patinação improvisado que ele fez para lutar contra os gigantes na batalha da ravina, no Portão Leste.
Só que para a surpresa de Eugeo, o seu gelo estava ainda mais poderoso devido a transformação da sua arma divina, já que esse gelo vermelho não era de água e sim, do mais puro e escarlate sangue. Ele não terminou de dominar o poder dela por completo, então ele precisava tomar bastante cuidado com o uso descontrolado dela.
Apenas no que o loiro precisava focar era cortar a cabeça de seu pai, levar a Alice para o altar e fugir desse mundo com ela.
- Congelou o chão, é? - Gabriel olhou em volta dele e notou o chão liso congelado com a cor de sangue e deu um sorriso de lado. - Tenho que me preocupar agora em escorregar e cair?
Eugeo não deu ouvidos a ele, como o que já era esperado de um comentário irônico do psicopata e começou a usar os seus pés para deslizar em volta dele. Vendo que havia um flanco exposto, o Cavaleiro da Integridade pulou para cima dele usando uma técnica de espada mais avançada.
- Super Inclinação! - Eugeo se inclinou e fez uma cambalhota para ganhar impulso. No momento exato para se levantar, o loiro mais novo colocou a sua força nos pés dele e atacou ele com sua técnica.
Gabriel previu isso com a sua telepatia e criou um campo de força para bloquear o poderoso ataque, causando até mesmo uma rachadura na barreira mágica. Ele deu um sorrisinho de lado, mostrando para Eugeo que ele estava apenas brincando com ele.
O jovem cavaleiro se irritou ainda mais, já que ambos estavam utilizando o Modo Vecta e mesmo assim, Eugeo não estava conseguindo desequilibrar ele?
- Enhance Armamento! Se espalhem, minhas flores! - Ele estendeu a Espada da Oliva Perfumada de Alice e liberou o aprimoramento das flores de Osmanthus dela em direção ao seu oponente. - Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas!
Com a segunda fase de aprimoramento da Rosa Vermelha ativada, as pétalas de rosas vermelhas congelantes e as flores de osmanthus quentes dançavam no vento ao redor de Eugeo e as disparou em direção a Gabriel, que agora começou a rebater cada uma das milhares de flores usando a sua encarnação.
Por ter tido a oportunidade de poder usar um pouco do poder do fragmento de memória da Alice, Eugeo conseguia utilizar a Arte do Controle Total de Armas da Oliva Perfumada apenas com a arte do aprimoramento. Porém, a arte da liberação de memória ou a lembrança final não podiam ser utilizadas por ele, já que Alice era a única que podia usar todo o potencial da Espada da Oliva Perfumada.
Mas ainda assim, ele precisava se virar com o que tinha e lutar contra o homem que utilizava a Superconta Vecta.
Eram o frio e o calor contra as sombras.
Gabriel notava a cada momento as flores tomando forma de pequenas lanças, e viu que em algum momento Eugeo iria liberar todo o seu poder. Ele faria o jovem cavaleiro se cansar da mesma maneira que fez com a Alice e enfim, teria os dois juntos nas mãos dele para levá-los ao Mundo Real.
- Jutsushiki Tenkai... Morte Destrutiva: Compasso da Agulha! - O loiro de franjas deu um pisão no chão, que acabou com todo o ringue de patinação de uma só vez, criando uma espécie de bússola gigante com o formato de flocos de neve.
Os cacos de gelo voavam forte, ao ponto de um deles fazer um pequeno arranhão no rosto de Eugeo.
- Jutsushiki... - O jovem cavaleiro falou pausadamente, enquanto um filete de sangue escorria de seu rosto. - Tenkai?
- Ah, é. Você não deve estar familiarizado com essa habilidade. - Gabriel começou a explicar para Eugeo, enquanto mexia um pouco de sua mão e estalava os ossos dela usando a sua superforça. - O Jutsushiki Tenkai é uma técnica de luta desenvolvida pelo próprio Imperador Vecta. Faz com que ele consiga lutar com qualquer tipo de oponente de todas as formas de combate possíveis, em 360 graus.
Gabriel pulou para cima de Eugeo agora, e o loiro defendeu com a sua Espada da Rosa Vermelha. Em seguida, ele teve que rebater a arma do mais velho com a Oliva Perfumada e assim, os dois começaram a se mover cada vez mais rápido.
Espada atrás de espada, golpes barulhentos do metal estridente e cortes diminutos, prestes a acertar um ao outro sendo desviados rapidamente. No momento em que Gabriel ativou essa habilidade, ele havia se tornado cada vez mais rápido e forte.
O loiro de franjas chutou Eugeo para longe com toda a sua força e pulou em seguida atrás dele. Gabriel guardou a sua espada longa na bainha, o que fez Eugeo estranhar o comportamento.
- Morte Destrutiva: Impacto Aéreo! - Gabriel fechou o seu punho direito em um soco, pulou para cima e desferiu um soco a distância na direção de Eugeo.
O loiro olhava para todos os lados, mantendo a sua guarda a postos enquanto tentava analisar o que havia acontecido. Foi aí então que uma poderosa pressão se chocou com o corpo do cavaleiro, fazendo os seus olhos demoníacos ficarem esbugalhados ao ver tamanha pressão vindo apenas de ataques de ar comprimido!
Alice, que estava vendo a luta, se assustou com o golpe invisível que havia acertado Eugeo. Na luta deles, o loiro psicopata não havia usado esse tal Jutsushiki Tenkai com a cavaleira de armadura dourada.
- Eugeo...
Novamente Gabriel usou o seu Impacto Aéreo para desferir mais um ataque à distância, e isso fez Eugeo cruzar ambas as espadas em uma cruz para bloquear mais ataques. Cinco pressões de ar chocaram-se com ambas as armas divinas, e o loiro mais jovem notou algo nesses ataques.
- “Eu já entendi...” - Eugeo olhava para os ataques a longa distância vindo na direção dele novamente, e o rapaz ativou uma outra técnica de espada, se enclinando no ar para formar um escudo rápido. - Skill Connect: Rainbow Flip! - Utilizando uma Skill Connect novamente, Eugeo viu diversas vezes a quantidade de ataques á longa distância vindo das mãos de Gabriel. - “Os ataques dele viajam no mesmo instante em que ele dá o soco, e vão até mim em um piscar de olhos. Da mesma maneira que isso está demorando, ele tá querendo me cansar aos poucos. Está ficando complicado lutar por essa longitude, e tenho que diminuir cada vez mais essa distância entre nós. Então o único jeito de encarar ele vai ser...”
Eugeo pulou para cima de Gabriel numa velocidade extremamente sobre-humana utilizando as suas Armas Encarnadas para voar rapidamente até ele, com um golpe pronto para acertar a sua cabeça.
- ... forçar ele em uma luta corporal!”
Infelizmente, o loiro mais velho já previa por esse ataque e desviou pela lateral. Ele apenas deslizou os seus globos oculares pretos que antes estavam apenas se fixando para frente, e viraram para fazer contato visual.
- Seus reflexos são incríveis, meu filho. Você está de parabéns! - Gabriel o elogiou enquanto desembainhava a sua espada longa para contra-atacar o jovem espadachim com ataques pesados. - Mas é uma pena que essas habilidades maravilhosas vão acabar sendo prejudicadas quando eu pegar você.
- Você não vai tirar a minha namorada de mim, seu doente! - Eugeo falou entre os dentes enquanto atacava constantemente e rebatia os golpes vindos do loiro psicopata. - Não dá mais pra confiar em você!
- Que engraçado, pois ficar estendendo uma luta sem sentido como essa só vai trazer apenas uma coisa: a sua morte! - Pela primeira vez, Gabriel gritou agora com raiva para Eugeo e isso fez até mesmo o loiro mais novo se surpreender com o tom dele. - Não quero matar você, eu quero te levar de volta pra casa!
- Underworld é a MINHA casa! A Alice é a minha família, a minha mulher! - Ele falou, conseguindo dar um chute para desequilibrar o mais velho e agora se desfez um momento da sua Espada da Rosa Vermelha para dar um soco poderoso no rosto do mais velho, fazendo ele voar em direção às montanhas ali perto e destruir uma pequena parte dela com o impacto. - Você matou o meu filho, matou as nossas esperanças e quer destruir o mundo no qual eu pude renascer, com todas as vidas aqui presentes? Eu quero é o seu sangue, e vou matar você de um jeito ou de outro pra fazer isso.
O loiro pulou de novo para cima de Gabriel e começou a atacar diversas vezes com a sua espada, dando diversos ataques vorpais para tentar acertar um corte limpo.
- Acha que eu não estou lutando sem sacrificar nada?! Acha que eu estou lutando apenas por puro egoísmo?! - Novamente o loiro mais velho estava gritando, e dessa vez gritando com mais raiva e enfim, rebateu as duas lâminas dele com a sua força bruta. - Garoto, não vem me dizer o que já perdeu! Eu perdi a minha família inteira, perdi você!
Ele bateu com as costas de sua mão no rosto de Eugeo, e antes que ele voasse para longe com a superforça, Gabriel o agarrou pela manopla prateada e deu uma cabeçada nele, fazendo o loiro mais novo dar um grunhido de dor e sangrar pelo nariz.
Isso fez com que Eugeo deixasse cair as duas espadas no chão, e deixasse ele um pouco desnorteado.
- Eu vim pra esse mundo atrasado apenas por você. A única coisa que pedi foi para ter a minha família de volta. Nós íamos jogar aquele jogo de mundo virtual juntos, mas depois que você ficou preso por dois anos naquele inferno, passei diversas horas ao seu lado rezando para Deus que você pudesse acordar. - Ele estendeu o braço de Eugeo para o alto, querendo que ele entendesse tudo o que estava nos seus olhos demoníacos que estavam lacrimejando sangue. - Eu venderia a minha alma até pro diabo só pra ter você de volta, e tudo o que eu pude ver no final foi um enterro seu. Sabe quantas pessoas eu já matei na vida real? Acha que é o único que tem demônios dentro do seu coração?
Gabriel removeu a tiara-coroa que estava em sua testa, e mostrou a ele a jóia extremamente avermelhada para ele.
- Nesse mundo, vocês acreditam que os deuses desse mundo vão salvá-los do infortúnio. - Ele mostrou para ele a sua tiara-coroa, e apertou firme até entortar o metal extremamente raro. - Nenhum deus desse mundo é real. O deus de vocês não passa de uma pessoa qualquer que pode apenas apagar esse mundo mexendo com uma tecla de computador. Não que você saiba o que é isso, mas é basicamente a mesma coisa de igualar o fim desse mundo como um graveto sendo facilmente quebrado por alguém. Não seja tolo! Deixe eu separar a alma dela em duas, é o único jeito de trazer a sua mãe de volta a vida! Só assim teremos a nossa família de volta. Pelo que você luta, se não é por isso?
- Eu sou um Cavaleiro da Integridade... - Ele estendeu a sua mão direita para baixo, tentando usar as suas Armas Encarnadas para puxar a Espada da Oliva Perfumada de volta nas mãos dele. - Posso ter feito um juramento pra Igreja de Axioma, mas também fiz um juramento pela minha família. O experimento no meu corpo, os meus poderes e a minha espada servem para proteger as pessoas que eu amo. E você não vai tirar isso de mim! - Eugeo deu um corte rápido no braço direito de Gabriel, conseguindo arrancar o braço dele e saindo de perto do loiro mais velho para ganhar um terreno mais firme.
O loiro levou a sua mão para o nariz quebrado, e o colocou de volta no lugar com um estalo dolorido na sua cartilagem.
- “Aquele maldito não vai parar por nada. E ele não fica cansado, mesmo com as habilidades que está usando. O que ele quer é me fazer cansar até conseguir pegar a mim e a Alice.” - Eugeo pensava, enquanto escorria o sangue de seu nariz que estava um pouco entupido e passou a sua manopla para tentar limpar um pouco.
- EUGEO! NÃO PENSE COM A MENTE, USE O SEU CORPO! ELE CONSEGUE LER A MENTE DOS OUTROS IGUAL A ASUNA!!! - Alice gritou de forma gutural para Eugeo, preocupada com o progresso que essa luta estava rumando. - USA O SEU TREINAMENTO E PENSE SÓ COM A MENTE!
O loiro de armadura prateada arregalou o seu olhar demoníaco ao ouvir isso de sua amada ficou boquiaberto ao perceber que Gabriel Miller também tinha o dom da telepatia, uma habilidade que ele pensava ser exclusiva somente para a Asuna.
- Se ele continuar lendo a minha mente, ele vai ficar um passo à minha frente o tempo todo. - Eugeo sussurrou fraco, não querendo que Gabriel ouvisse enquanto tocava o seu nariz machucado e usou um feitiço básico de cura para regenerar a cartilagem machucada. - Droga, já vou ter mesmo que apelar pra enfrentar ele?
Eugeo guardou a sua Espada da Rosa Vermelha e fez um feitiço básico de Elemento Terreno para criar uma espécie de guarda para a espada de Alice usando uma raíz de cipó nas costas dele. O jovem cavaleiro de armadura azul e prateada deu um suspiro bem fundo, e começou a fazer alguns movimentos usando o seu corpo.
Gabriel começou a observar o que Eugeo estava tentando fazer, já que ele havia guardado as duas espadas. Usando a sua telepatia, o loiro mais velho tentava observar com o seu Modo Vecta sobre o que se tratava.
- Chamada de Sistema: Água, Eletricidade. Estilo Tempestade... Pantera Negra! - O loiro gritou ao ativar um feitiço de junção de elementos, criando uma pantera de raios pretos bem ao seu lado e rugindo como um animal de verdade.
Gabriel observou a pantera negra tendo oscilações com as faíscas brancas e roxas saindo dela, fazendo a habilidade ganhar ainda mais forma devido a encarnação de Eugeo. Vendo o seu braço decepado, ele também notou que o seu corpo estava mudando novamente com uma aura sombria fazendo ele retornar a sua aparência da conta Subtilizer.
Eugeo rapidamente ficou surpreso com a forma nova dele, que antes utilizava uma armadura de estilo medieval da melhor qualidade e agora estava com uma aparência totalmente diferente. Seu rosto estava mudado, o seu cabelo antes penteado e com franjas agora estava mais curto e também estava vestindo uma roupa de estilo militar semelhante aos players do GGO que ele viu lá nas ruínas.
Só que Gabriel parecia estar todo ferido, com o rosto queimado e antes o braço dele que estava decepado havia se regenerado com uma espécie de prótese negra gasosa e corpórea.
Ele se recordou, ao ver a luta entre a Sinon contra o psicopata naquelas montanhas quando eles estavam naquele duelo de chamas usando as Artes Esotéricas. Isso fez ele ranger os dentes, focando a sua energia vital e preparando a sua magia esotérica.
- Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi. Kaku Shakunekken... - Agora uma chama negra começou a se formar em volta dele e formou um círculo entre ele, vindo do Estilo Inferno. Seus olhos começaram a sangrar novamente, semelhante a lágrimas e estendendo os seus braços para frente, o loiro mais velho finalmente ativou o comando e liberou uma. - Estilo Inferno: Labareda Infernal!
Eugeo acabou mandando a pantera em direção às chamas negras e como resultado, uma explosão de raios surgiu em meio ao choque do ataque. Porém as chamas consumiram a pantera e seguiam o seu caminho em direção aonde Eugeo estava.
- Chamada de Sistema: Arte Esotérica • Ougi! Kaku Shakunekken! - Ele finalmente ativou a sua Arte Esotérica, decidindo utilizar um feitiço para contra-atacar as chamas negras. - Água, Eletricidade! Estilo Tempestade... - Uma aura elétrica começou a surgir atrás de Eugeo, fazendo com que diversas panteras negras surgissem atrás dele. Porém, as faíscas delas antes brancas e roxas agora estavam vermelhas e azuis, incluindo os olhos. Até mesmo os seus corpos além de estarem soltando faíscas, também soltavam brasas negras de sua pele. - Pantera Negra: Chama da Caçada Negra!
Eugeo estendeu as suas mãos em um sinal de mão com o símbolo do tigre e enviou todas as panteras que saíam da aura elétrica para se chocarem, em uma explosão de raios contínua. As chamas consumidoras continuavam a queimar as panteras que vinham repetidamente, e todas elas estavam morrendo mais rápido do que o que o loiro mais novo conseguiria produzir.
Claro que esse era o mesmo estilo esotérico do Punho Flamejante, e ambos teriam técnicas parecidas. Apenas por ser diferença de elementos, já seria complicado de se enfrentarem. Apenas as suas panteras negras seriam a sua forma de proteção contra as chamas negras.
Eugeo começou a sentir os efeitos colaterais da Arte Esotérica no seu corpo, tossindo sangue no processo e sentir os seus ossos rangendo de dor. Mas ele não podia desistir, e continuou avançando em frente.
- Liberação de Memória! Desabrochar, Rosa Vermelha! - Eugeo usou as suas Armas Encarnadas para mover telecinéticamente a sua lâmina de sangue em direção a Gabriel, decidindo prender ele com o as suas raízes de sangue congelado e absorver a vida dele, até zerá-la por completo.
Porém, antes que pudesse ter a chance de fazer isso, Gabriel desativou telepaticamente a Arte Esotérica de ambos e desviou das raízes com a criatura morcego que estava sob o seu controle e se afastou um pouco mais de Eugeo. Quando as raízes finalmente iriam tocar na pele dele, o mais velho usou uma Sword Skill desconhecida com a sua espada para destroçar cada uma delas até que não restassem nada.
- Release Recollection! Primeira Pétala... Florescência das Rosas Azuis. - Eugeo liberou a sua Encarnação Final, decidindo acabar com tudo num só golpe. Uma imensa rosa azul gigante saiu de suas raízes, e todas elas se multiplicaram quinze vezes mais.
Todas as raízes se transformaram em uma rosa de gelo gigante, e quando ela finalmente desabrochou, um dragão de gelo saiu dela e começou a rugir de forma selvagem e criando camadas de gelo apenas com a onda de choque do seu rugido gutural.
Gabriel notou que se tratava da mesma coisa que ele havia usado horas atrás contra o imenso exército que Critter havia enviado para a área do desfiladeiro feito por Asuna.
- Morte Destrutiva: Onda de Aniquilação! - Usando uma das técnicas mais poderosas de seu Jutsushiki Tenkai, Gabriel pulou para cima de Eugeo apenas com a sua espada longa apontada para ele.
Eugeo usou as suas Armas Encarnadas e flutuou para cima do psicopata indo junto com o seu dragão de gelo que congelava qualquer coisa por onde passava, apenas pelo simples toque.
O resultado do tocar de lâminas fez com que milhares de cacos de gelo voassem para todos os lados, e Alice rapidamente criou um campo de força para se proteger das partículas de gelo. Ao ver a imensa névoa fria começar a se dispersar no ar, ela arregalou o seus olhos ao ver Gabriel erguendo Eugeo pelo pescoço com a parte de cima da sua armadura destruída deixando parte do seu torso a mostra e junto com isso um ferimento enorme na região do seu braço.
Ele estava se segurando no loiro mais velho apenas com o braço livre, se debatendo para sair da mão dele enquanto era enforcado.
- EUGEO!!! - Alice gritou aos choros, desesperada ao ver o seu amado derrotado na frente dela.
- Agora que você já está quase morto e exausto, vou colocar juízo nessa sua cabeça. Pelo menos, você poderá me entender. - Gabriel ativou o seu Modo Vecta e se conectou com o Modo Vecta de Eugeo, e a visão de ambos começaram a sair daquele deserto aonde o jovem cavaleiro estava vendo agora uma cena completamente inesperada.
Em uma viela no Oriente Médio, havia uma enorme quantidade de pessoas que Gabriel matou estiradas no meio de uma rua do mundo real, com buracos de bala, flechadas disparadas na cabeça e membros do corpo decepados. Até mesmo as moscas voavam repetidamente pelos corpos mortos, o que fazia uma cena dessas vomitar para quem visse.
Eugeo estava vendo as memórias de Gabriel, no quesito dele em querer mostrar as almas sendo absorvidas e roubadas.
- Eu vi o inferno... - O loiro caminhava pela a rua, notando cada corpo morto por onde andava. Em seguida, ele estava agora dentro de um porão com vários militares mortos e somente Gabriel vivo e todo encharcado de sangue, com um olhar frio para a frente. - Eu vi o inferno... - E para completar, ele viu a morte de Alicia em comparação com a dele no SAO, vendo como Gabriel estava apenas com um olhar sério e frio que apenas mascarava a dor e o medo. - E mais uma vez eu vi o inferno. Tudo o que ele havia vivenciado, o que ele sempre almejou querer acabou se tornando a própria bolha dele. E assim, a vida dele acabou se tornando a sua própria prisão. Mas ainda assim... Parece que ele está se esquecendo de alguma coisa.
Agora estavam apenas Eugeo e Gabriel em uma sacada, olhando para o pôr do sol.
- Você perdeu muitas coisas. - O jovem sussurrou baixo, mas o bastante para Gabriel ouvir.
- Não, eu não perdi nada. - Ele balançou a sua cabeça em negação enquanto suspirava em decepção. - Eu só tentei proteger tudo o que tinha, mesmo não sabendo como fazer isso. Desde que eu era criança, eu tinha um imenso vazio na minha vida sobre querer entender as pessoas à minha volta. E a única coisa que percebi é que quando as pessoas morrem, o brilho no olhar delas some também. Foi daí que a minha ideia de querer experimentar almas através da morte veio. Quando entrei no exército, matei diversos inimigos e nenhum deles veio a me satisfazer, não tive nenhum prazer em matá-los. A única coisa que chegou a ser importante pra mim foi a sua mãe.
Eugeo ficou interessado em saber mais sobre a mulher de cabelos loiro-alaranjados, que passou horas tentando ajudá-lo. Apesar dela ter seus segredos e motivos para isso, ele queria saber melhor sobre ela.
- Pode... Me contar mais sobre a Alicia?
- A sua mãe... A sua mãe era como um anjo emplumado, divino. Ela era como o sol que nunca se pôs, sempre sendo uma pessoa altruísta e determinada, e sempre lutou apesar das limitações que ela tinha por causa da doença dela. - Gabriel contava para Eugeo, enquanto sorria ao se lembrar dos dias em que passou com Alicia ao lado dela. - Ela sempre foi uma boa pessoa com uma alma tão pura e inocente, almejava saber o que se passava na alma dela. - Agora Gabriel se virou para olhar para Eugeo, sabendo que ele tinha percebido algo. - É, eu tinha tudo o que precisava, e você tem razão. Eu estou esquecendo de uma coisa.
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No Mundo Real...
25 de Agosto de 2007 - Praia La Jolla Shores. San Diego, Califórnia...
O sol estava se pondo, tingindo o céu de tons de laranja e rosa, enquanto Gabriel e Alicia caminhavam pela praia de San Diego. O som das ondas quebrando na areia criava uma melodia relaxante, e eles se sentaram em uma pequena toalha estendida na areia.
A loira-alaranjada olhava para o mar, perdida em seus próprios pensamentos, quando o loiro de franjas percebeu a expressão preocupada no rosto dela.
- O que está te incomodando, amor? - Perguntou ele, passando o braço em volta dos ombros dela.
Ela suspirou antes de responder. Há algumas semanas atrás, ela havia recebido o diagnóstico da obstetra que estava grávida de um mês. Isso seria uma grande benção, é claro, se não fosse por uma má notícia.
A leucemia dela havia voltado, e os medicamentos experimentais que ela tomava não estavam mais fazendo efeito. A gravidez dela não era mais uma gravidez comum, e sim uma gravidez de risco.
- Eu estou com medo, Gabe. Medo de como a doença pode atrapalhar o parto, de como será ter um bebê em meio a tudo isso.
Gabriel segurou o rosto dela entre as mãos e olhou nos olhos dela com carinho. Ele também estava preocupado com ela, e tinha medo dela não conseguir resistir ao parto.
- Nós vamos superar isso juntos, Alicia. Eu estarei ao seu lado em cada passo desse caminho. E tenho certeza de que tudo vai dar certo.
Alicia sorriu timidamente, sentindo o calor do amor e apoio de Gabriel. Ela se aconchegou nos braços dele, sentindo-se um pouco mais calma.
- Eu sei que é assustador, mas precisamos ser fortes. Temos uma família linda para construir juntos, e nada vai nos impedir disso. - Disse o loiro de franjas, com convicção.
Ela olhou para o mar mais uma vez, sentindo uma onda de esperança invadir seu coração. Ela sabia que teria desafios pela frente, mas também sabia que podia contar com o amor e apoio incondicional de seu amado.
E para a surpresa dele, o filho do casal nasceu. Mas infelizmente, a gravidez havia gasto muito das energias de Alicia. Ela pediu para o seu amado que a matasse de uma vez por todas, e para que cuidasse do filho deles.
E assim, a alma preciosa de sua amada havia ido embora após experimentar o grande êxtase dela, assim como o coração partido dele.
15 de Julho de 2024 - Hospital Geral de San Diego, Califórnia...
Gabriel estava sentado ao lado de uma cama onde havia um loiro adolescente de 17 anos com um NerveGear na cabeça inconsciente ao mundo exterior devido a imersão total.
Ele mexia no seu computador, anotando algumas coisas referentes a sua empresa para continuar com o seu trabalho, e olhando para a hora que estava no relógio preso na parede, estava dando umas 17:30 da tarde.
Ele olhou para o lado de fora da janela e fechou o seu notebook, colocando ele de volta na sua mochila e agora viu as notícias na televisão que estava pendurada na parede assim como o mesmo relógio digital.
- ...vemos que já fazem quase dois anos desde o início do incidente do Sword Art Online em que mais de 10.000 jogadores ficaram presos dentro da armadilha mortal feita pelo criador do jogo, Akihiko Kayaba. Até o momento, nenhum dos agentes da Interpol encontraram pistas sobre o paradeiro de Kayaba. Aparentemente, apenas 6.000 jogadores ainda estão ativos e jogando lá dentro lutando para zerarem o jogo. E assim, nós ficamos com as notícias do esporte e...
Gabriel desligou a TV e levou as suas mãos até o seu rosto, ainda sem o que fazer. Seu único filho estava preso no jogo da morte feito por Kayaba, e estava irritado pelo governo americano não ter dado aval para ele caçar o criador do Sword Art Online.
Ele faria tudo para poder sair desse quarto de hospital para trazer o seu filho de volta, mas ainda assim, ele não podia deixar ele.
- Senhor Miller? Senhor Miller? - Uma voz chamou por ele, fazendo o loiro tirar as mãos do seu rosto coberto e levarem a sua atenção para a pessoa que adentrou ao quarto tão branco quanto uma farinha de trigo. - Já fazem cinco horas que o senhor está aqui, e já está anoitecendo. Não acha que é melhor o senhor ir para casa e descansar um pouco?
- Sim, sim. É claro. É que... Eu temo pelo Eugeo, que se ele não acordar e eu não estiver aqui...
- Eu tenho certeza que ele ficará bem, senhor Miller. É melhor o senhor descansar por hoje, amanhã o senhor vem para ficar com ele.
Vendo que não tinha escolha, foi até a cama onde Eugeo estava conectado com o NerveGear dele e apertou a mão fraca e quase desossada de seu filho, devido a falta necessária de nutrientes.
- Eu vou voltar amanhã, Eugeo. - Ele deu um sorriso fraco, enquanto olhava para o rosto sereno do loiro mais jovem que estava com o corpo em animação suspensa. - Onde você estiver, orarei a Deus para que você tenha uma boa noite de sono, meu filho.
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(N/A: Ouçam agora com a música de inserção: Last Stardust - Aimer)
Eugeo olhava para o que Gabriel havia abandonado, e isso fez o jovem cavaleiro começar a andar em direção ao mesmo inferno que viu na mente do mais velho.
- Ei, é no inferno onde você está entrando.
Eugeo sorriu fracamente, enquanto ele olhava para o passado de seus pais vendo que ele era a verdadeira benção dos dois.
- É disso o que você esqueceu. Quando você perdeu a Alicia e a mim, não tinha perdido tudo. - O loiro mais novo sorria enquanto passava pela imensa poça de sangue no chão. - A nossa felicidade sempre duraria cada vez mais, mesmo que eu não estivesse aqui. Da mesma maneira, que eu amo a Alice e o nosso filho. Do mesmo desejo de que você não precisa roubar uma alma para tê-la só pra si. Você sempre teve ela com você.
Eugeo pôde sentir a lâmina da Espada da Oliva Perfumada de Alice ressoando em seu peito, vendo que lá do lado de fora ela estava tentando libertar ele de onde estava.
Ao andar pela poça de sangue e atravessar por todo o inferno naquelas ruas, ele estava agora no topo de uma colina onde estava a sua antiga Sapphire Saber que ele havia adquirido nos seus últimos meses de vida no Sword Art Online.
- Quando você pisar no mundo real sem mim, vai ser um escravo do governo. - Mais uma vez Gabriel o avisou, tentando colocar juízo na cabeça de Eugeo. - Aceita mesmo querer que essa vida, mesmo que ela seja como a de uma máquina?
Eugeo parou para pensar por alguns segundos, enquanto olhava para o cabo da sua antiga espada e sabia que a sua vida jamais seria a mesma depois que ele atravessasse esse mundo para o mundo real. Só que ele não pensava em si mesmo naquele momento, e pensava apenas no seu único e grande amor, assim como na imagem mental dele e da Alice com o seu filho.
- Sim... Mesmo que ela esteja escorrendo de pura hipocrisia. Eu me tornei um Cavaleiro da Integridade pra proteger as pessoas que eu amo, e continuarei exercendo essa função até o fim. - Ele tocou no cabo da Sapphire Saber, e só apenas com o toque fez a arma começar a queimar. - O meu desejo é poder moldar o mundo para que as guerras, a dor e os males da humanidade acabem. Não importa como, eu vou dar um jeito de resolver tudo. Mesmo que isso custe com a minha vida!
Ele removeu a espada cristalizada do solo, e fez com que toda aquela realidade falsa trouxesse ele de volta para a atmosfera avermelhada do Território Negro. Eugeo abriu os seus olhos e com apenas um único sussurro ele chamou apenas um nome e o restante da frase.
- Alice... - A voz cansada e dolorida de Eugeo fez com que Gabriel arregalasse o seu olhar em direção a jovem feiticeira de armadura dourada, que em suas mãos estava a Espada da Oliva Perfumada nas mãos dela.
- Enhance Armamento! - Balançando a sua Espada da Oliva Perfumada com sua arte de aprimoramento, Alice liberou as milhares de flores de osmanthus mais uma vez saindo de sua lâmina e indo em direção de Gabriel, o que fez com que as flores de osmanthus separassem os dois para lados opostos.
Eugeo estava agachado, e com dor. As suas feridas estavam abertas e pareciam não querer se curar. Mas por algum motivo, um brilho amarelado se iluminou nos ferimentos dele.
- “Ah, entendi... A espada dela.” - Gabriel olhou para Alice, que ainda chorando exalava o mesmo olhar flamejante de ódio em direção ao psicopata. Ele leu a mente do casal, e pôde ver como ela estava conseguindo curar ela. Desde o dia em que eles se reencontraram na academia de artesanato na Centoria do Norte. - “Desde aquele dia em que a Alice bateu nele com a bainha da espada, as flores se formaram como uma proteção a ele.”
Eugeo suspirou bem fundo, enquanto as suas feridas cicatrizavam aos poucos.
- O meu corpo... - Ele falou com um sussurro enquanto dava um pequeno suspiro com o bafo gelado saindo de sua boca.
- Não pode ser!
- Está bem mais leve. - Ele estendeu as suas duas mãos para os lados, parecendo que estava puxando algo para os seus dedos.
Gabriel rangeu de raiva e disparou a sua espada longa, junto com a Espada da Rosa Vermelha de maneira brutal em direção a Eugeo, que estava parado naquele chão de areia.
- Eu ainda não posso ser derrotado, pai! - Ao terminar de falar, ele havia puxado telecinéticamente o punho da Espada da Rosa Vermelha para se prender a sua mão direita, enquanto usava a mão esquerda para chamar a Oliva Perfumada que outrora estava nas mãos de Alice para rebater a espada longa, que voltou para as mãos de Gabriel.
O resultado da inércia fez uma enorme rajada de vento bater na areia atrás de Eugeo.
- Eu entendo pelo que você passou, mas ainda assim você está errado. Da mesma maneira em que as almas devem ser consumidas, as almas tem o direito de serem livres. E é por essa razão que eu não posso deixar você roubar a alma da Alice. - Eugeo falou, enquanto apontava a Espada da Oliva Perfumada em direção a Gabriel, e ativou na mesma hora o seu Modo Vecta mais uma vez. - Posso aceitar pelo que você fez pela a minha mãe, mas não vou te perdoar pelo que você fez com o meu filho.
Gabriel semicerrou o seu olhar, o que deixava a conta Subtilizer ainda mais intimidadora. Eugeo viu tudo o que houve na mente dele, e ainda assim, ele não entendia o sacrifício que ele fez. Não, ele não queria entender.
- A única maneira disso acabar é com você no chão, ou então eu. Já que você não aceita a verdade, pra mim, tanto faz.
Nesse mesmo momento em que ocorria a grande luta lá no Altar do Fim do Mundo, lá atrás nas ruínas do Território Negro também estava prestes a ocorrer o confronto entre Kirito Synthesis Trinta e Três contra o PoH.
Todos os soldados sobreviventes, os players aliados e os Cavaleiros da Integridade remanescentes observavam o atual encontro entre o espadachim e o assassino. Além disso, observavam a luta no Altar do Fim do Mundo através de um Espelho Negro feito por Alicia Rue, que estava usando a sua magia negra do ALO.
- O loirinho de prata tá levando um sarrafo do Subtilizer. Isso não vai acabar bem. - A líder dos Cait Siths observava a luta deles no espelho, enquanto era curada por uma freira de Underworld.
- O meu chefe tá dando uma surra naqueles loirinhos, tenho certeza disso. - O hispânico sorria, enquanto balançava aquele enorme cutelo que havia ficado ainda maior devido a força da imaginação combinada com a encarnação dele.
- Hmph, como se eu fosse permitir isso. - Kirito deu um tique irritado com a língua e começou a caminhar lentamente em direção ao ex-lider da Caixão Sorridente, prestes a encerrar aquele confronto de uma vez por todas.
Eram Eugeo e Kirito contra Gabriel e PoH, prestes a dar mais um passo para a sua luta final.
Notes:
Finalmente um dos capítulos que eu mais aguardava lançar já está aí. Eu quis fazer algumas referências a Fate/Stay Night e Demon Slayer, pois gosto muito das obras. Ter feito a Alice grávida do Eugeo nessa fic foi interessante, pois como ela perdeu as memórias dela durante o Ritual de Síntese, imagino que ela não iria reagir bem. Tipo, ela pensou em abortar o bebê dela sem nem mesmo falar com o Eugeo.
Nessa fic, a Alice é a pessoa mais poderosa dela por causa dos poderes únicos que só ela tem como a Release Recollection dela e essa puxada de meteoros do céu e o seu talento natural como a feiticeira mais poderosa do mundo. Apesar do Kirito, o Eugeo, Asuna, Sinon, Leafa, Eydis e Yuuki estarem nesse patamar, ela é a unica que é capaz de usar todo o poder da arma mais poderosa do mundo.
E sobre o Gabriel, queria tanto que ele pudesse ter mais sentimentos além da vontade de consumir almas. E por isso eu fiz a Alicia continuar viva nessa fic e se tornar adulta aqui, pois ela de uma maneira estranha e positiva, fez ele se tornar uma pessoa melhor.
Até mais 🤙
Chapter 34: Capítulo XXXIV - Kirito Synthesis Trinta e Três
Summary:
Com as suas forças renovadas, Kirito parte para lutar uma última vez contra PoH para resolverem as suas pendências do Sword Art Online de uma vez por todas. No Mundo Real, Kikuoka e Rinko discutem sobre métodos desumanos sobre Eugeo e Alice que Kikuoka pretende usar para defender a Ocean Turtle, enquanto Higa desperta e planeja desligar manualmente o Tempo Acelerado antes que ele inicie a velocidade máxima.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Nas chapadas montanhosas do sul do Território Negro, Sinon ainda estava olhando para o céu enquanto estava sendo curada pela Kureha. Ela podia ouvir o vento forte ecoando por todo aquele lugar, era tão forte que podia até mesmo surgir numa tempestade de areia.
Itsuki e Zeliska estavam armados com os seus fuzis vigiando ao redor delas para garantir que estejam seguros daqueles players vermelhos, já que só de encarar aquele exército de gente doida seria bem complicado de se lidar.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Luminoso. - A garota de cabelos rosa-avermelhados estava iniciando um processo de cura que ela aprendeu rapidamente com os monges e freiras desse mundo, enquanto ocorria aquela batalha sangrenta nas ruínas.
Itsuki olhou para Sinon e percebeu que as duas pernas perdidas da garota estavam sendo regeneradas. Já que como eles puderam encontrar os membros inferiores que foram arrancados devido às balas de calibre 50 do fuzil de Gabriel que penetraram na perna da garota de cabelos cianos, regenerá-lo de volta foi razoavelmente fácil já que o sol de Solus estava bem forte.
- Consegue se mover? - Dessa vez foi a voz de Zeliska quem perguntou a usuária da Deusa do Sol, que agora estava demonstrando um tom de dor.
- Deixa eu tentar... - Sinon primeiramente mexeu os seus pés, que ainda estavam meio dormentes. Levou poucos minutos, mas ela finalmente estava começando a sentir menos dor.
A artilheira se levantou com cuidado e usando o Arco de Solus como um apoio, ela estava em pé.
- Ainda dói um pouco. - Sinon deu uma fisgada de dor com a sua boca, enquanto tocava o seu ferimento.
- É melhor descansar um pouco mais, Sinon. Tomar um tiro de uma calibre ponto 50 na perna nesse mundo não é pra qualquer um. - Itsuki sugeriu a garota enquanto estava vendo as caras de dor que ela estava demonstrando.
Sinon pôde sentir alguma coisa no seu FluctLight há poucos momentos atrás. O pessoal da Rath fez alguma coisa com ela, a Asuna, a Leafa e também com o Eugeo. Os FluctLights delas estava conectado ao de Kirito por algum motivo.
Ela deu um pequeno sorriso ao poder sentir que em seu peito, ela tinha certeza que Kirito estava acordado agora.
Itsuki olhou para o céu e percebeu alguma coisa estranha que estava descendo de lá. Ele semicerrou os seus olhos para tentar enxergar melhor o que estava acontecendo, e ao ver diversos pontos pequenos, ele imaginou numa coisa.
- Aquilo ali são pedras? - O atirador olhava, semicerrando os seus olhos para tentar enxergar melhor.
- Não, são meteoros! - Agora Zeliska respondeu, enquanto enxergava com o escopo de sua metralhadora.
- E não é a mesma coisa? - Kureha comentou, confusa ao ver aquelas gotas coloridas caindo do céu.
Uma imensa chuva de meteoros estava vindo em direção ao Altar do Fim do Mundo, e ao chegar ao solo, os quatro players puderam sentir o baque imenso dos meteoritos caindo na atmosfera até o solo, destruindo provavelmente tudo ali.
De repente, todos os quatro players viram a imensa nuvem de flores amarelas voando para todos os lados, há centenas de quilômetros de distância.
- O que é aquilo?! - Kureha apontou para as luzes amareladas que se moviam no ar.
- Release Recollection... Sabre Estelar da Sacerdotisa da Luz... - Sinon sussurrou ao ler automaticamente o comando da Encarnação Final vinda da Arte do Controle Total de Armas da Espada da Oliva Perfumada que pertencia a Alice, e que nesse momento estava rasgando os céus e a terra próximo as paredes do Fim do Mundo.
Asada podia usar a sua habilidade única em detectar e reconhecer FluctLights, Objetos Divinos e Armas Divinas. E isso era bastante útil. Só pelo fato da Superconta Nº2 da Deusa Solus ser hábil em caça e sobrevivência, já que ela era uma "especialista em armas divinas", segundo a história do livro dos Cinco Deuses. Ela já havia detectado e reconhecido as Armas Divinas de Bercouli e Fanatio para usá-las contra o Subtilizer, e foi dessa maneira que Asada conseguiu reproduzir a Encarnação Final da comandante dos Cavaleiros da Integridade.
Nesse momento, um poderoso estrondo começou a balançar o solo em si e quando Itsuki notou, o rapaz de cabelos pretos-cinzentos arregalou os olhos ao ver a imensa rajada de flores vindo em direção a eles.
Sinon imediatamente teve que reagir ao ataque de Alice e disparou uma flecha de luz na tempestade de flores, que destruía tudo em direção a eles. A flecha finalmente se separou numa enorme saraivada de energia solar e fazendo com que o ataque da garota de cabelos cianos redirecionasse o seu tiro único de sua saraivada solar para os céus.
- Que merda foi essa?! - Kureha arregalou o seu olhar enquanto via aquelas flores balançando pelos céus e agora se formando numa lança.
- É a Encarnação Final da Alice na perícia perfeita da Arte do Controle Total de Armas. Ela acabou de liberar o poder infinito da Espada da Oliva Perfumada. - A sniper respondeu a ela, enquanto olhava para os céus, que de repente fizeram todas as flores retornarem ao sul. - E pra ela usar aquilo ali, com certeza alguma coisa aconteceu.
De repente, um tremor na terra onde eles estavam começou a surgir. Sinon rapidamente percebeu do que se tratava e ela precisava agir rapidamente. Movendo telecinéticamente com a própria mente as suas adagas, ela fez cada uma delas flutuar para Itsuki, Zeliska e Kureha.
- AGARREM ESSAS ADAGAS! AGORA! - A garota de cabelos cianos gritou para os três na frente dela.
Os três rapidamente se entreolharam e sem responder nada, agarraram suas mãos nas adagas sem hesitar. Sinon começou a flutuar para cima das montanhas e os colocou de volta no topo. Quando ela aterrissou, as suas pernas começaram a doer, pois o processo de cura havia acabado de terminar, e portanto, a dor ainda não havia ido embora.
Ela puxou os três junto com as adagas para cima e os aterrissou ao lado delas. Sinon não conseguiu pousar direito, e caiu de bunda no chão. Ela rangeu de dor ao sentir a sensação da perda das suas pernas, e se endireitou ao sentar.
Quando a garota albina percebeu, o lugar onde eles estavam a poucos segundos havia acabado de ser completamente erradicado, como se uma espada tivesse esburacado todas aquelas montanhas como se não fosse nada.
- Isso foi o poder da Alice de novo?! - Itsuki olhava para todas aquelas flores retornando de volta para o sul.
- Foi sim, mas eu acho que por enquanto isso deve ter acabado. Não sinto mais a Arte do Controle Total de Armas dela ativa. - Ela olhou para os céus por um tempo e fechou os seus olhos. Ela apertou o seu pingente do eletrodo de Kirito, desejando para que o Espadachim Negro realmente tenha voltado. - Vamos, Kirito. A gente tá contando com você.
Ela agora começou a olhar para bem longe usando a sua visão de longo alcance e fechou os seus olhos, tentando focar no seu laço divino da Solus e da Terraria, já que era necessário encontrar a Leafa.
Na última vez em que elas se comunicaram, a lutadora de kendo havia chegado a exaustão de tanto lutar contra os players vermelhos, já que ela lidou com o grupo do desfiladeiro praticamente sozinha.
- Leafa...
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Lá naquelas ruínas, um milagre finalmente surgiu apesar dos males que ocorreram por lá.
Todos naquele campo de batalha estavam finalmente tendo o primeiro momento de descanso ao Kirito finalmente despertar com a ajuda de sua amada e seus amigos em trazê-lo de volta a ser o que era, se livrando do seu estado catatônico.
Isso seria um ótimo momento para aproveitarem e comemorarem pela volta do Espadachim Negro, se não fosse pelo atual incidente lá no Altar do Fim do Mundo.
Aqueles players e soldados ali viram a chuva de meteoros e as incontáveis flores douradas balançando há centenas de quilômetros dali. Era como se fosse literalmente o mundo estivesse acabando, sendo que realmente era esse o fato.
Se o Gabriel pegasse o Eugeo e a Alice, ele iria deletar a simulação atual do Underworld junto com todos os habitantes que estavam nela com a excessão dos usuários convidados e os usuários de STLs dos administradores das Supercontas como o próprio Gabriel, o Kirito, a Asuna, Sinon, Leafa, o PoH e os outros players que seriam apenas ejetados para fora desse super mundo virtual.
Nesse momento, a Eydis ainda estava tentando acumular um pouco de energia mágica doada por Eldrie para que ela pudesse utilizar mais uma Assimilação Sanguínea, com o intuito de invocar mais um ou dois Cavaleiros da Integridade.
Ela sabia que o Kirito ainda estava fraco devido a falta de movimentos durante esses longos meses, pois o corpo dele ainda não estava se acostumando com o poder mágico acumulado que estava imbuído nele por Eugeo e Alice após tantos meses nas inúmeras tentativas de cura mágica.
Mas só que infelizmente, ela também estava sentindo algum pressentimento ruim.
O seu aluno e a sua melhor amiga com certeza já devem ter encontrado o Imperador Vecta e estavam lutando contra ele, mas só que a acinzentada sabia que alguma coisa deveria ter dado muito errado. Afinal, a imensa lâmina e lança que estavam nos céus avermelhados havia purificado o mesmo ao trazer um pouco do azul de volta por pouco tempo, e isso se tratava da própria Release Recollection da Alice.
E ela sabia que não podia usar a Encarnação Final dela por causa do bebê deles.
Então, por qual motivo, razão ou circunstância a Alice usou o poder total dela?
A única coisa que a acinzentada podia deduzir naquele momento era que o filho de Eugeo e Alice estava... morto. E o resultado daquela magnitude destrutiva desenfreada que ela havia feito era por causa da fúria em relação ao estado atual do bebê.
Isso fez a acinzentada fechar os seus olhos em dor pelo que a sua melhor amiga deveria estar sentindo no momento, mas agora não era momento pra chorar. Eles tinham que derrotar aquele assassino de uma vez por todas.
- Até que enfim você acordou, flor do dia. Pensei que teria que matar mais uma galera pra te deixar puto. Até que enfim vou poder ter uma luta com um Cavaleiro da Integridade de verdade, ao contrário daqueles três inúteis ali. - Ele riu sarcástico, se referindo a Eldrie, Eydis e Renly, que estava ao lado de Tiese que segurava a bainha azul-esbranquiçada da Espada da Rosa Azul falsa.
Basicamente, em relação a autoridade que Eugeo tinha como nobre, o loiro impôs para que Tiese se tornasse a sucessora da Espada da Rosa Azul e também, a sucessora dele como a 32ª cavaleira. Foi como se ele tivesse tornado a ruiva como a sua irmã.
Então, de acordo com as leis do Índice de Tabu e pela vontade de Eugeo dada para ela, isso significava que no momento em que Eugeo for embora de Underworld, Tiese se tornará oficialmente uma Cavaleira da Integridade. Porém, sem os superpoderes que eles possuem, o experimento genético e o Módulo Piety no cérebro deles.
- Bom, aqui estou. - Kirito respondeu ao hispânico, enquanto estendia a sua mão direita recem-regenerada e usou a sua encarnação para trazer a sua Espada do Céu Noturno que estava perto da cadeira de rodas que ele usou há pouco tempo. - Não sei por qual motivo você tá aqui, mas só pra deixar bem claro, essa vai ser a última vez que eu vou te ver.
A lâmina divina de madeira escura-azulada com tons roxos estava fazendo um contraste com a lâmina de gelo que imitava a arma original, uma perfeita réplica mesmo estando ainda com a lâmina quebrada.
- Olha só você aí, todo cheio de marra. Vamos continuar da onde paramos, que tal? - PoH empunhou a sua Mate-Chopper com mais força, fazendo o cutelo gigante faiscar com pequenas luzes escuras e vermelhas. - A gente tem assuntos pendentes de Aincrad pra resolver, pirralho. E essa vai ser a continuação da nossa "Hora do Show!"
Kirito semicerrou o seu olhar, lembrando dessa irritante frase da Caixão Sorridente. Ele estava tentando estar o mais concentrado possível para derrotar aquele assassino. Ele sabe que PoH era muito imprevisível, assim como na época do SAO. Ele não sabe como ou porquê ele não foi pego pela polícia, após o fim do SAO.
A Corregedoria e a Polícia Federal haviam localizado todos os membros da Caixão Sorridente no Sword Art Online e todos os que sobreviveram à missão de extermínio foram levados para a cadeia, até mesmo o XaXa.
Bom, na noite em que foi levado para a Ocean Turtle, o Johnny Black havia drogado ele com aquele veneno usado pelo Death Gun durante a investigação dele com a Sinon no Gun Gale Online, e provavelmente o Kikuoka havia prendido ele.
Só que o PoH era sim um verdadeiro mistério. Ele foi o único que eles não encontraram na missão de extermínio, e após o SAO, dois anos se passaram e a polícia, nem ninguém o encontrou após o fim do jogo.
Mas isso não importa agora. O que o Espadachim Negro deve se focar é em acabar com ele de uma vez por todas.
Os dois estavam se entre olhando fixamente, e após alguns segundos, ambos pularam um para cima do outro e se chocaram, trocando golpes um contra o outro também. Era um golpe de direita dado por Kirito, mas PoH desviou do ataque com a Espada do Céu Noturno.
- Enhance Armamento! Raízes da Noite! - Kirito usou a Arte do Controle Total de Armas da sua Espada do Céu Noturno, disparando uma rajada sombria de sua espada, que se assemelhava a um amontoado de raízes pretas e roxas.
O ex-lider da Caixão Sorridente usou a sua encarnação para fazer o seu cutelo se rodear novamente de energia mágica, e estava girando para rebater a rajada de raízes disparada pela lâmina de madeira preta-arroxeada.
- Liberação de Memória! Lâmina da Árvore Amaldiçoada! - Ativando a sua forma de liberação, rajada de raízes de Kirito se elevou ainda mais e estavam dez vezes mais fortes ao ponto de PoH ter que se mover depressa para desviar dos ataques.
- Silent Killing! - O hispânico ativou uma Sword Skill, o que fez o seu cutelo brilhar em uma cor vermelha e com uma aura preta contornando a lâmina do grande cutelo.
Cada corte estava sendo usado para contra-atacar as raízes amaldiçoadas do Cedro Gigas, e apenas uma das raízes havia feito um arranhão de raspão em seu braço, e ali naquela região, estava brilhando em uma cor roxa semelhante a cor preta e arroxeada da Encarnação de Kirito.
Aproveitando uma oportunidade após o término da Arte do Controle Total de Armas, PoH foi para cima do Kirito e se chocou com ele num ataque quase que a queima-roupa.
PoH estava usando todo o peso do seu corpo e do seu enorme cutelo para colocar mais dificuldade para o rapaz de cabelos pretos, e ele sorria maléficamente para o mais novo.
- Vamos lá, moleque. Não vai me decepcionar, depois de dois longos anos sem a gente se ver. - Ele colocou mais força no cutelo, fazendo a linha da lâmina roçar o pescoço de Kirito e fazer um pequeno corte no pescoço do Espadachim Negro, que ainda estava com a cópia quebrada da Espada da Rosa Azul na mão direita e sem conseguir dar um corte fatal nele. - Joga logo esse cotoco vagabundo que você chama de espada fora, e usa a sua mão esquerda pra lutar. Esses caras que você congelou mataram um monte dos seus amigos, não é? Usa essa sua raiva e acaba logo com eles!
Kirito rangeu os dentes, vendo a provocação do hispânico em relação aos soldados do Império Humano, os players dos outros jogos e os seus amigos mais próximos ali observando como espectadores naquela luta.
- Não vou fazer o que você quer! Eu sei muito bem como você age. Sei que você gosta de plantar a sementinha do mal e botar as pessoas umas contra as outras, incitando outras batalhas... Você ferrou com a gente lá no SAO, mas não vou deixar você fazer o que quiser com esse mundo aqui!
- Ah, é? Então vai fazer o quê a respeito? Quando esse gelo derreter, os vermelhos vão massacrar os soldados e os players que sobraram aqui. E você sabe que o único jeito de evitar isso é com você mandando eles acabarem com os vermelhos enquanto estão congelados. Então é hora de fazer alguma coisa! DÉ A ORDEM PRA ELES!
- Tsc... - O Espadachim Negro deu um tique irritado com a boca, tentando não ser levado pelas palavras do PK.
- Bom, se você quer mesmo ser teimoso e morrer, pra mim tanto faz. - PoH deu um sorriso de lado, desviando o seu olhar para a direita onde estava o círculo dos players vermelhos que estavam congelados. - Pode relaxar, que quando eu matar você, vou arrancar a cabeça da Relâmpago e de cada um dos seus amiguinhos ali no chão. O que acha disso, hein?!
PoH forçou ainda mais a proximidade de sua Mate-Chopper com a Espada do Céu Noturno e pressionou o enorme cutelo no pescoço de Kirito, fazendo com que abrisse um corte e assim, sair um pequeno filete de sangue do pescoço dele.
Ronye e Tiese observavam aquela luta, e vendo que um de seus mentores estava tendo dificuldades para lutar, as duas fecharam os seus olhos e começaram a pedir pela a ajuda do seu outro mentor.
- Por favor, Eugeo-senpai... Proteja o Kirito-senpai. - Ambas as amigas desejaram, do fundo de seu coração para que o cavaleiro estivesse ali para ajudá-lo.
Mas é claro que isso seria impossível, já que naquele momento ele estava a milhares de quilômetros enfrentando o Deus das Trevas e tendo mais dificuldade para lutar.
Bom, pelo menos é o que Tiese pensou naquela hora.
Pois de alguma forma, ela pôde ver algo intangível como um fantasma saindo das sombras daquelas ruínas.
Era a forma astral de um certo Cavaleiro da Integridade loiro e de armadura azul-prateada, que andava calmamente pelo campo de batalha e de alguma forma, só podia ser visto por poucas pessoas.
Eydis esbugalhou os seus olhos, vendo que o seu aprendiz estava ali na frente dela. A acinzentada já viu coisas demais nessa vida dela, servindo a Igreja de Axioma e a Administradora. Mas isso com certeza era uma das coisas mais estranhas que ela já tinha visto.
- Aquele ali... é o Eugeo? - A acinzentada dos olhos vermelhos pensava ver que o que ela estava vendo era coisa da cabeça dela, e claro, que por algum motivo não era.
- Eugeo? - Eldrie e Renly falaram em uníssono e estranharam o que a Eydis havia falado, pois eles não estavam vendo ele ali. - Cadê ele?!
- Olhem lá, seus inúteis. Ele tá bem ali. - Dessa vez foi Yuuki quem respondeu a eles de forma ríspida, tanto pela rivalidade natural dela com os Cavaleiros da Integridade quanto pela maneira pejorativa dela de falar.
Yuuki também estava conseguindo ver o seu amigo andar bem ali, brilhando de maneira quase intangível como se fosse um fantasma. Mas ela sabia que ele não estava morto, ainda não.
- O que ele... - Mei-Mei começou a falar, enquanto se segurava na mão do esverdeado ao seu lado.
- ...tá fazendo aqui? Ele não tinha pulado no avião? - Moonphase continuou, tentando entender a mesma dúvida que a sua parceira de cabelos ruivos tinha naquele mesmo momento.
Argo observava o seu velho amigo andando com calma em direção a uma ruiva dos olhos vermelhos, que estava tão confusa quanto aqueles mais que o observavam.
Tiese conseguiu observar o seu mentor, e ele tocou na cabeça dela com a palma da mão enquanto sorria de forma pacífica para ela. Ela sorriu de alegria ao ver ele, e se soltou dela para continuar o seu caminho para onde Kirito e PoH estavam se enfrentando ainda, com o assassino prestes a atravessar o pescoço dele.
Kirito sentiu que estava perdendo as forças, mas por algum motivo, sentiu a sua mão direita sendo ajudada.
Todos ali estavam surpresos ao ver que Kirito estava tendo forças para reagir ao peso daquele enorme cutelo, mas só que antes com apenas Eydis, Yuuki, Tiese, Argo, Moonphase e Mei-Mei conseguindo ver o Eugeo ali, agora todos estavam vendo ele.
O 32º Cavaleiro da Integridade estava ali e andando o 33º a se levantar. Até mesmo PoH, que estava sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo.
- Vamos lá, Kirito. Você e eu. - Eugeo deu um olhar determinado para o Espadachim Negro despertar as suas forças mais uma vez.
- Eugeo... - Kirito deu um sorriso de felicidade ao ver o seu melhor amigo, e não pôde deixar de derramar uma lágrima ao ver ele na sua frente.
Ambos os melhores amigos agora começaram a colocar mais força em suas mãos, e juntos com um grito gutural eles começaram a empurrar aquele maldito cutelo para longe.
- RAAAAAAAAAAHHHH!
Kirito agora levantou a Espada da Rosa Azul para cima junto com a forma astral de Eugeo, e tendo já feito o cântico dela enquanto estava no chão há pouco tempo atrás, ele já tinha liberado os comandos necessários para poder ativar a Encarnação Final de Eugeo.
- Release Recollection! Primeira Pétala! - Ambos os rapazes empunharam a Espada da Rosa Azul falsa e com o comando da Encarnação Final, todas as raízes estavam fazendo com que o gelo se derretesse por completo e dando uma morte sem dor para todos os players chineses e coreanos que estavam naquele gelo. Em seguida, ambos citaram o encantamento da arma divina em um tom extremamente calmo. - Florescência das Rosas Azuis.
A espada de gelo que antes estava quebrada, tomou a forma de combate, tendo sido completamente restaurada e consertada como se fosse nova. E por adição, um dragão de gelo em forma diminuta surgiu atrás de Kirito.
Era como se o dragão de gelo fosse um guarda-costas para ele. A criatura rugiu, liberando uma enorme baforada gelada, deixando uma nuvem leve de frio
As flores de rosas desabrochadas haviam ganhado uma cor mais viva e começaram a libertar uma enorme energia de recursos naturais, resultando também no completo deslogamento em massa que Kirito fez nos players vermelhos. Milhares de brilhos de energia vindos dos vermelhos que acabaram sendo deslogados de forma indolor, ao invés de estarem indo para a Mate-Chopper de PoH, por algum motivo não estavam indo até ela.
- Que porra é essa? - O hispânico continuava balançando o seu cutelo, tentando manipular a energia viva dos players vermelhos, porém isso não estava adiantando. - Qual é, vem de volta! Isso tava funcionando tão bem até agora!
Yuuki havia percebido a mesma coisa, enquanto observava as fontes de energia pairando no ar semelhante a neve e ela deu um pequeno sorriso.
- Asuna, olha pra isso. - Ela apontou para as luzes, indo para uma outra direção. Não era uma direção que apontava apenas dor, sangue e morte.
Todas as luzes de energia estavam indo em direção para o Kirito.
- Aqueles players de antes... - A acastanhada percebeu do que se tratava ao olhar para as energias misturadas no ar. - O Kirito tá deslogando eles sem que sofram de dor.
- Pois é. No fim das contas, aqueles vermelhos não vieram aqui pra acabar com esse mundo por verdadeiro ódio. Eles vieram aqui com o mesmo motivo de quem tem um videogame novo em casa, só com o intuito de se divertir. - A garota de cabelos roxos olhava para todas aquelas luzes, enquanto observava a Siune e os Cavaleiros Sonolentos olhando para a mesma coisa.
- Tem razão. - Siune sorriu, enquanto sentia a alma daqueles players coreanos estando em paz naquele mesmo instante. A Undine viu que Moonphase estava ali perto, e se segurou na mão livre dele.
Esse simples gesto fez o esverdeado e a própria Mei-Mei se surpreenderem com isso, e isso acabou dando uma pitada de ciúme na ruiva. Mas os três acabaram rindo apenas enquanto olhavam as almas em paz.
- Céus e terra, tocados pelo mar. A noite se tapa e voa como o murmurar do vento que pernoita nas sombras. Traga a verdadeira face do universo, que é apenas a escuridão e limpe qualquer face de tudo que há entre mim e você. Minha espada com fobia da luz, que traga uma fenda com suas raízes amaldiçoadas e indestrutíveis, floreça e absorva tudo pela minha amada Stacia. - Kirito terminou o seu cântico para liberar a lembrança de sua Encarnação Final e assim, ele abriu os seus olhos e estendeu a sua Espada do Céu Noturno para cima, ativando imediatamente a Encarnação Final da sua Arte do Controle Total de Armas. - Release Recollection... Julgamento do Rei Estelar.
Todas as luzes de energia pertencentes aos players vermelhos derrotados não estavam indo em direção de PoH, mas agora sim na direção do dragão de gelo criado por Kirito, que ainda estava com as duas armas divinas empunhadas nas mãos. O dragão de gelo sumiu em uma aura de energia, convertendo toda a energia absorvida para o jovem espadachim.
- Ah, seu muleque filho da puta! - PoH esbravejou rangendo os dentes, enquanto balançava inutilmente o seu cutelo para os lados na tentativa de absorver qualquer quantidade mínima daquela energia, porém o que ele esperava não aconteceu.
A vida daqueles players mortos estava indo para Kirito, e o Espadachim Negro com o uso das raízes da Liberação de Memória do Eugeo combinadas com a sua Release Recollection, o rapaz tinha em suas mãos uma poderosa conversão de energia em poder bruto.
Usando os boosts de energia mágica e mais do acúmulo de feitiços luminosos dados por Eugeo e Alice nesses últimos seis meses, ele usou a sua força da imaginação para substituir a sua armadura de Cavaleiro da Integridade e trazer as suas roupas de Espadachim Negro da época final do SAO, dessa vez trazendo uma nostalgia para alguns de seus amigos e completa surpresa para os guerreiros de Underworld.
- O Eugeo-senpai já me contou uma vez sobre a espada do Kirito-senpai, que antes ela era um cedro negro gigante lá no extremo norte do império de Norlangarth. - Tiese se lembrou das histórias que ouvia de seu mentor, enquanto olhava para as duas espadas divinas erguidas para o ar. - Assim como a Espada da Rosa Azul, elas absorvem a essência da energia e a vida ao redor da área.
- Ah, agora eu entendi... - Sortiliena acentiu com a cabeça enquanto olhava para o enorme poder vindo das armas divinas que estavam nas mãos do Espadachim Negro. - É por isso que a espada do Kirito consegue absorver recursos sagrados com aquelas raízes.
As bainhas das espadas do Céu Noturno e da Rosa Azul que antes estavam nas mãos de Ronye e Tiese, agora vieram de maneira mística para as costas de Kirito.
O assassino parou de estender seu cutelo para cima e desistiu de continuar, observando que o seu reforço de players chineses e coreanos havia ido para o ralo de vez. Ele não tinha mais chances de acabar com os players dos outros jogos e os soldados do Império Humano. E também, a única coisa que o mantinha vivo desse buraco causado pela Asuna. Já que aquelas almas mortas eram o que lhe dava força para continuar instigando o caos naquele lugar.
- Caramba hein... - PoH olhou para o grupo que estava todo alegrinho ao ver que não havia mais um grande exército na cola deles pra massacrá-los, e o hispânico agora não tinha mais como detê-los. A única coisa que restou pra ele fazer era confrontar o Espadachim Negro, cara-a-cara. - Não tem ninguém mesmo além de você pra fazer o impossível, não é, Kirito? Então, aonde foi que paramos mesmo? Ah é, a continuação do nosso show.
- É... Vamos acabar logo com isso. - Kirito olhou para o assassino com seriedade, decidido a encerrar com essa pendência duradoura do Sword Art Online de uma vez por todas.
A aura sombria unida do ex-líder do Caixão Sorridente próxima às energias doadas para o Espadachim Negro finalmente se chocaram em uma única linha de cor vermelha. Essa linha, além de ser o ponto de empurrão de energias era também o reinício do combate para a segunda rodada. E também, a última.
Ambos começaram a correr um para cima do outro, e Kirito já começou dando golpes frontais usando a Espada do Céu Noturno como ataque e a Espada da Rosa Azul como defesa.
PoH tentava acertar a cabeça do mais novo, porém ele era ligeiro demais para ser acertado.
- Burst Elemento! - Com um feitiço básico de Elemento Aquoso, Kirito disparou uma esfera de água em direção ao hispânico que arregalou o olhar ao ver a água em forma de orbe vindo em direção a ele.
PoH apertou firme a sua Mate-Chopper e com uma Sword Skill rápida, ele simplesmente cortou o orbe de água em dois. Kirito semicerrou o seu olhar irritado ao ter errado o ataque, e agora disparou uma rajada de ar comprimido de sua boca.
O assassino de players usou o seu cutelo para se proteger do ar comprimido, onde por trás dele, o chão havia se formado uma cratera. Kirito pulou para cima dele, prestes a acertar o homicida com a espada de gelo nas mãos, porém ele bloqueou com a parte sem lâmina do cutelo e isso fez o mais novo ir para a frente.
Kirito não deixou se distrair pelo erro, e começou a correr em linha reta, sendo seguido por PoH bem atrás dele.
O hispânico o alcançou e já pronto para atacar Kirito com uma Sword Skill desconhecida, o Espadachim Negro viu a cor avermelhada do brilho da técnica e com o seu instinto, ele rapidamente ativou uma Skill Connect sua.
- Skill Connect: Razor Shard! - O adolescente pegou a sua Espada do Céu Noturno e estava prestes a dar um golpe de estilo estocada no assassino.
Porém, era exatamente isso mesmo que o assassino queria. Sendo surpreendido por um agarre na sua capa e um chute no corpo, Kirito foi jogado por PoH para alguns metros de distância e fazendo ele cair no chão e se desorientar por alguns instantes.
Tempo o bastante para o seu oponente começar a correr atrás dele. Porém, dessa vez PoH usaria uma tática diferente. Não basta apenas uma lâmina para matar o Espadachim Negro. Era necessária mais de uma.
Foi aí que com o restante de suas energias sombrias, PoH fez o seu cutelo se misturar em um brilho vermelho com uma Sword Skill e imaginando que tivesse mais lâminas em seu lado, o assassino criou mais dois clones de si mesmo.
Os amigos de Kirito ficaram assustados ao ver que PoH conseguia criar clones. Algo extremamente raro que eles nunca viram ele fazer na época do Sword Art Online.
Kirito olhou determinado com o olhar e partiu para cima, atacando e perfurando o primeiro clone que sumiu com a fumaça. Em seguida, partiu para o próximo e decapitou ele com uma Sword Skill de corte horizontal.
- Tá achando que dois é pouco? Eu posso fazer muito mais! - PoH sorriu malicioso, estendendo o seu cutelo para o alto e fazendo surgir mais clones usando a sua Sword Skill desconhecida.
- Amador. Você... não é o único que sabe... jogar esse jogo, babaca. - A voz fraca da acinzentada sorriu de lado ao apertar firme a lâmina de sua Espada do Corte Sombrio e fazer alguns sinais de mão. - Enhance Armamento... Multi Clones das Sombras.
A acinzentada ainda estava nos braços de Eldrie, que estava garantindo que ela ficasse bem apesar de seus ferimentos e a exaustão. Eydis materializou duas clones das sombras dela, que diferente da original, estavam com mais vigor e saúde para a luta.
- Assimilação Sanguínea... Eugeo e Alice!
As duas clones se transformaram no casal de loiros, que tiveram suas cópias invocadas lá do Altar do Fim do Mundo para poderem dar uma força ao Kirito e darem um fim naquele assassino xenofóbico incitador dos conflitos, de uma vez por todas.
O Cavaleiro Safira e a Sacerdotisa da Luz estavam armados com a Oliva Perfumada e a Rosa Vermelha, se chocando com a espada de Kirito e o cutelo de PoH.
Kirito arregalou o seu olhar ao ver os seus dois melhores amigos ao lado dele, e dessa vez eles eram reais e não uma memória. Bom, naquele momento eles eram apenas cópias da Assimilação Sanguínea de Eydis, mas ainda assim eram reais.
A Trinta, o Trinta e Dois e o Trinta e Três. O Trio de Rulid estava lutando em conjunto novamente, assim como naquela vez contra a Administradora.
- Que porra é essa?! Por quê vocês dois estão aqui?! - PoH ficou sem entender absolutamente nada, pois viu que o casal estava ali ao invés de estarem no Altar do Fim do Mundo.
Nesse mesmo momento, no Altar do Fim do Mundo enquanto Eugeo estava enfrentando o Subtilizer e garantindo que ele ficasse longe da bela loira, ambos foram sumiram numa fumaça onde ali estava uma Cavaleira da Integridade de armadura branca e com vestes e capa pretas.
Ele ficou surpreso ao ver que o seu filho e a amada dele haviam sumido. E no lugar deles, aquela cavaleira de cabelo cinza e olhos vermelhos estava ali. O loiro leu a mente dela, e rapidamente entendeu do que se tratava.
- Clones das Sombras, não é? - Gabriel deu uma pequena risada anasalada, vendo o quão ferida a garota estava e em um péssimo estado. - De onde eu venho, esse tipo de magia é bem rara. E trocar de lugar com outra pessoa semelhante a uma técnica de invocação involuntária, é mais rara ainda.
Ele tentou ler mais da mente da acinzentada para manipulá-la, porém só o que ele conseguiu ver foi apenas uma enorme cacofonia de gemidos e várias cenas de sexo e prazer com ela e um homem de cabelos lilás. Isso mostrava eles dois transando numa cama e com o lilás a pressionando numa parede enquanto a estocava com vontade, seja numa mesa, num box de banheiro e em vários lugares nos quais a mente humana tinha com múltiplas criatividades.
Eram cenas e vozes tão pervertidas que nem mesmo se tratavam de coisas que um ser humano normal poderia ter em sua cabeça. Mesmo sendo um telepata hábil graças as habilidades latentes da Superconta Vecta, Gabriel foi impedido de ver mais coisas devido a mentalidade pervertida e completamente distorcida de Eydis que ela acabou acumulando por diversos anos.
Ele fechou o seu rosto em um olhar de possível irritação, já que ele não conseguiria expressar em palavras a tamanha libido, depravação e desejo sexual vindo daquela mulher ali. Eydis era totalmente imprevisível.
Algo desse tipo podia até mesmo sequelar qualquer tipo de pessoa, mas a mente deturpada de Gabriel já não se importava com essas cenas pervertidas na mente dela. Não precisava manipular a sua mente. Afinal de contas, pessoas como ela na visão dele, não passavam de vinhos já amargos.
- Chegou o segundo round, seu anticristo de merda! - A clone de Eydis deu um sorriso de lado, enquanto apertava firme a sua Espada do Corte Sombrio e agora começou a correr em direção ao loiro psicopata, já ativando a sua segunda fase de aprimoramento da sua Arte do Controle Total de Armas. - Enhance Armamento! Matança Silenciosa!
Uma névoa negra se percorreu por volta do lugar, fazendo com que o loiro psicopata deixasse a sua guarda em alerta.
Lá atrás nas ruínas, estava a verdadeira acinzentada com o gesto do selo de mão da cobra nas mãos, tentando manter constante a sua Assimilação Sanguínea e a sua Arte do Controle Total de Armas ao mesmo tempo.
- São os meus Clones das Sombras, seu boçal... - A verdadeira Eydis deu um sorriso de lado em uma resposta sussurrada a PoH, enquanto viu que a invocação e a troca de clones dela havia dado certo. - Ao contrário de você que só faz bonecos falsos, eu posso fazer clones de verdade... E muito mais do que isso.
- Separar! - O Espadachim Negro precisou ignorar a saudade que tinha dos dois, para que acabassem logo com aquele assassino miserável. - Cada um fica com um grupo de cópias e eliminem todos pra não criarem mais clones!
- Entendido! - Eugeo e Alice gritaram em positivo à resposta de Kirito, e cada um pulou para um lado e começou a combater um grupo de clones.
Eugeo foi para cima de PoH, já estendendo para o ar a sua Espada da Rosa Vermelha e pronto pra liberar a sua segunda arte de aprimoramento dela.
- Enhance Armamento! Chuva de Pétalas Congeladas! - O cavaleiro de cabelos loiros liberou as suas pétalas de sangue no ar, congelando e dilacerando todos os clones de PoH, que sumiram numa poeira de sombras que se dissipava lentamente.
- Liberação de Memória! Revolvam-se, minhas flores! - Ela expandiu ainda mais a sua quantidade de flores de osmanthus no ar, e formou um escudo gigante em formato da mesma cor de cruz. - Chamada de Sistema: Gerar Elemento Térmico... Brasas do Purgatório! BURST ELEMENTO!
Uma grande bola de fogo saiu da mão disparada dos dedos de Alice, e com o tamanho e poder das chamas ampliado queimando as cópias do PoH, vendo que todos eles eram falsos. O que ela queria mesmo era matar o original para satisfazer a sua sede de sangue.
Alice gritou de raiva e estendendo a sua Espada da Oliva Perfumada para o alto, ela liberou as suas flores de osmanthus com o seu aprimoramento e dilacerou todos os clones naquela área, acertando as pernas, braços e todo o corpo do verdadeiro PoH como se fossem navalhas de cortar cabelo!
Os jogadores remanescentes puderam até mesmo sentir a onda de choque no ar e a sede de sangue vindo dos golpes feitos pela loira.
Kirito nunca viu a Alice desse jeito, nem mesmo quando eles lutaram lá no Jardim Cloudtop, o 80º Andar. E ele já sabia que a loira era muito mais poderosa do que ele ou o Eugeo, mas jamais pensou que ela poderia fazer tanta destruição com apenas um simples toque de suas flores.
Até mesmo Eugeo ficou assustado com o feito brutal de sua amada, porém ele compreendia muito bem e compartilhava a razão para tanto ódio, pois afinal de contas foram eles dois quem perderam o bebê deles.
Só restou apenas o verdadeiro assassino ali, e Kirito partiu para cima dele, e agora decidido a dar o golpe final nele. O hispânico ativou uma Sword Skill para atacar Kirito e estendeu o tamanho de sua arma para compensar o ataque.
- Assassin Fatality! - PoH revelou o nome da sua Sword Skill e se chocou com a Espada da Rosa Azul num empurrar dos dois lados.
Ambos estavam com toda a força tentando destruir cada uma das lâminas de seus lados opostos, e PoH estava quase fazendo Kirito se ajoelhar devido ao peso do cutelo. Mas uma rachadura surgiu na Mate-Chopper, fazendo o Espadachim Negro aproveitar isso e ativar a meditação para os seus Olhos Dourados.
Com toda a sua força, Kirito destroçou o cutelo de PoH e o acertou bem em cheio no seu corpo e criando um buraco ainda maior no local em que Asuna e Yuuki deixaram. O hispânico cuspiu sangue ao sentir a dor em seu torso completamente perfurado devido a Sword Skill do Espadachim Negro. Ele perdeu o seu braço direito que antes empunhava aquele cutelo e agora estava desarmado.
- É isso aí que eu gosto de ver. - O fundador e líder da Caixão Sorridente deu uma risada de orelha-a-orelha, mostrando ao garoto de roupas pretas o quão excitado estava agora. - Você é mesmo um baita de um assassino. Mas isso não vai acabar tão cedo. Mesmo que eu morra aqui, eu ainda vou poder voltar diversas vezes e continuarei voltando até conseguir matar você, a Relãmpago e arrancar os seus corações devagarinho.
- Não, isso acaba agora. - Kirito estendeu a sua Espada do Céu Noturno para o buraco onde havia acertado PoH da última vez, e usou mais uma vez a Encarnação Final da Arte do Controle Total de Armas. De forma branda e calma, ele rapidamente recitou as palavras da ativação de sua terceira arte. - Release Recollection: Julgamento do Rei Estelar.
A Espada do Céu Noturno começou a brilhar em um tom alaranjado e esse mesmo tom começou a fazer o corpo do assassino brilhar também. PoH olhou com estranheza ao ver o que Kirito estava fazendo.
- O que você fez, seu moleque?
- É o efeito secundário da minha Encarnação Final. Você nunca mais vai deslogar do Underworld sozinho. - Kirito tirou a Arma Divina do buraco e saiu de perto dele, enquanto começava a andar calmamente para longe dele. O hispânico cuspiu sangue e riu com deboche ao escutar tamanha babaquice. Mas foi aí que ele começou a sentir algo estranho no corpo dele.
Seu corpo estava totalmente inerte e incapaz de se mover, e sua única mão restante começara a se tornar madeira. Seus pés começaram a crescer e das botas que foram rapidamente destroçadas de dentro pra fora, se tornaram raízes. Ele agonizava de dor, enquanto era lentamente transformado em árvore desde as suas células até a superfície de seu corpo mutilado.
- Essa espada já foi um grande cedro que absorvia todas as bençãos de uma vila no norte do Império Humano, e várias gerações há 200 anos nunca conseguiram derrubar ele. O efeito secundário da minha Release Recollection é basicamente a lembrança dela de antes de ser uma espada, que permite ao usuário de amaldiçoar o oponente se transformando num cedro também. - Kirito parou de andar e se virou para ver a imensa árvore que havia surgindo bem atrás dele. Nada restou de seu corpo, além de um rosto macabro com uma expressão de medo naquela árvore. O único resquício de emoção que restou daquele homem que só almejava a maldade. - Quem sabe um dia quando houverem colonizadores por esse lugar, alguns lenhadores não venham cortar sua árvore? Eu não sei quanto tempo você vai permanecer assim até te deslogarem, mas se eu tivesse na sua pele, desejaria que não fosse muito. Passar bem então, seu filho da puta.
Ainda com a sua Encarnação Final ativa, Kirito estendeu a sua Espada do Céu Noturno para o céu e começou a recitar um feitiço.
- Chamada de Sistema: Gerar Elemento Aquoso. Gerar Elemento Luminoso. Forma de Elemento: Chuva Milagrosa. - O Espadachim Negro estendeu a Espada do Céu Noturno para frente, onde estavam os guerreiros restantes. - Transferir Durabilidade Humana. Da Direita pra Área! - O feitiço liberado por Kirito fez chover na área onde todos ali estavam, e cada um deles começou a ser curado de seus ferimentos. Tanto os superficiais quanto os profundos.
O ferimento no braço de Klein havia se regenerado, até mesmo os ferimentos profundos de Eldrie que havia recebido na ravina do Portão Leste eram enormes, e isso também incluía o seu olho que foi arrancado. Mas ainda assim, ele se regenerou por completo e agora ele retirou as suas ataduras que cobriam parte do seu rosto.
Eydis começou a se regenerar também, com os seus machucados se curando instantâneamente como se nunca tivessem existido.
- Você tá bem, Eydis? - O lilás perguntou a sua amada, que ainda estava observando a chuva de luzes.
- Melhor agora que você tá bem. - Ela o respondeu com um beijo calmo nos lábios e ambos separaram-se com um selinho e juntando as suas testas uma com a outra, onde haviam dois rostos sorridentes e com as mãos unidas.
Todos estavam curados, e os amigos do rapaz de roupas pretas foram até ele para vê-lo depois dessa enorme e exaustiva batalha.
Kirito percebeu que a força da imaginação que fez as suas roupas de Espadachim Negro aparecerem foram embora, fazendo ele retornar a sua forma atual com a armadura negra com pequenas partes douradas e capa de Cavaleiro da Integridade. E a Espada da Rosa Azul falsa que o acompanhou durante essa guerra começava a se desmanchar no meio do ar como uma poeira brilhante.
- Parece que essa lâmina já tá voltando pro seu verdadeiro dono. - Ele deu um pequeno sorriso enquanto olhava para a lâmina sumindo no ar e agora se virou para os clones de Eugeo e Alice que estavam mais distantes de todos. - Valeu, mano. A sua ajuda veio muito a calhar.
Agora está a em sua frente os seus amigos que ele não via a dois anos e meio, apesar de que no Mundo Real só haviam se passado apenas uns dez dias.
- Caramba, hein Kirito... Você sempre tem que se amostrar, mano?! - Klein sorriu enquanto encostava o seu punho no ombro do mais novo e o abraçou, com lágrimas em seus olhos.
- Não adianta, ele é mesmo o nosso hack ambulante. - Lis brincou enquanto se aproximava do Espadachim Negro.
Ronye e Sortiliena foram até Kirito ver como ele estava, enquanto Tiese havia ficado para trás. Ela sorria ao ver que o seu outro mentor estava bem. Ela podia sentir que Eugeo havia protegido ele nessa luta.
- Desde aquela vez na tenda, eu sabia que em algum momento ele iria se levantar e pegar as duas espadas dele. - A voz de Renly se aproximou dela e tocou o seu ombro esquerdo de maneira gentil, sorrindo para a garota que amava.
- Sim, eu também. - A ruiva acentiu com a cabeça, sorrindo em resposta.
Kirito era elogiado pelos seus amigos, mas percebeu que os soldados do Império Humano estavam de curvando para ele, em sinal de respeito por ter salvado a todos ale. E tambem, ainda haviam os três Cavaleiros da Integridade naquele local que o observavam. O Espadachim Negro foi até eles três e curvou a sua cabeça para eles. Eldrie ficou surpreso ao ver que ele tinha um senso de honra, apesar de ainda se lembrar do conflito deles na "fuga da prisão" no jardim de rosas da torre da catedral.
Antes, ele deu um cafuné no cabelo de Tiese ao ver a pajem de Eugeo mais uma vez. Mesmo eles não tendo a mesma intimidade que Eugeo tinha com ela, ela também o via como o seu mentor.
- É bom te ver também, Tiese. O Eugeo está orgulhoso de você. - Ele balançou a sua fronte, dando um sorriso alegre para a garota.
- Eu me lembro de você do jardim de rosas. Você é aquele Eldrie... - Ele olhou para o lilás, que estava abraçado com a acinzentada. - Você é aquela esquisitona... Eydis. - E agora ele se virou para o jovem esverdeado. - E você o Renly, não é?
- Sabe dos nossos nomes? - Renly ficou surpreso ao ver que Kirito sabia dos nomes daqueles três, já que havia ficado em estado catatônico por seis meses, e pensaram que jamais o reconheceriam.
- Sim. Durante todo o tempo em que a minha mente esteve fora, pude sentir a presença de vocês ao lado do Eugeo e da Alice. Muito obrigado por terem protegido os meus amigos durante todo esse tempo. - O usuário da Empunhadura Dupla agradeceu aos três cavaleiros que estavam na sua frente.
- Pelo contrário, nós é quem lhe agradecemos, Trinta e Três. - Eydis deu um sorriso a pra ele, enquanto percebia a presença de uma garota de cabelos castanho-alaranjados se aproximando dele enquanto andava com calma. - Mas acho que tem alguém que quer falar com você, não acha?
Kirito não respondeu a pergunta retórica da acinzentada, pois já sabia que esse era o objetivo dele desde o começo. Asuna andava calmamente até onde ele estava, e ele se aproximou dela também. Eles finalmente estavam juntos de novo, e deram um longo abraço depois de longo tempo separados. Bom, no caso de Kirito, foram dois anos em Underworld. No mundo real, foram só menos de duas semanas.
- Senti tanto a sua falta, Asuna. - Ele falava com um suspiro choroso ao ver sua amada depois de sofridos dois anos sem poder vê-la.
- Mas enfim, estamos juntos de novo. - A acastanhada respondeu enquanto continuava agarrada a ele.
Ele a olhou nos olhos fixamente, olhando o castanho em suas íris amendoadas e admirando elas como se nunca tivesse as visto. Eles se aproximaram e finalmente deram um beijo casto e longo, visto em conta a distância que os dois tiveram por muito tempo.
Ali perto, dois players vermelhos que ficaram do lado dos que estavam protegendo o Underworld observavam com certa distância o casal de loiros que estavam ali, longe de todos os guerreiros remanescentes.
- Então aquela ali de armadura dourada é a namorada do Eugeo, é? - Mei-Mei perguntou retóricamente enquanto via o quão bonita era aquela garota loira com o cabelo enorme preso a trança, que estava agarrada a ele. Os cabelos dourados, a armadura dourada com capa e sobretudo azul, faziam parecer que ela era como uma princesa ou até mesmo uma rainha. A ruiva já podia entender o porquê dele ter se apaixonado por ela. - Ele tirou mesmo a sorte grande. Não é à toa que ela é mesmo igual a Alice do País das Maravilhas.
- Isso é verdade. - Moonphase acentiu com a cabeça dando uma risada nasal, concordando com a sua companheira de longa data. - Mas espera aí, o que houve com eles dois?
Agora os dois perceberam que a jovem mulher estava chorando, enquanto Eugeo a abraçava. Mas não era um choro de alegria ou comemoração, era um choro de tristeza e angústia. E eles não tiveram nem tempo para descansar mais um pouco, que eles sumiram numa fumaça branca.
- Droga. - Eydis viu que o casal voltou pra aquela luta no altar, vendo que o tempo da sua Assimilação Sanguínea chegou ao limite.
Apesar dela já ter recuperado os seus poderes, usou bastante sangue para manter o Nelgius e o Entokia aqui e também, absorver o uso das Encarnações Finais dos dois foi demais pra ela. A acinzentada não conseguiria mais usar a Assimilação Sanguínea tão cedo.
Nesse mesmo momento, Gabriel estava lutando contra as duas clones de Eydis. Em um juntar de lâminas, uma clone se afastou da luta onde numa nuvem de fumaça, e então surgiu Alice na fumaça, que suspirava com um pouco de cansaço. O homem obcecado por almas então olhou para a clone na sua frente, revelando agora a imagem de seu filho, que ainda o fitava com determinação.
- Está ficando cansado, Eugeo. Quanto mais tempo você lutar, mais cansado estará e não vai conseguir lidar comigo para proteger ela de mim. - O Subtilizer deu um olhar como o de um gato ladino, se referindo agora para Alice, enquanto jogava o rapaz mais novo para longe.
Eugeo suspirava um pouco exausto, e precisou ajustar as suas pernas para não cair. Então ele se arrastou na areia, se mantendo firme durante aquela luta.
- E eu já lhe disse... - Ele mudou a sua postura do Estilo Aincrad, mudando as posições da Espada da Rosa Vermelha e da Espada da Oliva Perfumada, mostrando melhor a visão demoníaca de seu Modo Vecta. - Que eu só vou desistir quando eu parar de respirar.
Nesse momento, naquelas ruínas, Kirito percebeu que o casal de loiros sumiu, então ele deduziu que já estavam de volta no Altar do Fim do Mundo e lutando contra o usuário da Superconta Vecta.
- Eu me lembrei agora! - Asuna se separou do beijo e olhou para os olhos pretos de Kirito, visando fixamente as íris onix dele e mostrando o seu tom de seriedade. - Kirito, é sobre a Alice e o Eugeo. O Imperador Vecta foi atrás deles.
- Eu sei, acho que me lembro um pouco dos detalhes. Mas eles precisam da nossa ajuda. Você pode me ajudar? - Ele pediu a ela, estendendo a sua mão mais uma vez.
- É claro que eu ajudo. - Ela acentiu a ele com a cabeça, sorrindo abertamente.
Num movimento repentino, ele a colocou em seus braços no estilo noiva, usou uma arte sagrada de Elemento Aéreo combinada com todas as energias que Eugeo e Alice haviam doado a ele nos últimos seis meses que ele acumulou e seguiram a toda velocidade, em direção ao Altar do Fim do Mundo.
Todos no local ainda estavam sem entender nada sobre como aquele garoto conseguiu fazer um feitiço pra voar de um jeito tão simples como um pensamento inocente de uma criança.
- Como é que aquele doido tá voando? - Pitohui perguntou, enquanto botava a sua mão acima dos olhos ainda boquiaberta ao ver o Espadachim Negro e a Flash Relãmpago nos céus rasgando o céu avermelhado, enquanto iam em direção ao sul.
Ela tinha uma certa inveja ao ver o quão legal ele era, já que Kanzaki, assim como ele, já foi uma Beta Tester do SAO. Apesar dela jamais ter tido a chance de poder jogar aquele jogo mortal, a cantora podia entender que toda aquela "força misteriosa" que o Kirito tinha com certeza vinha daquele mundo.
- Aquele ali é o hack ambulante que o Kirito tem. Só aceita. - Lis brincou com uma risada enquanto dava de ombros e balançando os seus braços e cabeça, vendo o casal voando até o altar á toda velocidade.
Kirito olhava para frente e focando fixamente em seu novo e atual objetivo, que agora era ajudar os seus dois melhores amigos.
Enquanto isso, no Mundo Real, Critter viu as leituras no computador da Sala Principal irem as alturas e bateu na mesa do console com raiva ao ver que Vassago havia sido derrotado de novo lá dentro, no Underworld.
- O que é que aquele imbecil do Vassago tá fazendo, hein?! - O loiro de óculos esbravejou enquanto olhava para os dados nos mapas de FluctLights onde mostrava o hispânico completamente imóvel e agora olhou para o relógio em seu pulso. - Faltam poucas horas até a Força Naval Japonesa chegar, e o capitão já tá chegando no altar. Vou precisar aumentar a taxa de FLA pra ganhar mais algum tempo.
Critter empurrou a alavanca de controle da Taxa de FLA do Tempo Acelerado, mas ela não estava querendo passar das 1200 horas por segundo. E ele precisava dar tempo o bastante para que Gabriel pegasse os dois A.L.I.C.E.s, e os FluctLights deles fosse ejetado para a Sala Principal.
Mas ainda assim, essa maldita alavanca não queria colaborar com ele.
- Parece que eu vou precisar de uma chave. - Ele suspirou em derrota e pegou o seu comunicador, dando agora um sorrisinho malicioso. - Aí, galera. Alguém aí é bom em arrombamento?
Nesse mesmo momento, na Sala Secundária, um enorme alerta de FluctLight apareceu bem nos monitores, deixando Rinko completamente surpresa ao ler as leituras que estavam vindo lá de Underworld. Ela leu as leituras de quem se tratava, e aparentemente um terceiro A.L.I.C.E apareceu. Mas não de um jeito que eles esperavam, pois aquela jovem cavaleira estava grávida e esperando por uma criança.
Mas essa última luta causou consequências inesperadas para todos ali. O usuário da Superconta Vecta conseguiu alcançar a Alice no Altar do Fim do Mundo, e ele acabou matando o filho da garota. E pela revolta dela, o poder ilimitado dela quase destruiu o Altar e a simulação atual.
- Temos vários danos estruturais nas paredes do Fim do Mundo e ao redor dos desertos ao sul do Território Negro. De alguma forma, a Release Recollection da Alice abriu as fronteiras além dos mapas do Underworld, o que dá outro problema para resolvermos depois. - Kikuoka olhava fixamente para o sistema, que mostrava exatamente a localização da garota lá no Altar do Fim do Mundo após usar liberar a sua Encarnação Final. - Bom, isso já não importa mais. Nós vamos ter que preparar os FluctLights dos dois para levar até a câmara inferior, onde os bio-corpos deles estão.
- Ainda quer fazer esses dois lutarem mesmo depois de tudo aquilo?! - Ela não podia deixar de acreditar nas palavras vindo da boca daquele homem e apontou para a câmera de segurança em que estavam os dois corpos de Eugeo e Alice em animação suspensa nos tubos, onde os braços e cabelos do casal cobriam a sua nudez, dormindo de maneira serena enquanto seus corpos se mexiam durante o sono pelos espasmos corporais. - Esse rapaz já sabe que o mundo dele é um mundo falso, e isso continua fazendo ele ser perigoso. E no exato momento em que aqueles dois saírem daquela câmara, essa garota vai matar qualquer um que tiver pela frente dela. E eu sei muito bem como uma mãe pode sofrer, pois eu também sou uma. Eles já não sofreram o bastante?
- No momento, isso não é uma questão de dizer o quanto eles já sofreram ou não. Eles dois são Cavaleiros da Integridade da Igreja de Axioma, que no caso possuem décadas de treinamento militar avançado por mais de 300 anos e os corpos avançados que o Eugeo e a Alice vão usar possuem força sobre-humana e blindagem à prova de balas. O único jeito da gente sobreviver a isso tudo depende deles, se você quiser voltar para ver o seu filho, é claro. - Kikuoka respondeu a ela enquanto ajeitava os seus óculos, falando com palavras duras porém bastante racionais para ela.
Rinko sabia que aquele idiota vestido com o kimono estava certo, apesar dele ser bastante frio em relação ao uso de uma dor de dois pais que perderam um filho. Só que ela também tinha o seu menino esperando por ela, lá nos Estados Unidos. A doutora precisava ser egoísta e usar o pesar e a raiva do casal de loiros, se ela quisesse mesmo vê-lo mais uma vez.
- Paçoca com queijo! - De repente, Higa acordou dando um pulo da maca onde estava inconsciente e ele viu que em seu braço estava um acesso ligado a uma bolsa de sangue do seu tipo sanguíneo, e também uma atadura em seu braço baleado. Ele sentiu uma dor de aperto no ferimento e o tocou delicadamente.
- Higa! Você está bem? - Rinko se aproximou do loiro para ver o estado do amigo.
- É, eu tô. Eu acho... - O loiro tocou seu braço, sentindo a dor no local recem-suturado e enfaixado. - E como tá a atividade cerebral do Kirito?
Apesar de ter tomado um tiro e desmaiar por falta de sangue, o programador ainda se preocupava com a saúde mental do Espadachim Negro depois de arriscar tanto.
- A atividade cerebral do Kirigaya já está ativa de novo agora. - A doutora respondeu, enquanto observava Higa com preocupação. - Pra dizer a verdade, ativa até demais.
- Sério? - Ele falou em um tom mais entusiasmado e deu um suspiro de satisfação. - Puxa, que alívio.
- Que coisa... E eu falei pra você não se arriscar. - Kikuoka falou em um tom repreensivo enquanto observava o estado do seu assistente. - Pra falar a verdade, eu é que sou responsável por isso. Não imaginaria que o inimigo iria se infiltrar como um informante na equipe de inteligência.
- Valeu. Mas se não fosse pela Rinko, eu com certeza não estaria aqui. - Ele deu um sorrisinho sem graça enquanto coçava a sua nuca com o braço livre do catéter. - Mas e aí? O que tá acontecendo agora em Underworld? E como o Eugeo e a Alice estão?
A enfermeira Aki continuava segurando a bolsa de sangue que estava sendo dada para Higa para ele se recuperar da perda de sangue, enquanto os outros conversavam.
Kikuoka falou sobre os outros players do exterior que adentraram o Underworld sob o uso dos invasores da outra sala, vendo que também chamaram até mesmo os outros players da China e da Coréia do Sul, e isso deixou Higa realmente surpreso, pois não esperava que o inimigo iria usar de táticas tão ardilosas como a inimizade entre os países para invadirem o Underworld e impedir o Império Humano de chegar ao sul. Até mesmo o reforço japonês de quase dois mil usuários de VR que veio para ajudar a Asuna foi quase dizimado, restando somente algumas dezenas de players com contas estáveis.
- Depois que você conseguiu colocar o rastreador naquela conversa com o Eugeo, conseguimos localizar ele depois. O Eugeo acabou de chegar no Altar do Fim do Mundo, já faz alguns minutos... mas só que ele não está saindo de lá. - Rinko olhava para os dados no mapa onde mostravam a ID de Eugeo, que balançavam de um lado para o outro.
O loiro de óculos viu que nos dados do computador havia um sistema que localizava um outro A.L.I.C.E para o caso de encontrarem uma outra possível IA perfeita. Mas só que pelos dados daquele A.L.I.C.E, se tratava do bebê da Alice e do Eugeo.
Então aqueles dois tiveram um filho, e o homem que usa a Superconta Vecta matou ele? Cara, com certeza aqueles dois jovens estavam devastados por dentro. Ele não sabia o que dizer já que não era pai, e só de ver pelo olhar do Kikuoka, ele com certeza planejava usar os FluctLights deles nos corpos que estão dormindo na Câmara Inferior da Ocean Turtle afim de eliminar as ameaças dos invasores daqui.
Se ele tivesse sido mais rápido pra trazer o Kirito de volta, talvez poderia ter impedido isso. Teria dito pra ele que...
-- BAAAM!
-- BAAAM!
-- BAAAM!
-- BAAAM!
-- BAAAM!
Todos na sala ficaram completamente assustados ao ouvir o alarme tocando nos alto-falantes da instalação, vendo que agora no monitor da Sala Secundária estava mostrando um aviso na tela.
-- ALERTA! A ALAVANCA DE VELOCIDADE DO SOUL TRANSLATOR FOI ATIVADA PARA VELOCIDADE MÁXIMA DO TEMPO ACELERADO! TEMPO PARA INÍCIO DA ACELERAÇÃO TEMPORAL DE FLA EM T MENOS 15 MINUTOS! TODOS OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELO SOUL TRANSLATOR, FAVOR INICIAR OS PROCEDIMENTOS DE DESLIGAMENTO IMEDIATAMENTE!
- Que aviso de velocidade máxima é esse, Higa?! - Rinko perguntou ao seu antigo companheiro de laboratório, preocupada ao ver os números de contagem regressiva surgirem no telão do monitor. - A taxa de limite não era de 1200 por segundo?
- Esse é o limite da Fase do Tempo Acelerado entrando em velocidade total. Os invasores devem ter conseguido de alguma forma arrombar a chave de limitação e agora pretendem acelerar o processo deles. Isso significa que se eles estão usando esse método, deve ser pro usuário da Superconta Vecta conseguir o Eugeo e a Alice, e então eles querem dar mais tempo para ele pegar os dois.
- E o que acontece se um usuário de FluctLight tiver lá dentro durante essa velocidade máxima do Tempo Acelerado? - A doutora os questionou, enquanto observava a contagem diminuindo cada vez mais.
- O limite da alma de um ser humano foi feita para durar no máximo uns 100 anos, que no caso é o mínimo da idade de um ser humano normal. E no máximo, a gente consegue observar o Tempo Acelerado até uns 5000 no FLA. Mas nesse momento, se a longevidade da alma humana deles passar de mais disso, é bem provável que ela se despedace junto com o FluctLight deles. - Higa agora explicou a ela, ainda sentindo a dor em seu braço. - O servidor que as amigas do Kirito estão usando lá em Roppongi junto com todos os players em Underworld vão ser obrigatoriamente deslogados, mas só que os usuários aqui na Ocean Turtle vão seguir em frente na taxa de cinco milhões no FLA!
Justo agora que tinham recuperado o Kirito, e mais um outro problema tinha que aparecer.
Agora eles precisariam iniciar o processo de desligamento manual dos FluctLights, porém isso só seria possível descendo novamente lá no fosso do Anteparo de Pressão. E agora que as chances do inimigo de roubarem os dois A.L.I.C.E.s estarem diminuindo devem aumentar ainda mais as tensões ali dentro da Ocean Turtle, Higa precisava agir imediatamente.
- Eu te levo lá embaixo, Higa. - Kikuoka se ofereceu para ajudar o colega, sabendo como o inimigo estava fortemente armado e o loiro mais novo ainda estar ferido, iria ser as mãos e pernas dele naquele momento. - Eu tenho um corpo mais atlético, então devo conseguir te descer pelas escadas. Rinko, prepare-se pra receber os FluctLights da Alice e do Eugeo aqui e mande eles dois pra câmara inferior. - Essa última ordem dada para a doutora fez ela apertar os lábios com nervosismo ao saber que teria que usar aquele casal como uma arma para sobreviverem, mas ainda assim acentiu com a cabeça por seu egoísmo em querer ver o seu filho vivo. - Nakanishi, quero que você e o seu pessoal fiquem de prontidão nas escadas. Quando o inimigo perceber que o Anteparo de Pressão foi aberto de novo, eles irão atacar aqui.
- Espera um pouco... - Agora Higa se lembrou de um detalhe importante antes de ter perdido a consciência no Anteparo de Pressão. - Senhor Kikuoka! Eu consegui acessar a conexão a longa distância via FluctLight do Kirito por lá, enquanto a gente trazia ele de volta. Agora podemos nos comunicar com ele na linha C-12! - Higa falou com exaltação em seu peito, lembrando de quando reinstalou a comunicação nas linhas do Lightcube Cluster.
O militar arregalou o seu olhar, demostrando a sua completa surpresa ao ver que depois de quase 14 horas tentando recuperar alguma comunicação com o Espadachim Negro, ele finalmente estava em seu alcance de novo.
Com certeza o Kirito tinha todos os motivos e mais para odiar o Kikuoka, mas ainda assim, ele precisava pedir mais um favor a ele.
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Em algum lugar do sul de Underworld.
14:36 da Tarde...
Nesse mesmo momento em Underworld, Kirito e Asuna estavam agora voando á toda velocidade em direção ao Altar do Fim do Mundo. Em seus braços, a sua amada estava finalmente com ele e ele seguia em frente.
Ele não estava acostumado ao sentir a armadura de Cavaleiro da Integridade, mas o peso dela não era tão pesado como achou que seria.
Além dela ser blindada, ela era preta, leve e bem ao estilo dele. Não fazia ele ficar desconfortável nas lutas, já que o seu estilo de luta do seu Estilo Aincrad foi criado através dos seus estilos de luta que ele mesmo adotou lá do Sword Art Online. Portanto, o seu corpo precisaria de toda a liberdade de movimentos possíveis.
Mas ele conseguiria se mover livremente mesmo com essa armadura.
- E aí, vai me dizer então que o senhor Kirito ficou ocupado fazendo amiguinhas novas no Underworld? - Asuna bufou a sua bochecha esquerda, o que fez o Espadachim Negro quase deslizar para mais baixo.
- E-Eu?! É, tipo assim, não tava fazendo só amigas novas. Você já conheceu o Eugeo e os outros cavaleiros, não é mesmo? Ele é bem legal e também me ajudou muito durante a minha jornada aqui. - Kirito deu uma risada nervosa ao ouvir ela o criticando.
- Sério mesmo? E sobre você ter uma pajem bem colada em você, uma mestra que te ensinou técnicas novas e uma amiga de infância completamente ciumenta? A Alice até mesmo cogitou em tentar me matar quando a gente se conheceu. - A Flash Relâmpago respondeu, lembrando-se dos momentos da noite passada quando havia chegado em Underworld no meio da noite.
- Bom, a Alice deveria estar querendo me proteger, já que o Eugeo tava longe de mim. - O rapaz de cabelos pretos ria nervoso enquanto argumentava com ela, ainda tentando convencer ela sobre essas novas amizades femininas dele. Asuna fez um olhar de "não diga mais nada" para ele, que apenas suspirou em derrota. - Pra ser sincero, pensei que o meu tempo nesse mundo nunca fosse acabar. Lá fora se passaram quantos dias?
- Já se passaram dez dias desde que o Johnny Black te envenenou. O Kikuoka então te levou pra um hospital, mas só que ele secretamente te levou pra Ocean Turtle que fica no meio do mar. - Asuna explicou a ele, agora amansando a sua voz.
- Só dez dias, é? Eu tô feliz então. Tô feliz de não ter perdido muita coisa lá fora como da última vez. - Ele deu um sorriso fraco, enquanto eles seguiam em frente.
Asuna olhava para o rosto de Kirito, e ele estava com mais alegria em sua face. Com certeza só do que o Eugeo e a Alice contaram dele para ela, dizia que a vida dele em Underworld durante os dois anos preso nesse mundo não o fizeram ficar triste.
O Espadachim Negro fez a sua própria luta para continuar tentando seguir em frente, mesmo não podendo fazer tudo sozinho como ele fazia antes.
E os seus melhores amigos que ele fez nesse mundo simulado o ajudaram a mostrar a ele como seguir em frente.
- Será que o Eugeo chegou tarde demais? A Alice foi capturada? - Asuna se perguntava com receio, se lembrando da imensa tempestade de bilhões de flores de osmanthus no meio do céu.
- Não, eu acho que não. Eu sinto três presenças poderosas no Altar do Fim do Mundo. O Eugeo com certeza deve tá lutando firme e forte contra o Vecta pra proteger a Alice e o filho deles. - Kirito afirmou com certeza em seu coração de que o seu melhor amigo estava enfrentando aquele cara. Mas ainda assim, agora que ele havia acordado, um sentimento de egoísmo estava agora ressoando no seu interior. - Asuna. Eu sinto que tenho muitos planos pra esse mundo quando tudo isso acabar. Só que pra isso acontecer, eu vou precisar de muita ajuda.
- Ajuda?
- Kirito, você consegue me ouvir?! Kirito! - Ambos pararam de voar em alta velocidade ao ouvir uma voz familiar chamar pelo Espadachim Negro no meio do nada.
O rapaz de cabelos pretos olhava do lado pro outro, tentando ouvir quem estava chamando por ele. Asuna usou a sua telepatia e rapidamente começou a ler a mente do seu amado por não estar entendendo nada.
- Kikuoka? É você?
- Não responda nada e apenas ouça! Neste momento os invasores desativaram o limitador de FLA do Tempo Acelerado! E de acordo com os cálculos do Higa, mesmo se desativarmos a tempo o Tempo Acelerado, a duração de tempo de você e da Asuna em Underworld vai durar por pelo menos uns 200 anos!
- Duzentos? - O Espadachim Negro rapidamente ficou sem palavras ao sentir tamanho medo ao ver que o tempo que ele ficou preso em Underworld sem contato nenhum com o pessoal de fora não era nada comparado ao tempo em que ele ficaria preso devido ao Tempo Acelerado.
- Escuta, Kirito! - Kikuoka o alertou de novo, o impedindo de raciocinar sobre a imensa quantidade de tempo que ele iria passar caso falhar. - Você e a Asuna tem dez minutos pra deslogar no console do Altar, e sem que vocês morram por HP zerado. Se morrerem depois que a fase de aceleração máxima começar, vão passar num estado de privação sensoriativa por duzentos anos!
Asuna olhava para Kirito falando sozinho, mas ao ler a mente do seu amado, ela percebeu que estava conversando com Kikuoka lá no mundo real. Ela não demonstrava pela sua face, mas também estava preocupada ao estar ciente da abismal certeza de que se eles não saíssem de lá naquele momento, iriam ficar presos ali e no pior dos casos, morrerem pela alma de ambos não conseguir aguentar o processo dos 200 anos.
- Entendi. A gente já tá chegando no Altar, e se prepara que eu também vou levar o Eugeo e a Alice junto. - O Espadachim Negro falou decidido para o militar, desejando que tenha como salvar eles também.
- Muito bem, mas ainda assim, se achar que não seja possível, priorize a fuga de você e da Asuna acima dos seus amigos. - O mais velho o conscientizou sobre garantir a sua preservação de vida. - Se ficar preso nesse mundo com a taxa de FLA do Tempo Acelerado correndo no máximo, os duzentos anos da alma humana vão ser além do limite que vão suportar. E a chance de vocês dois recobrarem a consciência pode ser de quase zero.
Ambos sabiam muito bem o que os aguardava se eles falharem com somente menos de dez minutos, já que agora o pouco tempo que tinham estava diminuindo e com certeza cada segundo já fazia toda a diferença.
- Relaxa, a gente vai conseguir voltar. - Kirito falou decidido para Kikuoka, com um sorriso em seu rosto. - E Kikuoka, sobre a seis meses, digo, a noite passada... Eu quero poder me desculpar pelo que falei.
- Não, eu mereci aquilo e muito mais. Sou eu é quem devo desculpas a você. - Kikuoka falou em um tom meio sorridente, mas dava para perceber que era um sorriso tristonho. - Parece que o Higa já tá pronto pra ir. Tenho que desligar. Vejo você do outro lado.
A comunicação havia sido desconectada, e agora o Espadachim Negro já não sentia mais nenhum som vindo da sua cabeça.
- Kirito, o Kikuoka te contatou? O que ele queria? - Asuna perguntou a ele, mesmo já sabendo de tudo devido ao seu poder telepático da Deusa Stacia.
- Ele só falou que queria avisar a gente sobre sair antes do Tempo Acelerado voltar ao normal. - Ele omitiu pra que ela não se preocupasse com a enorme pressão de terem que se apressar pra darem o fora dali.
- Entendi. Então não vamos deixar o Eugeo e a Alice esperando, né?
- É isso aí. - Ele balançou a sua cabeça em positivo com um sorriso e se virou para frente.
Kirito retornou ao voo rápido com o feitiço de Elemento Aéreo e continuaram rumando em direção ao Altar do Fim do Mundo. Mesmo a Asuna já sabendo que eles teriam uma chance bem pouca de conseguiriam ir embora sem lutar, ela não tinha planos para deixar o seu amado sozinho depois de tanto tempo.
Faltava um último cara doido pra enfrentarem antes de tudo acabar.
E eles iriam de volta para casa.
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- Chamada de Sistema! Gerar Elemento Criogênico! - O jovem cavaleiro de armadura danificada estendeu o seu braço esquerdo onde na mão estava uma bela espada dourada ornamentada. - Forma de Flecha! Disparar!
O disparo de flechas de gelo foram rapidamente jogadas contra o seu oponente, que havia desviado de algumas delas e as bloqueou com a sua espada longa. Da névoa congelada havia surgido um semblante sério e inexpressivo do loiro mais velho que havia sido queimado por um disparo do feitiço de Solus.
Apesar da queimadura em seu rosto e os ferimentos extensos em seu corpo, Subtilizer não se importava com nada disso. Só o que importava para ele era o casal em sua frente e sobre como os levar de volta para o Mundo Real.
Eugeo deu um tique com a língua, cerrando os seus dentes irritado ao ver que o disparo de flechas não fez nem um arranhão.
- Morte Destrutiva... - Gabriel agora fechava os seus punhos, ao invés de usar a espada. Significava que ele já não queria mais prolongar essa batalha. - Chute Celestial da Dor!
Ele pulou para cima de Eugeo com um calcanhar direito pronto para acertar o seu filho unigênito, porém ele conseguiu rapidamente desviar do ataque da Morte Destrutiva. O chute de calcanhar resultou-se em uma cratera no meio da areia, o que deixou o jovem espadachim surpreso ao ver como a superforça de Gabriel adicionada com a Superconta Vecta e a Conta Subtilizer fizeram ele ficar ainda mais forte até mesmo fisicamente.
Alice estava mais afastada da luta, preocupada em ver como essa batalha estava se desenrolando. Ela tocou em sua barriga, bem no local onde aquele psicopata do Gabriel havia acertado ela.
Ela estava triste em ver que o seu filho morto que nem mesmo teve a oportunidade de nascer e jamais voltaria depois de um ferimento desses. E estava ciente de como lutou contra aquele assassino em série há poucos instantes para ajudar o Kirito.
A invocação da Assimilação Sanguínea da Eydis havia trazido ele de volta para poder descansar da luta um pouco, mas em algum momento ali o Eugeo iria se cansar e se esgotar.
- Morte Destrutiva: Chute Celestial dos Céus! - Agora Gabriel partiu para um chute usando as solas do pé para acertar uma voadora certeira no peito do jovem cavaleiro, que foi levado para alguns metros de distância até cair na areia.
- EUGEO! - A loira de trança gritou preocupada com ele, e foi até ele correndo sem se importar com aquele psicopata que estava ansiando por sua alma. Para ela, Eugeo era quem ela mais se importava. E seja indo para o mundo real ou não, eles ficariam juntos até o fim.
O 32º cavaleiro estava tossindo enquanto tentava respirar para pegar ar devido a esse último golpe. Ele ainda tentava pegar fôlego, mas estava com bastante dificuldade para isso.
- Eugeo! Meu amor, respira! Por favor, respira! - Alice gritava preocupada com ele, enquanto usava uma Arte Sagrada para curá-lo com a sua magia.
Ele finalmente pegou um pouco de fôlego, inspirando e respirando ar constantemente. Ela apoiou os braços dele em seu ombro, o ajudando a levantar.
- Alice, você precisa ir embora. - O jovem cavaleiro da lâmina de gelo falou para ela, enquanto tentava se mover com a ajuda da cavaleira de armadura dourada ao seu lado.
- Não, eu não vou! - A bela loira respondeu ríspida para ele, negando enquanto o ajudava a se levantar.
- Alice, isso não é uma sugestão! Vai embora pro Altar! - Ele gritou exaltado pra ela, deixando ela um pouco temerosa ao ver os seus olhos verdes com pupilas de gato totalmente cobertos pelo preto em seu globo ocular. Os seus olhos demoníacos estavam cansados, assim como ele. - AGORA!
- Não sem você junto. - Ela respondeu a ele com teimosia em sua língua.
Ele não conseguia convence-la a ir embora. Não havia como. Ela é a mulher mais poderosa desse mundo, e ele não podia vencer a única mulher que ama. Ela sempre o venceu, não importava o que fosse.
Antes que eles pudessem dizer mais alguma coisa, ambos sentiram a presença maligna de Gabriel surgindo atrás deles e por instinto, ativaram as suas Armas Encarnadas para materializar um escudo invisível ao redor deles dois. Naquele momento, uma imensa carcaça havia sido jogada para eles dois.
Era a cabeça de Hanayuki, que já estava morto.
Isso deixou Eugeo irritado ao ver que o seu dragão não poderia mais viver novamente, já que desde que se tornou um Cavaleiro da Integridade, teve um grande carinho pelo seu animal.
- Sim, esse dragão pálido era o seu dragão pessoal, não era? - O Subtilizer olhou para o olho esbugalhado do réptil morto e pisou nele como se não fosse nada. - Acho interessante em ver como esses dragões desse mundo podem viver por séculos a fio e terem tanto poder de fogo para destruir os seres vivos, e ainda assim os Cavaleiros da Integridade e os Cavaleiros Negros os domesticam para servirem às suas vontades. É a mesma coisa que vai acontecer com vocês dois quando forem para o Mundo Real sem mim. E vocês não querem entender!
O psicopata estendeu a sua longa espada e deu um golpe de estocada no escudo telepático, fazendo com que ele fosse penetrado por um pequeno pedaço da espada longa.
- Você matou o nosso filho, seu desgracado! Eu nunca vou te perdoar! - Alice esbravejou irritada para ele, enquanto ainda mantinha as suas Armas Encarnadas ativas ao redor dela e de Eugeo. - Você me tirou mais do que eu posso contar, e até o final desse dia, você morrerá!
Gabriel se deu a oportunidade de dar um pequeno sorriso, enquanto reativava o seu Modo Vecta novamente e mantinha os seus olhos demoníacos ativos ao sentir a presença animalesca de dois seres enormes atrás dele.
E assim, uma enorme baforada de plasma foi disparada contra ele. Chamas quase azuis tocavam a sua pele, e vinham dos outros dois dragões que estavam acompanhados de Alice.
Ele agora estendeu a palma de sua mão enluvada, enquanto a outra mão negra e incorpórea brilhava em uma intensa luz avermelhada, que se formava em alguns raios intensos. Com a energia concentrada na sua mão negra, ele disparou uma intensa descarga de raios avermelhados em Amayori e Takiguri, que urravam de dor, grunhindo diversos barulhos e rugidos.
- AMAYORI! - Alice estendeu a sua mão para a dragonete azul, abismada ao ver a réptil fêmea sendo carbonizada viva pelo mesmo plasma disparado de sua boca.
Antes que eles pudessem continuar a ser eletrocutados, algo fez Gabriel parar. Uma imagem surgiu a sua frente, mostrando uma capa negra com ombreiras pretas com um dourado nas bordas. Ao se virar para ele, viu que era um jovem vestindo uma armadura de Cavaleiro da Integridade completamente negra com uns detalhes em dourado.
Eugeo e Alice arregalaram os olhos ao verem quem havia acabado de aparecer na frente deles. O casal só conseguia crer em suas íris o que estava diante deles, mas só podia ter certeza de uma coisa.
Que as orações por ele deram certo. Após tanto tempo, algumas noites mal-dormidas e eles podiam ver o seu outro melhor amigo do trio ali na sua frente, dessa vez sem nenhum uso de troca de clones ou qualquer artifício mágico.
Era o Espadachim Negro em carne e osso ali diante deles.
- Kirito... - O cavaleiro da armadura prateada despedaçada olhava com esperança ao ver o seu melhor amigo ali na sua frente.
- Você voltou. - Alice falou esperançosa enquanto segurava Eugeo.
O Espadachim Negro deu um sorriso para os seus dois melhores amigos, visto em conta que ele não os via tão lucidamente desde a luta contra a Administradora há seis meses atrás. E agora, ele se virou sério para Subtilizer que estava em cima daquele bicho voador, observando calmamente para o psicopata.
- Então você é aquele cara que a Sinon queria derrotar no jogo do GGO, não é? - O rapaz de cabelos pretos perguntou para o mais velho, que apenas olhava inexpressivo para ele.
Gabriel nada falou enquanto observava agora a aura forte vindo do Cavaleiro da Integridade de cabelo e armadura preta, vendo que ele agora não estava mais em estado vegetativo e indefeso naquela cadeira de rodas. Ele tinha agora um olhar mais firme e focado, era como se tivesse com tanta confiança ao ponto de conseguir resolver qualquer coisa.
Era como se um abismo imaginário os separasse naquele momento, um olhando fixamente para o outro. Eles não estavam ali para derrotar um ao outro, pelo menos era o que Kirito tinha em sua mente.
Apenas o Subtilizer sobrou.
Kirito fez a sua promessa, e levaria o Eugeo e a Alice para o Mundo Real custe o que custasse. Mesmo que ele tenha que ficar para trás ou morrer no processo.
Notes:
O Kirito Trinta e Três chegou e ele e não tá de brincadeira. Esse visual dele como cavaleiro teria sido bem legal se colocassem na guerra. E duvido muito que em Unital Ring ele chegue a usar essa mesma armadura 😮💨
Enquanto rolava essa treta toda lá no norte, o Eugeo e a Alice tavam passando por um perrengue lá no sul contra o Gabriel. Esse cara tá igual ao Kirito, só no puro hack 🤭(Talvez eu revise e edite esse capítulo ainda, então se relerem novamente, talvez terão algumas mudanças aqui e outras ali)
Até mais 🤙

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