Actions

Work Header

Drunk

Summary:

Jung Wooyoung sempre gostou de festa e bebidas, aquilo não era novidade para ninguém.

Ele só não imaginava que chegaria um dia que beberia tanto a ponto de vomitar no CEO de sua empresa.

Notes:

-Essa é uma side history de "Workaholic", aqui vocês poderam ver o ponto de vista de Wooyoung e explicarei algumas coisas que deixei em aberto propositalmente na outra história.

-Não é necessário ler Workaholic para entender.

Chapter Text

Sexta-feira.

Desde que recebeu o convite do editor-chefe, Jeong Yunho, para ir à confraternização, Wooyoung só conseguia pensar nisso a semana inteira, a promessa do editor que daria um rodada gratuita para todos os funcionários fez Wooyoung sonhar acordado com aquela sexta-feita. Ele fez questão de atazanar a vida de seu amigo, Park Seonghwa, que trabalhava na mesma editora que ele, até que Park cedesse e concordasse a acompanhá-lo naquela noite.

Wooyoung não estava muito curioso com o motivo da comemoração, afinal, Jung tinha olhos e ouvidos por toda aquela empresa. Ele sabia o que aconteceria, ou pelo menos foi que ele achou. Na sexta de noite, Jung saiu mais cedo do que o normal e foi para a sua casa tomar um banho e se arrumar, ele foi o primeiro que chegou no local combinado, mas esperar enquanto bebia não foi problema, Wooyoung viu as pessoas chegando e se acomodando aos poucos.

Ele ficou umas duas horas bebendo e conversando com todos do lugar, até cansar e se sentar com alguns colegas. Seu amigo Seonghwa chegou logo em seguida.

-Hwa!! Você veio! - Wooyoung fez sinal para que Park sentasse na cadeira ao lado.

-Claro que sim, você literalmente decidiu que eu viria. - Seonghwa se sentou e Wooyoung já se preparou para servir um copo a ele.

-Você não vai acreditar no que eu tenho pra contar. Preciso terminar a fofoca daquele dia. - Ele dizia a respeito do dia que tentou contar ao amigo sobre o que ouviu a respeito da confraternização, mas foi impedido de terminar a conversa quando o diretor Kim chegou em seguida e o interrompeu. - Antes, beba um pouco. - Wooyoung dizia já alterado, afinal, ele chegou bem antes de todos e começou os trabalhos mais cedo.

Assim Seonghwa fez, bebeu um ou dois copos que Wooyoung ofereceu. Os dois amigos estavam se divertindo tanto conversando com os colegas ao redor, que até tinham se esquecido da fofoca. Três ou quatro copos depois, o estagiário Choi Jongho tocou no assunto da comemoração.

-Ainda não entendi muito bem o motivo da confraternização. É uma despedida?

-Não é não. - Wooyoung respondeu. - Aliás, era sobre isso que eu ia te contar.- Ele disse para Seonghwa, mas todos da mesa viraram para escuta-lo, curiosos com o que viria a seguir. - Ouvi isso de uma fonte confiável. - O suspense que Jung Wooyoung fazia com certeza era proposital, apenas para atiçar mais - Bom, aparentemente o Yunho vai ser pai.

-Ah, sério? - Seonghwa perguntou surpreso.

-Sim! Mas parece que é adotado, me disseram que faz mais de anos que ele está tentando na adoção e só agora conseguiu, talvez a esposa ou ele sejam inférteis. Enfim, quando ele falar, finjam surpresa, tá? - Todos concordaram e começaram a cochichar entre si sobre o assunto.

Eles continuaram bebendo mais um pouco, Wooyoung sentia seu estômago revirando, talvez ter enchido a cara sem comer nada antes não tenha sido uma ideia boa. De repente, Jung se lembrou de comentar com o amigo algo incomum que percebeu quando viu as pessoas chegando no local.

-Gente! Não acabei, tenho mais fofoca. - Wooyoung disse com empolgação, e todos voltaram a prestar atenção. - O senhor Kim apareceu, olha ele ali conversando com o CEO Gostosão Choi, é a primeira vez que eu o vejo saindo com o pessoal da editora. Sei lá, acho que ele só veio pela primeira rodada mesmo. - Wooyoung disse na maior cara de pau.

Ele aponta para uma mesa mais distante, onde Kim Hongjoong estava bebendo com o CEO e o gerente Song, os três pareciam bem bêbados, conversando e rindo sobre alguma coisa. Wooyoung ficou bem surpreso quando viu o diretor, já que o senhor Kim tinha a fama de ser mais fechado e não ir em festas, mas ele ficou ainda mais surpreso ao ver o CEO.

Choi San era um alto de ombros largos, e era conhecido por ser um homem bonito, que fazia qualquer perna tremer em sua presença. Mas poucos o viam pessoalmente na empresa, o CEO sempre viajava para o exterior ou ia em reuniões fora da editora, então era como se sua existência e beleza extrema fossem só um mito.

Aquele dia, Wooyoung o viu pela primeira vez, e foi capaz de afirmar com toda a certeza do mundo que aquele homem era tudo e mais um pouco do que diziam a seu respeito. Durante a noite toda, ele se pegou olhando para o CEO, quase não notou quando Yunho se levantou para fazer um discurso.

-Com licença! - O senhor Jeong gritou enquanto subia em cima da mesa. - Desculpe atrapalhar a diversão de vocês, espero que todos estejam aproveitando a noite, mas vou interromper um pouco porque eu queria poder compartilhar com vocês uma grande alegria da minha vida. - Todos pararam o que estavam fazendo e passaram a prestar atenção no homem de 1,86 de pé, lutando para se equilibrar. - Sabe, sou um homem realizado e grato por tudo o que possuo, tenho um emprego muito bom, uma casa própria, uma pessoa que me ama ao meu lado, um amigo que conheço a anos... Bom, posso dizer que sou bem sortudo. - Ele ri e olha com um grande sorriso para a mesa que Hongjoong estava sentado. - E agora serei pai. Não posso estar mais contente do que já estou, tudo que desejei está se tornando realidade. Eu queria poder anunciar isso a todos, porque-

Wooyoung não foi capaz de escutar o restante do discurso, precisou ir correndo para o banheiro, ele sentia que vomitaria a qualquer momento. Realmente, beber todas de barriga vazia é uma ideia péssima.

O rapaz ficou trancado naquela cabine do banheiro por um bom tempo, esperando o vômito vir, mas nada acontecia, Wooyoung continuava sentindo ânsia mas não era capaz de vomitar. Ele ainda conseguia escutar a voz abafada de Jeong Yunho do lado de fora, mas não tinha cabeça o suficiente para prestar atenção no que o editor-chefe dizia. Depois de um tempo, Wooyoung ouviu gritos e aplausos que fez sua cabeça girar, então ele presumiu que o discurso havia terminado.

Jung saiu do banheiro ainda meio alterado e tropeçando nos próprios pés, ele voltou a se sentar do lado do amigo, que chorava com as palavras de Yunho. Seonghwa nem notou o próprio choro, só foi perceber quando Wooyoung entregou um lenço a ele. Todos pareciam emocionado naquela noite, o diretor Kim e o gerente Song Mingi do financeiro também se encontravam em lágrimas, assim como a maioria ao redor e até mesmo o CEO parecia comovido.

Muitos se levantaram para abraçar e parabenizar Jeong Yunho, mas assim que Wooyoung se colocou em pé, sentiu novamente a ânsia de vômito e voltou correndo para o banheiro, incapaz de fazer mais que isso. Pela segunda vez naquela noite, Wooyoung se trancou naquele espaço apertado que parecia cada vez menor, e esperou. Mas nada acontecia.

Jung perdeu um pouco a noção da hora, não sabia dizer quanto tempo ficou sentado no chão abraçando o vaso, apenas esperando pacientemente a tontura passar.

Wooyoung respirou fundo e se levantou, ele destrancou a porta da cabine e foi até a pia lavar o rosto, mas por algum motivo, aquela curta caminhada parecia tão difícil que ele acabou se embolando nos próprios pés novamente. Se um par de braços fortes não o tivesse segurado, Wooyoung teria definitivamente caído de cara no chão.

-Você está bem? - O homem perguntou, assim que Wooyoung fechou os olhos e se aconchegou naquele saco de músculo.

-Bem melhor agora... - Sem nenhuma vergonha, ele apenas abraçou o corpo musculoso do homem até então desconhecido.

-Acho melhor você se levantar. - A voz grave daquele homem dava arrepios em todo o corpo de Wooyoung, e quando ele finalmente se afastou do homem, pode olhar em seu rosto.

Um lindo rosto. Olhos pequenos, feição relaxada, uma pele perfeita, cabelos pretos bem penteados... Aquele belo rosto e belo corpo pertenciam a Choi San. O CEO da editora em que Wooyoung trabalhava.

Ao notar de quem se tratava, Wooyoung arregalou os olhos e sentiu pela terceira vez aquele enjoo. Mas diferente de antes, Wooyoung vomitou de fato; ele não foi capaz de segurar, apenas se curvou e permitiu que saísse tudo. Tudo diretamente nos sapatos de grife de seu superior.

Quando notou o que tinha feito, Jung limpou os lábios com certo desespero e começou a se curvar agressivamente, se desculpando.

-Me desculpe, eu... Foi sem querer, eu vou comprar um novo calçado para o senhor, eu juro.

-Não se preocupe. - O CEO dizia tentando controlar a ânsia ao sentir aquele cheiro forte.

-Pode descontar do meu pagamento. Me desculpe. - Wooyoung ainda parecia bem embriagado, as palavras saiam emboladas.

-Eu disse que não precisa, garoto. Você teria que trabalhar uns 4 meses sem receber um centavo se quiser realmente pagar o estrago. - Certo, uma humilhação a mais ou a menos não mudaria o estado deplorável que Wooyoung se encontrava, então ele apenas aceitou. - Venha.

Wooyoung não estava em condições de discutir, ele apenas aceitou ser arrastado até o estacionamento do local, ele seguia aquele homem cegamente. Nossa... os ombros daquele homem eram imensos.

-Eu demoraria oito dias pra escalar essa montanha.

Wooyoung disse em voz alta, rindo do próprio comentário como se tivesse contado a piada mais engraçada de todos os tempo. Jung só se deu conta que pensou alto de mais quando a própria montanha parou de caminhar de repente e o olhou com uma sobrancelha arqueada.

-Perdão? - San o questionou, um pouso assustado com o comentário.

-Tá perdoado.

O CEO só foi capaz de rir, ele não imaginaria que um funcionário extremamente bêbado iria vomitar em seus sapatos favoritos e flertar na cara de pau. Aquele homem com certeza era uma peça rara.

-Qual seu nome?

-Wooyoung. Jung Wooyoung. - Wooyoung respondeu tentando encontrar equilíbrio em pé.

-Wooyoung, você está cambaleando de tão bêbado... Eu vou te levar pra sua casa, vamos.

Ele voltou a caminhar até o carro, e não era um carro qualquer, era O carro, que poderia muito bem comprar o apartamento de Wooyoung e tudo o que tinha dentro, e ainda sobraria dinheiro. Eles entraram e San ficou olhando para o funcionário.

-O que? Me achou bonito? - Wooyoung sorriu e bateu de leve do braço do CEO, mas se assustou com tantos músculos que sentiu ali. - Uau, que braço hein.

-Você é bem descarado, não tem vergonha não? - San dizia com um sorriso no rosto, parecia gostar da personalidade do mais novo. - Sim, te achei bem bonito, mas estou esperando que você me diga seu endereço.

-Sem nem um almoço antes?

-O que? Não, não.

San negava, um pouco envergonhado pelo mal entendido. Ele nunca cogitou fazer algo com o homem que mal conseguia andar de tão bêbado, de fato ele o achou bem atraente e engraçado, mas não faria nada além de deixá-lo em sua casa. Pelo menos não naquela noite e com Wooyoung naquele estado deplorável.

-Eu só vou te dar uma carona, acho perigoso te colocar em um táxi.

-Aham, sei.

-E então?

-Eu moro no segundo andar. - Wooyoung bocejou, fechando os olhos lentamente, mas abrindo assustado quando sentiu um peteleco em sua testa. - Ai! Ta maluco? Isso dói.

-Não durma. - San massageava o local que bateu, já tinha ficado vermelho a região. - Me diga como eu chego até lá.

-Geralmente eu vou de escada, o elevador quase nunca funciona naquele muquifo. - San suspirou alto, já perdendo a paciência.

-Sabe me guiar até lá?

-Bom, eu sempre vou pra casa de táxi, então não presto muita atenção no trajeto. - A confissão fez San o olhar com aquelas pequenos olhos arregalados.

-Como um ser humano não sabe ir pra própria casa? E pior, como você não presta atenção no caminho do motorista? - San desistiu de tentar argumentar ou descobrir o endereço de Wooyoung, então apenas decidiu levá-lo a um hotel próximo.

-Espera!

-Lembrou? - San parou o carro abruptamente.

-Não, mas eu vi você bebendo. Você não pode dirigir.

-Não, eu não bebi. Sabe, eu não tenho a tolerância muito forte, então eu pedi uma bebida sem álcool. Eu não bebo. - San esclareceu. - Eu tenho o costume de fingir estar bêbado, assim as pessoas não me enchem. Mas não se preocupe, estou em perfeito estado para dirigir. Diferente de alguém... - A última parte foi dita em um sussurro que Wooyoung não escutou.

-Nossa sua vida deve ser muito chata por não beber, não sabe o que tá perdendo.

-Acho que prefiro continuar sem beber do que vomitar em estranhos.

San riu da cara emburrada de Wooyoung e voltou a dirigir. Chegando no local, o CEO desceu do carro, ajudou seu funcionário a sair e foi até a recepção pedir um quarto, Choi já havia se prontificado em deixar a noite paga, para não dar dor de cabeça para Jung no dia seguinte. Os dois subiram e entraram no quarto com certa dificuldade, já que Wooyoung praticamente se arrastava pelo chão.

-Essa cama é mil vezes mais macia que a minha. - Wooyoung tirou suas roupas sem vergonha alguma e as largou no chão, ele se jogou na cama king size do quarto, se deliciando do conforto. San tentava ignorar o quão sexy seu funcionário ficava usando apenas uma cueca box. - Deita comigo. - Jung pediu com uma voz chorosa.

-Eu estou indo embora, mas já deixei tudo acertado na recepção.

-Nããããão! - O mais novo tentava fazer uma cara fofa, com a intenção de convencer o CEO a passar a noite com ele.

-Eu tenho que ir, se cuide.

-Me faça companhia, por favor. - Wooyoung rolava na cama, de um lado para o outro, até acabar caindo da mesma.

-Ei, cuidado. - San correu para ajudá-lo, mas Wooyoung apenas ria da situação.

-Olha o que vai acontecer se me deixar aqui sozinho. Epa! - O CEO o surpreendeu quando o pegou no colo e o colocou de volta na cama, sem esforço nenhum, era como se estivesse carregando uma pena.

-Você é bem extrovertido, mas garanto que vai se arrepender muito de tudo o que fez amanhã.

-Eu não sou do tipo tímido, sabe? A única coisa que vou me arrepender, é de não poder te dar hoje. - Jung o encarava com malícia, fazendo com que todos os pelos do corpo de Choi San se arrepiassem. - Porque não me fica e me fode com força?

-Boa noite... - O CEO apenas o olhou com um olhar indiferente e se afastou, ele sentia que precisava ir embora logo, antes que perdesse seu autocontrole. Mas não foi preciso muito esforço, já que Wooyoung tinha caído no sono.

Logo depois de dizer absurdos.

Assim que San fechou a porta, respirou fundo e fez seu caminho de volta para o carro. Ele definitivamente não esqueceria aquele homem, que foi capaz de fazer seu coração acelerar mesmo depois de toda a vergonha que passou. Certo, ele também tinha achado Jung Wooyoung muito bonito, não negaria, mas ia contra todos os seus princípios transar com alguém que não estava 100% consciente.

No dia seguinte, Wooyoung acordou com a cabeça latejando e o estômago embrulhado. Ele mal conseguia se lembrar dos eventos da noite anterior, apenas flashes de memórias que deixava tudo mais confuso ainda.

Sentado no chão do hotel, Wooyoung sentia dores pelo corpo e encarava suas roupas espalhadas pelo chão, sem entender o que havia acontecido.

-Ah... o que eu fiz? - Ele murmurava para si mesmo, esfregando as têmporas na tentativa de aliviar a dor que sentia.

Ele decidiu tomar um banho rápido antes de ir para casa, ele esperava que jogar uma água no corpo o ajudasse a clarear a mente, mas não deu muito certo. Ao se vestir, ele notou uma nota na cabeceira da cama, ele pegou com as mãos trêmulas, temendo o que leria a seguir.

 

"Wooyoung, espero que esteja se sentindo bem melhor pela manhã. Já deixei tudo acertado na recepção, apenas vá para casa e descanse. Por favor se cuide.

-S."

 

Que caralhos é S? Bom, em algum momento ele lembraria. Nem que precisasse reencontrar San para sua memória voltar.

Chapter Text

Quarta-feira.

Depois de Wooyoung acordar no sábado de manhã deitado no chão frio de um hotel caro e cheio de dores, ele se sentiu muito confuso, não fazia ideia de como tinha chegado até lá e o que aconteceu na noite anterior. Ele se esforçou para lembrar, mas só tinha vagos flashes de um homem o ajudando.

Wooyoung ficou se perguntando o que teria acontecido, e se tinha feito algo com algum desconhecido, mas ele achava que não, já que apesar de acordar usando apenas cueca e com dores no corpo, Jung não sentia nenhum outro incômodo em um lugar específico. Talvez ele tenha apenas sonhado com um cara bonito o levando para um hotel.

Mas... quem teria deixado aquele recado? Eram muitas perguntas, e ele não era capaz de responder nenhuma delas.

-Wooyoung, cheque seu e-mail, preciso que você trabalhe no projeto de divulgação do novo quadrinho do Senhor Lim.

Seu supervisou disse antes de sair para uma reunião. Wooyoung iria realmente fazer aquilo -sério, ele ia- mas então seus colegas chegaram, e bom... Não teria problema deixar para depois.

-Woo? Vamos almoçar? - Seonghwa deu batidinhas em sua mesa, o trazendo para realidade.

-Vou só conferir meu e-mail, depois encontro vocês, podem ir na frente. - Ele disse para o amigo e para Kang Yeosang, que fazia parte da equipe de designer da editora.

-Se vier agora, eu pago o almoço de todos.

Após escutar aquilo, Wooyoung levantou com um pulo e seguiu os outros dois até um restaurante que tinha perto da empresa. Seonghwa sabia muito bem como persuadir o amigo, e vice versa. O almoço foi tranquilo, a muito tempo Jung não almoçava com o Park, já que o diretor -cujo Seonghwa era assistente particular- sempre prendia o mais velho na editora por mais tempo, então aquela tarde foi realmente muito relaxante.

-Sério, não sei como você suporta aquele patife. - Wooyoung disse pra Seonghwa quando Yeosang terminou de contar o que aconteceu com ele. Aparentemente, o diretor Kim havia gritado com o Kang por não ter aprovado o último trabalho do mesmo. Yeosang parecia super triste contando sobre o ocorrido.

-Olha, eu achei que as coisas iam melhorar, mas parece que não muda. - Seonghwa comentou com uma expressão sofrida.

-Melhorar? Aquele ali? Esquece. - Jung revirava os olhos. Todos na empresa conheciam o Kim por ser um pé no saco, então era difícil pensar em uma melhora em seu comportamento.

-Por que você diz que achou isso? - Yeosang perguntou curioso.

-Ah, ele parecia simpático na confraternização de semana passada, não é? Achei que tinha significado uma mudança.

-Talvez tenha bebido muito, então ficou mais sociável. - Yeosang sugeriu.

-Pode ser. Eu por exemplo, nem me lembro daquela noite. Mas... - Wooyoung confessou, mas interrompeu sua frase no meio do caminho, ele parecia incerto se continuava ou não. Como ele diria aos amigos que acordou quase completamente nu e jogado no chão de um hotel?

-Mas o que? - O mais velho perguntou curioso com a reação tímida do amigo.

-Não contem para ninguém! - Jung se aproximou dos dois e começou a sussurrar. - Eu acordei no dia seguinte em um quarto de hotel sem roupa e com o corpo doendo. Mas não tinha ninguém comigo, e antes que pensem besteira, eu estava sozinho. Só não me lembro de como fui parar lá.

-Olha o que a bebida faz. - Yeosang tirou sarro do colega.

-Mas é verdade, a bebida transforma mesmo. Deve ser isso que aconteceu com o senhor Kim.

-Vamos embebeda-lo todos os dias então, quem sabe ele fica menos insuportável. - Wooyoung declarou como se tivesse tido a melhor ideia do mundo. E em sua cabeça, realmente era.

A tarde foi calma e divertida, eles conversaram e reclamaram mais um pouco. Aquele almoço foi como uma sessão terapêutica para os três, fazia bem ter pessoas com quem passar o tempo.

 

Segunda-feira.

Mais de uma semana havia passado desde a confraternização, e desde então Wooyoung tinha sonhos eróticos com um homem misterioso, e com uma frequência um tanto preocupante. Era um homem mais alto que ele, de ombros altos e pele bronzeada. Quando acordava, Jung nunca conseguia se lembrar do rosto do homem com clareza, mas tinha a impressão de que era um belo rosto.

Depois de terminar alguns afazeres e ouvir algumas reclamações do coordenador sobre a demora para entregar o projeto da semana passada, Wooyoung finalmente conseguiu sair para almoçar. Ele tinha planos de ir a um restaurante do shopping que gostava muito, então teria que pedir um uber para chegar até o local.

No meio do caminho, Wooyoung se distraiu com seu celular e acabou não vendo uma pessoa parada na saída da empresa, esbarrando na mesma.

-Aí nossa! Sinto muito, eu não te vi. - Wooyoung se desculpou e se abaixou para pegar o celular que havia caído no chão. Quando levantou a cabeça para ver em quem esbarrou, tomou um grande susto.

Era um homem muito, muito bonito. Olhos pequenos e um sorriso que os deixavam menores ainda. A covinha era um charme único, que fez o coração de Jung errar as batidas.

-A quanto tempo, Wooyoung. Passou a noite bem? - A voz rouca penetrou os ouvidos do mais baixo, enviando arrepios por todo o corpo. Aquela voz era muito familiar.

-Han? Desculpe, mas quem é você? - O homem pareceu ficar decepcionado quando notou que Wooyoung não se lembrava.

-Nossa, assim você fere os meus sentimentos. - O homem colocou a mão no peito e fechou os olhos, com uma expressão de sofrimento exagerada. - Me chamo Choi San.

O CEO. Aquele era o CEO. Sim, Wooyoung se lembrou de vê-lo de relance no dia da confraternização e achá-lo extremamente atraente. Como ele foi capaz de esquecer um homem daqueles? E pior, tratá-lo tão informalmente.

-Ah! Mil perdão. - Ele se curvava repetidas vezes.

-Isso me trouxe lembranças. - San riu de suas desculpas. - Olha, fiquei bem chateado por não me reconhecer, confesso. Achei que não me esqueceria tão fácil depois de quase implorar para passar a noite comigo.

Wooyoung demorou um tempo para processar o que o outro havia dito, mas quando o fez, uma enxurrada de memórias passou por sua mente de uma vez. Ah, ele se lembrava agora... Wooyoung havia vomitado em seu chefe, o feito de motorista e ainda tinha dado em cima dele descaradamente.

E como se não fosse o suficiente, ele percebeu que o homem em sua frente era o mesmo homem que invadia seus sonhos e o fazia acordar suado no meio da noite.

Mas aquilo não era mais um sonho, era um pesadelo. E que Wooyoung faria? Ele podia ser demitido. O CEO o olhava com um sorriso divertido, enquanto o funcionário sentia suas pernas perderem a força.

-Senhor Choi. - Kim Hongjoong, o diretor executivo apareceu de repente e cumprimentou o CEO com uma reverência. Seonghwa estava logo atrás, e fez o mesmo que o senhor Kim.

-Olá, já está pronto? Podemos ir? - San desviou o olhar de Wooyoung e direcionou sua atenção ao diretor.

-Sim, senhor. Meu assistente irá junto, para poder me ajudar com os documentos que estão em pdf.

-Pdf? Não entendo essas coisas digitais, como é possível alguém assinar um documento no celular? - O CEO Choi San e o diretor Kim reviraram os olhos, eles pareciam ter aversão ao pdf, o que fez Wooyoung e Seonghwa se esforçarem muito para não rir apesar da apreensão que os dois sentiam na presença do CEO. - Mas tudo bem, ele pode vir nos auxiliar, porque eu não entendo nada.

-Certo, então vamos. - Hongjoong concordou, já saindo do prédio.

-E o senhor? Estava indo almoçar também? - San perguntou a Wooyoung.

-Eu? Bom, na verdade sim.

-Então ótimo, nos acompanhe.

Todos pareciam confusos com o convite, Wooyoung principalmente, mas concordaram. Ninguém seria louco de questionar uma decisão do CEO, nem mesmo Hongjoong. Wooyoung não sabia como negar aquele contive/comando, então desistiu de seu almoço no shopping e os seguiu até o lugar que iriam.

Chegando no restaurante, os quatro se sentaram em uma mesa afastada e já fizeram o pedido, Choi San e Kim Hongjoong começaram a falar de negócios mesmo antes de chegarem ao local, deixando os outros dois um pouco desconfortáveis e sem saber como agir. Enquanto Hongjoong e San falavam sobre trabalho, Seonghwa discretamente pegou seu celular para mandar uma mensagem para o amigo.

"o que você ta fazendo aqui?"

"ele me convidou você não escutou não? e você desde quando participa de reunião com o diretor e o ceo?" - Jung digitou rapidamente.

"pdf, não escutou não? - Wooyoung revira os olhos ao ler a resposta do amigo. - "você conhece o ceo de algum lugar? antes de chegarmos vocês pareciam estar conversando sobre algo..."

Aquilo pareceu deixar Wooyoung envergonhado, ele ficou desconcertado do mesmo jeito que estava quando conversava com o CEO; ele não sabia o que pensar, ainda estava remoendo as memórias da noite da confraternização, memórias que ele particularmente gostaria de ter esquecido de vez.

"longa história" - Sua explicação se limitou a isso, Jung não seria capaz de contar toda a vergonha que passou. - "o que fez fim de semana?" - Ele enviou, como uma tentativa de mudar o foco das mensagens.

"longa história" - Antes que Wooyoung enviasse mais alguma coisa, o pedido chegou e todos direcionaram sua atenção para a comida.

-Está do seu agrado Wooyoung? - San perguntou quando notou o mais novo desconfortável durante a refeição.

-Ah, sim. Eu gostei bastante. - O funcionário não sabia como agir na presença do CEO, estava um pouco aliviado pelo fato do superior não ter demonstrado irritação com ele, mas isso não o impedia de permanecer nervoso.

-Estou te achando desanimado, algo aconteceu?

Sim, aconteceu. Como San esperava que Wooyoung se comportasse normalmente em sua presença logo após tudo o que aconteceu? Era óbvio que o funcionário estaria envergonhado. Wooyoung não sabia o que era pior: ter esquecido de algo tão humilhante ou ter se lembrado.

-Não, não senhor. Está tudo bem. - O rosto de Wooyoung foi ficando vermelho em uma velocidade muito rápida.

-Não está envergonhado, está? - San perguntou com um sorriso que Seonghwa não soube identificar. - Não achei que você fosse tímido.

Claro. Ele se lembrou de dizer algo sobre não ser do tipo tímido. Maldito Choi San, porque tinha que ter uma memória tão boa? E porque insistir em lembrá-lo da situação vergonhosa de sexta?

-E-eu...

Wooyoung estava em pânico, era visível, e San parecia gostar da situação. Então algo inusitado ocorreu naquele momento, ninguém nunca diria que um dia iria presenciar Hongjoong ajudando alguém em uma situação constrangedora, mas foi exatamente isso o que aconteceu, o diretor notou o desconforto de Jung e tentou desviar o foco.

-Seonghwa, por gentileza, nos ajude. Eu não consigo localizar o rascunho da sinopse que o senhor Yang me mandou semana passada. - Hongjoong olhava confuso para o seu notebook, não entendendo muito bem como funcionava os arquivos. Talvez ele não tenha mudado de assunto propositalmente para salvar Wooyoung, é bem possível que ele estivesse apenas confuso. Aquilo fazia mais sentido.

-Com licença. - Seonghwa aproximou a cadeira para poder ajudar o diretor. - Aqui.

Depois daquilo, eles voltaram a comer e conversar sobre alguns contratos pendentes, Wooyoung nunca agradeceu tanto o diretor Kim por ser burro e não saber usar um computador, com isso, o foco de San mudou completamente. Mas a distração não durou muito.

-Quer uma sobremesa? - O senhor Choi perguntou ao rapaz do marketing.

-Não, agradeço.

-Peça o que quiser. Desta vez vou atender seus pedidos. - Os outros dois estavam alheios a conversa, Wooyoung novamente agradeceu ao fato do diretor Kim ser um leigo e precisar de Seonghwa para ensiná-lo a abrir os arquivos em pdf.

-N-Não será necessário, obrigado.

O almoço no geral foi muito estranho: San dizia coisas sem sentido algum, o que sempre deixava Wooyoung sem saber o que responder; Seonghwa também parecia desconfortável, não sabia como se portar ao lado de Hongjoong; O próprio diretor, tentava ao máximo ignorar seu assistente, apenas o chamava para ajudá-lo com os documentos digitais -algo que realmente parecia ser uma grande dificuldade para ele-, mas aquilo não impressionou Wooyoung, Hongjoong era um verdadeiro babaca, ignorar seu funcionário era algo educado vindo dele. De todos presentes, San era o único que aparentava estar 100% confortável.

Depois que a reunião acabou e eles já haviam terminado de comer, Choi San se despediu e foi embora, dizendo que teria uma reunião fora da cidade e voltaria para a empresa mais tarde. Os outros três voltaram para a editora, Wooyoung se despediu de Seonghwa e Hongjoong e foi para o seu próprio setor.

Quando Jung sentou em sua mesa, recebeu uma mensagem de um número até então desconhecido.

"Olá Wooyoung, gostei muito de sua companhia hoje no almoço" - Wooyoung abriu a mensagem e viu que não tinha foto de perfil, mas a mensagem seguinte parecia ler seus pensamentos. - "Por favor, salve meu contato como MQLODPSE. Depois disso você consegue ver minha foto, e eu a sua. ;)"

"Quem é você? E que isso significa?" - Por mais que suspeitasse de quem fosse a mensagem, ele torcia para ser apenas loucura de sua cabeça. Afinal, Wooyoung não havia passado seu telefone para San, nem hoje e nem sexta. Mas não era muito bom confiar em sua memória, ela já o traiu algumas vezes.

"Montanha que leva oito dias para ser escalada" - A resposta ousada confirmou suas suspeitas e fez com que todo o rosto de Wooyoung se avermelhasse. Ele olhou ao redor para confirmar se ninguém havia o visto ficar corado para o celular, e agradeceu que metade do pessoal do marketing ainda estava em horário de almoço.
- "Eu espero que não se importe, mas tenho acesso aos dados pessoais de todo mundo da empresa. Então tomei a liberdade de pegar seu número de telefone."

"Isso não é um pouco antiético?"

"Vomitar no chefe e flertar logo em seguida não é um pouco antiético?"

Chapter Text

Terça-feira.

"Bom dia Wooyo, como está? Será que posso te chamar assim?"

 

Quarta-feira.

"Nossa, acho que nunca fui ignorado antes."

"Você está deixando as coisas mais interessantes. Eu gosto de desafios, Wooyo :D"

 

Quinta-feira.

"Você é engraçado, sabia?"

"Me ignorando desse jeito..."

"Haha nem parece que me pediu pra te foder com força"

 

Sexta-feira.

"Wooyoung, está na empresa ainda? Vamos sair."

"Estou indo para o seu setor."

 

Céus... Aquele homem estava deixando Wooyoung maluco. Todos os dias, sem falta, recebia uma mensagem de San, mas não tinha coragem o suficiente de responder, e também não tinha coragem de bloquear, então apenas esperava que o CEO desistisse, mas isso não aconteceu.

Por mais estranho que pudesse parecer, ele não estava incomodado com as mensagens, pelo contrário, sentia uma queimação em sua pele sempre que o senhor Choi lhe escrevia. Mas tinha medo de se envolver com alguém da empresa -o CEO ainda por cima-, sem falar da vergonha que o corroía de dentro para fora toda vez que lembrava da confraternização. Wooyoung sempre ficava tentado a responder algo à altura, mas tinha medo de ser uma pegadinha e acabar sendo demitido.

Sua mente estava sempre montando armadilhas para ele mesmo. Pregando peças.

A última mensagem fez Wooyoung entrar em pânico e responder para San pela primeira vez, ele disse que tinha planos com um amigo que terminou o relacionamento recentemente. Jung se escondeu no banheiro do corredor com medo de encontrar com San, e desesperado, ele ligou para o amigo, querendo deixar sua desculpa pronta caso esbarrasse com o CEO.

-Sextou meu filho, bora sair. Programação: barzinho, depois um after, voltamos pra casa só às 7:00 e sábado de noite a gente bebe mais. - Seonghwa riu da animação do amigo.

-Ou, a gente pode ficar de molho na minha casa o fim de semana todo. - A voz de Seongwa era abafada, mas Jung escutou um murmurar do outro lado da linha, entretanto, não foi capaz de compreender o que era.

-Ah, não. Vamos sair! - Um tempo se passou e Seonghwa não dizia nada. - Tá aí? Tô falando com você manezão.

-Desculpa Woo, lembrei que vou estar ocupado. Vamos deixar para outro dia, que tal?

-Ocupado? Meu filho, você não faz nada, tem nem vida social, vai estar ocupado fazendo o que? - O amigo suspirava do outro lado da linha. - Você não está me dispensando pra poder ficar em casa ouvindo Taylor Swift, né?

-Eu tenho um compromisso, prometo que podemos fazer algo semana que vem.

-Hwaaa, por favor! Eu preciso de uma desculpa, quebra essa pra mim.

-Do que você tá falando? - Aquilo chamou a atenção de Seonghwa.

-Então... meio que tem um maluco no meu pé querendo sair comigo, e eu falei que estaria super ocupado esse fim de semana porque meu amigo tinha terminado o namoro e-

-Espera aí, você quer dizer que só me chamou pra sair porque precisava inventar alguma desculpa pra dispensar macho? Eu esperava mais de você. - A indignação estava presente na voz de Park.

-Ah, qual é, você precisa sair um pouquinho também né, estou só te fazendo um favor. - Wooyoung dizia na maior cara de pau. - Hwa, você precisa respirar novos ares, não faz bem só trabalhar o tempo todo, sabia? O contato em excesso com o encosto que chamamos de diretor Kim vai te deixar doente.

-Não diga isso dele, o senhor Kim não é ruim assim. Ele está mudando... - O assistente parecia nervoso ao telefone.

-Ué, mas você reclama dele o tempo todo.

Por mais que Seonghwa tenha de repente parado de fazer reclamações sobre o diretor, Wooyoung ainda se lembrava das vezes que Seonghwa ligava chorando dizendo como era estressante trabalhar com Hongjoong. Jung não sabe como Park aguentou 5 anos ao lado daquele carrasco.

-Vou desligar, se vira aí com seu sasaeng. - Seonghwa desligou na cara do amigo, sem esperar por uma resposta.

Wooyoung respirou fundo e saiu do banheiro, encontrando o editor-chefe Jeong Yunho no corredor, indo em direção ao elevador.

-Ah, oi Wooyoung, que surpresa te encontrar aqui esse horário.

-Oi senhor Jeong, boa noite. - Wooyoung respondeu com um sorriso. - Daqui a pouco vou embora, e o senhor?

-Estou indo deixar uns papéis com Hongjoong e depois vou para casa também.

-O diretor-executivo? - Jung perguntou com um sorriso no rosto, animado e já arquitetando um plano na cabeça. - Que ótimo, já que você está a caminho, será que poderia entregar um recado ao assistente do senhor Kim?

-Bom... sim. Pode falar

-Diga a Park Seonghwa para irmos a um Happy Hour agora. Venha também Yunho, vai ser divertido.

-Olha, não sei não viu. Minha esposa está me esperando em casa, eu queria voltar logo. - Ele coçava a cabeça, um pouco sem graça.

-Uma horinha não mata ninguém, vamos lá. - Ele deu um leve tapa no braço de Yunho. - Sério, eu preciso sair hoje.

-Ok, eu penso sobre isso. - O editor respondeu a contragosto. - Mas não prometo nada.

-Ótimo! Muito obrigada!

Yunho entrou no elevador e Wooyoung voltou para sua mesa. Ele era o único da equipe do marketing que não foi embora, estava tudo apagado e quase todos da empresa já tinham ido embora. Wooyoung se surpreendeu quando uns minutos depois recebeu uma mensagem de Seonghwa confirmando que sairiam e que levaria um amigo junto. Perfeito, Jung Wooyoung era ótimo persuadindo as pessoas.

Ele pegou suas coisas e correu para o elevador, vendo no painel que a cabine descia de andar em andar. Quando as portas finalmente se abriram, ele gelou antes mesmo de entrar. Não apenas Seonghwa estava lá, mas o diretor e o CEO também. Se fosse só aqueles dois, Wooyoung não se importaria, mas Choi San, o homem que tanto tentou evitar, estava diante de si.

-Wooyoung, não vai entrar? - San perguntou.

-Ah... sim. - Ele entrou no elevador e apertou o botão "térreo".

-Então, eu chamei o senhor Kim para ir conosco hoje. Espero que não tenha problema. - Park se prenunciou assim que o elevador começou a descer

-O que? - Jung arregalou os olhos e olhou para o amigo como se ele fosse doido. Que diabos, o que fariam os três em um happy hour? Hongjoong estragaria tudo.

-Ah, vocês vão sair hoje à noite? - San perguntou olhando para Wooyoung, que nada respondeu. Ele tinha medo de dizer algo e ser pego na mentira.

-Vamos. O senhor tem compromisso hoje? Junte-se a nós. - Quem respondeu foi Hongjoong. Ótimo... além de estragar a noite, esse baixinho se sentia no direito de convidar outras pessoas. Wooyoung se manteve calado, mas o xingou muito mentalmente. Ah, todo mundo sabe que convidado não convida.

-Eu iria amar. Não atrapalho, certo? - San novamente perguntou para Wooyoung, que novamente não foi capaz de dizer uma palavra.

-Claro que não. Não é mesmo, Wooyoung? - Hongjoong disse. Se já estava ruim, agora havia piorado. - O CEO está falando com você. Responda.

-É.. - As palavras fugiam, era como se a mente de Jung estivesse nublada.

-Que cara é essa senhor Jung? Parece nervoso. - O diretor disse ao notar o  incomodo de Wooyoung. Mas Hongjoong parecia estar se divertindo em ver o outro nervoso, ele sorria cínico e intercalava o olhar entre o CEO e o Jung, o que causou certo desconforto no funcionário. Será que ele sabe de algo? Não, Kim Hongjoong não tem amigos, então San não teria lhe contado nada... certo?

-Nada... senhor. Eu só, eu não sei. - Ele gaguejava e suava frio. A ideia do diretor saber de sua falta de profissionalismo o deixava mais nervoso do que já estava.

-Wooyoung? Está se sentindo bem? - San perguntou colocando a mão no ombro do funcionário, o que só piorou tudo. Wooyoung sentiu como se tivesse tomado um choque.

-E-eu... não estou muito legal, vou para casa.

As portas se abriram na exata na hora que Wooyoung terminou a frase, e então, ele foi correndo para a saída do prédio. Correndo, literalmente. Ele correu depressa, como se estivesse em uma maratona.

Wooyoung não sabia para onde estava correndo, ele só sabia que precisava sair dali o mais rápido possível. Quando chegou na calçada em frente da editora, tirou o celular do bolso e digitou seu endereço freneticamente.

-Agora lembra onde mora? - Uma voz grossa disse no pé de seu ouvido, o fazendo pular para trás assustado, quase derrubando o telefone.

-Quer me matar do coração é? - Wooyoung colocou uma mão no peito, ainda tentando se recuperar do susto.

-Jamais. Mas então, por que saiu correndo?

-Por que? Por sua causa, seu cretino! Você está me perseguindo a dias, me mandando mensagens ousadas me fazendo sentir coisas no meio do trabalho. Pelo amor... - Depois de dizer tudo aquilo, Wooyoung pareceu se dar conta de estar falando como o CEO. - Eu sinto muito, não foi o que quis dizer. - Sua sorte foi que San apenas riu.

-Então eu te deixo animado no serviço? - Lentamente, San foi se aproximando.

-Desculpe senhor Choi, acabei falando demais.

-Prefiro você assim, falando besteira ao invés de ficar me ignorando. - Os dedos de San pousaram nos lábios de Wooyoung. - Gosto dessa boca ousada.

Ali, no meio na rua, sem se importar se seriam vistos ou não, San se aproximou e deixou um leve selar em seu funcionário. Nada mais que isso. Wooyoung se inclinou um pouco mais depois que San se afastou, ele procurava por mais que um breve encontro de lábios. San sorriu com o ato involuntário de Wooyoung, sentindo uma sensação de vitória ao ver a reação causada.

Quando Jung notou o que havia acontecido, ele se assuntou e se afastou bruscamente, pegou seu telefone para chamar por um motorista, mas foi impedido pelo Choi.

-Eu te levo, vamos. - San agarrou a mão de seu funcionário e o arrastou até o elevador novamente. Wooyoung o seguiu contra sua vontade, fazendo vários protestos no caminho.

-Pra onde está me levando? - Wooyoung perguntou pela milésima vez desde que entraram no carro.

-Sua casa, oras.

-E como sabe onde eu moro? - Jung cogitou a ideia de que o homem a sua frente fosse um verdadeiro stalker. Aquilo o assustou um pouco.

-Não, estou esperando você me dizer. - Aquilo envergonhou Wooyoung um pouco, ele apenas resmungou seu endereço e foi o caminho inteiro em silêncio. - A madame está entregue.

-Sabe que não precisava ter feito isso, não é?

-Sei. Mas eu quis. - San novamente tocou nos lábios de Wooyoung. - Pense sobre nosso encontro e me diga depois.

-Não.

-Não?

San parecia atônico com a resposta, como se não estivesse esperando por aquilo. E ele realmente não estava, Choi San estava acostumado com as pessoas fazendo todas suas vontades, e ele achava que teria Wooyoung em seus braços pelo modo que o funcionário agiu outra noite. Mas as coisas não estavam indo como o CEO imaginou.

-É, não. Talvez o senhor nunca tenha ouvido essa palavra antes, mas minha resposta é não.

-E eu poderia saber o motivo?

-Eu prezo pelo meu emprego, gosto muito de trabalhar na empresa. Não quero ter nenhum envolvimento no trabalho, então por favor, entenda isso.

-Preza mesmo? Então porque seu chefe vive reclamando de você? - Aquilo fez Wooyoung corar, ele não sabia como sair daquela situação -nem sabia que havia reclamações que chegavam até o CEO-.

-Eu me atraso de vez em quando, e daí? Mas isso não significa que eu não seja dedicado ao que faço. O senhor está falando coisa que não sabe, você não vê o cotidiano dos funcionários...

-Ano passado o senhor Song ganhou um aumento. O senhor Kang passou a ser responsável pela maioria das capas. Fechamos negócio com um dos maiores escritores de webtons do momento. Sei de tudo isso, afinal, sou eu que cuido dessa maldita editora. - Wooyoung se calou imediatamente. - Sei também sobre o recorde de vendas que tivemos, sei sobre as promoções que são feitas, sobre os escritores problemáticos... Eu sei o que acontece na empresa. Então como seu superior, te aconselho a ter um pouco mais de responsabilidade também, até porque eu escuto sobre o empenho e as reclamações a respeito de todos os meus funcionários. Você está incluso, sabia?

-Ah... eu...

-Adoro quando fica sem palavras. - A seriedade na voz de San passou rápido, ele voltou a se divertir muito com tudo aquilo, e não se esforçava para esconder.

-Enfim... minha resposta continua sendo não. É extremamente antiético e eu não quero colocar meu emprego em jogo. Com licença. - Wooyoung saiu do carro como uma raio e entrou em seu apartamento. Ele se jogou na cama e ficou olhando para o teto, relembrando tudo o que foi dito.

Certo... Tudo aquilo não passava de um simples sonho, não é? Era um teste, só podia ser. Por que o CEO gostosão estaria interessado em Wooyoung? Talvez fosse um teste para saber se ele levava seu trabalho a sério.

Sim, um teste bobo, que por mais tentador... Não, aquilo não era tentador, era? Ah, Wooyoung estava tão confuso.

"vamos sair, mas só a gente, não chame ninguém!!!!!!!!"

Ele precisava sair para beber, mas Seonghwa não respondeu sua mensagem.

Seonghwa não o respondeu no sábado também.

Nem no domingo.

Jung se perguntava o que aquele nerd tanto fazia que não pôde ver as mensagens de um amigo desesperado. No fim, Wooyoung passou o fim de semana inteiro trancado em seu quarto, pensando em mil coisas. Mas sua mente sempre terminava pensando em somente uma pessoa.

Choi San.

Chapter 4: 4

Notes:

tá ok, eu demorei, confesso.

Chapter Text

Segunda-feira.

Wooyoung precisava conversar com Seonghwa. Recentemente ele descobriu muitas fofocas na empresa e precisava atualizá-lo de tudo, mas o mais importante: Ele precisava que o amigo o distraísse um pouco, já que seus pensamentos estavam impregnados por um certo alguém.

-Seu porra, eu te mandei mensagem o fim de semana todo, morreu é? - Wooyoung parou Seonghwa meio do corredor assim que o viu.

-Desculpa, eu estava ocupado. Mas conversamos na hora do almoço, pode ser?

-Ah, vamos pra cafeteria vai. Por algum milagre divino cheguei cedo hoje, então tenho uns 10 minutos de sobra, imagino que você também. - Seonghwa suspirou fundo, e o deixou ser guiado até a cafeteria.

-O que é tão urgente?

-Fofoca. - Wooyoung sorriu enquanto adoçava seu café. Seonghwa revirou os olhos antes de reclamar.

-Você só sabe falar da vida dos outros, né? Achei que fosse me explicar aquela atitude super normal de sexta-feira. - O mais velho levantou a sobrancelha, vendo o amigo desviar o olhar.

Não, estava fora de cogitação contar a Seonghwa sobre o dia da confraternização. O mais velho com certeza iria chamar a atenção de Wooyoung pelo modo que agiu com San enquanto estava embriagado. Ele também não contaria que sonhou com San e que estava se segurando horrores para não cometer um erro e cair nos braços fortes do CEO.

Wooyoung não diria nada disso, ele apenas mudaria de assunto.

-Não é nada. O assunto agora não sou eu, é o Yeosang... - Wooyoung sussurrou a última parte, temendo que alguém ouvisse.

-Quem o fez chorar dessa vez? - Seonghwa questionou, já deduzindo o assunto da conversa.

-Ninguém. Mas o fizeram gemer.

-O que? - A revelação foi um tanto chocante, Seongwha não esperava escutar aquilo. Na realidade, ele não queria escutar aquilo, mas o mais novo estava doido para contar.

-Fontes confiáveis me disseram que Yeosang e o estagiário Choi foram vistos aos amassos no armário do zelador do prédio. Dá pra acreditar? Na empresa... que horror.

-Wooyoung, quando você morrer, vamos precisar de dois caixões. - Seonghwa dizia já cansado das fofocas do amigo. - Um pro corpo e outro pra língua. Céus, como você é fofoqueiro ...

-Eu não sou fofoqueiro, eu apenas digo a verdade. - Ele deu de ombros, nem um pouco afetado pelo comentário. - Mas você não acha isso horrível? Na empresa, onde qualquer um pode ver. - Wooyoung notou o amigo ficar estranho de repente, mas julgou que ele estivesse apenas envergonhado por saber detalhes tão íntimos sobre a vida amorosa de outra pessoa.

-É... pois é.

-Sério. Muito antiético se envolver com um colega de trabalho. Eu não acho que teria coragem de algo assim, sabe?

Mas ele queria. Wooyoung queria muito ter a coragem de experimentar uma aventura daquelas e deixar as coisas acontecerem, mas no fundo ele tinha medo do que poderia acontecer, então ele optava por ficar em negação, quem sabe assim o desejo não desaparece.

Mas uma coisa é fato: O medo o impedia de viver seus desejos mais profundos.

-Você acha mesmo? - Seonghwa perguntou curioso.

-Acho. - Wooyoung deu de ombros, tentando não pensar muito sobre a vontade que sentia por ser antiético.

-O que é mais antiético? Se envolver com alguém do trabalho ou se envolver com alguém no trabalho?

-Ah, os dois né? - Wooyoung bebericava seu café, enquanto Seonghwa nem mesmo tocava no seu.

-Você não faria isso? Tipo... se envolver com alguém do trabalho, sei lá, um superior talvez? - Park continuava fazendo perguntas estranhas, o que deixou Wooyoung em alerta. Será que o amigo ficou sabendo de algo? Será que ele os viu conversando aquele dia?

-O que quer dizer? Alguém te falou alguma coisa?

-Han? Sobre o que? - A confusão de Seonghwa denunciou que ele não sabia de nada.

-Nada, nada. - Wooyoung balançava a cabeça repetidas vezes, como se quisesse espantar algum pensamento intrusivo. E ele queria. - Não. Eu não posso fazer isso, já falei que é antiético. Eu não vou fazer nada, por mais que... Não, não. Eu amo meu emprego, então não.

Wooyoung havia levado aquele questionamento muito a sério, ele ficou distante de repente, olhando para o copo de café já vazio. Jung parecia estar travando uma batalha interna. Aquela conversa o fez imaginar como seria beijar San no meio do trabalho e o quão bom aquilo seria, mas também o quão errado.

-Ai que saco, eu deveria começar a pensar mais antes de falar. - Wooyoung continuava falando sozinho, perdido em seus próprios dilemas que só ele entendia.

-Só chegou a essa conclusão agora? Meio tarde. - O amigo tirou sarro.

-Engraçadinho. Mas e você? Se envolveria com alguém do trabalho? - Como sempre, Jung mudou de assunto. Ele gostava de fazer isso, assim não era obrigado a pensar em coisas que ele evitava fortemente.

-Olha... nunca se sabe né? - Seonghwa desviou o olhar.

-O que??? - Wooyoung deixou escapar um grito. - Tá interessado em alguém da empresa?

-Eu não disse isso. Pare de colocar palavras na minha boca.

-Quem pode ser? - Wooyoung falava mais para si do que para Seonghwa.

-Eu disse que não é ninguém! - Um leve desespero passou por todo o corpo do mais velho.

-Não pode ser o editor-chefe porque ele é casado e você é muito certinho pra isso. Não pode ser o gerente Song também, ele não faz seu tipo, você não gosta de caras mais altos que você. - Wooyoung ignorou Seonghwa completamente e continuou falando. - Alguém mais baixo... Espera aí.... EU? - Um grito. Wooyoung gritou na cafeteria, de modo que chamou atenção de todos que estavam presentes.

-Fale baixo, pelo amor. Você é tão escandaloso. - Seonghwa suplicava para o amigo calar a boca. - E não, não é você.

-Bom, mais baixo que você... - Wooyoung pareceu penar por um momento, mas logo seu rosto se iluminou e ele soltou uma risada. - Ha! Só sobrou o cuzão do diretor Kim.

-O cuzão do diretor poderia te demitir garoto, sabia disso?

Como se tivesse sido invocado, Kim Hongjoong apareceu atrás de Wooyoung, fazendo todo o corpo de Jung se arrepiar e fazê-lo temer pela vida.

Aquilo estava se transformando em um espetáculo. Todos os funcionários que estavam na cafeteria pararam para observar o que estava acontecendo. Naquela empresa, duas coisas são muito comuns: Relacionamento entre funcionários e fofoqueiros de plantão.

-Eu já percebi que você gosta de falar pelas costas dos outros. Talvez sua vida esteja muito entediante pra precisar enfiar o nariz o tempo todo onde não foi chamado. Talvez seja falta de sexo, não acha?

De primeira, Wooyoung não havia entendido o comentário, mas então se lembrou que um dia estava falando com Seonghwa sobre Hongjoong ser rabugento por falta de sexo. Mas... ele nem estava perto naquele dia, como teria ouvido algo assim?

-Cuzão. Tsc. - Hongjoong repetiu, com a voz carregada de ódio.

-Não! Não, senhor. O senhor me entendeu errado. - Wooyoung levantou da cadeira em um pulo, ele balançava as mãos no ar com certo desespero. - Bonzão, eu quis dizer bonzão. É! Foi isso.

A expressão facial de Wooyoung entregava que ele tinha achado a desculpa genial, mas ele parecia o único achando que aquilo tinha funcionado. Todos da cafeteria riam discretamente da cena e cochichavam entre si.

-Minha sala. - Hongjoong disse e se virou, esperando que Wooyoung o seguisse, e assim ele o fez. Jung podia ouvir passos atrás de si, e imaginou que fosse seu amigo Seonghwa os seguindo.

Wooyoung sentiu como se estivesse caminhando para sua execução, e quando a porta da sala do diretor se fechou com somente os dois lá dentro, Jung passou a pensar que aquilo realmente era sua execução. Os gritos começaram logo em seguida, Hongjoong o xingava de tudo o que era possível.

-Eu nunca vi um funcionário tão irresponsável como você. Sabe quantas vezes eu já recebi reclamações suas do seu coordenador? Mais do que eu consigo contar. Atrasos, horário de almoço prolongado, conversas paralelas durante o expediente...

Hongjoong citava todas as reclamações que já ouviu a respeito de Wooyoung. E era tudo verdade, Wooyoung não era muito aplicado, mas sempre se safou por ser muito bom no que fazia. O Marketing nasceu para Wooyoung, e não o oposto. Aquele homem sabia muito bem como persuadir pessoas, então persuadir os leitores a comprarem os livros da editora era fácil para ele.
Mas aparentemente, o dia do julgamento final chegou mais cedo para Jung Wooyoung, e para piorar, seu futuro naquela empresa estava nas mãos de Kim Hongjoong.

As ofensas continuaram sem pausa, e Wooyoung estava tão nervoso, que só foi capaz de ouvir tudo em completo silêncio, até a porta se abrir.

-Seonghwa, saia. - A voz de Hongjoong era dura, fazendo Park vacilar por um momento.

-O gerente Song do financeiro mandou um e-mail importante, algo sobre vendas despencando. O senhor precisa ver imediatamente. - Seonghwa também estava nervoso, dava para notar em seu tom de voz.

Mas aquilo pareceu prender a atenção de Hongjoong que arregalou os olhos e tirou o celular do bolso com certa pressa. Seu cenho franziu por um momento, e Wooyoung não foi capaz de decifrar as expressões do diretor.

-Wooyoung, saia por gentileza. Depois terminamos isso. - A voz de Hongjoong suavizou radicalmente.

Wooyoung parecia confuso, mas aliviado em sair dali. Não perdeu um minuto sequer, então saiu correndo do escritório do diretor e foi se trancar na cabine do banheiro do corredor.

A verdade é que Wooyoung se sentia vazio e solitário, por isso tinha a necessidade de sair pra beber o tempo todo e de fofocar da vida dos outros, porque achava a sua extremamente entediante, então era divertido se entreter com algo que não fosse ele. Aquilo o distraía da solidão que sentia o tempo todo.

Wooyoung nunca se apaixonou, sempre teve casos rasos e superficiais, nada que durasse mais de uma semana. Geralmente, tinha medo de se apaixonar, então cortava as relações antes de qualquer coisa. Podia não parecer, mas Jung Wooyoung era um cagão que tinha medo de se machucar, então fugia. Exatamente como está fazendo com Choi San, fugindo.

Depois do ocorrido mais cedo com o diretor, Wooyoung passou a se questionar como chegou naquela situação deplorável e porque tinha tanto receio de viver sua própria vida. Era vergonhoso se esconder atrás de fofocas, e pior ainda, ter que chegar a essa conclusão graças ao imbecil do Kim Hongjoong. Isso sim era péssimo.

Sim, Wooyoung iria tomar vergonha na cara e começar a fazer mudanças em sua vida, ele respirou fundo e saiu do banheiro. No caminho até sua sala, ouviu um barulho alto vindo da sala do diretor, mas não deu muita importância, imaginou que ele teria quebrado algo pra descontar o estresse das vendas despencando.

Wooyoung passou o dia trabalhando, tentando não pensar nas consequências que provavelmente iria enfrentar no futuro. Ele nunca havia se esforçado tanto em um único dia, mas achou que ocupar a cabeça com trabalho seria a melhor escolha no momento.

E pela primeira vez em muito tempo, Jung resolveu sair pontualmente do serviço, então ele guardou suas coisas e planejou ir para casa abrir um vinho e chorar um pouco.

Seus planos mudaram quando encontrou Choi San no elevador.

-Boa noite, senhor Jung. - San cumprimentou cordialmente assim que Wooyoung entrou na cabine fazendo uma leve reverência ao CEO.

-Boa noite, senhor Choi.

O clima estava pesado e o funcionário não sabia o que dizer. Era a segunda vez que os dois se encontravam no elevador da empresa, mas a primeira que estavam sozinhos. Aquilo era mais difícil ainda, o olhar de San sob Wooyoung queimava como fogo, e era difícil não se arrepiar por inteiro.

-Quais os planos para hoje? - San o olhou com expectativa. Aquele homem não desistia nunca, e Wooyoung percebeu que gostava daquilo.

Ele achava San extremamente atraente, aquilo era um fato incontestável. E tinha vontade de aceitar seus convites, outro fato incontestável. Mas ele não o fazia por receio de se meter em encrenca, mais um para lista de fatos incontestáveis.

Mas... Ele provavelmente seria demitido depois do que ocorreu hoje, certo? Ah sim, então porque se preocupar? Por que continuar se privando se ele queria tanto aquele homem? Fazia somente algumas horas que ele havia chegado à conclusão de que deveria viver mais a vida e parar de se meter onde não foi chamado, então.... Por que não?

-Eu planejava abrir um vinho quando chegasse a minha casa. - Wooyoung comentou despretensiosamente, esperando algum convite de San, mas recebeu apenas um aceno de cabeça em troca.

Oh... talvez ele tenha desistido... Por que a ideia o chateou tanto?

-E o senhor? - Jung reuniu coragem e tentou dar continuidade na conversa.

-Eu planejava revisar meus e-mails.

Só? Ele não iria dizer mais nada? Ah, talvez ele realmente tenha perdido o interesse... Não, não, justo agora que Wooyoung tinha resolvido dar uma chance? Ele precisava pensar em algo para dizer, algo inteligente.

-Tenha uma boa noite. - San respondeu assim que a porta do elevador se abriu.

-Espere! - Jung disse um pouco alto de mais, assustando o CEO.

-Sim?

Nada inteligente vinha.

-Eu... - Nada mesmo. - Boa noite. - San parecia confuso em ter sido parado apenas para escutar aquilo, então Jung sentiu necessidade de dizer algo mais. Algo não muito inteligente…. - Para você e para mim. E para todos da empresa.

-Como? - O senhor Choi não pode evitar, e acabou soltando uma risada da feição confusa de seu funcionário. Ele o achava fofo. - Certo... Então boa noite para nós.

-Espera! - Wooyoung disse de novo quando o viu se afastar.

-Pode dizer, estou te ouvindo. - San parecia ter toda a paciência do mundo para as confusões de Wooyoung. Coisa que nem mesmo o próprio Wooyoung tinha.

-Eu... quero ter uma noite boa. - Uma sobrancelha de San se levantou, deixando claro que não havia entendido. - Com você. Eu quero ter a melhor noite da minha vida com você.

Chapter 5: 5

Notes:

- Conteúdo explícito
- Não revisado

Chapter Text

Segunda-feira.

Loucura. Aquilo era uma loucura, não?

Wooyoung estava no carro do CEO, indo para o sei lá onde, logo depois de dizer na cara dura que queria passar a melhor noite de sua vida com o seu superior. Bom... ele provavelmente será demitido em breve, então se envolver com alguém da empresa não é uma preocupação tão grande no momento.

Mas ainda sim, Wooyoung estava um pouco nervoso. San o deixava nervoso. Como ele teve coragem de dizer aquilo ao seu chefe? Que coisa mais vergonhosa! E pior, o desgraçado apenas riu e o puxou pela mão até o carro, sem nem dizer uma palavra sequer. Nada, os dois não disseram mais nada depois de Wooyoung declarar que queria passar a noite com San.

-Ah. - Wooyoung fez um som com a garganta. - Desculpe perguntar só agora, mas... pra onde o senhor está me levando?

-Minha casa, oras. - San permanecia com um sorriso no rosto desde que entraram naquele carro. - Você não queria a melhor noite da sua vida? Isso só vai ser possível na minha cama, anjo.

Anjo.... Ah, Wooyoung não tinha nada que se aproximasse de um anjo, na verdade ele poderia ser o próprio diabo se quisesse, mas era divino escutar aquele apelido saindo da boca gostosa de San. A tensão no corpo de Jung ficou maior quando eles finalmente entraram em um condomínio com várias casas -ou melhor, mansões- e estacionaram em frente a um lugar digno de ser chamado de palácio.

-Vamos.

Wooyoung desceu do carro e seguiu San até a entrada da casa, e assim que a porta foi aberta, ele se assustou com o quão grande era aquele lugar. Ele não deveria estar tão espantado, né? Afinal, tratava-se de de Choi San, o CEO da empresa, era meio óbvio que ele morava em um castelo.

-Nossa... - Wooyoung deixou escapar enquanto olhava tudo boquiaberto.

-Vamos para a cozinha, vou abrir um vinho para você. Não vou estragar sua programação completamente.

Chegando na cozinha, San largou sua pasta no balcão e foi atrás de um vinho para o convidado. Obviamente, a cozinha era imensa, com móveis planejados e tudo era feito de mármore. San pegou duas taças e uma garrafa cujo o nome Wooyoung nunca nem sequer tinha ouvido falar. O mais surpreendente, era que na taça de San, tinha suco de uva. Era cômico ver aquele homem daquele tamanho se servindo de suco enquanto Wooyoung estava bebendo.

-Porque você tem vários vinho se não bebe nada?

-Minha irmã mais velha e meu pai gostam bastante, então eu compro para quando eles aparecem aqui. Eu e minha mãe não bebemos, mas isso não os impede. - San dizia e bebericava seu suco como se estivesse tomando a melhor bebida do mundo. - Gosto de comprar esse suco porque é o favorito da minha mãe, então sempre tenho algo para agradar a todos quando recebo visita.

-Ah... - Wooyoung achou fofo a demonstração de carinho por sua família, mas não quis demonstrar o quão tocado ficou. - Isso é legal da sua parte.

-Sim, eu gosto de fazê-los se sentirem em casa. Mas, e então, como foi o seu dia hoje? - San o olhava com curiosidade, parecia realmente interessado em saber sobre o dia de Wooyoung.

-Ah, nada de mais, apenas trabalhei. E o seu? - Ele definitivamente não contaria a gafe que deu na cafeteria, muito menos do sermão que levou.

-Também passei o dia todo trabalhando, e não terei muito descanso, essa semana será corrida. Amanhã faço uma viagem e volto só na outra quarta. - Um longo suspiro. - É um pouco cansativo isso, mas é meu trabalho.

Senhor Choi contou de sua programação parecendo um pouco cansado, era possível ver a exaustão em seu olhar. Wooyoung não se lembrava de já ter visto aquela expressão em seu belo rosto, o CEO sempre pareceu confiante e sério, aquela foi a primeira vez que San se mostrou um pouco abatido por algo. Enquanto falava, Wooyoung enchia sua segunda taça.

-Quando foi a última vez que o senhor tirou férias? Talvez precise de uma folga. - De alguma forma, San pareceu achar graça da pergunta.

-Férias? Eu nunca tirei férias desde que assumi o posto de CEO.

-NUNCA? - Wooyoung se assuntou e levantou a voz um pouco. - Digo... nunca?

-Não. Não tem como eu fazer isso, eu tenho muitas responsabilidades, e tirar férias é impossível.

-Mas... isso não é saudável. Você pode ficar doido igual o diretor Kim!

Aquilo arrancou uma risada genuína de San, e Wooyoung se arrependeu no mesmo momento. Ah... vai ser difícil controlar a boca, mas ele precisava tentar mudar essa mania de falar o que pensa.

-Não foi o que eu quis dizer. - Ele desesperadamente tentava se explicar. - Ele não é doido, mas também não é normal. Não, ele é normal sim! O que eu quero dizer é que você pode acabar rabugento igual ele.... Não estou dizer que ele é rabugento, calma. Ah! Não me entenda errado, por favor!

-Wooyoung, você é divertido. - Choi San não parecia incomodado com a falação, pelo o contrário, ele gostava de escutar. Era um bom ouvinte.

-Só... tire uma folga de vez em quanto. Você pode virar aquilo que chamam de workaholic. Sei lá. - Wooyoung tomou liberdade de encher sua terceira taça da noite.

-E falando sobre Hongjoong, eu também não lembro de o ver tirando férias, sabe? E por incrível que pareça, na maioria das vezes ele sai da empresa bem depois de mim. Ele sim é um caso sério de workaholic, por mais que esses últimos tempos isso tenha mudado um pouco...

-Por eu isso que eu falo para o senhor descansar, não faz bem só trabalhar e trabalhar.

-Por isso você quase não trabalha? - San o olhava divertido.

-Eu trabalho!

-Wooyoung, eu realmente não queria falar de trabalho com você hoje, mas veja. - San abriu a pasta que tinha colocado no balcão chique da cozinha e de lá tirou seu notebook. - Tenho um pouco de dificuldade de mexer nessas planilhas, só um momento. - Ele parecia estar procurando algo. - Aqui, olhe. Eu tenho acesso ao desempenho de todos os funcionários, o seu é bom e você sabe disso, mas eu também tenho o acesso ao horário que meus funcionários entram e saem. De uma olhada Wooyoung, este mês está péssimo, só hoje você chegou e saiu no horário do expediente. - Oh, então San tinha acesso a hora que todos batiam o cartão... - Você está devendo 29 horas e 47 minutos para a empresa. É muita coisa para um só mês, sem falar que hoje é dia 21.

-Mas...

-Você é bom, trabalha bem e entrega bons resultados. Pense em onde você estaria agora se tivesse se empenhado mais. - San o olhou e ponderou se deveria continuar falando, no final decidiu que sim. - Wooyoung, era pra você ter sido promovido a muito tempo, mas não foi possível porque seu coordenador não te acha responsável o suficiente.

Certo. Aquilo chocou Wooyoung, ele não fazia ideia de que estava boicotando seu próprio emprego. Temendo se relacionar com San por medo de colocar seu cargo em risco, mas não tinha se tocado de que tinha feito aquilo a muito tempo atrás e continuava fazendo.

Ah, sim, a vida do proletariado era uma merda.

-Esse é meu último aviso, gosto de você e da sua companhia, mas se em algum momento os seus outros superiores decidirem te demitir, eu não irei interferir.

Se Wooyoung já estava assustado antes, aquilo quase o fez ter um ataque cardíaco. Ele já havia se esquecido do que aconteceu mais cedo, mas ouvir San dizer que não iria impedir uma demissão o fez lembrar de tudo.

-Eu prometo, se eu puder mostrar mais do meu trabalho, eu vou agarrar essa chance e dar o meu máximo. Mas não deixe que me demitam. Por favor! - Wooyoung juntou as mãos e implorou, já um pouco alterado pelo vinho, não restava mais um pingo de vergonha em suplicar.

-Woo... Eu sou justo. Não vou te dar tratamento especial.

San contornou a bancada e fez menção de tirar a taça de Wooyoung, que notou suas intenções e virou o resto do conteúdo lá dentro. Ele precisava de mais um pouco daquele vinho caríssimo para esquecer o quão fodido estava.

-Vai com calma. - San guardou o restante do vinho e colocou a taça suja na pia. - Eu não quero que-

Ele não foi capaz de terminar sua sentença, já que Jung Wooyoung o interrompeu com um beijo.

O funcionário encontrou uma distração bem melhor para esquecer seus problemas, e os lábios do CEO eram tão atrativos, não foi possível continuar com charme por muito tempo. Wooyoung queria aquilo. San queria aquilo. Os dois queriam um ao outro.

-Você... bebeu e-

-Shh.. - Wooyoung o impedia de falar, dando leves selares por seu pescoço. - Eu bebi sim, mas sei o que estou fazendo e agora eu só quero um pouquinho de diversão. O que tem de errado nisso?

Não foi preciso mais nada, San agarrou as coxas de Wooyoung e o carregou até o segundo andar. Era um longo caminho, afinal, a casa era imensa, mas eles trocaram beijos intensos durante todo o percurso até o quarto do CEO, e chegando lá, San deitou Wooyoung em sua cama gigante com toda a delicadeza e sutileza do mundo.

-Tem certeza? - San procurava uma confirmação no rosto de Wooyoung a todo momento, temendo que o outro se arrependesse depois.

-Cala a boca e volte a me beijar. - Wooyoung o grudou pela camisa social e colou seus lábios novamente. San não o impediu, pelo o contrário, voltou a beija-lo e acariciar todo o seu corpo com desejo.

San cortou o contato por um breve momento para tirar a roupa social que estava usando, obviamente, Wooyoung não desviou o olhar por nem um segundo sequer do espetáculo que acontecia em sua frente. Ficando apenas de cueca box, o Choi se deitou ao lado e Wooyoung e bateu em suas coxas musculosas, esperando que o mais novo entendesse o recado.

Finalmente. Wooyoung finalmente iria escalar aquela montanha, e não escondia sua ansiedade. San era tudo aquilo que Wooyoung fantasiou e muito mais, tinha a pele bronzeada, os ombros largos e uma barriga bem definida, tudo nele gritava "gostoso". Wooyoung se perdeu admirando o corpo do CEO e acabou esquecendo do que estava prestes a fazer, só se lembrou quando ouviu a risada envergonhada de San.

Wooyoung não perdeu tempo e montou em San, que se apoiou nos cotovelos para conseguir beijar seu funcionário, e ainda vestido, Wooyoung começou a rebolar em seu colo, sentido o falo do senhor Choi rígido.

Nossa, tudo que aquele homem é tinha era enorme. Wooyoung não precisava ver para saber o quão grande era, ele sentia.

-Tira a roupa também. - San murmurou entre os beijos, se inclinando para trás apenas para observar Jung se despindo, do mesmo jeito que o outro havia feito. - Você é lindo por inteiro.

Wooyoung arfou com o comentário e voltou a montar em San. Completamente nu, ele se esfregava sem pudor algum, fazendo o homem abaixo de si tremer, apenas o pano fino da cueca box de San impedia o contato.

-Pare de me torturar, eu quero me enterrar em você logo. - San dizia com fraqueza em sua voz.

-Você tem camisinha?

-Segunda gaveta. Deve ter um tubinho de lubrificante também.

Com pressa, Wooyoung se levantou e foi na direção da gaveta, San aproveitou e tirou a única peça de roupa que usava, fazendo Jung arfar assim que se virou o viu. Tudo naquele homem era grande? Bom... parecia que sim.

Wooyoung voltou engatinhando até San, parando ajoelhado em cima de si, de modo que não deixasse os pênis encostarem. San ficou doido pela falta de contato e levantou o quadril, buscando se esfregar em seu funcionário, que apenas o embirrou com um sorriso sacana no rosto. Jung abriu o pacote de preservativo e lentamente colocou em San, que suspirava alto pelo mínimo contato, Wooyoung pegou o lubrificante e pôs um pouco em seus dedos, os levando até sua entrada logo em seguida.

Era uma cena erótica demais, ele fazia o processo várias vezes seguidas, deixando um gemido ou outro escapar. San observava tudo com um olhar predatório, imaginado seus próprios dedos ali.

-Já tá bom, deixa eu te sentir logo. - San implorava enquanto apertava as coxas no funcionário e se controlava para não jogá-lo na cama e o foder logo.

-Ta com pressa? - O sorriso cínico só o deixava mais quente ainda.

-Eu tô me segurando desde o dia da confraternização, não me faça esperar mais.

San o olhava com um olhar pidão, com um sofrimento escancarado, era digno de pena, mas isso só instigou Wooyoung a continuar provocando. Ele usou a outra mão para esfregar a extremidade do próprio falo, gemendo manhoso no processo. Jung se tocava e chamava por San, que estava se contorcendo embaixo dele.

-Chega.

San o grudou pela cintura e o jogou de bruço na cama, arrancando um grito de surpresa seguido de uma risada sapeca. Wooyoung tinha o levado até o limite, e San não aguentaria esperar mais. Sem muita enrolação, San o penetrou de uma vez, agradecendo internamente por aquele teatro todo ter o preparado para recebê-lo bem.

Depois de tanta tortura, San finalmente foi capaz de sentir Wooyoung. Ele era tão apertado em pau, que Choi teve que se segurar para não fode-lo de imediato, por uns minutos, ficou apenas ali, esperando um indício de que poderia dar continuidade. Enquanto isso, Wooyoung delirava sentindo o pênis de San pulsando dentro de si, então logo voltou a rebolar, dando aquela permissão que San estava esperando.

No início, começou bem lento, mas logo foi ficando intenso e selvagem. San mexia seus quadris com maestria, indo cada vez mais fundo, gemendo sem pudor algum, deixando o Jung saber o quanto estava gostando de fode-lo. Wooyoung tremia sob os lençóis cada vez que San alcançava sua próstata, e sua reação não passou despercebida pelo CEO, que passou a aplicar um pouco mais de força.

-San... - Wooyoung o chamava manhoso. - Eu tô quase.

-Não precisa se segurar, amor. Vem pra mim. - Como um estímulo extra, San se inclinou mais, de forma que pudesse alcançar com uma das mãos o pênis esquecido do funcionário e continuar o fodendo ao mesmo tempo. - Goza e chama meu nome, vai.

Aquilo foi a gota d'água, Wooyoung se desmanchou por completo, fazendo uma bagunça na bela cama de San. Mas o CEO não estava satisfeito, ele não tinha chegado em seu ápice ainda, mas ele notou que Wooyoung estava sensível depois do orgasmo e interrompeu os movimentos, ele soltou a cintura do funcionário e o deitou na cama.

-Espera... e você? - Wooyoung perguntou assustado quando notou o que San estava fazendo.

-Você está satisfeito? - Ele se deitou ao lado de Wooyoung e o acariciou, vendo-o piscar lentamente pro conta do cansaço. - Me diz, anjo. Foi bom?

-Foi... incrível. - Wooyoung murmurou com um sorriso saciado e os olhos já fechados.

-Então é o suficiente. - San fazia carinho em seu cabelo, o instigando a descansar.

-Não. Não é. - Wooyoung abriu os olhos de repente e se levantou, percebendo que estava prestes a dormir e privar San do prazer.

-Wooyo... Deite, você estava quase pegando no sono. - San tentou faze-lo se deitar novamente, mas o funcionário negava com a cabeça. - Está tudo bem, não precisa disso. Depois eu deixo você retribuir.

-Eu quero retribuir agora.

Sem esperar por mais protestos, Wooyoung se colocou de novo em cima de San, mas desta vez sentou em seus pés, com o rosto próximo ao pênis ainda ereto. Vendo mais de perto, seu tamanho era realmente impressionante, mas se aquilo coube em sua bunda, caberia em sua boca também. Wooyoung lambeu a extremidade com desejo, ele nem havia notado que San já havia descartado a camisinha, mas agradeceu por isso, assim foi capaz de sentir o gosto forte de pré gozo em sua boca .

Sem muito enrolação, Wooyoung o colocou por completo na boca. Era profundo, do mesmo jeito que San havia feito com ele a alguns minutos atrás. Jung o chupava e apertava as coxas musculosas com vontade, apreciando os sons eróticos que San fazia. Não demorou muito, San já tinha sido estimulado o suficiente naquela noite, então ele rapidamente veio, preenchendo toda a boca de Wooyoung.

Cansados, os dois se deitaram suados. Aquilo foi ótimo, Wooyoung havia acabado de escalar o everest.

Chapter 6: 6

Notes:

-Não revisado

Chapter Text

Segunda-feira.

Às 19 horas em ponto, Wooyoung foi para o estacionamento, repassando em sua mente o discurso que planejou. O tempo ia passando, e nada de San aparecer, Jung já estava ansioso, sentindo suas mãos suando em sinal de nervosismo.

Meia hora se passou, e San ainda não tinha aparecido. Wooyoung começou a pensar que havia levado um bolo, mas decidiu esperar mais um pouco, torcendo para ter acontecido algum imprevisto.

Após uma hora de espera, Wooyoung desistiu e foi embora. Mas assim que abriu o aplicativo para pedir um uber, recebeu uma mensagem de San.

"Peço perdão pela demora, precisei resolver uns assuntos urgente. Espero que ainda esteja na empresa."

"Eu estava indo embora agora." - Wooyoung parou no meio do caminho.

"Estou descendo, me espera." - Ao ler aquilo, seu coração se encheu de esperança, Wooyoung bloqueou seu celular e esperou ansiosamente até ver o CEO caminhando em sua direção.

-Desculpa te deixar esperando. - San o cumprimentou com um sorriso no rosto. Ele exalava confiança e beleza, qualquer ser humano cairia por Choi San, sua aura era tão magnética que Wooyoung se perdeu um pouco enquanto o admirava. - Wooyoung-ssi?

-Ah... Desculpe. - Seu rosto tomou uma coloração rosa. - Tudo bem, sem problemas, não fiquei esperando muito.

Mentira. Aquela última hora foi torturante, Wooyoung estava fritando em seus próprios pensamentos.

-Que bom. Mas então... aconteceu algo? - San o olhou preocupado, e Jung se perdeu novamente naquele olhar. - Você me chamou para conversar.

Toda a coragem que Wooyoung reuniu durante uma hora tinha evaporado naquele mesmo instante, ele já havia se esquecido de tudo o que tinha planejado. As palavras não saiam, Wooyoung se sentia na escola de novo, quando foi se confessar pela primeira vez.

-Woo?

-Ah! Sim! Chamei sim.

-E sobre o que quer falar? - San tentava disfarçar a confusão e desconfiança.

-Sobre nós. - Wooyoung disse rápido, assustando um pouco a si mesmo.

-Nós?

-Eu... Sinto muito, eu estive pensando e... - Wooyoung mexia nas mãos nervosamente, sentindo que estava tremendo de leve. - Eu acho que voltei atrás com minha decisão, eu quero continuar me encontrando com você. Quero te conhecer melhor.

San ficou por um longo tempo em silêncio, apenas o encarando e absorvendo o que acabara de ouvir, seu rosto não esboçava nenhuma reação, o que preocupava o funcionário. Nenhum dos dois disseram nada por cerca de cinco minutos, até que San finalmente quebrasse o silêncio.

-Wooyoung, você é uma bagunça completa.

Aquilo definitivamente não era o que Wooyoung esperava ouvir, e o que veio a seguir muito menos. San parecia chateado, com raiva até, ele aparentava estar verdadeiramente ofendido com a declaração de seu funcionário.

-C-como?

-Uma bagunça. - San repetiu e riu. Ou melhor, gargalhou. - Uma confusão em pessoa. Nem você sabe o que quer e-

-Eu sei sim! Quero tentar algo com você.

-Jung Wooyoung. - A voz de San era severa, com uma frieza que Wooyoung nunca tinha ouvido antes. - Você não pode me descartar a hora que bem entender e achar que vou voltar correndo igual um cão. Você disse que queria diversão e eu aceitei ser somente sua diversão, por mais que isso tenha me doído na alma, mas não é justo você simplesmente vir atrás de mim porque está entediado.... eu também tenho sentimentos, sabia? Eu entendi completamente quando você disse que não queria se envolver com ninguém do trabalho, mas agora você está voltando atrás com sua própria palavra. Nem você se entende direito. - San suspirou fundo e apertou os olhos com força, tentando controlar sua irritação. - Eu não quero estar com alguém que não sabe o que quer, eu realmente não quero estar com alguém que não sabe se quer estar comigo ou não.

-Eu sei o que eu quero. Antes... eu achava que sabia, mas agora eu sei mesmo. - San gargalhou novamente.

-Wooyoung, pare de agir por impulso, você já fez muito isso e se arrependeu todas as vezes. Primeiro, quando estava bebado e depois ficou me evitando, e depois quando decidiu que queria passar a noite comigo, que por um acaso, você só decidiu isso quando eu parei de te escrever. Engraçado isso, as vezes tenho a impressão que você só quer que eu te queira.

-É isso o que pensa de mim? Que eu estou te usando para massagear meu ego? - Agora, era Wooyoung que parecia ofendido.

-Sim, exatamente isso que estou pensando.

-Há! Você só pode estar brincando. - Wooyoung revirou os olhos, extremamente indignado com o que tinha ouvido. - Eu não estou te usando San. - Wooyoung elevava a voz cada vez mais.

-Bom, pode ser que eu tenha feito um julgamento errado mesmo. Mas mesmo assim, eu não quero entrar na sua bagunça, espero que você me respeite do mesmo jeito que eu te respeitei.

Sem falar mais nada, San entrou em seu carro e deu partida, ele foi embora, deixando o funcionário indignado para trás. Wooyoung quebrou a cara, ele tinha certeza que San iria apenas sorrir e o levar para sua casa, e que os dois iriam acabar fazendo amor a noite toda.

Com um suspiro derrotado, Wooyoung foi embora, planejando pedir uma pizza e acabar com o vinho aberto de sua geladeira. Sim, definitivamente não foi assim que Jung achou que terminaria a noite.

 

Segunda-feira.

Uma semana desde o lindo fora que levou, e desde então, Wooyoung estava apenas trabalhando o tempo todo, era somente isso que ele era capaz de fazer: Focar em seu trabalho para esquecer os último acontecimentos.

O Wooyoung do passado provavelmente teria saído encher a cara logo depois de alguma decepção, mas o novo Wooyoung está tentando aprender a lidar com suas frustrações de uma forma diferente. Para ser honesto, Jung se pegava pensando em San muitas vezes ao dia, ou até mesmo pulando de susto em seu assento toda vez que chegava uma notificação em seu celular.

Mas nunca era San. Ele realmente não foi procurar Wooyoung novamente.

Wooyoung estava trabalhando no projeto que prometeu entregar quando viu de relance uma cabeça loira passando no corredor. No início, ele não deu bola, mas quando ergueu o olhar para a pessoa em questão, quase caiu para trás.

Impossível. Aquilo devia ser algum tipo de piada, ou ele estava delirando de vez. Deixando seu antigo Wooyoung falar mais alto, ele pegou seu celular para escrever a Seonghwa.

"Alerta vermelho!!!"

"O diretor minion foi abduzido e colocaram outro no lugar."

"Ele acabou de passar perto do meu setor!!!"

"O que aquele anão fez na cabeça?"

A resposta do amigo veio quase imediatamente.

"Gostou? Eu achei que ele ficou bem atraente." - Atraente? Aquilo despertou a atenção de Jung, era fato que nos últimos tempos Seonghwa vinha reclamando muito menos de seu diretor, e o defendendo mais também. Mas Wooyoung não deu muita atenção, focando na seguinte mensagem.

"Vamos tomar um café agora? Estou precisando conversar."

"Pode ser outra hora? Estou empenhado em um projeto e não queria largar tudo agora, só parei dois minutinhos para te escrever."

"Quando eu terminar eu te aviso."

A pausa para a fofoca havia terminado, e por mais que Wooyoung tivesse amado a ideia de largar tudo e ir encontrar o amigo, ele se lembrou das horas que devia na empresa.

Ser responsável é um saco.

 

Sexta-feira.

Louco. Era isso que Wooyoung pensava enquanto lia o comunicado geral de Kim Hongjoong. Aquele maldito papel estava espalhado por todos os lugares possíveis da empresa: nos banheiros, no estacionamento, nos elevadores...

Se Wooyoung pudesse dizer, ele diria que o diretor era um louco corajoso, e até passou a gostar um pouco mais -só um pouco mesmo-
de seu superior.

 

Comunicado para todos os funcionários:

Hoje, dia 28 de Junho, é comemorado internacionalmente o dia do orgulho. E como forma de demonstrar suporte a comunidade LGBTQ+ nesse dia tão importante, a Editora Dawon, uma empresa privada, passará a apoiar PUBLICAMENTE o movimento. É muito importante a colaboração de todos e a consciência da necessidade disso.

Na nossa sociedade, o preconceito passou a ser algo comum e normalizado, mas o intuito dessa campanha é quebrar esse sistema de opressão e exclusão. Queremos fazer parte do processo de luta contra a violência e repressão que infelizmente se tornou parte do nosso cotidiano, então depois de uma reunião com o CEO, decidimos dar início ao projeto. Então hoje, dia 28/06/2024, estaremos aceitando a doações de funcionários e pessoas de fora também, será algo totalmente anônimo, sua doação não será divulgada a ninguém, todo o dinheiro recolhido será destinado à ONGs que tem o objetivo de ajudar jovens LGBTQ+ e outras comunidades vulneráveis também.

O Gerente do financeiro Song Mingi será responsável pelo recolhimento das doações, se for do seu interesse participar, escaneie o QRcode baixo e tenha acesso a todas as informações. Caso tenha alguma dúvida a respeito do nosso projeto, favor entrar em contato por e-mail.
Agradeço a atenção de todos.

 

Atenciosamente,
Diretor-Executivo, Kim Hongjoong.

 

Não era de duvidar que San havia permitido algo assim, pelo pouco que Jung o conhece, ele sabe que o CEO tem um coração muito bom -e sabe também que o senhor Choi é particularmente interessado nas causas da comunidade-.

Todos estavam comentando sobre isso, era definitivamente um assunto que iria render muito. Sem pensar direito antes de agir, Wooyoung mandou uma mensagem para San, e só depois de ter enviado percebeu a cagada que havia feito.

"Você viu todos esses papéis grudados?"

"Claro que vi. Eu e o diretor que mandamos colocar."

Ah. Claro que ele viu, que pergunta estúpida, era óbvio que sim. Antes que ele pudesse digitar uma resposta, foi chamado por Yeonjun para ir até a cafeteria da empresa.

-O direito é endoidou, né? - Por incrível que pareça, quem fez o comentário foi Yeonjun.

-Com certeza, mas vocês não deveriam estar surpresos, é meio óbvio que o nosso querido diretor simpatiza com a causa. - Um rapaz que escutou a conversa comentou rindo.

-E você é o... - Yeonjun disse com desconforto, notando seu tom de deboche.

-Me chamo Chani, prazer. Sou estagiário. - Tanto Wooyoung quanto Yeonjun responderam com um resmungo desinteressado, sem intenção de estender o assunto. Mas o rapaz parecia empenhado em falar pelos cotovelos. - Até eu que sou novo percebi que o diretor e o assistente tem um caso.

-QUE? - Como sempre. Wooyoung soltou um grito. - Que merda você tá falando?

-Para vai, seu amiguinho só continua trabalhando com aquele mala porque leva surra de pica.

Wooyoung tentou, ele realmente tentou não se enfurecer ao escutar um zé ninguém menosprezar seu amigo. Park Seonghwa era um funcionário dedicado, ele jamais precisaria se deitar com alguém para manter seu emprego, muito menos com o babaca do diretor Kim, aquilo sim era ofensivo.

-E você tirou essa informação da bunda ou o que?
- Era possível sentir a raiva na voz de Wooyoung. Yeonjun conhecendo bem o colega que tinha, já se preparou para separar um um briga caso fosse necessário.

-Eu não tirei nada da minha bunda. - Chani deu um sorriso malicioso, digno de um vilão de novela. - Mas com certeza o senhor Park sim.

-Estou tendo um dejavu desagradável. Sabe... não é a primeira vez que escuto um funcionário falando merda aos quatro ventos. - A voz de Hongjoong reverberou pelo refeitório.

Ninguém mais, ninguém menos que o diretor Kim estava atrás do estagiário. Wooyoung notou o desespero nos olhos de Chani -o mesmo desespero que sentiu um tempo atrás-, o estagiário se virou para encarar Hongjoong com os olhos arregalados e o rosto já sem cor.

Já Hongjoong, o olhava com um ódio mortal, um olhar que ninguém da empresa já havia presenciado -e olha que Hongjoong é conhecido por sua carranca habitual-. Parecia que o diretor iria explodir de raiva a qualquer momento, mas ele apenas sustentou aquele olhar pesado e deu uma ordem simples ao funcionário.

-Minha sala. Agora.

O diretor se virou e seguiu em direção a sua sala, esperando que o estagiário fosse atrás, mas Chani ficou um minuto inteiro parado raciocinando o que tinha acabado de acontecer, ele só despertou de seu transe após escutar um berro do diretor o chamando.

Todos que estavam na cafeteria e presenciaram o momento estavam atônicos, os funcionários cochichavam entre si e riam sem nem disfarçar. Wooyoung não conseguiu evitar de pensar que provavelmente era isso o que tinha acontecido quando foi ele a passar aquela humilhação. Mas Jung não sentia pena de Chani, pelo contrário, deseja que ele se ferrasse muito.

Tomado pelo impulso fofoqueiro, Wooyoung se viu obrigado a enviar uma mensagem.

"Me encontra no fim do expediente."