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Pedras do Infinito

Chapter 2: Capítulo 1

Notes:

Bom, bom, tenho alguns capítulos dessa história prontos, mas sinceramente não sei se estão gostando.. Vou postar o que tenho e dependendo de como for continuarei a postar.

Espero que gostem e peço perdão caso tenha algum erro.

Boa leitura!

Chapter Text

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2017 - Mansão X

20:33 da noite

A noite em Nova York não era apenas a ausência de luz, mas um tecido denso de sussurros urbanos e a respiração fria do passado. Para Sn, enquanto a nave de Carol pairava sobre a área da Mansão X, cada prédio iluminado era um espectro de sua antiga vida, cada sirene distante um lamento fantasmagórico de um lar que a expulsara e ao qual ela agora hesitava em retornar. A nave de Carol deslizava pelo céu escuro como uma lágrima silenciosa, aterrissando suavemente nos gramados extensos da propriedade – um lugar que para Sn ressoava com ecos de risos juvenis e o peso sufocante de expectativas.

Dentro da cabine, Carol observava o perfil tenso de Sn, seus olhos azuis carregados de uma compreensão profunda. Dez anos de jornadas cósmicas, de perigos enfrentados lado a lado, de confidências sussurradas sob a luz de sóis alienígenas, haviam tecido entre elas uma tapeçaria de lealdade inquebrável. A mão de Carol encontrou a de Sn, um aperto firme e silencioso que transmitia apoio e uma cautela compartilhada.

— Tem certeza? — A voz de Carol era um fio de preocupação genuína, um murmúrio que mal perturbava o silêncio da noite.

Sn inspirou profundamente, o ar da Terra cheirando estranhamente familiar e ao mesmo tempo distante. Seus dedos entrelaçados com os de Carol estavam frios, uma energia sutil vibrando sob sua pele, como uma tempestade contida prestes a se romper. A luz pálida dos instrumentos da nave dançava em seus traços agora mais angulosos, realçando a sombra de ressentimento que escurecia seus olhos.

— Certeza é um luxo que não tenho — respondeu Sn, a voz rouca e carregada de uma amargura antiga. Cada palavra era um fragmento de dor solidificada ao longo de anos de ausência. — Só existe a necessidade.

Os portões de ferro forjado da mansão cederam silenciosamente, como se a própria estrutura, feita de memórias e aço, reconhecesse o retorno de uma filha pródiga, ou talvez, de um fantasma carregando o peso de anos de ausência. O ar que invadiu a cabine da nave era denso, saturado com a eletricidade estática de lembranças não resolvidas, de palavras que nunca encontraram seus ouvidos e de silêncios que gritaram por respostas.

Com passos firmes, mas carregados de uma tensão quase palpável, as duas mulheres pisaram na entrada iluminada pela varanda. Sn guiou Carol até a porta da frente, seus dedos roçando a maçaneta fria, um arrepio percorrendo sua espinha ao sentir a familiaridade do metal sob seus dedos. O sistema de segurança da mansão pareceu reconhecê-la instantaneamente, as luzes piscando em verde como se sua partida nunca tivesse acontecido, como se ela tivesse apenas se ausentado por um breve momento.

Elas atravessaram o hall de entrada, o silêncio da casa ecoando seus passos. Sn conhecia cada sombra, cada pintura na parede, cada rangido do assoalho como se fossem cicatrizes em sua própria pele. Ela virou à direita, entrando no corredor que invariavelmente levava ao escritório de Charles. Sem sequer hesitar, ergueu a mão e abriu a porta, entrando sem bater.

Seu irmão estava sentado atrás de sua grande mesa de mogno, a luz fraca da tarde lançando sombras suaves em seu rosto. Seus olhos azuis estavam fixos na porta, como se ele soubesse, no fundo de sua mente poderosa, que ela voltaria. Havia uma quietude tensa em sua postura, uma expectativa contida que pairava no ar. As duas mulheres entraram no cômodo, parando lado a lado perto do sofá de couro marrom escuro que sempre ocupara um canto da sala.

Os anos haviam tecido linhas profundas em sua testa e ao redor de seus olhos, marcas de incontáveis batalhas travadas no plano astral e no mundo físico. A calvície brilhava sob a luz suave, mas em seus olhos, Sn ainda reconhecia a antiga chama, a faísca de esperança teimosa e a profunda tristeza que sempre o assombraram.

— Sn — Seu nome escapou de seus lábios como um suspiro exausto, uma melodia complexa de alívio e apreensão, de alegria e uma dor antiga que nunca cicatrizaram completamente.

— Não — Sn cortou a palavra no ar, sua voz carregada de um ressentimento que fervilhava sob a superfície por anos. Ela ergueu uma mão, e uma luz fria e espectral pulsou ao seu redor, banhando o escritório em uma aura etérea. As sombras no canto da sala se agitaram, como se obedecessem a um comando silencioso, dançando em um balé inquietante de emoções contidas. — Não ouse me dar as boas-vindas agora, Charles. Guarde suas palavras de conforto e suas tentativas de redenção. Elas têm o gosto amargo da hipocrisia depois de tanto tempo.

A tensão entre eles era quase física, um fio invisível esticado ao máximo, ameaçando se romper a qualquer instante. No mesmo instante em que Sn falava, Ororo, que se aproximava silenciosamente para conversar com Charles, parou na entrada da sala, seus olhos arregalados em choque. Sua presença majestosa e silenciosa irradiava uma aura de poder elemental contido. Seus longos cabelos brancos, como fios de luar, capturavam a luz fraca do corredor, e seus olhos, geralmente calmos e serenos, carregavam agora uma profunda tristeza e uma incredulidade palpável. Atrás dela, hesitante na soleira da porta, estava Scott. Sua postura era rígida, quase militar, mas a maneira como seus ombros estavam tensos e a ligeira tremedeira em suas mãos delatavam a tempestade de emoções que se agitava sob sua máscara de disciplina. Milhares de perguntas borbulhavam em suas mentes, um turbilhão de confusão e uma esperança hesitante de que aquilo não fosse apenas um truque da mente, uma ilusão cruel pregada por suas próprias saudades.

— Jean — O nome escapou dos lábios de Sn como um lamento silencioso, uma súplica ao vento. Seus olhos percorreram o grupo, buscando desesperadamente um rosto familiar que não estava ali. — Onde está Jean?

Um silêncio denso e opressor engoliu o ar. Charles desviou o olhar, a culpa pairando sobre ele como uma sombra. Sua mão repousava inerte na roda de sua cadeira, cada junta parecendo carregar o peso de suas decisões.

— Ela se foi, Sn — disse Ororo, sua voz suave e rouca, como o murmúrio de uma tempestade distante. — Depois... depois que você se foi ela teve problemas, algumas pessoas surgiram do espaço falando sobre uma coisa chamada Fênix Negra, Jean precisou se afastar. O medo a consumia, o terror de perder o controle novamente, de machucar aqueles que amava.

Sn fechou os olhos, a imagem da Jean radiante e poderosa que ela conhecera se misturando com o espectro sombrio do poder que agora tinha um nome e parecia ser o oposto ao seu, a Fênix Negra que assombrara seus sonhos. A amiga, a telepata brilhante, agora uma fugitiva de seu próprio poder, assombrada pela força cósmica que a consumira.

— E vocês simplesmente a deixaram ir? — A acusação cortou o silêncio como um raio, carregada de incredulidade e uma dor lancinante. — Não a procuraram? Não tentaram ajudá-la? Onde? — Sua voz se elevou, carregada de uma urgência desesperada.

Charles hesitou, um brilho de sofrimento cruzando seus olhos. — Nós tentamos, Sn. Fizemos o que achamos que era melhor para ela... e para os outros. Ela faz contatos... esporadicamente. Mas depois de conseguir controlar parcialmente o poder da Fênix, ela desapareceu novamente. Ela precisava de espaço, de tempo...

Logan emergiu das sombras do corredor, a figura corpulenta e inconfundível, o cheiro acre de seu charuto pairando no ar. Seu olhar cético, mas havia também uma vulnerabilidade antiga, uma tristeza familiar que Sn reconhecia.

— Muita coisa mudou desde que você se foi, garota — disse Logan, a voz áspera como lixa. — Nem todos tiveram a mesma sorte que você... de voltar.

A raiva de Sn ferveu, uma onda quente subindo por sua garganta. Não era apenas a raiva da ausência, mas a fúria de ter sido descartada, de ter sido considerada uma perda aceitável.

— Vocês me deram por morta — declarou, cada palavra carregada de um veneno frio. — Seguiram em frente com suas vidas como se eu nunca tivesse existido. Queriam que eu fizesse o quê? Aplaudisse a falta de consideração? — Seus olhos brilhavam com uma intensidade perigosa.

— Você sumiu no espaço, Sn! — Ororo retrucou, sua voz agora carregada de frustração. — O que você esperava que fizéssemos? Mandar uma expedição para cada canto da galáxia?

— Você está brincando com a minha cara? — Sn bufou, sua voz tremendo de indignação. — Vocês foram atrás da porra de uma tripulação perdida na merda do espaço com o quase nada de tecnologia anos antes! Tenho certeza que se tivessem feito o mínimo de esforço, conseguiriam pelo menos fingir melhor que estavam preocupados ou minimamente interessados em me encontrar. — Ela ofegava, as palavras jorrando como lava de um vulcão. — Mas é óbvio que sua irmãzinha não é tão querida quanto qualquer outro mutante. Qualquer um é mais importante pra você — Seus olhos acusadores cravaram em Charles, que parecia encolher-se em sua cadeira de rodas sob o peso de seu olhar.

— Sn... — Scott tentou intervir, sua voz hesitante.

— Não! — Sn lançou um olhar cortante para Scott, silenciando-o instantaneamente. — Quer saber? Dane-se tudo isso. Nem foi para isso que eu voltei.

Carol permanecia ao lado de Sn como uma sentinela silenciosa, sua presença um farol de força inabalável. Juntas, elas não eram apenas um retorno, mas a materialização de uma esperança forjada no crisol cósmico, temperada pela vastidão do desconhecido.

— Precisamos conversar — Sn concluiu, a voz firme e cortante, cada sílaba imbuída de uma determinação que parecia solidificar o próprio ar ao seu redor. — Agora.

A sala de reuniões da Mansão X era um relicário de batalhas travadas e cicatrizes invisíveis. As paredes, outrora vibrantes com a energia de jovens mutantes, agora pareciam carregar o peso silencioso de perdas irreparáveis e reconstruções dolorosas. Sn escolheu uma cadeira, sua postura ereta e desafiadora, um convite mudo para confrontar a verdade que ela trazia.

— Vocês precisam me ouvir — começou, a voz um fio tenso que rompeu o silêncio carregado. Cada palavra parecia escolhida a dedo, pesando toneladas de urgência. — Um perigo inimaginável está se aproximando. Algo que fará com que tudo o que já enfrentamos pareça uma briga de recreio.

Logan deixou escapar um rosnado gutural, o ceticismo habitual tingindo suas palavras. — Sempre tem uma ameaça maior espreitando por aí, garota. Qual a novidade?

— Thanos — Carol complementou, sua voz grave e desprovida de qualquer traço de sua usual leveza. O nome pairou no ar como uma sentença, silenciando qualquer tentativa de deboche. — Ele está caçando as Pedras do Infinito. E se ele as reunir... bem, as consequências são inimagináveis.

Charles inclinou a cabeça, seus olhos fechando por uma fração de segundo, como se sua mente estivesse sondando dimensões além da compreensão imediata, absorvendo a gravidade da informação. Uma ruga profunda sulcou sua testa.

— Pedras do Infinito — repetiu Ororo, sua voz agora um murmúrio distante, carregado de uma apreensão ancestral. Ela podia sentir o eco de poder cósmico nas palavras, um presságio de desequilíbrio.

Sn retirou de sua jaqueta surrada um dispositivo holográfico elegante. Com um toque suave, projeções complexas floresceram no ar – mapas estelares intrincados, fragmentos de dados criptografados piscando em códigos indecifráveis, imagens fantasmagóricas de civilizações varridas da existência pelo exército de Thanos e ele ainda nem possui as pedras.

— Não é uma lenda, ou contos de ninar que contamos por aí — declarou Sn, a voz firme e sem rodeios. — São reais. E Thanos planeja usar esse poder para erradicar metade de toda a vida no universo. Um estalar de dedos e... puff. Metade de tudo desaparece.

Scott cruzou os braços sobre o peito, a testa franzida em incredulidade. — Por quê? Qual o sentido disso?

— Equilíbrio — Sn respondeu, um sarcasmo amargo tingindo sua voz. Seus lábios se curvaram em um sorriso frio e desolador. — Ele acredita que os recursos do universo são finitos, uma visão distorcida de sustentabilidade cósmica. Para ele, a única maneira de garantir a sobrevivência é dizimar a população. Uma lógica cruel e implacável.

O charuto que Logan mantinha entre os lábios tremeu quase caindo no chão. Seus olhos estavam estreitos, sua feição dividida entre incredulidade e raiva estampadas em cada linha de seu rosto endurecido. — Isso é insanidade pura.

— É a insanidade de um titã com poder quase ilimitado — concordou Carol, sua expressão sombria. — E ele tem os meios para transformar essa loucura em realidade. Já vimos o que ele é capaz de fazer sem as pedras, com elas em suas mãos...

Um silêncio pesado e opressor se abateu sobre a sala, cada respiração um som audível na quietude tensa. Charles observava Sn com uma intensidade penetrante, seus olhos azuis percorrendo cada centímetro de seu rosto, notando a maneira como o tempo parecia não tê-la tocado. Ele via a aura sutil que a envolvia, a energia cósmica pulsando sob sua pele, e tentava desesperadamente reconciliar a irmã que se lembrava com a energia poderosa diante dele.

— Onde... onde você esteve todos esses anos, Sn? — perguntou finalmente, a voz carregada de uma curiosidade dolorosa e uma ponta de acusação silenciosa.

Sn hesitou, suas memórias um turbilhão caótico de experiências que desafiavam qualquer descrição. Viagens através de dimensões além da imaginação humana, batalhas travadas em mundos que existiam apenas em sussurros cósmicos, a solidão esmagadora do vazio interestelar pontuada pela inesperada e reconfortante presença de Carol.

— Sobrevivendo — respondeu finalmente, a voz baixa e rouca, carregada de um peso que ninguém ali poderia realmente compreender. — Aprendendo. Evoluindo. Me transformando em algo diferente.

Ororo se aproximou lentamente, estendendo a mão e tocando suavemente o braço de Sn. O gesto era quase maternal, uma tentativa hesitante de restabelecer um laço há muito rompido. Sn enrijeceu sob o toque, uma tensão percorrendo seu corpo. Ela estranhou o ato, lembrando-se apenas de uma relação distante e carregada de uma rivalidade silenciosa.

— Sentimos sua falta, Sn — disse Ororo, sua voz suave e sincera. — Mesmo quando... quando todos nos disseram que você estava morta. Nunca deixamos de pensar em você.

— Vocês pararam de procurar — Sn interrompeu, a mágoa ainda fresca como uma ferida aberta. Ela se afastou do toque, um movimento brusco que cortou a atmosfera de tentativa de reconciliação. — Me deram como perdida. Seguiram em frente. Me substituíram.

Logan bufou, cruzando os braços sobre o peito. — Ninguém te substituiu, garota. Impossível. Você sempre foi... você.

A tensão na sala era quase palpável, décadas de história, de lealdades divididas, de amor e ressentimento condensados naquele único momento. Sn sentia o conflito dentro de si, a estranha dicotomia entre a dor do abandono e a relutância em se reconectar. Seus olhos buscaram os de Carol, que permanecia ao seu lado como uma âncora silenciosa, uma testemunha de sua jornada solitária.

— Precisamos de um plano — declarou Carol, sua voz firme e pragmática, cortando o nó de emoções que pairava na sala. — Thanos não vai esperar que resolvamos nossos problemas familiares. Ele já está em movimento, tentando coletar peças para seu jogo insano.

Charles assentiu lentamente, a gravidade da situação finalmente se instalando em sua mente. — Como podemos ajudar?

Um sorriso frio e calculista curvou os lábios de Sn, um sorriso que não alcançava seus olhos, que permaneciam frios e distantes. — Primeiro — disse ela, a voz carregada de uma determinação implacável — precisamos encontrar Jean. Mas isso pode esperar. Agora temos que falar com os Vingadores.

— Nick — Carol murmurou para Sn, um brilho de reconhecimento em seus olhos. — Se alguém pode nos ajudar a reunir os Vingadores, é ele.

A tensão palpável na Mansão começou a se dissipar, substituída por uma energia nervosa e focada na missão que se anunciava. Os X-Men observavam Sn e Carol se prepararem para o próximo passo, um misto de esperança cautelosa e desconfiança persistente pairando no ar, muitas informações foram compartilhadas em um curto espaço de tempo. Para alguns, como Charles, o sentimento de perda retornava ao ver sua irmã mais nova se preparar para partir novamente, mesmo após um retorno tão inesperado.

Charles se aproximou de Sn nos momentos tensos que antecederam sua partida. — Você já vai mesmo?

— Quanto antes agirmos, mais rápido teremos alguma chance de deter Thanos — respondeu Sn, sua voz prática e urgente. — Não podemos nos dar ao luxo de perder tempo com sentimentalismos.

— Eu sei, mas deixe pelo menos Hank fazer alguns exames rápidos — pediu Charles, a preocupação vincando sua testa. — Só para termos certeza de que você está... bem.

Sn suspirou, aproximando-se do irmão e colocando uma mão brevemente em seu ombro. — Estou bem, Charles. Carol sempre faz exames de rotina e tenho treinado meus poderes constantemente nos últimos anos. Estou mais forte do que nunca.

— Você ainda não me contou o que aconteceu lá fora — acusou Charles, seus olhos perscrutando os de Sn. Ele havia notado a mudança sutil, mas profunda, em sua irmã. Era como se uma nova camada de poder e luz a envolvesse.

— Talvez... talvez em outro momento — respondeu Sn, desviando o olhar. Ela pegou a mochila que Scott lhe estendia, um gesto silencioso de apoio. — Obrigada por isso — agradeceu, erguendo um celular e alguns cartões. Seu tom era genuinamente grato, mas um toque de melancolia dançava em seu olhar. — Assim que tivermos alguma notícia, boa ou ruim, entrarei em contato com vocês.

— Okay — Charles respondeu simplesmente, o peso do futuro iminente pairando sobre eles.

— Charles, preciso que você junte mais gente — disse Sn, sua voz agora carregada de urgência. — Mutantes adultos, de preferência, que tenham controle sobre seus poderes. Treine-os. Precisaremos de todos eles se uma guerra estourar.

— Posso fazer isso — Charles concordou, a determinação firme em sua voz.

— E... precisaremos de Erik.

— Não — Charles negou imediatamente, a velha rivalidade reacendendo em seus olhos.

— Charles — Sn suspirou, prendendo os cabelos com uma liga improvisada. — Não me interessa se vocês ainda estão presos nessa briguinha infantil. Sinceramente, para mim, isso sempre pareceu amor reprimido e muita tensão sexual. Mas preciso que você deixe isso de lado e fale com ele. Ele tem aliados poderosos ao seu lado. Eu sei que tem. Faça com que eles nos ajudem. E... eu quero ver Raven.

— Mal chegou e já está causando problemas — Charles murmurou, resignado, mas sem discutir. No fundo, ele sabia que o pedido de sua irmã era sério.

— Preciso lhes dar motivos para continuarem me pintando como a vilã da história — Sn alfinetou, um brilho travesso em seus olhos.

— Seja cautelosa — advertiu Charles, mudando de assunto, incapaz de lidar com a complexidade das emoções de sua irmã. — A Guerra Civil deixou feridas profundas. Eles estão divididos.

Sn assentiu, a lembrança de conflitos passados, mesmo aqueles que ela não testemunhara diretamente, a lembrando de como as cicatrizes entre heróis podiam ser mais dolorosas do que qualquer batalha contra um inimigo externo. Aquilo seria uma dor de cabeça monumental para resolver, e ela estava tentando manter um otimismo cauteloso.

Complexo dos Vingadores,

23:40 da noite

O ar pesado e empoeirado do Complexo dos Vingadores parecia carregar o peso de todas as batalhas e fracassos do passado. Sn percorreu o olhar pelas paredes, os equipamentos esquecidos sob uma fina camada de poeira, e a atmosfera de abandono que pairava sobre o lugar. Aquele prédio, que um dia fora o coração pulsante dos Vingadores, agora não passava de um fantasma de sua antiga glória, um lembrete cruel da fratura causada pela Guerra Civil.

— Contatou Nick? — perguntou Sn, quebrando o silêncio que se arrastava no ambiente vasto e vazio. Sua voz ecoou levemente, dando ainda mais ênfase à sensação de solidão.

— Sim — respondeu Carol, com os olhos fixos em um pequeno dispositivo em seu pulso. O brilho da tela refletia em seu rosto, mas a expressão era de incerteza. — Ele está em algum ponto no meio do Atlântico. Não sei quanto tempo vai levar pra chegar aqui.

Sn cruzou os braços, olhando ao redor, avaliando o que um dia fora um bastião da esperança. Sentia um nó apertado no peito — não havia tempo a perder, não com Thanos se aproximando.

— Devemos esperar ou voltar para a nave? — questionou, tentando manter a urgência sob controle.

Carol exalou um suspiro, o olhar perdido por um momento. — Talvez... talvez algo aqui ainda funcione. Vale a pena tentar mandar um sinal.

Sem perder tempo, as duas começaram a explorar o complexo. Passaram por corredores silenciosos e mal iluminados, portas de aço rangendo sob o toque cuidadoso de suas mãos. O local estava em um estado diferente do que Sn imaginava. Era como se ninguém tivesse pisado ali há anos. Elas caminharam por cômodos pelo que pareceu horas quando finalmente encontraram a antiga sala de conferências.

Uma mesa longa e imponente dominava o centro, cercada por cadeiras de couro que já haviam visto dias melhores. O cheiro de casa fechada preenchia o ar, mas o painel de controle no meio da mesa ainda estava ali. Adormecido. Quase esquecido.

— Vamos ver... — murmurou Carol, aproximando-se. Ela pressionou alguns botões, mas nada aconteceu.

— Deixa eu tentar — Sn disse, se aproximando. Estendeu a mão e uma leve energia branca serpenteou por seus dedos, dançando sobre a superfície fria do metal. O painel piscou, as luzes ressuscitando aos poucos, como um coração voltando a bater.

Carol sorriu de lado. — Bingo.

Mas, antes que pudessem comemorar, uma voz feminina, suave e levemente robótica, preencheu o ambiente.

— Alerta de intrusão. Identifiquem-se.

Você e Carol se entreolharam, tensas.

— Quem está aí? — Carol perguntou, sua postura ficando mais rígida.

— Eu sou Sexta-Feira. A inteligência artificial responsável pela segurança deste complexo. Quem são vocês e qual a sua intenção?

— Sexta-Feira, meu nome é Carol Danvers e esta é Sn. Precisamos enviar uma mensagem urgente para os Vingadores — disse Carol, mantendo a voz firme.

Houve uma breve pausa. — Carol Danvers? Não há registros desse nome nos arquivos ativos dos Vingadores.

— Isso não importa agora — você interveio, a impaciência se infiltrando em sua voz. — Precisamos contatar Tony Stark, Steve Rogers, Natasha Romanoff, Clint Barton... todos. É uma ameaça de nível universal.

O silêncio se estendeu por alguns segundos, depois Sexta-Feira finalmente respondeu:

— Mensagem enviada. Capitão Rogers não está respondendo. Tony Stark foi notificado sobre a sua presença e está a caminho.

As duas trocaram olhares.

— Ele está vindo? — Sn perguntou.

— Sim — confirmou Sexta-Feira. — E ele parece irritado.

Minutos depois o rugido inconfundível de jatos se aproximando quebrou o silêncio. Segundos depois, a porta da sala de conferências se abriu com força, revelando Tony Stark em sua armadura Mark L. Seu rosto, visível sob a máscara retraída, exibia uma carranca carregada de irritação.

— Quem são vocês e o que estão fazendo na minha base? — Sua voz cortou o ar com desconfiança e cansaço. — Invasão de domicílio agora faz parte do repertório?

Carol ergueu as mãos em um gesto pacificador. — Relaxa, Tony. Nós precisamos conversar.

Os olhos de Stark se estreitaram. — Certo. E quem diabos é você? — apontou para Carol. — Algum tipo de piloto espacial perdido? — tentou deduzir após avaliar a vestimenta da loira.

Você deu um passo à frente, a paciência se esvaindo. — O que temos para dizer é mais importante do que seu sarcasmo, Stark.

— Ah, é? Então manda. O que é tão urgente que me tirou da minha ocupação extremamente importante de... bom, de qualquer coisa que eu estivesse fazendo?

Antes que você pudesse responder, outro som ecoou pelo corredor. A porta se abriu novamente, e Nick Fury entrou, seu tapa-olho e postura imponentes trazendo uma onda de seriedade ao ambiente.

— Stark — disse Fury com sua voz firme. — Abaixa essa lata velha. Elas estão comigo. Ou melhor, eu estou com elas.

Tony lançou um olhar desconfiado para Fury e depois para Carol e você. — Certo. Alguém quer me contar o que diabos está acontecendo?

— Essa é Carol Danvers, a Capitã Marvel — disse Fury, sem rodeios. — E esta é Sn Xavier. Elas têm informações sobre uma ameaça e acredite, é grande.

Você respirou fundo antes de dizer as palavras que mudariam tudo. — Futy diz, ele havia lido o que Carol enviou e vindo o mais rápido possível para cá.

— Tem um titã, Thanos. Ele está vindo pra a Terra e ele está atrás das Pedras do Infinito. Se ele conseguir todas elas, metade da vida no universo deixará de existir.

A sala mergulhou em um silêncio tenso. Tony olhou para Fury, esperando alguma confirmação, e recebeu apenas um aceno.

Você cruzou os braços, a impaciência começando a borbulhar em suas veias.— Precisamos reunir os Vingadores. Agora. Não temos tempo para joguinhos ou picuinhas.

Fury soltou um riso curto e seco, sem qualquer vestígio de humor.

— Reunir? Eles mal se falam, Sn. Rogers e Stark ainda trocam farpas por telefone, quando se dignam a atender um ao outro. Barton se aposentou para viver sua vida no campo. Romanoff... bem, Romanoff é um fantasma, sempre foi.

Carol avançou um passo, sua expressão endurecendo, os olhos brilhando com uma determinação inabalável. — Então é hora de trazê-los de volta, Fury. Tirá-los das sombras, da aposentadoria, do que quer que estejam fazendo para evitar o inevitável. Porque, gostando ou não, essa pode ser nossa única chance de impedir o fim da metade, senão, de todo o universo. Você viu o que aconteceu com Zen-Whoberi, aquele planeta queThanos invadiu e aniquilou metade da população sem as pedras do infinito alguns anos atrás e eu comentei com você. Imagine isso em escala cósmica.

O silêncio pesado que se seguiu às palavras de Carol parecia esticar o tempo. Tony Stark cruzou os braços, o cenho franzido enquanto processava a informação. Havia um cansaço em seu olhar, algo que ia além das noites mal dormidas - era o peso de um mundo que ele tentou ignorar após a guerra civil por tempo demais.

Nick Fury manteve a postura rígida, sua presença sempre imponente, mas mesmo ele parecia diferente. Mais sombrio.

Carol Danvers manteve o queixo erguido, os olhos brilhando com determinação, pronta para rebater qualquer resistência que viesse de Stark, mas foi você quem deu um passo à frente, suas palavras carregadas de urgência.

— Isso não é uma teoria, não é uma possibilidade remota. Thanos já está em movimento. Se não agirmos agora, estaremos sempre um passo atrás dele.

Tony soltou um suspiro pesado e passou a mão pelo rosto, como se tentasse afastar o peso daquela conversa. Então, encarou Fury.

— Você sabia disso?

— Soube apenas algumas horas antes de você — Fury admitiu.

— E agora? — A voz de Tony era um misto de ironia e exasperação. — Esperam que eu apenas... ligue para Steve, diga "ei, esquece tudo, vamos salvar o mundo de novo"?

Você sentiu um aperto no peito. Essa era a parte difícil.

— Não esperamos que você apenas esqueça — disse, sua voz mais branda, porém firme. — Mas o que quer que tenha acontecido entre vocês... não vai importar quando metade do universo for apagada.

Tony segurou o seu olhar por um instante. Havia um desafio ali, mas também verdade. Ele ainda não havia aceitado.

Fury pigarreou, trazendo o foco de volta à missão.

— Precisamos de um plano.

Carol assentiu. — Primeiro, encontramos os Vingadores. Depois, as Pedras do Infinito antes de Thanos.

New Coffee - Brooklyn

10:13 da manhã.

O primeiro contato foi com Natasha Romanoff. Encontraram-na num café discreto no Brooklyn, um lugar comum, longe de qualquer radar ou sistema de rastreamento conhecido. Seus olhos, sempre alertas e calculistas, analisaram você com uma precisão cirúrgica, avaliando cada detalhe de sua postura, de sua energia quase palpável.

— Fury nunca comentou sobre vocês — disse Natasha, sua voz um tom neutro, sem entregar nenhuma emoção. Ela tomou um gole de seu café, observando você por cima da borda da xícara.

— Nunca nos interessamos em fazer parte de equipes — você respondeu, seu tom igualmente direto. — Mas as regras mudaram. Viemos avisar sobre uma ameaça que vai muito além de qualquer coisa que vocês já enfrentaram.

Natasha arqueou uma sobrancelha ruiva, um pequeno sorriso sarcástico brincando em seus lábios. — Mais uma ameaça apocalíptica? Francamente, já perdi a conta de quantas o mundo já enfrentou. Qual a novidade?

— Esta pode ser a última, Natasha — Carol complementou, sua voz séria e carregada de um peso inegável contrastando com a pose casual que ela mantinha, braço jogado sobre o encosto da cadeira. — A escala é diferente. O poder envolvido é algo que você nunca viu.

O desafio não era apenas localizar os indivíduos, mas também reconstruir a teia de confiança que havia sido tão brutalmente rompida. Cada Vingador carregava as cicatrizes da Guerra Civil, as feridas da traição e da perda ainda latejando em suas almas.

***

Stark foi, previsivelmente, o mais difícil. Ele estava entrincheirado em sua torre, irredutível, se recusando a qualquer contato com aqueles que haviam se posicionado contra ele durante o confronto. Seu olhar quando viu Sn novamente era uma mistura complexa de irritação mal disfarçada e uma curiosidade cautelosa. Ele avaliou a recém-chegada de cima a baixo, tentando decifrar o que ela representava.

— Mais um ser superpotente querendo bancar o salvador do universo? — Tony provocou, um sorriso cínico dançando em seus lábios. — Desculpe, mas essa narrativa já está um pouco desgastada, não acha? É tipo a terceira vez que você vem falar comigo. Já tenho meus próprios problemas para administrar, obrigado.

— Toma aí — Você respondeu com um suspiro impaciente, jogando um dossiê holográfico na mesa de vidro à frente de Tony. As informações brilharam, revelando diagramas complexos e textos codificados. — Pedras do Infinito. Metade da vida universal em risco, blá, blá, blá. Aí tem tudo o que você precisa saber, Tony. Sinceramente, eu também não queria estar aqui perdendo meu tempo salvando a vida de... hum... metade da população universal. Não ligo para isso, não deixarei de existir se isso acontecer. — Sua voz era carregada de um tédio quase palpável e um desinteresse genuíno. — Isso é mais para e sobre vocês. Vocês são os que perderão tudo se Thanos concretizar o plano dele. A Terra, seus amigos, sua preciosa Stark Tower.

Tony folheou as informações com um gesto displicente, seus dedos movendo as "páginas" do holograma de um lado para outro, mas seus olhos estavam fixos nas projeções, seu cérebro processando os dados em velocidade sobre-humana, analisando cada linha, cada imagem, buscando inconsistências.

— Interessante — murmurou, franzindo a testa. — Mas por que eu deveria acreditar em você? Em duas estranhas que surgem do nada com essa história de fim do mundo? Nem sei quem vocês são ou de onde surgiram.

— Porque é verdade — Você respondeu, dando de ombros com um ar de total indiferença. — E porque, no fundo, você sabe que o mundo ainda precisa dos Vingadores, por mais que finja o contrário. E se essa for a última dança, você realmente quer ficar sentado no camarote? Sem contar que se te faz mais confortável, posso criar um arquivo com informações sobre mim e apresentar quando todos estiverem reunidos.

— Reúna todos, e digo se te ajudarei — Starke desafia.

***

Steve Rogers foi, surpreendentemente, o mais fácil de convencer. Deixando de lado as mágoas e as divisões do passado, o Capitão América colocou seu coração patriota e sua bússola moral inabalável para funcionar. Ele ouviu atentamente o relato de Carol e Sn, sua expressão ficando cada vez mais sombria. Sem hesitar, aceitou retornar ao complexo e se juntar ao esforço para encontrar os outros.

Wanda também aceitou com uma facilidade que surpreendeu até mesmo Natasha. O contato foi feito por telefone, a voz de Natasha transmitindo a urgência da situação. Wanda, ainda lidando com suas próprias perdas e a complexidade de seus poderes, sentiu o peso da ameaça. Ela concordou em se encontrar com Natasha para irem juntas ao complexo, a necessidade de proteger o mundo superando qualquer hesitação ou mágoa passada, claro que ela não confiava mais em Stark, mas confiava em Natasha e Steve e por enquanto, isso bastava.

Complexo dos Vingadores,

Sala de Conferências

O silêncio que se seguiu era mais pesado que o peso de todas as armaduras de Tony Stark combinadas. Você observava cada rosto ao redor da mesa - fragmentos de uma equipe que um dia foi lendária, agora reduzida a cacos de orgulho ferido e desconfiança.

Nick Fury era a única constante, seu tapa-olho um símbolo de persistência em meio ao caos. Seus dedos tamborilavam na mesa de aço, um ritmo irregular que ecoava a tensão crescente.

— Então, resumindo — Tony começou, sua voz carregada de sarcasmo — Que ótimo, temos uma berinjela querendo eliminar metade do universo com um estalar de dedos?

— Exatamente — Carol respondeu, sem hesitar. Seu tom era cortante como uma lâmina de plasma, não se deixando levar pelas gracinhas do homem de ferro.

Steve Rogers inclinou-se para frente, o peso de décadas de batalhas visível em cada linha de seu rosto. Seus olhos, ainda azuis e determinados, percorreram os rostos ao redor.

— Precisamos de um plano — declarou, aquela autoridade militar imediatamente preenchendo o ambiente. — E precisamos agora.

Você sorriu, um gesto quase predatório. — Eu e Carol elaboramos algo, podemos compartilhar se vocês quiserem — Diz com tom firme, não queria impor, mas não estava deixando espaço para negação.

A tensão era palpável, cada pessoa ali carregando memórias de traições passadas, de brigas que haviam fraturado o que um dia foi uma família. A Guerra Civil não era apenas uma batalha, era uma ferida ainda aberta, um lembrete constante de como heróis podiam se transformar em inimigos.

— Antes de qualquer coisa — Natasha interveio, sua voz calma, mas carregada de uma autoridade inegociável — precisamos saber exatamente o que vocês sabem sobre Thanos, tudo.

— E o arquivo com suas informações, docinho — Tony alfinetou, não esquecendo de suas palavras em sua última visita.

Suspirando você ativou o dispositivo holográfico que continha tudo o que você e Carol conseguiram juntar desde que souberam sobre o Titã, os arquivos começaram a girar no ar, um ballet digital de informações brutais.

— Vou começar com Thanos e depois partirmos para meu próprio arquivo. Ele não é apenas forte — você começou, sua voz baixa e intensa. — Ele é obsessivo. Matemático. Para ele, destruição não é emoção, é equação.

Tony arqueou uma sobrancelha. — Um genocida científico. Ótimo.

Fury deixou escapar um rosnado gutural. — As Pedras do Infinito não são brinquedos. São poder puro, condensado em formas que nossa mente mal consegue compreender.

Carol complementou — E Thanos as quer todas. Poder sobre realidade, tempo, alma, mente, espaço e força. Com elas, ele pode reescrever a existência como quiser. Ele está tão empenhado em fazer isso acontecer e tem um exército enorme ao seu dispor, por isso viemos até aqui o mais rápido possível assim que soubemos.

O silêncio que se seguiu era quase físico, denso o suficiente para ser cortado com uma faca. Cada pessoa ali sentia o peso da informação - o destino do universo pendia por um fio, e eles eram os únicos capazes de tentar segurá-lo.

— Precisamos encontrar as Pedras antes dele — Steve disse, quebrando o silêncio. Não era uma sugestão. Era uma declaração.

Tony riu, um som seco e sem humor. — Claro. Porque localizar objetos cósmicos extremamente poderosos é algo que fazemos no café da manhã.

— Exatamente — Você respondeu, surpreendendo a todos. Seu sorriso era desafiador. — E nós vamos fazer isso. Tenho um plano feito, se seguirmos direitinho e tentarmos ao máximo evitar contratempos, talvez, consigamos chegar as pedras antes dele.

— Compartilha então esse plano com a gente pra vermos o que fazer a seguir — Wanda, que até então se mantivera em silêncio, observando as projeções com uma intensidade preocupada, se pronunciou pela primeira vez, sua voz suave, mas carregada de uma determinação silenciosa.

Você acenou com a cabeça, o brilho das projeções refletindo em seus olhos.

— O plano é simples, vamos nos dividir. Precisamos rastrear a localização de cada uma das Pedras do Infinito, tenho amigos no espaço que estão fazendo isso para nos enviar possíveis localizações. Carol e eu temos algumas pistas, mas precisaremos de toda a ajuda possível. — Você faz uma pausa olhando entre Carol e Fury — Os Vingadores e os mutantes que estiverem dispostos a lutar são bem vindos. Formaremos equipes menores para cobrir o máximo de terreno possível. Enquanto isso, também precisaremos começar a treinar pessoas. Thanos não virá sozinho, e precisaremos de todos os aliados que pudermos encontrar. Meu irmão Charles está reunindo os mutantes.

— Isso é bom, se ele vem com exército como vocês disseram, precisamos de gente para lutar. Podemos falar com Wakanda — Natasha sugere ao se lembrar do exército que o rei T'challa tem disponível sob seu poder. — Também conheço algumas pessoas que podem estar dispostas a nos ajudar — Diz ao se lembrar das viúvas que havia a pouco libertado da sala vermelha.

— Isso seria ótimo, Romanoff — Você concorda, seus olhos pousando por alguns segundos na loira até que a voz de Wanda chame sua atenção.

— Uma das Pedras — Wanda hesitou, olhando para baixo por um momento antes de levantar os olhos para o grupo. — Uma das Pedras está com Visão.

Houve um murmúrio na sala, todos se questionando como esqueceram desse detalhe. Tony franziu a testa.

— A pedra dele?

— Sim, aquela gema em sua testa, vocês lembram? É a Joia da Mente — respondeu Wanda, sua voz agora um sussurro carregado de emoção. — Ele a tem desde que foi criado, é o que me fez sentir conectada a ele, porque foi dela que ganhei meus poderes.

— E onde ele está? — Steve perguntou, sua preocupação evidente.

— Nós nos separamos — Wanda explicou, um traço de tristeza em seu olhar. — Depois que fugimos do governo passar esse tempo junto nos mostrou que não gostávamos um do outro da forma que achávamos. Ele precisava de espaço, e eu também.

Você assentiu, compreendendo a situação delicada. — Precisamos encontrá-lo então. Ele será um alvo óbvio para Thanos. Vamos montar uma equipe pequena e discreta para rastreá-lo. Carol, você vem comigo? — Seus olhos já estavam na loira que concorda com a cabeça — Wanda, você obviamente precisa estar lá. Natasha, suas habilidades de rastreamento serão inestimáveis.

— As de Clint são melhores, mas não sei se temos tempo para esperar ele chegar.

— Sem problemas, podemos lidar com isso sem ele por enquanto. Ele tem uma família, não é? Deixe com que fique com eles e o chamamos apenas se for de extrema importância, mas o deixe avisado da situação para não ser pego de surpresa.

Todos da sala pareceram concordar com sua ideia, achando gentil de sua parte.

O silêncio que se seguiu era elétrico. Nick Fury tamborilava os dedos na mesa de metal, cada batida uma contagem regressiva para o inevitável.

— Temos que encontrar Visão — Steve diz reforçando o que vocês já sabiam, sua voz de líder emergindo naturalmente.

Tony deixou escapar uma risada amarga. — Ótimo plano, Capitão. Como vamos fazer isso? Colocar um anúncio no Craig's List: "Procura-se Sintozóide com pedra cósmica, favor entrar em contato"?

Você o encarou, um brilho perigoso em seus olhos. — Natasha pode tentar rastreá-lo, mas você tem recursos tecnológicos que facilitaria isso. Rastreamento. Inteligência artificial.

— Sexta-Feira! — Tony exclamou, virando-se para o ar. — Iniciar busca por padrões de energia correspondentes a Visão.

A inteligência artificial respondeu quase instantaneamente. — Processando. Mas senhor, os parâmetros são extremamente amplos.

— Reduza — comandou Fury. — Use todos os protocolos de rastreamento que temos.

— Eu posso ligar minha mente à Sexta-Feira e mostrar para ela a última vez em que estive em contato com Visão, ela também pode acessar meu celular — Wanda oferece.

Tony concorda com a cabeça e um suporte emerge da mesa para Wanda conectar seu celular. Ao lado um mini dispositivo que lembrava muito um pendrive.

— Senhora Maximoff, por favor deposite nesse dispositivo a última lembrança de seu contato com o senhor Visão — A voz robótica instrui.

Wanda segue o pedido lançando uma onda de seu poder no dispositivo. A energia chama atenção de Sn que foca naquilo, seu próprio poder fluindo levemente indo de encontro ao de Wanda.

A tensão era palpável. Cada segundo parecia carregar o peso de milhões de vidas. No centro da sala, os fragmentos de uma equipe devastada começavam lentamente a se reconectar, como peças de um quebra-cabeça cósmico.

Sn observava, seus olhos percorrendo cada rosto. Stark com sua arrogância disfarçada de sarcasmo. Rogers com sua determinação inabalável. Romanoff, um enigma ambulante. Wanda, um vulcão de poder e dor contidos, e ainda assim disposta a ajudar.

— Não temos tempo — ela murmurou, mais para si mesma do que para os outros.

Carol a encarou, compreendendo o peso daquelas palavras. Thanos não esperaria.

— Que tal enquanto Sexta-feira faz o trabalho duro, você atualiza a equipe sobre seu arquivo pessoal? — Fury quem sugere olhando para você, que concorda.

— Me chamo Sn Xavier, filha de Magda e Michael Xavier, irmã mais nova de Charles, o fundador do Instituto Xavier para Jovens Dotados. Nasci em (dia e mês) de 1979.

— Você tem tipo, trinta e oito anos com essa carinha de bebê? — Tony zombou, interrompendo minha fala.

— Stark, você poderia, por favor, não me interromper? Já estou adorando fazer isso. — Respondi com um tom sarcástico. — Mais uma interrupção e eu paro.

— Okay, estressadinha.

Respirei fundo, antes de continuar, sabendo que todos estavam me ouvindo atentamente. Eu também estava adorando ter a palavra, embora jamais admitiria isso em voz alta.

— Era um período morno na Guerra Fria e muitas coisas aconteceram. Meu irmão, Charles, nasceu com habilidades de telepatia, telecinese e várias outras que ele foi descobrindo com o tempo, conforme aprendia a controlar sua mutação. Eu, aparentemente, havia nascido "normal", mas meus pais logo perceberam que eu passava muito tempo olhando fixamente para as sombras. Eles acharam que era só uma fase, então deixaram passar. Fui crescendo e, aos poucos, percebi que eu tinha algo diferente, as sombras me chamavam e depois de um certo tempo passaram a me acalmar ao invés de me aterrorizar. Conseguia vê-las, tocá-las e até mesmo manipulá-las. Foi então que meus pais descobriram minha afinidade com o sombrio, minha alma viajava entre mundos e entidades começavam a me visitar. — bufo minimamente me lembrando de uma dessas visitas, mudo o peso de meu corpo de uma perna para outra, voltando a falar — Meu irmão me ajudava como podia, mas tudo ficou muito mais difícil quando meus pais faleceram em um acidente. Um tio veio morar conosco e ficou responsável por nós e pelas finanças até que meu irmão pudesse fazer isso, mas ele me odiava. Pouco tempo depois, ele fez questão de mandar Charles para longe, deixando-me completamente sozinha. Passei a maior parte da adolescência sozinha, envolvida em coisas que não devia, alimentando meu poder sombrio.

Faço uma pausa, observando que todos me observavam com atenção. Estiquei as mãos, manipulando a energia ao redor, projetando imagens no ar conforme falava sobre o que aconteceu.

As imagens começaram a se formar: meus pais e Charles, a primeira entidade que entrou em contato comigo, uma sombra negra com olhos laranja brilhantes; o enterro deles, as sombras me envolvendo quando me senti sozinha; Charles partindo, anos de solidão, estudando e aprendendo sobre meus poderes.

— Em 1993, ao completar a maioridade, fui atrás de meu irmão. Passamos meses juntos, e eu ajudei na Mansão X. Depois disso, me mudei para a faculdade. — Um sorriso se formou nos meus lábios enquanto exibia imagens de minha época na faculdade, ao lado da minha colega Sue Storm e de outros amigos. — Foi lá que conheci Sue Storm, nos tornamos amigas próximas, e anos depois, após a formatura, aceitei participar de uma expedição científica até o espaço. O objetivo era catalogar uma chuva cósmica que ocorre a cada milhões de anos. Algo deu errado, e a chuva chegou um dia antes do esperado. Meu amigo Ben, que estava comigo do lado de fora, conseguiu retornar para a estação, mas eu não tive a mesma sorte. O cabo de segurança se rompeu e fui lançada no espaço. Fiquei convencida de que estava morrendo, mas antes de perder a consciência, algo me encontrou.

Sn mostra a imagem borrada de uma lembrança que ainda guarda, a figura flamejante de uma entidade em fogo branco, com uma luminosidade que lembrava mil estrelas.

— A voz daquela entidade falou comigo e, em um processo misterioso, sua essência se mesclou à minha, nos tornando uma só. — Você diz com carinho na voz ao se referir a Fênix Branca — Vaguei por anos no espaço, entre universos em minha própria mente, enquanto a Fênix Branca me mostrava tudo. Civilizações perdidas, guerras e vitórias, universos inteiros, iguais e ao mesmo tempo diferentes. Ela me atualizou sobre tudo o que havia visto e vivido ao longo dos eons. Quando Carol me encontrou, eu já sabia de tudo, já sentia tudo. A fusão com a Fênix me transformou de maneiras que eu não consigo explicar. Hoje sou vista como o "vaso perfeito", pois carrego tanto sombras quanto luz em mim. O equilíbrio perfeito.

Ergo as mãos, e com um gesto, um pouco de poder reluzente surgiu de uma delas, enquanto sombras fluíam da outra.

— Quando a Fênix Branca se integrou a mim, ela me revelou que fui escolhida muito antes de nascer para um propósito maior, algo que mudaria o rumo do universo. Quando soube sobre Thanos, pensei: "Será que é isso?" — Suspirei profundamente, sentindo o peso de tudo o que vivi. Finalizei a exibição de meus poderes. — Passei anos com Carol, aprendendo a controlar os poderes divergentes dentro de mim. Esperando pelo momento certo de usá-los. Não sei se esse momento chegou, com tudo o que está acontecendo com Thanos, mas espero poder ajudar vocês. Que essas informações que compartilhei minimizem, ao menos, as desconfianças que todos têm. — Meus olhos se fixaram em Tony, que parecia, por um instante, um pouco envergonhado. — Agora, vamos falar sobre Carol.— Mudo de assunto sorrindo, não quero arrumar briga por me sentir ofendida com suas desconfianças.

Quando ia começar a explicação seu celular tocou e você parou por um momento, pegando o aparelho e atendendo a chamada.

— Charles? Sim, sou eu. Sim, sobre o que falamos antes... Preciso que você envie Logan para mim... Sim, o Wolverine... E também preciso de Raven... Sim, estou no Complexo dos Vingadores... Ah, então eu passo aí. Te aviso quando for. Ótimo. Encontro vocês em breve. Tchau. — se despede encerrando a ligação. — Charles conseguiu contato com Érik.

— Magneto? — Nick questiona erguendo uma sobrancelha.

— Sim, porquê?

— Nada, só faz anos que tentamos um acordo e ele nunca se prestou ao papel de responder. Eu sempre soube que você seria um ativo valioso para a equipe.

— Não vou discutir isso com você de novo — Sn diz revirando os olhos de brincadeira.

— Mapeamento concluído. A localização de Visão foi identificada. — A voz da IA soa, indicando o fim de sua busca.

— Timing perfeito — você comenta com um sorriso. — Precisamos encontrar um local seguro para levar Visão e tentar extrair a pedra. Alguém tem alguma sugestão?

Natasha assentiu, um brilho estratégico em seus olhos verdes. — Wakanda. A tecnologia deles é incomparável. Se alguém pode remover a Joia da Mente de Visão com segurança, são eles. E eles têm os recursos para protegê-lo. Posso falar com Shuri, explicar a situação e avisar que estaremos indo assim que encontrarmos Visão.

Sn acenou com a cabeça, satisfeita com a solução.

— Ótimo. Então está decidido. Vamos encontrar Visão e levá-lo para Wakanda. O resto de nós começará a rastrear e mobilizar aliados. Assim que deixarmos Visão em Wakanda vamos para o espaço. Não temos tempo a perder.

Quinjet - Em algum lugar

05:02 da manhã

O Quinjet cortava o céu azul acima de um país montanhoso e pouco cartografado, um lugar onde a tecnologia moderna parecia ter chegado timidamente, agarrando-se às bordas das pequenas cidades e vilarejos. Da janela, Sn observava a paisagem acidentada, um misto de apreensão e determinação dançando em seus olhos.

— Tem certeza que esse é o lugar, Natasha? — Carol perguntou, consultando um dispositivo em seu pulso.

Natasha assentiu, seus olhos fixos no mapa holográfico à sua frente. — As coordenadas de Wanda estavam precisas e Sexta-Feira as traduziu perfeitamente. Ele está em uma pequena vila nas montanhas. Discreto, como sempre.

Wanda estava sentada ao lado de Sn, seus dedos inquietos brincando com um fio solto em sua jaqueta. Uma mistura de nervosismo e esperança pairava ao seu redor. Ela ansiava por rever Visão, mesmo que seu relacionamento tivesse terminado, ainda havia um laço profundo entre eles, forjado pela Joia da Mente.

O Quinjet pousou suavemente em um campo aberto, a poucos quilômetros da vila. As quatro mulheres desembarcaram, o ar fresco da montanha enchendo seus pulmões. A vila era um aglomerado de casas simples, com telhados de barro e cercada por campos verdejantes.

Elas se aproximaram da vila a pé, tentando não chamar muita atenção. Wanda liderava o caminho, sentindo a tênue conexão com a Joia da Mente, como um farol distante guiando-as.

Encontraram Visão em uma pequena casa isolada, no alto duma colina. Ele estava sentado em uma varanda, observando o dia nascer com uma expressão serena. Ao vê-las se aproximando, um leve sorriso surgiu em seus lábios.

— Wanda — ele disse, sua voz calma e reconfortante.

Wanda correu em sua direção, abraçando-o com força. Havia um conforto familiar naquele contato, mesmo que as coisas tivessem mudado entre eles.

— Visão — ela murmurou, aliviada por vê-lo bem. — Você parecia que estava nos esperando — Comentou a Sokoviana se afastando lentamente, olhos verdes escaneando as feições do Sintozóide em busca de resposta.

— Eu sabia que viriam. A Joia me avisou. — Ele comenta tocando a joia em sua cabeça.

Carol e Natasha se aproximaram, observando a cena com um misto de alívio e cautela. Você permaneceu um pouco atrás, deixando que Wanda e Visão tivessem seu momento.

— Precisamos ir, Visão — Carol disse, quebrando o silêncio suave. — Thanos está vindo. Ele quer a Joia da Mente.

Visão assentiu, seu olhar se voltando para Você. — Eu sei. E sei que vocês me levarão para Wakanda.

— Como? — Natasha perguntou, surpresa.

— A Joia me mostrou. — Diz, sinceridade pingando em sua voz.

O retorno para o Quinjet foi rápido e silencioso. Horas se passaram enquanto voavam em direção a Wakanda. Você estava sentada em um canto, observando a Joia da Mente acoplada a testa de Visão. A última coisa que se lembrava era de ter visto Carol e Natasha conversando na frente do Quinjet, o cansaço logo tomando conta a puxando para a terra dos sonhos.

Você se viu em um lugar estranho, com prateleiras repletas de livros antigos e artefatos místicos. Uma figura alta e magra, com uma barba rala e um olhar penetrante, surgiu das sombras. Ele vestia um manto estranho e carregava em seu pescoço um colar com uma gema verde brilhante.

— Você tem um longo caminho a percorrer, criança Fênix — ele disse, sua voz ecoando no espaço. — E muitos perigos à frente. Lembre-se, você é o equilíbrio perfeito, ela te escolheu por isso. Venha até mim quando for o momento certo, estarei esperando.

Sn acordou sobressaltada, o coração acelerado. A luz da cabine do Quinjet parecia mais brilhante do que antes.

— Você está bem? — Carol perguntou se aproximando ao notar sua agitação.

Você estava respirando fundo, tentando processar o sonho. — Eu... eu tive um sonho estranho. — Diz passando a mão no cabelo desgrenhado — Com um homem... ele parecia um mago. Ele falou sobre um longo caminho e perigos. E ele mencionou a Fênix.

— Um mago? — Natasha franziu a testa.

— Ele usava um colar com uma gema verde — Sn acrescentou.

Wanda arregalou os olhos. — Parece o Doutor Estranho. Ele é um mago poderoso, guardião de artefatos místicos.

— Talvez devêssemos falar com ele quando voltarmos para o complexo — Carol sugeriu. — Ele pode ter informações importantes.

Você concorda, ainda ponderando sobre o significado do sonho.

Após horas de voo, o Quinjet finalmente sobrevoou as barreiras tecnológicas de Wakanda, pousando em uma plataforma elegante no coração da cidade dourada. Soldados em uniformes vibrantes aguardavam sua chegada.

Visão foi recebido com respeito e levado imediatamente para um dos laboratórios avançados, onde Shuri e sua equipe já estavam prontas para examiná-lo e encontrar uma maneira segura de lidar com a Joia da Mente. A primeira peça do quebra-cabeça estava no lugar. A caçada pelas Pedras do Infinito havia oficialmente começado.

Wakanda - Laboratório Principal

09:45 da manhã

O laboratório de Shuri era como um santuário da tecnologia mais avançada do universo. Hologramas dançavam no ar, projeções tridimensionais revelavam cada nuance da estrutura interna de Visão. O Sintozóide permanecia imóvel, quase etéreo sob a luz azulada dos scanners.

Shuri circulava a mesa, seus dedos deslizando por interfaces invisíveis. Cada movimento era uma equação, cada gesto um cálculo preciso. Seus olhos brilhavam com uma combinação de curiosidade científica e determinação.

— A integração da Joia da Mente — ela começou a explicar, ampliando uma imagem holográfica da estrutura neural de Visão — não é apenas física. É quase orgânica.

Wanda se aproximou, seus poderes criando uma leve ondulação mágica no ar ao redor dela. Sua mão tremeu levemente ao tocar o holograma, como se pudesse sentir a energia da Jóia.

— Quando criaram Visão — ela murmurou — a Joia foi literalmente fundida à sua essência. Não é um implante. É parte dele.

Natasha, observando tudo com seu olhar calculista, cruzou os braços. — Isso significa que remover a Joia...

— Mataria Visão — Você completou, sua voz baixa e tensa.

Shuri assentiu, desativando temporariamente os hologramas. Ela se virou para o grupo, sua expressão séria.

— Podemos removê-la. — Seus dedos acionaram um novo holograma, revelando um design complexo de vibranium. — Uma gema que imita a Jóia, ela vai proteger Visão e enviar energia para ele, ela vai estabilizar Visão e manter a essência que ele criou pra si a partir do que ele retirou da pedra, quando retirarmos a pedra e assim ele continuará funcionando sem sofrer danos.

— Como uma bateria? — perguntou Natasha, aproximando-se.

— Mais do que uma bateria — corrigiu Shuri. — Um sistema de proteção adaptativo. A tecnologia vai manter ele com energia renovável infinita.

Visão, que estava aparentemente inerte, abriu os olhos. Sua voz suave preencheu o laboratório.

— Interessante. — Um leve sorriso surgiu em seus lábios sintéticos. — Matemática pura transformada em proteção orgânica.

Wanda olhou para ele, um misto de amor e tristeza em seus olhos. Sua mão quase o tocou, mas parou no ar.

Sn observava a cena, percebendo a complexidade dos sentimentos ali. Sua própria energia começou a pulsar sutilmente, como se ressoasse com a energia mística de Wanda e a tecnológica de Visão, mas ela conteve isso.

— Quanto tempo levará? — perguntou Carol, pragmática como sempre.

— Três horas — respondeu Shuri. — Talvez menos, se Wanda puder emprestar parte de seus poderes mágicos para estabilizar o processo.

Wanda concordou, um brilho vermelho começando a envolver suas mãos. Seus poderes dançaram ao redor de Visão, criando uma espécie de casulo mágico-tecnológico.

— É como um nascimento — murmurou Natasha, observando o processo. — Recriando, protegendo.

Você sorriu, sentindo a energia única daquele momento. Um instante de esperança em meio ao caos que se aproximava.

Shuri vestiu um traje especial com luvas que pareciam ter vida própria. Suas mãos se moviam por interfaces holográficas com uma precisão quase hipnótica.

— A remoção da Joia — explicou ela, sua voz calma e técnica — É um processo delicado que exigirá múltiplas etapas de desconexão neural, isolamento energético, realocação de estruturas sintéticas e a colocação da nova gema.

Wanda observava, seus poderes mágicos criando uma aura de proteção ao redor de Visão. Seus dedos tremiam levemente, uma mistura de ansiedade e esperança.

Shuri projetou um campo de contenção em camadas. Primeiro, um escudo de vibranium que isolava completamente Visão do ambiente externo. Depois, campos de energia que começaram a dissecar, milimetricamente, as conexões entre a Joia e a estrutura neural de Visão.

— Cada conexão — Shuri falava enquanto trabalhava — é como um fio de cabelo microscópico. Não podemos puxar, apenas desenroscar, centímetro por centímetro.

Natasha e você observavam o processo, suas respirações quase sincronizadas. Carol estava ao lado de um equipamento de monitoramento, seus olhos fixos nos gráficos que mudavam constantemente.

Visão permanecia consciente, mas imóvel. Sua voz era ocasionalmente ouvida.

— Interessante processo. Posso sentir cada desconexão.

Wanda segurava sua mão, seus poderes criando uma espécie de anestesia mística que amenizava cada movimento.

Hologramas mostravam a desconexão microscópica. Era como ver um universo interno sendo desmontado com pinças de luz. Cada conexão da Jóia era uma constelação de energia que precisava ser cuidadosamente separada.

Horas passaram. Gotas de suor escorriam pelo rosto de Shuri. Não era cansaço físico, mas a intensidade de concentração absoluta.

— Falta pouco — murmurou ela após duas horas e quarenta minutos.

Os últimos milímetros de conexão eram os mais complexos. Era como remover um fio de cabelo preso em um mecanismo de relojoaria suíça.

Finalmente, um brilho dourado. A Joia da Mente flutuava agora em um receptáculo de vibranium, completamente isolada.

Visão piscou. — Estou diferente, mas completo.

Wanda o abraçou, lágrimas nos olhos feliz por terem retirado algo que traria perigo para seu amigo em segurança.

Você se aproximou de Shuri. — Impressionante.

— Tecnologia — respondeu Shuri, um sorriso de vitória em seu rosto — não é sobre força. É sobre compreensão.

O laboratório ainda pulsava com a energia residual do procedimento. A Joia da Mente flutuava dentro do receptáculo de vibranium, sua luz dourada projetando sombras etéreas nas paredes tecnológicas do ambiente.

Carol cruzou os braços, analisando a jóia com um olhar pragmático. — E agora? Onde vamos deixá-la?

Shuri limpou a testa com a manga de seu traje, ainda sentindo o peso da operação. — Wakanda pode protegê-la. Nossos escudos são impenetráveis, e temos tecnologia suficiente para conter qualquer interferência.

Natasha, sempre cética, arqueou uma sobrancelha. — Mas e se Thanos invadir a Terra? A primeira coisa que ele faria seria ir atrás dela. Wakanda seria um alvo direto.

Shuri assentiu, já prevendo essa objeção. — Justamente por isso, se houver ameaça, levaremos a Joia para um local seguro. Não podemos arriscar a vida dos civis.

— Mas estaremos arriscando a vida do lado de fora, Wakanda seria o local mais seguro para a briga se Thanos trouxer seu exército para a terra — Natasha divaga, Shuri acena com a cabeça percebendo que a viúva estava certa.

Levar a batalha para dentro dos campos seria mais seguro, então a pedra não pode ficar ali.

— Então precisamos de um guardião — sugeriu Wanda, seus olhos ainda brilhando com vestígios de magia escarlate.

O silêncio pairou no laboratório. Todos se entreolharam, até que você deu um passo à frente.

— Eu fico com a pedra.

Todos a olharam com surpresa e uma certa desconfiança. Natasha descruzou os braços lentamente, como se estudasse cada nuance do pedido. Carol estreitou os olhos, avaliando-a, isso poderia fazer com que os outros duvidassem de você, e atrapalharia tudo.

— E por que exatamente deveríamos confiar isso a você? — perguntou Natasha, sua voz carregada de cautela.

Você respirou fundo. — Porque eu posso protegê-la de uma forma que ninguém mais pode. Eu não apenas guardaria a Joia, eu a integraria ao meu ser.

Shuri franziu o cenho. — Você quer... absorver a Jóia? Acabamos de tirá-la de Visão.

Você estendeu a mão, e uma energia cintilante começou a se manifestar ao seu redor, dançando entre tons de sombras e luz. A temperatura no ambiente pareceu mudar sutilmente, como se uma força maior estivesse se manifestando.

— Eu sou a Fênix Branca — revelou. — A energia cósmica da Fênix faz parte de mim. Minha essência não é limitada pelo espaço ou pelo tempo. Posso manipular forças primordiais e regenerar minha existência se necessário. E mais do que isso, tenho o poder de proteger essa pedra de qualquer influência externa, guardando-a em meu corpo posso expelir ela quando eu quiser.

Os olhos de Wanda se arregalaram levemente, sentindo a magnitude do poder que vibrava no ar. Natasha trocou um olhar rápido com Wanda, e Shuri mordeu o lábio inferior, ponderando as implicações.

— Isso não é só sobre poder — você continuou. — É sobre responsabilidade. A Joia da Mente pode corromper, pode influenciar, pode ser usada como arma. Mas comigo, ela será apenas uma centelha dentro de um fogo muito maior, a Fênix não pertence a lugar algum e a todos os lugares ao mesmo tempo, a joia não tem poder sobre mim.

— E se ele sentir a pedra e for atrás de você? — Carol quem questionou, preocupação por sua segurança óbvia em seus olhos.

— Ele não vai, meus poderes são mais fortes que o sinal da pedra, a não ser que alguém aqui conte isso pra ele. E outra, a pedra só será expelida pelo meu organismo caso eu morra.

Hesitação e desconfiança, mas também entendimento. Shuri finalmente exalou devagar e ergueu o receptáculo, trazendo a Jóia para perto de você. Você estava colocando sua segurança e vida em risco para manter isso em segurança.

— Se isso for verdade — disse Shuri, entregando a pedra com relutância — então mostre-nos.

Sn recebeu a Joia da Mente em suas mãos e, no instante em que seus dedos tocaram a pedra, uma onda de energia luminosa a envolveu, pulsando ao seu redor com uma intensidade crescente. A Joia brilhou com uma força quase viva, como se reconhecesse a presença de sua nova guardiã. Por um momento, tudo ao redor parecia se curvar àquele brilho. Com um suspiro profundo, você fechou os olhos, permitindo que a pedra se integrasse ao seu ser. O calor da energia a envolveu, e uma luz dourada irradiou de seu peito por um breve segundo, antes de desaparecer completamente, deixando o ambiente em um silêncio pesado.

Todos no laboratório estavam paralisados, observando, aguardando qualquer sinal, qualquer reação. O ar parecia denso, carregado com a expectativa. Para demonstrar o controle que agora tinha sobre a Jóia, você concentrou sua mente e, com um simples gesto, "empurrou" a pedra de volta para fora de seu corpo. Ela flutuou suavemente, pairando alguns centímetros acima de sua mão, sua superfície reluzente ainda pulsando com energia. Com um olhar como se perguntas "Satisfeitos?" você encarou todos ao seu redor e ao receber acenos de cabeça, guardou novamente a pedra em seu corpo.

— Agora, ela está segura.

Torre dos Vingadores

Algumas horas após o meio dia.

Após deixarem Visão em segurança sob os cuidados de Wakanda, o retorno à torre trouxe consigo não alívio, mas uma urgência ainda maior. Cada segundo perdido era uma vitória para Thanos, segundo os informantes de Sn a próxima pedra do Infinito já estava em seu radar.

— O Tesseract — a voz de Carol Danvers cortou o silêncio denso como um raio de luz. Ela gesticulou, e um holograma tridimensional do cubo cósmico cintilou no ar, projetado pelas informações detalhadas que Verity havia enviado. O cubo azul brilhava com uma energia misteriosa, pulsando levemente como um coração cósmico. — Abigail disse que Verity avisou sobre avistarem a nave de Thanos indo rumo ao local em que o Tesseract está.

Você assentiu, seus olhos fixos no holograma. Sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros, uma inquietude compartilhada com Carol que se manifestava em um contato visual carregado de urgência silenciosa. Não havia necessidade de palavras.

— Asgard — Steve Rogers completou, sua voz grave e ponderada. — Se alguém souber onde o Tesseract está, serão eles. Os asgardianos guardaram esse artefato por séculos.

Tony cruzou os braços e levou uma das mãos ao rosto, coçando levemente o cavanhaque, seu olhar varrendo o grupo. — Vamos precisar de uma nave. O Quinjet não vai nos levar até lá e as modificações podem levar algumas horas.

— Já temos uma — Carol interveio, um traço de confiança firme em sua voz.

— Certo, podemos ir então. Peguem o que acharem necessário, não sabemos quanto tempo levará e o que encontraremos pela frente. Saímos em 20. — Você decretou, a voz rouca carregada de autoridade, apesar do cansaço que lhe pesava no corpo. Você se deixou cair na cadeira de couro, o corpo exausto pela tensão constante. Uma dor de cabeça lancinante começava a latejar atrás de seus olhos, mas era a ausência de algo mais que realmente te perturbava.

As sombras, que sempre sussurravam em sua mente, indo em sua direção, pareciam distantes, silenciadas há muito pela presença avassaladora da Fênix Branca. Você precisava de um momento para se reconectar, para realizar um ritual e buscar orientação nas entidades que habitam os reinos espirituais. No entanto, um receio profundo te paralisava. Desde sua ascensão como a Fênix, o contato com os seres sombrios havia cessado. Luz e trevas dançam um balé delicado dentro de si, e você temia perturbar esse equilíbrio precário.

Enquanto os outros se dispersaram, movidos por uma urgência silenciosa para se preparar para a missão no espaço, Sn massageou as têmporas, a testa franzida em concentração. Ela limpou a garganta, chamando a atenção dos dois que ainda permaneciam na sala, observando a movimentação com expressões distintas, Stark debruçado sobre um tablet, e Fury, parado perto da janela, a silhueta imponente contra a luz da manhã.

— Quem é Doutor Estranho? — perguntou, o olhar fixo no diretor da S.H.I.E.L.D., buscando respostas em seu rosto marcado por cicatrizes e segredos.

Fury e Tony trocaram um olhar rápido, carregado de um entendimento tácito que você não conseguia decifrar completamente. Stark foi o primeiro a quebrar o silêncio, sua voz carregada de uma ironia que mal disfarçava a seriedade da situação.

— Um mago. Capa vermelha, meio esquisito, mas aparentemente eficiente. Gosta de fazer entradas dramáticas.

— E onde ele está? — você questionou arqueando uma sobrancelha, esperando mais detalhes.

— Sanctum Sanctorum, Bleeker Street, Nova York. Ele é do tipo que prefere a companhia de livros antigos e artefatos místicos, mas, considerando o apocalipse iminente seria inteligentíssimo termos a ajuda dele — Fury interveio, sua voz grave e autoritária, enquanto cruzava os braços sobre o peito, a postura tensa denunciando sua preocupação.

Sn suspirou, a mente trabalhando rapidamente. Ter um "mago" ao lado soava bom, mas a descrição de Fury sugeria que Doutor Estranho poderia ser um aliado crucial na luta contra Thanos, seu sonho com ele sendo um claro sinal disso. No entanto, o tempo era um luxo que não possuíam, ainda mais sem você saber quais são os reais poderes desse cara. Precisavam garantir que o Tesseract não caísse nas mãos do Titã Louco primeiro. Não havia espaço para desvios, por mais tentadores que fossem e por hora, o que quer que a Fênix estivesse tentando lhe mostrar, esse Doutor Estranho parece estar seguro.

Antes que pudesse formular uma resposta, o som de passos firmes ecoou pelo corredor. Os membros da equipe de missão começaram a retornar à sala de reuniões, um a um, já trajando seus equipamentos e com expressões de determinação gravadas em seus rostos. Wanda, com seus característicos tons de vermelho; Natasha, letal e eficiente em seu uniforme tático; Steve, com o escudo reluzente preso ao braço; Bucky, com seu braço metálico brilhando levemente e Carol, irradiando uma aura de poder e determinação.

— Estamos prontos — Steve afirmou, ajustando o escudo no braço com um movimento preciso. Seus olhos azuis refletiam uma resolução inabalável.

— Ótimo. Primeiro, faremos uma parada rápida na Mansão X. Precisamos de Logan e Raven. — Sn declarou, sua voz firme e sem espaço para contestações.

Cada membro da equipe era um trunfo valioso, e eles precisam de toda a ajuda possível para enfrentar a ameaça que se aproximava. O olhar de Sn percorreu o grupo, encontrando a determinação refletida nos olhos de cada um. A jornada seria perigosa, mas eles estavam juntos, unidos por um propósito comum.

Mansão x

Ao tocarem o solo da Mansão X, a grama verde e bem cuidada do pátio pareceu vibrar sob a suave pressão da nave de Carol. O sol quente e alto reluzia e Sn sentiu uma corrente de nostalgia percorrer seu corpo, um eco distante de um lar que nunca realmente fora seu, mas que carregava consigo o peso de memórias importantes. Ao descer da rampa, seguida de perto por Natasha e Carol, os outros ficando na porta observando o que aconteceria. Seus olhos percorreram o vasto gramado até encontrarem a figura imponente de Erik se aproximando.

Magneto caminhava com sua habitual postura ereta, mas havia algo diferente em seus olhos. Aquele olhar normalmente cortante e desconfiado estava suavizado por uma rara onda de alívio, como se um fardo invisível tivesse sido momentaneamente aliviado, o que você achou engraçado devido ao último encontro de vocês antes de você sumir por anos no espaço. Ele parou a poucos metros, os braços cruzados sobre o peito, e um meio sorriso hesitante curvou seus lábios finos.

— Achei que nunca mais te veria, kind — sua voz rouca carregava um tom surpreendentemente afetuoso. — É bom ver que está viva e bem.

Antes que Sn pudesse formular uma resposta, uma figura que ela conhecia bem surgiu correndo da mansão. Raven, com seus cabelos loiros esvoaçando e os olhos brilhando intensamente, parecia irradiar pura emoção. Sem qualquer hesitação, ela se jogou nos braços de Sn, apertando-a em um abraço forte e possessivo.

— Senti tanto a sua falta — a voz da metamorfa era embargada, carregada de uma honestidade crua que aqueceu o peito de Sn como um raio de sol após uma longa noite. O toque de Raven era familiar e reconfortante, um lembrete dos laços profundos que compartilhavam. Sua respiração batia em seu pescoço arrepiando os pelos no local. Você a abraçou de volta, respirando o cheiro suave da loira.

Do outro lado do pátio, à sombra da imponente fachada da mansão, Charles observava a cena com uma expressão indecifrável. Seus dedos longos e finos apertaram sutilmente os apoios de couro de sua cadeira de rodas, um movimento quase imperceptível que denunciava a intensidade de seus pensamentos. Ele queria ter sido o primeiro a abraçar a irmã, queria ter sentido o calor daquele reencontro, a confirmação de que ela estava segura. Mas a mágoa e o ressentimento, cicatrizes profundas de um passado conturbado e a distância dos anos longe um do outro, ainda pairavam entre eles como uma barreira invisível, impedindo qualquer gesto espontâneo.

Você se afastou levemente do abraço apertado de Raven e seus olhos encontraram os de Charles. Sn reconheceu a frustração silenciosa que emanava dele, a luta interna entre o desejo de conexão e a dor das feridas antigas. Mas aquele não era o momento para diálogos delicados ou reconciliações demoradas. O tempo era um inimigo implacável.

— Vejo que você conseguiu — Charles disse, sua voz calma e controlada, embora um leve tremor a denunciasse. Seus olhos azuis percorreram Natasha seguindo para a nave, analisando as pessoas.

— Eu disse que conseguiria — Sn respondeu, um sorriso pequeno e confiante curvando seus lábios. Ela intercalou o olhar entre os dois homens, a urgência da situação transparecendo em seus olhos. — Treinem e reúnam o máximo de aliados que puderem. Cada mutante, cada pessoa disposta a lutar. — Sua voz ganhou um tom mais sério e urgente. — Vamos atrás das pedras. Precisamos de vocês prontos para a guerra que pode estourar caso algo dê errado e não consigamos todas as pedras.

Erik assentiu solenemente, sua expressão séria e determinada. Ao seu lado, Raven sorriu em concordância, seus olhos verdes faiscando com uma resolução feroz.

— Pode deixar, mon amie. Charles me contou sobre a situação, e a Irmandade está com você, Sn. Conte conosco. — A voz de Erik era firme, carregada de uma lealdade recém-descoberta, mas genuína.

— Isso é muito bom de se ouvir. Agora vamos indo, passamos apenas para pegar essa bonita aqui e o Logan — Sn disse, envolvendo um dos braços ao redor da cintura de Raven, puxando-a para perto em um gesto afetuoso. O toque era um lembrete de que, apesar da urgência da missão, os laços pessoais ainda importavam.

As despedidas foram rápidas, mas carregadas de significado. Um aceno de cabeça de Charles e um aperto de mão firme de Erik. Sn, Natasha e Carol voltaram voltaram para a nave junto de Raven e Logan, onde Steve, Bucky e Wanda aguardavam com expressões ansiosas. Ao entrarem na cabine, a tensão da missão iminente substituiu o breve momento de calor humano, lembrando a todos da batalha que estava apenas começando.