Chapter Text
O ar em Canary Wharf estava impregnado de uma eletricidade estranha, como se o próprio tecido do tempo se contorcesse em agonia. As luzes frias das torres de vidro lançavam reflexos fantasmagóricos, enquanto figuras indistintas - as chamadas "fantasmas" - deslizavam na periferia da visão humana, desafiando a lógica e a razão. Para os desavisados, era um mistério sem explicação; para a UNIT, um sinal claro de que algo muito maior e mais perigoso estava em curso.
Ginevieve Carter chegou ao local a bordo de um jipe da UNIT, convocada com urgência. Seu nome era bem conhecido entre aqueles que lidavam com características inexplicáveis: astronoma brilhante, especialista em anomalias temporais, e, segundo alguns, uma pedra no sapato da burocracia militar. Assim que desceu do veículo, ajeitou o casaco comprido para proteger-la do vento cortante e caminhou com determinação até a entrada do perímetro de segurança.
Seus olhos verdes percorreram rapidamente a cena, analisando desde os equipamentos de monitoramento até as expressões tensas dos soldados. Havia algo que fazia até os mais experientes hesitarem - e isso só a deixava mais curioso.
Com um gesto ágil, tranquilo o crachá do bolso e o isolamento para os guardas. Sua voz, clara e firme, cortou o ar carregado.
━ Ginevieve Carter, astrônoma e especialista em anomalias temporais da UNIT - ela manteve um tom profissional, embora a impaciência transparecesse aprimorada ━ Fui enviado para investigar a anomalia global dos "fantasmas".
O soldado à frente, um homem de feições egípcias, franziu a testa ao consultar o tablet em suas mãos.
━ Desculpe, senhora. - disse, hesitante ━ Mas sem autorização direta do comando central, ninguém entra.
Ginevieve suspirou, revirando os olhos em um gesto automático. Claro, burocracia. Sempre há burocracia. Sem perder tempo, retire um documento plastificado do bolso interno do casaco e o entregue ao soldado.
━ Autorização nível 7. - declarou, arqueando uma sobrancelha ━ Assinada pelo próprio comandante da UNIT Dá-me permissão para saber e ver qualquer coisa dentro do Instituto Torchwood. Incluindo, é claro, essa confusão toda.
O soldado examinou o documento, e sua expressão passou de ceticismo para surpresa. Ele fez um breve aceno para os colegas, que baixaram as armas e abriram o caminho.
━ Parece que está tudo em ordem, senhorita Carter. - disse, agora com um tom mais respeitoso ━ Boa sorte lá dentro. E... cuidado.
Ginevieve soltou uma risada curta, carregada de sarcasmo.
━ Ah, você pode apostar que algo aqui está errado. - respondeu, avançando pelo perímetro ━ A verdadeira questão é o quê.
O Instituto Torchwood era um labirinto de corredores metálicos e segredos bem guardados. Ginevieve caminhava pelos pisos reluzentes com passos firmes, seus olhos atentos a cada detalhe - desde os painéis de controle espalhados pelas paredes até os símbolos quase imperceptíveis gravados em algumas portas. Reconhecia vários deles: marcas de civilizações interessantes, tecnologias confiscadas ao longo dos anos.
Ao se aproximar de uma das áreas mais restritas, deparou-se com uma porta extensa, guardada por soldados portando armas que, à primeira vista, não eram humanas. Ginevieve estreitou os olhos, analisando os designs das armas. Eles eram estranhamente familiares.
O guarda mais alto avançou um passo, bloqueando seu caminho.
━ Identificação.
Ginevieve segurou um suspiro exasperado. Já estava farta dessas formalidades. Pegou o crachá novamente e o mostrou sem hesitar.
━ Ginevieve Carter, UNIT - disse, mantendo o tom impassível ━ Autorização nível 7. Imagino que já foram informados da minha chegada.
O guarda estudou o crachá com atenção antes de trocar um olhar com o companheiro. Após alguns segundos de digitação em um painel de acesso, um zumbido reverberou pelo corredor, e a porta deslizou para o lado, revelando uma sala de tecnologia avançada.
━ Pode entrar. - Informado o soldado ━ Mas qualquer movimento suspeito será tratado com severidade.
Ginevieve lançou um sorriso seco.
━ Ah, mas é claro. Torchwood sendo Torchwood...
Ela cruzou a soleira da porta sem mais tempo, imediatamente escaneando a sala. O ambiente estava carregado de tensão. No centro, um pequeno grupo se reúne ao redor de um objeto flutuante: uma esfera negra e impenetrável. Entre os presentes, Ginevieve apresentou duas mulheres loiras - uma delas, Yvonne Hartman, a infame diretora do Torchwood.
E então, havia ele.
Um homem alto, veste um terno marrom com um casaco bege jogado por cima, tênis Converse nos pés e uma expressão fascinada enquanto analisava a esfera. Seu olhar carregava uma intensidade peculiar, como se estivesse vendo muito mais do que qualquer outra pessoa na sala.
Ginevieve mal teve tempo de processar sua presença antes que os guardas ao redor reagissem à sua aproximação, erguendo as armas em sua direção.
Ela é transparente com as mãos no ar, impassível.
━ Nossa, que recepção calorosa. - Sua voz transbordava ironia ━ Não esperava menos de Torchwood.
Yvonne cruzou os braços, seu olhar refinado pousando nela com visibilidade visível.
Yvonne Hartman virou-se para ela, seus olhos estreitos indo-se em uma confusão de desdém e desconfiança. A diretora do Torchwood nunca escondeu sua antipatia por Ginevieve, considerando-a "inteligente demais para o seu próprio bem" - um elogio disfarçado de crítica de que Ginevieve sempre levou um troféu.
━Ginevieve Carter. - O tom seco de Yvonne deixa claro que sua presença não era exatamente a desejada ━ Um especialista em anomalias temporárias. Não achei que viria tão cedo.
O homem de terno marrom giz finalmente se virou, tirando os olhos da esfera flutuante para encarar Ginevieve. Seus olhos eram penetrantes, cheios de uma curiosidade quase infantil, mas com uma profundidade que sugeria séculos de experiência. Ele a estudou por um momento, como se estivesse tentando decifrar-la, antes de finalmente quebrar o silêncio.
━ UNIDADE, você disse? - ele disse, com um sotaque que Ginevieve não conseguiu identificar imediatamente ━ Interessante. E o que exatamente a UNIT espera fazer aqui? Além de, é claro, atrapalhar.
Ginevieve arqueou uma sobrancelha, claramente não impressionada com o tom dele.
━ Eu poderia dizer o mesmo sobre você. - ela respondeu, cruzando os braços ━ Mas, como estamos todos no mesmo barco, sugiro que trabalhemos juntos. A menos que você prefira que eu fique de lado enquanto essa esfera decide destruir o planeta.
O homem de terno marrom soltou uma risada, um som que parecia quase deslocado naquela sala tensa.
━ Gosto dela. - ele disse, voltando-se para Yvonne ━ Ela tem piadas ruins, mas pelo menos não fica parada olhando para as coisas como se estivesse em um museu.
Yvonne suspirou, claramente já cansada da situação.
━ Ginevieve, este é o Doutor. - ela apresentou, com um gesto breve e um tom que deixou claro que não estava feliz em fazê-lo ━ Ele está... ajudando.
━ Muito prazer. - Ginevieve disse, com um sorriso educado e estendeu a mão para cumprimentá-lo ━ Agora, se todos puderem parar de se encarar como se estivéssemos em um faroeste, talvez possamos descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde demais.
Ginevieve passou por eles, erguendo a cabeça para olhar diretamente para a esfera flutuante, intrigada. Nunca havia visto algo como aquilo - tão vazio, tão simples e, ao mesmo tempo, parecia mortalmente inofensivo. Mas, na sua experiência, coisas que são razoavelmente inofensivas eram justamente as mais perigosas. Ela sentiu um frio na espinha, como se a esfera estivesse observando-a de volta, mesmo sem olhos ou qualquer forma de consciência visível.
━ O que é essa coisa? - perguntou Jackie, intercalando o olhar entre a esfera e Yvonne, que mantinha um olhar desconfiado fixo em Ginevieve.
━ Não fazemos ideia. - respondeu Yvonne, agora desviando o olhar para a esfera flutuante. Sua voz era firme, mas Ginevieve descobriu um leve tremor nela, como se a própria diretora do Torchwood estivesse tentando disfarçar o desconforto que a esfera causava.
━ O que tem de errado com ela? - Jackie perguntou novamente, observando o Doutor subir alguns degraus de uma escada para examinar o objeto de perto. Sua expressão era uma mistura de curiosidade e medo, pois ela sabia instintivamente que algo estava muito errado.
O Doutor colocou óculos 3D, como se estivesse vendendo em um filme, o que arrancou uma risada de Ginevieve.
━ Por que você acha que há algo errado? - um cientista retrucou, apoiando as mãos na cintura e olhando para Jackie com uma sobrancelha levantada. Ele parecia irritado, como se a pergunta dela fosse uma frente à sua competência.
━ Não sei. - Jackie respondeu, respirando fundo e procurando alguma resposta que fez sentido ━ Só parece... estranho.
━ A esfera tem esse efeito. - Yvonne interveio, encarando Jackie com um olhar penetrante ━ Faz você querer fugir e se esconder. Como se fosse proibido.
Ginevieve manteve-se em silêncio, observando a interação enquanto estudava a esfera. Ela concordava com Jackie - havia algo intrinsecamente errado com aquela coisa, algo que ia além da lógica e da ciência. Mas, ao contrário dos outros, ela não estava disposta a admitir isso em voz alta. Em vez disso, ela se concentrou nos detalhes, tentando encontrar alguma pista que os outros poderiam ter perdido.
━ Tentamos analisar tudo o que foi possível. - pontuou o cientista, andando em direção a um painel de controle e começando a digitar comandos ━ Mas, de acordo com nossos instrumentos, a esfera não existe. Não tem peso. Não envelhece. Não tem calor, nem radiação. E também não tem massa atômica.
━ Então, basicamente, é um nada flutuante? - Ginevieve disse, erguendo as sobrancelhas, mas sem tirar os olhos da esfera ━ Isso não parece preocupante nem um pouco.
O cientista olhou para ela, claramente incomodado com o comentário, mas não respondeu. Em vez disso, ele continua a digitar no painel, como se esperasse que os dados mudassem magicamente.
Enquanto isso, o Doutor continuava a examinar a esfera de perto, seus olhos brilhando com uma mistura de curiosidade e preocupação. Ele parecia completamente absorto, como se estivesse conversando com a esfera em silêncio, tentando decifrar seus segredos.
Ginevieve cruzou os braços, sentindo a tensão no ar. Algo grande estava prestes a acontecer - ela podia sentir isso.
━ E então, Doutor? - Yvonne interveio, antes que qualquer pessoa pudesse dizer algo, esperando ansiosamente por uma resposta. Seu Tom era firme, mas Ginevieve percebeu um leve tremor nele, como se até a diretora do Torchwood estivesse à beira de assumir que estava completamente perdida.
O Doutor deu um passo para trás, tirando os óculos 3D coloridos que usava para examinar a esfera e colocando as mãos nos bolsos do casaco bege. Ele parecia estar processando algo, como se estivesse tentando encaixar peças de uma quebra-cabeça que desafiava até sua mente brilhante.
━ Isso é uma nave nula. - ele finalmente respondeu, com um tom que misturava admiração e preocupação ━ Para começar, isso é impossível. - ele fez uma pausa, olhando para a esfera flutuante com uma expressão que só alguém que já havia visto o impossível inúmeras vezes poderia ter ━ Eu pensei que fosse só uma teoria, mas é uma nave projetada para existir fora do espaço-tempo. Viajando pelo vazio.
Ginevieve, que havia descido das escadas atrás do Doutor, parou por um momento, seus olhos arregalados de surpresa. Como cientista de anomalias temporais e astronoma, ela estava acostumada a lidar com conceitos que desafiavam a lógica humana, mas aquilo... aquilo era algo completamente novo. E, no entanto, ela conseguiu entender exatamente o que o Doutor estava dizendo.
━ O que? - ela inclinou a cabeça, claramente impressionada com a esfera, dando alguns passos para trás, como se precisasse de distância para processar o que acabara de ouvir ━ Isso... bem, deveria ser impossível de existir. - ela olhou para o Doutor, seus olhos verdes brilhando com uma mistura de admiração e desafio ━ Mas, se estamos vendo isso aqui, agora, então alguém, ou algo, encontrou uma maneira de tornar o impossível possível.
O Doutor olhou para ela, um leve sorriso surgindo em seus lábios, como se fosse genuinamente percebido com a rapidez com que ela havia captado o conceito.
━ Exatamente. - ele disse, com um tom que quase parecia orgulhoso ━ E isso, minha querida, é o que torna essa situação tão perigosa. Porque se essa nave pode existir fora do espaço-tempo, então ela pode fazer coisas que nem eu consigo prever.
━ E o que exatamente é o vazio? - o cientista disse enquanto cruzava os braços, apoiando-se no corrimão. Sua voz era cética, mas Ginevieve via um brilho de curiosidade em seus olhos, como se ele estivesse tentando entender algo que estava além de sua compreensão.
O Doutor virou-se para ele, suas mãos já em movimento, como se estivesse desenhando o conceito no ar. Ele falou rapidamente, com uma energia contagiante que fazia todos na sala prestarem atenção, mesmo que não entendessem completamente o que ele estava falando.
━ O espaço entre as dimensões. - ele explicou, com um tom que misturava emoção e gravidade ━ Há todos os tipos de dimensões, realidades e bilhões de universos paralelos, todos empilhados uns sobre os outros. O vazio é o espaço entre eles. Contendo absolutamente nada.
Ginevieve, que estava atualizada no corrimão com os braços cruzados, mordeu os lábios em nervosismo enquanto processava as palavras do Doutor. Ela sabia que ele estava certo - o conceito do vazio não era algo novo para ela, mas ouvir alguém falar sobre isso com tanta conclusão era ao mesmo tempo fascinante e aterrorizante.
━ É como uma folha preta. - ela simplificou, olhando para o cientista e depois para o Doutor, como se estivesse tentando traduzir a complexidade das palavras dele em algo que todos poderiam entender ━ Não teria luz, nem escuridão. Sem em cima, sem embaixo. Sem tempo, sem vida. Apenas... nada.
O Doutor ocorreu levemente com a cabeça, mantendo os olhos perdidos na esfera flutuante, como se estivesse revivendo memórias antigas e dolorosas. Jackie parecia simpatizar com seu estado melancólico, embora não entendesse completamente o peso das palavras dele. Ginevieve, por sua vez, observou o Doutor com uma mistura de curiosidade e empatia, como se conseguisse sentir um pouco da carga que ele carregava.
━ Meu povo chamava de o Vazio, os Eternos de Imensidão. - o Doutor contínuo, sua voz suave, mas carregado de uma tristeza profunda ━ Mas alguns chamam de Inferno.
━ Mas alguém criou uma esfera. Por quê? Por que ir até lá? - o cientista disse, olhando nervosamente para o Doutor, como se esperasse que ele tivesse todas as respostas.
━ Para explorar. - o Doutor sugeriu, com um tom que deixou claro que ele mesmo não tinha certeza.
━ Ou fugir. - acrescentou Ginevieve, dando de ombros, mas com um olhar sério ━ Vocês deveriam ter jogado essa coisa para o mais longe possível do nosso planeta.
Yvonne, que até então ficou em silêncio, não perdeu a oportunidade de se vangloriar.
━ Viu, estávamos certos. - ela disse, com um sorriso de autossatisfação, como se tivesse descoberto algo incrível ━ Tem algo dentro dela.
━ É, algo que não sabemos o que é. - Ginevieve inspirada, semicerrando os olhos para Yvonne, claramente irritada com a atitude dela ━ Pode ser uma espécie inofensiva, ou algo mortal. Por isso, não comemore nada ainda.
O cientista, ignorando a tensão entre as duas, olhou para o Doutor com uma expressão ansiosa.
━ Como vamos entrar? - ele perguntou, como se a ideia de explorar a esfera fosse a coisa mais emocionante do mundo.
━ Não vamos. - o Doutor exclamou, levantando-se abruptamente e apontando para a nave esfera ━ Como o astronôma inteligente disse, deveriam ter mandado isso de volta para o inferno. Como isso veio parar aqui?
Ginevieve passou as mãos pelo rosto, com um suspiro irritado, como se estivesse tentando manter a paciência.
━ Foi como tudo começou, não é? - ela sussurrou, mais para si mesmo do que para os outros ━ Essa coisa atravessou o universo, então os fantasmas vieram atrás.
O Doutor virou-se para Ginevieve, seus olhos penetrantes examinando-a cuidadosamente. Por um momento, parecia que ele estava tentando decifrá-la, como se estivesse vendo algo nela que os outros não conseguissem perceber.
━ Eu gosto de você, Ginevieve Carter. - ele disse, com um sorriso leve, mas genuíno ━ Você tem uma mente afiada e não tem medo de dizer o que pensa. Isso é raro.
Ginevieve arqueou uma sobrancelha, surpresa com o elogio, mas não deixou que isso a desviasse do assunto principal.
━ Bom, eu gosto de pessoas que não tentem me matar ou destruir o planeta. - ela respondeu, com um sorriso despreocupado ━ Então, acho que estamos quietos. Agora, o que vamos fazer com essa coisa?
O Doutor olhou para a esfera novamente, sua expressão séria, como se estivesse ponderando cada possibilidade em sua mente. Ele deu um passo para trás, virando-se abruptamente e começando a andar em direção à saída da sala. No entanto, ele rapidamente virou para a esquerda, apenas para ser corrigido por Yvonne.
━ Lado direito. - Yvonne disse, com um tom que misturava impaciência e confiança ━ A sala por onde a Esfera fica no corredor à direita.
O Doutor parou por um momento, olhando para Yvonne com uma expressão que claramente dizia "eu sabia disso", antes de se virar na direção correta. Ele então olhou para Ginevieve, que ainda estava observando a esfera com um misto de curiosidade e preocupação.
━ Ginevieve, venha comigo. - ele disse, com um tom que não deixava espaço para discussão, mas com um brilho nos olhos que sugeria que ele realmente queria sua companhia.
Ginevieve arqueou uma sobrancelha, surpresa com o convite, mas não hesitou. Ela se avançou do corrimão e batidas o Doutor, seus passos firmes ecoando no chão de metal. Enquanto caminhavam, ela descobriu que o Doutor estava olhando para ela de relacionamento, como se estivesse avaliando-a.
━ Então, o que você acha dessa esfera? - ele disse, com um tom casual, mas Ginevieve sabia que ele estava testando-a.
━ Acho que é uma bomba-relógio. - ela respondeu, sem hesitar ━ Algo que existe fora do espaço-tempo não deveria estar aqui. E, se os fantasmas estão vindo atrás dela, então há uma boa chance de que o que está dentro seja ainda pior.
O Doutor sinceramente, claramente com sua resposta.
━ Você é rápido. - ele disse, com um tom de admiração ━ E inteligente. Gosto disso.
Ginevieve acompanhou o Doutor, suas pernas curtas se esforçando para acompanhar o ritmo frenético dele. O Senhor do Tempo se move como um raio, impaciente e inquieto, como se cada segundo perdido fosse um crime contra sua própria existência. Yvonne Hartman passou na frente, guiando-os por um corredor iluminado por uma luz branca quase artificial.
━ A esfera passou por aqui. Um buraco no mundo. - Yvonne declarou, parando diante de uma parede lisa e imaculada.
Ginevieve estreitou os olhos, analisando cada detalhe. O ar ao redor daquela estrutura parecia... errado. Não de um jeito visível, mas como se vibrasse de forma imperceptível, como se houvesse algo além da matéria que seus olhos pudessem ver. O Doutor passou a mão sobre a parede, os dedos deslizando suavemente, procurando sentir algo além da superfície fria.
━ E como vocês encontraram? - Ginevieve perguntou, cruzando os braços. Ela sentia no fundo do estômago que aquele era o centro de tudo.
Yvonne sorriu com ar de superioridade.
━ Bem, recebemos sinais de alerta há anos. Um ponto negro de radar. Então construímos este lugar. Torre Torchwood. A culatra estava a seiscentos pés acima do nível do mar. Era o único caminho para alcançá-la.
Ginevieve bufou, revirando os olhos.
━ Então vocês construíram um arranha-céu inteiro só para alcançar uma perturbação espacial? - o único alienígena presente soltou uma risada curta e sem emoção, um pouco surpreso ━ Quanto dinheiro vocês têm mesmo?
O Doutor olhou para ela de soslaio, tirando os óculos 3D do bolso e os colocando no rosto.
━ O bastante. - Ginevieve respondeu antes que Yvonne pudesse abrir a boca.
Yvonne virou-se e foi em direção de Jackie Tyler.
O Doutor parou abruptamente.
O ar ao redor dele pareceu mudar. Ele se virou devagar para Ginevieve, os olhos estreitos e intensos, como se estivesse tentando enxergar algo além do óbvio.
━ Espera aí... - ele inclinou a cabeça, os olhos fixos no rosto dela ━ Eu te conheço?
Ginevieve piscou, franzindo a testa.
━ Bom, eu conheço você. - ela respondeu com naturalidade ━ Pelo menos, conheço as histórias.
O Doutor estreitou ainda mais os olhos, inclinando a cabeça para o outro lado, como se estivesse analisando um enigma particularmente frustrante.
━ Não, não... você me lembra alguém. Mas quem...?
Ele começou a girar ao redor dela, os olhos escaneando cada detalhe de seu rosto.
━ Alguém do passado? Jack? ━ Ele fez uma pausa, observando-a de cima a baixo ━ Definitivamente não.
Ginevieve ergueu uma sobrancelha.
━ Bom saber que pelo menos eu não pareço com o Jack.
O Doutor ignorou o comentário, pressionando os dedos contra as têmporas.
━ Você tem uma postura... militar? Mas não. Jovem demais pra isso. - Ele estalou os dedos no ar, como se estivesse tentando capturar um pensamento ━ Quantos anos você tem?
Ginevieve revirou os olhos, cruzando os braços.
━ Se quer saber minha idade, pelo menos me ofereça algo em troca.
O Doutor piscou, surpreso.
━ O quê?
━ Informação por informação. - ela deu de ombros ━ Você quer saber algo sobre mim? Ótimo. Mas o que eu ganho em troca?
O Doutor abriu e fechou a boca algumas vezes, claramente sem esperar por aquilo.
━ Ah, isso não é justo! - ele gesticulou dramaticamente ━ Eu sou o Doutor! Eu salvo planetas! Eu resolvo mistérios! Eu... eu...
━ Você não sabe com quem eu pareço e isso está te matando. ━ Ginevieve completou, com um sorrisinho satisfeito.
O Doutor apontou para ela, arregalando os olhos.
━ Exatamente!
Ele começou a andar em círculos, bagunçando os próprios cabelos.
━ Você tem um jeito de olhar para mim... como se eu fosse um caso perdido, mas você estivesse me dando uma chance... Eu já vi isso antes! - ele estalou os dedos novamente ━ Você me lembra alguém! Mas quem...?
Ele parou de repente, apertando os olhos como se estivesse tentando enxergar através do tempo.
━ É um oficial? Um soldado? Não, um comandante? - ele começou a estalar os dedos mais rápido ━ Eu lembro da expressão... do jeito que você fala...
De repente, seus olhos se arregalaram, e ele apontou para ela.
━ Você é da U.N.I.T.!
Ginevieve sorriu de canto.
━ Muito bem, Sherlock. Mas eu já havia dito isso antes, então...
━ Mas isso ainda não resolve nada! - o Doutor exclamou, frustrado ━ Porque se você é da U.N.I.T., então... então... você não devia ser tão nova! Você parece um filhote!
━ Ei! - Ginevieve protestou ━ Eu tenho idade suficiente para estar aqui.
━ Ah, tem? E qual é?
Ginevieve apenas o encarou com um olhar desafiador.
O Doutor abriu a boca para insistir, mas então algo clicou. Ele congelou. Seu rosto se contorceu numa expressão de puro choque.
━ Ah, espera aí... não... não pode ser...
Ele recuou um passo, piscando repetidamente.
━ Meu avô falava de você. - Ginevieve disse calmamente ━ Doutor isso, Doutor aquilo. Ele tinha uma relação meio... complicada com você.
O Doutor prendeu a respiração.
━ Seu... avô?
━ Sim. - Ela cruzou os braços, observando a ficha dele cair.
O Doutor ficou completamente imóvel por um instante. Então, subitamente, começou a girar no lugar, passando as mãos pelo cabelo em total exasperação.
━ Não, não, não... isso não pode ser...! - ele parou, arregalando os olhos para ela como se estivesse diante de um fantasma ━ Você é neta do Brigadeiro?!
Ginevieve sorriu de canto.
━ Surpresa.
O Doutor soltou uma risada incrédula, levando as mãos à cabeça.
━ Mas você é tão jovem! - Ele exclamou ━ Quando foi que o Brigadeiro teve netos?!
━ Eu presumo que foi quando minha mãe nasceu.
O Doutor apontou para ela de novo.
━ Ah, sarcasmo! Ele também fazia isso!
━ Família é assim.
O Doutor riu, ainda em choque.
━ O Brigadeiro Lethbridge-Stewart. Ah, meu velho amigo... Ele ficaria orgulhoso de você, sabia?
Ginevieve desviou o olhar por um instante.
━ Espero que sim.
O Doutor andou de volta em direção a Yvonne e Jackie, os pensamentos correndo tão rápido quanto suas palavras.
━ Então, vocês encontram a brecha, sondam, a esfera passa. Seiscentos pés acima de Londres, bum! Ela deixa um buraco no tecido da realidade. E aí, vocês pensam: "Oh, devemos deixá-lo em paz? Devemos recuar? Devemos jogar pelo seguro?" Não! Vocês pensam: "Vamos torná-lo maior!". - ele jogou as mãos para o alto, indignado.
Ginevieve bufou, cruzando os braços.
━ Sim, claro, porque se tem um buraco no barco, a melhor solução é abrir mais um.
O Doutor escondeu o sorriso que ameaçou sair com a fala dela.
━ É uma fonte enorme de energia. - Yvonne ignorou o comentário da ruiva, sua voz carregada de orgulho ━ Se pudermos aproveitar esse poder, nunca mais precisaremos depender do Oriente Médio. A Grã-Bretanha se tornará verdadeiramente independente.
Enquanto dizia isso, ela passou por Ginevieve, fazendo um sutil movimento de cabeça. Os guardas se moveram discretamente, posicionando-se mais perto da jovem cientista. Ginevieve percebeu, claro. Mas se eles achavam que ela não tinha notado, melhor ainda.
A maneira como Yvonne se portava, com sua postura arrogante e sorriso superior, fazia a ruiva querer arrancar os cabelos loiros bonitos dela.
━ Então cancela. - o Doutor resmungou, como se fosse a coisa mais simples do mundo.
━ Acho que não. - Yvonne negou, virando-se para ele com um sorriso despreocupado.
━ Yvonne, isso é perigoso. - Ginevieve deu um passo à frente, parando ao lado do Doutor. Sua voz, apesar de firme, carregava um toque de preocupação genuína ━ Não faça isso novamente.
Yvonne suspirou teatralmente e revirou os olhos.
━ Você não tem voz aqui, minha querida. - ela então voltou-se para o Doutor, um brilho calculista nos olhos ━ É exatamente como nas lendas, sabe? O Doutor, acima de todos nós. Assumindo autoridade alienígena sobre os direitos do homem.
━ Isso é burrice! Cada vez que você que você ordena que essa fenda se abra, os fantasmas ficam mais fortes. - Ginevieve murmurou, lançando um olhar mordaz para Yvonne ━ No momento, eles são apenas uma massa cinzenta que não tem uma forma corporal exatamente. E Deus te ajude se você continuar a fazer isso.
Yvonne passou revirou os olhos, odiando profundamente cada vez que Ginevieve abre a boca.
━ Deixa eu te mostrar. - o Doutor se virou abruptamente, pegando Ginevieve pelo pulso e puxando-a para longe da porta de vidro.
Ela abriu a boca para protestar, mas ele já estava sacando a chave de fenda sônica do bolso, caminhando para o outro lado da divisória de vidro.
━ A esfera passa... - ele começou, ativando a chave de fenda.
O vidro estalou. Uma rachadura se espalhou pela superfície, crescendo como uma teia de aranha.
━ Mas quando fez o buraco, rachou o mundo ao redor. Toda a superfície desta dimensão... estilhaçada.
As rachaduras se expandiram ainda mais.
━ E é assim que os fantasmas passam. É assim que eles chegam a todos os lugares. Eles estão sangrando através das falhas. Caminhando de seu mundo, através do Vazio e para o seu. Com a raça humana esperando, desejando e ajudando-os!
Então, o Doutor levantou a mão e tocou o vidro com a ponta do dedo.
Com um estrondo, ele se despedaçou completamente.
Ginevieve deu um pulo para trás, instintivamente se protegendo do vidro caindo.
━ Meu Deus! - ela exclamou, colocando a mão no peito ━ Algum aviso teria sido ótimo!
━ Desculpe, amor. - o Doutor se desculpou automaticamente, olhando para ela com sinceridade.
━ Bem, nesse caso, teremos que ter mais cuidado. - Yvonne declarou, aparentemente inabalável, ela se virou para a equipe ━ Posições! Turno fantasma em um minuto.
O Doutor respirou fundo e caminhou em passos largos até ela.
━ Sra. Hartman, estou pedindo... por favor, não faça isso.
━ Já fizemos isso mil vezes.
━ Então pare em mil! - ele exclamou, tentando impedi-la.
━ Estamos no controle dos fantasmas. As alavancas podem abrir a culatra, mas também podem fechá-la.
Os dois se encararam, uma batalha silenciosa de vontades.
E então, de repente:
━ Tá bom.
O Doutor se afastou.
Yvonne piscou, confusa.
━ O quê!? - Ela e Ginevieve disseram ao mesmo tempo.
Ginevieve olhou para ele, desconfiada.
━ Não, espera aí. Você nunca desiste tão fácil assim. O que você tá tramando?
O Doutor apenas sorriu.
Em um movimento rápido, ele manteve duas cadeiras do escritório de Yvonne e as colocou perto dos técnicos que operavam as alavancas.
━ Aqui está sua cadeira, querida. - ele empurrou uma para Ginevieve antes de se sentar casualmente na outra ━ Não! Justo. Já fiz a minha parte. Não se incomode comigo.
Ele então olhou em volta, como se fosse um espectador numa peça de teatro.
━ Alguém pode me dar uma xícara de chá?
━ Mudança fantasma em vinte segundos! - uma técnica anunciada.
━ Hum! - o Doutor exclamou, erguendo os ombros e sorrindo para Ginevieve quando ela, desconfiada, mas intrigada, se sentou ao lado dele ━ Mal posso esperar para ver!
Yvonne fibou os olhos.
━ Você não pode nos impedir, Doutor.
━ É claro que não! - ele virou-se para Jackie ━ Rose, pegue uma cadeira. Venha assistir aos fogos de artifício.
Jackie cruzou os braços, ficando atrás da cadeira do Doutor.
"Turno Fantasma em dez segundos. Nove... oito..."
Yvonne estava inquieta. O Doutor a olhou com um sorriso pequeno, mas os olhos brilhavam com aquele toque de insanidade que sempre precedia algo grande.
"Sete... seis... cinco... quatro... três... dois..."
A tensão no ar era quase palpável.
E então, no último segundo...
━ Pare o turno. - Yvonne tentou abruptamente ━ Eu disse pare!
Ginevieve profundamente as sobrancelhas, impressionada.
━ Meu Deus... Ele realmente te dobrou na base do deboche.
O Doutor apenas sincera, sincera.
━ Nunca subestime o poder de um bom teatrinho.
Yvonne está sentada em sua mesa com um caderno à sua frente. Ginevieve está ao lado do Doutor, folheando rapidamente algumas anotações sobre a fenda e a esfera, com um olhar concentrado.
━ Então, esses fantasmas, o que quer que sejam, eles construíram a esfera? - Yvonne perguntou, sua voz carregando um tom de frustração, uma visão visível direcionada a Ginevieve.
Os olhos dela se demoram nos pés do Doutor, que estão cruzados sobre a mesa, mas ela decide deixar passar. Ele parecia completamente relaxado, quase entediado.
━ Provavelmente sim. - O Doutor respondeu sem desviar o olhar de Ginevieve, que continuava absorvendo as notas rapidamente ━ Eles apontaram para essa realidade como uma bala de canhão.
━ Yvone? Acho que você deveria ver isso. Temos uma visita. Não sabemos quem ela é, mas curiosamente, ela chegou no mesmo momento que o Doutor. - O cientista de antes, do outro lado da webcam do notebook, disse com uma pontada de apreensão.
O rosto do Doutor se contrai com a menção da visita. Yvonne vira a tela do laptop para que ele possa ver, revelando Rose e Rajesh, que estão olhando diretamente para a câmera. Rose sorri com um ar divertido, como se não soubesse o que esperar.
Ginevieve dá uma olhada entre a tela e o Doutor, soltando uma risada baixa.
━ Ela é uma das suas? - Yvonne perguntou, já sabendo a resposta, mas não deixando de questionar.
━ Nunca vi antes na minha vida. - O Doutor deu de ombros, negando com uma expressão inocente, como se realmente estivesse surpreso com a amizade.
━ Ótimo. - Yvonne comemorou sarcasticamente ━ Podemos dar um tiro nela então?
O Doutor se sentou mais ereto, a expressão dele se tornou mais séria, mas ainda com aquele tom de confusão que sempre o acompanhava.
━ Ah, tudo bem então, vai valer a pena tentar. Esta é... esta é Rose Tyler.
━ Desculpe... - Rose acena, um tanto hesitante ━ Olá.
O Doutor e Ginevieve acenam de volta com a mesma leveza, mas um pouco mais cautelosos agora.
━ Bem, se ela é Rose Tyler... - Yvonne se vira para Ginevieve, um olhar mais incisivo ━ Quem é ela?
━ Eu sou a mãe dela. - Jackie responde, sua voz um tanto irritada, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Ginevieve não consegue evitar uma risada e se aproximar mais do Doutor, zombando um pouco dele.
━ Você viaja por aí na sua nave espacial com a sua namorada e a mãe dela?
Ó Doutor, agora de olhos arregalados, vira-se abruptamente para encará-la com uma intensidade quase dolorosa.
━ Rose não é minha namorada. E eu não viajo com a mãe dela.
Rose franze a testa ao ouvir a forma como ele se apressou em se explicar. Ela não gostou nem um pouco da rapidez com que ele tentou se distanciar da ideia de estar com ela.
━ Ele me sequestrou. - Jackie disse de forma desafiadora.
━ Eu definitivamente vou contar essa história para todos na UNIT - Ginevieve riu, divertida com a situação ━ Você pode repetir isso de novo? Quero ter provas reais disso.
O Doutor fez uma careta para a ruiva ao seu lado, negando com um movimento exagerado, como se a ideia fosse completamente absurda.
━ Por favor, quando Torchwood vier escrever minha história completa, não mencione que viajei pelo tempo e espaço com a mãe dela... - O Senhor do Tempo suspirou, pegando o celular da mão de Ginevieve e colocando-o apressadamente no bolso.
O som arrependido dos motores do turno fantasma começou a se intensificar, cortando o clima. Yvonne se destacou, indo em direção à equipe.
━ Com licença? Eu pedi para parar com o turno fantasma. - Ela disse, irritada.
Eles não responderam, parecendo completamente absortos em seu trabalho.
━ Quem iniciou o programa? Mas... Eu ordenei que parassem! Quem está fazendo isso?!
Ela apontou para a alavanca que começou a se mover por conta própria, subindo como se tivesse vida própria.
O Doutor se manifestou rapidamente, pegando a mão de Ginevieve e ficando entre ela e a tela do computador.
━ Afastem-se dos monitores, todos. - Ninguém se mexeu. Eles escreveram freneticamente ━ Gareth, Addy, parem o que estão fazendo, agora! Matt, afaste-se da mesa. Isso é uma ordem! Parem com as alavancas!
Dois cientistas correram até as alavancas, lutando para empurrá-las para baixo, mas a força parecia estar em algo além de seu controle.
Ginevieve, sentindo uma sensação de desconforto crescente, se demorou no Doutor e se dirigiu até Gareth. Seus olhos estavam completamente vazios, como se ele não estivesse mais lá, sua mente fora de seu corpo.
━ Doutor, há algo muito errado com eles. - Ginevieve comentou, estalando os dedos na frente dos olhos de Gareth, sem resposta ━ Eles parecem... vazios.
Ela deu um passo para trás, sentindo um calafrio na espinha, e olhou para a parede branca à frente. A tensão no ar se tornava cada vez mais palpável.
━ Ninguém vai te escutar. - O Doutor disse, observando a tela com seus olhos atentos ━ Eles estão anulando o sistema.
Ginevieve sentiu uma pontada de medo. Ela olhou para o Doutor, depois para Jackie e Yvonne. Todos estavam tensos, esperando o pior. O ambiente parecia estar prestes a se transformar em um pesadelo em tempo real.
━ Estamos entrando no turno fantasma. - O Doutor murmurou, e Ginevieve não pôde deixar de sentir que, desta vez, eles estavam entrando em um território desconhecido.
A tensão no ar era quase insuportável, e algo mais parecia estar à espreita nas sombras. A fenda e a esfera estavam apenas começando a mostrar seu verdadeiro poder.
