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Fandom:
Relationships:
Characters:
Additional Tags:
Language:
Português brasileiro
Stats:
Published:
2024-12-27
Updated:
2025-07-28
Words:
30,513
Chapters:
10/?
Comments:
20
Kudos:
9
Bookmarks:
2
Hits:
221

Idílico

Summary:

Breaking Bad

[Jesse Pinkman | Mike Ehrmantraut]

[Universo A.B.O]

Fatos: Nesta fanfic, Walter não será bonzinho, Gus não será malvado, e Jesse terá muitos segredos. Mortes cânones vão acontecer, outras não, haverá mudança na história.

Esse tipo de fanfic é complicada de escrever, mas vou tentar novamente, porque é um tema que gosto. Espero entregar algo, no mínimo, razoável. Então de antemão, me perdoe por algo.

Notes:

Chapter Text

Jesse Bruce Pinkman, ou apenas Jesse, como comumente é chamado. Este nome não diz nada, de imediato, mas há tanta coisa, que chega arrepiar o cabelo. Estava um dia normal, quente, havia muito trabalho para fazer, e Jesse agora se lembrava de quando conheceu seu colega de serviço, Mike.

Sua namorada Jane estava morta, ele ajeitou tudo e antes de ir embora, Mike olhou para ele uma segunda vez, já que estava perto o suficiente e, por um breve momento, sentiu medo. Mike era um alfa, tudo nele gritava isso. E Jesse sentiu medo que ele pudesse procurar demais.

Jesse tinha acertado em cheio, mas saberia só mais um tempo a frente. Ele nem imagina o que está por vir.

--

Jesse dava uma festa, que não parecia ter fim. Estava tão chapado, que ficou os três dias sem tomar sua pílula, que havia custado caro contrabandear, mas Pete o ajudou com isso. Pete era o único que sabia a verdade, nem Badger sabia. Apenas Pete. E Jesse já achava que nem ele deveria saber, mas achava melhor um, do que mais pessoas.

Jesse usou tanta metanfetamina, que não percebeu o corte de efeito em seu corpo. E ele só reparou tarde demais.

Jesse tinha se despedido de seus amigos, não eram nem sete da manhã ainda. Jesse tomou seu banho, escovou os dentes e se vestiu com um jeans confortável escuro, uma camisa branca e um casaco de zíper preto por cima, não muito grande, de tamanho normal. Chegou ao laboratório e começou a fazer o procedimento, tentando ignorar a dor de cabeça que estava nascendo dentro de si.

Jesse percebeu que seria apenas ele, uma vez que já passava das nove e o Sr. White não havia chegado.

Jesse sentiu um incômodo no pescoço e passou o olhar pelo laboratório parando na figura que o observava agora. Seus olhos encararam o de Mike, e rapidamente desviaram de volta ao serviço, tentando ignorar a sensação esquisita dele olhando seu serviço. Quando estava tudo encaminhado, Jesse foi até o armário e pegou seu cigarro, juntamente com o isqueiro e subiu a escada de caracol, suspirando quando chega ao topo.

Termina o resto do caminho reto e passa por Mike, abrindo a porta, no entanto ele se demora ao abrir, sentindo uma fisgada no coração. Jesse, que até então não sabia o que era, levou a mão ao peito em uma careta confusa. Tratou de sair para fora, sem reparar como Mike o observava com os olhos semicerrados agora.

Mike tinha suspeitas, e tiraria sua prova hoje mesmo, pensava ele enquanto saía para fora acompanhando o jovem garoto, enquanto ele sentava e acendia seu cigarro.

Jesse fumava fechando os olhos, pensando no quanto queria estar em casa, tentando dormir, ou só usando um pouco, ou quem sabe só observando as pessoas usarem. Talvez ele fosse andar de kart, para clarear a mente.

- Garoto, Gus quer conversar com você após o expediente. - Mike diz, calmamente.

Jesse estava tão perdido em pensamentos, que achou que a voz de Mike era da sua cabeça. Lentamente, Jesse se vira para ele, e o observa devagar, reparando sua sobrancelha erguida. Então ele tinha falado realmente.

- Tudo bem, cara. - Jesse suspira, vencido.

Ele traga mais uma vez, soltando a fumaça pelo nariz e Mike observa o pescoço erguido para trás de Jesse, branco e imaculado, sem nenhuma marca aparente. Mike envia uma mensagem a Tyrus, e ele chega não muito tempo depois. Quando Jesse estava entrando, Mike saiu, entrando em seu carro e partindo. Jesse apenas seguiu seu caminho, sendo observado de perto por Tyrus.

Mike estava na casa de Jesse, e observava tudo com uma sobrancelha erguida. Jesse estava se afundando, isso era claro. Parecia que estava castigando a si mesmo. Mike nota os diversos cachimbos e latas de cerveja pelo chão, e nota um puff no canto da sala, parecendo o canto mais limpo do lugar. Mike imagina Jesse sentado ali, observando tudo isso a sua frente.

Mike ignora o resto e sobe, indo direto para o quarto do garoto. O quarto dele era legal, exceto pelas caixas vazias de pizza no canto, latas de cerveja e refrigerante, cachimbos, sedas, bongs, erva e crystal, além de um plug anal na cômoda. Este último força Mike a encarar incrédulo, um pouco surpreso. O plug era transparente, de silicone, e parecia até pequeno. Havia detalhes em glitter em seu interior, e Mike imaginou momentaneamente Jesse segurando isso nas mãos.

Limpando a imagem da mente, Mike vasculha todo o local, e acha algo interessante caído embaixo da cama. Era um frasco de remédio, que tinha apenas uma cápsula dentro. Lendo rapidamente o rótulo, Mike entende que se trata de um supressor alterador de classe. Tomando isso, qualquer pessoa seria identificada como Beta. E isso acendeu uma luz na cabeça de Mike. Quando ele limpou a cena de sua namorada morta, Mike pensou ter sentido um leve cheiro doce emanando do rapaz, muito fraco, mas desconsiderou. E hoje no laboratório, Mike sentiu novamente, algo fraco, mas somente quando Jesse passou por si na escada. Mike liberou minimamente seu feromonio alfa, e reparou em como Jesse estagnou. Isso tudo somado a esse remédio embaixo da cama, só prova a Mike que estava certo em seu palpite: Jesse não era um Beta, Jesse era um Ômega.

Pelo visto, Jesse havia esquecido de tomar a última pílula e também de ter comprado mais, ja que estava exalando cheiro minimamente. Por enquanto, Mike guardaria essa descoberta para si.

--

Jesse havia parado mais quatro vezes para fumar, e agora estava empenhado em quebrar o crystal da cozida anterior para então poder despejar a nova fornada.

Terminando de encher a quinta caixa, Jesse pesa, sendo observado de perto por Tyrus. Jesse anota o peso, e entrega a prancheta para ele, pegando a caixa e colocando sobre a pilha. Tyrus pega o carrinho com as caixas e sai, sem falar nada.

Jesse limpa todas as bandejas, uma a uma, secando uma a uma, e organizando uma a uma com a droga em estado líquido. Quando termina de encher a última bandeja, Jesse organiza os carrinhos com as bandejas de maneira correta e então, passa agora a cuidar da limpeza.

Jesse pega seus fones e liga o som no máximo, ouvindo músicas dos anos 60 que ouvia com sua amada tia Ginny. Um sorriso desliza em seus lábios, com a lembrança, mas se apaga, quando olha o tambor sujo do trabalho.

Mike observa como águia Jesse trabalhar, limpando tudo com capricho, ficando na ponta dos pés uma vez e outra, tentando alcançar algo, como agora, por exemplo. Mike desce as escadas, enquanto vê Jesse dando um pulo para pegar uma flanela que estava numa caixa, em cima do armário. Era usada na etapa final da limpeza.

Parando atrás dele, Jesse pula de novo e volta aos seus pés, esbarrando seu corpo contra o de Mike, e ele se assusta, gritando de repente. Mike ergue a mão e pega a flanela, entregando para o garoto que agora o olhava, com a mão no peito e a outra segurando os fones.

- Que inferno, para de ser silencioso assim, porra. - Jesse resmunga, pegando a flanela e passando por Mike, deixando um cheiro doce no ar, um pouco mais forte que de manhã.

Mike observa Jesse com uma sobrancelha erguida, e espera. Estava ciente que Jesse agora tinha total consciência de que estava perto dele. Podia ler o corpo do rapaz muito bem, mesmo com o macacão. Jesse apenas queria terminar tudo isso e ir embora.

Mike acha por bem cancelar a reunião, mas terá que seguir em frente, obedecendo. Mike continua a observar ele lustrar um por um e quando ele termina, o garoto suspira cansado.

- Vamos no meu carro, garoto. - Mike diz, passando por ele, subindo a escada.

Lá fora, os dois entram e o carro anda pela rua, chegando ao asfalto e indo em silêncio pelas ruas.

Jesse olhava pela janela, mentalmente esgotado. Aonde olhasse, via Gale. Sua relação com Andrea estava insustentável, tanto que Jesse sabia que ela saía com outro. Mas ele não se importa, talvez nunca tenha de fato se importado. Óbvio que ela iria querer mais. E Jesse, infelizmente não podia dar.

Chegando no restaurante Pollo's Hermanos, Jesse salta do carro e segue Mike, de cabeça baixa. Logo estão no escritório, e Gus o encara, sorrindo.

- Pinkman.. Jesse Bruce Pinkman. Sente-se. - Gus diz, ainda com um sorriso.

Gus e Mike notam a careta ao ouvir seu nome do meio.

- Por favor, senhor, se não se importa, só Jesse está bom para mim. Senhor. - Jesse murmura, cansado e parecendo exausto.

Gus sorri mais uma vez.

- Tudo bem, Jesse, você também poderá me chamar de Gus. - Gus diz, o observando. Jesse acena. - Pedi que Mike o trouxesse aqui, porque preciso de uma decisão sua. E preciso dela hoje.

Jesse nitidamente fica tenso, visto que se sentou mais ereto. Jesse coloca um braço para trás da cadeira, como quem relaxa, mas Mike nota suas mãos tremendo. Mike faz uma nota mental sobre isso.

- É, claro.. Hmm, do que seria? - Jesse pergunta, prestando atenção.

- Tenho planos para você, e para eu poder confiar e contar esses planos, preciso que você esteja limpo. Sem mais metanfetamina, sem mais heroína, você pode continuar com seu cigarro, e permito que use erva, em casos de extremo estresse somente, e você também poderá beber, sem exageros. Preciso que você esteja no seu melhor, no controle de si mesmo, ou você não terá vitória comigo no futuro. - Gus diz, calmamente, observando cada mini reação dele. - Você está disposto?

Jesse suspira, esfregando os olhos, suas mãos trêmulas. Mike olha para Gus, os dois trocam um olhar e encaram o rapaz novamente.

- Eu concordo, mas tenho três condições. - Jesse responde, cansado, parecendo um velho.

Gus se surpreende e sorri, erguendo a sobrancelha. Jesse continua.

- Primeiro, eu sei que você é o chefe, e as vezes faz o que precisa ser feito, eu, sinceramente, entendo isso. Mas por favor, eu não quero e não aceito, que você tente fingir ser meu amigo. Eu não suporto isso. Se quiser ser meu amigo, seja, não tenho nada contra você, Gustavo. Se não quiser ser, não seja, também não tenho problema, você será meu chefe igual e apenas isso. Mas por favor, não finja, eu não sou idiota como pareço ser.

Jesse encara Gus, esperando ele revidar de qualquer maneira, mas o sorriso dele apenas se alargou mais.

- Bem, continue, Jesse. - Gus diz, calmo.

Jesse relaxa, no entanto tensiona novamente.

- Eu preciso que me ajude com o Sr. White, ele quer que eu mate você, mas eu não quero isso e, ele me pressiona mais a cada dia, como se já não tivesse.. tivesse.. Gale.. - Jesse se perde momentaneamente, atraindo mais atenção de Gus e Mike. - Eu não quero mais ter que fazer isso, então.. se você puder me afastar do Sr. White, já me alivia e me da vontade de trabalhar em 300% a mais.

Jesse para de novo, encarando o tampo da mesa.

- E a última condição, é que gostaria de ficar mais próximo do Mike. Se ele assim quiser, é claro. - Jesse diz, sentindo as orelhas esquentarem de repente.

Mike ergue as sobrancelhas, encarando a nuca do garoto. Gus o olha e volta para Jesse, curioso.

- Tudo bem, tudo pode ser arranjado, mas essa última condição.. por quê? - Gus pergunta, com curiosidade genuína.

Jesse bufa, como uma risada, como quem diz "é sério?!"

- Mike não me xinga, não me coloca para baixo, é calmo; quando fala comigo sempre é, de certa forma, respeitoso. É sincero comigo quando diz algo que fiz errado, mas para que eu melhore, e não na intenção de me humilhar. Mike passa uma calma muito boa, apesar de ser quieto demais, mas acho que isso é da idade.. ai! - Mike da um peteleco na nuca de Jesse, mas nem doeu, e ele acaba quase rindo. Moleque atrevido. - Enfim... a lista a respeito do Mike é muito grande, e eu falaria tranquilamente, mas você precisa realmente de mais algum motivo do porquê eu escolho Mike ao Sr. White?

Gus o observa, mantendo o olhar firme como o de Jesse.

- Tudo bem para você, Mike? O que você acha? - Gus pergunta, interrompendo a disputa de mijada.

Mike o encara, pensativo.

- Tudo bem, contanto que obedeça. - Mike diz, calmamente.

Jesse o olha, espantado e apenas vê seu rosto estoico e volta seu olhar para Gus, que agora sorria.

- Ótimo, você pode ir, qualquer coisa entrarei em contato com você. - Gus diz, olhando para Jesse.

Jesse se levanta, e quando estava para se virar, ele vê uma marca no pescoço de Gus e estagna no lugar. Gus percebe, e sorri.

- Isso será assunto para outro momento, quem sabe um.. jantar? - Gus diz, calmamente.

Jesse sacode a cabeça e gagueja um sim, e sai para a rua. Mike ergue a sobrancelha, aguardando.

- Ele viu minha marca, pareceu que não tinha visto uma tão de perto ainda. - Gus comunica, calmo. - Mike, você pode lidar com ele? Você não parece ser muito dele.

Mike bufa.

- Eu até gosto do garoto, eu não gosto de como Walter controla ele, aquele Beta arrogante pensa que o garoto é uma marionete; talvez ele tenha se importado, mas agora não é mais uma questão forte a ser priorizada. Está para nascer um Beta tão arrogante quanto ele é. E acho que o garoto está abrindo os olhos, finalmente. - Mike diz, expressando seu descontentamento.

Gus concorda com a cabeça, pensativo.

- Você pode ir, Mike, e quanto ao garoto, faça o que for necessário. Cuide dele, proteja-o, ensine tudo a ele, seja seu porto seguro. Precisamos manter Jesse seguro conosco. Sinto que ele será um bom garoto para todos nós e nosso trabalho. - Gus diz, pensativo. - E quando conquistarmos sua lealdade, White estará desmantelado. E finalmente viveremos em paz.

Mike acena com a cabeça e sai, caminhando de volta para o estacionamento do Pollo's Hermanos.

Sentado no capô, recostado com as costas no para brisa, olhando para o céu, com as mãos na cabeça, estava um Jesse cansado e parecia que ia dormir a qualquer momento.

- Garoto, te dou três segundos para sair daí. - Mike diz, calmamente.

Jesse sai de cima assim que ele termina de falar, olhando para Mike, com um leve olhar provocador.

Os dois entram e param no Loyola's Family Restaurant, e logo Fran os vem atender. Fran era uma Beta já de idade, muito simpática e conversadeira. Jesse mal havia reparado nela ou na filha alfa dela que estava encarando ele do balcão. Jesse se ocupava muito em sua mente, tentando analisar todas suas decisões e vendo que sempre resulta em morte, se não indiretamente, com Jane, ou então diretamente, com Gale.

Mike faz seu pedido e Jesse pega apenas café, visivelmente cansado, com os olhos fechados agora tendo seu rosto apoiado nas mãos sobre a mesa. Mike faz suas palavras cruzadas da manhã, e logo seu pedido chega, sendo trazido pela filha de Fran.

- E você, gatinho, não vai querer nada? - A moça pergunta, o encarando como um leão encara a presa.

Jesse mal se digna a olhar, bufando.

- Se tiver sopa, canja, algo leve do tipo, traz para mim. Se não tiver, não traz nada, apenas mais café. - Jesse diz, olhando para mesa.

Ela sorri e sai, e Mike observa tudo com curiosidade. E acaba soltando uma risada grossa, atraindo a atenção de Jesse.

- O que? Qual foi?! - Jesse pergunta, irritado de repente.

Mike se controla, e sorrindo, ergue uma sobrancelha para o rapaz.

- Só achei engraçado o quanto a jovem ali se esforçou para você olhar para ela e você nem aí. Você a decepcionou, garoto. - Mike diz, calmamente, ainda com diversão na voz.

Jesse suspira, sentindo uma leve graça de repente. Mas acaba que não ri, apenas sorri.

- Já me envolvi com algumas pessoas da minha idade para saber que é uma furada e no fim, não é algo agradável e nem me dá vontade de repetir, se quer saber, sendo sempre algo "Jesse, me fode mais forte, enfia tudo" ou então "Jesse, não consigo te chupar inteiro, vamos pular isso e foder logo" sacou?! Previsível... então ela que se decepcione para lá e me deixe em paz. - Jesse diz, olhando de Mike para a janela ao lado.

Mike ergue uma sobrancelha, achando divertido ele estressado.

- Ah, sim, desculpe.. não teria pensado em você como "Jesse, o passador de pau que se entristece depois". - Mike diz, divertido e acaba rindo mais uma vez da cara do garoto. - Jesse, seu cheiro entrega você, você fede a sexo desde que te conheço. Deveria sair com a garota, ela pareceu bem interessada em você. Faça coisas de jovem, vá.. se aliviar.

Jesse se irrita, e Mike vê que ele vai explodir e aguarda.

- Ah, sim, porque comer, deixa eu ver.. um total de 6 bocetas durante a minha vida inteira faz de mim um comedor que fede a sexo. Qual é, Mike?! Eu frequento lugares que rola sexo em todo canto, e eu os observo, me toco, e vou embora, mas vou começar a tomar banho se o cheiro do local fica tão grudado em mim parecendo que comi a cidade inteira. Eu nem consigo pensar nisso, credo.. não é isso que eu gostaria, na real. Então, para de falar isso, tá me deixando desconfortável, merda. - Jesse termina, cruzando os braços, olhando pela janela.

Mike ri e Jesse bufa, mas Mike não fala mais nada.

A garota volta com um bowl de sopa cheio, cheiroso. O estômago de Jesse anima e Mike vê os olhos da garota brilharem para ele.

- Você é Ômega ou Beta? - A garota pergunta, fazendo Jesse congelar.

Jesse olha para ela pela primeira vez e pensa em uma resposta bem desbocada, para ela se ligar e acordar para o mundo. Um tempo depois, Jesse ri e ela fica confusa.

- Garota.. por acaso você tem um pau aí? - Jesse pergunta, olhando divertido para ela.

Mike morde a bochecha, para não rir. Esse moleque era uma merda.

- Eu não entendi, o que você..

- Eu perguntei se você tem pau. Você tem um pau entre as pernas? Mas tem que ser gordo, nem pequeno e nem grande demais, ninguém aqui quer achar petróleo, não é mesmo?! Uma cabeça rosa, sabe, para combinar com o meu e meu nome, sacou?! - Jesse diz, pensativo. Ela o olha confusa. - Eu sou gay fofa, você quer foder? Eu também quero que alguém foda minha bunda, mas pelo visto não vai ser você, né? Que peninha. Vaza.

Mike estava surpreso, e se amaldiçoa imaginando os detalhes que Jesse diz. Focando novamente no garoto, quando ele olha para Mike, ele ri. Mike acaba que ri também.

- Essa nunca mais vai bobear assim de novo. - Jesse diz, parando de rir e provando a sopa.

Mike toma agora seu café, pois já tinha jantado e fica o olhando. Jesse estava mais leve, mas ainda assim, não comeu muito e Mike sente um estresse aflorar dentro de si. Então, ele resolve testar outro ponto.

- Jesse, você precisa comer mais. - Mike diz, suave.

Jesse geme, frustrado.

- Eu já comi o suficiente. - Jesse responde, brincando com a colher.

Mike respira e se inclina.

- Coma agora, Jesse. - Mike diz, firme, usando sua entonação de alfa.

Jesse relaxa de repente e com o olhar confuso, começa a comer. E só para minutos depois, quando o bowl está vazio, e ele lambe os beiços. Ele parecia confuso.

- Bom garoto, Jesse. Vamos. - Mike diz e aperta sua mão sobre a mesa, se levantando em seguida.

Jesse sente um choque e emite um gemido baixo, mas alto o suficiente para Mike ouvir. Ele finge no entanto que não ouviu e vai para o balcão, acertar a conta, enquanto Jesse corria para fora e acendia um cigarro.

Mike não demora muito e logo estão no carro, indo para a casa de Jesse, em silêncio. Mike o observa sair do carro, com um rápido boa noite e desaparecer atrás da porta.

Mike sorri, minimamente. O garoto era um ômega e agora muitas atitudes dele começam a fazer sentido, como por exemplo ele parecia não ser ele mesmo, por estar reprimindo forçadamente seu jeito natural. Mike não se admira se ele entrasse no cio logo. E isso poderia ser um inferno.

Esse garoto era uma caixa de surpresas, realmente.

Chapter 2

Notes:

Mais um, porque hoje eu to empolgada.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Jesse estava se sentindo quente, mas resolve ignorar por enquanto.

Olhando a sujeira que estava em sua casa, Jesse vai até a cozinha pegando sacos de lixo e começa a limpar todo o lugar. Depois de ter removido todo o grosso do chão, sobrando apenas areia e poeira, Jesse usa o aspirador que tinha ainda guardado de sua tia Ginny. Não satisfeito, Jesse enche um balde de água, pega um esfregão e enche de cloro, começando a esfregar o chão da casa inteira. Jesse abre as janelas e liga um ventilador para circular o ar.

Depois ele procura desinfetante, e acha um no banheiro, com cheiro de lavanda. Estava com validade vencido, mas teria que dar.

Jesse joga pela casa inteira, e depois vem com um pano enrolado no rodo, esfregando e secando. Quando Jesse se senta na escada e checa as horas, já são quase duas da manhã. Jesse joga os lixos na rua, enchendo a lixeira. Subindo, ele leva mais um saco consigo e começa a limpar o quarto, colocando tudo que estava espalhado ali dentro. Colocou algumas roupas também, já que ele iria comprar novas. Sobrou no fim apenas duas mudas de roupa, que não eram tão enormes assim. As drogas ele também jogou fora, tudo, tudo menos o seu maço de cigarro. Metanfetamina, erva e heroína tinha ido para o saco.

Jesse limpa o chão do lugar, reparando que era apenas poeira. Jesse também joga um pouco de desinfetante e tira o restante do pó do seu quarto.

Um quarto de jovem, como dizia sua tia Ginny. Pôster de filme de carro, pôster de banda musical, pôster de carros, uma pilha de cd e fita cassete. Uma mesinha com inúmeros desenhos mal acabados de meses atrás. Era o canto mágico de Jesse, ou pelo menos era. Jesse não saberia dizer no momento.

Jesse enfim ruma para o porão e procura tinta, mas não acha. Amanhã teria que comprar e pintar a casa. Amanhã era sua folga.

Jesse então sabe que com todo esse esforço, ele vai poder tomar seu banho em paz com a consciência mais tranquila.

Apenas restava torcer para não sonhar com Gale.

 

 


 

Jesse já havia acordado e tinha ido para a loja do bairro, comprando duas latas de tintas, na cor algodão. Não era branco, mas também não era creme, algo entre cru e off white. Um bege que não era bem bege.

Jesse já havia pintado duas paredes, faltando apenas mais quatro. A pintura ia bem, havia colocado fita e tudo para não manchar os forros. Quando tudo acaba, Jesse está orgulhoso. Estava se sentindo estranhamente quente, então resolve desanuviar, escrevendo em seu diário.

 

--

Qual foi, diário.

Tô me sentindo esquisito desde ontem, depois do jantar com o Mike. O Mike não falou nada demais, mas o jeito que ele falou, parecia que eu queria ouvir aquilo para sempre. Isso é uma viagem fodida, mas sei lá.. estranhamente, eu queria ver ele, e queria que ele estivesse comigo.

Quando ele tá, eu não estou mais sozinho, não penso em crystal e essas merdas, mas também não me SINTO mais sozinho. As vezes eu queria contar isso para ele, ate contar que era por isso que prefiro estar perto dele e tudo mais, mas não quero ficar todo viadinho pra cima do cara. Se bem que por ele, talvez eu fosse viadinho.

Eu nem sei porque eu perco tempo com essa merda de diário. Não é como se alguem fosse ler mesmo, Deus me guarde de alguem saber dos pensamentos intrusivos que tenho sobre o Mike. Eu mesmo não entendo, o que me dirá ter que lidar com alguém fuçando aonde não deve.

Preciso comprar meu supressor, eu vacilei e agora posso entrar no cio a qualquer momento. Eu nunca entrei então.. nem sei como é. Preciso achar uma vacina pra reposição urgente. Senão.. eu tô fodido e meu disfarce vai cair.

---

 

Não ajuda muito, mas Jesse sente que no futuro verá que sim, ja que sua tia falava isso. Tomando um banho e tentando relaxar, Jesse nota que ainda não parece ser suficiente, a vontade de crystal estava forte. Ele finaliza seu banho e quando estava se vestindo, ele escuta um barulho de longe.

Batidas na porta o tiram de seu estupor e ele logo desce as escadas, indo abrir a porta. Nem era meio dia ainda, e Jesse se perguntava quem poderia ser. Jesse nota Mike parado, esperando.

Jesse ficou tão surpreso que só anda para o lado e Mike não se faz de rogado, adentrando a casa.

Jesse se recupera e fecha a porta, e caminha até seu maço de cigarro no sofá, acendendo um enquanto Mike observa o lugar. De repente, Jesse sente uma vontade de aprovação do cara a sua frente, mas nem entende porquê.

- Bom... muito bom, garoto. Finalmente parece com uma casa. - Mike diz, bisbilhotando tudo. - Estou checando sua casa e estarei fazendo isso constantemente, mas não irei te avisar, nem será sempre em horários convencionais. O que você fez aqui?

Jesse que só o olhava, se sentindo bobo com o primeiro elogio dele, acorda novamente e vê Mike o olhar com a sobrancelha erguida.

- É, eu.. eu comecei a limpar tudo ontem depois que você me deixou aqui. Enfiei tudo em saco de lixo, inclusive as drogas, e coloquei lá na frente. O caminhão já passou coletando. Então, aproveitei o embalo e esperei dar o horário da loja, comprei tintas e acabei de pintar. É isso. - Jesse responde, defensivamente, diante o olhar analisador de Mike.

Mike repara em como tudo está em ordem, cheirando a limpo, exceto pelo cheiro de tinta recém pintada. No mais, parecia estar dizendo a verdade. O cheiro dele estava um pouco mais forte do que ontem, e isso o desconcentrou momentaneamente.

- Bom garoto, Jesse. Eu estou contente, finalmente. - Mike diz, calmamente. Jesse cora e Mike faz uma nota mental. - E o quarto?

Jesse indica as escadas com a mão, ficando sem condições de falar momentaneamente. Mike sobe e Jesse vem atrás, e Mike sorri, sabendo que ele não poderia vê-lo, achando Jesse adorável nesta manhã.

Ao chegar no quarto, Mike repara que o mesmo está todo arrumado, sua cama está feita, a única bagunça sendo realmente em sua mesa no canto do quarto, de frente a janela. Mike bisbilhota tudo, gaveta por gaveta, fundo falso e além, e não acha nada. O garoto estava limpo.

Jesse estava nervoso, mas um nervoso diferente. Não como quem teme achar algo escondido, mas nervoso esperando aprovação. Mike repara que o garoto esperava que ele o aprovasse. Isso era nítido.

Mike sai do quarto sem dizer nada e vai para o banheiro, achando o pote vazio do supressor. Tudo organizado, ajeitado, sem drogas. Mike retorna ao quarto e Jesse continua na mesma posição, agora mordendo os lábios, inconsciente. Mike sente o cheiro doce de Jesse, e conta mentalmente até cinco, o encarando.

- Ok, vejo que você está limpo, e eu agora estou orgulhoso. Você está fazendo o que é certo, garoto. - Mike diz, tranquilo.

Jesse solta a respiração que nem sabia que estava prendendo.

- No entanto, se vamos fazer isso, não posso aceitar mentiras. Se mentir, será punido. Então, aqui vai sua pergunta, e lembre-se de ser honesto. Você toma supressor para mascarar e parecer um Beta? - Mike diz, sério.

Jesse sente sua mão tremer e engasga com o ar. Agora sua casa ia cair, era tudo o que ele pensava.

- Eu.. e-eu.. - Jesse gagueja, desviando o olhar para o chão, sua respiração falhando.

O corpo inteiro dele gritava tensão, medo e ansiedade. Mike caminha até ele e ergue seu queixo, para que seus olhos se encontrem. Jesse era um livro aberto para Mike e ele tinha sua resposta, mas precisava ouvir.

- Eu.. sim, eu uso. Eu sou um Ômega, e tomo supressores desde os 4 anos. - Jesse diz, ainda olhando para Mike.

Mike nota o arrepio que se apoderou dele, quando o tocou fazendo uma nota mental sobre sua sensibilidade.

- E porquê escondeu isso esse tempo todo? - Mike pergunta, sério, retirando a mão do queixo.

Jesse solta um leve lamento, e faz uma careta de confusão. Mike sorri internamente.

- Meus pais não queriam um filho Ômega, então quando foi possível me dar medicação, eles fizeram, e estou por conta até hoje, porque virou hábito. - Jesse responde, respirando fundo.

Mike analisa a informação obtida e repara em como o olhar de Jesse muda, passando de apreensivo para pânico.

- Oh, meu.. eu.. eu estou exalando? - Jesse pergunta, nervoso.

Mike o observa amedrontado.

- Sim, você está, há três dias contando com hoje. Você vai entrar no cio, você tem um parceiro ou parceira que queira te dar a marca? Ou você já tem a marca? - Mike pergunta, intrigado.

Jesse respira fundo e começa a andar de um lado para o outro pelo quarto.

- Não. - Jesse responde, vago.

- Não, exatamente para o quê? Eu fiz duas perguntas, garoto. - Mike diz, calmamente.

Jesse para e o olha, irritado. Ah, aí está.

- Não, eu não tenho uma marca, acredito que eu nunca vou ter uma. E não, eu não tenho parceiro nenhum que gostaria de me marcar. - Jesse responde afiado.

Mike respira fundo e se arrepende no segundo seguinte, ao sentir o cheiro de Jesse mais forte.

- Então, em primeiro lugar, se você falar comigo assim de novo, eu vou te amordaçar e te chicotear. E vamos ver o que faremos durante esse cio. Pelo seu cheiro, não me admira começar hoje mesmo. Você não está seguro, então essa noite você estará comigo. - Mike diz, pensativo.

- O que?! Você não pode fazer isso. - Jesse surta.

- Ah, não?! Pois foi você quem disse que queria ser mais próximo, e eu disse que você teria que obedecer, então acho um bom momento para isso e isso não foi um pedido, então faça sua bolsa de roupa, os próximos quatro dias você estará sob minha proteção intensiva. - Mike rosna, sério.

Jesse se espanta e ao mesmo tempo seus olhos enchem de lágrimas, atraindo o olhar de Mike pelo faro salgado. Jesse sentiu como se tivesse ganhado um soco. Quando Mike percebe o nível da sensibilidade de Jesse para com ele, Mike imediatamente tenta se aproximar, mas Jesse recua, se afastando com medo. Ele não tinha usado sua entonação alfa, apenas tinha dito de maneira firme e forte, taxativo e isso foi o suficiente para afetar o garoto. 

- Não.. e-eu por favor, se afasta. - Jesse diz, a voz rouca do choro aguentado.

Mike se sente incômodo, e suspira, liberando seu feromonio. Jesse quase como em passe de mágica, relaxa e quase inconscientemente caminha para Mike, mas hesita.

- Vamos para casa, pegue suas roupas. - Mike diz, calmamente.

Jesse funga, derrotado.

- Eu não tenho mais roupa, joguei todas fora, não quero mais me vestir como os outros caras com quem andava. - Jesse diz, baixinho. - Tenho que comprar, pode ser? É rápido.

Mike analisa o roupeiro do garoto e pega uma camisa e calça de moletom e duas cuecas, e joga para ele.

- Depois, agora isso terá que servir. Não podemos te arriscar em uma loja movimentada. - Mike diz, suspirando.

Jesse assente e pega uma mochila, enfiando tudo dentro, e corre no banheiro, pegando itens pessoais.

Os dois descem e Jesse fecha a casa, entrando no carro de Mike. Jesse se encosta no vidro e sente medo do que vai dizer durante o cio, pois se tudo fosse como ele já ouviu, ele com certeza imploraria para Mike o foder. Ele não pode dizer que gosta dele, Mike vai o chutar para longe, e Jesse morre de medo de ser rejeitado. Sim, Jesse nutria sentimentos pelo homem mais velho, ele não sabia explicar, mas sente algo em relação a ele desde o dia que Mike foi a sua casa, limpar as evidências de Jesse e sua namorada na época. Ela era Beta e aceitava Jesse sendo Ômega. Foi a primeira pessoa que o aceitou e então, foi embora. Jesse não podia demonstrar ao Mike que sentia algo por ele, visto que pelo menos, Mike havia aceitado muito bem o fato dele ser um Ômega, e agora Jesse temia que ele também se fosse.

Jesse se sentia numa espiral sem fim e ele iria se esforçar ao máximo para não falar para ele sua palavra de nascença e se sentir exposto. Jesse sabe que jamais achará sua alma gêmea e também morria de medo de Mike nem acreditar nessas coisas.

Isso era utópico demais.

Jesse sente o carro frear e estacionar na frente de uma casa sem muitas plantas. Jesse olha para Mike e espera, observando.

- Vamos, garoto. - Mike chama, suave.

Jesse abre a porta, segurando sua mochila, e para, esperando Mike ir na frente. Já dentro da casa, Jesse relaxa.

Mike caminha até a cozinha e pega duas latas de refrigerante, entregando uma ao garoto. Estava um pouco frio, mas um refrigerante o ajudaria a relaxar, com mais açúcar no sangue. Pelo menos, era isso que Mike achava.

- Bem, eu tenho que me ausentar por algumas horas e nesse meio tempo, quero que fique aqui. Se caso você começar a sentir uma dor na pélvis, calor extremo ou sensação estranha no corpo, ligue para mim imediatamente. - Mike diz, calmamente.

Jesse apenas ouvia, acenando.

Mike saiu pela porta, deixando Jesse sozinho na sala. Depois que o carro de Mike sai, Jesse começa a observar cuidadosamente o lugar. Haviam discos de vinil e algumas fitas, e outro pouco de cd. Clássicos, claro.. quem não imaginaria isso do Mike?

Haviam pouquíssimas fotos, quase todas de Kaylee. Deveria ser a neta de Mike e Jesse sentiu seu coração aquecer, esperando que um dia pudesse conhecê-la. Se Mike tem uma neta, ele tem um filho ou uma filha, e para isso, Mike teve que ter alguém. Mike seria casado até hoje ainda? Os pensamentos de Jesse estavam todos nessa linha e ele sente vontade de arrancar os cabelos curtos com as mãos.

Olhando mais adiante, Jesse vai até o quarto de Mike, e para, olhando para a cama que Mike dormia todo dia. O cheiro dele estava em toda a casa. Haviam livros e livros numa prateleira, e um chamou a atenção dele.

Retirando, Jesse se sentou na poltrona que tinha ao lado da janela do quarto e começou a ler "A arte de ser furtivo: ideias e teorias não contadas".

O silêncio da casa era acolhedor, parecia que cada canto tinha um pedaço de Mike, e isso o faz erguer a cabeça para o roupeiro. Estava fechado, mas Jesse não iria bisbilhotar para checar suas calças. Jesse não era um cheirador de calcinhas. Ele poderia fazer isso, mas gostaria de fazer um dia sem ser bisbilhotando. Sonhar, felizmente, ainda era de graça.

Notes:

De noite terá atualização dupla!

Chapter Text

Abaixando o livro mais uma vez, Jesse toma sentido de algo que só agora fez acender uma lâmpada em sua mente: Mike já foi ou era casado, então.. suas chances de ser a alma gêmea dele, eram zero. E Jesse estava odiando essa sensação.

Jesse se esqueceu do livro em seu colo e ficou pensativo, ruminando o quão sortudo era, para variar, de maneira irônica. Mike o via como um pupilo, nada mais. Jesse jamais seria algo para ele e o pensamento o deixa doente. Jesse tinha que parar de se machucar com seus pensamentos, mas ele quase não conseguia negar. Autodepreciação.

As horas passaram rápido e Jesse havia cochilado, e só acordou muito tempo depois, com calor e um latejar repentino na pélvis. Foi dolorido, e isso arrancou um silvo de dor e ar de seus lábios. Jesse ainda não tinha notado Mike em casa, então quando ele entrou no quarto, ele se assustou e levou a mão ao peito.

Mike ergue uma sobrancelha.

- Cheguei e você tava dormindo, parecia exausto. Aconteceu alguma coisa? - Mike pergunta, analisando.

Jesse suspira.

- Não, nada.. apenas estava cansado, não dormi direito essa noite. Desculpe. - Jesse diz, defensivo.

Mike relaxa e se aproxima, parando ao lado de Jesse. O garoto trancou a respiração momentaneamente.

- Tudo bem, sem problemas. Você está quente, sente dor? Escutei você suspirar pesado demais. - Mike diz, tocando sua testa.

Jesse treme ante o toque.

- Sinto latejando a.. pélvis. E está muito quente. - Jesse diz, cansado.

Mike analisa e sai do quarto, voltando em seguida com uma bolsa. Mike entrega para Jesse, que agora fica de pé.

- Passei numa loja de artigos para cio, e comprei essa toga de Ômega, é fresca e leve, não vai te atrapalhar. Achei que seria melhor para você, do que suas roupas pesadas. - Mike diz, simplista.

Jesse o olha boquiaberto e pisca, surpreso. Jesse tenta falar, mas a voz não sai.

- Obrigado, M-Mike.. - Jesse balbucia, ainda envergonhado.

- Não foi nada, garoto. Agora toma um banho, se veste com isso aí e te espero na cozinha, você precisa comer algo, antes de começar. - Mike diz, o olhando.

Jesse acena e vai para o banheiro com a roupa na mão, fechando a porta atrás de si. Jesse tira sua roupa e olha para sua virilha, próximo do pêlo, a palavra que deveria ter em sua alma gêmea, assim que os dois ocupassem a terra juntos. Jesse a tem desde o dia que nasceu. Era triste olhar para ela agora.

Mike estava pensativo do lado de fora, fazendo uma canja forte, bem temperada e preparada. Ele esperava não haver contratempos com o garoto, e já havia avisado que teria que se ausentar esses quatro dias, recebendo uma ordem expressa de Gus a não sair de perto do garoto. No último dia, Gus iria aparecer, para falar com Jesse. Mike estranhou, mas não negou, sendo que também não tinha a opção de negar.

Quando Jesse abre a porta do banheiro, o cheiro dele está muito forte e Mike acha que é um cheiro maravilhoso. Muito melhor do que sua falecida esposa. Ah, sim.. Beth era uma Beta, mas não eram almas gêmeas, e muito menos Mike havia a marcado. Acontece que seu filho, Matty, foi fruto de uma bebedeira após o serviço. Se ela não tivesse engravidado, Mike nunca teria se juntado a ela. Mas Matty foi o resultado mais feliz que Mike poderia ter tido. Ele já faleceu há anos, mas sempre era doloroso de lembrar.

Beth era muito amiga, e quando faleceu, Mike se sentiu livre de um lado, e triste do outro por perder sua melhor amiga. Desde então, muito pouco Mike se envolveu com alguém, tendo ido quatro vezes ou cinco, em algum Club, para extravasar algum sentimento deturpado. A última vez já fazia mais de cinco anos.

Mike sai de suas lembranças e olha para o rapaz a sua frente, vestido com a toga. Parecia com aquelas roupas de grego, e o rapaz estava bem nela, faltando apenas uma coroa de louros na cabeça, Mike pensava consigo. Jesse vestia apenas uma cueca por baixo, já que a cueca tampava sua palavra de nascença. Mike o olhou de cima abaixo, notando a cueca, curioso, mas resolve deixar para lá. Jesse se senta e se serve, tomando toda sua canja, e Mike quase sorri de contentamento quando o garoto repete mais uma vez.

- Isso está uma delícia, Mike. Obrigado. - Jesse responde quando termina seu segundo prato.

Mike apenas lança um olhar divertido, sem dizer realmente nada.

- Então... como isso vai ser? - Jesse pergunta, curioso mexendo no cabelo úmido.

Mike nota os movimentos de suas pernas, mais um sinal de que está ansioso.

- Bem, o cio de um Ômega dura quatro dias, alguns tendo variações de até uma semana, mas são difíceis. Algo como um em um milhão, por exemplo. Você vai querer acasalar, transar, como você queira chamar, constantemente. Você poderá se tocar, se quiser, mas vai parecer muito pior. E a única coisa que eu posso fazer por você, é trazer água e comida, quando você tiver um momento de foco, que acontece uma vez por dia, durante o cio. Alguma dúvida? - Mike explica, calmamente, percebendo o quanto Jesse cora.

Ele digere toda a informação, e uma dúvida paira sobre suas sobrancelhas.

- Sim, eu.. durante o, você sabe.. eu vou.. - Jesse para, reformulando. - O que eu vou dizer? Durante o cio.

Mike ergue uma sobrancelha, em curiosidade.

- Você vai apenas dizer, que precisa de alívio, num geral. Acredito que mais nada além disso. - Mike responde, e Jesse suspira de alívio. - Tem algo que eu precise saber, garoto?

- Não! - Jesse responde rápido, atiçando mais ainda a curiosidade do Mike. - Quero dizer, eu só.. estou curioso, apenas isso.

Mike resmunga, dando de ombros. Mas o desespero na voz de Jesse o deixa com a pulga atrás da orelha. Mike se levanta e chama Jesse num gesto, para que o siga.

No corredor do quarto, Mike abre uma porta, e vai até um alçapão, que mostra uma escada para baixo, no chão. Mike tinha um porão, muito bem escondido, e agora Jesse sabia disso. Mike desce as escadas e Jesse o segue, e quando as luzes são acesas, Jesse vê um amontoado de travesseiros, almofadas e cobertas de cetim. As paredes pareciam firmes, muito bem resistentes e Jesse quase tinha certeza que lá fora não se ouvia nada daqui de dentro. Como se lesse a mente de Jesse, Mike se pronuncia depois que a análise do garoto termina.

- Tem revestimento acústico, nenhuma pessoa é capaz de te ouvir ou te sentir lá de fora. Aqui você estará seguro. Você tem alguma pergunta? - Mike diz, sério.

Jesse encolhe os ombros.

- Quando atingir a minha.. lucidez, você.. eu devo te chamar? - Jesse pergunta.

- Estarei te acompanhando através das câmeras, tomando todo cuidado possível para que quando você estiver neste ponto, eu possa vir e te cuidar, antes do ciclo reiniciar. - Mike responde, casualmente.

- Então você não estará aqui. - Jesse afirma, mais para si, do que para Mike.

Mike o analisa por um minuto, notando uma nota estranha no tom de voz do garoto, uma nota que ele não soube classificar corretamente.

- Você prefere que eu esteja aqui? - Mike pergunta, intrigado.

Jesse gagueja algo incompreensível e respira fundo.

- Não, eu.. acho melhor assim. Eu.. ah! - Jesse não termina de falar, caindo de joelhos. - Mike.

Mike sente o cheiro de Jesse forte, totalmente liberado. Ele deveria estar mantendo para si seus sintomas, visto que agora segurava o meio das pernas com força. Quando Mike encosta em seu ombro, Jesse geme languidamente, arrepiando os pelos da nuca de Mike.

- Saia... por favor. - Jesse pede, alto.

Mike o observa um instante e se afasta, subindo as escadas e indo para fora, trancando o alçapão.

Mike para por um minuto em pé, antes de rumar para sua sala e abrir o notebook, abrindo a câmera do porão e ligando o som, ouvindo os gritos e gemidos de um Jesse contorcido nas almofadas do chão.

Eram gritos animalescos, Jesse se esfregava nas almofadas, seu rosto estava vermelho e seus dedos repetidamente tocavam seu pau, atrás de alívio, mas mais gritos eram ouvidos. Muitos "por favor" e grunhidos eram ouvidos e Mike se sentiu mexido. O cio sem um alfa, era um inferno de dor e o garoto iria entender isso na pele e jamais se esqueceria disso.

Mike agora se lembra do olhar que Jesse lhe deu, e quando seus olhos se encontraram, a pupila dele dilatou quase 100%, brilhando. Mike já havia lidado com pessoas, situações do serviço que chegava e por acaso alguém estava no cio, mas nada parecido com isso. Mike estava admirado. Parecia que ia morrer e não veria tudo, mesmo.

Mike acompanha como quem acompanha um reality show, e Jesse implorava por alívio. Em algum momento do começo da noite, Jesse havia rasgado sua cueca e tocava seu pau, enrolado em uma bola, e chorava, gemendo, inconsolável. Ele atingia o ápice e parecia que não havia mudado nada. Por um tempo, ele só ficou deitado, grunhido e gemendo, tentando não se tocar.

Quando o relógio já passava da meia noite, Mike observa Jesse esfregar uma almofada em seu pau, tremendo o corpo atrás de alívio. Mike para por um momento, e vai tomar um banho. Meia hora depois, Mike se joga na poltrona e Jesse estava enrolado em uma bola, seu corpo dando solavancos. Os gemidos ainda estavam rolando.

Mike faz suas palavras cruzadas, distraindo a mente.

Chapter 4

Notes:

Como prometido, a atualização dupla.

Degustem.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text


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Quando o relógio deu seis horas da manhã, o garoto havia começado a se acalmar, ficando em silêncio momentos depois. Mike presta atenção nele se ajeitando contra as almofadas, ajeitando a roupa e suspirando, exausto. Mike se levanta e serve um bowl de canja, e um copo de leite cheio, além de uma garrafa de água. 

Descendo após abrir o alçapão, o cheiro que o atingiu o fez parar. Mike fecha os olhos por um minuto e quando os abre, está mais controlado. O cheiro doce de Jesse estava por tudo. Encolhido, o garoto demonstrou um olhar desolado. Estava nítido que estava cansado. Exausto. Seu corpo estava todo suado, a roupa umida colava em sua pele, devido a grande quantidade de suor que escapou de seu corpo. Fora a umidade abaixo de onde estava, provavelmente proveniente de sua lubrificação natural, dado ao cheiro doce e almiscarado. 

- Garoto, você precisa comer e se hidratar. Consegue segurar? - Mike diz, estendendo a garrafa. 

Jesse estica os dedos e a pega, caindo o braço junto com a garrafa. Jesse olha para sua mão envolta a garrafa, e suspira. Ele força o braço e o ergue, tentando abrir a tampa, sem êxito. Jesse o olha e Mike pega a garrafa, girando a tampa, estendendo para ele novamente. Jesse toma tudo em menos de um minuto.

- Agora, tente comer um pouco. Acho que a canja cairá melhor para você, é mais leve. - Mike oferece, entregando o bowl nas mãos de Jesse.

Jesse aceita e começa a tomar devagar, degustando, estalando o beiço em aprovação. Mike quase sorri, e o olha aliviado. 

- Estou me sentindo exausto, meu corpo todo dói. - Jesse murmura, entre uma colherada e outra. - Acho que quando isso acabar, eu seria capaz de dormir 24 horas direto. 

Mike assente, concordando. 

- No mínimo, será isso mesmo. Mas hoje tem diversos soros que ajudam a repor a energia, comprarei alguns para você tomar, assim sua semana será mais fácil após o cio acabar. - Mike diz, calmo.

Jesse interrompe uma colherada.

- Eu não sabia que a palavra de nascença queimaria durante o cio. Agora mesmo ela está queimando, mas quase nada. - Jesse murmura, ainda se lembrando do ardor.

Mike ergue uma sobrancelha. 

- Isso acontece, geralmente. Mas acho estranho ela parar assim, bom.. talvez seja devido a lucidez. - Mike diz, casualmente.

Jesse da de ombros, terminando sua canja. Ele olha para Mike e sente seu rosto esquentar. 

- Mike, será se eu posso.. tomar um banho? Acho que dá tempo ainda. - Jesse diz, nervoso. 

Mike olha o relógio, vendo que só haviam se passado vinte minutos. Ele concorda com a cabeça. 

Se erguendo, ele estende a mão para Jesse e o puxa com uma facilidade surpreendente para cima. 

- Obrigado. - Jesse diz, nervoso ainda.

Mike não diz nada, apenas o apoia até as escadas, e depois até o banheiro. 

Mike o deixa lá dentro e se afasta, deixando a porta entreaberta. Jesse liga o chuveiro e geme de alívio, quando a água gelada o encontra. Mike esperava no corredor, encostado na parede, para se ele precisasse de ajuda. Um tempo depois a água é desligada, e logo Jesse aparece, enrolado na toalha. Mike ergue uma sobrancelha, ao vê-lo ainda úmido. 

- Eu te pago depois, pela roupa, mas.. ela não é confortável, então.. se não se importar, eu vou usar apenas uma toalha lá embaixo. - Jesse diz, nervoso. 

Mike suspira. 

- Tudo bem, garoto, vamos lá. - Mike diz, calmamente.

Jesse anda na frente de Mike e ele observa o corpo magro por conta da metanfetamina. Isso seria reajustado depois do cio, ele mesmo cuidaria disso. Não sabia porquê, mas faria isso. Mike gostava de provocá-lo, mas sentia vontade de cuidar também.

Os dois descem a escada e Jesse se joga nas almofadas, sentindo o corpo esquentar. Jesse pega o copo de leite e o bebe só a metade, pois Jesse se curva, em um gemido alto, sentindo dor.

Mike observa o corpo do garoto tremer e um volume grosso se formar entre as pernas, então Mike apenas puxa o rosto de Jesse para si, arrancando um ronronar suave, relaxado, de repente. Fazendo círculos em sua bochecha, Mike o força a olhar para si. 

- Quero que aguente firme, garoto. Mais três dias, apenas. E isso vai acabar. Pode ser firme para mim, Jesse? - Mike diz, o confortando, sem saber exatamente o porquê. 

Jesse tem um olhar entre lúcido e animalesco, e Mike se sente atordoado em observar isso de perto, porque isso era diferente de tudo que já vira, e ele viu muito.

- Sim, senhor. - Jesse diz, tremendo. 

Seus lábios gemem, jogando o corpo para frente, se dobrando, deixando a toalha amontoada entre as pernas. No entanto outra dor lacinante irrompe e o seu corpo se arrepia, voltando para trás, a toalha escorregando mais uma vez e Mike desce o olhar, reparando em uma sombra de palavra na virilha do garoto, mas não consegue ver a tempo, visto que ele se mexia constantemente. Mike respira fundo e se afasta, subindo as escadas, fechando o alçapão. 

Mike suspira, e tenta dormir um pouco. 

Mike não podia se deixar levar pelo adorável cheiro do garoto. Seu cio seria no Natal, pelo menos ele achava que seria naquela semana. O cio sempre era no fim do ano para Mike, então ele esperava que seria no Natal. A ideia de ter Jesse consigo não parece tão estranha, quanto seria há um tempo atrás.

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Já eram próximo das oito da noite, e não tinha acontecido muita coisa. Jesse agora estava gemendo, de bruços, com sua bunda redonda para cima, se esfregando em alívio nas almofadas. No entanto, nada resolvia. Mike ficou encucado com a possível palavra de nascença do garoto ser no mesmo lugar que a sua, era muita coincidência. Mike sabia que muitas pessoas tinham a palavra quase no mesmo lugar, o que mandava era a palavra, não o lugar. 

Deixando isso de lado, Mike se põe a cozinhar um macarrão com molho a bolonhesa e um pouco de suco de fruta. Mike achava que talvez seu pico de lucidez daria pela madrugada, então deixaria tudo pronto. 

Mais tarde, naquela noite, Jesse tinha ficado um tempo enrolado em si mesmo, gemendo, chamando por algo, mas sem dizer nada em específico. Mike notou as palavras "por favor" várias vezes, alternando entre gemidos longos e respiração ofegante. 

Por volta das quatro da madrugada, o garoto parou, erguendo a cabeça e tentando se sentar, puxando a toalha sobre seu colo. Ele tinha as duas mãos sobre os olhos e isso foi o suficiente para Mike ter certeza que o garoto estava lúcido mais uma vez. Mike se levantou, esticando os nervos, e desceu as escadas.

Jesse respirava com dificuldade, exausto. Mike se aproximou dele, e o pegou no colo, tomando cuidado para que a toalha não caísse, dando um pouco de privacidade para o garoto. Subindo, Mike o leva ao banheiro e o coloca na banheira, enchendo ela rapidamente e jogando sabão para criar espuma, assim tampando sua nudez. Jesse parece um pouco mais ajuizado e olha para Mike e então, de repente chora. Mike não fica nem um pouco comovido, dado que o serviço como policial o calcificou diante muitas e muitas lágrimas. 

Mike segura as mãos de Jesse e ele olha para o azulejo ao seu lado. Mike suspira. 

- Eu tô cansado. - Jesse soluça. - Isso é horrível, eu detesto isso. Achei que seria tranquilo, mas isso é um inferno. 

Mike puxa o garoto e o abraça, pois só pode fazer isso. Jesse retesa e em segundos relaxa completamente, suspirando. Mike solta um pouco de seus feromonios e Jesse amolece, sonolento. Mike se afasta e Jesse se recosta na banheira, de olhos fechados. Parecia tão jovem agora. Mike pega o roupão grande de Kaylee e segura aberto. 

- Jesse, vamos. Se levanta, acho que você consegue dormir um pouco antes de recomeçar. - Mike diz, sendo encarado por Jesse. 

Jesse esfrega o rosto e se levanta de costas, estendendo os braços para trás. Mike passa as mangas e Jesse puxa, terminando de vestir, como um vestido curto. Saindo da banheira, Mike estende uma toalha que é pega com um cantarolar baixo, e o garoto enxuga o rosto e os cabelos, os secando. 

Jesse se assenta a mesa e come seu prato de macarrão quase rapidamente. Mais do que fome, ele tinha sede, pois em dez minutos ele havia secado a jarra de água. Mike fazia suas palavras cruzadas, dando espaço para Jesse. Quando ele termina, Mike o vê se levantar e colocar o prato na pia, tomando mais água.

Os dois vão para a sala e Jesse senta no sofá, colocando a toalha no colo. Ainda tinham tempo. 

Mike se senta, e libera seus feromonios, fazendo Jesse se achegar mais próximo, encostando a cabeça em seu ombro. Estava sonolento de novo e em pouco tempo, adormece. Mike suspira, quieto. 

Talvez esse pouco sono fosse um gás a mais. Jesse ressonava baixo, relaxado. Mike observa seu corpo tampado pelo roupão e agora percebe como tinha muitas vitaminas pela frente para esse garoto. Mike não sabia como ele aguentava isso tudo. 

Quando o cio acabar e ele dormir para se recuperar, o levaria em missões consigo. Ele ainda teria uma participação no laboratório, mas mais curto. Walter com toda certeza ia infernizar a vida de Jesse. Mike apenas esperava que o garoto fosse firme em se impor contra Walter, pois até então, para Walter o garoto era apenas um Beta arrogante. 

O cheiro de Jesse começa a ficar mais forte e Mike trata logo de o pegar no colo, levando de volta para o porão. No caminho, Jesse se gruda mais a ele, soltando gemidos baixos, arrepiando a nuca de Mike. Jesse era algo a se ver, de fato. 

- M-Mike, não.. - Jesse geme, o apertando contra si. 

Mike congela, ajoelhado nas almofadas, com Jesse em seus braços. Mike o olha e o vê com o rosto corado, lábios separados vermelhos e inchados, respiração ofegante. Mike já havia segurado seus feromonios, então isso ainda era um pouco lúcido da sua parte. 

- Mike, por favor.. me ajuda.. - Jesse diz, choroso.

Mike se sente entre a cruz e a espada.

- Oh, Jesse.. eu não posso. - Mike diz, ainda o segurando perto.

Jesse geme e se esfrega contra Mike, e ele precisa de força para se controlar. 

Mike não entende porquê agora era tão diferente e difícil. 

- Mike.. me fode.. me fode, por favor.. - Jesse diz, gemendo, apertando Mike. 

Mike sente um ímpeto em fazer o que foi pedido, mas recobrando o juízo, ele se força a negar.

- Aguente firme, Jesse, falta só mais um pouco, eu prometo. Seja bom para mim, garoto. - Mike diz, calmamente. 

Jesse suspira e o solta, se enrolando em uma bola, mais longe de Mike. Seu coração fisga com isso, e então ele se afasta, trancando o alçapão novamente. O olhar ferido do garoto o deixou mal. 


Jesse conseguiu passar pelos quatro dias, e agora dormia profundamente, vestido com uma cueca apenas, debaixo das cobertas de Mike, estando na mesma posição que Mike o ajeitou a dez horas atrás. 

Gus havia ligado, perguntando sobre o garoto e Mike disse que agora hibernava, exausto. Gus recomendou uma injeção, agiria mais rápido na recuperação. Mike anotou e comprou, esperando aplicar quando Jesse acordasse. 

Mike precisou sair, ficando um par de horas com Kaylee, sua pequena neta alfa, enquanto sua nora fazia algumas tarefas em banco, e outras coisas. Ele havia deixado um bilhete na cômoda, ao lado de onde Jesse dormia, para o caso de acordar e não ver Mike pela casa.

Mais tarde, ao retornar para casa, Mike checa Jesse, notando que ele ainda dormia de bruços, agora descoberto. Mike assiste sua TV, fazendo muitas ligações. A noite se estendia como um véu escuro do lado de fora das janelas, orientando Mike que já era muito tarde. As poucas árvores da rua mexiam os galhos suavemente, indicando uma brisa. 

Mike estica o corpo, colocando-se de pé. Ele para na porta do quarto, observando Jesse dormir. O garoto ainda não tinha tomado banho, e ele tinha um cheiro forte com ele de sua lubrificação natural, pelo corpo. 

Quando o cio acabou, Jesse foi caminhando sozinho em direção ao quarto, e se atirou na cama, apagando. Mike se preocuparia com as roupas de cama outra hora, já tendo limpo tudo do porão. O que importava era que tinha acabado e Jesse parecia até um pouco mais velho, devido o cansaço. 

Mike pede uma pizza de frango com catupiry, visto que ainda não era meia noite. O entregador chega meia hora depois, e Mike paga, agradecendo. 

De volta ao quarto, Mike se inclina sobre Jesse e o toca, notando como ele se encolhe diante o toque, mesmo dormindo. Mike o balança suavemente, enquanto ele resmunga e se permite acariciar o cabelo curto do garoto, ouvindo um ronronar baixo. 

- Jesse, você precisa comer. Tem pizza quentinha te esperando, depois você dorme mais. - Mike diz, muito calmamente.

Jesse resmunga e se vira, se esticando, espreguiçando. Mike nota a ereção do garoto marcada na cueca e se afasta. Jesse abre os olhos, turvos agora pelo sono, mas parecia um pouco mais descansado. 

- Você disse pizza?! - Jesse pergunta, rouco, com a garganta seca.

Mike o olha com diversão, observando ele tentar abrir os olhos para o olhar, os olhos estando brilhantes e enevoados de sono.

- Sim, mas tome um banho antes, e venha comer. Já deixei um conjunto de roupa para você no banheiro, é só ir. - Mike diz, saindo pela porta.

Jesse se senta na cama, sentindo seu corpo inteiro reclamar. Ele sentia como se tivesse sido atropelado, apesar de não saber qual seja a sensação real disso. 

Se levantou um pouco tonto e foi devagar para o banheiro, passando pelo corredor, sentindo o olhar de Mike sobre si. Jesse se fecha no banheiro e liga o chuveiro, deixando que a água escorregue por seu corpo cansado. 

Muitos minutos depois, um Jesse revigorado sai do banheiro usando uma blusa que trouxe de casa e uma cueca boxer azul, que se destacava da camisa amarelo. Se sentando a mesa, Jesse espera Mike se sentar e só então se serve, comendo devagar. 

- Como está se sentindo? - Mike pergunta, quando ele mastiga outro pedaço. 

Jesse para, pensando. Ele se lembrava do cio, das vezes que implorou a nada específico, de quando Mike o pegou no colo e o cuidou, e de quando Jesse pediu, ao seu jeito, que Mike o fodesse. Pelo menos não havia dito nenhuna outra besteira.

- Comparando com as possibilidades, eu diria que apesar de ter sido um inferno e desastre total, poderia ter sido pior. Sempre pode ser pior. - Jesse diz, olhando para a mesa. - Isso responde sua pergunta? 

Mike observa que sua pergunta era genuína, e não irônica. 

- Sim, responde sim. - Mike diz, calmamente. - Depois, vou aplicar em você uma injeção que ajuda muito mais rápido a recuperação. 

Jesse acena com a cabeça e mastiga outro pedaço de pizza. Os dois jantam em silêncio, tranquilos. 

Após um tempo, Jesse recolhe os pratos e os lava rapidamente na pia, enquanto Mike prepara a seringa. Seria aplicado no braço, mas Jesse hesita. Mike repara.

- Algum problema? - Mike pergunta, sério.

Jesse engole em seco.

- Podemos não fazer isso? Podemos aplicar em outro lugar? - Jesse pede, encarando Mike. 

Mike tenta ler seus olhos, mas pela primeira vez, não fica muito claro o que o incomoda. No entanto, um estalo em sua mente o lembra de quando o conheceu, os pancadão que ele tinha no braço junto com aquela namorada dele. Agora fazia sentido.

- Vire-se de costas e abaixa a cueca. - Mike pede. 

Jesse o encara um minuto inteiro, e Mike aguarda o que quer que seja que ele queira dizer, mas se surpreende quando ele ergue a camisa, no entanto cai repetidamente tampando sua pele novamente. E então observa o garoto se irritar e a puxar pela cabeça, virando de costas e abaixando a cueca até a metade. Mike nota suas costas tensas e o suspiro que ele solta quando sente o algodão molhado de álcool sobre a bochecha da bunda. 

- Relaxa, vai ser rápido. - Mike diz, tirando a tampa com a boca.

Segurando o quadril, Mike enfia a agulha e injeta devagar, sentindo Jesse relaxar sob os círculos que fazia no quadril. Seus dedos repetidamente se mexiam. Mike puxa a agulha de novo, passando o algodão mais uma vez e coloca de lado a seringa. 

- Pode se vestir. - Mike diz, solene. 

Jesse puxa com as duas mãos a cueca apertada, quase não subindo e se afasta de costas, indo até sua camisa no chão, a vestindo novamente. 

- Eu tomei a liberdade de marcar os dias do cio, de qual hora começou e até qual hora acabou. O próximo é daqui há três meses, a menos que você queira tomar supressor alterador de classe de novo. Do contrário, você pode tomar um supressor que neutraliza seu cheiro, não atiçando alfa ou beta ao seu redor. Eles saberão que você é um Ômega, mas não se sentirão impelidos a você. - Mike diz, calmo. - O que você vai fazer?

Jesse para pensativo, passando os dedos por sua barba aparada, parecendo só uma sombra escura pelo rosto. Ele coça a nuca, e Mike reconhece o gesto de um dos seus tiques nervosos. 

- Eu nunca vivi como Ômega, não sei o que isso implica no meu dia a dia. No entanto, eu.. acho que vou tentar isso aí que você falou, sobre o supressor neutralizar e me deixar mais seguro. - Jesse diz, olhando para qualquer lugar, menos para Mike. - Se algo acontecer, eu tomo de novo o supressor alterador de classe e volto ao estilo Beta. Mas vou tentar ser normal, vai que me dou bem. 

Mike acena, concordando. 

- Eu posso ir dormir agora? Ou você quer que eu vá embora? - Jesse pergunta, alterando entre olhar Mike e a janela. 

- Fique hoje, amanhã vou observar como você estará, e talvez amanhã mesmo você já pode voltar a sua rotina. - Mike diz, simplista. 

Jesse balança a cabeça, concordando.

Jesse pega a bolsa e vai ao banheiro. Mike vai até o quarto e troca a roupa de cama, colocando novos lençóis e cobertas. Quando vai ao banheiro, nota Jesse se jogar no sofá. Depois de fazer sua higiene, Mike volta na sala e olha para Jesse, que abre os olhos e o encara em uma pergunta muda. 

- Você vai acordar pior amanhã se dormir aí garoto, e minha cama é espaçosa, então vamos logo. - Mike diz, e vai para o quarto. 

Antes que pudesse deitar na cama, Jesse passa rápido por ele e deita primeiro, onde estava deitado mais cedo. Mike o olha divertido, e apaga a luz, se deitando em seguida. 

Mike repassa tudo o que aconteceu e esperava de coração que Jesse aprendesse a lidar com isso tudo. Viver como ômega era difícil, mas mais difícil é viver não sendo você naturalmente. E Mike sabe que o garoto tem ciência disso. 

Antes que apagasse, sua mente traiçoeira o leva de novo ao momento que o garoto implorou por ele e Mike sente um gosto amargo na goela, fazendo com que se sinta péssimo. 

Mike não era um homem bom, de fato.

Notes:

Qualquer erro, me perdoem. Vou betar tudo amanhã.

Um beijo e um queijo!

Chapter 5

Notes:

Feliz ano novo galera!

Degustem.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text


Mike abre os olhos e se sente abafado. Abafado e quente, muito, muito quente.

Olhando para baixo, ele lembra do garoto que deveria estar dormindo ao seu lado, não em cima dele.

Suspirando, Mike checa as horas, vendo que eram apenas duas e meia da manhã. Devagar, Mike se desfaz da bola que o garoto se transformou, tirando seu rosto do seu pescoço e se levantando a seguir, indo ao banheiro. Mike passa na cozinha e toma água, e só então retorna ao quarto. 

O garoto estava de lado, de costas a Mike e tremia um pouco. Mike se ajeita e então se vira, puxando o garoto contra si, o abraçando por trás e sente ele relaxar, suspirando, em meio ao sono, se ajeitando mais contra ele. Mike se arrepende, pois agora a bunda dele estava muito junta ao seu pau. Não que Mike fosse um tarado, só era uma posição pouco católica. 

Tentando não pensar na posição, Mike apenas relaxa, pensando nisso só mais tarde.


O relógio biológico o acorda seis em ponto. Mike se orienta e observa o garoto a sua frente dormir na mesma posição depois que Mike tinha se levantado na madrugada e sua bunda agora esmagava o pau de Mike. Essas ereções matinais poderiam ser um pé no saco, realmente.

Tirando a sua mão da mão do garoto, que a segurava firmemente contra o peito, ele se afasta devagar, ouvindo um resmungo baixo, e o garoto vir contra ele devagar. Mike o observa um pouco mais, o rosto descansado, sereno, os cílios beijavam a bochecha. 

Parecia um anjo assim... mas só parecia. 

Mike se afasta de novo e se levanta e observa ele virar e enterrar o rosto no travesseiro de Mike, aspirando fortemente, ainda dormindo. Mike ergue uma sobrancelha, curioso. Ômegas e sua facilidade em se sentir seguro com um alfa, mesmo que pelo cheiro. 

Mike inicia sua manhã devidamente.


Jesse acorda sozinho na cama, e tenta se orientar, relembrando da noite anterior e surpreso em acordar bem e até mesmo mais disposto. Essa injeção foi tiro e queda.

Ele toma um banho rapidamente e veste uma cueca limpa e uma calça de moletom, indo para a cozinha secando a cabeça. Jesse se serve de café na bancada e suspira, sentindo falta da cafeína. Jesse se segura na bancada com as duas mãos, pensando o que ia fazer hoje. Talvez seu telefone tenha explodido, devido as mensagens de Walter e ligações sem fim, Deus sabe. Resignado, ele termina a xicara e se vira, levando a mão ao peito, se assustando com Mike encostado no batente da porta da cozinha. Mike o olha divertido, e Jesse põe a xícara na pia. 

- Cara, eu tenho um coração forte, disso não tenho dúvida. - Jesse diz, sarcástico. 

- Sim, garoto, você tem mesmo. É só uma criança ainda. - Mike diz, jocoso. 

Jesse o olha irritado. Ah, aí estava.

- Ah, jura, Matusalém? Você deve ter 60, no máximo. Vamos medir nosso pau?! Eu tenho 25 anos, e não 10, não esqueça disso. - Jesse responde, afiado, cruzando os braços. 

Mike balança a cabeça, ainda sarcástico. 

- Tudo bem, garoto, vejo que você está ótimo, está até bravinho hoje. - Mike aperta, observando. Jesse bufa, aumentando o beiço. - Gus está chegando, ele quer falar com você. 

Jesse para de repente, se tornando ansioso. Sua expressão zombeteira se transforma em veado nos faróis em um estalar de dedos.

- Sobre o que? - Jesse pergunta, mexendo as mãos uma na outra. 

- Eu também não sei, garoto, vamos saber juntos. - Mike diz, calmamente. 

Jesse veste uma camisa de manga curta social branca cheia de flores coloridas do tipo do Havaí, e espera. Mike o olha com a camisa e registra isso na mente, pois estava engraçado. Mike usou essa camisa uma vez na praia, mas ficou melhor no garoto. Jesse o olha incrédulo, não acreditando que ele realmente o deixaria usar essa camisa. Ele se sentia um turista.

Jesse tatea o bolso e vai para a porta, se sentando no degrau, acendendo um cigarro. Mike não havia dito nada, então ele continuou tragando. Mike observava a parte de trás do garoto, enquanto ele fumava seu cigarro. Mike sempre foi acostumado a silêncio, aprendeu a viver sozinho e agora chegou uma cabeleira curta loira igual o sol para iluminar sua quietude e acabar com seu sossego. Mike ainda não sabia como, mas agora ele estava realmente começando a gostar da companhia dele. 

Quando estava acabando, Jesse amassou no chão e guardou dentro da carteira. Não iria sujar o quintal com bituca. Não era justo. 

Quando ele se senta dentro de casa novamente, um momento depois soa uma batida. Mike levanta e abre a porta, por onde Gus entra. Tyrus estava dentro do carro.

- Olá, Mike, como está? - Gus pergunta, estendendo a mão. 

- Bem, nos conformes. Estou descansado, e tranquilo. Não foi nada diferente do que imaginei. E a injeção foi tiro e queda, agradeço a recomendação. - Mike diz, estoico. 

Gus sorri, acenando com a cabeça e se vira para Jesse. Jesse cruza os braços e o encara. 

- Você parece bem, Jesse. Fico feliz. - Gus diz, tranquilo. - Você irá trabalhar com Mike. Você irá para o laboratório todo dia, começará o serviço lá, e independente do horário que Mike for te buscar, quero que vá, lidarei com Walter eu mesmo. Entendido? 

- Sim, sem problemas. - Jesse diz, nervoso. 

Gus sorri e se volta a Mike. Os dois conversam indo para a porta e Jesse dissocia do lugar, pensando o quanto Walter iria o incomodar enquanto Mike não chegasse. 

Mike pega as chaves do Chrysler e toca em Jesse, vendo o quão longe ele estava.

- Ajeita sua bolsa e venha comigo. - Mike diz, suave. 

Jesse faz uma careta confusa, mas faz o que foi pedido. Depois entra no carro e espera. Mike dirige para longe dali, em silêncio e Jesse prefere esperar dessa vez.

Depois de rodarem até o centro da cidade, Mike entra num estacionamento e para em uma vaga, de frente a uma loja, olhando o relógio. 

- Você disse que não tinha roupas e que tinha que comprar, então vamos lá. - Mike diz, tirando a chave da ignição. 

- Mas eu preciso pegar meu dinheiro. - Jesse diz, o encarando. 

Mike abre o porta luva e tira um pacote. Jesse olha e vê dinheiro dentro. Jesse ergue suas sobrancelhas.

- Peguei da sua bolsa, a mesma que tive que recuperar para você, lembra?! Então, para o caso de uma emergência e também porquê você disse que queria comprar roupas, e sei que você iria começar uma discussão se eu me propusesse a pagar, mesmo que você me pagasse depois, então só pensei adiante. Agora vamos. - Mike responde, sério. 

Jesse termina de ajeitar seus cadarços e sai, se sentindo um tapado com a calça de moletom e a camisa social florida. Jesse olha para Mike e se pudesse atravessaria o crânio dele. Mike o olha jocoso e caminham lado a lado. A camisa nem tinha ficado tão ruim no garoto.

Na loja, Jesse foi até que rápido. Ele pegou duas jaquetas, como as que Mike usava e Mike ergue uma sobrancelha, enquanto Jesse o olhava divertido. No entanto, pegou duas de couro também e dois moletons sem zíper, com gorro em tamanho adequado. Na seção de calça jeans, escolheu quatro, sendo uma clara, uma azul escuro e duas preta. Pegou algumas cuecas, e ficou olhando entre a M e a G, optando pela M, já que parecia melhor, do que as que tinha em casa. Se bem que aquelas deveriam ser P. 

Camiseta social de manga comprida ele pegou duas, uma cor de vinho e uma cinza chumbo. Camiseta de manga curta de tecido, pegou umas oito, e de manga comprida mais umas quatro. Próximo dos sapatos, tinha brinquedos sexuais, e Jesse queria comprar um, já que havia jogado fora o que tinha. Jesse olhou de repente para Mike e sentiu seu rosto esquentar. 

Mike o analisou, curioso, vendo como ele abria e fechava a boca. Depois de várias tentativas, o garoto acaba balançando a cabeça e escolhe dois pares de tênis, um sapato oxford e uma botina preta. Mike ainda estava curioso até que percebeu do que se tratava. O garoto deixou o carrinho de roupas próximo a Mike e foi até os brinquedos, sendo observado pelo mais velho.

Jesse olhava cada um com afinco, procurando, procurando, até que acha um.

Era um plug de inox com uma pedra azul na base, parecia uma pinha, era pequeno, mas para Jesse já seria um estrago, pois estava com vontade de explorar mais essa área. Jesse olha outro, e fica em dúvida, chegando pegar na mão um plug azul, macio e maleável igual um pau, mas o que chamou atenção foi a cor diferente. Jesse olha de um para o outro e acaba ficando apenas com o plug de prata. 

Quando Jesse se vira, Mike está o observando, seu rosto parecia uma pedra, mas ainda assim, Jesse se sentiu aberto. Ele olha para o carrinho e joga o plug no meio das roupas, enfiando um tênis em cima, recebendo apenas uma sobrancelha erguida em resposta, que Jesse trata logo de ignorar. Quando Jesse vai pagar as roupas, Mike se afasta, indo para a entrada novamente e Jesse suspira, aliviado. 

Pegando sua enorme bolsa e sua embalagem de papelão com o plug dentro, Jesse vai até a entrada e caminha até o carro, onde Mike estava digitando algo no telefone, mas o que Jesse não esperava, era um homem correndo da rua lateral, pegando a embalagem de papelão e saindo correndo. Jesse se enfurece. 

- Babaca! - Jesse grita, coçando a nuca. 

- O que ele levou? - Mike pergunta, intrigado. 

- O meu plug. Inferno. - Jesse diz, irritado. 

Mike ergue uma sobrancelha. 

- Posso rastrear se quiser.. - Mike diz, calmamente. 

- Não, eu.. não precisa. Compro outro depois, não é como se eu fosse ter tempo para conhecer meu corpo e usar hoje mesmo. - Jesse diz, abrindo a porta de trás, colocando a bolsa ali. 

Jesse abre a porta e se senta, de braços cruzados. Mike da a volta, se sentando no banco e saindo com o carro, indo para a direção da casa de Jesse. 

Um tempo depois, Mike estaciona na frente da casa de Jesse, mas desliga o carro. Jesse para com a mão na porta, diante a voz de Mike.

- Deixe suas roupas rapidamente e volte, temos serviço a fazer. Não requer esforço físico, então acho que você pode ir comigo hoje. - Mike diz, calmamente.

Jesse o olha e acena com a cabeça.

Saindo do carro, Jesse pega sua bolsa e procura a chave da casa, voltando a fechar a bolsa. Pegando a outra bolsa de compras, Jesse caminha com um pouco de dificuldade até a porta, deixando a chave cair duas vezes, sendo a última na porta. Jesse corre até seu quarto e volta com seu maço de cigarro, trancando a casa e puxando a calça para cima, andando displicente até o carro, sentando novamente no Chrysler. 

- Não vai trocar de roupa? - Mike pergunta, olhando. 

- Você não me deu opção, falou que queria que eu fosse rápido. Por que? Eu tô feio? - Jesse pergunta, irritado. 

Mike o olha estoico e decide não responder, ligando o carro e saindo. 


Jesse se senta no capô, acendendo um cigarro, observando Mike cavar algo no deserto e pegando uma bolsa, que continha dinheiro. 

Quando Mike retorna guardando a bolsa no porta mala, Jesse traga uma ultima vez, ouvindo Mike ligar o carro e joga a bituca no ar, expirando a fumaça pelo nariz e pula do capô, entrando no carro novamente. 

Jesse faz muitas perguntas, e Mike ignora todas elas. Mike estava sendo um pouco babaca. Jesse estava se irritando com seu silêncio, e ele não sabia nem o porquê disso estar o afetando tanto. Suas mãos tremiam, e Jesse sentiu vontade de um cachimbo. Tentando se distrair, Jesse troca a estação de rádio, parando em uma mais atual e aumenta, se recostando de novo, mas não aproveitou muito, já que Mike desligou, irritado.

Jesse sente o estresse aumentar, então ele começa a mexer a perna, ansioso. Precisava de algo para distrair a mente e não pensava em nada. Mike nota a crescente ansiedade no garoto e se pergunta se isso só se dá devido o fato de ter ficado em silêncio. Jesse era hiperativo, mas houve muitas vezes em que ele permaneceu em silêncio contemplativo, então talvez não seja pelo silêncio.

Jesse bafora na janela, fazendo desenhos aleatórios na mesma, recebendo um olhar forte em sua nuca, fazendo seus pelos arrepiarem. Jesse se recosta no banco, mexendo a perna de novo. Uma ideia o ocorre, e começa a jogar a carteira de cigarro para cima. Joga uma, joga duas, quando joga a terceira, uma mão forte intercepta e amassa um pouco, fazendo Jesse o olhar irritado. 

Mike fica quase alegre em acabar com suas pirraças. Mike guarda o cigarro em seu bolso e a viagem segue em silêncio pelos próximos 40 minutos, até parar em outro dead drop. 

Quando o carro para, Jesse se vira para ele e espera. Mike ergue a sobrancelha, e pega a caixa e a estende, sendo arrancada rapidamente da mão, e ele vê o garoto sair do carro, se sentando de novo no capô, acendendo um cigarro e relaxando visivelmente. Mike estranha, mas vai fazer o serviço, e quando volta, Jesse estava estirado em cima do capô, fumando e pegando sol. 

Mike guarda no porta mala novamente e entra, ligando o carro, vendo Jesse se sentar rapidamente e o olhar irritado. Mike esconde um sorriso com o dedo, enquanto o garoto expira a fumaça e desce, entrando no carro e se sentando quieto. 

O dia inteiro se passa assim. Ao final do dia, depois das onze, Mike vai até o Loyola's e Jesse passa rapidamente pelas portas, procurando o banheiro. Mike escolhe uma mesa e Fran vem até ele, anotando seu pedido. Mike escolhe frango com batata frita para o garoto, parecia mais fácil dele comer. Com as mãos nos bolsos, Jesse vê que o cardápio não está na mesa e desvia indo até o balcão. Ele faz um pedido a Fran, que sorri para ele e acena a cabeça. Jesse volta e se senta a mesa, de frente a Mike, esfregando as mãos uma na outra. 

Mike o observa em silêncio e volta sua atenção para suas palavras cruzadas. 

A comida não demora a chegar e dois copos de suco de morango. Jesse mordisca seus pedaços de frango, devagar, acompanhando se seu estômago está cheio ou não. Mike come sua comida e observa Jesse, se segurando para não o apressar, sendo mais paciente, visto que o estômago foi negligenciado por muito tempo e não será de uma hora para a outra que irá mudar. 

Jesse toma um gole do suco, e parte para as batatas, mas tensiona ao ver a filha de Fran o encarar do balcão. Jesse suspira e Mike olhava para ele agora, esperando Jesse explodir. A explosão não veio e Mike achou isso interessante, dado a irritabilidade do garoto. A garota encarava Jesse como um falcão e Jesse aos poucos começou a ficar mais desconfortável, comendo mais esparsamente até não comer mais nada.

Mike repara que a comida foi aproveitada só até a metade e observou Jesse brincar com o copo de suco, olhando pela janela, distante. Ou talvez apenas tentando parecer normal. Mike fechou seu jornal, tomando um último gole do suco e jogando algumas notas o suficiente para pagar e sobrar uma gorjeta a Fran. Essa garota estava começando a irritar sua paciência, ainda mais agora, que deveria ser a hora melhor do dia e Jesse comer tudo. 

- Garoto, você vem? - Mike pergunta, estoico. 

Jesse volta a si e o vê de pé, mas ergue só uma sobrancelha. Ele se levanta e caminha, acompanhando Mike. A garota apenas os observa. 


Semanas se passaram e com elas o mês de julho, e Jesse se sentia melhor. Havia comprado vitaminas e suplementos naturais, especiais para Ômega, e agora se sentia mais forte, vendo o quanto seu peso aumentou no último mês, desde o cio. Não havia mais usado crystal, estava se alimentando direito, e estava fazendo exercícios regularmente no porão de sua casa, tendo comprado alguns pesos, esteira, e barras para se fortalecer. Pelo menos não gastou o dinheiro em drogas.

Jesse não pensava em ficar musculoso, mas um mês de exercício, já o fez sentir as coxas mais fortes, os braços mais firmes, além de a cada dois dias fazer uma sequência boa e cansativa de abdominal. Isso o ajudou a manter a mente ocupada sobre sua questão com a metanfetamina, sua aceitação em ser Ômega, seu estresse com Walter, e o fato de estar gostando muito da companhia de Mike. Além de Gus estar sendo gentil e sincero, como parecia.

Agosto agora chegava ao fim e Jesse conseguia ver seus músculos nas pernas melhor. O abdômen estava mais duro e definido, e ficou feliz em saber em como seu organismo Ômega o ajuda com o que quer. Jesse queria parecer forte e saudável, mas não igual rato de academia. Ele estava bem agora. Suas vitaminas e suplementos em dia, exercícios, tudo corria bem. Até começou ignorar o estresse de Walter, entrando em uma orelha e saindo em outra. Tomava a pílula que neutraliza seu cheiro natural, fazendo com que alfas e betas soubessem sua classe, mas não se sentissem cativos e desejosos a ele.

Mike estava contente vendo o garoto se esforçando nos últimos dois meses. Ainda notava uma certa mudança de temperamento, ele era ainda muito cabeça quente. No entanto, estava aprendendo a se controlar. Mike ainda o levava para dead drops, e Jesse ainda se entediava. Mas Mike tinha novos planos para ele. 

Estava saindo de um dead drop agora mesmo, mas antes que pudesse chegar ao carro, o mesmo tinha saído cantando pneus, com Jesse ao volante. Mike suspirou e começou a caminhar até chegar ao centro da cidade, já em contato com Tyrus, até que ouviu o barulho de seu carro atrás de si. Olhando para trás, Mike avista seu amado Chrysler parando devagar e um Jesse assustado, apertando o volante fortemente.

Mike desliga a chamada e dá a volta no carro, enquanto Jesse pula para o banco do passageiro. 

- Eu juro que não queria estragar seu carro batendo atrás, mas.. eu só agi.. e corri para despistar os caras armados.. e te procurei.. - Jesse dizia, nervoso, tirando um cigarro. 

Mike o olha com uma expressão zombeteira, observando. Jesse nota o que estava fazendo e tira o cigarro da boca.

- Vá em frente, garoto. Fume seu cigarro. - Mike diz, suavemente. 

Jesse o olha incrédulo e acende seu cigarro, abrindo a janela. O carro correu na estrada, em silêncio, apenas o rádio ligado baixinho. 

Uma música dos anos 90 começa a tocar e Jesse assobia, no mesmo momento que Mike se estica e aumenta um pouco. Jesse o olha incrédulo. 

- Por favor, não, não.. você curte essa música?! - Jesse pergunta, curioso.

Mike da de ombros. 

- Quando ela lançou, foi sucesso, e para mim é até hoje, se quer saber, então sim. Por que? Você não, como disse?! Curte? - Mike diz, jocoso.

Jesse ri e canta baixinho, atraindo o olhar surpreso de Mike.

- Está tirando onda com a minha cara?! Essa é uma das minhas músicas favoritas, Mike. - Jesse diz, com um sorriso afetuoso.

Mike o olha fixo e volta para a estrada, com o cotovelo apoiado na porta e um dedo nos lábios, tampando seu sorriso. 

Jesse cantarola a música toda baixinho, olhando para além da janela, mexendo os dedos no joelho no ritmo da música. 

Agora Jesse sempre que ouvir Depeche Mode se lembraria do Chrysler, da noite bonita, da fuga dos assaltantes e de Mike.


Mike e Jesse estavam no deserto, e Mike estava calmo quando se virou para Jesse, recebendo um olhar de volta. 

- O que estamos fazendo aqui? - Jesse pergunta, confuso. 

- Vou te ensinar a atirar, desce do carro. - Mike diz, saindo do carro. 

Jesse fica congelado. Mike havia pego algo no porta malas e agora andava para a frente do carro, a alguns metros de distância. 

Jesse está agora encostado no capô do carro, observando Mike ao longe, colocar um cavalete e uma folha de alvo. Quando ele retorna, Mike o estende uma glock, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, o garoto se adiantou. 

- Eu sei usar uma arma, cara. - Jesse diz, nervoso. 

Mike o observa, erguendo uma sobrancelha. 

- Será? Mostre então. - Mike diz, estoico. 

Jesse pega a arma e fica parado.

Jesse lembrou de Gale. Sua expressão deve ter ajudado Mike entender, visto que o garoto nem sempre tinha um olhar assombrado como o que tinha agora.

- Vamos pelo básico, acredite em mim, vai fazer diferença. - Mike diz, suave. 

Jesse respira fundo e acena, concordando. Mike o mostra a arma, como engatilhar, como travar, tudo. E agora ele passou a arma para Jesse novamente.

Jesse olhou para a arma e se sentiu nervoso, lembrando de Gale novamente. Ele ergueu a arma e apontou para o alvo a distância. No entanto ele viu o rosto de Gale novamente, e Mike notou sua mão tremer mais do que o normal, além dele ter o peito subindo mais visivelmente. Mike caminha até as costas de Jesse, passando os braços ao seu redor e segurando sua mão na arma, ajustando sua pegada.

- Coloque os dedos assim, um sobre o outro, isso, perfeito. Agora, ponha o pé direito firme atrás e o esquerdo na frente. Isso, fortaleça sua base. Muito bem, você está indo bem. - Mike diz próximo ao ouvido dele, sentindo ele relaxar minimamente. 

Jesse ainda se sentia nervoso, mas ter Mike atrás de si, estava o deixando calmo de um jeito que ele não sabia dizer. Se sentiu bem e capaz de qualquer coisa tendo Mike assim próximo.

- Aqui, respire devagar, você vai hiperventilar dessa maneira. Escute minha respiração e regule comigo. - Mike diz, calmamente.

Mike inspira pelo nariz e sente o peito de Jesse sobre seus dedos fazer o mesmo. O mais velho sopra devagar pela boca, atingindo parte da nuca e orelha do garoto e Jesse se arrepia, seguindo o exemplo. Mike faz isso mais algumas vezes e vê o garoto agora mais controlado, mais relaxado, então volta suas mãos para a arma, colocando sua mão por sobre as dele.

- Agora mire, deixe seu braço direito firme, igual seus pés, inspire e atire quando expirar. Tenha isso em mente. E mantenha a mão firme por conta do solavanco. Não pense em nada ao seu redor, você tem que focar exclusivamente no alvo a sua frente. - Mike continua explicando, calmo.

Jesse respira fundo várias vezes e se concentra, olhando para o alvo na frente, se sentindo melhor com Mike atrás de si. Jesse de repente sabe que pode fazer isso. 

E atira. 

Mike analisa e cantarola ao seu lado agora. Jesse observa um pouco e vê que acertou quase no meio e suspira aliviado. 

- Novamente. - Mike diz, calmamente. 

Jesse se posiciona e mira, lembrando do que Mike havia dito antes. Ele respira fundo várias vezes, e se prepara. E então move seu olhar para Mike que o observava ao seu lado, um pouco longe, com atenção. Mike tinha um olhar atento sobre Jesse e o garoto se sente envergonhado, de repente e então olha para o alvo e atira. 

Dessa vez acertando em cheio o centro do alvo. 

- Sim, vadia! - Jesse comemora, com um soco no ar. 

A risada de Jesse foi contagiosa, arrancando um sorriso de Mike. Jesse de repente se sente aliviado, relaxado. 

Eles ficam nisso até atirarem todas as balas. Jesse estava atirando bem, na visão de Mike. Errou poucas vezes, acertando quase tudo na mira certa. Agora sabe que pode deixá-lo com uma arma e que ele saberá se defender. Mike acredita que nunca havia o visto tão concentrado antes. 

Jesse vai até o cavalete e recolhe, trazendo para o carro. Entrega a arma para Mike e se senta no banco, se encostando no vidro.

Mike fecha o porta malas e observa o garoto deitado, mas resolve não perguntar. Entrando no carro, ele se vira um pouco para Jesse, mas não diz nada, enquanto arranca o carro.

Mike tem a impressão de sentir um cheiro de Jesse, mas resolve deixar para lá.

Ainda tinham muitos dead drops pela frente. E quem sabe alguma cobrança. 

 

 

Notes:

Comentários sempre são bem vindos. Tentarei postar mais um daqui a pouco.

Chapter 6

Notes:

Demorei, mas voltei.

Degustem.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Jesse estava irritado, com fome. Mike agora ia a mais um dead drop, recolhendo o dinheiro. Jesse fumava seu cigarro encostado no carro, observando Mike com mau humor.

- Acabou? Será que eu tenho que chupar a sua alma pelo seu pau fazendo uma garganta profunda para a gente finalmente ir jantar? - Jesse pergunta, mordaz.

Mike ergue uma sobrancelha, mordendo a bochecha. Mas não responde a ele e Mike quase sorri quando vê ele mais irritado por não ter respondido.

O carro volta a andar e Jesse suspira vendo a faixada do Loyola's. Ainda eram seis e o sol logo iria se pôr, e talvez hoje era a primeira vez que jantavam "cedo". Mike e Jesse entram, mas Mike vai ao banheiro, enquanto a garota alfa vinha tirar os pedidos. Ela não desistia fácil, ele tinha que concordar.

Mike se junta a mesa um tempo depois, notando a tensão ao redor do garoto. Se concentrando em suas palavras cruzadas, não observou o tempo passar e logo o jantar foi servido. Espaguete com almôndegas e uma porção de batata, e dois refrigerantes de fruta. Jesse não se faz de rogado e come, recebendo um olhar surpreso do mais velho.

Jesse de repente se sente vermelho, e Mike acha adorável os lábios sujos de molho, que Jesse limpa rapidamente.

- Sua suplementação ajudou com seu apetite finalmente, hein?! - Mike comenta, casual.

Jesse da de ombros.

- Estou criando uma rotina de exercício e comida regrada, e não posso negar que me sinto muito bem, sacou?! - Jesse diz, tranquilo. - E também, tem toda a coisa de ser Ômega pela primeira vez na vida, descobertas estranhas..

Jesse tinha o olhar desfocado, como se estivesse se lembrando. Mike fica um pouco curioso.

- Tipo o quê? - Mike pergunta.

- Bem, estávamos no seu carro quando.. - Jesse diz, parando de repente, voltando a si. - quando eu percebi que você é bem curioso, não acha?!

Mike se mantém calmo ante a resposta mordaz. Deixando para lá, Mike observa Jesse tensionar, vendo algo. Quase se vira para olhar, mas Mike sente que vai descobrir já, já.

Eles terminam o jantar em silêncio e Mike se vira para levantar, sendo interceptado.

- Você se importa em sentar no banco ali fora, eu já te encontro, não demoro. - Jesse diz, se levantando.

Mike ergue uma sobrancelha, mas vai até lá fora, se sentando no banco, observando Jesse no caixa, acertando a conta. A garota alfa dizia algo, e Jesse deve ter respondido algo a altura, porque ela então jogou uma jarra de água em Jesse. Mike sente um leve desconforto, e vê dois caras de pé olhando para Jesse. Eles falavam algo, e logo Jesse vem caminhando rapidamente até Mike.

Jesse puxa a camisa de botão pela cabeça e torce a camisa, mostrando a Mike seu peito e abdômen firme. Mike gostou do novo cuidado do garoto, já não parecia que sairia voando no ar.

- Eu sei que você não gosta de fazer coisas estúpidas, mas por favor, por favor.. eu te pago o quanto você disser, mas não fale nada e deixa eu cuidar disso?! Por favor. - Jesse diz, nervoso, puxando a calça mais para cima.

No entanto a calça pendeu de novo em seus quadris mostrando a cor vermelha da cueca e o cós preto.

Antes que Mike pudesse de fato responder, duas coisas acontecem: os rapazes de dentro chamavam o garoto, e o garoto se sentou em seu colo, puxando sua mão para a frente de seu colo.

- Qual foi, Pinkman?! Vai fugir agora e se esconder no seu daddy? - O mais gordo falava, pingando ironia.

Mike observou quieto, apoiando a mão esquerda no banco. Jesse tremeu levemente e Mike o segurou firme, atuando. Mike pensava mentalmente nas coisas que aconteciam e as vezes dava vontade de rir.

- Bem, bem.. eu tenho um daddy pelo menos, como podem ver, vadias! E avisa para essa garota que eu sou apenas dele, eu gosto é disso aqui. - Jesse rebola no colo de Mike, fazendo os dois se entreolhar e Mike sente seu cheiro doce de lubrificação. - Acredite, ela não vai querer lidar com o meu alfa, valeu?!

O gordo ria.

- Você tem só um velho para te foder, Pinkman, isso você chama de vida?! - O magro diz, debochando.

Mike revira os olhos interiormente. Que gente idiota.

- Tenho trabalho, tenho carro, tenho casa, e você? Só faltam apostar o cu no pôker. - Jesse responde, atroz. - E acho melhor me deixarem em paz, vocês e a projeto de alfa lá dentro, aqui não tem nada para o bico de vocês.

Os dois riram, e Mike ergue uma sobrancelha, sentindo o coração de Jesse acelerado e sua mão tremer.

- Você é um perdedor, Pinkman. - o magrelo diz, debochando. - Tá grandão porque tem esse alfa aí, se fosse sozinho, né não, Cole?! A última vez.. eu lembro de como seu rosto ficou.

Mike se levanta, apertando Jesse contra si, grudando o quadril do garoto ao seu, colocando a mão para trás nas costas, em sua arma.

- Se vocês, e eu incluo a garota e vocês irão avisá-la depois, falarem mais uma vez com o meu Ômega, vai ser a última coisa que vocês farão vivos. Eu me fiz claro? - Mike diz, com sua voz entoando como Alfa.

Os dois Betas ficaram quietos, um pouco surpresos. Jesse estava ronronando contra Mike, se sentindo protegido.

- Eu perguntei.. se me fiz claro. - Mike diz mais forte, ainda calmo, novamente.

- Sim!

- Claro!

Os dois diziam juntos, e saíram dali, entrando para dentro de novo. Jesse suspirou aliviado, encostando a cabeça no ombro de Mike, com os olhos fechados, para trás. Como se recobrando a consciência, Jesse se afastou vermelho. Mike o soltou, olhando ele tremer levemente, se arrepiando da brisa gelada, deixando seus mamilos duros. Mike tira sua jaqueta e entrega a Jesse, a aceitando de bom grado.

- Obrigado, da.. Mike, eu faço qualquer coisa. Eu pago qualquer valor. O que você quiser. - Jesse tropeça, mas finaliza nervoso.

Mike faz uma nota mental sobre fazer notas mentais depois.

- Vou pensar e te digo depois. Agora vamos, garoto. - Mike diz, calmamente.

Eles caminham lado a lado, entrando no carro.


Jesse agora estava deitado em sua cama, já tinha tomado um banho quente, e tinha vestido a jaqueta de Mike, aspirando o cheiro de sua colônia pós-barba e seu cheiro de alfa. Mike cheirava gostoso.

Jesse pega seu telefone e vê que há uma mensagem não lida, e congela quando vê o nome de Mike. Ele não tarda a abrir.

Mike: Uma casa de passarinhos é o pagamento, além da história do que aconteceu hoje.

Uma casa de passarinho? Estranho, mas ele faria isso. Jesse poderia fazer isso.

Jesse: Sim, senhor! Você manda, eu obedeço.

Jesse suspira, lembrando dos babacas.

Jesse: Quanto a história, o gordo é Cole Bradwood, e o magro é Oliver Campbell, dois Betas babacas com quem já joguei pôker. Mas sempre se acharam superiores e o que você viu hoje foi os dois em uma disputa de mijada pela alfa e sobrou pra mim.

Jesse: Porque, por algum motivo, eu sou interessante para ela e eu estou no caminho dos dois. Então me ocorreu a ideia de mostrar que não me importo e que tenho alguém.

Jesse: E agora falando parece até meio bobo, mas já senti o peso da mão de Cole e não foi legal, cara.

Jesse: Então, antes que eu me esqueça, obrigado por salvar minha bunda hoje e me perdoa por meter você nisso.

Jesse olha a tela de mensagem, e tudo fica silencioso por meia hora. Ou por dez minutos, Jesse estava nervoso. Ainda se lembrava do toque de Mike. E seu cheiro era tão bom.

Mike: Quase acreditei em sua atuação, se não fosse seu coração acelerado. Se sente melhor perto de um alfa agora?

Jesse sentiu seu rosto esquentar. Maldito homem observador.

Jesse: Não de qualquer alfa, na verdade. Me sinto tão deslocado quanto antes, para ser sincero.

Jesse aperta o botão de enviar, e fecha o celular. Ele nem acreditava que estava trocando mensagens com Mike.. isso era tão irreal.

Mike: E você se sente assim apenas comigo.

Jesse: Parece que a velha guarda pode ser abalada por uma bunda jovem, eu gosto como isso soa possessivo. Seu orgulhoso.

Mike: Garoto, vá dormir. Já está tarde.

Jesse: Eu vou tentar.

Jesse: Boa noite, daddy. Sonhe com a minha bunda no seu colo. Até amanhã :)

Jesse largou o telefone e não abriu a resposta.

Mike, em sua própria cama, olhava para a tela do celular, com a última mensagem do garoto brilhando na tela. Sentindo os cantos de seus lábios repuxar para cima, Mike estala a língua.

 


 

Jesse estava no laboratório e estava picando crystal, quando Walter começou a cobrá-lo. Jesse respondeu ele como o bom merdinha que ele sabe ser, e só se calou porque havia sentido alguém o observar e notou ser Mike.

Jesse se lembra da resposta de Mike, que só abriu de manhã, porque ele literalmente apagou de cansado e agora sente seu rosto ficar vermelho, com certeza ganhando destaque pelo macacão amarelo.

"Mike: Se comporte, garoto."

Largando tudo, Jesse foi até suas roupas e tirou seu macacão, ficando de cueca e camiseta, vestindo logo a calça jeans e calçando seus tênis. Jesse lembrou mais uma vez das duas palavras que Mike respondeu, e ele sabia que podia fazer isso. Ele faria isso.

Saindo dali sem se importar com Walter, Jesse se enfiou dentro do carro de Mike e só então soltou a respiração.

Mike foi até um bairro e estacionou longe, observando uma casa que Jesse ainda não sabia qual era. Jesse estava particularmente quieto hoje, e isso foi aproveitado por Mike, mas também o fez questionar o bem do garoto, já que ele falava constantemente.

- Bem, aqui vai o que vai acontecer: eu vou entrar e você pode vir junto, farei uma cobrança, e você ficará em silêncio, e de preferência observe. Entendeu? - Mike diz, calmamente.

Jesse acena com a cabeça, incrédulo.

- Use as palavras, garoto. - Mike pede.

- Sim, senhor, eu entendo. - Jesse diz, nervoso. - Mike, mas e se.. e se a pessoa falar comigo?

Mike suspira.

- Então você o encara com a melhor cara séria que conseguir fazer, e não se deixe irritar se algo for dito. - Mike diz, tranquilo.

- Ótimo. - Jesse murmura, dando de ombros.

Jesse podia fazer isso. Podia não, ele faria isso. Não decepcionará Mike assim. Mike carrega a glock e entrega para Jesse, travada. Jesse sabe destravar, mas apenas a coloca nas costas, caminhando ao lado de Mike, esperando ele adentrar primeiro.

A casa tinha apenas um som de TV ligada, e Mike estava com a arma em mãos, e gesticulou para Jesse pegar a sua, e então ele segurou, ainda mantendo travada. Mike faz um sinal para que ele fique parado, em silêncio e Mike caminha pelo corredor, e Jesse sente de repente um calor em seu âmago, vendo Mike tão.. uau.

Mike sente o leve cheiro de Jesse, mas arquiva a nota mental para depois e então observa o homem sentado na poltrona, atirando em sua perna.

Mike faz um gesto e Jesse caminha até ele imponente, segurando firmemente a arma e parando na porta, enquanto Mike caminha até a frente do homem a sua frente. Era um Beta, tinha por volta de seus 50-55 anos. Tinha a pele tão escura quanto o véu da noite, e sua expressão estava torcida em dor e raiva, olhando de Mike para Jesse.

- Antes que comece o choro, você sabe porquê estou aqui. Então vamos direto ao ponto: se você não pagar o que deve ao Sr. Fring em duas horas, o próximo tiro não será na sua perna, em nenhuma parte de você, e sim na sua esposa. - Mike diz, calmamente, com as mãos segurando a arma despretensiosamente na frente do corpo.

- Eu não sei do que você está falando. - O homem diz, nervoso. - Você parece ser um bom rapaz, um bom Ômega, por favor, está tendo um engano aqui..

Mike suspira, mas se surpreende com a voz irritada do garoto.

- Escuta aqui, Eddie Murphy depois da Malária, eu acho bom você não falar comigo de novo, porque o meu parceiro pode te pregar fogo e ainda te manter vivo, capisco? - Jesse diz, como um bom merdinha que sabe ser, o rosto sério. - Eu perguntei se entendeu.

- Eu entendi, eu entendi, calma.. - O homem gagueja, nervoso.

- Agora você, muito respeitosamente, vai falar e responder direito o meu parceiro. E não fale mais comigo. - Jesse diz, mantendo sua expressão como gelo.

Mike estava surpreso internamente, orgulhoso até.

- Eu, e-eu vou pagar tudo, eu juro, eu juro. - O homem responde a Mike, evitando olhar Jesse de novo.

Mike parece pensativo.

- Você tem duas horas, não faça eu ter que voltar. - Mike diz, sério.

Mike se afasta e caminha para a porta, e segue Jesse para a rua.

Os dois entram no carro e saem dali, em silêncio. Jesse ainda tinha a arma nas costas, e sentia seu corpo todo cheio de adrenalina. Jesse entendeu o que Mike disse e entendeu a situação, e isso o encheu de raiva. Se as pessoas simplesmente mantivesse o acordo, ninguém nunca se machucaria. Jesse entende agora a raiva que seus pais tem por ele.

- Encosta, por favor. Preciso mijar. - Jesse pede, já tirando um cigarro do maço.

Mike o olha de repente, estava envolto de pensamentos e não tinha reparado em Jesse ainda. Mike encosta e o garoto salta antes do carro estar completamente estacionado. Mike observa ele acender o cigarro primeiro e depois chegar perto de uma pedra, abrir a calça e erguer a cabeça para trás, mijando. Jesse faz desenhos aleatórios na pedra e Mike suspira, notando uma ansiedade crescente vindo do garoto.

Jesse para, balança o braço e fecha a calça, se virando para o carro, observando o chão, antes de jogar seu meio cigarro inteiro fora. Ele entra e suspira, olhando pela janela, enquanto Mike liga o carro e volta para a estrada.

- Me desculpa, Mike. - Jesse solta, olhando pela janela.

Mike tira os olhos da estrada, o olhando de perto e volta a atenção para a estrada.

- Por que isso agora, garoto? - Mike pergunta, curioso.

Jesse suspira mais uma vez, distante. Os olhos observavam os montes do deserto a volta deles, pensativo.

- Por ter sido desobediente com você, lá na casa. - Jesse diz, mexendo os dedos.

Mike o observa um pouco, notando ele perdido em pensamentos. Mike encosta o carro mais uma vez.

- Jesse, olha para mim. - Mike pede, suavemente.

O garoto leva um tempo, mas quando o olha, seu olhar está decepcionado.

- Por que está pedindo desculpa para mim? - Mike pergunta, calmo.

Jesse fica com o olhar nublado de repente, e encara Mike sério.

- Porque eu falei, quando sabia que era para ficar em silêncio. - Jesse diz, vazio.

Mike assente, concordando.

- E porquê você fez isso? - Mike pergunta, ainda calmo.

- Porque ele me irritou, eu entendi a situação inteira, observando vocês. Se ele tivesse cumprido sua parte, nós não teríamos que estar lá. Ele é doente?! - Jesse explode, irritado. Ele suspira. - Independentemente disso, eu desobedeci então.. me desculpe.

Mike o olha e Jesse sente algo parecido com um sentimento quente no âmago.

- Eu estou orgulhoso de como você lidou com a situação, então.. sem problemas dessa vez. Relaxa, garoto.. se saiu bem. - Mike diz e vê Jesse apenas piscar os olhos.

Mike se vira para o volante, mas torna a olhar para o garoto de novo. Claramente havia uma pergunta em sua expressão e Jesse ficou ansioso.

Mike pensa melhor e liga o carro novamente, seguindo caminho em silêncio com um Jesse atordoado.

Eles fazem mais algumas paradas em alguns dead drops antes de irem para o Loyola's.

Dessa vez, Mike e Jesse entram tranquilamente e vão direto ao banheiro, Jesse optando pelo miquitório do canto e Mike no primeiro. Mike termina primeiro e olha de soslaio para Jesse, que se segurava na parede e parecia um pouco agoniado.

Um tempo depois ele da a descarga, e se vira dando de cara com Mike o observando. Jesse parecia nervoso.

- O que?! - Jesse murmura, nervoso.

Mike nada diz, se virando para o balcão de pia do outro lado, enquanto Jesse fica com a do lado, lavando as mãos e se olhando no espelho. Ele realmente se olhou no espelho e não se reconheceu. Mike o observa agora livremente. Jesse ergue uma sobrancelha e suspira, enxugando as mãos nas calças e saindo para fora, seguido de Mike, que parou apenas para jogar fora os papéis toalha em suas mãos na lixeira.

Sentando a mesa, Fran os atende e Mike pede seu bolo de carne com batatas, e Jesse pede o mesmo, acrescentando dois sucos de acerola.

Mike começa seu ritual, tomando café e fazendo suas palavras cruzadas. Jesse o observa atentamente, livremente.

Mike ergue os olhos, mas nada diz, voltando a prestar atenção no jornal, não perdendo o fato de que Jesse tremeu levemente.

Mike talvez poderia se acostumar com a sensibilidade do garoto.

Notes:

Postarei mais dois em sequência.

 

Até já.

Chapter Text

Jesse observava cada pequeno detalhe, lendo qualquer micro expressão que Mike tinha. Ele fazia muito isso antes, mas agora com toda a questão do cio, viver como Ômega, e estar ocupado com dead drops, quase não teve mais tempo de o observar, e parecia injusto em sua visão, sabendo que ele fazia isso constantemente, seja para informar algo a Gus ou simplesmente ficar de olho no que quer que ele seja desconfiado.

Fran aparece um tempo depois, trazendo os pratos e diz que logo traz os sucos. Mike deixa o jornal um pouco de lado e começa a comer, assim como Jesse.

Tudo estava indo bem, Jesse já estava perto da metade do prato, quando sentiu uma sensação ruim e ergueu os olhos, vendo a filha alfa da Fran aparecer com os sucos. Mike notou, porque ergue o olhar e suspira minimamente.

A garota quase quebra o copo na mesa entregando para os dois e depois de olhar irritada para Jesse, ela se volta para Mike, que a encara calmamente.

- Você realmente é o alfa dele?! - Ela pergunta, irritada.

Jesse treme levemente, irritado e Mike sente sua ondulação.

- O que você acha, garota? Você não sabe ouvir um não? - Mike diz, ainda calmamente, sua voz enganosamente alegre.

- Você não pode estar falando sério. - Ela diz, irritada.

- Vou te falar uma vez só e espero não ter que falar de novo: eu não quero saber de você assediando ele e a mim, eu frequento esse lugar há muito tempo, então não me subestime. Se ele quisesse você, você já saberia. Então para de nos incomodar, e deixe meu Ômega e eu em paz. Eu me fiz claro? - Mike diz com sua voz de alfa, e Jesse se encolhe, e a garota também. - Eu não vou me repetir.

- Sim. - Ela diz, a contragosto.

Ela sai dali antes que Mike falasse ou fizesse outra coisa. Mike respira fundo e aperta os olhos com dois dedos, suspirando cansado. Quando abre os olhos de novo, Jesse estava encolhido, tremendo com os olhos marejados. Ele exalava medo. Mike se chuta mentalmente, esquecendo-se completamente que o garoto não era acostumado a voz de alfa, sugando para si.

- Jesse, garoto.. - Mike diz, suavemente, como quem fala com um animal acuado.

Jesse se afasta mais para trás quando Mike ergue uma mão para ele, ainda se sentindo impelido a se proteger.

- Não.. - Jesse diz, baixinho.

Mike abaixa a mão e se levanta, indo até o balcão para acertar e Jesse o observa conversar com Fran. A medida que a conversa se desenrola, Jesse viu ela o olhar triste e depois ficar enfurecida. Mike apenas acena a cabeça e volta para mesa.

Parando de pé próximo a Jesse, Jesse mordia os lábios devagar, se sentindo estranho, suas bochechas molhadas.

- Garoto, vamos embora. - Mike diz, suave.

Mike o olha e então se afasta, indo em direção a porta e Jesse o observa se afastar, e então toma uma atitude e se levanta, tentando lutar contra esse estupor, embora ainda se sinta estranho.

Jesse entra no carro, ao lado de Mike e se recosta no vidro, quieto. Mike dirige calmamente, observando a estrada a sua frente, superconsciente de Jesse ao seu lado, se tornando mais calmo.

Quando o carro estaciona na frente da casa de Jesse, Mike desliga o carro e olha.

- Me desculpe, eu não.. eu não queria agir assim. Eu não.. eu só não consegui me conter. - Jesse diz, ainda encostado na janela. Ele se endireita e olha para Mike. - Você está bravo comigo?

Mike o olha suavemente, com um pequeno sorriso.

- Não, Jesse, eu não estou bravo com você. Me desculpe, eu me esqueci que você não é acostumado ao tom alfa. - Mike diz, calmo.

Jesse sorri levemente.

- Eu sei que está tarde, mas você aceita uma.. cerveja? - Jesse diz, olhando para frente.

Mike o olha divertido, e observa sua bochecha corar adoravelmente.

- Isso é um convite? - Mike pergunta, jocoso.

Lá estava. Os olhos de Jesse como um veado na frente de faróis.

- Não! Quer dizer.. sim, eu.. - Jesse fica nervoso. E Mike esconde o sorriso com um dedo. Ele limpa a garganta. - Você gostaria de tomar uma cerveja comigo?

Jesse agora o encara sério, esperando sua resposta. Mike olha seu relógio, fingindo checar as horas pensativo, aumentando a ansiedade do garoto.

- Tudo bem, mas antes eu preciso passar na Kaylee, e volto em pouco tempo, pode ser? - Mike diz, e gira a chave na ignição.

Jesse solta a respiração que estava prendendo e isso não passa despercebido ao mais velho, que agora sorri abertamente, sabendo que o garoto não poderia vê-lo.

- Claro, por mim sem problemas, a porta vai estar destrancada, quando chegar, é só entrar. - Jesse diz, e sai do carro.

Jesse abre a porta da casa e entra, chutando os tênis na entrada, e caminhando até a cozinha. Ele olha ao redor pensando no que vai fazer até Mike chegar, mas uma batida na porta soa de repente.

Jesse abre a porta e um Walter furioso entra, parando no meio da sala. Jesse o encara irritado.

- O que você quer? - Jesse diz, irritado.

- Você sabe! Você está postergando o serviço, você está tendo chance e mesmo assim não faz. E o jantar? Eu soube que você foi na casa dele, então porquê não fez? - Walter dizia cheio de si, irritando mais ainda Jesse.

- Como soube? - Jesse pergunta, incrédulo.

Walter o arremessa um grampo.

- Grampeou meu carro? Depois de tudo o que fiz por você.. - Jesse estava irritado.

- Você me matou, assinou minha carta de morte. - Walter grita, irritado. - Por que você não o matou ainda?

- Porque eu não quero mais matar o Gus! Nunca quis e não vai ser agora que eu vou matar ele, você não entende? - Jesse surta, e Walter fica boquiaberto. - Eu não odeio o Gus, eu até gosto dele, agora você... você só me ferra cara. Poxa, obrigado pela reabilitação, mas tirando isso, olha as coisas que eu tive que fazer. Eu não me esqueço dessas porras nem quando eu tô dormindo. Sabe quanto tempo eu não transo?! Porque toda vez eu vejo sangue nas minhas mãos e eu brocho.

Walter o encarava desacreditado.

- Jesse.. filho.. - Walter diz, tentando se aproximar.

- Não me chama de filho, seu filho da puta. Que porra de pai é você?! Se você me visse mesmo como um filho, você não pedia tanta merda para eu fazer. Eu.. eu te odeio. Eu te odeio tanto e você sim, eu seria capaz de matar. - Jesse diz, com desprezo. - Eu quero que você, Walter, do fundo do meu coração.. se foda.

Jesse arremessa o grampo em Walter, cortando sua sobrancelha. Walter o encarou cego de raiva e acerta um soco nele. Jesse se levanta e o soca também, começando uma balbúrdia de socos e chutes.

Jesse sentia sua testa machucada, então não se arrepende de puxar o pé dele e ele cair de cara na mesinha, trincando o vidro.

Jesse soca a cara de Walter e se afasta, cansado. Eles se levantam e se olham, com respirações altas. Jesse estava se sentindo mais traído do que nunca.

- Consegue andar? - Jesse pergunta.

- Sim.. - Walter responde, tentando ficar de pé firme.

- Então sai da minha casa e nunca mais volte. - Jesse o encara.

Walter sai, pegando seu óculos e da o fora.

Jesse se senta na escada e respira fundo, repassando tudo o que foi dito um ao outro e a parceria deles estava insustentável. Isso não daria mais certo, ele estava cansando. Ele não merecia sua lealdade e não a teria mais.

Mike fecha a porta e tranca, jogando a chave do carro no aparador do lado. Mas para quando vê Jesse sentado na escada, com sangue na testa e vê algumas coisas bagunçadas e pingos de sangue no chão.

- Quem esteve aqui? - Mike pergunta, sério.

Jesse da de ombros.

- Walter. - Jesse responde. - Por favor, eu não quero falar disso. Se senta, vou pegar cerveja para nós.

Jesse vai até a cozinha e lava o rosto na pia, secando o mesmo com papel toalha.

Havia mais móveis e almofadas em vários lugares da sala, havia uma poltrona e também um sofá aparentemente macio, além do futon do outro lado. Uma mesinha de centro de vidro estava a frente e Mike se deixa cair no sofá, suspirando.

Jesse volta com a cerveja de garrafa, entregando uma a Mike, mas para antes de tomar a sua. Jesse apoia sua garrafa na mesinha e se ajoelha na frente de Mike, puxando seus sapatos, ouvindo um suspiro de alívio dele. Jesse coloca os sapatos perto da porta e volta, se atirando ao lado de Mike, pegando sua garrafa e tomando um gole. Mike o observa cético, mas fecha os olhos, suspirando.

- Nós vamos ter que voltar naquela casa? - Jesse pergunta, de repente.

Mike abre os olhos e o encara, pensativo.

- Não, já fui avisado que o pagamento foi feito. Ele não seria louco em duvidar de mim. - Mike responde, olhando a mesinha.

Jesse ri.

- Sim, ele não seria louco. - Jesse afirma, tomando outro gole. - Hm.. você se importa se eu fumar?

Mike olha para ele, um pouco confuso.

- Esta é sua casa, garoto. Você faz o que quiser. - Mike diz, simplista.

Jesse bufa.

- Sim, eu sei disso, mas também sei que você não o faz e me importo se você está bem ou não. - Jesse diz, encolhendo os ombros.

- Vá em frente, tudo bem por mim. - Mike diz, calmo.

Jesse se levanta e pega o cinzeiro na bancada da cozinha e volta para o sofá, sendo observado por Mike, enquanto acende o cigarro e solta a fumaça pelo nariz, pegando a cerveja de novo, relaxando visivelmente.

- Melhor? - Mike pergunta, zombeteiramente.

Jesse o olha e ri, puxando as pernas para cima, se sentando com elas cruzadas.

- Melhor. - Jesse responde, sorrindo, enquanto toma mais um gole.

Mike se lembra de algo, e pensa em como obter a resposta sem mostrar exatamente o que quer saber.

- Então.. me conta como está sendo para você nesses dois meses, como Ômega. - Mike pede, casualmente.

Jesse morde os lábios, inconsciente e Mike acompanha o movimento.

- Bem.. estranho, para dizer o mínimo. - Jesse solta, tomando outro gole. - Vou pegar outra, aceita?

Mike acena a cabeça e o observa ir devagar para a cozinha, e voltar igualmente devagar. Realmente, ele estava relaxado. Ou tentando estar.

- Me explica melhor, não é como se eu fosse te criticar. É mais curiosidade mesmo. - Mike diz, casual, abrindo sua cerveja com a boca.

Jesse o olha surpreso, mas abre a sua com a mão.

- Bem, tenho me sentido melhor comigo mesmo. Parece que agora sou eu mesmo, não sei te explicar. No entanto, me sinto mais sensível, como você pôde notar hoje, além de notar algumas mudanças no meu corpo e até no sentir o ambiente ao meu redor. - Jesse fala, o olhando nos olhos, vez ou outra, olhando a garrafa.

Mike bebe sua cerveja devagar, pensando na próxima pergunta.

- Acho que entendo, um pouco. Que mudanças foram essas? - Mike pergunta, curioso.

- Meu pau cresceu. - Jesse diz, sério.

Mike não esperava por essa resposta e fica momentaneamente atordoado. Jesse ri, ficando vermelho e Mike o olha com a cara mais estoica que consegue fazer, mostrando o quanto sua piada foi horrível.

- Estou brincando, ele continua igual. Mas meu corpo, talvez um pouco pelos suplementos, já que eu estava péssimo, parece naturalmente mais forte e está se desenvolvendo melhor. Não me sinto mais cansado. - Jesse diz e tira a camisa, para mostrar a Mike. - Você lembra como era, isso é apenas dois meses de exercícios, comida regrada e a reposição de vitaminas. Não estou me matando de exercício, mas estou satisfeito. Não quero ficar musculoso, e assim estou me sentindo melhor. E estou pensando em correr de manhã cedo, assim não preciso fazer tantos outros exercícios, passando a fazer apenas calistenia.

Jesse bebe outro gole de cerveja, e acende outro cigarro.

- Você parece muito melhor, garoto e fico feliz de você não se tornar um maníaco de academia. Cuidar do corpo na sua idade cuida automaticamente da mente. - Mike diz, calmamente.

- Sim, e uma outra mudança que senti foi uma sensibilidade alta a.. alguns cheiros específicos, que infelizmente eu não posso te contar, mas.. estou surpreso. - Jesse diz, pensativo. - O que mais me surpreendeu foi que, durante um momento particular no banho, eu senti..

Mike se ajeita, prestando atenção. O garoto havia ficado vermelho de repente e quase entende o que ele quer dizer.

- Continua garoto, eu sei que você se masturba, isso é natural. - Mike diz, suave.

Jesse bufa, mas relaxa e agora encara a garrafa.

- Eu não entendi no começo, eu entendi no carro. Mas no dia que eu tava no banho, eu me senti escorregadio.. lá. - Jesse diz nervoso e toma dois goles de cerveja. - Eu terminei e sai do banho. Mas só fui entender realmente quando..

Mike agora teve sua resposta: Jesse tinha se excitado no carro. Ele pensou ter sentido o cheiro de sua lubrificação natural no carro.

- Muitas coisas diferentes, isso é fato. Mas vou me acostumar melhor, eu acho. - Jesse finaliza, não dando continuidade.

- Isso é natural, você é um Ômega, você tem uma lubrificação natural. Você não.. você não sabia, realmente, que ficar com tesão te deixa, consequentemente, pronto? - Mike pergunta, fingindo tentar entender.

Jesse fica rubro como tomate e Mike acha isso adorável.

- Não é como se eu tivesse sido ensinado sobre isso, não é mesmo?! - Jesse bufa, nervoso. - Vivendo e aprendendo.

Mike ri, e concorda com a cabeça, terminando sua cerveja.

- Você está sentindo dor para mijar? - Mike pergunta, sério.

Jesse para de repente. Sua língua umidece os lábios e Mike acompanha o movimento.

- Como.. ?! Ah.. - Jesse parece confuso e então entende. No banheiro do Loyola's. - Sim, mas deve ser só porque segurei demais.

Mike suspira e se levanta, sendo observado por Jesse.

- Tira a calça. - Mike diz, calmo. - Melhor, tome um banho, e eu vou olhar, se eu ver algo de errado, eu vou te avisar e você vai no médico.

Jesse abre a boca para responder, mas Mike o intercepta.

- Isso não é um pedido. Vamos. - Mike diz, sério.

Jesse o olha por um minuto inteiro, como o merdinha que ele sabe ser, e deixa a garrafa na mesinha e se levanta, subindo as escadas, sendo seguido por Mike.

Mike espera no quarto, enquanto ele toma seu banho. Ele não demora muito e logo sai do banheiro, pisando molhado pelo corredor e entra no quarto, segurando a toalha na frente da virilha, como uma bola de pano. Ele raspou o cabelo também, igual a cara dele, mas raspou. A cabeça tinha uma penugem escura bem baixa pela cabeça redonda agora.

- Senta aí. - Mike se levanta, apontando para a cama.

Jesse se senta e segura a toalha na virilha firmemente, mas expõe seu pau e suas bolas, sentando com as pernas afastadas.

Mike se ajoelha e Jesse prende a respiração. Interessante. Ele era todo.. rosa. Agora Mike entendeu o trocadilho de outro dia.

- Eu vou erguer as bolas e tocar embaixo delas. Se doer, me avisa. Entendeu? - Mike pergunta, erguendo o olhar para Jesse.

Jesse tinha uma mão firme na toalha e a outra apoiada na cama, olhando fixamente para Mike, enquanto mordia os lábios. Jesse não era difícil de se imaginar, ainda mais assim, com os olhos brilhosos e nervosos.

- Sim. - Jesse diz, baixinho.

Mike ergue a mão e toca em suas bolas, sentindo ele tremer em sua mão. Mike o olha e ele encolhe os ombros.

Mike continua e seu dedo chega na base das bolas e pressiona devagar. Ele arranca um silvo de ar forte de Jesse, parando a mão enquanto ele ainda solta grunhidos de dor.

- Uma escala de 0 a 10, quanto isso doeu? - Mike pergunta, suave.

Sua mão ainda estava parada, sem apertar mais. Jesse respira algumas vezes.

- 9. - Jesse responde, nervoso.

Seus olhos estavam brilhosos com início de lágrimas. No entanto, não as derramou. Mike o achou forte, pois notavelmente a dor era um nível 10, mas ele não o usou, decidindo dar uma nota abaixo.

- Hm.. curioso. - Mike diz para si mesmo. - Vou precisar que você fique de bruços, eu preciso checar a sua entrada. Prometo que não vai doer, eu não vou enfiar nada ali, apenas preciso ver como está e posso te fazer algumas perguntas.

Jesse respira fundo e acena, concordando. Ele se levanta segurando a toalha e se vira, e Mike se levanta. Jesse se deita na cama e respira fundo, tenso.

Mike solta um pouco de seus feromonios e Jesse relaxa visivelmente, enquanto Mike coloca um joelho de apoio na cama, tocando sua bunda redonda, não deixando espaço para malícia.

Deus, que seja algo simples, e não perigoso, Mike pensava.

Jesse treme ante seu toque, tentando relaxar. Mike separa suas bochechas e vê o pequeno pedaço de terminação nervosa fechado, apertado, e roxo. Estava roxo.

Mike se afasta antes que pense algo impróprio, mais do que a situação seja, e se levanta.

- Pode se virar, garoto. - Mike diz, calmamente.

Jesse se ergue nas mãos e pega a toalha, se sentando com ela rapidamente no colo.

- O que foi? É algo sério? Se for, já fala logo, prefiro saber de uma vez. - Jesse diz, pingando nervosismo.

Mike suspira.

- Não, mas seu corpo está avisando que você precisa ser reclamado por seu alfa, sua alma gêmea, ou então isso só vai piorar. - Mike diz, calmo.

Jesse estava estático.

- Como eu faço isso? - Jesse pergunta, olhando para Mike, desolado.

Mike aperta o pescoço, suspirando.

- Qual é a sua palavra de nascença? Talvez eu possa te ajudar a encontrar. - Mike diz, pensativo.

Jesse morde o lábio, incerto.

- A minha..

Uma ligação tira eles de foco, e Mike atende, erguendo um dedo para Jesse.

- Estou ouvindo. - Mike responde, estoico.

Jesse se levanta enquanto isso e se veste com uma cueca branca, e uma camisa azul bebê. Jesse fica de pé diante de Mike, nervoso.

Mike finaliza a chamada e olha para Jesse.

- Vamos para o México amanhã. Precisamos dormir, iremos cedo. Podemos continuar essa conversa quando voltarmos de lá. - Mike diz cansado.

- Mas o que eu vou fazer no México? - Jesse pergunta, nervoso.

- Metanfetamina. Amanhã Gus te explica melhor, e fique calmo, eu estarei lá com você, nada vai te acontecer. - Mike diz, suspirando. - Eu vou dormir no sofá, já está tarde e eu já bebi o suficiente para perder meu carro numa blitz. Até amanhã.

Antes que Mike se vire, Jesse segura seu pulso, mas larga assim que Mike se vira.

- Durma aqui, cara. Não é como se eu fosse te devorar a noite, e minha cama é grande, além de que suas costas vão estar fodidas amanhã de manhã. - Jesse vai até o roupeiro e pega uma toalha, um short de futebol que ele nem lembrava mais que tinha. - Toma um banho e deita, eu também estou exausto.

E com isso, Jesse se joga na cama, puxando a coberta sobre si. Mike o olha por um momento, mas resolve tomar seu banho.

Mike esperava que as coisas saíssem como o planejado.

Chapter Text

O dia clareou cedo, acordando Mike com flashes de sol em seu rosto. Um Jesse adormecido estava deitado de costas para ele, sua bunda redonda agora apertada contra seu pau. Mike respira fundo e solta a mão do garoto que estava mais uma vez grudado ao peito e ele resmunga, se achegando mais a ele. Mike respira fundo e sente o cheiro da pele do garoto, o lembrava, estranhamente, a pêssegos maduros.

Mike afasta o pensamento e se desgruda, indo ao banheiro, se aliviando e tomando um banho para acordar. Mike veste suas roupas de ontem, observando o garoto dormir enquanto abotoa os botões da camisa, finalizando com sua calça jeans preta. 

Mike desce e logo acha coisas para fazer um café e então se surpreende com tanta comida saudável. Não era diferente de sua geladeira, mas ainda estava admirado com o garoto. 

Mike olha alguns papéis na geladeira, receitas rápidas e fáceis para café da manhã. Ele escolhe uma e faz rapidamente. Faz mais outras coisas e serve tudo na mesa, subindo para chamar Jesse. 

O garoto estava com a cara enterrada no travesseiro que Mike havia dormido, de bruços e sua bunda redonda para cima, parecendo um convite. Mike sacode a cabeça e afasta esses pensamentos, tocando Jesse nas costas. Ele geme e se encolhe diante o toque, se ajeitando na cama. 

- Jesse, levanta, vamos tomar café e sair rápido. - Mike diz, sacudindo levemente seu ombro. 

Jesse geme languidamente, reclamando. 

- Não, daddy.. - Jesse murmura sonolento, sua voz arrastada. 

Mike trava, engolindo em seco. Esse garoto era algo que parecia testar seus limites. O miserável tinha adormecido de novo, inclusive. 

Mike desce um tapa mediano contra a bunda dele, notando o quão macia era sobre seus dedos a ponto da carne ter mexido, bem maleável, o tapa não sendo forte para machucar, mas forte para sentir, fazendo ele acordar e se sentar na cama rápido, tentando abrir os olhos sensíveis do sono, lutando contra a claridade. Seu rosto se fecha em uma carranca. 

- Qual é, Mike?! Era só me chamar. - Jesse diz, mordido. 

Mike ergue uma sobrancelha. 

- Eu te chamei, você não ouviu, tentei algo diferente. Agora anda, que temos que chegar cedo. - Mike diz, observando o garoto. 

Ele estava sentado, com os olhos semicerrados por conta da claridade. Resmungando, ele se levanta com sua ereção marcada rasgando a cueca e esfregando a bochecha inconsciente, e vai para o banheiro, tomar seu banho. Mike desce e se senta a mesa, servindo café para si e colocando outra xícara a mesa. 

Um tempo depois, Jesse desce vestindo jeans azul, camiseta vermelha e um daqueles moletons remanescentes que sobrou da sua era Jesse Traficante Metido. 

Ele se senta e observa a mesa que Mike preparou e sorri para si mesmo, desacreditado. Jesse come panquecas de mirtilo, seu café preto com açúcar e pega um pouco de ovos mexidos com bacon. 

Mike havia comido apenas panquecas, para variar seus ovos mexidos. 

Jesse sobe e pega seu cigarro e isqueiro. Ele escova os dentes e desce, guardando o que sobrou do café da manhã na geladeira. 

- Vamos? - Mike pergunta, sentado a mesa ainda, com um jornal em mãos. 

- Me dá mais cinco minutos e vamos. - Jesse diz, tranquilo. 

Mike ergue o olhar e vê ele descascando banana e mamão, colocando no liquidificador. Jesse põe uma medida de copo de leite, alguns scoops dos suplementos que tomava em pó e bate. 

Enquanto isso, ele abre o armário e tira três frasco, pegando duas cápsulas de um pote e mais um de cada dos outros dois. Jesse toma tudo com um copo de água e desliga o o liquidificador, servindo um copo e se encostando, virando para Mike e percebendo que ele o observava esse tempo todo. 

- O que é?! Eu falei que tô me cuidando. - Jesse diz e toma alguns goles longos da batida. 

Mike termina suas palavras cruzadas enquanto o garoto termina seu copo, lavando rapidamente o copo e o copo do liquidificador, deixando no escorredor. Ele joga as cascas no lixo e se vira, pronto. 

Os dois vão até a casa de Mike, e Jesse fica no carro. Mike se troca, pois já havia tomado banho e veste sua calça social preta, um sapato preto e sua jaqueta preta de segurança, optando por uma camisa gola polo amarelo palha. Mike passa sua colônia pós-barba e sai, trancando a casa e logo dirigindo. 

Em pouco tempo chegam ao Pollo's Hermanos e entram na blazer de Tyrus, indo para o ponto de encontro. 

Gus estava quieto, então Jesse permaneceu assim também. Mike estava ao lado de Tyrus, na frente e Jesse não podia ver seu rosto. 

Quando chegam ao local, eles esperam fora do carro. Não havia se passado uma hora quando um barulho vinha ao longe e Mike avista o avião comercial. Quando pousa, os três vão até o monomotor e entram, e Mike vê a hesitação do garoto em entrar. Mike o olha pacientemente e ele entra, se sentando de frente a Gus. 

Gus havia explicado que ele teria que cozinhar metanfetamina e apenas ficar em silêncio depois, quando fosse a hora de conhecer uma pessoa importante. Ele ia ensinar os químicos do cartel a fazer metanfetamina. Ele nem acreditava nisso ainda. E não tinha certeza se seria capaz. 

Gus parecia ter lido sua mente. 

- Você consegue. - Gus diz no fone, o encarando. 

Mike observa o garoto ao seu lado e se volta para Gus, para então olhar pela janela. Jesse tinha os olhos na janela, tentando não pensar nisso. 


Houve um problema com o químico, Angel. Jesse o achava muito cretino. 

- Eu só sei fazer assim, eu não sei fazer como ele quer. - Jesse diz, mexendo as mãos. 

Mike lê a tensão óbvia em suas costas. 

- Meu químico achou que já estaria pronto para administrar. Quanto tempo até conseguir? - Gus diz, em um perfeito espanhol. 

O químico responde algo, e Jesse se irrita. 

- Então diz para esse cretino, que se ele quiser que eu cozinhe, ele vai ter que trazer o que eu pedi. - Jesse diz para Gus, encarando Angel. 

- Eu entendo sua língua. - Angel diz, debochado. 

Mike sente a ondulação de Jesse e sabe que ele vai ter uma resposta a altura. 

- Então você sabe o que significa a palavra 'cretino'. - Jesse diz, insolente. 

- Vou levar de uma a duas horas para trazer até aqui. - Angel diz, olhando para Gus. 

- Ah, não tem problema, eu espero. Inclusive, vamos limpar este laboratório. - Jesse diz, analisando os tambores, andando ao redor, analisando. - Não me admira vocês produzirem algo de baixa qualidade. Tudo precisa estar limpo, em perfeito estado. Vamos limpar, lavar, enxugar, esterilizar o local, quero todos de roupa apropriada e só então depois de tudo descontaminado, iremos cozinhar. Compreende?

- Quem você acha que é?! - Angel diz, irritado.

Jesse para de frente a ele, e todos notam que o garoto é mais baixo que o outro, mas isso não impede ele de ser insolente e um grande merdinha metido. Mike também não tinha ido com a lata do químico, então esperava que Jesse fosse tão irritante como sabia ser. 

- Eu sou o cozinheiro que seu chefe mandou aqui para te ensinar como é que faz o produto. - Jesse responde, com o sorriso mais irritante no rosto. - Então pega o que eu preciso, cretino, e para de ficar reclamando igual uma vadiazinha causando barulho ou não tem produção. Cretino.

Jesse mantém seu olhar firme, encarando o químico. Mike observa tudo em silêncio, pensando consigo mesmo o quanto esse garoto tinha fibra. Gus estava de cara com a autoridade do garoto. Realmente, ele era um cozinheiro que sabia o que iria fazer. 


Jesse estava rodeado por Gus e Mike e o restante da equipe. Angel agora pegou um pedaço do crystal que ele produziu, reduziu em um pilão e jogou em um béquer com reagente. Com uma seringa, ele deposita na máquina e a contagem começa. 

Mike observa o garoto tenso a sua frente, coçando a nuca vez ou outra, encarando a máquina. 

Quando ela finaliza, a pureza indica 96,2%. Estava mais do que aprovado, o garoto realmente conseguiu fazer uma pureza alta. 

Jesse comemora, aliviado. E Gus sorri minimamente para ele, como quem diz "eu te disse". 

- Ótimo, você ficará conosco. - O rapaz diz, batendo no ombro de Jesse. 

Jesse para, olhando para ele. 

- Como assim? - Jesse pergunta, nervoso. 

- Você pertence ao cartel agora. - Ele diz e vai com os outros, rindo. 

Jesse olha para Gus, que se mantinha sério e olha para Mike, e Mike vê o olhar traído dele em sua direção e Mike não pode fazer nada no momento. 


Jesse estava sentado com Mike numa casa que tinha uma imensa piscina. Gus estava sentado de frente ao meio, olhando fixamente para a água. 

- Você não pensou em me avisar que eu teria que ficar aqui o resto da minha vida? Preso com gente que eu nem sei o que diabos estão falando?! - Jesse diz, magoado. 

Mike olha para ele, pensativo. 

- Eu vou te dizer uma coisa e quero que acredite nisso: ou você vai embora com a gente, ou ninguém vai. - Mike diz, sério. 

Jesse o olha, pensando. Resolve acreditar nele, pois parecia que ele não estava sabendo do plano todo, então para Mike dizer isso, havia algo aí. 

Os momentos seguintes depois que Mike pediu para ele ficar de pé, passaram como um borrão. 

Gus e Don Eládio brindando, mulheres de biquíni pela piscina inteira. Mike observando tudo. A garota em seu colo saiu e um homem musculoso com a pele de ébano se aproximou, sentando em seu colo, mas Jesse fez que não com a cabeça, ainda se sentindo fora de órbita sobre a possibilidade de não ir para casa. 

Mike observa as pessoas rodeando Jesse e se irrita, pois claramente ele não estava com a mente presente. 

As pessoas começam a cair, e Jesse se levanta, olhando assustado. Gus estava parado, e falava em espanhol. Don Eládio caiu na piscina e Mike pegou seu colar. 

- Seja útil. - Mike rosna para Jesse. 

Jesse acorda e pega uma arma e segue Mike, amparando Gus. 

Eles caminham muito apressados para o estacionamento e Jesse procura algum carro com chave na ignição. Achando, ele abre a porta de trás e Mike coloca Gus deitado.

Jesse estava com a arma em punho e viu o cara de antes aparecer, atirando em sua direção, Jesse sente Mike se virar, então acaba agindo rápido e se coloca na frente impedindo Mike de se mexer e atira com uma mão, matando o cara. 

Mike suspira cansado e se vira para Jesse, e para, desacreditado. 

Jesse estava com as mãos sujas de sangue, a arma tremendo nas mãos, olhando incrédulo para seu próprio peito. Ele ergueu o olhar e encara Mike a sua frente, tudo parecia em câmera lenta. 

- Mike.. - Jesse segura o braço de Mike e se apoia. 

- Vamos, Jesse, vamos... Aguente firme, eu sei que você consegue. Vamos garoto. - Mike arrastou Jesse até o carro, do outro lado. 

Mike entra no carro e sai cantando pneu, checando Gus que ainda estava meio acordado, olhando agora para Jesse com a cabeça caída. 

- Jesse.. - Gus murmura para Mike. 

- Ele se colocou na minha frente e ganhou um tiro no peito, ele.. - Mike diz, nervoso. Gus nunca tinha visto ele nervoso. - .. O pulso tá forte, mas tá perdendo sangue. Já vamos chegar lá. 

Mike corre com o carro, colando o ponteiro do velocímetro. Ao longe, Mike viu o galpão e reduziu, não querendo capotar. 

Jesse estava oscilando, sentia uma dor muito forte, além de se sentir fraco e cada vez mais uma dormência se apoderar dele. Mike indicou Gus para a equipe, e eles foram para dentro, deixando Jesse para trás. Mike abre a porta e pega o garoto no colo e o carrega para dentro, o colocando na maca. 

Todos estavam ocupados, então Mike começa a agir. Ele limpa suas mãos com álcool 70, pega uma tesoura, pinça e bacia de inox, voltando para o garoto. Mike corta sua camisa ao meio, e as mangas, puxando debaixo dele e usando para limpar a pele suja de sangue. Mike limpa com soro o furo, acertando bem na tatuagem de dragão que ele tinha. Mike com a pinça começa a procurar no buraco, e acha o projétil.

Segurando firme, Mike puxa para fora e pressiona a camisa em cima. 

Jesse abria e fechava os olhos, não conseguindo enxergar, balbuciando baixinho, mas Mike não entendia. Passando os olhos pelo garoto, Mike vê a calça rasgada no quadril. Ele puxa os tecidos para baixo, até as coxas para ter uma visão melhor. 

Havia um corte lateral, mostrando ser uma bala de raspão. Nada alojado. Mike suspira aliviado, e passa o olhar pelas pernas, parando na palavra impressa na virilha. 

O ar parecia ter sido sugado do ambiente. 

Mike não acreditava no que seus olhos estavam vendo. Ele ficou fora de órbita. 

Mike se deu conta do tempo perdido quando um médico o afastou e checou a ferida na perna, ele fazia agora outra checagem no peito e Mike se sentou próximo, observando em câmera lenta Jesse ser cuidado. 

Mike sai do torpor quando escuta o médico gritar. 

- Pega o desfibrilador, rápido! - O médico dizia, fazendo massagem cardíaca. 

Uma enfermeira vem com o aparelho e Mike sente seu próprio coração na goela, vendo o garoto tão pálido e imóvel. 

- Vamos, garoto.. reage. - Mike diz baixinho, sua garganta apertada, as lágrimas caindo. 

- Põe em 200. - O médico pede, esfregando os imãs. - 1, 2, 3. 

O corpo de Jesse pula, recebendo a carga de energia no peito. 

- De novo! - O médico grita. - 1, 2, 3. 

O corpo se choca de novo na maca, continuando inerte. Mike continua olhando sem piscar, seu coração acelerado. 

- 250. - O médico pede mais uma vez. - Vamos garoto, vamos garoto.. 1, 2, 3. 

O corpo balança mais uma vez e o silêncio é preenchido com um batimento cardíaco alto do aparelho. Mike vê os batimentos dele novamente na tela e respira, colocando as mãos no rosto. O alívio que recai sobre Mike é enorme e ele trata de limpar as lágrimas. 

Eles batem um raio X de cima e observam no computador. A bala tinha se cravado no osso, e não tinha acertado nenhuma artéria importante. Pelo que o médico falava, ele teve uma parada cardiorespiratória por causa da perda de sangue repentina. Eles suturam perfeitamente, com Mike próximo, observando. 

Eles já tinham iniciado uma transfusão de sangue e na bolsa tinha o nome completo de Jesse e o tipo sanguíneo. Eles tiram as roupas dele, jogando fora, junto com os tênis e meias, colocando um lençol azul por cima dele. Já haviam limpado e cauterizado a ferida do quadril, visto que o ponto naquela região iria estourar. E com ele inconsciente, ele não sentiria. Fizeram um curativo com pomada gelada e cicatrizante. Quanto ao peito, estava suturado apenas, sem curativo. Para respirar.

O peito havia sido limpo e agora Mike observa o peito subir e descer, enquanto a cor volta lentamente ao rosto do garoto. Ele esteve morto por quase 2 minutos, Mike jamais iria se esquecer disso. 

Os lábios pálidos aos poucos recobra a cor avermelhada que tinha naturalmente. 

Mike não ouviu o médico dizendo para ele dormir, continuando apenas ao lado do garoto, olhando rapidamente para Gus, que estava estável e dormindo. 

Jesse era seu Ômega, era sua alma gêmea.

Mike se lembra quando sua marca apareceu em sua pele, sabia que tinha sido em 1984, próximo do fim de ano, trabalhava como policial. Mike não acreditava ter uma alma gêmea pois nunca teve uma palavra, mas quando ela apareceu, ele não contou a ninguém. E então ele soube que um dia poderia morrer sem saber quem era, mas pelo menos saberia que tinha uma alma gêmea no mundo. 

E agora, depois de todo esse tempo, ele sabe quem é. Mike ainda não acredita realmente que isso esteja acontecendo. A noite passa rápido e Mike acompanha o ressonar suave de Jesse a sua frente, perdido em o observar e pensar no que irá fazer. 

O dia amanhece e Gus é liberado. Ele vem até Mike e o encontra com olhos de águia sobre Jesse, pensativo também. 

- Mike. - Gus diz, calmamente. 

Mike se surpreende e olha para cima, notando Gus. Ele se levanta e estala os dedos das mãos, cansado. 

- Como está o garoto? - Gus pergunta, terno. 

Gus gostava de Jesse, ele se parecia com a descrição que Max, seu eterno amor, dizia que queria em uma criança quando fossem adotar seus filhos. Um com a pele branca, olhos claros, rosto anguloso e cabelo despenteado loiro, encrenqueiro. E o outro seria negro, com olhos escuros, cabelos encaracolados, com rosto redondo, calmo. Se eles fossem adotar as crianças, elas seriam assim. No entanto, o sonho foi enterrado. Gus não o via como um filho, mas tinha uma grande empatia por ele, por lhe lembrar o melhor que houve em sua vida. 

- Ele está estável, vai ficar em observação. Ainda tá com o sedativo, mas logo vai acordar. Vai ser liberado em 6 dias. No mais, tudo certo, o garoto é duro na queda. - Mike diz, calmamente. - Mas e você? Tudo bem? 

Gus sorri. 

- Eu estou bem, obrigado. E fico feliz que Jesse também esteja bem. - Gus diz, tranquilo. - Precisamos ir agora, temos que caminhar nove quilômetros. 

Mike olha para ele, deitado na maca. 

- Mas e o garoto? - Mike pergunta, simplista. 

- Você poderia vir buscá-lo quando ele tomar alta, até lá, preciso de você de volta. - Gus responde, tranquilo. 

Mike acena com a cabeça e Gus vai falar com o médico. 

Mike se aproxima da cabeça do garoto e se permite tocar seus cabelos raspados espetados, sentindo contra sua mão. Sua pele estava quente, seu sangue circulava forte nas veias. Mike olha para seu rosto sereno e sua barba estava mais grossa, parecendo uma lixa. Quantas vezes Mike o viu passar a mão no queixo, duvidando. 

Mike se afasta com um último olhar e encontra Gus parado, o observando. Os dois caminham para fora dali em silêncio. 

Mike sentia que sua cabeça iria explodir.

 

Chapter 9

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Mike sente uma agonia no peito, mas mantém seu rosto fechado. Sentia que não era certo deixar ele assim sozinho, e quase ri de seu pensamento protetor e possessivo, se lembrando de quando Jesse disse algo parecido em mensagens.

"Jesse: Parece que a velha guarda pode ser abalada por uma bunda jovem, eu gosto como isso soa possessivo. Seu orgulhoso. " , Mike relembra, com um calor no peito.

- Ele é sua alma gêmea. - Gus diz, quando esperam o avião.

Mike ergue uma sobrancelha para ele e Gus sorri.

- Não estou julgando a mãe natureza, estou apenas afirmando. E acredito que ele não saiba. - Gus diz, calmamente.

Mike suspira, vencido.

- Não, ele não sabe. Ele nem faz ideia. Eu mesmo soube só quando chegamos aqui, quando abaixei as roupas. - Mike diz, olhando o horizonte.

- Sabe o que é mais interessante disso tudo? - Gus pergunta, e Mike nega. Ele continua. - Ele não precisou saber disso, para gostar de você. E não negue, você tem mais de uma prova, para exemplificar e usar de respaldo para isso.

Mike fica em silêncio, repassando todo seu contato e sempre esteve ali, na sua frente, só não quis enxergar. Não entrava em sua mente que ele pudesse realmente desejar alguém como ele. Ele não sabia, não se importava com esse negócio de alma gêmea, e ainda assim, se apaixonou justo por sua alma gêmea, sem saber que era.

Mike ganhou duas vezes na loteria.

- Não demore a dizer, ou eu mesmo farei. Sei como é para os ômegas e não será agradável. Do que mais você precisa? - Gus diz, tranquilo.

Mike não responde e o avião pousa.

 

 


 

 

Os dias eram terríveis, se alguém perguntasse para Jesse o que ele achou de ter que ficar sozinho no México. Sua perna tinha sido machucada e não incomodava tanto, mas o peito ele sentia dolorido constantemente.

Jesse contava os dias para ir embora e quando chegou, ele mau dormiu, estando acordado desde às cinco da manhã.

Mike também não estava diferente, tendo se ocupado em Albuquerque com tarefas e um Walter o enchendo o saco. Seu remédio foi sua neta, Kaylee. Somente ela lhe deu paz de espírito e alívio, para sua mente cansada e coração apertado.

Mike acordou cedo naquela manhã, pegando uma muda de roupa na casa de Jesse, além de sapatos também. Colocou tudo numa bolsa e foi para o ponto de encontro. Ele nunca achou uma viagem tão demorada como aquela. Isso estava tão agonizante quanto a vez que foi para o front.

Quando pousou, Mike sentiu vontade de correr até o garoto, mas se conteve, apenas caminhando devagar. Quando chegou, Jesse estava deitado, com o braço direito sobre os olhos e Mike suspirou aliviado. Parou no pé da maca e respirou fundo.

- Jesse. - Mike chama, suave.

Jesse tira o braço do rosto e se ergue rápido, fazendo uma careta de dor, levando a mão ao peito. Mas seus olhos brilhantes não mentem.

- Mike! - Jesse responde, visivelmente alegre.

Mike da a volta e para ao seu lado, e o garoto o abraça de repente. Mike retribui, sentindo o cheiro de seu cabelo curto, mas agora nem tanto quanto da última vez. O cheiro dele, o cheiro de Jesse. O garoto era uma bola de energia feliz em seus braços.

- Oi, garoto, vejo que você está bem. - Mike diz, divertido.

- Eu estou ótimo, apenas quero ir para casa. E você, como está? - Jesse diz, animado, o soltando.

Mike abre a bolsa, pegando a blusa branca do Havaí que o garoto tinha usado uma vez, desabotoando ela e o ajudando a vestir o braço machucado, sob o olhar irônico do garoto para a camisa.

- Estou ótimo, agora vamos, vou te ajudar aqui e vamos embora. - Mike diz, tranquilo.

O coração de Mike estava a mil, mas ajudou pacientemente a vestir o garoto. Quando chegou na parte da cueca, Jesse não reclamou, e Mike pôde ver a palavra de novo. Logo o ajudou com a calça, meias e os tênis.

Os dois saíram dali, caminhando até o ponto de partida, esperando o avião. Jesse estava calmo, e Mike também se sentia assim.

No avião, Mike se senta de frente a Jesse, como Gus havia feito e o observa abertamente. Jesse agora o encarava também, carregando um sorriso pequeno. Jesse se sentia sortudo por ter conseguido sobreviver para ver Mike mais uma vez. Se sentia grato. E agora sabe o quanto gosta dele, pois a saudade que sentiu, doeu tanto quanto seus ferimentos.

Dores diferentes, mas reais.

Mike pensava em como iria dizer para ele. Ainda tinha dúvidas e também tinha medo de sua reação, se fosse para ser sincero.

Mas ele iria falar, e seria hoje mesmo.

---

Em Albuquerque novamente, a chuva começa a cair. Mike estaciona seu carro na frente da casa de Jesse e os dois saem, entrando rapidamente, se molhando pouco.

- Ai, minha casa! Que saudade. - Jesse vai até a cozinha, falando alto.

Mike para no batente da cozinha, o vendo pegar suas vitaminas. Ele bebe com água, e suspira.

Era fim de tarde, e Jesse estava com fome. Ele pega algumas frutas, que já tinha picado antes de ir ao México em um pote e vê que estão bem conservadas ainda. Ele põe na mesa e pega dois garfos, estendendo um a Mike, que sorri erguendo a sobrancelha, mas se senta junto a ele e começam a beliscar.

- Nem acredito que tô em casa. Hospital, seja como for, sempre é uma merda. - Jesse murmura, pegando outra fruta.

Mike engole seu pedaço e o olha, contido.

- Por que você fez isso? Se atirar na frente de uma bala que era para mim. - Mike pergunta, sério.

Jesse o olha, defensivo.

- Fiz o que foi necessário, Mike. - Jesse diz, dando de ombros. - E faria tudo de novo, se isso te mantivesse vivo.

Mike semicerra os olhos.

- Você poderia ter morrido, Jesse. Se atravessar na frente de um tiro não é brincadeira, não foi sábio, garoto. - Mike diz, ainda sério. - E se você tivesse morrido, Jesse?

Jesse pega outro pedaço de fruta e fica quieto, franzindo a sobrancelha.

- Então seria menos um problema na sua vida, Mike. - Jesse diz, sério. - Você acha que me arrependo? Porque eu não o faço, se quer realmente saber.

- Na verdade, seriam dois problemas na minha vida, garoto. - Mike diz, calmo.

Jesse fica confuso.

- Como.. o que?! - Jesse diz, tentando entender. - Como seria dois?

Mike sorri, minimamente, o olhando com carinho. Jesse fica surpreso com sua afetuosidade mais clara nos olhos.

- Porque se você morrer, eu não conseguiria te dizer minha palavra gravada na pele, e nem saberia se você aceitaria ser meu ômega ou não, garoto. - Mike diz, suavemente.

Jesse fica estático. Ele não tinha certeza se tinha entendido o que Mike acabou de lhe dizer. Mike podia até ver as engrenagens rodando na cabeça do garoto.

Quando ele olha para Mike de novo, e o vê com os olhos brilhantes, Jesse tem certeza que entendeu.

- Você é minha alma gêmea?! - Jesse pergunta, ainda tentando entender.

Mike se encosta na cadeira, relaxando. Algo na postura de Mike o indica que sim e ele se levanta, ainda com o rosto surpreso.

- Idílico.. - Jesse fala baixinho, olhando para Mike.

- Idílico. - Mike diz, solene.

O sorriso que Jesse abre, ilumina o coração de Mike. O garoto ri sozinho, desacreditado.

- Meu Deus, eu ganhei na loteria por duas vezes seguidas, vadia! - Jesse comemora, aliviado e rindo, e começa a chorar.

Mike que estava vendo tudo com um sorriso no rosto o puxa para si, e Jesse vai de bom grado, se sentando no colo de Mike, enfiando a cara no pescoço.

Os soluços vieram fortes e Mike apenas o abraça, acariciando suas costas, sem o apertar demais por conta do ferimento de bala. Mike o entendia, pois não era segredo que Jesse achava que morreria sozinho.

Mike libera seus feromonios e o garoto relaxa em seu colo, soluçando mais esparsamente, fungando baixinho. Jesse pega o guardanapo da mesa e limpa o nariz, suspirando.

Jesse agora estava calmo, pensativo. E Mike sabia que ele tinha uma pergunta e não demoraria a perguntar.

- Mike.. - Jesse diz, nervoso.

Ah, aí estava.

- O que há? - Mike diz, calmo.

Jesse hesita.

- Você sabe que eu saber que você é minha alma gêmea, não altera o fato que, sem saber disso, eu já gostava de você? Você entende isso? Eu não quero que pense que estou apaixonado agora porquê agora sei. - Jesse pergunta, exalando nervosismo.

Mike ri, com carinho.

- Eu sei que você gosta de mim antes disso, garoto. Eu também gosto de você antes disso, mas tinha suspeitas que você talvez pudesse ter a mesma palavra que eu, desde quando você estava no cio. - Mike diz, suavemente. - Mas tive certeza apenas no México. E então eu quase te perdi.

Jesse brincava com seus botões da camisa.

- Agora você entende porquê fiz o que fiz, mesmo você não gostando disso. E eu não quero discutir isso. Por favor. Eu repetiria outras vezes se tivesse que fazer isso para te salvar e ainda seria um prazer. - Jesse diz, baixinho.

Mike suspira, quieto. Mike não julgaria ele jamais, pois Mike estaria disposto a morrer por Jesse, e para Mike, isso seria um prazer.

- Eu preciso de um banho. - Jesse murmura, sem fazer esforço para se mexer.

- Isso é um convite? - Mike pergunta, divertido.

Jesse bufa e se afasta do pescoço, o encarando agora.

- Demorou, daddy. - Jesse diz, fazendo menção de se levantar.

Mike segura sua cintura, o apertando em seu colo, se aproximando de seu ouvido.

- Se comporte, ou posso pensar em te punir até o dia do cio. - Mike fala, rouco.

Jesse treme e Mike sabe que não é de frio. A excitação de Jesse sobe no ar e inebria a mente de Mike.

Mike se levanta e apoia Jesse, momentaneamente. Os dois sobem e Jesse vai direto ao banheiro, desabotoando a camisa de frente a Mike, que tinha um sorrisinho jocoso na cara.

- Gostando do show particular? - Jesse pergunta, abrindo o último botão.

- Você não imagina o quanto. - Mike responde, suave.

Jesse fica vermelho e Mike o acha adorável, porque ele não sente vergonha de o provocar, mas fica tímido quando ganha uma resposta sincera.

Jesse enche a banheira com água quente, e então termina de tirar sua roupa, com Mike ajudando a tirar as meias.

Nu como veio ao mundo. Mike fica de pé e se aproxima de Jesse, passando o polegar por cima da palavra de nascença. Jesse se arrepia inteiro, e Mike vê seus poros dilatados.

- Você vai deixar eu ver a sua depois? - Jesse pergunta, olhando para baixo.

Mike ergue o olhar e levanta a mão para o queixo de Jesse, erguendo sua cabeça. Mike mergulha naqueles olhos e sorri.

- Tudo o que você quiser, garoto. - Mike diz, carinhoso.

Jesse fica vermelho e se vira, fugindo da intensidade que era Mike, entrando na água. Mike se senta na beira, observando a pele dele ficar vermelha com a temperatura da água.

- Você me ajuda com o curativo? - Jesse pede, fazendo careta.

Mike se inclina e puxa devagar, tirando o esparadrapo e as gazes, vendo os pontos mais secos.

Jesse se deixa escorregar para molhar o cabelo e olha para Mike, sorrindo.

- Estou pensando em cortar o cabelo, está me.. agoniando. - Jesse diz, subindo de volta.

Mike olha o cabelo molhado, mas ainda não estava cheio demais. Mike lembra de quando o conheceu, seu cabelo cheio e despenteado.

Mike o observa limpar o peito devagar, curtindo a água quentinha.

Jesse estende a mão para Mike uns minutos depois e ele se ergue, puxando Jesse. Ele abre o ralo e se enxagua no chuveiro, tirando o restante do sabão. Mike o ajuda a se secar e a vestir uma camiseta fininha e larga, que não aperte.

Mike veste uma cueca nele e um short de futebol e Jesse seca o cabelo. Os dois descem e Mike se despede, com um beijo casto, prometendo voltar a noite.

Jesse se recosta no sofá e liga a TV.

 

 


 

JESSE

 

Eu nem consigo assimilar o fato de que pela primeira vez na minha vida, eu me sinto finalmente abençoado. Eu me apaixonei pela minha própria alma gêmea, meu Deus! Parece até mentira, sinto que vou me acordar desse sonho a qualquer momento. Depois de tanta merda, acho normal me sentir assim agora.

Mike se tornou tão especial para mim, que nem consigo por em palavras suficientes. Isso tudo começou antes do cio, quando de repente a minha mente drogada olhou para ele trazendo meu dinheiro de volta para mim, de pé na ponta da escada, e eu idiotamente falei implorando "por favor, por favor" e reparei no olhar dele ser de um azul muito bonito. Tive a impressão de que a pupila dele dilatou, mas na época achei que fosse raiva, e talvez até fosse só isso, mas agora minha mente diz que poderia ter sido de desejo ao me ver implorar falsamente para ele não matar o homem lá embaixo.

E depois a minha mente drogada imaginou como seria o pau dele, se ele ainda daria no couro, e então veio o cio e dormimos na mesma cama. Eu havia me acordado com ele se acordando, percebendo minha bunda contra a ereção dele. Eu apenas continuei respirando calmamente e foi tão interessante ouvir ele respirar fundo. Eu queria me esfregar mais contra ele, mas ele se foi.

A segunda vez foi na minha casa, antes do México, depois dos socos trocados com Walter. Sentir seu pau duro contra minha bunda de novo foi bom, mas ouvir ele gemer baixinho quando me aconcheguei mais ainda contra ele, cara.. tá no meu top 3 coisas mais gostosas que já ouvi. E tudo no top 3 tem haver com Mike.

Doeu para um inferno aquela bala, mas eu não me arrependo, eu me jogaria de novo se fosse preciso e não me importo de me encher de cicatriz, contanto que ele permaneça vivo. Mike se tornou algo que eu nem sabia que iria se tornar quando falei a Gus que gostaria de estar mais perto dele. Ali eu já tinha pensando em seu pau, mas não pensei que chegaria ao ponto de agora. E eu estou feliz como nunca pensei que seria.

Não tem Jane, não tem Andrea, não tem Karina, não tem Wendy, e as outras duas garotas com quem fiquei, que chegue perto do que Mike faz eu sentir e só demos um beijo casto.

Imagina quando a gente se beijar pra valer, meu Deus, sinto meu pau duro só de pensar o que aquelas mãos vão fazer. Não estou no meu melhor momento, sinto que emagreci alguns quilos, me sinto fraco, preciso ficar em forma e quando eu tiver um pouco melhor do peito, Mike mal perde por esperar. Antes do México, teve duas vezes que o tesão me dominou a ponto de eu treinar como cavalgar, pra quando eu sentar no pau do Mike, eu poder dar todo o prazer do mundo para ele.

E cara, descobri uma mola no lugar da cintura e quadril, quando se trata de cavalgar.

Meu aniversário é dia 24, então resumidamente faltam 9 dias para eu fazer 26 e, seria muito louco se meu cio começasse próximo a data. Seria o aniversário mais legal da minha vida, por poder passá-lo com Mike. O próximo cio não vai ser igual o primeiro, tenho certeza que Mike não vai hesitar em me reclamar. Quero dar tanto até não conseguir andar, quando o cio passar. E quero acabar com Mike também, mas por ele ser alfa, o cio é uma vez ao ano, preciso saber quando será o dele e fazer uma boa recepção.

Uma batida na porta me chama a atenção e então me levanto para abrir, dando de cara com Mike. Olho para fora e vejo que já é noite e me afasto, deixando ele passar.

- Eu não havia reparado na hora passando, nossa. - Digo, suspirando.

Mike deixa com que eu o abrace, e ele rapidamente passa as mãos pelas minhas costas, me puxando para ele.

- No que estava pensando? - Mike pergunta, e me sinto arrepiar.

A voz de Mike era um tesão para mim e meu corpo responde, e ele sente, rindo baixinho e isso faz meu corpo arrepiar pela segunda vez.

- Acho que entendi. - Mike diz e se afasta, para me olhar.

Os olhos de Mike tem um brilho e eu me sinto derreter.

- Não pense bobagem, apenas meu corpo fica fraco e se rende quando ouço sua voz. - Digo, baixinho. - Deveria ser crime ter uma voz como a sua.

Ele ergue uma sobrancelha para mim, divertido.

- De velho? - Mike pergunta, sorrindo jocoso.

Bufo, passando a mão sobre seu coração.

- Máscula, grossa mas aveludada, sexy para todos os efeitos. - Digo sentindo a droga do meu rosto esquentar.

Merda. Agora ele ria, e eu só pude observá-lo. Eu realmente era abençoado.

- Terei isso em mente. - Mike diz e me puxa para o sofá.

Sentamos lado a lado e eu procuro meu telefone, achando o número da pizzaria do meu amigo.

- Pizzaria Abacaxi e Pimenta, qual o seu pedido? - Zigg atende, provavelmente chapado.

Sorrio com a imagem dos olhos caídos.

- Qual foi, Zigg, só de boa? Entrega na minha casa uma pizza de quatro queijos com pepperoni e uma broto dois amores, e um refrigerante grande do que tu tiver mais gelado. - Digo, sabendo que ele ia surtar.

- Pinkman? Jesse fodido Pinkman? Tu ainda é vivo, praga?! Jah sagrado do céu, quanto tempo, meu mano, tu é o maior pau no cu que eu conheço hein?! Custava ter ligado antes, cabeça de lâmpada? - Zigg gritava alto.

Mesmo segurando o telefone longe da orelha esperando ele terminar, eu ainda podia ouvir.

- Tá, tá.. anotou o pedido? - Pergunto, cansado. Ele afirma do outro lado. - Fechou então mano, valeu.

Desligo e jogo o telefone do meu lado e quando olho para Mike pra avisar o jantar, ele me olhava com a sobrancelha erguida.

- Devo me preocupar com essa sua amizade? - Ele pergunta, meio sério.

Acabo rindo nasalado.

- Zigg? Não, ele fuma apenas erva, cigarro comum e bebe vinho. Ele é todo paz e amor, entendeu. - Digo rindo ainda, lembrando dele. - Ele é legal, você vai ver, fazia muito tempo que eu não falava com ele, aposto dez pratas que ele vem entregar a pizza, sendo que ele é o pizzaiolo.

Mike ri, balançando a cabeça. Ele escolhe um filme de comédia romântica e eu olho de soslaio para ele, bufando.

- Tudo bem, Francis Coppola, escolhe um filme então. - Mike diz, irônico, e me entrega o controle.

Eu dou risada, olhando para ele. Zapeio a TV e uns 10 canais depois, acho um que eu particularmente adorei, mas ninguém precisava saber disso.

- Já que o tema é romance, acho que você vai gostar desse. - Digo e solto o controle.

Mike ergue a sobrancelha, e eu apenas sorrio.

Eu sei que, no fundo, ele vai gostar.

Notes:

Peço desculpa pela demora, muita merda rolando.

Logo mais atualizações. Desenvolvimento do epílogo está indo bem.

Deixem seus kudos e comentários (decentes!) são sempre muito bem vindos!

Até o próximo!

P. S. : desisto de botar a fanfic por motivos de que ainda estou lidando com muita merda. Quando eu postar o epílogo, revisarei a história inteira.

Chapter 10

Notes:

Se tiver algum erro de digitação, me perdoa, eu não tenho beta.

Responderei os comentários logo.

Atenção as notas finais.

Boa leitura.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

A batida na porta soa e eu me levanto, indo até lá para atender. Zigg com os olhos chapados começa a rir e eu acabei rindo também, o abraçando de volta, quando ele me puxa. 

- Jesse, Jesse.. você tá vivo mesmo, cara, que loucura. - Zigg diz, me olhando com um braço à distância. 

- Porra, você falou comigo no telefone, se não era eu, era quem? Jesus? - Digo, sarcástico. 

- Muito bom te ver mano, você parece bem.. ah, entendi, você virou crente?! Pode crer, a paz do Senhor pastor, legal te conhecer também! - Zigg diz, olhando pelo meu ombro. 

- Quê? Crente? Pastor? Do que você.. - Digo e olho para trás. 

Mike estava parado atrás de mim, com o rosto sério. Ai, eu não acredito. 

- Não, Zigg, eu não virei crente e ele não é pastor, ele é meu alfa. Este é Mike, Mike este é Zigg, o amigo de quem você falou. - Apresento olhando de um para o outro. 

Zigg me olha surpreso. 

- Aí, você vai contar hein, o que é que tem com as pessoas mais velhas? Minha alfa é uma coroa também, acho que é o mal dos ômegas. Satisfação, me chamo Joshua, mas pode me chamar de Zigg. - Zigg diz, estendendo a mão. 

Curiosamente, Mike aperta. 

- Pode me chamar de Mike. - Mike diz, calmo. 

- Certo, Mike. Então Jesse, eu vou nessa, senão eu estou frito. Essa é por conta da casa, a gente se vê, irmão. - Zigg diz, entregando as caixas para Mike. 

Eu peguei o refrigerante. 

- Valeu Zigg, nos vemos por aí. - Digo e ele se vai, arrancando com uma kombi. 

Quando eu virei para o Mike, comecei a rir. 

- Pastor? Meu Deus, que merda. - Digo, tentando parar de rir. 

Mike parece pensativo. 

- É, eu deveria ter tentado, não estaria tão solitário, sendo que pastores sempre tem muitos.. fiéis. - Mike diz sério. 

Sinto a graça acabar na hora e o olho sério, pensando no que ele falou. Esse velho comedor de gente tá falando.. 

Mike ri. Ri não, ele gargalha. Eu o olho pasmo, me achei enganado. 

- A tua cara, foi impagável. - Mike diz, ainda rindo. 

- Se você fosse padre, diferentemente de pastor, eu ia pecar com gosto, só pra ganhar penitência, com certeza. - Digo, baixo. 

Ele para rir e me olhar. 

- Olhando por esse lado, ser padre seria mais interessante. - Mike diz, se aproximando e eu sinto meu estômago rodar. - Você iria pecar tanto assim? E o inferno, garoto? 

Dou uma risada nasalada e me aproximando, invadindo seu espaço pessoal e escudo ele puxa a respiração. 

- Bem, bem.. me confessaria nos mínimos detalhes. - Falo baixinho, tocando seu peito. - É como dizem, se está no inferno, abrace o capeta. 

Mike rosna baixinho e sinto minha pele arder. Suas mãos colam nossos corpos, e ele respira no meu pescoço, chupando minha pele. Um gemido escapa dos meus lábios, e suas mãos apertam minha cintura, enquanto passo minhas mãos apertando o peitoral dele. 

- Acho melhor parar agora e comer a pizza, ou vou acabar te dobrando aqui agora. - Mike diz, se afastando. 

Suspiro, olhando seu olhar afetado. 

- Sim, não se come a sobremesa antes do jantar. Não é mesmo? - Digo e vou para a cozinha. 

Pego pratos, talheres e copos, voltando para a sala, me assentando ao lado do Mike, que me olhou pensativo. Sorrio de lado.

Abro as caixas e nos servimos, prestando atenção no filme. Comemos em silêncio e um tempo depois nos achegamos juntos, prestando mais ainda atenção no filme. 

Vez ou outra eu não me controlo e olho para ele, tentando ver pelo seu rosto se ele está gostando ou não, mas tudo que vejo é um olhar gentil para a tela. 

Um tempo depois, o filme acaba e está de olho em Mike, na expectativa. Ele olha para mim pensativo. 

- É.. esse filme é realmente bom. Esse Sr. Darcy pareceu abalar a Srta. Bennett. - Mike diz, calmamente. 

- O Sr. Darcy é um excelente cavalheiro, ele é o ideal de marido, seja para homem ou mulher, porque ele é honesto, mesmo que isso cause atritos. Ele procura seguir sua ética, sem olhar a quem. E quando tiver uma oportunidade, proteja e cuide da melhor maneira possível. É um bom ouvinte e pesa suas palavras, na intenção de passar exatamente o que acha. - Digo, pensando melhor sobre ele. - Ele é ele mesmo, independente do que ocorra. Ele não muda de acordo com os lugares ou pessoas, ele é o que está em qualquer lugar. 

Mike parece divertido, e o olho com um sorriso. 

- Você parece ter visto esse filme muitas vezes para ter essa visão tão concreta. - Mike diz, calmamente. - Você realmente é uma caixinha de surpresas. 

Olho para ele com a melhor cara sarcástica que consigo fazer. 

- Um viciado que vê filme romântico de época parece tão surpreendente assim? - Pergunto irônico, mas acabou que saiu de uma forma genuinamente curiosa. 

Mike pensa por um momento. 

- Não é impossível, mas difícil de acreditar, se fosse outra pessoa falando sobre isso. No entanto, eu mesmo vi, mas ainda acho sim, surpreendente. - Mike diz, sincero. - Venhamos e convenhamos, esse não é o primeiro pensamento de alguém sobre que tipos de filmes um ex-viciado assiste. 

Ele destaca o ex, na frase. Sorrio um sorriso sincero e me deixo pensar, como quem mede o que foi aqui. 

- Sim, sim.. bem, realmente. - Digo, concordando. - E você gostou do filme? 

Mike sorri, suavemente. 

- Sim, é um excelente filme. Com certeza, assistiria mais vezes. Quanto mais vezes se assiste a um filme, mais coisas você descobre que não havia notado antes e novas interpretações podem ser feitas. - Mike diz, sincero. - Você gosta muito desse filme, não é? Uma vez ou outra eu vi você sussurrando as falas. 

Sorrio para ele, um sorriso completo. 

- Bem, vamos que.. esse é meu filme conforto, por assim dizer. - Digo e ele ergue uma sobrancelha. - Quando está chovendo, eu assisto esse filme. Quando não me sinto bem, eu assisto esse filme. Quando estou bem, também assisto esse filme. É um filme que eu assisto e me sinto confortável, então.. meu filme conforto da vida. 

Mike cantarola baixo, em entendimento. 

- E você? Qual o seu filme conforto? - Pergunto, curioso. - Um que você pode assistir para sempre e nunca iria gostar. 

Mike fica pensativo por um momento, vasculhando nitidamente sua mente. Enquanto isso, eu o observo concentrado, sua testa levemente franzida, realmente se esforçando para me responder. Deus, que homem. 

- Por incrível que parece, eu assistiria a mais de um, mas como você respondeu com um, então o meu seria Um Sonho de Liberdade. - Mike responde, casualmente. 

Esse eu não sei, e acho que fica evidente em minha cara, porque ele bufa para mim. 

- Vou achar e vamos assistir juntos, mas dessa vez, em minha casa. O que acha? - Mike pergunta, gentilmente. 

- Por mim, pode ser. Fiquei curioso sobre ele agora, mas não diga nada, quero que tudo seja um mistério que eu mesmo vou ver no dia. Sem spoiler. - Digo, suspirando. 

Mike ri nasalado. 

- Tudo bem, garoto, você manda. - Mike diz, divertido. 

Olho para ele e dou uma risada sincera. 

- Você vai para casa ou vai dormir comigo? - Pergunto, tentando parecer casual. 

Mike ri, com olhos carinhosos. 

- Eu tenho um serviço para fazer, mas assim que acabar, eu posso vir e dormir com você. - Mike diz, calmamente. 

Dois ombros. 

- Ok, por mim tudo bem. Te dou a chave e você abre.. - Explico, suavemente. 

- Eu tenho uma cópia, garoto, relaxa. - Mike diz, depois de me interromper. 

Olha para ele, curioso. 

- Você também me surpreende, Mike. - Digo e sorrio. - Você já tem que ir já? 

Mike olha as horas, conferindo. 

- Não, ainda tenho uma hora e um pouco. - Mike diz, calmo. 

Sorrio para ele, animado. Me coloco de pé e ele me olha, com uma pergunta em seus olhos. 

- Quero te mostrar uma coisa, vem comigo. - Digo suavemente e estendo a mão. 

Ele olha para a minha mão e a segura com a sua, se levantando. 

Puxo ele comigo para as escadas e vamos até meu quarto, e paro na lateral da cama onde ele dormiu da outra vez, com o lado da janela. Estava um céu lindo e estrelado e iluminado bem aquela parte da cama. 

- Se sente, e espera. - Digo e me viro, indo a minha mesinha. 

De costas para Mike, eu respiro fundo e tento controlar minha ereção, mas é muito difícil. Olho as folhas e acho o desenho que eu tinha feito dele enquanto a gente estava nos dead drops. Esse foi feito no dia que mostrei para ele que eu entendia muito sobre viciados e fiz Tucker sair de dentro de casa com apenas uma pá, um chão cavado e um sonho. 

Seguro a folha e tiro a camisa, ficando com o torso nu. Seguro a folha e me viro, sentindo o olhar do Mike queima minha pele. 

Quando estendo a folha ele fica surpreso, a princípio. 

Jesse tira os sapatos de Mike enquanto ele olha o desenho. 

- O que você vai fazer? - Mike pergunta, baixo. 

Olho para ele e para a folha, e volto o olhar para ele mais uma vez. 

- Eu fiz este desenho na folha, mas agora.. - Digo baixinho e devagar. - .. eu vou fazer um desenho na sua mente. Para você literalmente carregar para todos os lugares com você. 

Ouço sua respiração ficar suspenso quando toco em seu cinto, abrindo a fivela e desabotoando a braguilha. Antes de poder descer a calça, ergo uma mão e desfaço seus botões da camisa social e sou abençoado com a visão de seu peito forte e coberto de pelo branco. Parece com neve e é tão macio ao toque, sinto uma vontade irresistível de esfregar meu rosto ali e não me faço de rogado, e assim que aspiro seu cheiro e esfrego a bochecha, ouço Mike suspirar baixinho. 

Eu afasto sentando sobre meus tornozelos e puxo sua calça, recebendo a ajuda de Mike erguendo o quadril. O volume era muito bem marcado, mas eu queria ver em núcleos. Puxo sua cueca para baixo e ofego baixo, surpreso com a grossura. Era grande, mas a sua grossura me deixou de cara. E a cabeça bem rosa estava avermelhada. Tenho a impressão de estar parecendo aqueles cachorros de rua olhando para uma máquina cheia de frango assado girando. 

- Será que vai caber?! - penso comigo.

Mike ri, surpreso. 

- Veja por si mesmo, bebê. - Mike diz, calmamente. 

Sinto meu rosto queimar ao perceber que pensei alto. Merda, que vergonha.

Toco em seu pau com minha mão, e o escuto suspirar. Era tão macio e duro, como qualquer pau que fique duro, mas por ser o dele.. parecia a oitava maravilha para mim. Eu nunca fiz isso, mas vou fazer como eu acho que ele gostaria. Me aproximo e passo a língua devagar sobre sua cabeça e ele puxa o ar mais forte, e eu me afasto. 

- Eu fiz algo errado? - Pergunto, genuinamente em dúvida. 

Vai se saber, né?! 

- Não, claro que não, meu bem. Continue, está tudo bem, garoto. - Mike diz, mais suavemente. 

Volto a lamber a cabeça e passo a língua umida por toda a sua extensão, observando seu pau ficar mais duro. Por um impulso, abocanho a cabeça e ele geme, baixinho, enquanto trabalho só na ponta. Aos poucos desço mais minha boca e vou tomando pedaço por pedaço. 

Mike fez sons compreensíveis de que estava muito bom, e comecei a sentir um ardor na garganta pela falta de ar. Sinto meus olhos encherem d'água pela pressão e falta de ar, mas continue a levá-lo devagar e sempre. 

- Muito bom, meu garoto, você está levado o pau do seu alfa tão bem e ah, muito bom, Jesse.. - Mike falou baixinho, e isso suportou mais ainda o meu pau. 

O cheiro de Mike era algo inebriante, de fato. Eu senti sua emoção, mas eu estava sentindo o cheiro por baixo disso, por baixo do sabão usado de manhã, por baixo de sua colônia pós-barba, apenas seu cheiro natural e isso era tão gostoso que acabo gemendo em volta do seu pau e ele ofega. 

Me afasto um pouco e pela primeira vez, ergo meus olhos. E a visão que eu tive foi de tirar o fôlego. 

Mike estava com a camisa aberta, com as pernas abertas na ponta da cama, com as mãos sobre o colchão de apoio, me observando com os olhos altamente intensos, dilatados em puro prazer. Eu acabo mergulhando em seus olhos e gemo, com a boca cheia de seu pau. Ele trava a mandíbula, fortemente, pois vejo sua movimentação muscular. 

Respirando pelo nariz, vou engolindo mais e mais, ignorando a pressão e o lacrimejar irritante que sobe em meus olhos e continuo o encarando, relaxando mais e mais a garganta até sentir seus pelos em meu nariz, com seu pau todo em minha garganta, arrancando um gemido rouco e grosso dele, sentindo meu pau pular no short. 

Mike ergue sua mão em minha direção, e sinto um carinho na bochecha, enquanto ele me olha com os olhos fixos, dilatados e alongados como duas estrelas. 

Desço meus olhos para a palavra na virilha e ergo a mão, tocando ali. Mike estremece e eu me arrepio; era mais linda do que imaginei. 

Subo os lábios até a ponta e volto mais devagar, até o fim, mantendo esse ritmo torturante. Quando estou com minha boca no talo, ao invés de subir tudo, subo só até a metade e desço de novo, e de novo, e de novo, fodendo minha garganta com seu pau gordo. 

Mike era uma visão e tanto, apoiado com as duas mãos e a cabeça jogada para trás, gemendo vez ou outra, erguendo os quadris contra mim. 

- Bebê! Você tem uma boca de veludo tão gostosa.. - Mike diz, acariciando minha cabeça agora com uma mão. 

Deus, eu poderia gozar agora, mas apenas gemo em seu pau, causando mais ruídos molhados que enchem o silêncio do quarto. 

Continuo chupando e toco suas bolas com uma mão, acariciando elas lentamente dando um alto contraste com a rapidez da minha boca. Mike geme e grunhe tão grosso, enviando ondas para a cabeça do meu pau e me desfaço no meu short, gemendo ao redor do seu pau, parando os movimentos, apenas fechando os olhos e sentindo minhas pernas tremerem. 

Quando abro os olhos, Mike me observava como um falcão e ainda o olhando, volto a chupar mais forte, mais rápido, mais fundo, sempre ao talo, emitindo sons molhados e obscenos, gemendo languidamente e sinto ele começar a tensionar as bolas que ainda estavam sendo acariciadas. 

- Garoto.. - Mike diz rouco, em aviso. 

Apenas intensamente mais e seguro suas coxas, o olhar nos olhos dele me deixa fraco e Mike me dá a imagem mais sexy que já vi. 

Ele ergue os quadris empurrando em minha boca, segurando minha cabeça com uma mão contra ele, e geme rouco e lânguido, enchendo minha garganta com sua porra quente e grossa. Respiração fundo pelo nariz tentando não engasgar. Mike tinha a cabeça jogada para trás e a boca entreaberta, respirando fundo. 

Quando ele solta o aperto, limpou seu pau com a minha língua, e chupo sua cabeça, tirando da boca com mais um som e estalo molhado, obsceno. 

- Você foi tão bom para mim, meu bebê. Vem, eu vou cuidar de você. - Mike diz, carinhoso e extremamente relaxado. - Você quer ser cuidado por seu alfa? 

Seguro em seus joelhos e me levanto, sentindo a reclamação. 

- Sim, senhor.. - Digo rouco, quase sem voz. 

Ele me olha surpreso, e me puxa para si. 

- Ah, meu bebê, você está com um problema aí, sim? Deixe-me cuidar de você. - Mike diz, calmamente. 

Ele me faz deitar ao seu lado e olha meu corpo. Mike beija meu pescoço, aspirando o cheiro fortemente. Sinto-me suportar de novo, e minha vontade de que Mike me toque só aumenta. 

Ele nota isso. 

- O que temos aqui? Parece que você não quis dividir comigo. Isso foi mau, garoto. - Mike diz, gentil. 

Sua mão toca meu pau e eu gemo, erguendo os quadris contra ele. Mike se coloca de pé e olha para meu short, passando um dedo pelo contorno da mancha molhada. Com as duas mãos, ele tira meu short e ele toca minha palavra. Ronrono baixinho e ele sorri, me olhando. 

O dedo dele passa na minha virilha e pega minha porra, levando aos lábios. Eu o olho de boca aberta, e ele sorri ladino, se ajoelhando entre minhas pernas. 

- Você é gostoso de muitas formas, garoto. - Mike comenta, passando o olhar pelo meu corpo. - E você está pronto de novo, só para mim. 

Mike se apoia sobre as mãos e beija meu pescoço, instruído seu corpo no meu, arrancando suspiros da minha boca. Os lábios dele junto com o cavanhaque estavam me atiçando de uma maneira nova. 

Sinto a mordida no pescoço, chupando em seguida e acabo gemendo alto, apertando suas costas com meus dedos. Ele faz de novo, sem ser forte, do outro lado e logo os quadril, chocando meu pau na sua barriga. 

Ele para sobre mim e abro os olhos para encontrar ele sorrir, seus olhos olhos me olhando com um brilho de desejo e sentimento não nomeado. Passo a mão em sua cavanhaque e desenho o contorno de sua boca com o dedo. 

- Eu sempre quis te tocar aqui.. - Minha voz sai rouca, ainda tenho a garganta irritada. 

Mike pega meu dedo, beijando a parte da carne. 

- Eu queria fazer isso. - Mike diz, calmamente. 

Mike me beija. De início é calmo, como um reconhecimento, mas quando sinto sua língua na minha, não consigo evitar puxar seu rosto para mim, mais próximo, querendo fundir nós dois. 

Mike beija de uma maneira que nunca experimentei de ninguém. Sua língua parece um doce martírio, e quando sinto seus dentes mordendo meus lábios inferiores, não consigo não gemer em sua boca. Gemidos que são logo engolidos por novos beijos repletos de volúpia. Mike é de tirar o fôlego. 

Mike se afasta e me olha, e vejo um brilho de orgulho em seu olhar. 

- Você é uma visão, garoto. - Mike diz, gentilmente. 

Coro com o pensamento de estar desejoso pare ele. 

Mike beija meu peito e com extremo carinho e delicadeza meu ferimento. Ele lambe meu mamilo e o mordisca, arrancando suspiros. Eu não imaginava que pudesse ser tão sensível. 

A mão de Mike serpenteando sobre minha barriga, para ao redor do meu pau bombeando devagar. 

- Você vai gozar quando eu disser. - Mike diz, baixo. 

Mike para me provocar nos mamilos e tomar meus lábios novamente, bombeando mais forte. 

Sua mão era forte e firme, dando atenção para cada cantinho. Sinto meu corpo esquentar e sei que vou gozar. Gemo em aviso, e Mike intensifica os movimentos. 

- Ainda não. - Mike se afasta e diz, firme. 

Sua mão subia e descia sem dó em meu pau e eu não consigo ficar parado, me esfregando contra ele. 

- Mike, por favor.. - Peço, em meio a lamúria de gemidos. 

Mike cantarola em aprovação. E se afasta, indo mais para trás. Sua mão ainda estava me estimulando e eu sinto meu corpo retesar em antecipação. 

- Goza para mim, bebê. - Mike diz, rouco. 

E sinto sua boca sobre minha cabeça e gozo em sua boca, com Mike chupando e passando a língua, me estimulando de uma nova forma. Meu corpo treme e gemo chamando seu nome, minhas mãos ficando suadas apertando os lençóis. Quando relaxo completamente, Mike me limpa, ainda chupando meu pau super sensível. Não consigo evitar alguns suspiros de reflexo pela sensibilidade e Mike me atiçar mais ainda com sua boca. 

Olho para baixo, com dificuldade e Mike está lambendo meu pau, limpando e ele ergue o olhar, e se eu não tivesse acabado de gozar, então eu teria gozado agora. 

- Ah, papai .. estou sensível. - Digo baixinho, parecendo mais um gemido. 

Mike ri e se afastou, deitando ao meu lado, me puxando para seu peito. 

- Se me chamar de papai de novo, vou dobrar você nos meus joelhos e você vai ficar com a bunda ardendo, pela provocação. - Mike diz rouco, rosnando baixinho, me apertando contra ele. 

Me arrepio, querendo que ele faça isso agora. Ele faz um tsk com a boca, mas ainda sorrindo.

- Venha, vamos tomar um banho. - Mike diz e eu apenas não me mexo. 

Mike se levanta e olha para mim. 

- Bom, então eu vou ter que te arrastar. - Dito isso, ele sai do meu campo de visão. 

O que é que ele iria fazer.. 

Mike me pega no colo no estilo noiva e eu acabei rindo alto, de surpresa. 

- Você vai me deixar cair, Mike. - Digo, enquanto ele vai para fora do quarto. 

- Pronto, derrubei você? - Mike pergunta, jocoso. - No seu cio, você vai ver o que vou aprontar com você. Me aguarde, querido. 

- Estarei ansioso. - Digo, e vou para o banho. 

Mike vem atrás de mim e pega a esponja de banho, enchendo de sabonete líquido e criando espuma, passando por minhas costas, ele me vira e esfrega minha barriga e meu pau, fazendo eu suspirar ainda pela sensibilidade. Ele só me olha e eu sorrio, relaxado. 

Mike limpa meu peito devagar e depois me vira de novo, passando sobre minhas bochechas, e com os dedos, passa sobre minha entrada, e foi uma sensação tão leve e boa, que mordo os lábios depois de gemer, me policiando. 

- Mal posso esperar para você entrar no cio, meu garoto. E te mostrar o prazer real que um parceiro pode te dar por aqui também. - Mike diz baixinho, suavemente contra meu ouvido. 

Seus dedos circulavam a entrada e faziam apenas isso. Suspiro inclinando a cabeça para trás e Mike morde meu pescoço, devagar, mas ainda firme, não perfurando a pele. Me viro para ele e puxo seu rosto, com as duas mãos nas bochechas, beijando seus lábios para morder no final, rosnando baixinho, mas acaba parecendo mais um ronronar. 

- Deixa eu te limpar ou eu vou pedir para você me tomar aqui e agora. - Digo e pego a esponja. 

 


 

Depois do banho e de mais infinitos beijos, Mike parte para fazer seu serviço e tento fazer alguns exercícios, mexendo o braço aos poucos para não extravasar demais. 

Faça um copo de vitamina e tomo, porque ainda me senti um pouco fraco. 

Repasso os últimos dias mais uma vez e subo para o quarto, depois de trancar a porta. Acendo um cigarro e solto o isqueiro na cama, me deitando nela. Fumo uns cinco cigarros e corro no banheiro, borrifando um pouco de perfume no pulso, esfregando no pescoço. 

Me deito na cama e penso em Mike, em como ele se tornou importante, em como ele se tornou tudo. 

 

O meu tudo.

 

Notes:

Obrigada por ler está história ainda.

Não lembro se cheguei a dizer, mas meu melhor amigo, em fevereiro desse ano se suicidou e isso me abalou a ponto de nem sequer lembrar de postar a história.

Ainda estou lidando.

Chrysler in Idaho e Idílico tem capítulos já prontos, mas sempre preciso ajeitar aqui na plataforma, uma vez que algumas palavras e contextos se alteram.

Tentarei postar o mais breve possível e finalizar a postagem dessas duas, antes de postar outras, também de Mike e Jesse que me surgiram a mente.

No futuro, penso em traduzir as histórias, pelo menos, para o inglês.

Agradeço a todos que tiram um tempo para ler; o luto não tem sido fácil, mas nada quer um dia de cada vez não resolva.

 

Até o próximo, e espero que seja logo.