Chapter Text
Todos estavam em uma van personalizada e customizada para ter uma IA criada pelo grupo, Mike dirigia ao lado do Caio enquanto Anderson, o melhor planejador e pesquisador, bolava um plano com as informações que Nina lá atrás, a suposta desertora da BrasDATA dizia cada detalhe, me informando de todos os pontos fáceis e cegos na empresa. A van ia direto pra Paraisópolis, aonde ficava o grupo do braço direto da Isa, o próprio Caio.
Caio: Seguinte, como só vocês duas vão entrar, precisam estar bem equipadas. Estamos chegando no meu cafofo, já vão pensando em como vão dar cabo de alguns guardas lá dentro e o que conseguem carregar sem fazer barulho ou chamar atenção.
Eu só olhava aquela Nina, seus olhos eram grandes como os meus, tinha mistério, certeza, algo me dizia que se eu fizer o que ela estava recomendando, tudo sairia bem.
Pelo menos, é o que sempre espero.
Ao chegarmos em Paraisópolis, a van parou perto de um beco escuro em uma vila, estava de noite, aonde descemos assim que Caio foi na frente para nos guiar, ansiosa, eu não conseguia pensar em mais nada além de dar cabo nesse CEO e perguntar o que aconteceu naquela cabine da boate.
Entramos em um bunker customizado para deixa claro que aqui era o espaço da nossa DedSec, essa tal Nina ficou encantada, enquanto todo mundo foi para suas máquinas. Mike tratou de ver se as câmeras estavam sem segurança pra Isa poder ver tudo sem interrupções, se houvesse um firewall ele acabaria com isso mais rapidamente do que a própria aqui (eu), o cara era uma fera.
Caio: Venham vocês duas. - Enquanto os outros pesquisavam sobre passagens por de trás do prédio, o mesmo nos levou a uma sala com literalmente todo tipo de arma, que nem me pergunte, não sei como ele conseguiu.
— Vai me explicar como conseguiu uma sala cheia de armas? - Dou um sorriso de canto ao cruzar os braços, não sendo uma bronca, ele ia levar na esportiva.
Caio: Tenho meus contatos agora. - Ele sorriu, também cruzando os braços.
— Hhahahah, adorei, olha essa porra cara... - Andando, vi armas que nem eu conseguia carregar, até ver uma submetralhadora, não acreditava em meus olhos.
Caio: Gostou desse? Tem silenciador também, se quiser. - Meus olhos brilharam olhando para Caio.
— Caralho! HAHAHAH! É a única coisa que preciso além de uma pistola também com silenciador, não quero chamar atenção, essa .38 me deu bons problemas, só pude dar coronhadas em uns idiotas.
Caio: E essa mina aí? - Ele se referiu a Nina atrás de mim, que observava sem falar uma palavra.
Nina: Não... n-não eu... não sei usar arm— fui até ela e segurei a mão direita dela.
— Tome esse .38, é pequeno e meio pesado, só use em caso de muito perigo e também se eu não conseguir te proteger. - Os olhos preocupados dela me fizeram me certificar do que faríamos. - Só vamos nos infiltrar, vamos no silêncio, se tudo der certo não precisaremos usar as armas. - Seu olhar amenizou, assim voltei a olhar Caio.
Mike: Ô galera, vem aqui. - Escutei o capeta falar de longe, devia ser importante, então fui e os outros me seguiram.
— Que foi em? - Vi Caio me entregar uma submetralhadora e uma pistola tática com silenciadores, enquanto me equipava abaixo do meu manto, prestei atenção no Mike.
Mike: Seguinte, vocês duas não vão precisar se preocupar com firewall ou guardas, tem pouquíssimo perigo, só não seja vista Isa.
— Uai, a Nina não disse que... - Olhei pra ela, com confusão em meu semblante.
Nina: Não me despedi ainda, então a minha entrada é permitida pelo sistema da empresa. - Isso facilitou as coisas mais do que eu mesma esperava...
Anderson: Então tá tudo nos trinques! - Chegou o mais experiente em computação, vírus e essas coisas, o que fala com o povo as vezes, o que mais se preocupa comigo. - Eu vou levar vocês o mais perto que posso do prédio, vamos.
Então nós duas o seguimos até a mesma van que estava estacionada e entramos. No caminho, enquanto eu estava no assento ao lado do motorista, vi seu semblante preocupado, mantive meu silêncio ao virar meu rosto e ver a Nina observando a arma que lhe dei em suas mãos, praticamente a obriguei a isso, mas espero que me entenda e que use caso algo der errado.
Olhei as ruas de noite, luzes brancas e prédios, tão concretos quanto meu coração nesse momento, a saudade dela me fazendo quase lacrimejar.
Anderson: Sei que sente saudade, mas foque no seu plano, use as táticas que aprendeu com os muleques que eram seus amigos na época que vocês roubavam biscoito sem serem vistos pelas câmeras.
— Humpf! Sou profissional nisso, entrar na maciota e ser a sombra da Nina enquanto subimos até a sala daquele CEO filho da puta. - Disse confiante de mim, olhando as estradas e outros carros.
Anderson: Chegamos. - Disse o mesmo parando o veículo o mais perto que podia da garagem deles.
Nina abriu a porta e no momento que eu também abri...
Anderson: Cuidado. - Olhei para trás, silêncio tomou conta de mim, me fez pensar o quão suicida eu sou e o quanto deixo meus amigos preocupados, mas como já estou aqui, é bola pra frente, agradeço com um sorriso de canto e saio da van. Ele liga o motor e se vai, deixando nós duas no frio das ruas quase vazias por ser de madrugada.
Nina já começa a andar então a acompanho até a porta dos fundos do prédio que precisaríamos entrar num beco. O prédio estava sempre de luzes acessas, então estava me preparando fisicamente e psicologicamente. Ela me olha enquanto coloco meu chapéu balde e minha máscara feita para desfocar meu rosto em câmeras.
Assim que chegamos, a porta obviamente fechada eletronicamente, facilmente consegui hackear para o abrir e nós duas entrarmos. Era o local aonde chegavam as encomendas e tinha PCs quebrados ou muito antigos, andei junto com Nina que se mantinha concentrada em ver se tinha algum guarda ao redor, mas não, então fomos.
Tínhamos que chegar até o elevador para chegar a sala dele, claro que um burguesinho teria um escritório perto do pico do prédio, grande inteligência.
Acabei me distraindo e perdendo a Nina de vista entre seus colegas de jaleco branco também. Merda, MERDA, o nervosismo se instalou na minha mente e comecei a suar frio, mesmo escondida, eu não podia sair de onde eu estava porque eu me vestia inteiramente de preto e o local é TODO BRANCO, pra me perceberem é um piscar de olhos, assim que decido me esconder em um local escuro, senti uma coronhada forte na nuca, que me apagou completamente, só vi a Nina de relance enquanto minha visão escurecia e guardas me cercavam, porque ela tava recebendo aquela maleta...? Nina..?
...
Acordo com um escritório com janelas enormes, era tudo luxuoso, mas o mais incrível foi ver baleias azuis enormes voando o céu através das grandes janelas... como assim? O que tá acontecendo? Do nada vejo alguém pulando lá de cima e quando vou ver, ERA MINHA IRMÃ FALECIDA! NÃO! YASMIN!
Acordo com um grito que ecoou pelo lugar, suando frio, um pesadelo desgraçado, puta merda. Assim que retomo minhas memórias, percebo que estou algemada em um sofá de couro preto, sem meu manto, armas e máscara. Ao olhar para os arredores, vejo uma mulher, muito bonita de terno feminino, de cabelos brancos se servindo talvez conhaque, não dava pra ver a marca da bebida. A mesma pegou o copo e se aproximou de mim, eu não podia falar nada, tudo estava finalmente fazendo sentido.
— DedSec me entregou, não é? - Não consegui manter a informação comigo.
Mulher misteriosa: Sim. Você foi bem cara de enganar, Nina é uma ótima atora, não acha? - Disse a moça, se sentando e cruzando as pernas na minha frente em um nascer do sol que iluminou nós duas.
Desvio meu olhar para baixo, como eu não iria acreditar!? DedSec me deu a palavra deles... Quando levanto meu rosto, ela estava sorrindo sem mostrar os dentes.
— O que é engraçado? Nunca foi enganada antes?! - Falei com a minha voz firme, mesmo algemada, eu tinha minhas pernas livres.
Mulher misteriosa: Você não vai acreditar no que vou te falar mas... - Ela se aproximou bem perto do meu rosto. - Mas eu estou do seu lado. - Disse sussurrando.
Fiquei em choque, minha expressão facial demonstrando total surpresa e confusão.
— ...O que..?